quarta-feira, 4 de março de 2020

TEIXEIRA DE FREITAS - BAHIA

Teixeira de Freitas é um município brasileiro do estado da Bahia. Localiza-se no extremo sul do estado, distante 854 km   da capital. Sua população estimada em 2019 era de 160.487 habitantes, sendo a maior cidade da sua Região Geográfica Imediata e a nona maior do estado da Bahia. O município possui área territorial de 1.165,6 km², elevação de 109 m e temperatura média anual de 24,3 °C.
A cidade foi fundada no ano de 1985, desmembrando-se dos municípios de Alcobaça e Caravelas. Embora seja mais nova que os municípios vizinhos, Teixeira de Freitas consolidou-se como a principal cidade da região. A população do município se expande a uma taxa 2,4 vezes maior que a Bahia e 1,6 maior que o Brasil, tendo aumentado 87% do seu número de habitantes nos últimos 25 anos.
Etimologia
A cidade de Teixeira de Freitas recebeu o nome em homenagem ao baiano Mario Augusto Teixeira de Freitas (São Francisco do Conde, 31 de março de 1890 - Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 1956), estatístico brasileiro, fundador do Instituto Nacional de Estatística, cujo nome foi mudado em 1938 para Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
O governo achou por bem prestar-lhe uma homenagem póstuma, tendo os chefes das agências de estatísticas recebido ordens da direção central do IBGE, no sentido de propor junto aos prefeitos de cada município que fosse dado o nome de Teixeira de Freitas a um logradouro. Em 1957, o então chefe das agências de estatísticas de Alcobaça, Miguel Geraldo Farias Pires e Wagton Cabral Pereira em cumprimento às determinações emanadas da Inspetoria do IBGE na Bahia, oficialmente, solicitou da Prefeitura e Câmara de Alcobaça a homenagem póstuma ao imortal baiano Teixeira de Freitas, dando-lhe o seu nome ao Povoado de São José de Itanhém, o que foi bem aceito pelo Executivo e Legislativo de Alcobaça.
História
A emancipação do município foi estabelecida pela Lei 4.452, de 9 de maio de 1985. A instalação se deu em 1º de janeiro de 1986, tendo a população da cidade aumentado enormemente desde então. A área do município é de 1.157,4 km².
A história da cidade, embora recente, guarda aspectos pitorescos e valiosos que auxiliam a analisar a situação socioeconômica atual no município. Vários destes aspectos foram relatados por antigos moradores e, entre eles o fato de que em 1965/66 já existiam vários núcleos que, embora vizinhos, pertenciam a municípios diferentes: é o caso de Vila Vargas, Jerusalém, São Lourenço e do bairro rural Duque de Caxias, que pertenciam ao município de Caravelas. Monte Castelo, Bairro da Lagoa (onde está o shopping Teixeira Mall Center) e Buraquinho pertenciam a Alcobaça. Teixeira de Freitas foi criado com o desmembramento de terras de Alcobaça e Caravelas.
Mesmo sem contar com qualquer infraestrutura, inclusive energia elétrica e vias de acesso razoáveis, estes núcleos atraíram contingentes migratórios consideráveis e, no ano de 1980 Teixeira de Freitas era um expressivo centro regional, com mais de 60.000 habitantes, sem mesmo ser emancipado politicamente, enquanto cidades vizinhas centenárias fundadas nos séculos XV e XVI, como Caravelas, Alcobaça e Mucuri, permanecem até atualmente com uma população de poucas dezenas de milhares de habitantes.
História cultural
Na época da descoberta do Brasil, na região que corresponde as atual Extremo Sul da Bahia viviam povos de muitas etnias: a faixa costeira era ocupada pelos Tupis (Tupiniquins) e no interior viviam os Pataxós, Maxacali, Botocudos, Puri e Camacã, entre outros.
Os aspectos culturais que diferenciavam esses povos estão no fato de que os Tupis viviam próximos ao litoral, possuíam uma grande homogeneidade cultural e linguística, apesar de estarem divididos em unidades políticas. Eram povos mais sedentários, se concentrando em aldeias com populações de mil a três mil pessoas. Praticavam a agricultura do milho e mandioca, que eram os principais produtos. A alimentação era completada com a pesca, caça e coleta.
Os grupos do interior chamados de Aimorés pelos Tupis eram linguística e culturalmente heterogêneos, costumavam organizar em pequenos bandos, de algumas famílias, não ultrapassando cem pessoas. Mudavam de local, de morada, a cada estação agrícola. A caça e a pesca eram mais importantes que a agricultura. Com a chegada dos portugueses foram alteradas as relações pessoais, de poder, de distribuição espacial, de sobrevivência coletiva, de reposição demográfica e, principalmente, as características culturais.
Os colonizadores instalaram núcleos de ocupação do território, em caráter provisório, sendo os primeiros em Porto Seguro e Caravelas. Nesses núcleos eram construídas capelas, centros de administração, postos em todos os lugares para armazenamento de madeira e fortificações para proteger os portugueses dos ataques dos índios e até dos franceses e holandeses.
Os índios Tupis, que viviam próximos ao litoral, foram civilizados e subjugados pelos portugueses, com ajuda da Igreja e de ordens religiosas, sob o argumento de cristianizar estes povos. O contato com os colonizadores resultou no contágio de doenças como varíola, sarampo e gripes. Além disso, as ações de civilização destruíram a cultura e a identidade étnica dos Tupis.
Coube aos indígenas do interior oferecer resistência à dominação e organizar ataques aos povoados dos portugueses. Os confrontos entre índios e não índios se repetiram ao longo do tempo até o final do século XIX, motivados principalmente pela agroindústria açucareira e a necessidade de mão de obra. Como os escravos africanos tinham preços elevados, a solução era captura e a escravização de indígenas.
Um oficio assinado pelo subdelegado de policia do Prado (meados do século XIX) mostra o costume de envolver "índios mansos" nas expedições e bandeiras para conquistar novos territórios ou capturar novos indígenas.
No decorrer do século XVIII foram elevadas a condição de vila os seguintes povoados: Caravelas (1700), Alcobaça (1772) a margem do rio Itanhém, Prado (1765), Viçosa (1768) à margem do rio Peruipe, município de Nova Viçosa, e São José de Porto Alegre (1755 ou 1769), a margem do rio Mucuri, no atual município de Mucuri. Estas vilas foram criadas segundo a política de urbanização e povoamento da Coroa Portuguesa.
Um fato a registrar é que por volta de 1830 se deslocaram levas de suíços e alemães para Mucuri e Nova Viçosa, onde se estabeleceram em fazendas destinadas ao cultivo do café. A mão de obra utilizada era escrava. Em 1853, cerca de 90% do café exportado pelo porto de Salvador era proveniente da Colônia Leopoldina, atual município de Nova Viçosa.
As dificuldades de povoamento de Extremo Sul da Bahia persistiram até o século XIX, com problemas na fixação dos pequenos grupos de imigrantes estrangeiros, trazidos para a região com o objetivo de colonização. A migração subvencionada foi suspensa depois que mais de 50% dos imigrantes abandonaram a região em direção a Santos e ao Rio de Janeiro.
As alegações dos estrangeiros eram "dificuldades de alimentação, insalubridade, grandes distancias e dificuldades de comunicação ou temor dos nativos".
História geográfica
As divisões territoriais e a instalação de unidades político-administrativas foram ocorrendo desde o início do século XVIII (Caravelas), mas sobretudo no século XX, depois de 1950, demonstrando que a Região Extremo Sul foi uma das últimas a se desenvolver em relação às demais no Estado da Bahia.
Ate a década de 70 o vilarejo de Teixeira de Freitas, perdido na Mata Atlântica que ainda restava no interior baiano, era apenas uma referência para os seus próprios e poucos moradores.
A constituição do município é muito recente. Até há pouco tempo, 1986, o núcleo urbano possuía uma situação muito singular. A sua subordinação administrativa era divida entre dois municípios. A vila que origem a Teixeira de Freitas se localizava exatamente na linha divisória entre os municípios de Alcobaça e Caravelas. De tal modo que algumas ruas estavam em um município e outras no seu vizinho.
Alcobaça, sede do município que dispensava uma atenção um pouco maior ao povoado pela simplicidade de sua organização administrativa e pela pouca importância da Vila de Teixeira de Freitas, não possuía nenhum mecanismo legal e constante para o acompanhamento e a fiscalização sobre o que e como se construía. Assim o núcleo urbano ia se estendendo, desorientado.
A partir da década de 70, com a construção da BR-101, e num movimento que já havia se iniciado alguns anos antes com pouca intensidade, a mata vai sendo derrubada e substituída por pastagens. Inicialmente, num processo mais lento, chegaram os criadores do interior baiano. Após a construção da rodovia, vieram principalmente os criadores mineiros e os madeireiros capixabas que, numa conjugação de interesses, intensificaram a tomada da mata. O núcleo então começa a ganhar força.
A chegada das serrarias foi decisiva no grande aumento do movimento na já dinâmica região e reforçou a tendência de expansão de todo o comércio.
O solo se mostrava adequado para a agricultura. A fase do “milagre brasileiro” promove a expansão do mercado consumidor no sul do país. As terras de Teixeira de Freitas passam a atrair migrantes agricultores e empresas cooperativas, sedentos de produção e lucro rápido.
O beneficiamento da madeira, a agricultura produtiva, um mercado comprador assegurado, o gado se reproduzindo nas pastagens e a rodovia abrindo as portas ao migrante ávido de oportunidades aceleram o crescimento do povoado, que estava ainda na dependência político-administrativa de Alcobaça e Caravelas.
Geografia
Clima
O clima de Teixeira de Freitas é considerado tropical (do tipo Am na classificação climática de Köppen-Geiger), com chuvas significativas na maioria dos meses e temperatura média anual de 24,3 °C. Agosto é o mês mais seco do ano, apresentando uma média de 58 mm e novembro é o mês de maior precipitação, com uma média de 136 mm. O mês mais quente do ano é Janeiro com uma temperatura média de 26,2 °C, enquanto Junho é o mais frio, apresentando uma temperatura média de 22,0 °C. A precipitação média anual é de 1099 mm.
Educação
Teixeira de Freitas é referência na educação regional, oferecendo cursos de ensino técnico e superior para a população local e de cidades próximas. O município possui um campus do Instituto Federal Baiano (IF Baiano), o campus Paulo Freire da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), o campus X da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), dois campi da Faculdade do Sul da Bahia (FASB), um campus da Faculdade Pitágoras (Pitágoras), além de outras instituições de ensino técnico e superior.
Esporte
A Associação Atlética Teixeira de Freitas é o único clube de futebol profissional em atividade no município. A equipe foi fundada em 14 de janeiro de 1995. Depois de 15 anos inativo, o clube retornou ao futebol profissional em 2016, agora conhecido como Portela. Na temporada atual, a equipe disputa o Campeonato Baiano Série B e a Copa Governador do Estado.
A cidade abriga o estádio de futebol Tomatão, com capacidade para 2.493 torcedores. O estádio foi reinaugurado em 2013, após passar por reformas. No ano seguinte, recebeu partidas oficiais do Campeonato Baiano Série A, como sede do Serrano Sport Club. A equipe foi campeã da primeira fase do campeonato e se classificou para a Copa do Nordeste do ano seguinte.
O estádio Tomatão também sedia partidas do Campeonato Baiano Intermunicipal de Futebol, considerado o maior torneio de futebol amador do Brasil. Assim como no futebol profissional da Bahia, o torneio é organizado pela Federação Bahiana de Futebol (FBF). O mandante dos jogos no estádio é o Teixeira de Freitas, equipe formada por uma seleção de jogadores de futebol da cidade.
Outra competição popular no município é o Campeonato de Interbairros, formado por equipes de futebol representantes dos bairros e distritos de Teixeira de Freitas. As partidas são disputadas em campos de futebol amador.
Referência para o texto: Wikipédia .