terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Imagens do Brasil - Fortaleza - Ceará


Fortaleza é um município brasileiro, capital do estado do Ceará. 

História 
Primórdios - Antes da deriva continental, a área onde Fortaleza surgiu era contígua à da cidade de Lagos, no Golfo da Guiné, na Nigéria. O atual litoral das duas cidades surgiu há 150 milhões de anos, no Jurássico Superior. A evolução geológica provocou o surgimento de grandes dunas e tabuleiros no litoral da região. Estudos indicam que os primeiros seres humanos a habitarem esse território podem ter chegado há cerca de 2 000 anos. 
Aproximadamente até o ano 1000, a região era dominada pelos índios tapuias. Nessa época, tais índios foram expulsos para o interior do continente pelos índios tupis procedentes da Amazônia. É de origem tupi o povo indígena mais característico do território litorâneo que hoje é Fortaleza, o potyguara, retratado pelos romances indianistas de cearenses. 
Séculos XVI, XVII e XVIII - Existem teorias que defendem que antes das explorações do Império Português, houve duas passagens de espanhóis pelo litoral da atual Fortaleza. Os navegadores Vicente Yáñez Pinzón e Diego de Lepe teriam desembarcado nas costas cearenses antes da viagem de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, em 1500. Pinzón teria chegado no cabo que se acredita ser o Mucuripe e Lepe aportado na barra do rio Ceará. Tais descobertas de território não poderiam ser oficializadas em decorrência do Tratado de Tordesilhas, de 1494. A chegada de Pinzón ao Mucuripe foi, por várias vezes, desconsiderada como um dos possíveis pontos de descobrimento pré-cabralino do país. Estas teorias foram descartadas ao longo dos tempos situando a chegada de Pinzón ao rio Suriname. 
O início da ocupação do território que viria a ser Fortaleza se deu entre os anos de 1597 e 1598. Nesse período, um ramo da etnia potyguara que habitava a região ao redor do Forte dos Reis Magos migrou e se estabeleceu na região entre as margens do rio Cocó e rio Ceará, tendo ao fundo as serras da Aratanha e de Maranguape. 
Século XIX - Período Joanino e Imperial Bragantino (Monarquia dos Bragança) - No século XIX, Fortaleza angariou a liderança urbana no Ceará, ultrapassando Aquiraz e Aracati. Ao final do período, era um dos oito principais centros urbanos do país, fortalecida pela cultura do algodão, que, no fausto, foi o principal elemento de elevação econômica do município, explorado para atender as fábricas da Revolução Industrial. Como cidade prioritária em investimentos do governo da província e com a vinda de sertanejos do interior, em fuga das constantes secas, a cidade cresceu rapidamente, dotando-se de crescente infraestrutura e passando a assimilar valores, costumes e padrões sociais e estéticos alinhados aos das grandes metrópoles ocidentais, mas também a assistir ao surgimento dos subúrbios e de seus decorrentes problemas sociais. 
Século XX - No século XX, continuou-se em Fortaleza o crescimento populacional e estrutural vertiginosos. Já no final da década, com a Proclamação da República, a oligarquia de Nogueira Acioly deu início ao seu período de domínio do Ceará, notória pela corrupção, impunidade dos crimes nos sertões e controle de massa. Em 1909, foi criado o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. Em 1911, iniciaram-se as obras do primeiro sistema de esgoto da capital, que começou a funcionar em 1927. Já em 1913, deu-se o uso de luz e bondes elétricos na cidade. Em 1912, estourou a maior revolta popular de Fortaleza, quando setores populares e opositores movimentaram-se pela retirada do Clã Accioly do poder. As manifestações, que aconteciam desde o ano anterior, chegaram ao estopim no dia da Passeata das Crianças, em 21 de janeiro. Milhares de pessoas acompanharam centenas de crianças serem espancadas e até mesmo mortas pela polícia. A população pegou em armas e, após dias de guerra, Nogueira Accioly renunciou em 24 de janeiro. Assumiu em seu lugar o apoiado pelo povo, Franco Rabelo, que, em 1914, foi deposto pelos revoltos da Sedição de Juazeiro. 

Ecologia e meio ambiente
A vegetação de Fortaleza é tipicamente litorânea. As áreas de restinga encontram-se nas regiões de dunas próximas à foz do rio Ceará, foz do rio Cocó e foz do rio Pacoti, nos leitos dos quais há ainda mata de mangue. Nas demais áreas verdes da cidade, já não existe vegetação nativa, constituindo-se de vegetação variada, árvores frutíferas mais comumente. 
A cidade abriga sete unidades ambientais de conservação. São elas o Parque Natural Municipal das Dunas de Sabiaguaba, a Área de Proteção Ambiental da Sabiaguaba, o Parque Ecológico da Lagoa da Maraponga, o Parque Ecológico do Cocó, a Área de Proteção Ambiental do Estuário do Rio Ceará, a Área de Proteção Ambiental do Rio Pacoti e o Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca do Meio. Há, ainda na cidade, a Área de Relevante Interesse Ecológico do Sítio Curió, que protege o último enclave de Mata Atlântica na zona urbana. 
O rio Cocó e seu leito, além de formarem a maior área de mangue de Fortaleza, instituíram o Parque Ecológico do Cocó, o maior parque do município, que conta com área estimada em 1.512,30 hectares. Há, entretanto, entraves na demarcação e regulamentação do local, que, em decorrência disso, não existe do ponto de vista legal. O rio Cocó faz parte da bacia dos rios do litoral leste cearense e tem comprimento total de cerca de 50 km em sua área principal. O parque está inserido na área de maior sensibilidade ambiental da cidade, onde é possível identificar formações geoambientais como planície litorânea, planície fluviomarinha e superfície dos tabuleiros litorâneos. O manguezal do rio Cocó abriga espécies de moluscos, crustáceos, peixes, répteis, aves e mamíferos. O parque conta com estrutura de visitação, com guias, trilhas ecológicas e equipamentos e eventos de educação ambiental e ecoturismo. 
O rio Coaçu, afluente do rio Cocó, forma em seu leito a lagoa da Precabura. 

Litoral
O litoral de Fortaleza tem extensão de 34 quilômetros, com um total de quinze praias. Tem como limites a foz dos rios Ceará, ao norte, e Pacoti, ao sul. 
A Praia da Barra do Ceará, localizada na foz do rio de mesmo nome, detém significante importância para a história da cidade, pois foi onde o açoriano Pero Coelho de Sousa construiu a primeira fortificação da história do município. 
Na Praia de Meireles, há a avenida Avenida Beira Mar, que se estende até o Mucuripe. Nela, está a principal concentração de hotéis de luxo da cidade. O clube Náutico Atlético Cearense é um dos marcos da região, em frente ao qual acontece, todos os dias, Feira de Artesanato da Beira-Mar. 
A Volta da Jurema é o local mais nobre do litoral de Fortaleza, onde é possível embarcar em passeios de veleiro e iate pelo mar da cidade, por meio dos quais são percorridos outros pontos importantes da orla, como o Cais do Porto e o Parque Eólico da Praia Mansa. 
O bairro do Mucuripe é famoso por sua comunidade de pescadores e pela composição de Belchior que retrata o ethos do jangadeiro e da jangada enquanto símbolos do Ceará. Há na região, ainda, um movimentado mercado de peixes e mariscos e a mais antiga estátua de Iracema e Martim da cidade, inaugurada em 1965. 
Logo após a Ponta do Mucuripe, está a Praia do Titãzinho, que é famosa por ser o principal local para a prática do surfe na cidade e por ser celeiro de talentos nacionais do esporte como Tita Tavares, tetracampeã brasileira. 
A Praia do Futuro é outro famoso ponto da orla de Fortaleza, com uma longa extensão ocupada por robusta estrutura turística, sobretudo barracas de praia e restaurantes especializados em frutos do mar, considerada uma das cinco praias mais movimentadas do Brasil. 
Já o Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca do Meio, cerca de 10 milhas náuticas, ou 50 minutos, distante do Porto do Mucuripe, é reconhecido como um dos melhores lugares do país para a prática do mergulho. 

Cultura 
Museus, teatros e espaços culturais -
A vida cultural de Fortaleza é diversificada e fecunda. Muitos artistas, entre escritores, pintores e cantores utilizam os palcos e as praças mais movimentadas da cidade para estimular a cultura regional. 

Dentre os teatros, os maiores e mais populares são o Theatro José de Alencar, palco dos principais espetáculos da cultura local e universal, o Teatro São José, o Cine-Teatro São Luiz, Teatro RioMar e Teatro Via Sul. 
O Museu do Ceará guarda numerosos artefatos da memória fortalezense, entre peças de paleontologia, arqueologia e antropologia indígena, mobiliário, itens das lutas e revoltas populares, da religiosidade e sobre a produção intelectual e a irreverência do cearense. 
O Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura é o principal espaço cultural de Fortaleza. Neste centro, estão localizados o Museu da Cultura Cearense, o Museu de Arte Contemporânea do Ceará, teatros, um planetário, cinemas, lojas, e espaços para apresentações públicas, além de abrigar, em anexo, a Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel, o Porto Iracema das Artes e a Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho. 
Outros exemplos de construções históricas notórias de Fortaleza são o Prédio da Alfândega de Fortaleza, o qual abriga a Caixa Cultural de Fortaleza, o Sobrado do Doutor José Lourenço, centro cultural especializado em artes visuais, e o prédio da Estação João Felipe, ponto de partida da estrada de ferro construída na seca de 1877, hoje desativado, com planos de uso de suas dependências para a instalação da Pinacoteca do Ceará. 
Tais equipamentos localizam-se no entorno de uma das áreas de fundação de Fortaleza, com um patrimônio arquitetônico ainda preservado, de predominância neoclássica, remanescente da era da economia do algodão nos tempos da belle époque fortalezense.
Apesar de distante do centro histórico, a Casa de José de Alencar foi o primeiro bem tombado de Fortaleza, no ano de 1964. O local abriga coleções de arte, pinacoteca, biblioteca e as ruínas do primeiro engenho a vapor do Ceará, de 1830, marco inicial da industrialização do estado. 
Nas diferentes SERs da cidade, estão espalhados os complexos da Rede CUCA, que são grandes instalações dedicadas à arte, lazer e educação, sobretudo para jovens. 
Para além das manifestações culturais de cunho artístico, na sociedade fortalezense também está presente a maçonaria, que tem representação regional por meio de duas obediências do Brasil, a Grande Loja Maçônica do Ceará e o Grande Oriente Estadual do Ceará. 
Há, ainda, na cidade, clubes de serviço, como o Lions Club e o Rotary International, que chegou a Fortaleza com a fundação, em 1934, do Rotary Club de Fortaleza. 
O artesanato cearense tem em Fortaleza seu principal mercado e vitrine. Na cidade, existem vários lugares específicos para comércio de produtos artesanais, tais como a Central de Artesanato do Ceará (CeArt); Centro de Turismo do Ceará (Emcetur), na construção histórica onde funcionou a Cadeia Pública de Fortaleza; a Feira de Artesanato da Beira-Mar; o Mercado Central de Fortaleza; e o Polo Comercial da Avenida Monsenhor Tabosa. A diversidade do artesanato encontrado em Fortaleza é grande, sendo mais característicos artigos oriundos do couro, argila, cipó e madeira, manufaturas de fibra de algodão, cerâmicas, cestarias e trançados com palha de carnaúba, rendas de bilros, bordados, crochês, entre outros. 

Fonte do texto: Wikipedia