segunda-feira, 29 de abril de 2024

JARAGUÁ - GOIÁS

Jaraguá é um município do estado de Goiás, no Brasil. É um município emancipado de Pirenópolis e se inclui na Microrregião de Anápolis, no Vale do São Patrício, conhecido por seu patrimônio cultural, sendo uma das cidades mais antigas do estado e por ser considerada o maior polo de confecção do Região Centro-Oeste do Brasil. Sua população, conforme censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2022, era de 45.223 habitantes. Nele situa-se o Parque Ecológico da Serra de Jaraguá.
Etimologia
Existem duas etimologias possíveis para o topônimo "Jaraguá", ambas com origem na língua tupi: na primeira, o nome derivaria do termo Yara - Guá, que significa Senhor do Vale e.na segunda, a origem seria do nome de uma gramínea.
História
De ocupação original indígena, como ocorreu em todo o atual território brasileiro, a atual cidade de Jaraguá nasceu da busca das riquezas minerais do rico solo goiano em tempos em que ainda se usava a mão de obra escrava. Vindos de diversas regiões, mineradores e catadores de ouro traziam, consigo, os chamados "pretos faiscadores", escravos astutos, geralmente da "Nação Mina", acostumados à cata do rico minério.
O bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva veio com sua bandeira rumo a Goiás mais ou menos no ano de 1726 e fundou a Vila Boa (Cidade de Goiás) às margens do Rio Vermelho, ao sopé da Serra Dourada. Não levou muito tempo e logo descobriram ouro em Meia Ponte (Pirenópolis) e, por consequência, descobriram mais uma região aurífera, que, por sua imponente serra, garantiria a prosperidade do ciclo do ouro, impulsionando a criação de acampamentos às margens dos rios e córregos que nasciam dali. Assim, surge o arraial denominado "Córrego do Jaraguá", fundado em 1736.
Com a exploração das jazidas auríferas, iniciou-se o povoamento de origem europeia e, com o passar dos anos, iam surgindo as primeiras habitações, definindo-se as ruas. Em 1748, já estava pronta a primeira capela sob a invocação de São José e Nossa Senhora da Penha. Isso demonstra que, nesta época, já havia um número significante de moradores no arraial. A segunda igreja a ser construída foi a igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito em 1776 e, no ano de 1828, deu–se início à terceira igreja, a de Nossa Senhora da Conceição. Ao lado da exploração do ouro, houve a formação de sítios e fazendas para a produção de alimentos a fim de atender a população daquelas minas. No final do século XVIII, já havia, no Arraial do Córrego do Jaraguá, engenhos que produziam aguardentes para a comercialização. Nesta época, o arraial possuiu um considerado crescimento agrícola.
No início do século XIX, em virtude da diversificação da economia, o arraial se encontrava entre os prósperos arraiais da Capitania de Goiás. Viajantes europeus como Johann Baptist Emanuel Pohl e Auguste de Saint-Hilaire, que visitaram o arraial, o apontaram como populoso e quase do mesmo tamanho que Meia Ponte (Cabeça do Julgado).
Através do Decreto Nº. 8, de 1 de julho de 1833, o Arraial do Córrego do Jaraguá é oficialmente elevado à categoria de vila. Nesse instante, nasce a Câmara de Jaraguá.
Pela localização próxima à estrada que conduzia ao Rio de Janeiro e à Capital da Província, Vila Boa, a localidade era um ponto de passagem para várias direções, e este fator também colaborou para sua prosperidade, pois recebeu migrantes de outras regiões da Província de Goiás, principalmente antigos centros mineradores que entraram em decadência. Isto contribuiu para o desenvolvimento da Vila, pois os descendentes desses migrantes tiveram um papel importante na condução da vida econômica, social e política do lugar no decorrer do século XIX.
Em 29 de julho de 1882, a Vila de Nossa Senhora da Penha de Jaraguá eleva-se à categoria de cidade através da Resolução 666, emancipando-se de Meia Ponte e passando a se chamar apenas Jaraguá.
No século XX, com o surgimento da "modernidade", o Governo Federal estabelece metas que visavam à ocupação do Centro-oeste brasileiro, tais como: abertura de novas estradas, abertura da ferrovia no sudeste do estado e a construção de Goiânia, a nova Capital do Estado.
A Marcha para o Oeste; a maior procura de terras agricultáveis; a implantação da Colônia Agrícola Nacional de Goiás, que resultou no surgimento das cidades de Ceres e Rialma; e, por último, a construção da Capital Federal (Brasília); proporcionaram um impulso desenvolvimentista no município. A produção econômica alterou-se substancialmente, voltando-se mais para a comercialização da produção. Assim, a partir da década de 1940, houve um crescimento urbano significativo.
No início dos anos 1960, Jaraguá sentiu os impactos decorrentes da construção da rodovia BR-153, mudando o ritmo de seu crescimento, ganhando oportunidades para ocupar o papel de núcleo comercial, e dinamizando sua expansão urbana.
Na década de 1980, a cidade de Jaraguá vê crescer o domínio das máquinas, elevando-a ao título de Capital das Confecções. Dos tempos da prosperidade aurífera aos dias atuais, a cidade passou por diversos processos que a fizeram se destacar entre os mais prósperos municípios goianos, e seu crescimento se dá continuamente.
Geografia
Um fato interessante do município de Jaraguá é a qualidade das suas terras. As terras localizadas à direita da rodovia BR-153, sentido Jaraguá/Goiânia, são consideradas as melhores do município; em contrapartida, do lado esquerdo da rodovia, temos a presença de vários morros e serras, apresentando um solo mais fraco em comparação com o outro, salvo alguns trechos de terras planas ou próximas dos rios.
A elevação mais importante é a Serra do Jaraguá, onde estão instaladas as torres repetidoras de televisão. A serra do Jaraguá também é conhecida por fazer parte do circuito nacional do campeonato de parapente; suas correntes de ar são consideradas como umas das melhores do Brasil para prática desse esporte.
Clima
Segundo a classificação climática de Köppen-Geiger, o clima do município é do tipo Tropical Úmido,- AW, tipicamente quente, com o período de chuvas bem definido no Verão (setembro a abril), e o Inverno seco (maio a setembro).
Em Jaraguá, a estação com precipitação é abafada e de céu encoberto; a estação seca é de céu quase sem nuvens. Durante o ano inteiro, o clima é quente. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 19 °C a 33 °C e raramente é inferior a 16 °C ou superior a 37 °C.
Baseado no índice de praia/piscina, a melhor época do ano para visitar Jaraguá e realizar atividades de clima quente é do meio de maio ao meio de setembro.
Vegetação
A vegetação do município é de cerrado e floresta tropical, predominando árvores de pequeno porte, tortuosas, com casca grossa e enrugada, folhas grandes e quebradiças.
Economia
Jaraguá é uma pequena cidade que se destaca pela alta regularidade das vendas no ano. Por outro lado, o desempenho econômico é um fator de atenção.
De janeiro a fevereiro de 2024, foram registradas 509 admissões formais e 451 desligamentos, resultando em um saldo de 58 novos trabalhadores.
Até março de 2024 houve registro de 33 novas empresas em Jaraguá, sendo que 6 atuam pela internet. Neste último mês, 13 novas empresas se instalaram, sendo 2 com atuação pela internet.
Educação
Ensino universitário

Duas instituições de ensino universitário estão instaladas em Jaraguá: Unidade Universitária de Jaraguá (Universidade do Estado de Goiás - Jardim Aeroporto) e a Faculdade Evangélica Jaraguá (UniEvangélica - Jardim Aeroporto)
Já o ensino de pós-graduação, conta com o Instituto Galdino - (Jardim Aeroporto II).
Cultura
Museus

Os museus da cidade são: Museu de Igreja Nossa Senhora da Conceição e o Museu de Casa de Cultura Padre Silvestre.
Datas Tradicionais
As datas tradicionais da cidade incluem:
- Dia 1º de Janeiro - Ano Novo.
- Dia 06 de Janeiro - Folia de Reis.
- Fevereiro (data móvel) - Carnaval.
- Dia 1º de Maio - Dia do Trabalhador.
- Dia 29 de Julho - Aniversário de Jaraguá.
- Dia 02 de Novembro - Dia dos Fiéis Defuntos (Finados).
- Dia 25 de Dezembro - Natal.
- Dia 31 de Dezembro - Véspera de Ano Novo.
Festas de paróquias e distritos
- Dia 20 de Janeiro - São Sebastião (Paróquia Nossa Senhora da Penha).
- Dia 19 de Março - Festa São José (Paróquia São José).
- Maio e Junho - Festa Sagrado Coração de Jesus e Santa Bárbara (Distrito Vila Santa Bárbara).
- Maio e Junho - Festa do Divino Espírito Santo (Paróquia Nossa Senhora da Penha).
- Junho - Festa São Sebastião e Nossa Senhora Aparecida (Distrito Cruzeirinho).
- Julho - Festa Nossa Senhora D'Abadia (Distrito Alvelândia).
- Julho a Agosto - Festa Santuário Divino Pai Eterno (Santuário Monte Castelo)
- Dia 8 de Setembro (Feriado móvel) - Festa Nossa Senhora da Penha (Paróquia Nossa Senhora da Penha).
- Dia 12 de Outubro (Data Tríduo 3 dias) - Tríduo São Sebastião e Nossa Senhora Aparecida (Distrito Vila Santa Bárbara).
- Dia 16 de Outubro - Festa Santa Edwiges (Paróquia Santa Edwiges).
Referências para o texto: Wikipédia ; Weather Spark ; Caravela .

quinta-feira, 25 de abril de 2024

CACONDE - SÃO PAULO

Caconde é um município brasileiro do estado de São Paulo. Localiza-se a uma latitude 21º31'46" sul e a uma longitude 46º38'38" oeste, estando a uma altitude de 860 metros. Possui uma área de 470,50 km². O município é formado pela sede e pelo distrito de Barrânia. É também conhecida por ser a cidade do ex-presidente da República Ranieri Mazzilli. Sua população em 2022, de acordo com o censo do IBGE, era de 17.101 habitantes.
Estância climática
Caconde é um dos 12 municípios paulistas considerados estâncias climáticas pelo estado de São Paulo, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por Lei Estadual. Tal posição garante a esses municípios uma verba maior por parte do Estado para a promoção do turismo regional. Também, o município adquire o direito de agregar junto a seu nome o título de Estância Climática, termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais.
Igreja Católica
A Basílica Santuário de Nossa Senhora da Conceição, em Caconde, pertence à Diocese de São João da Boa Vista. É uma das paróquias mais antigas da diocese e é dedicada a Nossa Senhora da Conceição do Bom Sucesso, tendo sido criada, segundo a Tradição, em 19 de março de 1775, por ordem de Dom Manuel da Ressurreição, terceiro bispo de São Paulo. Sua elevação a Santuário data de 7 de dezembro de 2004, por decreto diocesano de Dom David Dias Pimentel, bispo de São João da Boa Vista. E a partir do dia 26 de outubro de 2006, passa a ter um "Vinculi Adfinitatis Spiritalis" (Vínculo de Afinidade Espiritual) perpétuo com a Sacrosanta e Papal Basílica de Santa Maria Maior em Roma, pelo qual, possui o indulto de indulgências Plenárias de que goza a mesma Basílica. Pelo Decreto de 12 de agosto de 2008, da Sagrada Congregação do Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, o Santuário de Nossa Senhora da Conceição em Caconde foi elevado pelo Santo Padre Bento XVI à dignidade de Sacrossanta Basílica Menor.
A Basílica Santuário é uma construção em estilo neo românico puro, cujo projeto é de autoria do falecido Prof. Bruno Simões Magro da Escola Politécnica de São Paulo. No interior do Santuário, encontram-se expostas três telas pintadas a óleo em estilo clássico, figurando Jesus Crucificado, a Assunção de Nossa Senhora e Nossa Senhora da Conceição (padroeira de Caconde), pintadas pelo famoso pintor cacondense Edmundo Migliaccio, falecido professor do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo.
Está também ligado à história de Caconde e da Paróquia, o famoso cientista, padre Roberto Landell de Moura, que foi pioneiro do rádio no Brasil. Landell de Moura foi pároco em Caconde, tendo em 8 de setembro de 1908 dando a bênção e inaugurado a agora centenária Capela de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
Capela de Nossa Senhora da Conceição Aparecida
Geografia
Hidrografia

A hidrografia de Caconde é constituída pelo Rio Pardo.
Rodovias
As rodovias que atendem a cidade são a SP-253 e a SP-344
Clima
Em Caconde, a estação com precipitação é abafada e de céu quase encoberto; a estação seca é de céu quase sem nuvens. Durante o ano inteiro, o clima é morno. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 10 °C a 29 °C e raramente é inferior a 6 °C ou superior a 33 °C.
Baseado no índice de turismo, as melhores épocas do ano para visitar Caconde e realizar atividades de clima quente são do início de abril ao fim de junho e do início de julho ao início de outubro.
A estação morna permanece por 6,3 meses, de 28 de setembro a 6 de abril, com temperatura máxima média diária acima de 28 °C. O mês mais quente do ano em Caconde é fevereiro, com a máxima de 29 °C e mínima de 19 °C, em média.
A estação fresca permanece por 2,5 meses, de 13 de maio a 29 de julho, com temperatura máxima diária em média abaixo de 25 °C. O mês mais frio do ano em Caconde é julho, com a mínima de 10 °C e máxima de 24 °C, em média.
Economia
Caconde é uma pequena cidade que se destaca pelo elevado potencial de consumo e pela alta regularidade das vendas no ano. O desempenho econômico e o pequeno número de novas oportunidades claras de negócios são os pontos de atenção
De janeiro a fevereiro de 2024, foram registradas 185 admissões formais e 164 desligamentos, resultando em um saldo de 21 novos trabalhadores.
Até março de 2024 houve registro de 16 novas empresas em Caconde, sendo que 5 atuam pela internet. Neste último mês, 4 novas empresas se instalaram, sendo 2 com atuação pela internet.
Educação
A rede de educação de Ensino Básico, Fundamental e Médio é constituída das seguintes unidades: Colégio Scala - Sistema do Anglo; EE Professor Fernando Magalhães EFM; EE Professor Roque Ielo EFM; EE Professor Oscar Waldomiro de Vasconcellos EFM; EMEF Dr. Cândido Lobo; EMEF Professor Ernesto Cardoso de Paiva; EMEF Professor Walter Gomes Juste; EMEI Monteiro Lobato; APAE (Escola de Educação Especial) e Centro Paula Souza
Turismo
Caconde é uma cidade com um alto potencial turístico. Com a construção da Usina Caconde pela Comércio Construtora Camargo Corrêa (atual Mover Participações), cujas obras se iniciaram em 1958, a paisagem foi profundamente modificada. O represamento das águas pela barragem, cuja extensão chega a 450 metros, proporcionou a formação de um lago artificial com 31 km² de área.
A exploração do Turismo Rural também é possível, pois a região possui tradição na cafeicultura e fazendas centenárias.
Principais pontos turísticos
Os principais pontos turísticos de Caconde são: Aquário Municipal de Caconde; Basílica Santuário de Nossa Senhora da Conceição em Caconde; Biblioteca Municipal "Joãozinho Gomes"; Cachoeira de São João; Cachoeira de Santa Quitéria; Capela de Nossa Senhora da Conceição Aparecida (Centenária - 1908); Casa da Cultura "Prof. Edmundo Migliaccio" - Edifício datado aproximadamente de 1900; Corredeiras do Rio Pardo (raffting); Cemitério Municipal (Antigo), datado aproximadamente de 1850; Escadaria e Gruta de Nossa Senhora do Rosário; Fuga, Escoadouro da Represa Caconde (lagos e trilhas ecológicas); Morro do Pontal (Capela e Mirante); Paço Municipal "Miguel Teixeira da Silva" - Edifício de influência italiana; Parque "Prainha"; Praça "Dr. Ranieri Mazzilli", Praça da Basílica(Centro); Praça "Do Rosário", Monumento ao Cristo Redentor; Praça "Pedro Ribeiro de Paiva", Mirante; Represa Caconde e Usina Velha (lagos e trilha ecológica).
Referências para o texto: Wikipédia ; Weather Spark ; Caravela .

segunda-feira, 22 de abril de 2024

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS

Bom Despacho é um município brasileiro do estado de Minas Gerais, localizado na Região Geográfica Intermediária de Divinópolis, na região do Alto São Francisco, a 768 metros de altitude. Dista 156 km de Belo Horizonte. Em 2015 foi considerada a 4ª melhor cidade de pequeno porte de Minas Gerais. De acordo com o censo do IBGE, em 2022, o município tinha 51.737 habitantes.
Topônimo
O nome Bom Despacho foi o primeiro nome do arraial nos trâmites eclesiásticos e judiciais. Nos tempos do Brasil colonial, a Igreja desempenhava um importante papel junto ao governo. Assim, era comum que os núcleos populacionais tivessem grande participação eclesiástica. A designação “Bom Despacho” designava, assim, o conjunto religioso do povoado, uma vez que era a capela o ponto de referência local. Na tradição oral, há controvérsias a respeito do nome. Uma vertente o atribui à devoção do fundador da capela, Luís Ribeiro da Silva que, como outros portugueses, era procedente da Província do Minho, norte de Portugal, local onde o culto a Nossa Senhora do Bom Despacho era fervoroso. Outra corrente afirma que a denominação surgiu na ocasião de uma seca prolongada, ocorrida entre 1767 e 1770, penalizando pessoas, animais e lavouras. Então os devotos de Nossa Senhora do Bom Despacho fizeram súplicas e orações pedindo chuva. Por terem suas súplicas atendidas, começaram a chamar o arraial de Nossa Senhora do Bom Despacho do Picão que, aos poucos, tomava forma. Na época, a principal atividade econômica desenvolvida na região era a criação de gado, a produção de rapadura e aguardente, além das culturas de arroz, milho, mandioca e algodão.
História
O processo de ocupação do município se iniciou em meados de 1770, quando foi erguida a Igreja Cruz do Monte. Nas imediações da Igreja foram erguidas construções, que ajudaram na formação do Arraial da Nossa Senhora do Bom Despacho.
Em 1812 o Arraial atingiu a condição de instituição civil. O município se emancipou em 1 de junho 1912, desmembrando-se de Santo Antônio do Monte.
A história de Bom Despacho tem origem nos tempos do Brasil colonial, onde a vasta região da capitania de Minas Gerais era, em grande parte, coberta por densas florestas. Local de desbravamento pelos bandeirantes, o território, de acordo com indícios arqueológicos, foi habitado originalmente por índios cataguás.
A região foi ocupada por portugueses e luso-brasileiros nos fins do século XVI. Entre os primitivos exploradores, podem ser citados: Sebastião Marinho (1592); o capitão-mor João Pereira de Souza Botafogo (1596); Afonso Sardinha e João de Prado (1594 a 1599); e Félix Jaques (1616). Nos tempos das bandeiras, Minas foi explorada através de várias incursões, motivadas pelo aprisionamento de indígenas, pela necessidade de mapeamento ou pela busca de ouro, metais e pedras preciosas. Todavia, nenhuma dessas incursões resultaram no povoamento do território, que só deu indícios no século XVII, quando bandeirantes paulistas descobriram minas de ouro no Vale do Tripuí e a região recebeu grande quantidade de pessoas. Neste período, a extração aurífera oferecia rápida possibilidade de enriquecimento. Assim, o forte contingente populacional que afluiu para a região contribuiu para a formação de vários centros urbanos, entre eles, Ouro Preto, Sabará, Diamantina e Pitangui, vila próxima à região onde hoje situa-se Bom Despacho.
Os primeiros achados de ouro em Pitangui compreendem os anos 1694 a 1702, quando milhares de pessoas se dirigiram para a localidade. Em poucos anos, Pitangui tornar-se-ia Vila de Nossa Senhora da Piedade de Pitangui, centro difusor das incursões e povoamentos do Alto São Francisco. Uma comitiva liderada por Antônio Rodrigues Velho - conhecido como Velho da Taipa, um dos fundadores de Pitangui, José de Campos Bicudo e Gervásio de Campos Bicudo, resultou na exploração de grande parte das terras onde hoje se localiza Bom Despacho. Ao que tudo indica, através de uma carta de sesmaria, datada de 1715, Gervásio, minerador e sertanista, foi o primeiro a possuir o título destas terras. No entanto, embora não tendo encontrado documentos que indiquem a história dessa sesmaria, sabe-se que Gervásio retornou à São Paulo, sua cidade, por volta de 1725 e as terras tornaram-se devolutas. A título de curiosidade, um dos companheiros de entradas do Velho da Taipa era Manoel Picão Camacho, figura que se encontra presente nas crônicas e contos que relatam as origens de Bom Despacho. Apesar de sua presença na região, e um rio próximo ter sido denominado com seu nome, Picão Camacho – também conhecido como Picão Camargo – não fixou residência na região, nem foi um dos primeiros homens “civilizados” a andar nas terras de Bom Despacho, como já se acreditou segundo a tradição oral.
Em 1736, Gomes Freire de Andrade, governador da capitania de Minas, promoveu o povoamento do oeste mineiro, autorizando a formação de duas bandeiras particulares para invadir o quilombo de Campo Grande, localizado no atual Centro-Oeste de Minas. A partir disto, vários caminhos foram abertos ao redor do território e, em 1737, sesmarias foram concedidas a capitães donatários, iniciando o povoamento da região. Ademais, na segunda metade do século XVIII, a economia de Minas entrou numa nova fase. Com o declínio da produção aurífera, mineradores e garimpeiros saíram da vila de Pitangui, em busca de novos meios de subsistência. Dava-se início à “corrida para os sertões”, na procura de terras propícias para lavoura e criação de gado. Assim surgiam as primeiras fazendas de gado e o espaço começou a ser ocupado. Contudo, como demonstra Queiroz, a região já era povoada por aldeias de escravizados fugitivos. Os quilombos eram não só um local de refúgio para os negros submetidos à escravidão, mas também de resistência. Segundo Orlando de Freitas, até esse período, o território de Bom Despacho era conhecido por meio de três divisões referentes à localização. Eram as “Paragens do Rio Lambari, “Paragens do Rio Picão” e “Paragens do Rio São Francisco”. Nestas áreas, entre os rios São Francisco e o Lambari, haviam diferentes quilombos, fator importante para o povoamento do que hoje é Bom Despacho. Todavia, a existência deles atrapalhava o processo de ocupação da região. Por isso, o governador Gomes Freire, entre 1755 e 1770, ofereceu recompensas em terras e dinheiro para aqueles que combatessem os quilombolas do local. Destarte, entre os anos 1755 e 1800, dezenas de pessoas, principalmente provindas de Pitangui, dirigiram-se a atual região de Bom Despacho.
A ocupação efetiva da região se deu através da chegada, em 1758, de uma das equipes responsáveis por combater quilombolas. Capitães do mato e suas tropas, junto com milícias de Pitangui, começaram a debelar os quilombos e, em busca de abrigo e proteção, estabeleceram-se na atual região da Cruz do Monte, situada na Tabatinga. Local que servia, ainda, como um posto de observação para os combatentes. Em pouco tempo, uma ermida seria construída no local. Segundo a historiadora Sônia Queiroz, em 1765 a região já possuía 24 casas, cujos habitantes dedicavam-se à pecuária e agricultura para fins de subsistência.
Nos tempos seguintes, as terras ocupadas pelos primeiros povoadores foram, aos poucos, sendo subdivididas e compradas por outros proprietários. É interessante observar que a concessão de sesmarias era vinculada ao número de escravos possuídos pelo requisitante. A região integrava a Sesmaria do Picão. O território foi vendido ao alferes português Luís Ribeiro da Silva em 1772, e denominado como Campo Alegre. O alferes, ao contrário do que já se acreditou, não foi o “fundador” de Bom Despacho mas, de fato, doou as terras para o Patrimônio de Nossa Senhora do Bom Despacho, onde já existia uma capela e o processo de povoamento já havia se iniciado. Luís Ribeiro foi, por outro lado, um dos fundadores da Irmandade de Nossa Senhora do Bom Despacho, cujo objetivo era levantar fundos para a reforma da ermida. Surgia, paulatinamente, um povoado que com o tempo perdeu seu nome original, passando a ser chamado de Tabatinga.
Em 1813 foram registrados alguns dados estatísticos de Bom Despacho que demonstravam uma população estimada em 1.532 habitantes. Na época, o arraial já contava com um professor particular, Miguel Furtado de Mendonça, responsável pela educação dos filhos da aristocracia rural, que dominava a região. Em 1853, foi fundado o primeiro estabelecimento comercial do arraial, a Casa Assumpção. O proprietário era Faustino Antônio Assumpção, e seu comércio era famoso por vender um pouco de tudo: tecidos, ferragens, armarinho, material de construção, bebidas, cereais, açougue, verduras, óleo lubrificante, brinquedos, caixão ou seja, uma infinidade de mercadorias. Posteriormente, em seu lado externo, a casa de comércio ainda teria uma bomba de gasolina. O pequeno distrito começou a se desenvolver ao longo dos anos 1800 e não demoraria muito para o tema da emancipação surgir.
Em 1880, a freguesia de Bom Despacho desmembrou-se de Pitangui, passando a pertencer ao município de Inhaúma, atual Santo Antônio do Monte. Neste período, Bom Despacho tinha como vigário o famoso italiano Nicolau Ângelo Del Duca. Defensor do local, uniu um grupo de cidadãos para defender a independência municipal. O padre foi uma liderança entre a população e requereu durante anos, junto com a comunidade, a elevação do arraial à categoria de Vila. No entanto, o tema já perambulava pela Assembleia Provincial em 1872, quando o Deputado Gustavo Xavier Capanema discursou em favor da elevação da freguesia a vila. Um dos argumentos usados por Capanema foi a presença de fazendeiros abastados no povoado, todos, inclusive, possuidores de escravos.
Em 1900 foi inaugurada uma bica de água, instalada num paredão de pedra na região central da freguesia. Realizada por meio do Vigário Nicolau Del Duca, a “Biquinha” configurou-se como um dos marcos iniciais da Vila de Nossa Senhora do Bom Despacho. O local era usado para descanso de bandeirantes e aventureiros nos tempos mais antigos, e passou a ser utilizado pelas lavadeiras, para o abastecimento das casas próximas e espaço de lazer para muitas crianças.
A emancipação
Em 30 de agosto de 1911, através da Lei n° 556, Bom Despacho foi elevada à categoria de município. Neste contexto, a cidade possuía apenas dois mil habitantes na área urbana e dezesseis mil em todo o território. Em 1912 a Vila foi efetivamente instalada e seu primeiro grupo de vereadores foi eleito.
A cidade
Nos anos subsequentes, entre 1912 e 1920, foi criada a primeira escola pública estadual, o Grupo Escolar de Bom Despacho - atual Escola Municipal Coronel Praxedes. Também foram criados o Fórum, a Cadeia, o Clube Bom Despacho, o Aeroclube, e foi fundada a Companhia Força e Luz de Bom Despacho e a construção da Santa Casa. No início da década de 1920, consolidou-se a construção da Estrada de Ferro Paracatu que trouxe desenvolvimento social, urbano e cultural para Bom Despacho. Um empreendimento deste porte custou, além de recursos financeiros, recursos humanos. Desta forma, muitos trabalhadores migraram para a cidade em busca de emprego na ferrovia. Para recebê-los, foram erguidos galpões para alojamento de funcionários, oficinas de reparo das locomotivas, o Escritório Central e uma Vila Operária dos Funcionários da Estrada de Ferro Paracatu, construída em 1927. A Estação Ferroviária foi inaugurada em 21 de outubro de 1921 e marcou um período de desenvolvimento urbano, econômico, social e cultural da cidade.
Com a unificação das estradas férreas pelo acordo firmado entre o Governo Federal e o Estadual, o Escritório Central e as oficinas passaram, então, para Divinópolis. Disto, decorreu o esvaziamento da Vila Operária. Todavia, em julho de 1931, Flávio Cançado Filho, prefeito de Bom Despacho na época, conseguiu junto à Olegário Maciel, bom-despachense e governador de Minas, a implantação do Sétimo Batalhão de Caçadores Mineiros da Força Pública do Estado de Minas Gerais a ser instalado na vila. A partir daí, as 97 casas da Vila Operária foram ocupadas por Caçadores Mineiros, denominando-se Vila Militar.
Ainda nos anos 20, a cidade iniciou a construção da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Despacho. A construção da Matriz demandou mais de vinte anos, sendo dificultada pelas intempéries do tempo nas estações de chuva, e pela instabilidade econômica da época. A igreja foi erguida com a ajuda de toda a população. Operários da Estrada de Ferro Paracatu, soldados do Batalhão, e os mais variados cidadãos contribuíram de alguma forma para a construção, fosse trabalhando de forma voluntária, ou através de campanhas para arrecadação de doações, rifas, leilões, barraquinhas e quermesses. Desta forma, com um misto de fé e força de vontade, Bom Despacho se uniu em prol da efetivação da nova Igreja, consolidada em 1948.
Geografia
O relevo predominante na região de Bom Despacho são as formas planas, onde também são observadas as planícies fluviais dos Rios São Francisco, Pará, Picão e Indaiá, caracterizados por terraços e várzeas, com ocorrência de áreas de permeabilidade acentuada, sujeitas as inundações periódicas. Tais características geomorfológicas conferem à região uma topografia geral pouco acidentada. A vegetação, por sua vez, se forem excluídas as áreas reflorestadas com eucalipto, as pastagens e as áreas onde se desenvolve a agricultura, as formações vegetais de ocorrência no município são compostas por: cerrado, campo cerrado, capoeira, campos e matas ciliares ou de galeria. A rede hidrográfica bom-despachense tem como principais cursos de água, o São Francisco e o Lambari, na fronteira leste, e os rios Capivari, Machados e Picão, entre outros cursos de menor vulto. De modo geral, o município é bem servido de recursos hídricos.
O governo de Minas Gerais divide o território estadual em dez regiões de planejamento. Bom Despacho está localizado na Região VI, Centro-Oeste de Minas, onde é o 4º município mais populoso.
Clima
Em Bom Despacho, a estação com precipitação é abafada e de céu encoberto; a estação seca é de céu quase sem nuvens. Durante o ano inteiro, o clima é morno. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 13 °C a 32 °C e raramente é inferior a 9 °C ou superior a 36 °C.
Baseado no índice de turismo, a melhor época do ano para visitar Bom Despacho e realizar atividades de clima quente é do meio de abril ao início de setembro.
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 153,2 milímetros, em 20 de novembro de 2001.
Demografia
Imigração alemã

Na década de 1920, Bom Despacho recebeu duas colônias de imigrantes estrangeiros de nacionalidade predominantemente alemã. Nos dias de hoje, a tradição e a história destes imigrantes está quase totalmente esquecida.
Economia
No ano de 2023, o município acumula mais admissões que demissões, com um saldo de 364 funcionários. Até dezembro de 2023 houve registro de 176 novas empresas em Bom Despacho, sendo que 40 atuam pela internet.
Educação
A partir dos anos 2000, a cidade recebeu sua primeira universidade, a FUNPAC – Fundação Universidade Presidente Antônio Carlos, posteriormente chamada de UNIPAC, ALIS e atual UNA, oferecendo diversos cursos superiores a população. Foi instalado, ainda, o SESC-Laces, polo de entretenimento e lazer em Bom Despacho. Mais recentemente, a cidade foi agraciada com um hemocentro para atender os habitantes com problemas renais e a Universidade Aberta do Brasil – UAB, que oferece ensino de qualidade à distância e gratuito.
A cidade a partir de 2016 passou a ter um campus do Centro Universitário UNA, que conta com 17 cursos de diversas áreas do conhecimento.
Referência para o texto: Wikipédia ; Weather Spark ; Caravela .

quinta-feira, 18 de abril de 2024

TUCANO - BAHIA

Tucano é um município brasileiro do estado da Bahia, localizado no Nordeste Baiano. Sua população, de acordo com o censo de 2022 do IBGE, era de 48.736 habitantes.
Topônimo
A origem do nome do município se deve ao fato de que, nas matas da região, havia uma diversidade de aves, dentre as quais o tucano. Outros afirmam que o topônimo se deve aos primeiros habitantes da região, os indígenas tucanos, mas esse grupo só é encontrado na Amazônia.
História
A colonização da região de Tucano ocorreu no final do século XVII e início do século XVIII, tendo ocorrido por meio da pecuária.
Na década de 1720, foi criado, no local de uma antiga aldeia de indígenas cariris (localizado onde hoje é a sede de Tucano), um aldeamento missionário para a catequese dos mesmos, no qual, por volta de 1727, um frei de nome Apolônio edificou uma capela em louvor a Senhora Santana. Sob influência catequista, essa povoação cresceu, sendo elevada, em 1754, à categoria de freguesia, com o nome de Santana e Santo Antônio de Tucano, subordinada à vila de Itapicuru de Cima.
A Lei Provincial nº 51, de 21 de março de 1837, elevou a Freguesia de Tucano à categoria de vila, com o nome de Imperial Vila do Tucano, desmembrando-a de Itapicuru. A instalação da nova vila ocorreu dois meses depois, aos 26 de maio daquele ano.
Devido a sucessivas secas, por meio dos Decretos Estaduais n.º 7.455 e n.º 7.479, de 23 de junho de 1931 e 8 de julho de 1931, respectivamente, extinguiu-se a vila de Tucano, a qual foi anexada ao município de Cipó como um simples distrito. Tucano foi elevada novamente à categoria de município, se desmembrando de Cipó, por meio do Decreto Estadual n.º 8.447, de 27 de maio de 1933, sendo reinstalada em 24 de junho do mesmo ano.
Em 1948, durante perfurações para prospecção de petróleo na Fazenda Macaco, foram descobertas águas termais, transformando essas fontes em um atrativo turístico importante da região. Ao redor dessas termas, formou-se o povoado de Caldas do Jorro.
Caldas do Jorro, ou simplesmente Jorro, é um distrito de Tucano, município do estado brasileiro da Bahia. Em função de disputas territoriais, o pertencimento a Tucano foi reconhecido em novembro de 2018 pelo governo da Bahia.
O distrito abriga uma estância hidromineral na Praça Ana Oliveira, cujas águas sulfurosas a 48 graus Celsius são oriundas de dois lençóis freáticos distantes 1.861 metros da superfície. Em função das águas termais, o distrito é destino do turismo balnear.
Economia
A economia do município de Tucano é baseada na agricultura (sobretudo de milho e feijão), pecuária (de bovinos, caprinos e ovinos) e turismo (tendo como principal atrativo as águas termais de Caldas do Jorro). Além disso, há uma vocação para a manufatura artesanal.
Clima
Em Tucano, o verão é longo, quente e de céu quase encoberto; o inverno é curto, morno, de ventos fortes e de céu quase sem nuvens. Durante o ano inteiro, o tempo é abafado. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 18 °C a 35 °C e raramente é inferior a 16 °C ou superior a 38 °C.
Baseado no índice de praia/piscina, a melhor época do ano para visitar Tucano e realizar atividades de clima quente é do fim de maio ao meio de outubro.
A estação quente permanece por 6,1 meses, de 2 de outubro a 5 de abril, com temperatura máxima média diária acima de 34 °C. O mês mais quente do ano em Tucano é janeiro, com a máxima de 35 °C e mínima de 22 °C, em média.
A estação fresca permanece por 2,4 meses, de 6 de junho a 17 de agosto, com temperatura máxima diária em média abaixo de 31 °C. O mês mais frio do ano em Tucano é julho, com a mínima de 18 °C e máxima de 29 °C, em média.
Fontes para referência: Wikipédia e Weather Spark .

segunda-feira, 15 de abril de 2024

ÓBIDOS - PARÁ

Óbidos é um município brasileiro do estado do Pará, no norte brasileiro, a uma latitude 01º55'03" sul e longitude 55º31'05" oeste.
A cidade foi erguida na margem esquerda do Rio Amazonas, distante 1.100 quilômetros de Belém por via fluvial, em um trecho onde as margens daquele rio tornam-se mais estreitas e o seu canal mais profundo, formando, como se diz na região, a "garganta do rio Amazonas", ou a "fivela do rio", como preferem outros. Nesse ponto a largura do rio é de cerca de 1.890 metros em seu leito normal. Tem origem num forte erguido em 1697, tendo o município sido criado em 1755, em homenagem à vila portuguesa de mesmo nome.
A base da economia local foi no passado o que convencionou-se chamar de drogas do sertão, a fibra da juta, o cacau, a madeira, a castanha do Pará e a pesca, hoje, somando-se aos dois últimos que ainda persistem, tornou-se preponderante a pecuária, e a agricultura de subsistência ligada a produção de farinha de mandioca.
A cidade está equipada com um porto fluvial que permite a atracação de navios de porte regional, que podem transportar passageiros e cargas fazendo também escoamento da produção da região. No campo das artes, Óbidos é a cidade onde nasceram Inglês de Sousa, jurista, contista e romancista e o cofundador da Academia Brasileira de Letras, José Veríssimo, historiador e romancista.
História
Nas primeiras explorações do rio Amazonas, os portugueses observaram o estreitamento do rio naquela passagem e, conforme as ideias militares de então, reconheceram a necessidade de fortificar o ponto.
Foi, no entanto, o capitão-general do Grão-Pará Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho que enquanto subia o rio Amazonas, em 12 de dezembro 1697, verificou a necessidade de construir naquela passagem estreita um posto fortificado. Assim, determinou a Manuel da Mota e Siqueira, que abandonasse o projeto de construir um forte no Araqui e fosse edificá-lo acima do rio Tapajós, onde hoje localiza-se a cidade de Óbidos:
“[...] está obrigado a fazer o superintendente Manoel da Motta no Araqui vos parecer melhor a vá fabricar em outra paragem acima dos Tapuyas no Rio das Amazonas da parte do norte aonde estreita de qualidade que qualquer peça alcança a outra parte e que assim lhe determináveis ordenar.”
—  Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho, em carta de 12 de dezembro 1697 ao rei Pedro II de Portugal.
A construção do forte possivelmente iniciou-se no ano seguinte, visto que, em resposta de um relatório enviado por Albuquerque de Carvalho, em 27 de julho de 1698, o rei Pedro II lhe agradece pelo empenho na edificações das fortalezas ao longo do rio Amazonas (conforme Carta Régia de 9 de dezembro de 1698), citando nominalmente a do "Lugar Estreito" (nome inicial de Óbidos).
A Missão dos Pauxis, encabeçada pelos jesuítas, foi iniciada no princípio do século XVIII, não no Forte do Lugar Estreito, porém numa área mais próxima da foz do rio Trombetas. Somente anos mais tarde é que os religiosos moveram a missão para o Lugar Estreito, que então ficou conhecido como Forte de Santo Antônio dos Pauxis de Óbidos.
Formação administrativa
Elevado à categoria de vila com a denominação de Óbidos, por Carta Régia do rei José I de Portugal, de 26 de junho de 1755, e, em 25 de março de 1758, por decreto do capitão-general do Grão-Pará Francisco Xavier de Mendonça Furtado, ratificando o ato. A sede ficou estabelecida no Forte e Missão dos Pauxis, agora com o nome de Óbidos.
Em 1822 foi criada a primeira instituição de ensino da localidade, o Liceu de Óbidos, que na virada do século XX recebeu o nome de Grupo Escolar José Veríssimo, e; na década de 2000 foi transformada em Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental José Veríssimo.]
Somente foi elevada à condição de cidade, com a denominação de Óbidos, pela Lei Provincial n.º 252, de 2 de outubro de 1854, assinada pelo presidente do Grão-Pará Sebastião do Rego Barros.
Segunda metade do século XIX
Em 1848 o bispo do Pará, dom José Afonso de Morais Torres ordena a criação na cidade do Seminário São Luiz Gonzaga (atual Escola Municipal São Francisco), cujo sustento recebeu ajuda popular e uma contribuição da Fazenda Provincial.
Em 24 de janeiro de 1854, através de um "Aviso Reservado", o governo imperial autoriza a reconstrução da Fortaleza de Pauxis, com um novo projeto de construção apresentado pelo major Marcos Pereira Salles; esta reconstrução vinha a calhar com o interesse do governo manifestado em 17 de julho de 1854, quando é instalado destacamento "Colônia Militar de Óbidos", que servia como posto de controle alfandegário, posto de vigilância e recinto penal.
Em 1854 é criado o "Gabinete de Leitura Obidense", considerada a primeira Biblioteca Pública de Óbidos, que possuía um acervo de 1.300 livros. Outra instituição importante surgida na segunda metade do século XIX, foi o Teatro Bom Jesus, inaugurado em 21 de junho de 1873, construído as expensas da população local. Seus trabalhos eram liderados pelo juiz da comarca local Cassimiro Borges Godinho de Assis, que também era músico flautista e teatrólogo, além de escrever suas próprias peças, entre elas "O Filho do Lavrador" e o "Jangadeiro de Recife", entre outras.
A segunda metade do século XIX é marcada pela expansão da economia da borracha no vale amazônico. Nisto, numa preocupação em defender a navegação entre Belém e Manaus, o Império do Brasil decidiu por construir em Óbidos o Forte Gurjão, uma estrutura defensiva dotada de canhões crupe, de fabricação alemã, com alcance de dez mil metros e movimentação vertical e direcional. Estava localizado fora dos limites urbanos (na Serra da Escama), possuindo um quartel, residência para os oficiais e uma unidade militar com oficiais de alta patente e um efetivo de mais de 200 homens. O período da economia gomífera permitiu também que Óbidos recebesse infraestrutura de energia elétrica, obtida pelo funcionamento de caldeira a vapor, além de água encanada e projeto urbanístico arquitetônico que previa banheiros internos residenciais. Construiu-se também um reservatório de água ao lado das residências dos oficiais. Óbidos foi a primeira cidade interiorana da Amazônia a dispor de luz elétrica e água encanada.
Primeira metade do século XX
Em 1924, no contexto do movimento tenentista da Comuna de Manaus, o tenente Joaquim de Magalhães Barata ocupou militarmente Óbidos, tendo a seu comando uma tropa sublevada do exército que partiu de Manaus com a missão de ocupar Belém. Sem confronto, o movimento ofereceu rendição em Óbidos e Barata foi preso.
Uma nova rebelião irrompeu em Óbidos no contexto da Revolução Constitucionalista de 1932, sob comando de Athenógenes Pompa de Oliveira. Tomaram a sede do 4º Grupo de Artilharia de Costa, o Forte Gurjão, sendo a primeira manifestação efetiva de apoio à causa constitucionalista no norte do Brasil, após 50 dias de combate efetivo no centro sul nacional. Com a ameaça de retomada da fortificação aquartelada, os rebelados tentaram recuada pelo rio e deu-se o único combate naval dos 64 registrados durante a Revolução Constitucionalista, a "batalha de Itacoatiara". A batalha foi vencida pelas tropas governamentais, lideradas pelo então interventor Barata.
Segunda metade do século XX
A partir do ano de 1969, Óbidos é incluída nas disposições como Área de Segurança Nacional, com o território municipal sendo administrado diretamente sob ordens federais. Durante a ditadura militar brasileira o território obidense foi ligado por via rodoviária com a abertura da BR-163.
Na madrugada do dia 19 de setembro de 1981 ocorreu a maior tragédia fluvial da bacia do rio Amazonas, quando 340 passageiros do barco Sobral Santos II morreram num trágico naufrágio. O navio, que fazia o itinerário Santarém/PA - Manaus/AM, saiu com sobrecarga de Santarém, com cerca de 530 passageiros e 200 toneladas de carga; porém constavam apenas 430 nomes no registro de tripulação. Além disso, segundo os sobreviventes cerca de outros 100 tripulantes embarcaram de dois outros barcos no trajeto. Às 3 da manhã da data do naufrágio, o barco atracava no porto de Óbidos. No desembarque, uma das cordas que prendiam o barco arrebentou e ele começou a inclinar. O pânico dos passageiros em direção à saída desestabilizou o peso da embarcação, que fez com que as cargas soltassem e prendessem os passageiros - os que não ficaram presos se atiraram ao rio. O navio naufragou em menos de 10 minutos, sendo que apenas 178 pessoas conseguiram ser socorridas com vida; no cômputo, oficialmente 12 corpos nunca foram localizados, muito embora haja possibilidade deste número ser de mais de 120 pessoas, visto o ataque de piranhas aos corpos e a correnteza ter carregado vítimas para longe da área de buscas.
Geografia
Óbidos está a uma altitude de 46 metros acima do nível do mar. O município possui 52.229 habitantes, de acordo com o censo do IBGE, de 2022, distribuídos em 228.021 km² de extensão territorial.
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), desde 1974 a menor temperatura registrada em Óbidos foi 19 °C em 1976, nos dias 11 de janeiro e 8 de fevereiro, e a maior atingiu 39 °C, em 5 de outubro de 1975. O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi 187,1 milímetros (mm), em 11 de dezembro de 1990. Janeiro de 2000, com 508,1 mm, foi o mês de maior precipitação.
Economia
Óbidos é uma pequena cidade que se destaca pelo alto crescimento econômico e por apresentar novas oportunidades de negócios. A baixa regularidade das vendas no ano e o baixo potencial de consumo são os pontos de atenção.
De janeiro a fevereiro de 2024, foram registradas 93 admissões formais e 92 desligamentos, resultando em um saldo positivo de 1 novos trabalhadores.
Até março de 2024 houve registro de 6 novas empresas em Óbidos, sendo que a maioria delas atua com estabelecimento fixo.
A participação do comércio, somado aos serviços de alojamento e alimentação, representa 12% do total de trabalhadores e está concentrada nos supermercados e lojas de variedades e nas lojas de roupas e calçados, que empregam 207 trabalhadores. Ao todo, existem 36 modalidades diferentes de comércio na cidade, das 74 possíveis. Com isso, a diversidade do comércio de Óbidos é considerada média. Enquanto a diversidade dos serviços é alta.
Infraestrutura
Transportes

As únicas rodovias que ligam a sede municipal são o braço da BR-163, que estende-se até a cidade de Curuá, e a PA-254, com quem a BR-163 faz entroncamento para ligar a cidade de Óbidos à cidade de Oriximiná e ao restante dos municípios da Calha Norte.
Existe também o Aeroporto de Óbidos (SNTI), que fica fica ao norte do município a cerca de 5 km do centro da cidade, às margens da BR-163.
Entretanto o principal meio de transporte do município ainda é o fluvial, tanto que a principal facilidade logística é o Porto de Óbidos, de onde movimenta-se a maioria dos passageiros e cargas com destino e partindo de Óbidos.
Educação
O município alberga um dos campus da Universidade Federal do Oeste do Pará, que oferece, em período regular, a graduação em pedagogia.
Cultura e lazer
As principais atrações locais são as construções do século XVII, destacando-se o Forte dos Pauxís (1697), restaurado, e a Fortaleza Gurjão, que se encontra em ruínas; também subsistem centenas de construções antigas residenciais e comerciais de arquitetura colonial portuguesa no centro da cidade. Óbidos é conhecida como "a mais portuguesa das cidades do Estado do Pará". Outras atrações são os igarapés de águas cristalinas como Curuçambá e a pesca esportiva no Mamaurú.
O município festeja, no mês de Julho, a sua padroeira Senhora Sant'Ana, ocasião em que são feitas inúmeras apresentações folclóricas como a do boi-bumbá e a da "garcinha" (criação do poeta Saladino de Brito), tendo como ápice das festas o Círio, com a procissão fluvial.
Atualmente Óbidos tem como seu principal evento o carnaval. A festa dura mais de uma semana, e é conhecida como "Carnapauxis"; a cada ano o evento tem crescido, com blocos organizados que saem às ruas com mais de dez mil foliões.
Referência para o texto: Wikipédia ; Caravela .

quinta-feira, 11 de abril de 2024

LAGOA DA PRATA - MINAS GERIAS

Lagoa da Prata é um município brasileiro do estado de Minas Gerais, localizado no centro-oeste mineiro, mais especificamente na mesorregião Central Mineira, a 211 km da capital do estado Belo Horizonte. Com cerca de 51.412 habitantes em 2022, segundo o IBGE, Lagoa da Prata é conhecida por sua bela lagoa, principal ponto turístico da cidade. Segundo relatos, a cidade recebeu esse nome porque frades franciscanos viram a imagem da lua refletida na lagoa e assemelharam a luz do luar ao brilho da prata, e desde então passaram-se referir ao local onde hoje é a cidade como "lagoa das pratas".
História
Em 1789, ao desmembrar-se de Tiradentes, foi criado o município de Itapecerica constituído de 34 distritos (ou divisões) chamados ordenanças do reino. Dentre eles, havia uma parte chamada de Pântano (onde encontra-se hoje o município de Lagoa da Prata), a 12ª localizada. Outra era Santo Antônio do Monte.
A ocupação do local onde hoje se encontra a cidade iniciou-se com um açude, construído por um português de nome Novato, que desejava moinhos e monjolos. Com a ampliação de seu aterro e afluência do pântano adjacente, o pequeno açude transformou-se em lagoa. Por volta de 1850, o tenente Francisco Bernardes adquiriu grande extensão de terras à margem do rio São Francisco. Bernardes adquiriu grande extensão de terras à margem do rio São Francisco e ali se estabeleceu comercialmente, dedicando-se depois à agricultura. Quando de sua morte, a fazenda foi adquirida por seu sobrinho Coronel Carlos José Bernardes Sobrinho, que a transferiu para as proximidades da citada lagoa, dedicando-se à comercialização de café e de bois.
Em pouco tempo, havia grande número de habitantes entre agregados, familiares e empregados. Posteriormente, o Coronel Carlos Bernardes doou um terreno para a construção da igreja sob o orago de São Carlos, em torno da qual se desenvolveu o povoado. Certo dia, alguns frades missionários, passando às margens da lagoa, observaram reflexos do sol nas águas. Referiram-se ao local como “Lagoa da Prata”.
Um trecho extraído do livro: História de Lagoa da Prata, por Acácio Mendes, conta a história da origem do nome do que seria então o município:
“Um dia apontando-se à beira desse açude uns Frades Fransiscanos que andavam pregando Missões e que ali, naturalmente para fazer um lanche e descansar umas horas, num dia calmo, o sol a pino e quando as águas do açude, serenas e mansas, eram sacudidas pelo sopro da brisa que, tranquilamente faziam um reflexo à tona d`água. Nessa ocasião os raios do sol naqueles refluxos davam a impressão de moedinhas de prata caindo sobre as águas; e, então daquele comentário ficou a lembrança das pratas caindo na lagoa. E logo no primeiro pouso, como nos demais, sempre que os frades queriam se referir àquela lagoa onde haviam descansado e que não tinha ainda nome, diziam: – ‘Na lagoa das pratas’, e os frades por “lagoas das pratas” e o vulgo foi então substituindo o plural pelo mais simples: Lagoa da Prata. De modo que, quando Carlos Bernardes, em 1875, edificou em seus arredores o seu palacete, já encontrou batizada a Lagoa da Prata”.
Carlos Bernardes morre de forma súbita em 1900. Na 1ª missa na capela ainda em construção, o Monsenhor Otaviano José de Araújo, vigário de Santo Antônio do Monte dá a capela o nome de São Carlos e conclama ao povo a modificação do nome do lugar, que passa a chamar-se São Carlos do Pântano. No entanto, em 1916, mesmo com a alteração do nome, na criação da via ferroviária e parada que passava pela região, os moradores batizaram a nova estação com o nome da lagoa, inaugurando-se assim a Estação de Lagoa da Prata.
O povoado foi subordinado ao município de Santo Antônio do Monte por um tempo, se separando deste com o passar das décadas. Em 1923 foi criado o Distrito de Lagoa da Prata, e em 1938 veio sua separação e emancipação, tornando-se o Município de Lagoa da Prata.
A topografia plana e a fertilidade das terras atraíam migrantes e empresas. O município tornou-se grande produtor de cereais, de cana-de-açúcar e reunia significativo rebanho bovino. Com a implantação da indústria açucareira e de balas e caramelos, originou-se novo afluxo de pessoas.
Geografia
O município de Lagoa da Prata está situado a 658 metros de altitude e apresenta como clima predominante o tropical com estação seca (Aw, segundo Köppen). A temperatura média anual é de 21,8 °C, sendo que no verão pode passar da casa dos 30 °C e no inverno ir próximo a 10 °C.
A cidade está situada em uma das regiões de Minas Gerais que registra os maiores índices pluviométricos e possui duas estações do ano bem definidas: um verão chuvoso e quente entre os meses de outubro e março, e um inverno frio e seco entre maio e setembro. A precipitação média anual é de 1.512mm.
A cobertura vegetal natural predominante é o Cerrado e suas variantes, porém hoje apenas pequenos remanescentes da vegetação natural encontram-se intactos, devido ao intenso desmatamento para cultivo de pastagens e atividades agrícolas como a cultura da cana-de-açúcar.
Em parte do município encontram-se regiões de cerrado propriamente dito (gramíneas, arbustos e árvores esparsas com caules retorcidos e raízes longas), regiões de formação florestal conhecidas como Cerradão (principalmente em regiões mais férteis e de melhor oferta hídrica), campos limpos (com predomínio de gramíneas), matas ciliares (matas que acompanham os rios) e veredas (solos encharcados com ocorrência abundante de buritis (Mauritia flexuosa), muito comuns em Lagoa da Prata, como observado na própria Praia Municipal e no Parque dos Buritis).
Lagoa da Prata está localizada no Centro-Oeste de Minas Gerais, no Alto São Francisco, com área de 439,984 km², a 211 km de Belo Horizonte, capital do estado.
Economia
A economia do município é diversificada. A agropecuária é voltada principalmente para laticínios e usina de álcool e açúcar. A cidade é tomada em seus arredores por plantações de cana-de-açúcar. Quando não estão plantadas em terreno próprio da Usina local (arrendada ao Grupo Francês Louis Dreyfus), estão plantadas em terrenos arrendados de antigos produtores rurais.
Na cidade estão instaladas indústrias que aquecem a economia local e empregam grande parte da população: no ramo alimentício se destacada a Embaré Indústrias Alimentícias e no farmacêutico a Pharlab. Além destas, o comércio é muito importante para economia local, especialmente o relacionado à indústria de bicicletas e motocicletas, já que conta com grandes distribuidoras do ramo, como a LM Motos, LM Bike, Athor Bike, Total Maxparts e Gominha Pneus. A cidade também tem indústrias expressivas na produção de pelúcias.
Turismo
O município faz parte do circuito turístico Grutas e Mar de Minas.
Filhos notórios
- Gilberto Silva, ex-futebolista profissional e campeão da Copa do Mundo FIFA de 2002.
- Núbia Soares, triplista e representante do Brasil nos Jogos Olímpicos de Verão de 2016 e 2020.
Referência para o texto: Wikipédia .

segunda-feira, 8 de abril de 2024

TOBIAS BARRETO - SERGIPE

Tobias Barreto, antiga Vila de Campos do Rio Real, é um município brasileiro do estado de Sergipe, na Região Nordeste do Brasil. Fundada em 1835, a cidade encontra-se na região do Vale do Rio Real do Estado. Além de Tobias Barreto, estão nessa região os municípios de Poço Verde, Itabaianinha, Tomar do Geru e Cristinápolis.
Geografia
Localiza-se a uma latitude 11º11'02" sul e a uma longitude 37º59'54" oeste, estando a uma altitude de 158 metros. Tobias Barreto situa-se ás margens de uma importante rodovia federal, a BR-349, constituindo-se em um importante entroncamento rodoviário, o que permite a integração da cidade com os maiores centros urbanos da Bahia e consequentemente de Goiás, a cidade fica a 128 km da capital Aracaju. Vem se destacando como um dinâmico centro de serviços para a região e por ser a cidade de maior expressão politica e econômica, sendo conhecida como a Capital do Vale do Rio Real.
A geografia conferiu uma posição privilegiada a cidade de Tobias Barreto em relação as outras cidades do Vale do Rio Real, estando a apenas 30 km de Itabaianinha, 43,9 km de Tomar do Geru, 55 km de Poço Verde , 57 km de Cristinápolis no Estado de Sergipe e a apenas 31,5 km de Itapicuru (Bahia), 43,7 km de Olindina, 40 km de Rio Real (Bahia) e a 65 km de Nova Soure, cidades estas que pertencem ao vizinho Estado da Bahia, dentre outras cidades próximas.
Exatamente por causa de sua posição estratégica no Vale do Rio Real, em Tobias Barreto se encontram estabelecidas as sedes de diversos órgãos públicos e de caráter privado estaduais e também federais com competência e atribuição regional, o que a classifica como Centro regional na Hierarquia urbana estadual.Cidade-polo de referência para toda a região do Vale do Rio Real, exercendo também sua função regional através de órgãos como o Escritório Regional da Junta Comercial do Estado, Instituto Nacional do Seguro Social,  Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, 11º BPM, Delegacia Regional de Polícia Civil, Instituto Federal de Sergipe,  Presídio Regional, CREAM, Posto Regional do Instituto de Identificação, Departamento Estadual de Trânsito de Sergipe, Centro de Especialidades Odontologicas, NAT, além de intensa atividade comercial e de serviços que atende às cidades do Vale do Rio Real.
O comércio de Tobias Barreto é seguramente o maior da região. O centro comercial em desenvolvimento, atende, inclusive, às cidades do vizinho Estado da Bahia, através de sua feira semanal, com sua área de influência atingindo todo o vale do rio Real sergipano e também o vale do rio Real baiano, penetrando pelos municípios baianos vizinhos.
O município localizado estrategicamente na parte central de sua área de influência alcança uma população que supera os 300 mil habitantes, distribuídos em municípios próximos num raio de 50 km, justamente por causa de sua posição privilegiada e sua infraestrutura de polo econômico regional, atendendo entre 14 a 20 municípios nos estados de Sergipe e Bahia e mais de 300 mil habitantes.
Demografia
É o sétimo município mais populoso de Sergipe, com uma população, pelo censo de 2022, estimada
em 50.905 habitantes, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Topônimo
Tobias Barreto foi uma homenagem a um ilustre habitante da região de nome Tobias Barreto de Menezes.
Clima
Segundo dados da Estação Meteorológica Particular (PWS), a temperatura mínima absoluta registrada em Tobias Barreto foi de 15,0 °C, em 9 de agosto de 2022, e a máxima absoluta de 39,4 °C, em 27 de fevereiro de 2020. O maior acumulado de precipitação em 24 horas atingiu 145,5 mm, em 29 de novembro de 2022. ,
Economia
Tobias Barreto é uma pequena cidade que se destaca pelo alto crescimento econômico e por apresentar novas oportunidades de negócios. Por outro lado, o baixo potencial de consumo é um fator de atenção.
No ano de 2023, o município acumula mais admissões que demissões, com um saldo de 201 funcionários, onde destacam-se positivamente a fabricação de artefatos têxteis (65), o transporte rodoviário (61) e as atividades de ensino (21). Além disso, houve incremento de 100 novas empresas na cidade,
sendo que 2 atuam pela internet.
Turismo
Tobias Barreto é umas das principais cidades turísticas do estado de Sergipe e oferece muito artesanato e bordados de vários tipos (richelieu, crivo, ponto e cruz, caseado etc). Seu fluxo maior de turistas são nas segundas-feiras e nos eventos e festas anuais do município.
- Circuito das Pastagens e Águas - É a região  que se localiza no nordeste, centro, sul e leste do município. Chamado assim porque é nessa área que estar localizado a maior criação de bovinos, ovinos, caprinos, asininos e mulas e também onde  estar concentrado a maior quantidade de rios e riachos do município de Tobias Barreto, e as áreas alagadiças na estação mais chuvosa (inverno), ocupando a maior parte da Planície Tobias Barreto e suas ramificações.  Os principais povoados são: Barrinha de Santa Luzia (Barriga),  Jacaré, Vila Samambaia, Capitoa, Nova Brasília, Jabiberi, Fontinha, Boiadeira, Batata, agrovila, Saquinho e Campo Pequeno, ou seja, quase todos dos povoados do município. Eles tanto servirão como ponto de partida para as trilhas, eventos, atrações e pontos turísticos nas Pastagens e Águas, como também servirão como ponto de partida para a subida nas serras, ao encontro das trilhas já existentes. Nessa área também estão localizados vários lugarejos que fazem parte das regiões de cada povoado.
- Feira da Coruja - A cidade ficou conhecida nacionalmente por suas tradicionais feiras. A principal delas é a Feira da Coruja, assim chamada por ser realizada durante a madrugada da segunda-feira. Os comerciantes que participam da feira trabalham 24h sem parar: das 17h do domingo às 17h da segunda-feira. São comercializados artigos de cama, mesa, banho, vestuário adulto e infantil, além do artesanato sendo seu maior foco o bordado a pintura e a cerâmica.
- Igreja Matriz - Fundada por volta de 1599 a 1622, coincidindo com a fundação da cidade, e em 20 de outubro de 1718 foi criada a freguesia de Nossa Senhora dos Campos de Rio de Cima pelo arcebispo da Bahia, Dom Sebastião Monteiro da Vide. No frontispício da igreja tem a data de 1872, essa data é do término da sua construção. Assim foi se desenvolvendo e sendo admirada por todos que a visitam. A Igreja Matriz de Nossa Senhora Imperatriz dos Campos hoje é conhecida como um verdadeiro santuário.
- Secretaria de Cultura - Uma antiga casa de um historiador da terra já falecido, (José Francisco de Menezes) datada de 1905 foi locada pela prefeitura da cidade e lá funciona a sede da Secretaria de Cultura e o Memorial José Francisco de Menezes. Inaugurada em 21 de agosto de 2009, possui um grande acervo de livros, peças antigas e belas paisagens nas paredes pintadas por artistas plásticos da cidade do estado e do exterior.
- Memorial de Tobias Barreto -  Inaugurado em 07 de junho de 2000, localiza-se na principal avenida da cidade, funciona no antigo prédio da prefeitura, possibilitando ao visitante conhecer melhor a história da cidade e de seu filho mais ilustre Tobias Barreto de Meneses.
- Monumento Tobias Barreto de Menezes - Foi inaugurado na praça do cruzeiro em dezembro de 2000. Tobias Barreto de Menezes é o filho mais ilustre da terra, reconhecido e aplaudido mundialmente. Nasceu em 7 de junho de 1839 na Vila de Campos, hoje Tobias Barreto, filho de Pedro Barreto de Menezes e Emerenciana Maria de Jesus. Morou e estudou em Sergipe nas cidades de Estância, Itabaiana e Lagarto. Foi para Bahia passou quase um ano, mudou-se para Pernambuco, casou-se e teve nove filhos. Faleceu na cidade de Recife vítima de uma lesão cardíaca aos 50 anos de idade suas últimas palavras foram: Sentem-me, quero morrer como um soldado Prussiano. Foi jurista, professor, filósofo, poeta, escritor, crítico literário, jornalista e político.
- Serra do Canine - Localizada próximo ao povoado Jabeberi, no lado direito sentido Aracaju/Tobias Barreto é considerado o ponto mais alto do município e o segundo do estado, rodeada de muito verde permite uma vista panorâmica.
- Recanto da Serra - Localiza-se na comunidade do jacaré, a 23 km da cidade um verdadeiro encontro com a natureza, lá o turista encontra Trilha, museu, área de acampamento, casa reciclada, ponte do rio que cai, passeia de cavalo e de bicicleta de época.
- Casa de Tobias Barreto - Local onde nasceu o intelectual Tobias Barreto de Meneses, hoje funciona uma biblioteca infantil. Localiza-se na Avenida 7 de Junho.
- Capela da Santa Cruz - Construção do século XIX, teve uma restauração em 1911 e hoje conserva os mesmos aspectos da última restauração.
- Mirante da Oração - Localizado na Serra da Saúde, no Povoado Vila da Samambaia.
- Carnaval - Teve início no século XX, em 1943, com os cordões de bloco que eram divididos em dois partidos o Peba e Cabaú. Depois passou a ser nos clubes da antiga Sede e na Associação Atlética, no começo dos anos 70 foi fundado o trio elétrico O Zebrão e a partir de 1982 começaram a vir para cidade os trios elétricos de Salvador - Bahia. Em 1993 o carnaval passou a ser antecipado, visando trazer melhores atrações nacionais. Hoje é conhecido nacionalmente como Carnatobias.
- Semana Cultural - Acontece de 01 a 07 de Junho em comemoração ao aniversário de Tobias Barreto de Menezes.
- Festa da Padroeira Nossa Senhora Imperatriz dos Campos - Teve início no paroquiado do Pe. João de Figueiredo Matos (Pe. João de Matos), em 1885 foi evoluindo até a entrada do Pe. João Barbosa de Souza que permaneceu na paróquia por 22 anos e foi nesse período que a festa se popularizou sendo considerada uma das melhores do Estado. É realizada no dia 15 de agosto ou no domingo mais próximo a essa data. Também é nessa ocasião que acontece o Encontro dos Filhos, Amigos e Visitantes da Festa de Nossa Senhora Imperatriz dos Campos, sempre no penúltimo dia da festa, no sábado, eles se reencontram todos os anos para colocarem o papo em dia e matar a saudade.
Tobiarte - É um evento Cultural, idealizado em 2010 por motivos da Emancipação Política do Município. Acontece no mês de outubro e tem o dia 23 como a data de referência. Durante uma semana acontece simultaneamente em alguns pontos da cidade apresentações como teatro, música, dança e shows. Em outubro, a capital da costura vira a capital da Cultura.
- Lagoa da Porta -  Ponto turístico interessante em Tobias Barreto, onde para dar mais conforto e segurança, as vias de acesso foram fechadas, garantindo apenas a circulação de pedestres, e os comerciantes foram realocados para espaços corretos.
Referência para o texto: Wikipedia ; Caravela ; Site da Prefeitura Municipal .