Coronel Fabriciano é um município brasileiro no interior do estado de Minas Gerais, Região Sudeste do país. Localiza-se no Vale do Rio Doce e pertence à Região Metropolitana do Vale do Aço, estando situado a cerca de 200 km a leste da capital do estado. Ocupa uma área de pouco mais de 221 km², sendo aproximadamente 22 km² em área urbana, e sua população em 2020 era de 110.290 habitantes.
O começo do povoamento ocorreu em meados do século XIX, associado ao fluxo de tropeiros, levando à formação do primeiro povoado, na região do atual Melo Viana. Na mesma ocasião, a localidade passou a ser atendida pela EFVM e foi construída a Estação do Calado, ao redor da qual se estabeleceu o núcleo urbano que corresponde ao Centro de Fabriciano. O desenvolvimento observado em função das indústrias locais culminou na criação do município, emancipado de Antônio Dias em 1948. Sediou as usinas da Acesita e Usiminas, que foram essenciais para a evolução da cidade. Mas, com a emancipação de Timóteo e Ipatinga na década de 60, as empresas passaram a pertencer a estes municípios, respectivamente.
Tradições culturais como as marujadas, o artesanato e de celebrações religiosas como as festas de São Sebastião, da Semana Santa e de Corpus Christi se fazem presentes no município, bem como os monumentos de valor histórico e patrimonial da Igreja Matriz de São Sebastião, uma das primeiras igrejas da cidade, o Colégio Angélica, fundado em 1950 e cuja fachada preserva sua arquitetura original, e o Monumento Terra Mãe, marco zero fabricianense. Na Serra dos Cocais estão concentrados diversos atrativos naturais, a exemplo de cachoeiras, trilhas e montanhas, que propiciam desde a simples visitação até a prática de esportes radicais.
História
Origens e povoamento
O desbravamento da região do atual município de Coronel Fabriciano teve início na segunda metade do século XVI. Expedições como a de Fernandes Tourinho, em 1572, seguiam pelos chamados Sertões do Rio Doce à procura de metais preciosos. O local se encontrava em uma via de escoamento das pedras preciosas extraídas na região central mineira, que ligava a Estrada Real ao litoral do Espírito Santo, no entanto o povoamento e a abertura de novas trilhas pela região do Vale do Rio Doce foram proibidos na primeira metade do século XVII, a fim de evitar o contrabando de ouro por meio do rio Doce e seus afluentes, como o Piracicaba.
O povoamento foi liberado em 1755, após Minas Gerais passar por um declínio na produção de ouro. Nesta mesma ocasião, foi aberta uma estrada ligando Vila Rica (atual Ouro Preto, então capital da Província de Minas Gerais) a Cuieté, visando ao transporte do ouro extraído na região do atual município de Conselheiro Pena, cujo metal viria a se esgotar após 1780. Associada ao fluxo do transporte pelos rios, a partir da existência dessa estrada é que surgiram os primeiros focos de colonizadores no interior do Vale do Rio Doce e por volta de 1800, estabeleceu-se em área fabricianense Francisco Rodrigues Franco. Na mesma ocasião, José Assis de Vasconcelos, oriundo de Santana do Alfié, tomou posse de terras nas proximidades do atual núcleo industrial da Usiminas.
Em 1825, uma estrada foi aberta por Guido Marlière ligando Antônio Dias ao rio Santo Antônio, nas proximidades de Naque, cruzando a Serra dos Cocais por onde depois surgiria o povoado de São José dos Cocais. Assim, o fluxo de tropeiros entre os povoamentos, intensificado ao longo do século XIX, que cruzavam a região vindos de Antônio Dias, Ferros, Santana do Paraíso, Mesquita e Joanésia, levou à formação de um pequeno aglomerado, mais tarde denominado Santo Antônio do Gambá, também conhecido como Santo Antônio de Piracicaba, no atual bairro Melo Viana. O firmamento de pequenos proprietários de terra implicou o desenvolvimento do povoamento em função da agropecuária. Em 11 de setembro de 1831, Francisco de Paula e Silva (conhecido por Chico Santa Maria, por ser natural de Santa Maria de Itabira) se estabeleceu juntamente com sua família e numerosos escravos nas proximidades do atual bairro Alegre, em Timóteo. Francisco desenvolveu a agricultura na região e sua propriedade servia como ponto de parada para os viajantes.
Francisco Romão era o encarregado pelo transporte de pessoas e mercadorias através dos rios Piracicaba, Doce e Santo Antônio, interligando São Domingos do Prata, Antônio Dias, Mesquita e Joanésia. Na foz do ribeirão Caladão, havia um movimento associado à presença de um pequeno porto, onde as mercadorias transportadas pela estrada embarcavam rumo às localidades vizinhas por meio do rio Piracicaba. O local passou a ser conhecido como Barra do Calado, devido à disposição entre os dois cursos hidrográficos, sendo o termo "Calado" uma provável referência ao silêncio necessário para não se chamar atenção de índios escondidos naquela área, ainda no século XIX. Em 1919, João Teixeira Benevides trouxe de Ferros a primeira professora (sua sobrinha, Maria de Lourdes de Jesus) e doou terrenos para a construção da primeira escola, o primeiro cemitério e para a igreja de Santo Antônio de Piracicaba, observando-se nesta ocasião um crescimento do comércio e a formação do núcleo urbano.
Desenvolvimento
Originalmente, a localidade fez parte da Vila de Itabira, criada em 1833 ao ser desmembrada de Caeté e elevada à condição de cidade em 1848, e em 1911 o povoamento passou a pertencer a Antônio Dias. Na década de 1920, após a retomada da construção da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), paralisada em Belo Oriente, observou-se um desenvolvimento populacional em função do estabelecimento de trabalhadores incumbidos da obra, na Barra do Calado. Pela lei estadual nº 823, de 7 de setembro de 1923, houve a criação do distrito com a denominação de Melo Viana, tendo a sede em Santo Antônio de Piracicaba. O nome "Melo Viana" é uma referência ao ex-senador, secretário de interior e vice-presidente da república Fernando de Melo Viana. A Estação do Calado, por sua vez, foi inaugurada em 9 de junho de 1924.
Ao redor da estação, começaram a ser levantadas as primeiras moradias — pequenos barracos — do atual Centro de Fabriciano. No entanto, somente em 1928 é que foi construída a primeira edificação em alvenaria; o Sobrado dos Pereira, que ainda existe na esquina das atuais ruas Pedro Nolasco e Coronel Silvino Pereira. Configurou-se como a construção mais imponente da cidade até meados da década de 1940. Também em 1928, foi instalada a Escola Rural Mista, que foi a primeira escola regular, dirigida pela professora Mariana Roque Pires. Devido à distância até o terminal ferroviário, o Cartório do Melo Viana foi transferido para o Calado em 1933, alterando-se então a sede do distrito.
Expansão econômica e emancipação
No começo da década de 1930, instalou-se no Calado um escritório da Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira (atual ArcelorMittal Aços Longos), que buscava centralizar a exploração de madeira e produção de carvão da região do rio Doce com objetivo de alimentar os fornos de suas usinas em João Monlevade. A empresa foi a responsável pela abertura de ruas, construções de casas de alvenaria e estabelecimentos, bem como a instalação do Hospital Siderúrgica (atual Hospital Doutor José Maria Morais), que foi necessária devido à grande incidência de febre amarela e outras doenças tropicais.
Pelo decreto-lei estadual nº 88, de 30 de março de 1938, Melo Viana passou a denominar-se Coronel Fabriciano, perdendo espaço para a criação do distrito de Timóteo em 17 de dezembro do mesmo ano. Seu nome é uma homenagem a Fabriciano Felisberto Carvalho de Brito, que foi um dos políticos mais influentes de Antônio Dias, tendo recebido do então Imperador do Brasil Dom Pedro II, em 1888, o título de Tenente-coronel da Guarda Nacional para a Comarca de Piracicaba. Em 1944, instalou-se a Acesita (atual Aperam South America), impulsionando o crescimento populacional e econômico do lugar, e em 15 de agosto de 1948 houve a criação da Paróquia São Sebastião, primeira instituição religiosa do Vale do Aço. Dado o desenvolvimento e o anseio emancipacionista, pela lei estadual nº 336, de 27 de dezembro de 1948, decretada pelo então governador Milton Campos, Coronel Fabriciano deixou de pertencer a Antônio Dias e se emancipou, constituída pelos distritos de Barra Alegre, Coronel Fabriciano (sede) e Timóteo.
A instalação ocorreu em 1º de janeiro de 1949, quando foi realizada uma missa solene na Igreja Matriz de São Sebastião, que ainda estava em construção. O aniversário da cidade, no entanto, passou a ser comemorado em 20 de janeiro, em homenagem ao dia do padroeiro São Sebastião. No mesmo dia da instalação foi empossado o intendente Antônio Gonçalves Gravatá, com o objetivo de estruturar a administração do governo até a realização da primeira eleição, em março do mesmo ano. Dessa forma, em 15 de março de 1949, tomaram posse o primeiro prefeito eleito Rubem Siqueira Maia, seu vice-prefeito Silvino Pereira e os vereadores Nicanor Ataíde, Lauro Pereira, Ary Barros, José Anatólio Barbosa, Wenceslau Martins Araújo, Sebastião Mendes Araújo, José Paula Viana, Raimundo Martins Fraga e José Wilson Camargo
Configuração administrativa
Pela lei estadual nº 1.039, de 12 de dezembro de 1953, houve a criação do distrito de Ipatinga e em 1955 foi instalada a Comarca de Coronel Fabriciano. Um novo núcleo industrial estava em formação com a construção da Usiminas, anunciada em 1956, no entanto a emancipação de Ipatinga e Timóteo foi decretada pela lei estadual nº 2.764, de 30 de dezembro de 1962, o que incluiu os territórios das indústrias. Os complexos industriais da Usiminas e Acesita passaram a pertencer a estes municípios, respectivamente, e pelo mesmo decreto Barra Alegre passou a fazer parte de Ipatinga e foi criado o distrito Senador Melo Viana. Vários trabalhadores das siderúrgicas, entretanto, continuaram a morar em Fabriciano, enquanto as receitas tributárias e a maior parte das ações sociais promovidas pelas indústrias eram destinadas às cidades vizinhas, que as sediam.
A expansão populacional implicou a formação de novos bairros e conjuntos habitacionais, principalmente entre as décadas de 1960 e 80, criados a partir de loteamentos de áreas que anteriormente eram ocupadas por sítios ou fazendas. Em 1969, instalou-se a Universidade do Trabalho (UT), atual Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais (Unileste), constituindo um dos maiores núcleos universitários do leste mineiro, e em 1979, ocorreu o fechamento da Estação do Calado, devido ao crescimento urbano do Centro de Fabriciano. O terminal veio a ser demolido em 1982 e no local foi construído o atual Terminal Rodoviário, inaugurado no final da década de 80. A manutenção da atividade siderúrgica na vizinhança contribuiu para a formação da Região Metropolitana do Vale do Aço, que corresponde a um dos principais polos urbanos do estado, apesar do comércio e da prestação de serviço terem se transformado nas principais fontes econômicas em Coronel Fabriciano.
Relevo e hidrografia
O relevo do município é relativamente acidentado, sendo 80% do território fabricianense montanhoso, enquanto que 15% são de terras onduladas e nos 5% restantes os terrenos são planos. As maiores elevações podem ser encontradas a norte, na região dos maciços da Serra dos Cocais, onde a altitude chega aos 1.260 metros. A Serra dos Cocais é a principal unidade geológica contida em Coronel Fabriciano e corresponde à zona rural municipal, onde a altitude média varia entre 500 e 800 metros e as terras são formadas por blocos contínuos de granito que sofreram interferência da pressão e temperatura em idade superior a 600 milhões de anos. Por outro lado, a altitude mínima do município é de 220 metros e pode ser notada no rio Piracicaba, a sul da cidade, enquanto que a sede se encontra a 250 metros.
Além da importância geológica, a Serra dos Cocais é considerada um divisor natural das bacias hidrográficas dos rios Piracicaba, Santo Antônio e Doce, abrigando também centenas de nascentes. O rio Piracicaba banha a cidade, na divisa com Timóteo, fazendo do município um integrante de sua sub-bacia que, por sua vez, está inserida na bacia do rio Doce. De forma geral, o território municipal é abrangido por três sub-bacias menores, cujos cursos principais correm para o rio Piracicaba, sendo elas a do ribeirão Cocais Pequeno, que tem 129 km² e se restringe à zona rural; do ribeirão Caladão (53 km²); e do ribeirão Caladinho (9 km²); das quais as duas últimas abrangem o perímetro urbano. Destes, os ribeirões Cocais Pequeno e Caladão nascem na Serra dos Cocais, mas o Caladão corta a cidade de norte a sul e, em seu trecho urbano, sofre gravemente com a degradação ambiental, principalmente com o despejo de lixo e esgoto, assoreamento e erosão, favorecendo a ocorrência de enchentes durante o período chuvoso. Além dos ribeirões Caladão e Caladinho, os córregos dos Camilos e São Domingos são leitos menores que cortam a zona urbana.
Clima
O clima fabricianense é caracterizado como tropical quente semiúmido (tipo Aw segundo Köppen), com temperatura média compensada anual de 23 °C e pluviosidade média de 1 415 mm/ano, concentrados entre os meses de outubro e abril. A estação chuvosa compreende os meses mais quentes, enquanto que a estação seca abrange os meses mornos. Outono e primavera, por sua vez, são estações de transição. As precipitações caem principalmente sob a forma de chuva e, esporadicamente, de granizo, podendo ainda vir acompanhadas de descargas elétricas e fortes rajadas de vento. A umidade do ar média anual é de 79%, contudo baixos índices de umidade podem ser registrados durante a estação seca ou em longos veranicos. Nesses períodos, o ar seco em associação à poluição favorece a concentração de poluentes na atmosfera, contribuindo com a piora da qualidade do ar.
Ecologia e meio ambiente
A vegetação nativa pertence ao domínio florestal Atlântico (Mata Atlântica), porém a monocultura de reflorestamento com eucalipto ocupa área maior que o bioma original, tendo como finalidades a produção de matéria-prima para a fábrica de celulose da Cenibra e a produção de carvão vegetal para as siderúrgicas locais, como a Aperam South America e a Usiminas. Em 2009, os plantios de eucalipto ocupavam 13.129,08 hectares ou 59,13% da área de Coronel Fabriciano. Neste mesmo ano, 50,1 hectares (0,23%) eram cobertos por cursos hídricos e 1.246,78 hectares (5,61%) eram áreas urbanizadas.
Em meio às áreas reflorestadas e desmatadas, ainda são encontradas algumas diversidades em ilhas não devastadas, como espécies de bromélias e orquídeas, além da palmeira-indaiá, ipê, embaúbas, quaresmeiras e samambaias, dentre outras. Na época das secas (abril–outubro) é comum o amarelamento de áreas com muito mato e poucas árvores, devido à escassez de chuva. Na fauna, por sua vez, também podem ser observadas espécies típicas de áreas do domínio da Mata Atlântica, bem como em várias regiões do próprio estado de Minas Gerais, a exemplo do jacu; aves de rapina, como o gavião e o carcará; mamíferos como o lobo-guará, a onça-pintada e macaco da cara-branca; além de algumas espécies de serpentes.[Fabriciano conta com três Áreas de Proteção Ambiental (APAs), sendo elas a APA Serra dos Cocais, a APA do Recanto Verde e a APA Mata da Biquinha. Parte das áreas de preservação locais, no entanto, é usada para pastagens ou cultivo de eucalipto.
Economia
Agropecuária
A pecuária e a agricultura representam o setor menos relevante na economia de Coronel Fabriciano.
Na lavoura temporária, eram cultivados cana-de-açúcar, feijão e mandioca. A agricultura familiar recebe incentivos da prefeitura, que adquire parte dos alimentos das escolas municipais com os agricultores da Serra dos Cocais. Produtos da agricultura familiar, como doces, hortaliças, legumes e frutas, também são comercializados em feiras livres regulares, a exemplo da Feira Popular da Praça da Bíblia, no bairro Surinan.
Indústria
A indústria é o segundo setor mais relevante para a economia fabricianense. O Distrito Industrial é administrado pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) e composto por aproximadamente 40 empresas de diferentes ramos em uma área de 182.970 m², empregando diretamente cerca de 850 pessoas. No anel viário da BR-381, na divisa com Antônio Dias, foi criado em 2011 o Distrito Industrial II, o chamado Parque Industrial Vale do Aço, composto inicialmente por 220 lotes com extensão de 2 mil m².
Na cidade residem funcionários diretos das grandes indústrias do Vale do Aço, como a Usiminas, a Aperam South America, a Usimec e a Cenibra. O município também atua como fornecedor de matéria prima, com destaque à extração de madeira, em especial do eucalipto, para suprir à demanda das siderúrgicas. Em 2015, de acordo com o IBGE, foram extraídas 361 toneladas de carvão vegetal de eucalipto e 87.254 m³ de madeira em toras, sendo todo esse valor destinado à produção de papel e celulose.
Comércio e prestação de serviços
O setor terciário atualmente é a maior fonte geradora do PIB fabricianense, destacando-se na área do comércio, que apresenta estabelecimentos de diversos ramos. O segmento hoteleiro conta com cerca de 1 800 acomodações registradas, segundo a prefeitura.
O movimento comercial em Coronel Fabriciano possui uma representatividade especial na região do Centro, que concentra cerca de 70% das vendas, segundo dados da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Coronel Fabriciano (Acicel) e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), órgãos que coordenam a dinâmica lojista e empresarial municipal. Os 30% restantes são representados pelos bairros Caladinho e do distrito Senador Melo Viana, que apresentam movimento comercial crescente.
O eixo compreendido entre o Centro de Fabriciano, o trajeto da Avenida Magalhães Pinto e suas ruas afluentes, até o bairro Melo Viana, é considerado uma centralidade metropolitana que exerce um considerável grau de polarização na RMVA, em função da presença de serviços públicos e comércio que atraem consumidores das cidades próximas. O bairro Caladinho também é apontado como centralidade metropolitana, em especial às margens da Avenida Tancredo Neves, apesar do menor grau de polarização. Alguns dos bairros mais populosos no interior da cidade, como Amaro Lanari, Santa Cruz e Floresta, apresentam uma relevante presença de estabelecimentos comerciais locais, a exemplo de padarias, farmácias, açougues e lojas de confecções
Infraestrutura
Saúde
A rede de saúde de Coronel Fabriciano inclui 14 unidades básicas de saúde, dois hospitais gerais, dois centros de atenção psicossocial (CAPS) e um posto de saúde, segundo informações de 2018.
O Hospital Doutor José Maria Morais (antigo Hospital Siderúrgica e posteriormente Hospital São Camilo), que está localizado no bairro Santa Helena, é o principal hospital de Coronel Fabriciano com atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e leitos para internação. O Hospital Metropolitano Unimed Vale do Aço, situado no bairro Santa Terezinha II, oferece atendimento emergencial e internação. A Unimed, no entanto, não atende pelo SUS, servindo apenas à população que conte com planos de saúde conveniados ou aos que paguem pelo atendimento particular. Também há a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Doutor Walter Luiz Winter Maia, que foi concebida para atendimentos de urgência 24 horas no bairro Sílvio Pereira II e inaugurada em junho de 2020.
Educação
Em 2013, o município dispunha de quatro unidades de ensino técnico e sediava o campus principal do Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais (Unileste), um dos maiores centros universitários de Minas Gerais. Foi fundado em 1969 pela Congregação Padres do Trabalho e se desenvolveu até se estabelecer como o maior complexo educacional da Região Metropolitana do Vale do Aço.
Cultura e lazer
Coronel Fabriciano conta com legislações municipais de proteção ao patrimônio cultural ministradas por um órgão público, existindo tombamentos de bens materiais e imateriais. A prefeitura também contém um inventário com a catalogação de diversos bens da cidade. As atividades culturais são promovidas tanto pelo poder público quanto pela iniciativa privada ou mesmo pela sociedade, escolas e igrejas.
Marcos turísticos
Coronel Fabriciano faz parte do Circuito Turístico Mata Atlântica de Minas Gerais, que foi criado em julho de 2001 e reestruturado em dezembro de 2009 pela Secretaria de Estado de Turismo com o objetivo de estimular o turismo ecológico e cultural na região do Vale do Aço e colar metropolitano.
Atrativos rurais
A Serra dos Cocais concentra diversos atrativos eco turísticos, dentre as diversas trilhas, montanhas e cachoeiras, como a Pedra Dois Irmãos, cujo acesso é feito por trilha íngreme e de mata fechada, sendo possível visualizar as três cidades do Vale do Aço de seu topo; a Pedra dos Cem Homens, que também é constantemente utilizada para escaladas; a Pedra do Caladão, localizada próxima ao bairro de mesmo nome, possível de ser avistada de vários pontos da cidade; a Cachoeira do Escorregador, cujas pedras da queda formam uma espécie de tobogã natural; o Cachoeirão, que possui cerca de 120 metros e é constantemente utilizado para a prática de trekking, sendo cercado por um cinturão verde remanescente da Mata Atlântica; e a Biquinha de Santa Vitória, que é uma fonte natural de água potável localizada nas proximidades do povoado Santa Vitória dos Cocais. Ainda há as cachoeiras da Limeira e da Manoela, o Escorregador do Zé Martins e as Trilhas da Mamucha.
No povoado de São José dos Cocais, a Igreja São José foi erguida por iniciativa dos moradores da comunidade na década de 1950 é uma das edificações mais antigas do município que ainda mantém suas características arquitetônicas originais, assim como a Igreja Nossa Senhora da Vitória, em Santa Vitória dos Cocais, construída na mesma ocasião. A Serra dos Cocais dispõe ainda de mirantes, de onde é possível ter visões panorâmicas da serra, de Fabriciano e ainda de parte das cidades vizinhas. Fora dos Cocais, próxima ao perímetro urbano da cidade, nas proximidades do Distrito Industrial, a APA da Biquinha é outro dos principais atrativos naturais do município. Além de reserva ecológica, também é utilizada para caminhadas e passeios. A Cachoeira Salto das Pedras, que está localizada próxima à APA do Recanto Verde, conta com área de churrasco.
Atrativos urbanos
A zona urbana de Coronel Fabriciano abriga monumentos e atrativos com valor histórico e cultural, a exemplo do Santuário Nossa Senhora da Piedade, do Sobrado dos Pereira, da Escola Estadual Professor Pedro Calmon, do Salão Paroquial e da Capela Nossa Senhora Auxiliadora, no Hospital Doutor José Maria Morais. A fachada da Igreja Bom Pastor, no bairro Giovannini, apresenta um grande mosaico feito em cerâmica que retrata a figura de Jesus com um rebanho de ovelhas. Em outubro de 2014, foi inaugurado o Museu José Avelino Barbosa, que é o primeiro museu público do município, composto inicialmente por cerca de 200 itens dentre documentos, fotografias, quadros e peças e cujo nome reverencia o empresário e comerciante que foi um dos pioneiros da cidade.
No Unileste, a casa de hóspedes e sede da reitoria da instituição, a "Fazendinha", foi construída inspirada nas antigas sedes de fazendas. Tem estilo rústico, destacando-se pelo uso de madeiras nobres e raras. O interior da instituição abriga ainda o Museu Padre Joseph Cornélius Marie de Man, construído em formato de círculo e cujo acervo é constituído de documentos, fotografias e objetos que contam a história da cidade e da entidade; o Teatro João Paulo II, no andar térreo do Colégio Padre de Man, que tem capacidade para 520 espectadores e é um dos maiores do Vale do Aço; e a Biblioteca Dom Serafim Cardeal Fernandes Araújo (Biblioteca Central), que possui um dos maiores acervos bibliográficos da região. Na cidade, destacam-se também:
- Catedral de São Sebastião: Está situada no bairro Santa Helena e foi inaugurada em 4 de julho de 1993 pelo então pároco padre Élio, sendo a cossede da Diocese de Itabira-Fabriciano. Sua arquitetura é baseada em estilo oriental, inspirada na Catedral de Tóquio, e abriga em seu exterior uma miniatura da Estação do Calado.
- Colégio Angélica: Foi inaugurado em 1950 e seu prédio é propriedade da Congregação das Irmãs Carmelitas da Divina Providência. Sua fachada mantém todo o projeto original, em que os elementos se repetem de forma simétrica e as janelas cobrem quase todos os planos e possuem estrutura em madeira.
- Igreja Matriz de São Sebastião: Foi inaugurada em 1949 para substituir a antiga, que estava prestes a ruir, e está situada no Centro de Fabriciano. Suas fachadas laterais são simétricas e sua torre, destacada do corpo da edificação, possui planta quadrada, com detalhes em relevo, e cobertura em laje inclinada, tendo um sino no topo.
- Monumento Terra Mãe: Está localizado no Trevo Pastor Pimentel e simboliza a união entre Coronel Fabriciano e o Vale do Aço, sendo considerado como o marco zero do município. Foi planejado pela escultora Wilma Noel e construído em pó de granito e inox no ano de 1999, em homenagem aos 50 anos de Fabriciano.
- Praça da Estação: Foi inaugurada em outubro de 2008, como parte das homenagens aos 60 anos de Coronel Fabriciano, sendo também utilizada para a organização de eventos de médio e grande porte, com capacidade para suportar até 15 mil pessoas. Seu nome é uma referência à antiga estação ferroviária do município, que foi fechada em 1979 e demolida em 1982 para dar lugar ao terminal urbano da cidade e mais tarde à praça. Nela está situado o monumento "Os Cinco Elementos da Natureza", que representa a população juntamente aos quatro elementos básicos da natureza (fogo, terra, água e ar) e também foi planejado pela escultora Wilma Noel, feito de pó de granito revestido com aço inoxidável.
Artes cênicas e tradições
A cidade possui um folclore rico e diversificado. Uma de suas principais manifestações culturais é a Marujada dos Cocais, um tradicional grupo de marujada que canta marchas em homenagem à Nossa Senhora do Rosário em ocasiões festivas da cidade e da comunidade Santa Vitória dos Cocais, onde está a sede do grupo. Durante o ano, destacam-se as manifestações religiosas católicas da Festa de São Sebastião, juntamente ao aniversário de Fabriciano, em janeiro; a Semana Santa, quando são realizadas procissões e a encenação da Paixão de Cristo da Paróquia São Sebastião, com rituais, vestes e indumentárias da década de 1940; o Corpus Christi, com tapetes de serragem colorida confeccionados nas ruas dos bairros Santa Helena e Professores, pela Paróquia São Sebastião, bem como no distrito Senador Melo Viana pela Paróquia Santo Antônio; a Festa do Rosário, realizada na comunidade São José dos Cocais, com apresentações da Marujada; e a Festa das Marias e dos Josés, também em São José dos Cocais.
No dia 7 de setembro ocorrem as comemorações do Dia da Independência, com desfiles temáticos de escolas, instituições e igrejas do município, além de apresentações culturais e barraquinhas de comida. Ainda cabem ser ressaltadas as festas juninas, muitas vezes realizadas pelas escolas nos bairros. O artesanato das comunidades rurais também está entre as formas mais espontâneas da expressão cultural local. Normalmente é feito com materiais naturais encontrados na região e extraídos de plantas, como a palha de palmeira-indaiá, cabaça e sementes, além da presença de bordados e pintura em tecido, e vendido em feiras artesanais tradicionais na própria cidade.
Em relação à culinária, são pratos típicos o arroz carreteiro, feijão inteiro, mamões verdes refogados com carne moída, couve rasgada refogada com angu e taioba, além de farofa mineira. Outros destaques são: bananas verdes fritas, canjiquinha com costela de porco, frango caipira com broto de samambaia e ora-pro-nobis com angu e torresmo. Também são comuns doces como o de mamão e o canjicão. Cabe ser ressaltada a realização do Concurso Gastronômico Rota dos Sabores, que foi organizado pela primeira vez em 2005 e que visa a valorizar a culinária local, levando a população a eleger os melhores bares e restaurantes de Fabriciano. O encerramento é marcado por espetáculos musicais e uma praça de alimentação com pratos da culinária local. Historicamente, o Centro de Fabriciano concentrou entre as décadas de 60 e 80 dezenas de bares e restaurantes que agitaram a vida noturna fabricianense e atendiam aos trabalhadores das siderúrgicas locais, atraindo por vezes frequentadores até mesmo da capital mineira. Após a década de 1990, o fluxo observou uma considerável redução, migrando do Centro para a Avenida Magalhães Pinto.
Quanto às artes, o maior agente organizador é a Prefeitura, que ocasionalmente fomenta atividades artísticas voltadas para a comunidade, com palestras, projeção de filmes, espetáculos musicais e teatrais e atividades de incentivo à leitura. A administração municipal também organiza ações integradas com o governo estadual e outras prefeituras e associações para fomento à cultura e às artes locais, e o Unileste, através de seus cursos superiores, promove seminários e outros eventos relacionados à arte. Outra instituição importante é o Centro Cultural Usiminas, que mesmo tendo sede em Ipatinga, tem uma abrangência regional e leva para Coronel Fabriciano uma programação diversificada. A cidade também conta com um Centro de Dança, cultivando os gêneros eruditos do balé clássico e contemporâneo, e ritmos populares como jazz, dança do ventre e Hip hop. A coordenadora Bia Antunes considera que a realização de espetáculos deste nível evidencia o amadurecimento de Coronel Fabriciano no cenário artístico regional.
Esportes
Nas montanhas da Serra dos Cocais, destaca-se a prática de esportes radicais, como escaladas, mountain bike, rapel e trekking, sendo também bastante comum a prática de automobilismo off-road, com veículos 4x4. O Jipe Clube local, Jipe Clube Vale do Aço, frequentemente organiza passeios de jipe e competições nas trilhas da Serra dos Cocais. Ocasionalmente, Coronel Fabriciano é anfitriã de etapas do Campeonato Mineiro de Rally de Regularidade.
O clube de futebol mais bem sucedido é o Social Futebol Clube, fundado em 1944. Embora o Social tenha se destacado por muitos anos no futebol amador local, a equipe raramente o disputa na atualidade, em qualquer categoria, devido a sua prioridade para o futebol profissional. Com isso, dentre as equipes com maior tradição no amadorismo podem ser ressaltados o Avante Esporte Clube e o Rosalpes, que estão entre os maiores vencedores do Campeonato Fabricianense. O Social administra o Estádio Louis Ensch, principal estádio da cidade, porém o campo também é usado com frequência por outros times em partidas importantes dos campeonatos intermediários. Ao mesmo tempo, o Estádio Josemar Soares, sede do Avante, no bairro São Domingos, é outro estádio com importância histórica e logística para as categorias amadoras. Além dos que foram citados, recorrentemente são utilizados para competições recreativas campos como do Mangueiras, no bairro homônimo, do Clube Atlético Florestal (CAF), no Belvedere, e do bairro Silvio Pereira II.
O Social Futebol Clube conta com uma equipe feminina, que foi criada em 2018 e que no mesmo ano conquistou a taça da primeira Copa do Vale do Aço de futebol feminino. Coronel Fabriciano também possui equipes, competições e/ou praticantes de modalidades como taekwondo, futsal, ginástica artística, balé, judô e corridas, que por vezes recebem fomento da iniciativa pública ou por meio de associações comunitárias. Os Jogos Escolares de Fabriciano (JEF), por sua vez, reúnem cerca de mil alunos de escolas públicas e particulares, que em alguns anos se enfrentam em partidas de diversos esportes, como basquete, handebol, vôlei e xadrez.
Também há vários locais (quadras ou ginásios) próprios para a prática de diversos esportes, como o Ginásio Leôncio Arantes (o Centro Social Urbano), no bairro Floresta, que ainda serve para organização de festas; o Centro Esportivo Aldir Castro Chaves, no bairro Universitário, que é particular e é administrado pelo Unileste; o Clube Casa de Campo (CCC), no bairro Santa Helena, que é um dos clubes mais antigos da cidade, fundado em 1966, e possui quadras de tênis, peteca e futsal, piscinas e campos de futebol; assim como as quadras esportivas que estão situadas em escolas públicas e particulares de vários bairros fabricianenses. No Melo Viana, o Centro de Artes e Esportes Unificados (CEUs) possui cerca de 5 mil m² e conta com pista de caminhada, quadra poliesportiva coberta, pista de skate e equipamentos de ginástica, além de cineteatro, biblioteca e playground.
Referência: Wikipédia .