Coari é um município brasileiro no interior do estado do Amazonas, Região Norte do país. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população estimada do município era de 85.910 em 2020, sendo o quinto município mais populoso do estado.
O município está localizado no rio Solimões entre o Lago de Mamiá e o Lago de Coari. Na área territorial de Coari, localiza-se a Província Petrolífera de Urucu, onde se extrai petróleo e gás natural.
Coari tem sua origem ligada aos índios catuxy, jurimauas, passés, irijus, jumas, purus, solimões, uaiupis, uamanis e uaupés. O nome Coari também está ligado às raízes indígenas.:
Etimologia
O nome Coari também está ligado às raízes indígenas e há duas versões: vem das palavras indígenas "Coaya Cory", ou "Huary-yu", ou significa respectivamente "rio do ouro" e "rio dos deuses".
História
A história de Coari se remonta ao Século XVIII. O primeiro núcleo de povoamento na região é fundado numa aldeia de índios pelo jesuíta tcheco Samuel Fritz. O povoamento recebe o nome de Coari, por estar situado às margens de um lago com esse nome, próximo ao rio Coari. A denominação recebida pelo rio que banha o município foi dada também ao lago que banha a sede municipal, sendo estendida a denominação também ao município, posteriormente.
Os índios Catauixis, Irijus, Jumas, Jurimauas e outros, habitavam a região nos primórdios do povoamento. A aldeia de Coari foi elevada a lugar apenas em 1759, quando recebeu o nome de Alvelos, nome este de origem portuguesa. Por virtude da Lei nº 37, de 30 de setembro de 1854, a sede da freguesia foi transferida para a foz do lago de Coari. Alvelos, a primeira povoação, desapareceu por completo poucos anos depois.
Vinte anos após a mudança da sede da freguesia, a mesma foi elevada à Vila pela Lei nº 287, de 1 de maio de 1874. A vila recebeu o nome de Coari, sendo que sua instalação ocorreu em dezembro do mesmo ano.
Em 15 de novembro de 1890, o termo judiciário de Coari foi instalado. Pelo decreto 95-A, de 10 de abril de 1891, foi criada a Comarca da vila, que recebeu sua instalação definitiva em 30 de junho do mesmo ano. Entretanto, a Comarca coariense foi extinta em 1913, através da Lei nº 741, de 30 de outubro. Assim sendo, Coari teve seu termo subordinado à comarca de Tefé, município vizinho.
A Comarca de Coari foi novamente instalada três anos depois, em 1916, em virtude da Lei n° 844, de 14 de fevereiro daquele ano. No entanto, mais uma vez a Comarca foi suprimida, por força da Lei n° 133, de 7 de fevereiro de 1922. A comarca foi restaurada, outra vez, através da Lei n° 122, de 10 de março de 1924, não sendo mais suprimida.
Formação administrativa
A fundação de Coari deu início com a elevação à vila pela Lei nº 287, de 1 de maio de 1874. A vila recebeu o nome de Vila de Coari.
Foi elevada à categoria de cidade em 1932, pelo Ato Estadual N° 1.665, datado de 2 de agosto do mesmo ano. De acordo com a divisão administrativa judiciária vigente, apenas um distrito compõe o município, e a comarca também compreende apenas um único termo.
História recente
O município conhecido pela produção de banana, hoje se destaca por produzir petróleo e gás natural, que ocorre em uma região denominada de Urucu. A produção de petróleo gira em torno de 53.500 bbl/d (2007) e de gás natural chega a 10 milhões de m³/d. Outro fato importante é que está sendo construído um gasoduto que ligará sua província produtora ao mercado consumidor localizado em Manaus. Serão 450 km de distância da sede da cidade à Manaus a serem construídos, somando aos 278 km de um gasoduto, já existente, que interliga os campos produtores à cidade de Coari e outro gasoduto que interliga Coari a cidade de Manaus, mas que ainda não está em funcionamento. Coari se tornou também um polo na área de Educação, com o Campus da Universidade Federal do Amazonas-UFAM, um campus da Universidade do Estado do Amazonas-UEA, um campus do Instituto Federal do Amazonas -IFAM, um pólo do Centro Universitário Leonardo Da Vinci-Uniasselvi e outras 3 faculdades particulares, além do CETAM, SENAC e SENAI e SESC.
Geografia
De acordo com a divisão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística vigente desde 2017, o município pertence à região geográfica intermediária de Manaus e à região imediata de Coari. Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, o município fazia parte da microrregião de Coari, que por sua vez estava incluída na mesorregião do Centro Amazonense.
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1969 a 1990 e de 1993 a 2016, a menor temperatura registrada em Coari foi de 11 °C em 18 de julho de 1975, e a maior atingiu 38,8 °C em 27 de setembro de 2015. O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 170 milímetros (mm) em 16 de fevereiro de 2012. Janeiro de 2012, com 576,5 mm, foi o mês de maior precipitação.
Economia
Setor primário
- Agricultura: Cultiva-se principalmente produtos como a mandioca, feijão, coentro, pepino, maxixe, pimenta e couve-flor em períodos temporários. Na cultura permanente destaque maior para a produção de banana, limão, goiaba, mamão, cupuaçú e maracujá.
- Pecuária: O criatório no município consiste no desenvolvimento de espécies como Mestiço e Nelore.
- Avicultura: A criação é tipicamente doméstica e o consumo é familiar, representado pela criação de galinhas e perus.
- Extrativismo vegetal: A produção e extração de madeira é uma atividade de destaque na cidade. Figuram também a extração do cacau, castanha-do-pará e sorva.
Setor secundário
Indústrias: além da indústria extrativa de petróleo e gás natural na Província Petrolífera de Urucu, o município também apresenta concentrações de indústrias alimentícias e de materiais de construção.
Setor terciário
- Comércio: varejista e atacadista.
- Serviços: administração pública, hotéis, universidades, agências bancárias, entre outros.
Cultura e sociedade
As principais festas populares são:
- Festival Folclórico: na segunda quinzena de julho.
Nos meses que antecedem a festa junina, a cidade fica bastante movimentada, pois é época de festa culturais diversas como as noitadas caipiras que movimentam as escolas e a cidade em geral, onde as danças regionais fazem uma prévia para o Festival Folclórico de Coari disputado em junho. As cirandas, quadrilhas caipiras, adultas de luxo, boi-bumbá mirim, danças internacionais assim como outras categorias, se manifestam para abrilhantar a todos que gostam de prestigiar a cultura do município.
A maior rivalidade das brincadeiras é entre as Cirandas Luxos (Categoria Adulto), pois desde 1999, com o surgimento da Ciranda Renovação, surgiu uma nova remodelagem nessa categoria, ficando conhecida a partir daquele ano como a era da "ciranda moderna", já que antes de 1999 as ciranda do Amor (a mais antiga) e a extinta Ciranda Paraíso (sucessora da Ciranda Renovação), apresentavam-se nos moldes da ciranda tradicional, conhecida como a era da "ciranda de xita". Então, com a extinção da Ciranda Paraíso em 1998, surgiu a Ciranda Renovação, fundada no dia 4 de abril de 1999, e no ano seguinte (2000), com um rachão dos brincantes da Ciranda do Amor, esses fundaram a Ciranda Paixão, atualmente a mais nova entre as três, da categoria adulta. É grande a expectativa para prestigiá-las. Desde então, a maior campeã dentre elas é a Ciranda Renovação, com cinco Títulos (1999, 2000, 2003, 2006 e 2007), em segundo vem a Ciranda Paixão, com dois títulos apenas (2001 e 2008), e a Ciranda do Amor ganhou a última edição do festival cultural de Coari (2013), sendo que já tinha sido tricampeã na era da "ciranda de xita", (1996, 1997 e 1998).
Outras festas populares de destaque também ocorrem no município:
- Festejo do Padroeiro São Sebastião: 2ª quinzena de janeiro;
- Carnaval de Rua de Coari: entre fevereiro e março conforme calendário nacional dessa festa;
- Festejo do Divino Espírito Santo: 2ª quinzena de abril;
- Festejo de N. S. do Perpétuo Socorro: 1ª quinzena de maio;
- Festejo de Santana: 2ª quinzena de junho;
- Aniversário da cidade: em 1 e 2 de agosto;
- Festejos de Santo Afonso: 1ª quinzena de agosto;
- Festival da Música Popular de Coari: 24 a 26 de Outubro;
- Festejos de São Sebastião: 2ª quinzena de outubro;
- Autos de Natal: 1ª quinzena de dezembro;
- Festa do Gás Natural (Substituta da Festa da Banana desde do ano 2000); 1ª quinzena de dezembro.
Referência para o texto: Wikipédia .