quinta-feira, 23 de setembro de 2021

GUANAMBI - BAHIA

Guanambi é um município brasileiro do estado da Bahia, distante 796 km a sudoeste de Salvador. Sua população, conforme estimativas do IBGE de 2020, era de 84.928 habitantes, perfilando na vigésimo primeiro município mais populoso da Bahia. É município polo da Microrregião de Guanambi, estabelecendo influência comercial e de infraestrutura para uma área de aproximadamente 400 mil habitantes. Abriga, ao lado de Caetité e Igaporã, o maior complexo eólico da América Latina. É o município mais desenvolvido da Bahia, segundo o IFDM
Topônimo
A denominação "Guanambi" deriva do nome Beija-Flor dado ao antigo arraial, pois, em tupi-guarani, as palavras guainumbi, guanumbi, guanambi significariam "beija-flor". Há duas versões sobre o motivo pelo qual foi dada esta denominação ao povoado.
A primeira diz que, o terreno de vazante, sempre úmido, contíguo ao local do arraial, permitia a existência de flores silvestres e, em consequência, a presença de colibris, daí a escolha do nome da localidade.
Outra versão, muitas vezes repetida, é que a antiga moradora Belarmina (mais conhecida como "Bela") tinha uma filha chamada Florinda (conhecida como "Flor"), sendo comum que, durante as cerimônias de Santo Antônio, as festividades se iniciassem apenas depois que todos beijassem a imagem do santo, a começar pela bela Flor, a filha da dona da casa. Querendo que a festa se iniciasse logo, todos os presentes pediam: “Beija, Flor! Beija, Flor!”. Assim, a população teria passado a chamar o referido lugar de Beija Flor.
História
Origens
A região de Guanambi originalmente era habitada por povos indígenas tapuias, como os aimorés e camacãs. Com a chegada do colonizador, houve a dizimação e a aculturação dos índios.
Nos séculos XVII e XVIII, a Coroa Portuguesa cede na região do município sesmarias, para que ocorresse o povoamento da região e a exploração das suas terras para a agropecuária e o extrativismo. O colonizador foi criando suas fazendas, as quais foram se subdividindo com o passar do tempo. A colonização da região foi intensificada no início do século XVIII, com a descoberta de ouro nas nascentes dos rios Brumado, Paramirim e das Contas, situadas na região entre a Serra Geral e a Chapada Diamantina, e em Minas Gerais e também a descoberta de salitre em Palmas de Monte Alto, ocorrida décadas mais tarde.
No final do século XVIII e início do século XIX, houve migração de pessoas vindas de Minas Gerais e das nascentes dos rios citados para a região da Serra Geral Baiana, por causa da decadência da mineração de ouro nestes lugares.
No século XIX, a sede de Guanambi estava situada num ponto de encontro entre rotas de tropeiros, comerciantes e viajantes que se dirigiam para diversos pontos da Bahia e de Minas Gerais, surgindo ali um comércio e uma feira. Neste cruzamento, situado nas margens do Rio Carnaíba de Dentro, em meados do século XIX, começou a se formar um povoado, que recebeu o nome de "Bela Flor" ou "Beija Flor". Outro fator que fez o povoado crescer foram os festejos em louvor a Santo Antônio feitos por Belarmina ("Bela") e sua filha Florinda ("Flor"), cuja casa, feita no estilo pau a pique, era a primeira da sede municipal, conforme relatos orais.
Em 1870, quando o Arraial de Bela Flor já se encontrava em desenvolvimento e contava com uma dezena de casas, durante uma missão católica no local, o fazendeiro Joaquim Dias Guimarães doou um terreno para a construção de uma igreja em louvor a Santo Antônio. O arraial foi constituído inicialmente das famílias de João Pereira de Castro, José Pereira da Silva Castro, Gasparino Pereira da Costa, João Dias Guimarães, Inocêncio Pereira de Oliveira, Manoel Pereira do Nascimento e muitos outros, que intensificaram a exploração da agricultura e da pecuária na região
Emancipação política
Pela lei provincial nº. 1979 de 23 de junho de 1880, foi criado o “Distrito de Paz no Distrito da Subdelegacia de Beija-Flor do termo de Monte Alto". Mais tarde, seria adotada a designação de Distrito de Bela-Flor.
Em 14 de agosto de 1919, através da Lei Estadual nº 1.364, o distrito de Bela Flor foi elevado à categoria de município, com a denominação de Guanambi, desmembrado de Palmas de Monte Alto, porém a instalação do novo município só se deu em 1 de janeiro de 1920, quando Balbino Gabriel de Araújo Cajaíba tomou posse como o primeiro intendente.
História recente
Em 1992, um volume de chuvas muito além da média histórica causou alagamento de grande parte da cidade e a manteve ilhada por mais de uma semana. Pontes, trechos de estradas edificações e obras de infraestrutura foram destruídas. Ocorreram vários deslizamentos de encostas e destruição de propriedades rurais. o exército brasileiro auxiliou a população ilhada organizando distribuição de alimentos por meio de aviões locais. A maior represa da região, a barragem de Ceraíma, atingiu sua capacidade máxima, porém, não sofreu avarias. A cidade, então, assistia ao maior desastre natural de sua história.
Em janeiro de 2017, o novo prefeito municipal, Jairo Magalhães, decretou a entrega da chave do município a Deus em seu primeiro decreto oficial, o que causou polêmica. O Ministério Público do Estado da Bahia, por considerar que o decreto fere a Constituição Federal, que afirma que o Estado não está vinculado a nenhuma religião, recomendou a revogação do ato.  Em março de 2018, a justiça declarou o decreto inconstitucional e o suspendeu. A prefeitura de Guanambi recorre da decisão.
Geografia
A área total do município, segundo o IBGE, é de 1.296,657 km², com densidade populacional igual a 60,80 hab/km².A altitude média da cidade é de 525 metros, tendo como o ponto mais alto no perímetro urbano o morro do Monte Pascoal, onde se situam torres de transmissão de rádio e telefonia. Seus municípios limítrofes são Caetité, a leste; Riacho de Santana, ao norte; Palmas de Monte Alto a oeste; e Urandi e Pindaí, ao sul.
A vegetação predominante atual, devido ao desmatamento, é do tipo rasteira, onde se destacam os terrenos de capoeira, apresentando uma grande fertilidade para o cultivo de algodão, feijão, mandioca e milho, sendo grandes problemas para o governo municipal o elevado desmatamento e erosão, que tiram a fertilidade dos solos. A vegetação original, bastante degradada, era composta por Floresta Estacional Decidual, que era uma mistura de espécies da caatinga com árvores de mata tropical, sendo nas áreas mais férteis uma mata fechada com grandes árvores, já nas áreas de maior altitude, denominadas serras, que apresentam solo mais pobre em nutrientes, havia a ocorrência de vegetação do tipo cerrado. O tipo de solo, como o podzóico vermelho-amarelo distrófico e planossolo solódico eutrófico encontrados na região, proporcionam condições regulares para o cultivo de lavouras, silviculturas e para pastagem natural.
Seu relevo caracteriza-se pela presença do Pediplano Sertanejo, das superfícies dos Gerais e do Planalto do Espinhaço. Como potencial hidrográfico há o Rio Carnaíba de Dentro e seus riachos afluentes, como o Riacho Belém, que corta o centro da cidade. As principais represas são as de Ceraíma e a barragem Poço do Magro, além das represas de Mutans (Lagoa d'Água, Taboinha, Lagoa da Espera) e de Morrinhos. A região pertence a bacia hidrográfica do São Francisco e se encontra na área de atuação da CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), sendo abastecida pela água do Rio São Francisco trazida pela Adutora do Algodão, implantada em 2012, com iniciativas do Governo Federal.
Seu clima é basicamente semiárido, com temperatura média anual de 23 °C. O período da chuva se dá entre os meses de outubro a março. Segundo dados da estação meteorológica automática do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) do município, em operação desde abril de 2008, a menor temperatura registrada em Guanambi foi de 15,3 °C em 19 de setembro de 2011 e a maior atingiu 40,6 °C em 13 de novembro de 2015. O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 105,4 milímetros (mm) em 30 de abril de 2015. A rajada de vento mais forte alcançou 23,5 m/s (84,6 km/h) em 20 de março de 2019 e o menor índice de umidade relativa do ar foi de 9% em 14 de setembro de 2008, 11 de novembro de 2019 e em 2020, nos dias 28 de setembro e 4 de outubro.
Educação
A primeira escola primária de Guanambi começou a funcionar por volta de 1928 e sua primeira escola estadual, o Getúlio Vargas, foi inaugurada em 10 de novembro de 1938 pelo intendente José Ferreira Costa.
Em 2015, foi inaugurada a Biblioteca Pública Messias Pereira Donato na sede da Justiça do Trabalho em Guanambi, com mais de 3500 títulos de direito e literatura, doada por Messias Pereira Donato, primeiro advogado nascido em Guanambi, que migrou para Belo Horizonte e ali se tornou juiz do trabalho e diretor da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais.
Ensino Superior
O município dispõe de várias unidades de ensino superior sendo elas públicas e privadas, dentre elas se destacam: Universidade do Estado da Bahia - UNEB; Instituto Federal Baiano - IFBAIANO; Faculdades Integradas Padrão - FIPGuanambi; Centro Universitario FG - UniFG e Unopar 
Economia
Até a década de 1970, a cidade era sustentada pela agropecuária. Nas décadas de 1970 e 1980, o município passou por intensa modificação socioeconômica impulsionada pela indústria algodoeira. O processo culminou na transformação de Guanambi em cidade-polo regional. Em 2013, o setor de serviços constituía a maior parte (74,4%) do produto interno bruto do município, seguido pela indústria (13%).
Cidade-polo do extenso e populoso estado da Bahia, Guanambi, no despertar das últimas décadas, se tornou um médio centro comercial na região. A cidade chama um pouco de atenção também devido aos seus diversos estabelecimentos de ensino, que concentram pessoas de todo o Brasil.
Referência para o texto: Wikipédia .