Patos é um município brasileiro do estado da Paraíba. É o quarto município mais populoso do estado, com uma população de 108.192 habitantes, conforme estimativa de 2020. É uma importante cidade de sua região, sendo classificada como centro sub-regional.
Localiza-se no Vale do Rio Espinharas, circundado pelo Planalto da Borborema a leste e sul, e pelo Pediplano sertanejo a oeste. Originou-se do povoado dos Patos, desmembrado da Freguesia de Nossa Senhora do Bom Sucesso de Pombal em 6 de outubro de 1788.
História
Até meados do século XVII, toda a zona que abrange o território do atual Município de Patos era habitada pelos índios Pegas e Panatis.
Os primeiros elementos civilizadores a penetrarem a região foram os membros da família Oliveira Ledo, que fundaram algumas fazendas de gado, tendo encontrado forte resistência por parte dos gentios. Pouco a pouco foram os nativos obrigados a abandonar a região, à medida que seus domínios eram conquistados pelos brancos.
Depois das fazendas de gado fundadas por Oliveira Ledo, outras foram sendo formadas por colonizadores portugueses, que ali se estabeleceram com seus escravos.
O lugar primeiramente devassado chamava-se Itatiunga, nome dado pelos gentios que significa "pedra branca". Mais tarde, passou a chamar-se Patos.
Segundo a tradição, a denominação de Patos originou-se do nome de uma lagoa, hoje aterrada, situada às margens do rio Espinharas, a qual era conhecida por Lagoa dos Patos, em virtude da grande quantidade dessas aves ali existentes.
Em 1752, o Capitão Paulo Mendes de Figueiredo e sua mulher Maria Teixeira de Melo, que residiam nos sítios de Patos e Pedra Branca, doaram parte de suas terras a Nossa Senhora da Guia. É nessas terras que está edificada a cidade de Patos.
Em 28 de novembro de 1768 foi ratificada essa doação pelos herdeiros de Paulo Mendes de Figueiredo, tendo início a construção da capela em 1772. Nos seus arredores começou a surgir a povoação, que se incorporou à Freguesia de Nossa Senhora do Bom Sucesso de Pombal.
Com o desenvolvimento que foi tendo a povoação, a 6 de outubro de 1788, por Provisão Régia, n.° 14, foi criada a Paróquia de Patos.
Regimes, revoluções e ditaduras
Revolução Pernambucana
Em 1817, a tranquilidade da futura Vila Imperial dos Patos foi quebrada pela efervescência da Revolução Pernambucana, que culminaria no movimento denominado Confederação do Equador. O vigário de Pombal, José Ferreira Nobre, assumiu a função de propagá-lo em todo o Sertão da Província da Paraíba. Como único caminho que ligava o interior ao mundo civilizado, Patos também se tornou rota dos revolucionários, que objetivavam proclamar uma república baseada na constituição da Colômbia.
Confederação do Equador
Na manhã de 7 de setembro de 1824, transitam pela povoação dos Patos, presos, com destino ao Recife, os implicados nos movimentos separatistas, entre eles o Frei Caneca. No diário do famoso revolucionário, com relação à escala comitiva em Patos, consta um jantar, na casa do vigário Antônio da Silva Costa, destacando a afabilidade do anfitrião. Dormiram na Cacimba dos Bois, em duas léguas e meia de distância. Frei Caneca elogiou as estradas da região e criticou o proprietário da fazenda Conceição do Estreito, ao qual atribuiu o adjetivo de somítico e acrescentou: "Nesta jornada passamos pela chamada Passagem, cuja atmosfera, ventanias, ervas e prospectos são da praia do mar".
Na passagem por Patos, não sabia o frade herói que estava prestes a ser executado, fato consolidado, em 13 de janeiro de 1825, na Fortaleza das Cinco Pontas, em Recife.
Geografia
Relevo e solo
95% do relevo é plano e, a exemplo do que ocorre na maior parte da Paraíba, as rochas são resistentes e bastante antigas, remontando a era pré-cambriana, com mais de 2,5 bilhões de anos, formando um complexo cristalino, com o favorecimento da ocorrência de metais, não metais e gemas. Os aspectos geomorfológicos do município encaminham a classificação de depressão, com o registro de pequenos declives, oscilando entre 240 e 580 metros de altitude, predominância de relevos ondulados e baixa amplitude térmica. Há também, a presença isolada de inselbergs, dentre eles os serrotes: Espinho Branco, Trapiá, Serra Negra, Onça, Pia, Pilões e Pedro Agostinho.
O solo é raso e pedregoso, rico em cálcio, fósforo e potássio, apresentando uma deficiência em materiais orgânicos, o que o torna alcalino, pelo fato de estar mais exposto à erosão, o que lhe causa a diminuição da capacidade de retenção de água. O processo de desertificação, peculiar em grande parte das áreas do município, resulta da variação climática e, de modo mais intenso, da ação humana. Fatores como a derrubada das florestas e matas ciliares, somados às tradicionais queimadas, acabaram contribuindo com a remoção de nutrientes, absorvidos pelas partículas minerais (argilas) e orgânicas (húmus), ou em solução, como o nitrogênio, geralmente levados pelas enxurradas. O consumo desenfreado dos recursos naturais, notadamente da vegetação nativa, tem provocado problemas ambientais de grande monta. Atividades agropecuárias desenvolvidas ao longo de séculos, em bases insustentáveis, modificaram o cenário sertanejo, com ulcerações nos tecidos ecológicos naturais e perda de grande parte da fertilidade da terra. Com ausência de cobertura vegetal, a radiação desseca o solo, promovendo a sua aridez, aflorando a camada pedregosa à superfície e dificultando o desenvolvimento do sistema radicular e das atividades microbianas, capazes de melhorar os padrões químicos e de fertilidade
Hidrografia
O município faz parte da Bacia Hidrográfica do Piranhas, umas das nove existentes no Nordeste, e é cortado por três rios: o Farinha, que nasce no município de Salgadinho e percorre Areia de Baraúnas, Passagem e Cacimba de Areia, recebendo água de montante nos municípios de Quixaba, São Mamede e da Serra de Teixeira; o Cruz, que surge no maciço Teixeira, município de Imaculada, e atravessa Mãe d'água, se encontrando com o primeiro à altura do bairro de Santo Antônio, onde forma o principal curso de água temporário, o Rio Espinharas, que corta a cidade no sentido sul-norte. A sub-bacia recebe águas dos afluentes Sabonete e São Franciso e também dos seguintes riachos: das Moças, de Firmino Gayoso e das Bastianas, nos municípios de Santa Terezinha e São José do Bonfim.
Clima
O clima de Patos é semiárido quente (tipo Bsh na Classificação climática de Köppen-Geiger), quente e seco, com poucas chuvas. A temperatura média compensada anual é de 27,6 °C e o índice pluviométrico de 764 milímetros (mm), com chuvas concentradas entre janeiro e abril.
Vegetação
A vegetação predominante é a Caatinga, bioma ambiental, exclusivamente brasileiro, perfeitamente adaptado ao clima quente e seco, bastante sofrido pela degradação e intempéries. Na estiagem a maioria das plantas perdem as folhas e os troncos tornam-se esbranquiçados, enquanto no inverno o verde reaparece como num toque de mágica, em poucos dias do início das precipitações. Há uma variedade de espécies. Na flora, as mais comuns são: jurema-preta (Mimosa tenuiflora), angico (Anadenanthera colubrina), catingueira (Caesalpina pyramidalis), pereiro (Aspidospema pyrifolium), baraúna (Schinnopsis brasiliensis), xique-xique (Piloscereus gounellei) e aroeira (Myracrodruon nurundeuva). Na fauna são mais de mil tipos, incluindo alguns ameaçados de extinção: onça, gato do mato, veado-catingueiro, preá, gambá, cascavel, mocó, tamanduá, tatu-peba, canário, gavião, asa branca, etc.
A expansão imobiliária que restringiu, consideravelmente, a área rural de Patos, somada a exploração da madeira, de forma extrativista, na fabricação de carvão e suporte de lenha e madeira para o consumo residencial e das indústrias, sem ações voltadas para a reposição de plantéis, foram fatores que deixaram à beira da desertificação, fato que passou a exigir a inserção de um plano de manejo, em defesa da fauna e da flora na região.
Recursos minerais
No âmbito histórico, encontra-se na região de Patos um grande potencial extrativista, por conta da dimensão de sua extensão territorial, compreendendo as áreas inseridas nos atuais municípios de São José de Espinharas e Salgadinho, emancipados em 1961, onde se concentravam as principais jazidas do Sertão da Paraíba. No primeiro distrito, em 19 de março de 1943, o cidadão Moisés Quirino de Medeiros chegou a ser autorizado, pelo Decreto 12.023, a pesquisar scheelita numa área de dez hectares, situada no sítio Pitombas.
Também, em São José de Espinharas, o urânio foi descoberto na segunda metade do século XX, através de pesquisas realizadas por um grupo de engenheiros, de nacionalidade indiana, japonesa, alemã e australiana, capitaneado pela Empresa Nuclear Brasileira, que identificou a presença de uma grande reserva do metal radioativo, mas descartou a viabilidade de exploração pelos riscos que essa atividade poderia causar a saúde da população.
Em 1980, vislumbra-se uma das mais impressionantes descobertas das gemas, no distrito de São José da Batalha, nos domínios territoriais de Salgadinho, sob a supervisão de Heitor Barbosa, com o primeiro achado, oito anos após o início da atividade, da Turmalina Paraíba.
No potencial que continuou inserido no espaço territorial de Patos, vale registrar uma correspondência encaminhada por lideranças políticas ao presidente Jânio Quadros, em 1961, pleiteando a implantação de uma fábrica de cimento na cidade, para a utilização do calcário existente. A partir da segunda metade da última década do século XX, com a implantação da Mineração, Indústria e Comércio de Argamassas Itatiunga Ltda, na área rural denominada Trapiá, é que passou a ter, efetivamente, a exploração dessa matéria-prima, dentro dos conceitos ambientais permitidos por lei, redundando em consideráveis ganhos à construção civil e economia local.
Economia
Patos está inserida entre as cidades de interior que mais crescem em todo o Brasil, conquistando a 16ª colocação no ranking dos 20 municípios que devem apresentar maior consumo entre 2010 e 2020. Levantamento realizado pelas empresas McKinsey e Geomarketing Escopo teve por objetivo, mapear o consumo e as novas perspectivas de mercado e a capital do sertão paraibano, empatou com importantes cidades como Caruaru (PE), Corumbá (MS) e Itaituba (PA). Patos também foi apontada como 3° maior potencial de consumo da Paraíba subindo 28 posições em comparação com 2013, ultrapassando Santa Rita e perdendo apenas para a capital (R$ 13,3 bilhões) e Campina Grande (R$ 6,5 bilhões), sendo também a 327ª colocação no ranking nacional segundo o IPC Maps, com a previsão de R$ 1,371 bilhão de consumo – um incremento de R$ 200 milhões em relação a 2013.
Patos ocupa a 6ª posição no PIB (Produto Interno Bruto) no estado da Paraíba, atrás apenas de João Pessoa, Campina Grande, Cabedelo, Santa Rita, Bayeux com R$ 692,747 milhões, em 2010, um acréscimo nominal de 12,6%. Vale salientar que a Região Metropolitana de Patos ocupa a 3ª posição no PIB no estado da Paraíba, atrás apenas das regiões metropolitanas de João Pessoa e Campina Grande, respectivamente.
Tem seu ponto forte o comércio, o qual deixa sua população flutuante em torno de 130 mil pessoas. Em épocas festivas como o São João, o fluxo de turistas eleva a população para 200 mil pessoas aproximadamente. É também considerada a cidade de melhor distribuição de renda e estrutura urbana, com baixíssimos índices de violência urbana.
Cidade rica em minério e centro de comercialização da agricultura regional, Patos destaca-se como um dos municípios de mais rápido desenvolvimento industrial do sertão paraibano. Patos é um município do estado da Paraíba, localizado à margem esquerda do Rio Espinharas. Tem uma altitude de 242m e clima semiarido e quente. A economia baseia-se na cultura do algodão e do feijão. As principais indústrias são as de calçado, extração de óleos vegetais e beneficiamento de algodão e cereais. Tem grande riqueza mineral, com jazidas de mármore cor-de-rosa e ocorrências de ouro, ferro, calcários e cristal de rocha. Patos liga-se a todo o Nordeste e ao Sul por ferrovia e rodovias.
Dados do Sistema Público de Emprego do Ministério do Trabalho apontam que o município de Patos possui atualmente um total de 9.902 trabalhadores em atividade no mercado formal do trabalho.
Os dados incluem todas as atividades do setor privado, a exemplo de Comércio e Serviços, Indústria de Transformação, Construção Civil, Agropecuária, Serviços Industriais de Utilidade Pública e o Extrativismo Mineral, assim como os trabalhadores formalizados nas repartições públicas municipais, estaduais e federais.
Dos 9.902 trabalhadores com vínculo efetivo em Patos, 5.731 são homens, o que corresponde a 57,87% do total, enquanto 4.171 são mulheres, o que equivale a 42,13% de toda a mão de obra. Os dados incluem apenas a realidade do mercado de trabalho patoense, até o ano de 2010, uma vez que o Sistema é atualizado a cada ano.
Na distribuição por segmento, comércio e serviços aparece com 5.638 (56,93%) dos empregos formais, seguido da administração pública com 1.760 trabalhadores regulares, ou 17,77%, e da Indústria de Transformação, que tem segundo o Ministério do Trabalho, 1.539 trabalhadores, ou 15,54% do total.
Turismo
O turismo em Patos ainda é uma atividade subdesenvolvida e resume-se ao turismo religioso, em uma escala pequena e, o turismo de eventos, no período junino. Os principais pontos turístcos são: Parque Cruz da Menina; Fundação Ernani Sátiro; Matriz de Nossa Senhora da Guia; Centro Cultural Amaury de Carvalho e Terreiro do Forró, no período das festas juninas.
Esporte
O município possui dois times de futebol: Nacional Atlético Clube (conhecido como o "Canarinho do Sertão") e Esporte Clube de Patos (conhecido como "O Terror do Sertão"). O único estádio da cidade é o Estádio José Cavalcanti.
As maiores torcidas da cidade, de acordo com o Instituto Patoense de Pesquisas e Estatística (INNPE), são as seguintes: Flamengo (42%), Vasco (17%), Corinthians e Palmeiras (8,5%), São Paulo (6,5%), Fluminense e Botafogo (4%), demais grandes times (1% cada um).
Ginásios - Ginásio Municipal O Rivaldão; AABB; Sesc e Sesi
Eventos e datas comemorativas
Feriados municipais
- 24 de junho, festas juninas São João.
- 24 de setembro, dia da padroeira Nossa Senhora da Guia.
- 24 de outubro, aniversário da cidade.
- 8 de dezembro, Nossa Senhora da Conceição.
Referência para o texto: Wikipédia .