quarta-feira, 30 de julho de 2025

TORRES - RIO GRANDE DO SUL

Torres é um município brasileiro situado no extremo norte do litoral atlântico do estado do Rio Grande do Sul. A paisagem da cidade se destaca por ser a única região praiana do Rio Grande do Sul em que sobressaem paredões rochosos à beira-mar, e por ter à sua frente a única ilha marítima do estado, a Ilha dos Lobos. 
A área onde hoje se encontra a cidade tem sido habitada pelo homem desde há milhares de anos, existindo testemunhos físicos na forma de sambaquis e outros achados arqueológicos. No século XVII, durante a colonização do Brasil pelos portugueses, por estar encravado em um estreitamento da planície costeira sulina, o local passou a se constituir rota de passagem obrigatória para os tropeiros e outros desbravadores e aventureiros luso-brasileiros vindos do norte pelo litoral - a única outra passagem que havia então era por cima do planalto de Vacaria - e que buscavam os rebanhos livres de gado que se multiplicavam no pampa mais ao sul e caçavam os indígenas para fazê-los escravos. Muitos acabaram por se fixar na região e se tornaram estancieiros e pequenos agricultores. E por dispor de morros junto à praia, logo foi reconhecido seu valor estratégico como ponto de observação e controle de passagem, de importância militar e política no processo de expansão do território português sobre o espanhol. Foi fundada ali na última quadra do século XVIII uma fortificação, que entretanto logo foi desmantelada quando a conquista se efetivou. 
A construção da Igreja de São Domingos no início do século XIX atraiu para seu entorno muitos dos residentes dispersos na região, estruturando-se desta forma um povoado. Sua evolução ao longo deste século, porém, foi morosa, mesmo tendo recebido levas de imigrantes alemães e italianos, sobrevivendo numa economia basicamente de subsistência. A expansão econômica, social e urbana só aconteceu a partir do início do século XX, quando em vista de sua bela paisagem, clima ameno e boas praias de banho, o potencial turístico da cidade foi descoberto e passou a ser explorado. Desde então cresceu com mais vigor e celeridade, chegando hoje a se tornar uma das praias mais procuradas do estado, recebendo no verão um público flutuante mensal de 200.000 pessoas, muitas delas estrangeiras, vindas principalmente dos países do Prata. Isso contrasta com as dimensões de sua população fixa. Não por isso deixou de desenvolver uma economia consistente e boa infraestrutura para atender a esta demanda turística, sua fonte principal de renda. 
Enquanto o turismo trouxe progresso e crescimento, tornando a cidade um polo estadual para eventos, festas, competições esportivas, espetáculos e outras atrações, trouxe também sérios problemas para o meio ambiente e a cultura tradicional. Antes coberta pela Mata Atlântica, de biodiversidade especialmente rica pela variedade de ambientes criados pela geografia complexa da área, hoje tem este patrimônio natural severamente ameaçado e muito reduzido, com poucas áreas preservadas, já tendo perdido muitas espécies e estando outras tantas em perigo.
História
Pré-história

A região de Torres, cidade litorânea do estado brasileiro do Rio Grande do Sul, vem sendo habitada pelo homem há milhares de anos. Os primeiros a percorrê-la foram grupos de caçadores-coletores-pescadores oriundos do norte do continente, e que deixaram diversos vestígios na região sob a forma de sambaquis, grandes montes artificiais de conchas onde são encontrados frequentemente sepulturas humanas e objetos de pedra e osso como machados, pesos de redes, anzóis, pontas de flechas e esculturas representando aves, peixes, cetáceos, quadrúpedes e raros antropomorfos, além de outros artefatos. Estas populações acabaram, durante o Neolítico, por iniciar um processo de fixação no local, adaptando-se para um modelo sedentário, domesticando plantas como o milho, amendoim, tabaco, pimenta e batata para cultivo e se tornando agricultores. Desta fase também são encontrados vestígios de índios da chamada Cultura Taquara, agricultores do planalto que vinham ao litoral sazonalmente para pescar e coletar moluscos, a fim de complementarem sua dieta, fazendo acampamentos em zonas limítrofes entre a restinga e as dunas. Mais ou menos na mesma época a região passou por uma nova onda migratória, desta vez composta pelos guaranis, cuja cultura era mais complexa e cujos relictos são mais complexos, incluindo cerâmicas e objetos rituais, além de se supor que tivessem já desenvolvido também a cestaria, a arte plumária e a tecelagem. 
Colonização portuguesa
A geografia da área de Torres é singular. Estando numa longa planície litorânea que vai de Laguna até depois do Chuí, uma das mais extensas praias arenosas contínuas do mundo, salienta-se nesta paisagem por ser possuidora dos únicos afloramentos rochosos à beira-mar, as chamadas "torres" de basalto vulcânico que lhe deram o nome. Neste local, além disso, a planície costeira, que ao norte e sul é mais larga, se afunila, o que fez deste ponto uma rota de passagem obrigatória para todos os que não quisessem transpor entre sul e norte tendo de percorrer os planaltos da Serra Geral. Os índios em suas movimentações já haviam percebido que Torres era um caminho natural, e haviam aberto picadas por ali antes de os portugueses chegarem. 
A colonização da área pelo homem branco iniciou não muito depois da Descoberta do Brasil em 1500. Uma carta de 1639 do rei Filipe IV de Espanha ao vice-rei do Peru Marquês de Mancera diz que desde tempos antes os paulistas vinham avançando sobre o litoral sul do Brasil. As trilhas abertas pelos índios se tornaram o caminho usado pelos portugueses ao longo do século século XVII, vindos do norte, para irem pouco a pouco se apossando de um território que pela lei da época pertencia à Espanha, por força do Tratado de Tordesilhas - a parte portuguesa encerrava na altura de Laguna, em Santa Catarina, bem mais ao norte. Uma crônica de Jerônimo Rodrigues narra que ali era a fronteira da nação indígena ibirajara, que dominava até o Rio Mampituba, tendo os patos ou carijós ao norte, mas que estavam sempre incursionando uns em terras de outros. 
Entre os pioneiros brancos que se aventuraram por aquelas paragens estavam caçadores de escravos, que vinham em busca de índios, e tropeiros que vinham arrebanhar o gado que se multiplicava livre no pampa. E Portugal ignorando os tratados permanecia avançando sobre terras da Espanha. Depois da fundação de Rio Grande em 1737 na barra da Lagoa dos Patos, no litoral sul do estado, os portugueses fundaram um registro militar na altura de Imbé em 1738. Porém, este não dava conta do controle de toda a área até a Serra, e se viu necessária a posse do estreitamento da planície costeira mais para o norte, onde Torres iria nascer. O primeiro local escolhido foi as pedras de Itapeva, cerca de 60 km ao norte de Imbé, criando-se outra guarnição militar, mas a qual, da mesma forma, se mostrou insuficiente, ainda não cobrindo uma última picada pela qual os contrabandistas de gado podiam passar sem ser vistos. No fim do século XVII já era registrada a presença de alguns residentes luso-brasileiros dispersos por esta região. 
A partir de 1761 é registrada a concessão de algumas sesmarias entre Itapeva e o Rio Mampituba, fixando novos colonos. Em 1777 foi erguida no flanco oriental do Morro das Furnas uma bateria com dois canhões, chamada de Forte de São Diogo das Torres, com o objetivo expresso de controlar os espanhóis que nesta altura haviam dominado a Ilha de Santa Catarina e ameaçavam avançar para o sul. O local foi escolhido por proporcionar uma visão elevada e desobstruída em um largo círculo. Porém, diante do armistício, o forte foi abandonado, mas o valor estratégico deste ponto continuou sendo reconhecido e aproveitado. Por isso, o tenente-general Sebastião Xavier da Câmara, governador da Capitania do Rio Grande de São Pedro, mandou o engenheiro José de Saldanha erguer em 1797 uma nova guarda e registro militar para controle e pedágio da passagem terrestre, com duas peças de calibre 4 e um destacamento de soldados. O forte era apenas uma guarnição de madeira e palha, com uma casinha de pedra e telha para abrigar a pólvora. Em 1801 assumiu o comando da guarnição o alferes Manuel Ferreira Porto, considerado o fundador da cidade. Com a criação dos primeiros municípios da capitania, em 1809, esta área recaiu sob a jurisdição de Santo Antônio da Patrulha, tornando-se o Distrito das Torres.
Início da urbanização
Não há mais notícia do local até 1815, quando por ali passou o Bispo do Rio de Janeiro, Dom José Caetano da Silva Coutinho, cuja diocese se estendia até esta capitania. A pedido de alguns rancheiros da região, autorizou a ereção de uma capela. Em 1818, por despacho do Marquês de Alegrete, foi concedida uma área de 150 braças quadradas para formação de um povoado e construção do templo, que entretanto iniciou e logo parou pela extrema pobreza e desunião dos locais. O ano seguinte marca a chegada do brigadeiro Francisco de Paula Soares de Gusmão, enviado pelo Conde da Figueira, governador da capitania, para reforçar a fortificação, que já estava novamente em ruínas, e inspecionar a barra do Rio Mampituba e o litoral norte, para verificar se por ali podiam se desembarcar invasores espanhóis. Francisco fez como ordenado, e concluiu que um desembarque era impossível, dada a ausência de um porto natural e por ser um litoral perigoso para navegação. A ameaça espanhola que voltara a assombrar os lusos no fim não se materializou, e o forte deixou de ter razão de ser. Francisco recebeu ordem de se retirar para a capital, mas percebendo a boa posição geográfica do lugar e seu potencial econômico como passagem muito frequentada para a Capitania de Santa Catarina, pediu para ficar e assentar definitivamente a desejada capela para socorro espiritual de muitos em uma área de 40 léguas em torno, que precisavam se deslocar até Osório ou Laguna para o culto. Aprovada a solicitação, o conde mandou, em 1820, iniciar à "Povoação das Torres" com algumas índias de Taquarembó. Francisco de Paula as tomou e fez que casassem com brancos, e fossem morar num arraial erguido às margens da Lagoa do Violão. Logo deu início às obras da capela, e antes que ela se concluísse mandou vir para capelão o padre Marcelino Lopes Falcão. No Natal de 1820 foi ouvida a primeira missa.
Em meados do mesmo ano a visitara o naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire, que deixou vívido relato da paisagem, da natureza e da vida dos residentes. Ao chegar encontrara o alferes Porto comandando cerca de 30 escravos índios a trabalharem nas estruturas do forte. Em Itapeva pernoitou num casebre de treliça de estacas e folhas de palmeira, "sem porta e (com) um quarto desprovido de janela e mobiliário, onde a roupa branca e o vestuário de toda a família são estendidos sobre traves". Em contraste com a pobreza da habitação, a senhora usava um traje elegante e os cabelos penteados com gosto.
Entretanto, Francisco disse que o comando militar passou para o alferes Porto somente no ano seguinte, e então a atividade teria esmorecido. Proclamada a Independência, passando por ali em 1824 o novo governante da ora Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, o Visconde de São Leopoldo, percebendo as potencialidades do sítio e reconhecendo o bom trabalho anterior de Francisco de Paula, voltou a encarregá-lo do povoamento e finalização da capela, o que ocorreu em 1825, quando foi elevada a capela curada. A capela, atualmente conhecida pelo nome de Igreja de São Domingos, se tornou um chamariz para várias outras famílias que já estavam por ali arranchadas, crescendo o povoado em seu redor, que em quatro anos já tinha passado de 1.000 habitantes. Francisco de Paula, na correspondência que deixou, se revela um entusiasta pelo projeto, ajudando novos moradores a se estabelecerem, abrindo ruas, instalando fontes, criando um cemitério, casa paroquial, presídio e outras benfeitorias, muitas vezes às suas próprias custas, além de solicitar ao governo da capitania que enviasse outros recursos humanos e materiais. Já nesta época começou a imaginar a construção de um porto e regularização da barra do Mampituba. 
Em 1826 a Câmara de Santo Antônio da Patrulha iniciou a instalação de mais de cem famílias de imigrantes alemães, protestantes nas colônias de Três Forquilhas e católicos em São Pedro de Alcântara, a poucas léguas para o interior do núcleo inicial do Povoado das Torres. Um viajante alemão em passagem, Carl Seidler, contudo, disse que a distribuição dos lotes foi desigual, os católicos recebendo os melhores, o que causava frequente atrito com os protestantes. Disse mais, que a região ainda era assolada por índios, que matavam gente e causavam destruições, com a consequência de a população decrescer em vez de aumentar.
Apesar das visões positivas de Francisco, sabe-se que a sobrevivência do povoado era precária, agravada por frequentes desentendimentos entre os locais e a Câmara de Santo Antônio por causa de impostos excessivos, interditos arbitrários sobre a pesca, divisão irregular de terras e outras disputas, e pela eclosão da Guerra dos Farrapos em 1835, que criou uma situação de penúria e tumulto, sendo alternadamente ocupada por forças imperiais e farroupilhas. Em pleno conflito, em 1837 foi elevada a Freguesia com o nome de Freguesia de São Domingos das Torres.
Os relatórios oficiais da época são repletos de queixas pelas más condições gerais e de súplicas por envio de ajuda da capital. Em 1846 havia apenas 187 proprietários registrados na cidade e menos de 150 eleitores. A soma desses fatores acabou por levar à emancipação em 1857 do então Distrito de Conceição do Arroio, hoje Osório, separando-se de Santo Antônio e incorporando a si o Distrito das Torres. Nesta altura a navegação interna pela rede de lagoas e canais da região começava a se tornar mais intensa, criando uma ligação entre o litoral norte e Porto Alegre por onde passavam pessoas e bens. Vários deputados e administradores locais tentaram promover o progresso, havia na prática um consenso de que a região tinha um grande potencial ainda inaproveitado, mas embora algumas melhorias fossem conseguidas, a própria Província não era rica e pouco pôde fazer, e as queixas de pobreza continuaram. 
A situação de estagnação social, cultural, urbana e econômica se prolongou até o início do século XX, chegando a surpreender que o povoado tenha sido erigido, num mesmo ato de 1878, a Vila, e em seguida a Cidade. Natural que perdesse o maior status, sendo reanexada a Osório. Voltou a ser município só em 1890. A Proclamação da República trouxe principalmente agitação política para a cidade, que teve diversos administradores se sucedendo em curto espaço. Outro sobressalto foi a Revolução Federalista de 1893, servindo de passagem para tropas. No mesmo ano começaram a chegar, descendo a Serra, famílias de imigrantes italianos que não conseguiram se fixar na região de Caxias do Sul. E a riqueza para a população continuava a ser coisa desconhecida. O resumo dos cerca de trinta inventários deixados por defuntos entre 1896 e 1898 indica que naquele tempo quase metade das famílias ainda não dispunha de uma mesa de refeições em suas casas. 
Progresso
Em 1892 a ideia do porto em Torres voltava a ganhar alento. Iniciou-se a construção de um molhes na Praia da Guarita, para abrigar navios que viriam trazer material de construção para o porto verdadeiro. As pedras para o molhes saíram dos próprios morros vizinhos, explodidos com dinamite (os rombos ainda são visíveis), mas em breve o projeto foi abandonado, com apenas 50m de um molhe construído. Na virada para o século XX Torres começou a se tornar notícia frequente nos jornais da capital (mais de trezentas notas entre 1895 e 1912), e a tônica dos debates era o aproveitamento dos canais e lagoas para navegação interna, bem como a velha ideia de construção de um porto; falava-se também na construção de uma ferrovia. Essas obras deveriam certamente acelerar seu crescimento, mas não se realizaram como o esperado. A solução para o atraso socioeconômico e cultural veio de outra parte, quase casualmente.
Na mesma época o Brasil procurava se modernizar, e olhava para a Europa em busca de modelos de civilização; assim, entre outras tendências imitadas começou a se notar a adoção pelas elites do conceito europeu de férias e da moda dos banhos de mar, considerados terapêuticos, e com isso começaram a chegar em 1910 os primeiros veranistas, vindos do planalto gaúcho e de Porto Alegre. Mas ainda não havia boas estradas, e a viagem, que durava de três a quatro dias, era um empreendimento trabalhoso, ocorrendo geralmente em carretas ou lombo de mulas e sendo necessário levar comida e outros bens para um conforto mínimo, pois nenhuma estrutura especial para receber esses visitantes ainda fora desenvolvida. Esses veranistas pioneiros geralmente acampavam à beira-mar, ou se hospedavam em uma das pobres pensões do local. Seus costumes eram espartanos, e como relatou Mário de Freitas, os homens assim que chegavam adquiriam um pijama, um par de tamancos, um chapéu de palha de butiá e uma bengala de pau entalhado típica da região. As mulheres usavam de regra apenas um robe de chitão ou opalina, calçando chinelos ou sandálias. Os banhos eram tomados bem cedo, seguindo uma ritualística própria de acordo com as ideias médicas da época, recebendo o banhista somente um número de ondas pré-determinado, o que era repetido por nove banhos, quando o "tratamento" era dado por encerrado. 
Dentre as personalidades que deram forte impulso ao desenvolvimento de Torres, destaca-se quem primeiro percebeu e decidiu explorar o potencial para o turismo da cidade: José Antônio Picoral. Filho da colônia São Pedro de Alcântara, tornou-se próspero comerciante em Porto Alegre, mantendo, porém, vínculo com a terra de origem. Depois de um frustrante veraneio em Tramandaí, Picoral imaginou transformar Torres em uma moderna estação balneária e, em 1915, após entendimentos com João Pacheco de Freitas, Luiz André Maggi, Carlos Voges e outros torrienses, instalou seu Balneário Picoral, cuja sede a princípio foi o Hotel Voges, logo chamado Hotel Picoral, marco histórico da introdução do turismo em Torres e o maior empreendimento turístico do estado até então. Tinha grandes pavilhões para atividades coletivas como refeições e festas, e uma série de chalés para dormitório, organizados num quarteirão que focalizou a movimentação social de seu tempo e criou em seu redor a "zona nobre" da cidade, inaugurando um promissor caminho econômico alternativo pelo qual a cidade pôde enfim crescer. 
O hábito do verão à beira-mar pouco a pouco se difundiu, e a partir da década de 1920 Torres acabou por ser conhecida pelos riograndenses como um local da moda. A instalação de uma linha de ônibus Torres-Capital tornou as coisas apenas um pouco mais fáceis para os veranistas, pois as estradas ainda não passavam de picadas esburacadas e sujeitas a alagamentos. Sobrevivem crônicas bem-humoradas sobre os passageiros sendo obrigados a empurrar o ônibus atolado no barro e juntas de mulas ou bois a tentar mover o veículo. Isso não parecia incomodá-los. Conforme dizem os relatos, era para eles tudo uma grande e divertida aventura, sabendo que logo estariam desfrutando de momentos de descontração na beira da praia, junto de amigos e parentes. 
Esses novos visitantes trouxeram outros com eles, e mais outros, e a cidade começava a mudar seu perfil urbano, aparecendo pensões, outros hotéis como o Farol e o Sartori, mercados, abrindo-se ruas e se multiplicando as casas de verão. O Balneário Picoral vai então se tornar o centro de encontro de políticos e ricaços do estado, além de organizar em seus salões saraus literários, bailes elegantes e recitais de música. E logo diversos ilustres passaram a comprar terrenos para construir chalés de veraneio requintados, como Borges de Medeiros, Protásio Alves, Possidônio Cunha, Firmino Torely e muitos outros.
Cardoso diz que nesta fase se consolidou a vocação turística da cidade, ao mesmo tempo em que passava a ser vista como um local civilizado, cuja natureza já estava domesticada e posta a serviço do homem, especialmente pelo incentivo de médicos famosos da época, como o próprio Protásio Alves, sempre lembrando os benefícios do contato com o mar e a praia. Mas desde os primeiros momentos dessa elevação a um novo status, Torres já começou a assumir uma identidade peculiar como cidade de veraneio, o que torna as coisas todas muito movimentadas em três meses do ano, enquanto no restante a diminuição do número de pessoas presentes e atividades é marcante. Outra transformação foi o gradual afastamento dos agricultores e pescadores locais da participação integral nesse processo civilizador, construindo-se espaços de socialização e moradia bem diferenciados e exclusivos. Muitos desses nativos, durante o verão, deixavam suas lides habituais e se dedicavam a servir a elite que chegava como faxineiros, babás, cavalariços, cozinheiros, jardineiros, ou empregados nos vários hotéis que iam surgindo. Ao mesmo tempo, por causa desses grupos de forasteiros, a maioria se conhecendo mutuamente e se frequentando, a praia começou a assumir um perfil familiar. Nesse processo de "tomada de posse" e transformação da cidade pelos veranistas, em 1936, no "salão nobre" do Balneário Picoral, várias personalidades se reuniram para criar a Sociedade dos Amigos da Praia de Torres (SAPT). A SAPT efetivamente se tornou daí em diante uma força decisiva na determinação dos rumos da cidade. 
Na década de 1950, com estradas melhoradas, o progresso começou a chegar mais rápido.
As décadas seguintes só viram a confirmação de Torres como cidade turística de economia sazonal, ao mesmo tempo em que seus distritos iniciavam a se tornar mais dinâmicos, organizando-se em núcleos urbanos mais ou menos autossuficientes. Essa tendência acabou por levar diversos deles à emancipação. Em 1988 separaram-se Três Cachoeiras e Arroio do Sal; em 1992, Três Forquilhas e Morrinhos do Sul. 
Torres se desenvolveu nas últimas décadas e continua a manter seu prestígio como umas das mais concorridas praias do estado do Rio Grande do Sul, mas passou a experimentar dificuldades típicas do processo de desenvolvimento, tais como o descontrole na ocupação do espaço, degradação do meio ambiente e formação de bolsões de pobreza. 
Entre as preocupações atuais da administração pública estão solucionar esses problemas através de um modelo de gestão sustentável, chamando à participação as classes antes excluídas, preservando também a memória e o patrimônio histórico e cultural, fomentando as artes, e procurando romper o esquema da sazonalidade, a fim de diversificar a economia e equilibrá-la ao longo de todo o ano. 
Geografia
Torres pertence à Mesorregião Metropolitana de Porto Alegre e à Microrregião de Osório. Localiza-se a uma latitude 29º20'34" sul e a uma longitude 49º43'39" oeste, estando a uma altitude de 16 metros. Possui uma área de 264,5 km². Dista 197 km de Porto Alegre e 280 km de Florianópolis. Seus limites são o município de Passo de Torres (SC), ao norte, Arroio do Sal, ao sul, Mampituba, Dom Pedro de Alcântara e Morrinhos do Sul, a oeste, e o oceano Atlântico a leste. 
Geologia e hidrografia
A cidade está localizada no litoral sul do Brasil, caracterizado por uma ampla planície costeira que vai do Cabo de Santa Marta em Santa Catarina até a Barra do Chuí, no Rio Grande do Sul, uma das mais extensas e contínuas praias arenosas conhecidas. O trecho é pontilhado por um complexo sistema de barreiras arenosas quartzíticas que delimitam uma série de lagos e lagunas rasos e canais, como as lagoas Itapeva, do Jacaré e do Violão, em diferentes estágios evolutivos, cuja tendência é a de se transformarem em pântanos costeiros. Este sistema é descrito tecnicamente como barreira costeira múltipla complexa, e se desenvolveu durante os três últimos grandes ciclos de variação do nível do mar, durante os períodos Pleistoceno e Holoceno. Em tempos recentes as lâminas de água têm sofrido uma acentuada redução, acarretando mudanças na sua salinidade e ecologia. 
Outra formação hídrica importante é a bacia do Rio Mampituba, que banha uma área habitada por mais de 12.000 pessoas e atravessa áreas inseridas na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Sua superfície é de 11.300 hectares, com um perímetro de 14,5 km. O Rio Mampituba nasce na Serra Geral e em Torres desemboca no oceano Atlântico, após percorrer 62 km, delimitando, em seu baixo curso, a fronteira entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Tem, no lado riograndense, entre seus afluentes o Rio Pavão e duas importantes lagoas que extravasam através do Rio do Forno: a Lagoa do Morro do Forno, formada pelo Rio do Mengue e o Rio das Pacas, e a Lagoa do Jacaré. Em Santa Catarina recebe as águas da grande Lagoa do Sombrio e do Rio Sertão, seu principal afluente. 
Relevo
Na altura de Torres a planície costeira é particularmente estreita, comprimida contra as escarpas do planalto da Serra Geral, que na cidade lança fragmentos para a praia formando o único promontório rochoso de todo este extenso litoral, as falésias de Torres, popularmente conhecidas como "torres" e que deram o nome à cidade. As rochas penetram sob o mar e afloram a 2 km da costa, formando a diminuta Ilha dos Lobos, a única ilha do litoral riograndense, que sobressai apenas cerca de 2m do nível do mar e já foi responsável por vários naufrágios. 
Solo 
O terreno da cidade é formado por um substrato de arenitos eólicos da Formação Botucatu, datados do limite Jurássico/Cretáceo, constituídos por arenitos de estratificação cruzada, planar ou acanalada, de médio a grande porte, com raras intercalações de arenitos com estratificação plano-paralela e comumente alternância de lâminas de arenito fino e médio. Sobre esta camada ocorreram os sucessivos derrames de lava da Formação Serra Geral, datados do Mesozóico e constituídos principalmente por basaltos e basalto-andesitos toleíticos, que contrastam com riolitos e riodacitos. 
Acompanhando uma tendência constatada em todo este litoral arenoso, observa-se a erosão da linha costeira pelo vento e variações no nível do mar por ocasião de temporais, ressacas e mudanças no regime de ondas. A plataforma continental adjacente tem uma declividade suave de 2m/km, sendo típica a presença de bancos arenosos lineares.
Praias
A orla marítima municipal é dividida em cinco praias principais, cujos limites são formados pelas várias elevações rochosas. Na ordem norte-sul: 
- Praia Grande, com 2 km de extensão, vai da barra do Rio Mampituba até o primeiro afloramento rochoso, que é raso e não tem nome; é a preferida para o banho de mar e onde ocorre a maioria dos eventos esportivos e shows a céu aberto no verão.
- Praia do Meio ou Prainha, com 600m, seguindo até o Morro do Farol; não é muito adequada para banhos em vista das muitas rochas no fundo.
- Praia da Cal, entre o Morro do Farol e o Morro das Furnas, cujo nome se deve à antiga presença de fornos de torrefação de conchas retiradas de sambaquis para a fabricação de cal.
- Praia da Guarita, entre o Morro das Furnas e o Morro da Guarita, junto ao parque ecológico que leva seu nome.
- Praia de Itapeva, do Morro da Guarita até o Morro de Itapeva (em tupi "pedra chata"), a maior de todas, com 6 km de extensão, sendo a mais distante do centro urbano e por isso a menos frequentada.
Clima
O clima de Torres é subtropical úmido, influenciado por massas de ar tropicais e polares, com predominância da massa tropical atlântica. As precipitações são abundantes e regulares durante todo o ano, sem a ocorrência de uma estação seca, sendo o índice pluviométrico de 1.580 milímetros. A temperatura média compensada anual é de aproximadamente 20 °C, com grande amplitude térmica ao longo do ano. Com elevados índices de umidade relativa do ar, a insolação atmosférica é de aproximadamente 2.100 horas/ano.
Ocorre às vezes a formação de ciclones extratropicais na costa, com ventos fortes, ressacas e temporais, que prejudicam principalmente as atividades marítimas como a pesca e o banho, podendo também causar alagamentos e danos em construções. Em 2004 a região foi atingida pelo furacão Catarina, fenômeno até então desconhecido pelos brasileiros, que deixou um rastro de destruição em Torres, com 1 500 casas danificadas e uma morte. 
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), desde 1961 a menor temperatura registrada em Torres foi de −0,2 °C, em 8 de junho de 2012 e a maior atingiu 41,4 °C, em 25 de dezembro do mesmo ano. O maior acumulado de precipitação em 24 horas chegou a 257,3 mm, em 14 de fevereiro de 2014. Setembro de 2009 foi o mês de maior precipitação, com 440,3 mm. Desde junho de 2006, a maior rajada de vento chegou a 112,3 km/h (31,2 m/s), na madrugada do dia 11 de dezembro de 2012.
Meio ambiente
A área de Torres está incluída no bioma da Mata Atlântica, caracterizado localmente pelo predomínio da floresta perenifólia higrófila costeira. Na definição de 1999 do Conselho Nacional do Meio Ambiente a área de Torres é caracterizada como de restinga.
Contudo, a diversidade geomorfológica e hídrica da cidade, que se localiza em uma área de transição entre serra, litoral e pampa, propicia a formação de ecossistemas diferenciados, com ambientes de dunas, praias, costões rochosos, banhados, lagoas, campos, matas e restingas propriamente ditas, cada qual com sua flora e fauna específicos. Muitas espécies tropicais encontram nesta região seu limite sul, como Ipomoea pes-caprae, Aniba firmula, Licaria armeniaca, Ormosia arborea, Clusia criuva, enquanto outras, típicas do pampa e do planalto, têm ali seu limite norte, como Acathosyris spinescens, Jordina rhombifolia, Regnellidium diphyllum, Berberis laurina, Discaria americana e outras. A zona costeira também se constitui numa rota de aves migratórias de habitats costeiros. Mais de 60 espécies com ocorrência no Litoral Norte do Rio Grande do Sul pertencem a esta categoria, mas não nidificam no local. 
Torres já está sob grande pressão ambiental, notando-se a ocupação desordenada do solo e o avanço rápido da urbanização, o desmatamento, a poluição e a destruição do ambiente natural, além de pesca e caça predatórias.
Ainda existe uma rica biodiversidade em Torres, mas quase todos os grandes carnívoros e herbívoros nativos estão localmente extintos, sobrevivendo apenas poucas capivaras, jacarés-de-papo-amarelo e lobos-marinhos em migração desde a Patagônia. Estes até a década de 1980 ainda apareciam para acasalar em grandes grupos na Ilha dos Lobos, que deve seu nome a eles, mas eram abatidos em massa por estragarem as redes dos pescadores quando buscavam seu peixe, e atualmente sua presença é mais rara. Também de passagem aparecem golfinhos, baleias, botos e tartarugas-marinhas. Entre as espécies animais ameaçadas na região se encontram o acima citado jacaré (Caiman latirostris), a corvina (Micropogonias furnieri), seis espécies de peixe-rei, a rã Physalaemus riograndensis, o lagarto Liolaemus occipitalis, a marreca-caneleira (Dendrocygna bicolor), o bugio-ruivo (Allouata fusca). Na flora se encontram sob ameaça, por exemplo, o butiá (Butia capitata), o gravatá (Vriesea psittacina), a quaresmeira (Rollinia maritima), o palmito (Euterpe edulis), o buriti (Trithrinax brasiliensis), a vassourinha (Eupatorium ulei), o cipó-rabo-de-macaco (Rourea gracilis), a taquara-mansa (Merostachys pluriflora), algumas delas endêmicas.
Existem quatro áreas de preservação ambiental na cidade: a Reserva Ecológica da Ilha dos Lobos, pertencente à União e contando com apenas dois hectares, o Parque Estadual de Torres, com 15 ha, o Parque Estadual de Itapeva, com 1.000 ha, e o Parque Estadual da Guarita, com 350 ha. Isso não basta para salvar a grande quantidade de espécies ameaçadas da região, pois não há nem área suficiente protegida, nem nas áreas protegidas há representatividade biológica completa. Salvo na reserva da Ilha dos Lobos, todas as demais têm áreas invadidas por habitações irregulares ou integram áreas de urbanização mais antiga, cuja população rotineiramente transgride as regras de conservação, seja ocupando o solo, lançando esgoto e detritos, caçando e pescando, e interferindo na vegetação, acentuando a pressão ambiental e fazendo degradar áreas até há pouco em bom estado. A própria Ilha, por sua vez, embora o desembarque seja proibido, é impactada pela presença em seu entorno de barcos turísticos, surfistas e principalmente por barcos pescadores clandestinos, que lançam suas redes a pouca distância para capturar os cardumes que frequentam as rochas submarinas. O governo estadual reconheceu que a situação das suas reservas é precária, sofrendo com carência crônica de recursos financeiros, infraestrutura e pessoal. Na verdade, já não existe nenhum ambiente natural intacto na região de Torres. Por outro lado, algumas ONGs ambientais já atuam, e o poder público tem dado alguma atenção ao caso, como por exemplo organizando o Plano de Manejo do Parque Estadual de Itapeva, o Fórum de Manejo e Conservação da Lagoa Itapeva e o programa do Corredor Ecológico Integrado do Litoral Norte, através do qual estão sendo desenvolvidos vários projetos piloto de utilização sustentável dos recursos da planície costeira e da Mata Atlântica. 
Mesmo assim, diversos vereadores locais já se manifestaram contra o que consideram um excesso de preocupação ecológica, que segundo eles vem a prejudicar a vocação turística e a economia do município. Como exemplo está o protesto contra a criação do Parque de Itapeva, quando acusaram o governo de não pagar as devidas indenizações pela desapropriação e de impedir o desenvolvimento econômico da região. O vereador Carlos Alberto da Rosa disse que "criaram até uma lei para impedir os carros particulares de transitarem pela praia, porque estão preocupados com as tatuíras.... Ao invés de melhorar estão diminuindo a nossa cidade. Nossa cidade é turística e nunca podemos perder isto de vista". 
Demografia
No censo demográfico do IBGE de 2022, a população de Torres, era de 41.751 habitantes.
Economia
A principal atividade econômica da cidade é o turismo. 
O setor primário responde por 15% da economia do município. A grande maioria dos produtores rurais é de proprietários individuais, dedicando-se principalmente a lavouras temporárias  e a pastagens. As principais culturas são: arroz, banana, cana-de-açúcar, mandioca e abacaxi. Existem rebanhos de suínos, bovinos, galos, frangas, frangos e pintos e criações pequenas de ovelhas, codornas e coelhos.
Além disso, é feita a extração de alguns minerais: areia, argila, basalto e arenito. Há ainda um potencial energético em virtude da recente descoberta de uma jazida de turfa, que pode ser usada como combustível, nas imediações da Lagoa do Morro do Forno. 
Cidade litorânea, Torres também possui atividade pesqueira, que, embora em declínio, vem demonstrando uma tendência de passar da pesca de beira-mar à pesca embarcada, até porque a pesca de beira-mar vinha encontrando dificuldade diante do crescente afluxo de banhistas e surfistas durante o verão. Para evitar conflitos, foi criada legislação especial, definindo áreas permitidas para cada atividade. O poder público vem buscando a capacitação profissional e habilitação legal dos pescadores, bem como promover a pesca artesanal. Os barcos podem pescar até 3 toneladas de peixe por viagem, sendo os mais procurados a tainha, corvina, pescada, abrótea, cação, bagre, linguado, traíra e jundiá. Também se pratica a pesca nas lagoas e rios da região. Em 2010 o governo federal assumiu um compromisso de levar adiante o Projeto dos Molhes do rio Mampituba, que prevê o prolongamento dos dois braços dos molhes e ampliação do calado da barra, para permitir a entrada segura de barcos pesqueiros de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
A indústria, ainda incipiente, representa em torno de 5% da atividade econômica torriense. Em 1996 havia 51 indústrias instaladas, predominando as de móveis e esquadrias, vestuário e processamento de produtos primários (engenhos de cana-de-açúcar, destilarias de aguardente, descascadores de arroz, estufas de fumo, indústrias caseiras de alimentos). Por outro lado, o comércio, em função do turismo, é bem desenvolvido, com destaque para os setores alimentício, tecidos, vestuários e calçados, bens de consumo duráveis e ferragens, ferramentas e materiais de construção. O comércio é essencialmente varejista. O mesmo fator turístico, é um dos maiores responsáveis pela explosão na construção civil verificada em anos recentes. O setor de serviços tem diversas empresas cadastradas, privilegiando os setores de turismo e de reparos, manutenção e mecânica. 
Turismo
Torres vive essencialmente em torno do turismo que sua bela paisagem natural e suas praias de banho favorecem. Esta vocação turística, como já se aludiu, foi intuída no início do século XX por José Picoral, o primeiro a vislumbrar a cidade como um balneário atraente para os habitantes do interior do estado, especialmente de Porto Alegre, oferecendo uma infraestrutura hoteleira básica. A partir de sua iniciativa, em breve Torres se tornara um balneário da moda para os riograndenses, e tal fama ainda persiste hoje. 
Estima-se que durante os três meses de temporada de verão (dezembro, janeiro e fevereiro) a população aumente significativamente.
A cidade, por isso, já desenvolveu sólida infraestrutura turística, com grande número de hotéis de todos os níveis e tipos, incluindo pousadas e hotéis para cães, e boa oferta de serviços. 
Variados eventos organizados na cidade também atraem apreciáveis contingentes de público visitante. Eventos, festas, feiras, mostras, competições, atividades culturais e artísticas são promovidos não só no verão, quando são certamente mais numerosos, mas também ao longo de todo o ano. Destes talvez o mais importante seja o Festival Internacional de Balonismo, realizando-se entre abril e maio. É considerado um dos maiores festivais de balonismo do mundo. Mas também são organizados inúmeros eventos mais voltados para a população residente, embora tenham interesse turístico, como o Arraial Fest Torres, uma Festa Junina oficial de caráter familiar, mostras de artesanato de associações comunitárias e as comemorações locais da Semana Farroupilha.
Educação
A educação do município é dada através de catorze escolas com atendimento pré-escolar (cinco privadas; dezenove escolas de nível fundamental, sendo nove delas públicas; cinco escolas ofereciam ensino médio, sendo três escolas públicas.
Existe uma escola supletiva de primeiro e segundo nível, oferecendo também cursos técnicos. O Sistema Nacional de Emprego (SINE) oferece na cidade diversos cursos profissionalizantes, como camareiro, copeiro, cozinheiro, língua espanhola, garçom, recepcionista, telefonista, técnicas de vendas e operador de computador, e o SENAC também ministra cursos técnicos, como informática, linguagem Libras, organização e planejamento, atendimento ao cliente, vendedor e línguas estrangeiras. O atendimento especial é dado por um posto da APAE, para 154 alunos. 
O ensino superior é atendido por uma unidade da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), com dezesseis cursos de graduação, além de oferecer cursos à distância em Educação, Direito e Gestão. A ULBRA também abre espaço para discussões sobre o ensino público e privado, como por exemplo organizando e sediando o Simpósio Internacional de Educação e o Fórum Nacional de Educação, ambos já com várias edições, e organiza outras atividades de integração com a rede escolar, como o projeto Júri nas Escolas palestras e ações de saúde pública.
Transportes
As principais vias de acesso terrestre são a BR-101 e a Estrada do Mar (RS-389). O acesso aéreo se dá pelo Aeroporto de Torres, mas de fato ele é pouco utilizado, já que não se conseguiu enquadrá-lo nos voos turísticos e comerciais que atravessam o continente, conforme disse o jornalista Gastão Muri. O transporte aquático é praticado em pequena escala, prejudicado pela inexistência de um porto, embora ideias para sua construção existam desde o século XIX. Antigamente havia intensa navegação interior pela rede costeira de lagoas interligadas por canais, formando um sistema que se estende entre Osório e Laguna, em Santa Catarina, que, pela precariedade das estradas da época, era a melhor ligação até Porto Alegre, mas ao longo do século XX, com o aparecimento de outros meios de transporte, foi abandonada e hoje a rede quase só serve para passeios turísticos. O curso baixo do Rio Mampituba ainda é praticamente todo navegável, embora sua barra seja instável. 
Cultura
Arquitetura e patrimônio histórico

Torres, um dos mais antigos núcleos de povoamento do estado, inicialmente tinha uma arquitetura extremamente pobre, constituída de casebres de barro ou ramos cobertos de palha ou folhas de palmeira. Em seguida começaram a surgir exemplares típicos da arquitetura colonial brasileira, de influência barroca portuguesa, com casas baixas construídas de taipa ou pedra e cobertas com telhas. Quando se iniciou a exploração turística no começo do século XX foram construídos diversos prédios novos, entre hotéis e residências de verão para famílias abastadas de Porto Alegre e do interior do estado, estas muitas vezes de madeira e com requintes decorativos como lambrequins e balaustradas. Porém o mesmo interesse turístico, acompanhado pela especulação imobiliária e pela falta de conscientização patrimonial, fez desaparecer nas décadas mais recentes quase a totalidade dessas construções iniciais, incluindo marcos históricos importantes como o Balneário Picoral, a sede antiga do Hotel Farol e o Hotel Sartori, os primeiros a serem implantados na cidade.
O único monumento histórico/artístico de grande porte a sobreviver na cidade é a Igreja de São Domingos, erguida entre 1819 e 1824, a primeira igreja a ser construída no trecho entre Laguna e Osório. É considerada, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul, que a tombou em 1983, o marco inicial da cidade, que se desenvolveu em seu entorno. Tem um estilo colonial luso-brasileiro, embora tenha sofrido algumas intervenções posteriores em diferentes linguagens arquitetônicas, resultando num conjunto eclético, onde o barroco colonial ainda predomina. Apesar de sua importância, sua manutenção é precária e foi interditada em 2010, quando parte de sua parede lateral desabou.
Contudo, o restauro realizado entre 2010 e 2017 surpreendentemente removeu ou modificou a maior parte dos elementos originais do interior, substituindo-os por elementos modernos, com perda extensa de sua autenticidade e valor como documento histórico e artístico. 
Também resistem a "Casa da Terra", datada de 1854, e uma casa pegada à Igreja de São Domingos, chamada Casa nº 1, que recebeu o imperador Dom Pedro I em sua passagem pela cidade. Além disso, só existe um museu na cidade, o Museu Três Torres, que é privado e vinculado à Associação dos Amigos da Praia de Torres (SAPT). A Casa de Cultura age em parte como um, mas sem ter estrutura específica. Estava prevista para 2011 a construção de um museu de ciências naturais no Parque da Guarita, que contaria com aquários, esqueletos de animais marinhos e reproduções dos diferentes ecossistemas da região, além de exibir peças arqueológicas indígenas, mas o projeto ainda não se materializou. 
Artes
A principal forma de arte cultivada pelos residentes, de acordo com De Rose, é a música popular, com inúmeros praticantes em várias de suas formas, desde tradicionais a contemporâneas. Podem ser destacados nestas áreas o Grupo de Cultura Popular Kikumbí, premiado em vários festivais do estado, o projeto Quinta na Praça, com música ao vivo em vários estilos apresentada no coreto da Praça XV de Novembro, privilegiando músicos locais e atraindo sempre muitos espectadores, e o grupo Mesa de Bar, que realiza recitais de poesia e de músicas próprias e MPB, excursionando por várias cidades do Rio Grande do Sul com sucesso. 
No entanto, o crescimento turístico da cidade levou à consolidação de uma vida cultural e artística mais variada e dinâmica, concentrado, porém, nos meses de verão. A Casa de Cultura de Torres é o mais importante espaço cultural público da cidade, mostrando exposições e apresentações de arte. A SAPT também desenvolve significativa atuação cultural, mantendo em parceria com a Prefeitura o Centro Municipal de Cultura, com auditório para 200 pessoas, um espaço de mostras e organizando espetáculos, cursos e oficinas. Mas também há outros locais, como o Pátio das Artes, com atividades múltiplas, além de hotéis e associações comunitárias também abrirem seus espaços para as artes e o artesanato.
Em toda a cidade são realizados inúmeros espetáculos de teatro, música, cinema, exposições, festivais e shows diversos. A título de exemplo cite-se o festival de teatro Torres na Cena, que graças ao crescente interesse de grupos de São Paulo e Rio de Janeiro vem adquirindo contornos nacionais; a Feira do Livro de Torres, que vem crescendo a cada ano, dá espaço para escritores locais como Hellen Rolim e Cleide Lacerda Alves, e já contou com a participação de nomes importantes como Martha Medeiros, Moacyr Scliar, Mario Pirata e Luís Fernando Veríssimo; o Beach Folia, um dos maiores carnavais do estado; e as várias atrações promovidas pelo SESC, trazendo artistas de fama nacional. 
Finalmente, é de lembrar que a paisagem torriense desde o século XIX vem servindo como motivo de inspiração para muitos artistas de fora, que a retrataram em pinturas, desenhos e fotografias, dos quais são importantes entre outros Jean-Baptiste Debret, Herrmann Rudolf Wendroth, Francis Pelichek, Luís Maristany de Trias e Danúbio Gonçalves. Entre os locais, merece nota Nilceomar Munari, há mais de uma década dedicada a pintar a cidade. 
Tradições e folclore
Torres compartilha com toda a região do Litoral Norte do estado diversos costumes tradicionais, a começar pelos hábitos típicos da comunidade pesqueira, com suas técnicas e materiais antigos, que ainda sobrevivem principalmente entre os pescadores mais velhos, produzindo artesanalmente suas redes e barcos, mantendo seus conhecimentos e interpretações tradicionais sobre o mar, os fenômenos do clima e os peixes, e preservando uma série de práticas como a de fazer promessas e benzeduras antes de sair à pesca, ou usando amuletos. Ainda vivem também, consolidadas basicamente no século XIX mas de origem última imemorial, práticas de medicina caseira, alimentação, vestuário, formas de linguagem, uso de apelidos, lendas e histórias diversas, como as lendas sobre um tesouro enterrado no Morro das Furnas, sobre a praga lançada por um jesuíta por ter sido maltratado na cidade, e a do "espírito perdido", uma interpretação local do fogo-fátuo. 
Nas formas de linguagem podem ser citados o uso de arcaísmos, como dous (dois), pero que (porque), entonce (então), alhur (alhures), pregunta (pergunta) e digues (diga), ou expressões idiomáticas, como fazer boca de bagre (omitir-se), bendito fruto (homem que se intromete em assuntos femininos), mostrar as escamas (revelar-se) e dar a casca (morrer). A medicina caseira encontra expressão no uso terapêutico ou profilático da água benta, de chás de ervas como arruda, mil-homens, guiné, alecrim, poejo, macela e muitas outras, além de benzeduras, orações e encantamentos, tais como a fórmula para resolver engasgamentos: biguá, biguá, sai espinha deste luga(r) que (es)tais, ou aquela invocada para curar icterícia com folhas de laranjeira: Deus te salve, laranjera, que eu não vim ti visitá, vim ti pidi nove foia, pruma visita expodá.
Outros costumes estão ligados aos ritos de passagem, sendo mais conhecidos os tabus que envolvem o nascimento, como o que impede a parturiente de pisar em escama de peixe, e a morte de crianças, quando se usava vesti-las como anjos e levar bandeirinhas ao cemitério para espetá-las na tumba. Outros ritos são a confecção de uma "mesa de inocentes" em pagamento de promessas, oferecendo doces e salgados a sete crianças com menos de oito anos, e o oferecimento de ex-votos feitos de massa de pão. Entre as festas populares se destacam os ternos de Reis, danças como o pau-de-fita e a jardineira, a festa do Boizinho, festas juninas, cantigas de roda, bailes e festas religiosas, sendo a mais concorrida a de Nossa Senhora dos Navegantes, católica, comemorada em conjunto com Iemanjá pelos adeptos das religiões afro-brasileiras. O artesanato é outra forma de manifestação de costumes antigos, havendo em Torres e arredores o cultivo da renda, do bordado, da cestaria, do artesanato com conchas, cipós e bambus para confecção de bolsas, tapetes, bijuterias, adornos para casas e outros objetos. Da mesma forma a culinária local tem pratos tradicionais, predominando os à base de peixe, marisco e siri, que podem ser preparados assados, fritos ou cozidos, geralmente acompanhados de pirão de mandioca, arroz e batatas, ou ainda na forma de moquecas e pastéis. Bebidas populares são a cachaça e o café, e entre os doces são apreciados os de batata-doce, de abóbora e de banana, além da rapadura, do pé-de-moleque e do puxa-puxa. Muitas destas formas de cultura tradicional, porém, como já foi assinalado, estão em vias de rápido desaparecimento diante da massificação da cultura produzida pela explosão do turismo. 
Esportes
Pratica-se em Torres uma grande variedade de esportes ao ar livre e indoors, com grande número de equipes, campeonatos e outras provas sendo organizadas durante todo o ano, incluindo beneficentes, mas em especial no verão. A Prefeitura possui uma Gerência para o esporte e se ocupa mantendo infraestruturas, como o Parque Municipal, e programando eventos esportivos. Outras entidades públicas e privadas também participam da vida esportiva local organizando diversos eventos, com destaque para o SESC, que mantém um concorrido Circuito Verão de Esportes, multiesportivo, que na edição de 2011 reuniu cerca de 10.000 atletas de 80 municípios riograndenses nas etapas classificatórias, com as finais previstas para Torres e que devem envolver cerca de 3.000 atletas. 
Atraídos pelo sucesso do Festival Internacional de Balonismo, praticantes de outras formas de esporte aéreo estão se interessando pela cidade e, segundo a Prefeitura, Torres está a caminho de se tornar a capital estadual do esporte aéreo, incluindo as modalidades de parapente (com e sem motor), aviação e ultraleve. Graças às suas praias, rios e lagoas, Torres pode explorar muitas atividades esportivas aquáticas, seja competitivas ou recreativas. Uma das mais populares é o surf, com várias provas, entre elas o Brasil Tour de Surf Profissional; a Taça Madeirite, que reune grandes nomes do surfe gaúcho; o Billabong Colegial de Surf, eleito o melhor evento de surf do estado; o Planeta Surf Hang Loose, válido pelo Circuito Estadual de Surf Amador, e o Circuito Interno de Surf. 
No futebol se destaca o Campeonato Municipal de Futebol de Campo, onde participam equipes como a S. E. São João, E.C. Mar Azul, S. E. Maracanã, E. C. Boa União e várias outras, jogando nos estádios Riachão, Zelau, Evaldo Santos, Manecão, Comunitário e Estádio do Dragão. A equipe S. E. Torrense foi campeã do Campeonato Gaúcho de Futebol Feminino em 2010. Disputa-se também o Campeonato de Futebol de Salão e o Campeonato Praiano de Futebol, ambos mantidos pela Prefeitura. O vôlei de praia tem sua Copa Vôlei Verão, e destaca-se a dupla Daniel Reis e Samarone, vencedora invicta do Circuito Banrisul de Esportes 2010. O motocross tem a Copa Verão Sobrerodas de Motocross, com 230 pilotos inscritos em 2009; na corrida os atletas disputam o Circuito Torres de Corridas de Rua, uma parceria do Sesc Torres, Ulbra Torres e Prefeitura Municipal, com várias provas distintas, e a Travessia Torres-Tramandaí de Corrida. Vários atletas locais vêm obtendo prêmios e boas posições nestas competições e em outras fora dali, incluindo internacionais, como Claudinei Ribeiro, Sandra Couto e Airton Gaelzer. Além destas citadas, a cidade tem inúmeras outras atrações esportivas em outras modalidades, como taekwondo, rugby, skate, bocha, ciclismo, além de competições de jogos de mesa como canastra de duplas e xadrez. 
Feriados
Além dos feriados nacionais 1º de janeiro (Confraternização Universal), 21 de abril (Tiradentes), 1º de maio (Dia do Trabalho), 7 de setembro (Independência do Brasil), 12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida), 2 de novembro (Finados), 15 de novembro (Proclamação da República) e 25 de dezembro (Natal) e estadual 20 de setembro (Revolução Farroupilha), Torres celebra feriados municipais nos dias 2 de fevereiro (Nossa Senhora dos Navegantes), 21 de maio (emancipação da cidade), 8 de agosto (São Domingos, padroeiro) e 8 de dezembro (Dia da Justiça, feriado judiciário).
Referência para o texto: Wikipédia .

terça-feira, 29 de julho de 2025

MASSAPÊ - CEARÁ

Massapê é um município brasileiro do estado do Ceará. Localiza-se no território de Massapê o açude Acaraú Mirim. Sua população, conforme o Censo do IBGE 2022, é de 37.697 habitantes. Até 1899 o município denominava-se "Vila da Serra Verde". 
História
As terras da Serra da Meruoca e arredores, nas quais o atual município de Massapê situam-se nas terras nas quais habitaram os índios Anacés, Tacari-Arariu e Tabajara. Um dos fatores de fixação populacional do povoamento de Serra Verde (Massapê), foi a volta e o investimento dos "Paroaras" (cearenses que imigraram para a Amazônia durante a seca de 1877 e trabalharam no primeiro Ciclo da Borracha, que voltaram bem afortunados). Um segundo fator de fixação foi a construção da Estrada de Ferro de Sobral-Camocim e da inauguração da Estação de Trem de Massapê em 31 de dezembro de 1881. Formação administrativa O povoado de Massapê começou a se desenvolver com a passagem da estrada de ferro, ligando Sobral a Comocim há mais de cem anos. Moradores das terras vizinhas e dezenas de cearenses que voltaram ricos da Amazônia (onde tinham ido explorar a borracha), estabeleceram-se aqui e foram construindo casas residências e comerciais. 
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Serra Verde, pelo Ato Provincial de 04 de fevereiro de 1882 e Ato Provincial de 04 de fevereiro de 1882, subordinado ao município de Santana. Elevado à categoria de vila com a denominação de Serra Verde, pela Lei Estadual nº 398, de 25 de setembro de 1897, desmembrado de Santana. Sede no núcleo de Massapê. Constituído do distrito sede. Instalado em 05-02-1898. Pela Lei Estadual nº 540, de 10 de agosto de 1899, a vila de Serra Verde passou a denominar-se Massapê. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, a vila já denominada Massapê é constituída do distrito sede. Elevado a condição de cidade com a denominação de Massapê, pela Lei Estadual nº 1.408, de 27 de agosto de 1917. Pelo Decreto nº 193, de 20 de meio de 1931, o município de Massapê adquiriu o extinto município de Palma, como simples distrito. Pelo Decreto Estadual nº 1.156, de 04 de dezembro de 1933, são criados os distritos de Acarau-Mirim, Pitombeiras e Remédio e anexados ao município de Massapê. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município aparece constituído de 6 distritos: Massapê, Acarau-Mirim, Palma, Pitombeiras, Remédios e São José dos Alcantaras. Pelo Decreto Estadual nº 192, de 20 de setembro de 1935, é desmembrado do município de Massapê o distrito de Palma. Elevado à categoria de município. Em divisões territoriais datadas de 31 de dezembro de 1936 e 31 de dezembro de 1937, o município é constituído de 5 distritos: Massapê, Acarau-mirim, Pitombeiras, Remédios e São José dos Alcantaras. Pelo Decreto-Lei Estadual nº 448, de 20 de dezembro de 1938, o distrito de São José dos Alcântaras passou a denominar-se simplesmente Alcântara, Pitombeiras a denominar-se Senador Sá e Acarau-Mirim a denominar-se simplesmente Mirim. No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 5 distritos: Massapê, Alcântaras (ex-São José dos Alcântaras), Mirim (ex-Acarau-Mirim), Remédio e Senador Sá (ex-Pitombeiras). Pelo Decreto-lei Estadual nº 1.114, de 30 de dezembro de 1943, o município é constituído de 5 distritos: Massapê, Alcântaras, Mirim, Remédios e Senador Sá. Pelo Decreto-lei Estadual nº 1.114, de 30 de dezembro de 1943, o distrito de Remédio passou a denominar-se Tuínas e o distrito de Mirim a denominar-se Ipaguaçu. Em divisão territorial datada de 1º de julho de 1950, o município é constituído de 5 distritos: Massapê, Ipaguaçu (ex-Mirim), Senador Sá e Tuína (ex-Remédios). Pela Lei Estadual nº 1.153, de 20 de novembro de 1951, é desmembrado o município de Massapê o distrito de Alcântaras, para constituir o novo município de Meruoca e o distrito de Ipaguaçu é extinto, sendo seu território anexado ao distrito sede de Massapê. Sob a mesma Lei acima citada é criado o distrito de Padre Linhares (ex-povoado) e anexado ao município de Massapê. Em divisão territorial datada de 1º de julho de 1955, o município é constituído de 4 distritos: Massapê, Padre Linhares, Senador Sá e Tuína. Pela Lei Estadual nº 3.763, de 23 de agosto de 1957, é desmembrado do município de Massapê o distrito de Senador Sá. Elevado à categoria de município. Pela Lei Estadual nº 3.923, de 25 de novembro de 1957, é criado o distrito de Aiuá e anexado ao município de Massapê. Em divisão territorial datada de 1º de julho de 1960, o município é constituído de 4 distritos: Massapê, Aiuá, Padre Linhares e Tuína. Pela Lei Estadual nº 6.802, de 25 de novemnro de 1963, é criado o distrito de Mumbaba e anexado ao município de Massapê. Pela Lei Estadual nº 6.889, de 13 de dezembro de 1963, é desmembrado do município de Massapê o distrito de Padre Linhares. Elevado à categoria de município. Em divisão territorial datada de 31 de dezembro de 1963, o município é constituído de 4 distritos: Massapê, Aiuá, Mumbaba e Tuína. Pela Lei Estadual nº 8.339, de 14 de dezembro de 1965, o município de Massapê adquiriu o extinto município de Padre Linhares, como simples distrito. Em divisão territorial datada de 31 de dezembro de 1968, o município é constituído de 5 distritos: Massapê, Aiuá, Mumbaba, Padre Linhares e Tuína. Pela Lei Municipal nº 279, de 07 de abril de 1991, é criado o distrito de Tangente e anexado ao município de Massapê. Pela Lei Municipal nº 293, de 21 de outubro de 1991, é criado o distrito de Ipaguaçu e anexado ao município de Massapê Em divisão territorial datada de 31 de junho de 1995, o município é constituído de 7 distritos: Massapê, Aiuá, Ipaguacu, Mumbaba, Padre Linhares, Tangente e Tuína. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2023. Subdivisão O município é dividido em 6 distritos: Aiuá, Ipaguaçu (antigo Acaraú-Mirim), Mumbaba, Padre Linhares (Antigo povoado de São Luiz, foi transformado em distrito através da Lei n° 1.153, de 22 de Novembro de 1951. É um distrito localizado na zona urbana do município de Massapê-CE. Com uma população significativa, a economia do local se caracteriza pela agricultura e comércio. A história dessa localidade tem início com a implantação de uma capela na zona rural de Massapê, como santo padroeiro da igreja foi escolhido e determinado como S. Luiz de Gonzaga, santo que passou a ser utilizado como nome da localidade. Com a implantação da capela as pessoas começam a povoar essa região que passou a se desenvolver de forma gradativa e se tornar um distrito do município de massapê), Tangente e Tuína. 
Geografia 
Clima 
O clima é do tipo tropical quente semiárido com pluviometria média de 765,1 mm com chuvas concentradas de janeiro a abril.
Hidrografia e recursos hídricos 
As principais fontes de água são os rios: Acaraú e Tucunduba, Riacho Caranguejo e Açude Acaraú Mirim (atualmente com 46 milhões m³). Existem dois principais rios totalmente ou essencialmente localizados no município: Rio Contendas e Rio Raiz (Rio do Canto). Todos eles nascem em regiões de relevo mais elevado no noroeste, como Serra da Meruoca e região de Aiuá. O Rio Contendas é o que tem seu percurso atravessado pela cidade, infelizmente com alto nível de poluição, provindos do esgoto de córregos e tubulações de esgoto estourada, mas durante o período de estiagem a cota laminar d'água é próxima a zero. Os Rios Contendas e Raiz desembocam no Açude Acaraú Mirim (o quino maior reservatório da Bacia do Vale do Acaraú, perdendo apenas para os açudes Araras - Varjota; Taquara - Cariré; Ayres de Sousa - Sobral; e Edson Queiroz - Santa Quitéria), cujo vertedouro remete suas águas para o Rio Acaraú. Nos últimos anos a capacidade hídrica vem sofrendo uma queda na capacidade devido às erosões ocasionadas na margens de rios e represas, tornando-os cada vez mais raso. Nisso se torna fundamental a dragagem. 
Outro problema sério é o acentuado estado de degradação das margens dos corpos lóticos do município, que com mata ciliar desmatada ou pouco significante, acabam aumentando o estado de sedimentação do leito, o que pode interferir nas enchentes no período chuvoso intenso. 
Relevo e solos 
As principais elevações são: Pico de Aiuá e Pico de São Brás, este com 992 metros acima do nível do mar. Vegetação Floresta subcaducifólia espinhosa ou mata seca, e floresta subperenifólia tropical plúvio-nebular. 
Economia 
Agricultura: algodão arbóreo e herbáceo, caju, mandioca. Milho e feijão. 
Pecuária: bovino, suíno e avícola. 
Indústrias: oito (uma metalúrgica, uma de madeira, uma de bebida, 3 de produtos alimentares, 2 de vestuário, calçados e artigos de tecidos, couros e peles). 
Cultura 
Os principais eventos culturais são as festas do padroeiro São Francisco e de Nossa Senhora Perpétuo Socorro. 
Referências para o texto: Wikipédia ; IBGE .

segunda-feira, 28 de julho de 2025

PEDRO II - PIAUÍ

Pedro II é um município brasileiro do estado do Piauí. É chamada de "Terra da Opala", bem assim de "Suíça Piauiense", por conta do seu clima serrano, frio, se comparado ao resto do estado, possuindo um grande potencial turístico, com as únicas minas de opala do Brasil, cachoeiras, um rico artesanato em tecelagem e o seu casario colonial, herança da colonização portuguesa. Todos os anos, entre os meses de maio e junho (no feriado de Corpus Christi), acontecem as edições do Festival de Inverno de Pedro II. 
História
Nasceu com a denominação de Pequizeiro, no final do século XVIII. Em 1839, o povoado sofreu um ataque do grupo Frecheira, pertencente ao movimento Balaio do município de Parnaíba. Eram 218 homens que causaram grande depredação e mortes. Vencidos pelo Major Joaquim Ribeiro, que comandava a força legal monarquista, no local Bebedouro, foram conduzidos a prisão em Piracuruca. 
Em seguida, fundado e emancipado por portugueses em 1854, século XIX. De acordo com a Lei Provincial nº 295, de 26 de agosto de 1851, foi criada a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição dos Matões. Em 11 de Agosto de 1854, segundo a Lei nº 367 o povoado dos Matões foi elevado à categoria de Vila, com a denominação de Pedro II, em homenagem ao Imperador do Brasil. Com a Proclamação da República, a Vila voltou a ter o nome de Matões mas, pela Lei nº 641, de 13 de julho de 1911, já na categoria de cidade, foi restabelecida a denominação de Pedro II. 
Geografia
Localiza-se a uma latitude 04º25'29" sul e a uma longitude 41º27'31" oeste, estando a uma altitude de 603 metros. A cidade está localizada na Serra dos Matões, sendo privilegiada naturalmente com um clima ameno. A população de Pedro II, no Piauí, em 2022, de acordo com o censo do IBGE, era de 37.894 habitantes. 
Clima
Em Pedro II, a estação com precipitação é opressiva e de céu encoberto; a estação seca é abafada, de ventos fortes e de céu parcialmente encoberto. Durante o ano inteiro, o clima é quente. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 19 °C a 35 °C e raramente é inferior a 18 °C ou superior a 37 °C. 
A melhor época do ano para visitar Pedro II e realizar atividades de clima quente é do início de junho ao fim de setembro. 
A estação quente permanece por 3,3 meses, de 1 de setembro a 10 de dezembro, com temperatura máxima média diária acima de 34 °C. O mês mais quente do ano em Pedro II é novembro, com a máxima de 35 °C e mínima de 21 °C, em média. 
A estação fresca permanece por 3,5 meses, de 8 de fevereiro a 25 de maio, com temperatura máxima diária em média abaixo de 31 °C. O mês mais frio do ano em Pedro II é março, com a mínima de 21 °C e máxima de 30 °C, em média. 
Economia
Pedro II é um município de grande relevância na região que se destaca por apresentar novas oportunidades de negócios e pela alta regularidade das vendas no ano. Por outro lado, o baixo potencial de consumo é um fator de atenção.
Em janeiro de 2025, foram registradas 32 admissões formais e 42 desligamentos, resultando em um saldo negativo de -10 novos trabalhadores.
Até fevereiro de 2025 houve registro de 14 novas empresas em Pedro II, sendo que 4 atuam pela internet. Neste último mês, 6 novas empresas se instalaram, sendo 1 com atuação pela internet.
Cultura
Festival de Inverno de Pedro II

O Festival de Inverno de Pedro II é um evento anual gratuito realizado, desde 2004, no município de Pedro II (Piauí). 
Tem início, tradicionalmente, no feriado de Corpus Christi, indo até o domingo seguinte, e atrai milhares de turistas e visitantes de todo o país. 
O evento é realizado através de uma parceria da Prefeitura de Pedro II, do Governo do Estado do Piauí e do Sebrae. 
É considerado o maior evento cultural do Piauí e um dos maiores do Nordeste, envolvendo música, gastronomia, artesanato e meio ambiente, bem como considerado o maior festival de inverno gratuito do Norte e Nordeste do Brasil. 
O festival é um importante evento que valoriza a cultura, comércio e turismo locais durante quatro dias de festividades, fomentando a economia de Pedro II com a tradicional feira de artesanato, experiências gastronômicas, ecoturismo e a comercialização de joias com Opala, pedra preciosa encontrada apenas em Marte e em dois lugares da Terra: Pedro II e Austrália. 
Multissetorial, o festival conta, além das apresentações musicais, com espaços gastronômicos e de empreendedorismo, além de exposição fotográfica, feira da agricultura familiar, passeios urbanos pelos casarios coloniais, passeios rurais, trilhas, banhos de cachoeiras, espaço criança, intervenções artísticas e circenses, entre outras atrações. 
Há palcos em diferentes pontos da cidade, onde são apresentados shows ao vivo, durante o dia e a noite, por vezes de forma simultânea. Os shows principais ocorrem no Palco Opala, na Praça Manoel Nogueira Lima, popularmente conhecida como Praça da Bonelle. 
Na Praça Matriz há a Vila Empreendedora, com estandes para comercialização de variados produtos e serviços, e, no entorno da Praça da Bonelle, há a Vila Gastronômica. 
Durante o evento, o ponto turístico mais visitado é o Morro do Gritador, cânion a uma altura de 729 metros do nível do mar, com mirante que possui bar e restaurante. O local oferece vista privilegiada dos paredões de rocha e vegetação nativa, bem assim dos vales no horizonte, possuindo um clima serrano raro na região.
Memorial Tertuliano Brandão Filho
É um palacete construído nos anos inicias do século XX que tem acervos da família de Tertuliano Brandão e de Tertuliano Solon Brandão. A inauguração do memorial foi feita em 10 de março de 1987 pelo governador José Raimundo Bona Medeiros. 
É aberto à visitação pública e seu acervo é composto por 800 peças como mobiliários, documentos, indumentárias, comendas, correspondências e livros. 
Museu da Roça
O Museu da Roça de Pedro II era uma instituição particular que guardava e expunha diversidades de acervos sobre aspectos da cultura local. Está situado a cerca de 10 quilômetros da sede do município. Ocupa um casarão do século XIX e tem um acervo eclético que mostra a evolução social e os primórdios da mineração da cidade. Também possui um restaurante com piscina e redário. Abre aos sábados, domingos e feriados.

Biblioteca Municipal
Em Pedro II há a Biblioteca Municipal Padre Áureo. 
Turismo
Entre as belezas naturais, estão o Morro do Gritador, canion com cerca de 280 metros a uma altitude de 730 metros acima do nível do mar; a Cachoeira do Salto Liso, com suas águas frias e cristalinas com véu de água de cerca de 30m; o Olho d'água Buritizinho, entre outros. Os sítios arqueológicos (da Lapa) retratam a vida do homem pré-histórico nestas terras. Um conjunto arquitetônico em estilo barroco revela uma Pedro II histórica. O artesanato local, com sua tecelagem de redes e tapetes encanta os visitantes.
Mirante do Gritador
O Morro do Gritador é um cânion a uma altura de 729 metros do nível do mar, localizado na costa da Serra da Ibiapaba, especificamente na Serra dos Matões,
que oferece uma visão magnífica dos vales, divididos entre Pedro II e os municípios de Piracuruca, São João da Fronteira e Domingos Mourão. Diz-se que ao se atirar um chapéu em seu desfiladeiro, este mesmo voltará, pela força do vento. Fica a 14 quilômetros ao Norte da sede do município com acesso por estrada pavimentada e possui infraestrutura para recepção de turistas em períodos de festivais e festas na cidade.
O mirante, com bar e restaurante, oferece vista privilegiada dos paredões de rocha e vegetação nativa, bem assim dos vales no horizonte, possuindo um clima serrano raro na região. 
É, talvez, o ponto turístico mais visitado, especialmente durante as edições do Festival de Inverno de Pedro II. 
O Mirante também é palco do Desafio Serra dos Matões, evento de trail run com percursos nas comunidades localizadas na serra que lhe dá nome. 
Trilhas e Cachoeiras
Na cidade há inúmeras trilhas e estradas que são usadas para esportes como ralis, enduros e competições de corrida em meio a vegetações típicas da caatinga e do cerrado. Destacam-se, ainda, as suas diversas cachoeiras que, além do banho, são utilizadas para práticas como o rapel. 
As mais famosas são a Cachoeira do Salto Liso, com 26 metros de altura e água fria, e a Cachoeira do Urubu Rei, com cascata de 76 metros, sendo considerada a queda d'água mais alta do Piauí e a única cachoeira que não seca o ano inteiro. 
Sítios Arqueológicos
Pedro II possui mais de 200 painéis de sítios arqueológicos catalogados, sendo que quatro deles possuem estrutura para receber turistas: Serra do Quinto, Buriti Grande dos Aquiles, Torre 1 e Torre 2. As figuras de animais, homens e abstratas são resultado da ocupação humana de anos. É necessária a presença de guia.
 O sítio arqueológico mais conhecido é o Sítio Arqueológico da Torre, o qual contém painéis de inscrições rupestres, um rico bioma com áreas de cerrado e caatinga e espécies de plantas e animais dessas vegetações. 
Sítio Buritizinho
Estabelecimento privado onde há um engenho e uma casa de farinha, sendo possível acompanhar e participar da preparação dos produtos a partir da cana-de-açúcar (caldo, rapadura) e da mandioca (tapioca, farinha, goma).
Centro Histórico
No centro da cidade há casarios coloniais, em estilo português, que revelam o ar interiorano e a história por trás da colonização. O Centro do município tem imóveis seculares com inspiração portuguesa, e também, casarões que relembram o apogeu econômico da primeira metade do século XX. Entre eles, destacam-se o Memorial Tertuliano Brandão Filho, que guarda um acervo de imagens e documentos da cidade; a Junta Comercial, que hoje abriga centros de lapidações de opala; o Solar da Estrela Marrom, que foi a casa do coronel Domingos Mourão Filho, bombardeado por ordem do governo federal; a Igreja de Nossa Senhora da Conceição que substituiu a capela em homenagem à mesma santa trazida por portugueses no século XVIII; o Mercado do Artesão; entre outras.
Artesanato
O artesanato em fios de algodão é uma tradição em Pedro II desde, de pelo menos, o século XIX. Segundo a história oral, tudo começou com as três irmãs Severa, Honorina e Mariana que introduziram os teares de grade na localidade e depois disseminaram as técnicas de confecção de redes, o produto mais conhecido. Hoje em dia são produzidos também, colchas, bolsas, jogos americanos, entre outros objetos.
Rota da Opala
É possível fazer roteiro que contempla todas as etapas relativas à opala, desde a sua extração nas minas até as oficinas de lapidação e ourivesaria. 
A Mina do Boi Morto é a maior mina de opala a céu aberto do mundo e a mais importante do Brasil. 
Também é possível fazer um roteiro que contempla toda a cadeia produtiva da opala, desde as suas minas, sendo que a mais conhecida é a do Boi Morto, uma das maiores do mundo em céu aberto, até as oficinas de lapidação e ourivesaria.
Turismo Rural
Famílias da zona rural também recebem turistas que querem vivenciar as experiências do campo como plantar, colher e cuidar de animais.
Capela da Marialves
Uma menina que morreu de fome e de sede é considerada santa por muitas pessoas. Diz-se que há muitos anos, uma família saiu do Ceará fugindo da seca e foi perdendo seus membros no caminho, restando apenas a garota Maria Alves, de 14 anos, que morreu à sombra de uma árvore em Pedro II. Desde então, a garota possui vários devotos que ergueram uma capela em sua homenagem.
Ecoturismo e esportes
Pedro II tem várias trilhas e estradas vicinais que são usadas para esportes como ralis, enduros e competições de corrida em meio à vegetação de cerrado, caatinga e mata atlântica. Há ainda diversas cachoeiras que, além do banho, são utilizadas para práticas como o rapel. Entre elas, se destacam a Cachoeira do Salto Liso, com 26 metros de altura e com água fria – visitável de fevereiro a julho; e a Cachoeira do Urubu Rei, com difícil acesso e cascata de 76 metros.
Referência para o texto: Wikipédia ; Weather Spark ; Caravela 

sábado, 26 de julho de 2025

IGARAPÉ-AÇU - PARÁ

Igarapé-Açu é um município do estado do Pará, no Brasil. Localiza-se à latitude 01º07'44" sul e à longitude 47º37'12" oeste, estando a uma altitude de 50 metros. Sua população estimada em 2022, segundo censo do IBGE, era de 35.797 habitantes. 
História
O povoamento inicial da localidade se deu a partir do ano de 1895, com a instalação do Núcleo Agrícola Jambú-Açú. Anteriormente, somente residiam indígenas às margens dos rios Jambú-assú, Maracanã, Peixe-Boi e em seus afluentes e à margem do Rio Caripi, onde também vivia uma colônia espanhola. Com a construção da Estrada de Ferro de Bragança em 1896, a então localidade de Igarapé-Açu começaria a se desenvolver, graças ao escoamento agrícola realizado na região em direção aos portos fluviais da capital paraense Belém, da qual era distrito. 
Após apresentar condições de capacidades para vida política e autonomia administrativa, o distrito se emancipou de Belém no dia 26 de outubro de 1906, sendo elevado à categoria de município pela Lei nº 95 e sendo instalado no dia 1º de janeiro de 1907, durante o governo de Augusto Montenegro. 
A origem da cidade de Igarapé-Açu foi o núcleo colonial Jambu-Açu, fundado em 1895, no km-118, da Estrada de Ferro de Bragança. O núcleo de Jambu-Açu foi criado a partir da política do governo estadual, que era de colonizar toda a Região Bragantina. A Estrada de Ferro de Bragança desempenhou um papel fundamental dentro dessa política de colonização, uma vez que promovia o escoamento dos produtos da Região Bragantina para Belém. E em Jambu-Açu estabeleceram-se algumas famílias, principalmente espanholas. Posteriormente, através da Lei Estadual nº 902, de 5 de novembro de 1903, o povoado de Igarapé-Açu foi criado, durante o governo de Augusto Montenegro. Em 1906, mediante a promulgação da Lei nº 985, de 26 de outubro, o município de Igarapé-Açu foi instituído, com sede no antigo núcleo de Jambu-Açu. Sua criação foi em decorrência da extinção do município de Santarém Novo, que decaíra completamente. Não podendo o seu território ser anexado aos municípios vizinhos sob o perigo de decadência dos mesmos, segundo Palma Muniz, o Congresso do Estado achou por bem criar uma outra unidade municipal denominada de Igarapé-Açu, tirando parte do território de Belém e parte do antigo município de Santarém Novo.
Para dar organização ao Município de Igarapé-Açu foi nomeada uma Comissão cuja presidência foi exercida por Ângelo Cesarino Valente Doce, o mesmo que, ao cumprir as suas atribuições iniciais em 1907, foi eleito como Intendente do recém-criado Município. No ano de 1931, o nome do município foi modificado, passando a ser denominado de João Pessoa, por força do Decreto Estadual nº 264, de 4 de abril, constituindo esse ato uma homenagem do Estado do Pará ao grande vulto da Revolução de 1930. Decorrido um ano dessa alteração de nome, no dia 25 de janeiro de 1932 o então interventor federal do Estado elevou à categoria de cidade a Vila do município de Igarapé-Açu, mediante a promulgação do Decreto nº 595, o mesmo que criou a Comarca de João Pessoa. O próprio interventor federal, reconhecendo as exigências impostas pelo uso, assim como as reclamações dos habitantes do lugar, promulgou mais um Decreto, desta vez o de nº 2.972, de 31 de março de 1938, através do qual ficou restaurada a denominação oficial de Igarapé-Açu em vez de João Pessoa. O patrimônio territorial do município de Igarapé-Açu sofreu algumas transformações desde o ano de 1938. Por determinação do Decreto-Lei nº 3.131, de 31 de outubro de 1938, o seu distrito de Igarapé-Açu incorporou o de São Jorge de Jabuti, que pertencia ao distrito de Peixe-Boi. Em compensação, para Peixe-Boi o município de Igarapé-Açu perdeu a área de Taciateua. Essas transformações configuraram o seu patrimônio territorial com cinco distritos: Igarapé-Açu, Nova Timboteua, Peixe-Boi, São Luiz e Timboteua, aparecendo desta maneira na divisão político-administrativa do Estado do Pará que vigorou no quinquênio 1939-1943. Mais tarde, entretanto, o Município de Igarapé-Açu perdeu os distritos de Nova Timboteua, Timboteua e Peixe-Boi, que, por força do Decreto-Lei nº 4.505, de 30 de dezembro de 1943, passaram a constituir o município de Nova Timboteua. Desta forma, Igarapé-Açu ficou unicamente com dois distritos: Igarapé-Açu e Caripi. Em 1955 houve ainda um novo desmembramento de seu território, com o propósito de permitir o surgimento do município de Santa Maria do Pará, mas a Lei nº 1.127, de 11 de março desse mesmo ano, através da qual se pretendia efetivar o ato que foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, em 4 de outubro de 1955, tendo o Governador do Estado do Pará, por sua vez, tornado insubsistente o desmembramento no dia 26 de janeiro de 1956. A persistência dos mentores da Lei nº 1.127 levou o Estado do Pará, desta vez, somente no ano de 1961, a conceder o desmembramento de Igarapé-Açu para concretizar o surgimento do município de Santa Maria do Pará. O nome do município de Igarapé-Açu corresponde à denominação do subafluente do Rio Marapanim, que banha o distrito sede do município e que em língua Nheegatu significa "grande caminho das canoas". Na atualidade, o Município conta com dois distritos: Igarapé-Açu (sede) e Caripi.
Topônimo
"Igarapé-Açu" é um termo de origem tupi que significa "caminho de canoa grande", através da junção de igara (canoa), pé (caminho) e açu (grande). Igarapé grande. 
Clima
Em Igarapé Açu, a estação com precipitação é de céu encoberto; a estação seca é de céu parcialmente encoberto. Durante o ano inteiro, o clima é quente e opressivo. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 22 °C a 32 °C e raramente é inferior a 21 °C ou superior a 34 °C. 
Baseado no índice de praia/piscina, a melhor época do ano para visitar Igarapé Açu e realizar atividades de clima quente é do fim de julho ao início de novembro. 
A estação quente permanece por 3,0 meses, de 20 de maio a 18 de agosto, com temperatura máxima média diária acima de 32 °C. O mês mais quente do ano em Igarapé Açu é junho, com a máxima de 32 °C e mínima de 23 °C, em média. 
A estação fresca permanece por 2,4 meses, de 29 de janeiro a 11 de abril, com temperatura máxima diária em média abaixo de 31 °C. O mês mais frio do ano em Igarapé Açu é fevereiro, com a mínima de 23 °C e máxima de 31 °C, em média. 
Economia
Igarapé-Açu é uma pequena cidade que se destaca por apresentar novas oportunidades de negócios e pela alta regularidade das vendas no ano. O baixo potencial de consumo e o desempenho econômico são os pontos de atenção.
Em janeiro de 2025, foram registradas 85 admissões formais e 62 desligamentos, resultando em um saldo positivo de 23 novos trabalhadores.
Considerado um centro local de baixa influência nos municípios vizinhos, o município de Igarapé-Açu fica perto da cidade de Castanhal, Pará. Dentro de sua área de influência, a cidade atrai maior parte dos visitantes para logística de transportes.
Pontos Turísticos
Igarapé-Açu é um local perfeito para turismo e para se viver com tranquilidade, pois a cidade é conhecida como "cidade de todos". Os principais pontos turísticos são:
- Mercado Velho: O mercado municipal da cidade de Igarapé-Açu, que hoje atua como Museu. 
- Samaumera: A maior árvore da cidade que um ótimo ponto para turistas. 
- Balneário São Joaquim: Também conhecido como Eco-Park São Joaquim, é o lugar perfeito para passar o domingo. 
- Lagoa Azul: Uma lagoa ou lago com água de cor completamente azul. 
Referências para o texto: Wikipédia ; Weather Spark ; Caravela ; Blog Igarapé-Açú Noticias .

sexta-feira, 25 de julho de 2025

JAÍBA - MINAS GERAIS

Jaíba é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. Sua população recenseada em 2022, pelo IBGE, era de 37.660 habitantes. 
O município é limitado a norte com Matias Cardoso e Gameleiras, a oeste com Itacarambi, a leste com Pai Pedro e a sul com Varzelândia, Verdelândia e Janaúba. O ponto mais alto do município é de 470 metros, na região central da cidade. 
História
A região onde hoje se assenta o município era chamada de Mata do Jaíba. A Colônia, ou o projeto de Colonização, teve seu início em 1949, quando ocorreram os primeiros assentamentos de colonos na região de Gado Bravo, na margem esquerda do Rio Verde Grande. Nessa ocasião foi lançado o Projeto Jaíba, projeto de irrigação, localizado no município de Jaíba, com água captada do Rio São Francisco, em sua margem direita. No período de 1967 a 1976 houve grande avanço nas atividades econômicas do Projeto, que ocasionou o surgimento do Povoado de Novo Horizonte, na margem direita do Rio Verde Grande, município de Monte Azul. O povoado cresceu rapidamente e foi transformado em distrito, através da Lei nº 6.769, de 13 de maio de 1976, com o nome de Otinolândia. Em setembro de 1991 foi criado o Distrito de Jaibênia. Em 20 de janeiro de 1992, a Lei Estadual nº 10.784 trouxe a emancipação do município, sendo que, partindo da margem direita do Rio Verde até a Vila de Otinolândia, desmembrou uma parte de Monte Azul e da margem esquerda até a Vila Jaibênia, a área deixou de pertencer a Manga.
O município foi criado pela Lei Estadual nº 10.784, de 27 de abril de 1992. 
Geografia
Clima

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1976 a 1984, 1986 a 1988 e a partir de 1990, a menor temperatura registrada em Jaíba, no distrito de Mocambinho, foi de 9°C em 20 de junho de 1988 e a maior atingiu 41,5°C em 13 de novembro de 2015. O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 132,9 milímetros (mm) em 26 de novembro de 2007. Outros grandes acumulados iguais ou superiores a 100 mm foram: 105,7 mm em 27 de março de 1981, 104,7 mm em 27 de outubro de 2009, 104,2 mm em 11 de março de 1994, 103,9 mm em 5 de fevereiro de 2007 e 103,2 mm em 16 de janeiro de 2002.
Economia
Jaíba é uma pequena cidade que se destaca pela alta regularidade das vendas no ano. O desempenho econômico e o baixo potencial de consumo são os pontos de atenção.
Em janeiro de 2025, foram registradas 377 admissões formais e 434 desligamentos, resultando em um saldo negativo de -57 novos trabalhadores.
Até fevereiro de 2025 houve registro de 14 novas empresas em Jaíba, sendo que 3 atuam pela internet. Neste último mês, 8 novas empresas se instalaram, sendo 1 com atuação pela internet.
Referências para o texto: Wikipedia ; Caravela ; Site da Prefeitura Municipal .

quinta-feira, 24 de julho de 2025

BOM JARDIM - MARANHÃO

Bom Jardim é um município brasileiro do estado do Maranhão. Localiza-se à latitude 04°44'30" sul, à longitude 44°21'00" oeste, e à altitude de 40 metros. 
Sua população é de 33.100 habitantes segundo estimativa do IBGE para 2022. Possui área de 6.590,531 km² e densidade demográfica de 6,3 hab/km². Localizada às margens da BR-316, que a liga ao estado do Pará. 
História
No princípio, Bom Jardim era pertencente a Monção, onde só vinham caçadores residentes em águas boas que caçavam, pescavam e retornavam. Porém, chegou um disposto a ficar: o Sr. José Pedro Vasconcelos. 
O local até então era uma verdadeira floresta, com mata fechada, e a existência de uma rica fauna e flora. Os animais existentes eram: onças, veados, pebas, tatus, porcos caititus, pacas etc. 
José Pedro Vasconcelos faleceu em 2 de outubro de 2002, na cidade de Rio Preto da Eva, Amazonas. 
A região foi penetrada pela primeira vez, nos meados do século XIX, pelo bandeirante Manoel Perdigão, quando foi descoberto ouro, por um de seus escravos, no local denominado Buriti, à margem direita do Ribeirão Macacos. 
Em 1912, fixou-se na região a família Felizardo, formando a fazenda Bom Jardim, nome decorrente da beleza dos campos, do ribeirão próximo, em cujas terras originou-se a povoação. 
Em 1914, visando defender-se dos ataques dos índios Bororós que ali viviam, a família fundadora construiu uma capela de pau-a-pique, consagrada a São João, livrando¬se, pela fé, da perseguição selvagem. Nesse mesmo ano D. Ana Rufino de faria, da referida família, doou parte das terras da fazenda a São João Batista para a construção do patrimônio. 
Para o desenvolvimento do povoado de Bom Jardim, os fundadores contaram com a valiosa cooperação de Manoel Cordeiro de Faria, profundo conhecedor dos costumes indígenas e com Joaquim Carlos de Almeida Garcia, mais tarde escrivão, procurador e conselheiro, conceituado com o patriarca da cidade. 
Em 1924, Bom Jardim foi elevado à distrito do Município de Rio Bonito, atual Caiapônia, passando a pertencer a Baliza a partir de 1928.
Pelo Decreto-Lei nº 8.305, de 31 de dezembro de 1943, o distrito passou a denominar-se Ibotim, de origem desconhecida. 
Sua autonomia municipal foi concedida pela Lei Estadual nº A-17, de 18 de agosto de 1953, com o novo topônimo de Bom Jardim de Goiás, lembrando a fazenda e o ribeirão de onde originou-se e distinguindo-se de topônimos idênticos. 
Formação Administrativa 
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, figura no município de Rio Bonito o distrito de Bom Jardim. 
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o distrito permanece no município de Rio Bonito.
Pelo Decreto-Lei Estadual nº 91, de 27 de outubro de 1936, alterado em seus limites, Pelo Decreto-Lei Estadual nº 5.911, de 11 de julho de 1942, o distrito de Bom Jardim deixa de pertencer ao município de Rio Bonito para ser anexado ao novo município de Baliza. 
Pelo decreto-lei estadual nº 8.305, de 31 de dezembro de 1943, o distrito de Bom Jardim passou a denominar-se Ibotim. 
No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o distrito de Ibotim figura no município de Baliza. 
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1º de julho de 1950. 
Elevado à categoria de município com a denominação de Bom Jardim de Goiás, pela Lei Estadual nº 813, de 14 de outubro de 1953, desmembrado de Baliza. Sede no atual distrito de Bom Jardim de Goiás ex-Bom Jardim. Constituído do distrito Sede. Instalado em 1º de janeiro de 1954. 
Em divisão territorial datada de 1º de julho de 1960, o município é constituído do distrito sede,
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007. 
Alteração Toponímica Distrital 
Bom Jardim para Ibotim alterado, pelo Decreto-Lei Estadual nº 8.305, de 31 de dezembro de 1943. Ibotim para Bom Jardim de Goiás, alterado, pela Lei Estadual nº 813, de 14 de outubro de 1953.
Gentílico: bom-jardinense.
Geografia
Localizando-se na microrregião do Vale do Pindaré, faz limites com os municípios de Monção, Açailândia, Tufilândia, Pindaré Mirim, São João do Caru, Governador Newton Bello, Alto Alegre do Pindaré, Buriticupu, Bom Jesus das Selvas, Zé Doca, Centro Novo do Maranhão e Itinga do Maranhão. O município tem 6.590,48 km³ de área territorial. A área urbana corresponde a 113 km². A referida área detém 35% da população total, sendo que 65% da população se concentra na zona rural. A densidade demográfica do município em 2016 é de 6,2 habitantes por km². 
A distância de Bom Jardim a São Luís é de 275 km. 
Hidrografia
Os principais rios que formam a hidrografia do município são: rio Pindaré, Caru, rio Azul ou Poranguetê, rio Ubim, os dois últimos são braços do rio Pindaré, na região da Miril. Existe também os igarapés Água Preta, Limoeiro, Crumaçu, Arvoredo, Galego e Turizinho. O rio Pindaré, nome que significa anzol pequeno, nasce ao leste da Serra da Cinta e desemboca no rio Mearim, após um curso de 750 km de extensão. É um rio caudaloso, extenso, navegável e rico em peixes. 
Vegetação
A vegetação ou plantas nativas do município é formada de cocais e matas (árvores grossas e capoeira). As madeiras nativas no município (atualmente escasseando) são: pau-d'arco, maçaranduba, pequi, jatobá, mirindiba e cedros, ressaltando também os capins Jaraguá e canarana. Árvores frutíferas mais predominantes são os mangueirais.
Clima
Em Bom Jardim, a estação com precipitação é opressiva e de céu encoberto; a estação seca é de céu parcialmente encoberto. Durante o ano inteiro, o clima é quente. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 20 °C a 35 °C e raramente é inferior a 18 °C ou superior a 38 °C. 
A melhor época do ano para visitar Bom Jardim e realizar atividades de clima quente é do início de junho ao meio de setembro. 
A estação quente permanece por 2,1 meses, de 15 de agosto a 17 de outubro, com temperatura máxima média diária acima de 34 °C. O mês mais quente do ano em Bom Jardim é setembro, com a máxima de 35 °C e mínima de 23 °C, em média. 
A estação fresca permanece por 5,0 meses, de 18 de dezembro a 18 de maio, com temperatura máxima diária em média abaixo de 30 °C. O mês mais frio do ano em Bom Jardim é fevereiro, com a mínima de 21 °C e máxima de 29 °C, em média. 
A temperatura média é de 30º e o clima é quente e úmido como da Amazônia Equatorial. Índice de chuvas por ano: 2000 a 2200 mm anuais. Período chuvoso: janeiro, fevereiro, março, abril, maio e junho. Período seco: julho a dezembro. 
Economia
Atualmente, destaca-se na produção agrícola: arroz, milho, feijão, cana-de-açúcar, mandioca, soja. Sendo os principais frutos: banana, laranja, abacaxi e melancia. O produto número um na produção municipal foi e continua sendo o arroz. Bom Jardim já foi um dos maiores produtores e exportadores de arroz do Maranhão.
A agricultura é explorada, em grande parte, por pequenos produtores rurais. Sabe-se que economicamente, a agricultura é muito importante para o desenvolvimento do município, mas esta não apresenta ultimamente bons índices de produtividade. A estrutura agrária põe em evidência o latifúndio, onde se percebe, que a maior parte das terras são ocupadas por latifundiários. 
A pecuária é uma das atividades de destaque no município de Bom Jardim. Predomina a criação de bovinos, suínos, cabras e aves. A atividade pecuária contribui em maior escala para a economia municipal: 56,4%.
Referências para o texto: Wikipédia ; Weather Spark .