Paranavaí é um município brasileiro localizado no Noroeste do estado do Paraná, principal centro da microrregião local. Sua altitude e de 425 m e sua área total é de 1.202,266 km². Em 2020, a sua população foi estimada em 88 922 habitantes, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
História
Entre as mais jovens regiões do estado do Paraná a serem povoadas e colonizadas, como decorrência do ciclo do café, está a imensa zona situada a noroeste, nas bacias dos rios Ivaí e Paranapanema, nos limites do Paraná com o Mato Grosso do Sul.
Período pré-colonial e colonial
No início do século XVI, espanhóis e portugueses fizeram suas primeiras penetrações, quase ao mesmo tempo, desencadeando as primeiras lutas pela posse efetiva da terra. Assim, o descobrimento, o desbravamento e o povoamento das terras que constituem hoje o estado do Paraná foram obra de castelhanos, portugueses e bandeirantes paulistas que, a partir de 1602, começaram a fazer suas primeiras "entradas" no "Sertão guairenho", trilhados ou caminhos fluviais e as "picadas" íngremes do sertão. Data do início dessas penetrações a abertura dos primitivos caminhos através do sertão conhecido pelas denominações de caminho de Peabiru, caminho fluvial do Rio Cubatão, de Itupeva e do "Arraial" e de Sorocaba a Viamão, por onde transitaram, no século XVI, expedições das mais diversas.
A partir de 1554, já existiam nas bacias dos rios Paranapanema, Ivaí, Tibagi, Piquiri e Paraná as "reduções" jesuíticas e as cidades da República do Guairá.
De qualquer forma, durante quase quatro séculos, a zona setentrional do Paraná ficou esquecida e abandonada, sendo visitada apenas por viajantes, bandeirantes e exploradores europeus.
Primeiro núcleo populacional
A região onde hoje se encontra o município de Paranavaí pertenceu em épocas sucessivas do povoamento às comarcas de Tibagi, Londrina, Rolândia, Apucarana e Mandaguari. Até o ano de 1920, a zona era completamente desabitada, constituída de terras devolutas de propriedade do Estado. A partir desta data foi que iniciou o povoamento e colonização da região. O único meio de comunicação até então existente era uma estrada antiga que, partindo de Presidente Prudente, no estado de São Paulo, cruzava o rio Paranapanema, em sentido leste-oeste, atingindo a localidade, onde surgiu, mais tarde, o município de Paranavaí. O primeiro núcleo populacional surgiu na antiga "Fazenda Montoia", que se situava no mesmo local onde hoje se encontra a "Fazenda Experimental do Estado". Aí, em 1930, já existia um Cartório de Registro Civil, o que significa que Montoia, naquela época, já era Distrito judicial.
Fazenda Velha Brasileira
A partir de 1930, o povoamento deslocou-se rapidamente para a "Fazenda Velha Brasileira" (atual zona urbana de Paranavaí), em cujas terras virgens e férteis foi plantado nada menos que um milhão de pés de café. A inesgotável exuberância da terra da "Fazenda Velha Brasileira" atraiu, em curto lapso de tempo, pessoas de todos os quadrantes do país, que vieram, de uma ou outra forma, contribuir para o progresso e desenvolvimento da cidade nascente. A "Fazenda Velha Brasileira" - surgindo sob inspiração de Dr. Lindolfo Collor, um dos líderes da Revolução de 1930 e autor da legislação trabalhista brasileira, veio a pertencer-lhe. Posteriormente foi transferida à "Companhia Braviaco".
Colônia Paranavaí
Algum tempo mais tarde, por conta do "Decreto No. 800" de 8 de abril de 1931, assinado pelo General Mário Tourinho, então Interventor Federal do Paraná, as terras de Paranavaí voltaram ao domínio do Estado, sendo autorizado o seu loteamento. Data dessa época o início da decadência da povoação e da localidade. Devido à burocracia existente, verificou-se um verdadeiro êxodo na população, que abandonava o patrimônio para fixar-se noutra localidade. Somente a partir de 1944, reiniciou-se o loteamento sob orientação do Dr. Francisco de Almeida Faria, quando, então se acredita, a localidade recebeu a denominação de "Colônia Paranavaí", neologismo formado pela junção dos nomes dos rios Paraná e Ivaí.
Estrada boiadeira
Considerando que a colônia estava ligada unicamente ao Estado de São Paulo, o interventor Manoel Ribas resolveu determinar a abertura de um picadão que, partindo de Arapongas, ligasse Paranavaí ao resto do estado. Esse caminho foi novamente aberto e melhorado em 1939 pelo Capitão Telmo Ribeiro, e desde a sua abertura foi conhecida pela denominação de Estrada Boiadeira. Em virtude da Companhia Colonizadora haver retirado o apoio à localidade, caiu o desanimo sobre a população, ao ponto de desaparecer completamente e ser extinto o Distrito de Montoia. Assim, em 1944, a população de Montoia era inferior à existente em 1930.
Retomada do desenvolvimento
A partir de 1944, Paranavaí ressurgiu num surto de realizações e progresso sem interrupção, nem mesmo com as catastróficas geadas de 1953 e 1955. Para construir a primeira capela, foi derrubada a mata virgem. A primeira missa foi celebrada na casa de Waldomiro de Carvalho, nas proximidades da antiga estação Rodoviária. O fato ocorreu no dia 25 de dezembro de 1944, sendo celebrante o padre João Guerra.
Criação do município
O município foi criado com o desmembramento de Mandaguari, pela Lei Estadual No. 790 de 14 de dezembro de 1951, e solenemente instalado em 14 de dezembro de 1952, com a posse do seu primeiro prefeito municipal, o médico José Vaz de Carvalho, e instalação da Câmara Municipal. Na época de sua autonomia, o município de Paranavaí era formado apenas por dois distritos: Catarinenses e Porto São José.
Comarca de Paranavaí
A administração de José Vaz de Carvalho imprimiu tal progresso no município que, já em 1953, pela Lei Estadual No. 1542, de 14 de dezembro, era elevado à categoria de Comarca, sendo instalada como Comarca de 2ª entrância em 1 de março de 1954, tendo como primeiro Juiz de Direito, Sinval Reis e primeiro Promotor Público, Carlos Alberto Manita. Em 2012 foi elevada para Comarca de Entrância Final, mais alto grau da estrutura judiciária Paranaense e conta com dois varas cíveis, 2 varas criminais, uma vara do juizado especial e uma vara de família e anexos, bem como com os cartórios de Registro de Imóveis, Protesto, Registro Civil e o Tabelionato Oscar Tomazoni, Tabelionato Carlos Gomes Roque e Tabelionato Itajana Barreto Costa.
Diploma de honra
Em 1956, no concurso promovido pela Associação Brasileira de Municípios, Paranavaí foi classificada, recebendo o "Diploma de Honra", como um dos cinco municípios de maior progresso e desenvolvimento em todo o Brasil sendo entregue pelo então presidente da república Juscelino Kubitschek.
Ensino superior e técnico
A cidade é considerada um polo da educação superior da região Noroeste do Paraná, com instituições como a Universidade Estadual do Paraná[6], que possui sete campi. Em 2013, o governador Beto Richa apresentou o projeto de lei 144/2013 que previa a efetiva criação da universidade e a definição da cidade de Paranavaí, como sede da reitoria da Unespar. O projeto foi aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa (por 46 votos a zero).
Instituições de ensino - Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR) - Campus Paranavaí; Universidade Paranaense (UNIPAR) - Campus Paranavaí; Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná (UNIFATECIE); Universidade Aberta do Brasil (UAB); Instituto Federal do Paraná (IFPR) - Campus Paranavaí; Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) - Campus Paranavaí; Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) - Unidade de Paranavaí e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) - Unidade de Paranavaí.
Economia
A citricultura é uma das mais recentes alternativas agrícola da região. Apesar de nova, ela veio com muita força e transformou Paranavaí no maior produtor de laranjas do Paraná. A safra 2002/2003 produziu 6 milhões de caixas de laranja (estimativa baseada na quantidade vendida para as duas indústrias instaladas no município). A multinacional Louis Dreyfus Commodities e a Indústria, Comércio e Exportação LTDA (Citris), são as responsáveis pela transformação da laranja. Dois outros subprodutos da laranja, óleo essencial e o D'limoneno, também são exportados. No mercado interno, o suco abastece as indústrias de refrigerantes.
A região de Paranavaí também produz mandioca, algodão, café, bicho-da-seda, pecuária, abacaxi e soja. Dessas, a produção de mandioca é a mais significativa. É a segunda maior do estado e ocupa 30 mil hectares. A produtividade da região é duas vezes superior que a média nacional. Na região se colhe, em média, 30 toneladas por hectare. A média brasileira é de 13 toneladas por hectare. Boa parte da produção é processada em indústrias da cidade como a multinacional General Mills do Brasil e outras fecularias.
O café ocupa 14 mil hectares de lavouras. Este número aumenta a cada dia com a implantação do sistema de café adensado, que está trazendo de volta a cafeicultura para o Noroeste do estado.
O bicho da seda é uma cultura que gera muitos empregos. São duas mil toneladas de casulos de bicho da seda produzidos na região, comercializados nas indústrias de fiação de seda.
A principal atividade da região é a pecuária de corte. As pastagens ocupam 75% da área da região. O rebanho é de aproximadamente 1 milhão e 100 mil cabeças e a raça predominante é a nelore.
Na região, também é forte a criação de búfalos. É o segundo maior rebanho de bubalinos do Paraná.
Para atender um segmento deste, Paranavaí conta com dois grandes frigoríficos com capacidade de abate de 1400 bois por dia. São aproximadamente 450 toneladas de carne por dia, que abastecem os estados do Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Juntos, os frigoríficos geram mais de 650 empregos diretos e estão prontos para colocar seus produtos no Mercado Comum Europeu.
Paranavaí conta com uma estrutura de pesquisas e difusão de tecnologia, Instituto Paranaense de Assistência Rural (IAPAR) e a Estação Experimental de Cana-de-Açúcar da Universidade Federal do Paraná representam um avanço tecnológico para a agricultura da região.
Cultura
Paranavaí conta com um dos mais modernos teatros do Paraná. O Teatro Municipal Dr. Altino Afonso Costa, que foi inaugurado na noite de primeiro de abril de 2003 com o espetáculo "O Segundo Sopro", do Balé Teatro Guaíra. O Teatro está no Centro Cultural Rodrigo Ayres, possui 357 lugares, palco em estilo italiano, três camarins e ar condicionado central. A obra tem ainda um elevador para pessoas deficientes e um moderno sistema de som.
O Festival de Música, Poesia e Contos de Paranavaí (Femup) é um dos únicos do gênero no Brasil, realizado desde a década de 1960. E ainda o projeto Ler para Crescer, que é uma feira onde são expostos vários livros e trabalhos para todo tipo de idade.
Além do Teatro Municipal, a cidade conta com uma Casa de Cultura, um pequeno teatro para apresentações e eventos menores. Paranavaí possui duas salas de cinema.
Indústria e comércio
No setor industrial, Paranavaí conta com mais de 340 empresas nacionais e multinacionais. O parque industrial tem uma área de mais de 100 hectares. O comércio de Paranavaí responde com 45% do valor da economia, enquanto a indústria corresponde com 32% do bolo. O restante, cerca de 23%, é formado pelos produtos primários da agricultura e da pecuária. A cidade possui um comércio atrativo que conta com grandes redes nacionais, além de diversas franquias de vários seguimentos. Paranavaí conta com supermercados, hipermercados e um Shopping Center, que faz da cidade referência no setor de comércio, serviços e lazer.
Esporte
Paranavaí é um dos polos esportivos do Estado, possuindo uma equipe de futsal, a São Lucas, que disputa a elite do futsal paranaense. Possui também a equipe de atletismo, equipe de ciclismo e equipe de xadrez, time de handebol, estas com destaque em cenário nacional e internacional. Ainda possui vários esportes amadores pela cidade, que são organizados através de associações. A principal equipe esportiva da cidade é o Atlético Clube Paranavaí, campeão paranaense de 2007 e vice de 2003.
Em Janeiro de 2009, Paranavaí sediou o Campeonato Paranaense Absoluto de Xadrez.
Referência para o texto: Wikipédia ..