segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

CAÇADOR - SANTA CATARINA

Caçador é um município brasileiro pertencente ao estado de Santa Catarina. Sua sede está localizada na foz do rio Caçador e próximo a nascente do rio do Peixe. Conta com uma população estimada em 80.017 no ano de 2021 pelo IBGE. Caçador é o município mais populoso da Região Metropolitana do Contestado, o 17º de Santa Catarina e o 420º do Brasil. Estendendo-se por uma área de 984,285 km², Caçador detém o título de capital industrial do meio-oeste catarinense.
História
Da pré-história ao descobrimento
Vestígios encontrados na região remetem a elementos das antigas tradições Taquara, Umbu e Humaitá. Entre estes encontram-se artefatos de pedra como facas, raspadores, pontas de projéteis, furadores, zoólitos (estátuas de pedra assumindo formas animais) e até mesmo estatuetas antropomórficas.
No século XVI, quando da chegada dos primeiros portugueses ao litoral de Santa Catarina, a região próxima do entroncamento dos rios Caçador e do Peixe era habitada por nativos das etnias caingangue e xokleng.
Conflito de fronteiras e a estrada de ferro
A atual região oeste dos estados de Santa Catarina e do Paraná era reivindicada pela Argentina, supostamente com base no Tratado de Madrid, de 1750. O presidente estadunidense Grover Cleveland, escolhido para arbitrar a questão, deu laudo inteiramente favorável ao Brasil em 5 de fevereiro de 1895, após analisar valiosa documentação reunida por José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco.
Delimitada a fronteira Brasil - Argentina no Tratado de 1898, o governo da então jovem República do Brasil, para firmar a posse de suas novas terras, leva a cabo os planos para uma ligação ferroviária entre os estados de São Paulo e do Rio Grande do Sul e ao Uruguai pelo interior. Os estados brasileiros de Santa Catarina e do Paraná passaram a disputar a região, cujo coração ficava na atual Caçador.
Em 1910, quando da chegada das turmas de construção do trecho Porto União - Marcelino Ramos da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande à região, a divisa entre os estados de Santa Catarina e do Paraná passava pelo rio do Peixe. Rio Caçador era o nome da estação ferroviária original, localizada no km 133 deste trecho à margem esquerda do rio do Peixe, em território catarinense.
Com a chegada dos trilhos e o tráfego dos primeiros trens, a região de Caçador foi integrada em definitivo ao resto do território brasileiro. Não tardou e, em um movimento de imigração interna, novos moradores, vindos de cidades vizinhas e, principalmente, das colônias italianas do Rio Grande do Sul, passaram a intensificar a colonização de Caçador. Estes novos moradores tinham em sua maioria ascendência europeia, com uma dominância de italianos, alemães e eslavos, mas havia também muitos sírio-libaneses.
Um número significante de pessoas, integrantes das turmas de construção da estrada de ferro, não retornou a suas regiões de origem, vindo a estabelecer-se também nas incipientes aglomerações urbanas ao redor das estações ao longo da ferrovia em toda a região.
Nesta época Caçador fazia parte do distrito de Rio das Antas, município de Campos Novos. Rio das Antas era um núcleo de colonização planejado pela Brazil Railway Company, para o qual vieram muitos colonos teuto-brasileiros oriundos do litoral de Santa Catarina.
A Guerra do Contestado e outros acontecimentos
Junto aos trilhos chegaram à região também a ganância e a exploração.
A contestação da doação das terras ao longo da estrada de ferro, feita, às custas dos agricultores que as habitavam, pelo jovem governo republicano do Brasil aos madeireiros e à Southern Brazil Lumber & Colonization Company, junto à pífia presença do poder público na região e ao fanatismo religioso, resultou num conflito armado conhecido como Guerra do Contestado. Entre outubro de 1912 a agosto de 1916, a guerra civil destruiu quase tudo o que havia de mais ou menos organizado na região, com incêndios de lugarejos inteiros.
Em janeiro de 1914, durante a campanha do Contestado, o exército brasileiro construiu, junto à estação ferroviária homônima, o Campo de Aviação de Rio Caçador. Este serviria de apoio aos voos de reconhecimento sobre as posições dos revoltosos e na regulação do tiro da Artilharia. Os aviadores eram Ricardo Kirk, 1º Tenente e comandante da operação, e Ernesto Darioli, aviador civil.
Com o acordo de limites entre Santa Catarina e o Paraná em 1917, teve início um período de paz e a população pode reiniciar suas atividades. Em 1918 foi instalada a primeira agência postal, onde já existia um posto de rendas estaduais. Somente em 9 de janeiro de 1923 é que Rio Caçador foi elevado a distrito, ainda subordinado ao município de Campos Novos. As terras à direita do rio do Peixe, pertencentes ao município de Porto União, foram elevadas em 1928 a distrito, com o nome de Santelmo. Neste mesmo ano, ao 1° de outubro, o casal Dante e Albina Mosconi, preocupados com a inexistência de centros de ensino à população na região, fundou o Ginásio Municipal Aurora e o Instituto Comercial Catarinense. Em 1929 foi aberta a estrada Caçador - Curitibanos, impulsionando ainda mais o desenvolvimento da região, com a chegada de mais imigrantes e a instalação de novas serrarias.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1932, Rio Caçador passou a figurar como distrito do município de Curitibanos.
Em consequência do crescimento da população e de sua pujança econômica, Rio Caçador foi elevado a município em 22 de fevereiro de 1934, com território desmembrado de Campos Novos, Cruzeiro (atual Joaçaba), Curitibanos e Porto União.
A instalação do município deu-se, com a posse do primeiro prefeito, Leônidas Coelho de Sousa, em 25 de março de 1934. Ainda no mesmo ano, em 25 de maio, foram criados os distritos de Caçador (sede municipal), São Luis, Taquara Verde, Rio Preto e Rio das Antas. A comarca de Caçador foi criada pelo decreto estadual 698, de 5 de novembro de 1934 e instalada em 26 de janeiro de 1935, sendo o seu primeiro juiz de Direito, Osmundo Wanderley da Nóbrega.
O brasão do município foi instituído em 1966 e representa a etnia, origem, cultura e tradição da população caçadorense.
Geografia
Com uma área de 983,424 km², Caçador está localizada no Alto-Vale do Rio do Peixe, meio-oeste de Santa Catarina, integrando a região Metropolitana do Contestado. O território do município limita-se ao norte com Calmon e General Carneiro (PR), ao sul com Rio das Antas e Videira, ao leste com Lebon Régis e ao oeste com Água Doce e Macieira.
Sua altitude média é de 1.000 m, estando o ponto culminante do território municipal a 1.390 m de altitude (Elevação de Rio Verde) e o ponto mais baixo a 780 m acima do nível do mar.
Hidrografia
O território do município é rico em recursos hidro-minerais, situando-se em sua totalidade sobre o Aquífero Guarani. É banhado por vários rios, dentre os principais o que deu o nome à cidade, Caçador, e os do Peixe, Castelhano, XV de Novembro, Jangada, Preto, São Pedro e Veado.
Clima

A cidade possui clima temperado subtropical úmido (Classificação climática de Köppen-Geiger Cfb). Entre 1977 e 2004 foram registrados temperatura média anual de 16,3 °C e precipitação acumulada média anual de 1716mm.
Em Caçador registrou-se oficialmente a menor temperatura já ocorrida no território brasileiro: −14 °C, em 11 de junho de 1952.Geadas ocorrem frequentemente de abril a setembro.
Economia
A economia de Caçador desenvolveu-se através da extração e industrialização da madeira, num primeiro momento retirada das florestas centenárias de araucária e imbuia da região e, posteriormente, quando da exaustão destas, de reflorestamentos com pinus elliottii. Hoje o município conta com algumas das maiores empresas no ramo madeireiro do sul do país. A agricultura emerge como nova opção de geração de divisas, com destaque para os hortifrutigranjeiros, sendo o tomate a maior fruta plantada no município. Caçador já foi considerada a maior produtora de tomates do sul do Brasil e também possui muitas indústrias como as de plástico, fios de cobre, metalúrgicas e, por último, o ramo do transportes com a Reunidas.
Nos últimos anos a cidade vem atraindo a atenção de grandes empresários, tendo recebido grandes investimentos, tanto em setores industriais, de transportes e comerciais, sedo que somente a empresa Guararapes com sede em Palmas (PR), uma das maiores produtoras de MDF da América Latina.
Para o setor comercial grandes promessas se aplicam ao município, sendo que muitas já começaram a se realizar desde o ano de 2018, onde a rede Passarela de supermercados com sede em Concórdia (SC), inaugurou no município o seu primeiro atacado, o Via Atacadista com mais de 6 mil m² e 11 milhões em investimento, sendo o maior do Meio-Oeste catarinense. A antiga massa falida Sulca, foi comprada pelo grupo SuperPão, que tem sua sede em Guarapuava (PR), em um dos edifícios do terreno será instalado a nova rodoviária municipal em parceria com a prefeitura, no restante da propriedade o grupo planeja investir mais de 50 milhões, construindo, além de mais um supermercado da rede, um grande centro comercial, com lojas, salas de cinema, praça de alimentação, etc.
A cidade possui uma grande força no quesito de empresas de transportes rodoviários, contando com mais de 10 empresas instaladas em seu território, onde muitas possuem influencia nacional, sendo algumas a Alfa Transportes, Transrodace Transportes Rodoviários, Expresso São Miguel.
Muitas franquias também estão se instalando em Caçador, reflexo de investimentos por parte da prefeitura e flexibilização local dos horários do comércio, redes como O Boticário, Chilli Beans, Brasil Cacau, Cacau Show e Bob's são alguns exemplos de franquias que estão aquecendo a economia.
Meio ambiente
O território do município sedia duas áreas de proteção da natureza, que juntas somam 1 867,48 ha: a reserva florestal Embrapa/Epagri de Caçador, localizada no interior da estação experimental da Epagri; e a floresta nacional de Caçador, no distrito municipal de Taquara Verde, esta última administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
A floresta nacional de Caçador contribui, com seus reflorestamentos de araucária, para a preservação desta espécie única, símbolo de toda a região e que, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), encontra-se em perigo crítico de extinção.
Desde 2016, Caçador conta com o plano do Parque Linear, quem dará continuidade ao já existente Parque Central José Rossi Adami. No início de 2019, tem se início o projeto que prevê a construção de um parque que margeá todo o Rio do Peixe na área urbana do município. Um dos pilares desse novo projeto é a Recuperação Ambiental, pois com o passar dos anos as redondezas da linha férrea e do próprio rio foram sendo degradadas pela presença de pessoas em situações de risco. Com a intervenção da prefeitura, foi realizado a retirada dessas famílias, podendo assim dar início as obras que contara com a implantação de pistas de caminha em meio a natureza, ciclofaixas, novas ruas e com a plantação de árvores nativas da região.
Atrações turísticas
Parque Central José Rossi Adami

O Parque Central foi inaugurado no ano de 2009, ele fica instalado próximo ao Museu do Contestado e da Rodoviária. É um espaço amplo, para jovens, adultos e crianças se divertirem. Vale até fazer um piquenique e conhecer um pouco da história do município, através dos monumentos lá instalados.
Proporciona uma vista e fotos incríveis no pôr do sol e durante o outono, quando as árvores ficam douradas e contrastam com as demais cores. Para se exercitar é possível fazer caminhas e corridas, jogar basquete, futebol de areia, beach tênis, jogar bocha, passear com os animais e andar de bicicleta. Além disso, é palco de diversos eventos, festas, encontros, e ações do município.
Catedral São Francisco de Assis
A Paróquia São Francisco de Assis, inicialmente denominada Paróquia São Francisco de Assis de Rio Caçador, foi criada em 1 de janeiro de 1934, pelo Bispo de Lages, Dom Daniel Hostin, desmembrada das freguesias de Campos Novos, Curitibanos e Porto União. Foi atendida pelos padres de São Francisco de Sales, que permaneceram aqui até fevereiro de 1981. A construção da atual catedral teve início em março de 1938. Em 1940, precisamente no dia 6 de outubro, foi abençoada a pedra fundamental desta catedral, embora a construção já estivesse na altura das janelas. As obras iniciadas em 1938 só foram concluídas em 1959 (21 anos depois), quando no dia 18 de outubro, com o acabamento da pintura, foi inaugurada. E a partir de 1969 com a criação da Diocese de Caçador. O arquiteto da obra foi o Sr. Dante Mosconi. O responsável pela obra foi o espanhol Francisco Quintas Perez e o espanhol Celestino Roig Artigas foi o autor e realizador do projeto de decoração e pintura. A decoração foi feita em gesso.
O relógio:
Possui 04 mostradores de 1,40 metros de diâmetro. Os pesos que movimentam seu maquinismo tem em 230 kg, sendo esse o que move a máquina e 75 kg o que bate as horas. O martelo que bate as horas pesa 8,5 quilos. O pêndulo que regula a marcha da máquina pesa 12,5 kg. A corda do relógio dura 08 dias, e os pesos são levantados por meio de uma manivela.
Ponte Antonio Bortolon
É um dos principais pontos turísticos de Caçador. Construída originalmente em 1924, esta foi a primeira ponte sobre o rio do Peixe, vindo a ligar o então distrito de Rio Caçador ao Santelmo, na época subordinado ao município de Porto União. A ponte, toda em madeira, era coberta com tabuinhas de imbuia, uma das características da arquitetura colonial italiana.
Antonio Bortolon, um imigrante vindo de Solagna, uma comuna italiana da província Vicenza, região do Vêneto, foi o responsável pelo projeto da ponte. Bortolon, baseando-se apenas em suas memórias, desenhou-a à imagem da Ponte degli Alpini. Esta encontra-se em Bassano del Grappa, outra comuna da província de Vicenza. A ponte, segundo a associação Veneti nel Mondo, apesar de ter apenas o equivalente à metade do seu comprimento, assemelha-se muito à Ponte degli Alpini.
Infelizmente a construção original foi destruída em 1983, arrastada pelas enchentes que assolaram o município. Contudo, no início dos anos 1990, uma réplica foi construída no mesmo local e continua sendo utilizada até o presente por pedestres e veículos na travessia do rio do Peixe.
Floresta Nacional de Caçador
Na Reserva Florestal Embrapa/Epagri de Caçador encontrava-se o maior cedro vivo de Santa Catarina, com idade que poderia chegar aos 1000 anos, 30 metros de altura, 3,6 metros de diâmetro e 7,8 metros de circunferência. Outra atração superlativa da reserva é a maior araucária do mundo, com 40 metros de altura, 7,7 metros de circunferência, 2,45 metros de diâmetro e idade estimada variando entre 600 e 900 anos. A Floresta Nacional de Caçador, localizada a 32 quilômetros do centro, no distrito de Taquara Verde, possui o maior reflorestamento de araucária do mundo e conta com infraestrutura que pode ser usada pelo visitante.
Caçador possui muitas outras áreas abertas à convivência pública, entre estas pode-se citar a praça Vereador Rodolfo Nickel, localizada na vila Paraíso, popularmente conhecida como Praça da Imbuiá, esta abriga o Monumento à Madeira: o tronco de uma imbuia milenar, originária das florestas que no passado renderam o título de Capital Brasileira da Madeira ao município.[carece de fontes]
Museu Histórico da Região do Contestado
O Museu Histórico e Antropológico da Região do Contestado é dedicado ao resgate e à preservação da memória da Guerra do Contestado. Em seu acervo encontra-se extensa documentação sobre o conflito e sobre o movimento messiânico do início do século XX na região. Além disso, o museu detém em sua exposição permanente artefatos arqueológico-antropológicos que remontam ao período pré-cabralino e colonial da História do Brasil na Região do Contestado.
O edifício Achilles Stenghel, que abriga o museu, é uma réplica da primeira estação ferroviária, Rio Caçador. Como o original, é quase todo construído de madeira. Uma composição de dois vagões com uma locomotiva a vapor Baldwin, ano 1907, encontra-se estacionada na plataforma de embarque reconstruída junto ao edífico do museu.
O prédio da antiga estação ferroviária Caçador-nova abriga o Auditório da Fundação Municipal de Cultura de Caçador. A antiga bilheteria da Rede de Viação Paraná-Santa Catarina (RVPSC) ainda encontra-se no local.
Antiga Chaminé
A Chaminé, como é conhecida, é mantida no município graças ao seu proprietário, Domingos Brusco. A construção antiga, hoje ponto turístico local, é mantida intacta, tal como a preservação histórica que representa para Caçador. O monumento que representa a dinâmica de uma serraria, foi construído na década de 40, sem data precisa de sua fundação.
Segundo o historiador Julio Corrente, a Chaminé fez parte da indústria dos Irmãos Reichmann. Pioneira em Santa Catarina como produtora de palitos de dentes e de sorvetes, produzia ainda embalagens em caixas, já que na época, a atividade era uma das mais rentáveis no Município. Naquela época para carregar qualquer equipamento era em caixa de madeira.Desde que foi construída a Chaminé mantém sua estrutura inicial de 40 metros de altura, aonde se fazia a queima da locomóvel. Ainda conforme Corrente, a história deste monumento é reconhecido como marco da indústria madeireira de Caçador, tanto pela área turística quanto à estética. O historiador ressalta a preservação da Chaminé, que passou a ter seu potencial turístico aproveitado nos últimos anos. Este é um marco da potencialidade que existe em Caçador. 
Ponte do Amor
Foi construída nos anos 40, tornou-se popular em Caçador e recebeu diversos nomes. Além de servir de acesso à comunidade local - a Passarela, Ponte em Arco, Ponte da Beira Rio, e até mesmo, Ponte dos Bombeiros - é conhecida pelo seu romantismo até hoje. Dona de uma arquitetura diferenciada, típica na Europa medieval, ela faz parte dos pontos turísticos da cidade. Apresentava-se em estado degradável até a Prefeitura fazer sua total reforma, mudando inclusive seu nome para Ponte do amor. Tornou-se um local romântico para os casais que ali passam declarem seus sentimentos. Além das palavras de amor os casais podem fazer lindas fotos e amarrar as fitinhas, nas placas localizadas nas cabeceiras da ponte. As fitinhas podem ser encontradas no Museu do Contestado.
Eventos
Aniversário do município

Realizada durante os dias: 23, 24 e 25 de março, Caçador conta com uma super-festa. A programação conta ainda com shows de artistas locais e nacionais, atrações culturais, esportivas e de lazer, brinquedos em geral, exposições, ampla praça de alimentação e tirolesa. Realizada antigamente no Parque das Araucárias, hoje se realiza no Parque Central, com entrada gratuita para todas as pessoas e idades.
Expo Caçador
Através da iniciativa da Prefeitura, Associação Empresarial (ACIC), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Associação das Micro e Pequenas Empresas (AMPE) e Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), é realizado a cada ano a ExpoCaçador. O evento, que acontece no Parque das Araucárias, conta com shows nacionais para toda a população e tem exposições do comércio, indústria, agropecuária e prestação de serviços, visando reunir toda a região e que dessa foram atrai grandes investimentos para o município.[carece de fontes]
Encontro de Carros Antigos
Realizado pela Associação de Carros Antigos de Caçador, sempre no mês de Abril sendo que sua data em especifico fica para os dias no final do mês. Já está em sua 13º edição e é realizada no Parque Central, onde apresenta carros e motos de décadas anteriores para a população em geral, entrada franca. [carece de fontes]
SEAD
Seminário Regional de Administração - SEAD é um evento realizado pela UNIARP - Universidade Alto Vale do Rio do Peixe anualmente em parceria com diversas instituições de Caçador com a intenção de disseminar teorias e conhecimentos correntes relacionados às ciências e práticas da Administração, entre estudantes das áreas de ciências sociais aplicadas, dirigentes de empresas, e lideranças de classe. Conta com palestrantes do mais alto nível profissional no Brasil, desde grandes empresários a juízes da Lava Jato. Normalmente acontece no mês de setembro a cada ano.
Instituições presentes na cidade
- Associação dos Amigos da Música - AMIMU - Instituição cultural.
- Caçador Atlético Clube - Clube esportivo.
- Corpo de Bombeiros Voluntários - Equipe de resgate e combate a incêndios.
- Colégio Bom Jesus Aurora - Unidade de ensino presente no sul e sudeste do país.
- Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC).
- Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
- Serviço Social da Indústria - Área de atividades do SESI.
- Sociedade Esportiva Kindermann - Equipe de Futsal e Futebol destaque no Brasil.
- Universidade Alto Vale do Rio do Peixe - Ensino superior..
Referência para o texto: Wikipédia .

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

VINHEDO - SÃO PAULO

Vinhedo é um município brasileiro no interior do estado de São Paulo. Localiza-se na micro e mesorregião de Campinas, a 75 quilômetros da capital paulista. Com uma população de 81.516 habitantes, segundo estimativas do censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2021.
História
A região do planalto paulista era habitada por diversos grupos indígenas, alguns, provenientes do litoral, que buscavam refúgio das guerras e da escravidão movidas pelos colonizadores ibéricos. Outros, como grupos de Tupi-Guaranys e Jês (como os Kaigang e os Kayapó meridionais), moravam na região desde antes da colonização.
Com a chegada de europeus ao continente sul-americano, a região foi percorrida pelas Bandeiras, que ocupavam terras consideradas inexploradas e caçavam índios para trabalho escravo, bem como buscavam recursos naturais como madeiras nobres, ouro e pedras preciosas, durante o século XVII. Para isso, as tribos indígenas foram expulsas da região ou dizimadas. Homens e mulheres aprisionados à condição de escravos foram forçadamente introduzidos nas Bandeiras ou obrigados a trabalhar nas recém-criadas lavouras de subsistência que iam se formando no caminho para Goyáz.
No fim do século XIX fazendas cafeicultoras instalam-se na região norte do município de Jundiaí – muitas delas aproveitando antigas fazendas que desde o século XVIII produziam açúcar e aguardente. Todo o trabalho era realizado por escravizados negros e indígenas. Trabalhadores brancos, principalmente imigrantes europeus patrocinados pelo governo e por fazendeiros, foram sendo trazidos para ocupar o lugar dos trabalhadores negros escravizados, libertados pelo processo de abolição no Brasil.
Intenso comércio entre a região cafeicultora e a capital paulista movimentava tropas de muares pela Estrada Velha de Campinas. Partindo de São Paulo rumo ao interior do Brasil, criaram-se grandes cidades a cada cerca de 50 quilômetros, e entre uma e outra, ás vezes, um ponto de parada temporária.
Entre Jundiaí e Campinas, criou-se naturalmente, em meados de 1620, um pouso de tropeiros e, para usufruto destes, uma pequena plantação de subsistência, uma “rocinha”. Uma das primeiras propriedades instaladas no local tornar-se-ia, mais tarde, a conhecida Fazenda Cachoeira, que acabaria por transformar uma senzala em Quilombo, durante o fim da escravidão formal no país.
Justamente no vale entre a Fazenda Cachoeira e a Estrada Velha de Campinas, já chamada popularmente de Estrada da Boiada, a Rocinha foi se tornando, a partir de 1840, uma pequena vila onde fazendas cultivavam e beneficiavam café com uso de mão de obra escravizada, que logo passaria a ser vendido para cidades próximas e, posteriormente, a capital paulista. Sem trabalho, terra, escolaridade e sem direitos, a maioria dos libertos destas fazendas foi deixando a região. Muitos migraram para as Minas Gerais e a capital paulista. Poucos permaneceram na pequena vila que já tinha em sua população a presença de imigrantes portugueses, espanhóis, alemães, franceses, árabes, alguns norte-americanos e principalmente italianos. Rocinha passou à condição de Vila e Distrito de Paz pertencente a Jundiaí em 31 de Outubro de 1908, por lei promulgada pelo então Presidente do Estado de São Paulo, Dr. Albuquerque Lins.
Já nesta época, com a vinda de mais imigrantes italianos em livre substituição à mão de obra escravizada, foi introduzida na então vila de Rocinha a cultura da uva como principal produto agrícola, posto que o preço do café da região sofrera sensível queda com a expansão da produção nas cidades do centro-oeste do estado de São Paulo e a construção da estrada de ferro da Companhia Mogiana, que fazia fácil ligação entre o norte do estado e o porto de Santos, tornando obsoleta a produção cafeeira da pequena rocinha.
A uva se torna, então, a base da economia local. Espalham-se por todo o distrito as plantações de uva para produção de vinhos, vinagres, doces e o que mais se pudesse explorar das videiras que preenchem a paisagem do lugar. Rocinha então deixa de ser conhecida apenas como posto de “paragem” e entra em franca ascensão econômica e política.
Um fato curioso ocorre em 1916: o proprietário de uma fazenda na Estrada da Boiada, cerca de dois quilômetros da estrada de ferro, contratou um trabalhador para que este ampliasse um poço para captação ou reserva de água, com aproximadamente 25 metros de profundidade.
Durante os trabalhos, um desmoronamento interno soterrou parcialmente o obreiro, que ficou preso no fundo da construção. Por cinco dias tentou-se o resgate, utilizando-se para isso todos os meios disponíveis na ocasião. O fato tomou dimensão, sendo amplamente noticiado na época. O homem não sobreviveu, e a história[8] ajudou na divulgação do nome do vilarejo.
Na década de 1920 começam a chegar as primeiras indústrias à região do distrito, como alternativa aos altos custos de instalação nos municípios de Jundiaí e Campinas. O distrito já não tinha mais aspectos de uma simples vila, e principiam os movimentos emancipatórios. Em 1948, um plebiscito oficializa a emancipação de Rocinha e seu desligamento da administração de Jundiaí. Em 2 de Abril de 1949 Rocinha torna-se município, sendo sugeridos para a nova cidade nomes como Parreiral, Videiral, Videiras, Vinhalândia e o escolhido, Vinhedo. Seus habitantes são chamados Vinhedenses.
A partir de 1950 começa a ser oficialmente realizada a Festa da Uva de Vinhedo. A princípio, esta foi uma pequena celebração ao estilo das quermesses interioranas, mas hoje a festa tem números metropolitanos, tanto em custos aos cofres públicos como em geração de renda aos mesmos, além de habitualmente trazer nomes famosos da música para apresentações especiais, alavancar os lucros de uma parte do comércio local e proporcionar trabalho temporário, principalmente para os jovens da região. Desta festa os pontos positivos apontados por visitantes e moradores são o clima de "carnival" e feira agrícola; os shows de artistas famosos e de artistas populares da própria cidade e região; a oportunidade de conhecer uma das cidades tidas como mais ricas do país; e o comércio de artesanato, além de um pequeno e tradicional parque de diversões, sempre presente no evento. Os pontos negativos são uma certa decepção com os pontos turísticos da cidade; a superlotação da própria festa, realizada atualmente em recinto fechado, longe do centro da cidade; os altos preços cobrados pelos restaurantes e barracas de produtos locais; e o alto índice de furtos de automóveis nas imediações da festa.
Segundo Censo do IBGE de 2010, cerca de 58,26% das pessoas que hoje residem no município nasceram em outras cidades ou estados do país. Na ocasião do Censo, havia residentes no município apenas 1,23% de imigrantes. Cerca de 670 estrangeiros e outros 122 naturalizados. O mesmo Censo mostrou que aproximadamente 73,28% da população se declarava Branca, sendo 21,88% Parda, 3,8% Preta e 0,12% Indígena. Outros 0,8% se declaravam Orientais, e 0,12% se declarava Mestiça, de outras raças/cores ou não responderam. Segundo a mesma pesquisa, cerca de 11,4% da população tem 60 anos ou mais. Vinhedo tem cerca de 12.740 crianças com idades até 14 anos, cerca de 20% de sua população, e enfrenta déficit de vagas em creches e escolas públicas para essa faixa de idade. Aproximadamente 16% da população de Vinhedo tem algum tipo de limitação motora, sensorial ou mental. O sistema público de saúde do município também passa por reestruturação e possui pontos aprovados e reprovados por seus habitantes.
Em geral, a cidade oferece boa qualidade de vida, enquanto por outro lado, o custo de vida seja considerado alto. Ao lado das vizinhas Valinhos e Louveira, Vinhedo é conhecida pelo grande número de condomínios com residências de alto padrão. Também é notório o sistema de vigilância monitorada em diversos pontos da cidade, o que ajuda a manter estáveis os índices de violência e criminalidade na cidade, que tendem a subir concomitante divulgam-se os dados da economia local. Devido às constantes reportagens sobre a estrutura e qualidade de vida do município (com um dos maiores IDHs do país), um grande número de pessoas vem à cidade em busca de melhores condições de vida, com frequência demandando uma infraestrutura que a cidade ainda tem que desenvolver.
Geografia
Ecologia e meio ambiente

Grande parte da vegetação original da cidade, como remanescentes da Mata Atlântica e mata ciliar, vem sendo devastada ao longo dos anos. Assim como outros 13 dos 20 municípios que compõem a Região Metropolitana de Campinas, o município sofre severa tensão ambiental. Vinhedo, juntamente com Campinas e Artur Nogueira, é considerada uma das áreas mais sujeitas a inundações e assoreamento e responde por menos de 5% da cobertura vegetal.
Para tentar reverter esse quadro, vários projetos foram e estão sendo realizados e planejados, como a construção de corredores ecológicos. Há também vários projetos ambientais para combater a destruição das matas ciliares localizadas às margens dos rios Cachoeira, Capivari e Pinheirinho, que apresentam alto índice de poluição de suas águas. Atualmente, ativistas e ambientalista da cidade tentam preservar as regiões das fazendas Cachoeira, Bahia e Santa Cândida, bem como do Parque Municipal Jayme Ferragut, em Vinhedo. O parque tem uma área de 877 m², sendo um dos principais parques da RMC.
Clima
O clima de Vinhedo é considerado tropical de altitude (do tipo Cwa) na classificação climática de Köppen-Geiger, segundo o Centro de Meteorologia e Climatização Aplicada à Agricultura (CEPAGRI) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). De acordo com dados do Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas (CIIAGRO/SP), desde junho de 2015 a menor temperatura registrada em Vinhedo foi de 4,8 °C em 13 de junho de 2016 e a maior alcançou 38,4 °C em 8 de outubro de 2020.
Cultura
Vinhedo tem um teatro municipal, centros culturais e uma biblioteca pública.
Festa da Uva
O evento começou antes mesmo da emancipação do município. Oficialmente, a primeira Festa da Uva aconteceu na Piazza Sant'Anna em 1948. Com o avanço dos tempos aumentou suas proporções. Em 2009, a Festa da Uva realizou a Festa do Vinho, que em 2020 estará em sua 11ª edição e que foi incorporada ao calendário de eventos do município.
Atualmente, as festividades acontecem no Parque Municipal Jayme Ferragut e recebem milhares de pessoas, tanto locais como turistas. Tem diversas atrações como exposição e venda e leilão de frutas, artesanato, parque de diversões, shows com artistas de renome nacional, apresentações de dança, bandas regionais em vários estilos musicais, performances variadas, praça de alimentação, desfile de cavaleiros, passeio de motociclistas, entre outras atividades.
O evento também elege anualmente suas promotoras, mulheres de 18 a 35 anos que divulgam a festa em outros eventos e veículos de mídia da região e do estado.
Artes
Vinhedo tem algumas das mais longevas manifestações de arte e cultura do estado de São Paulo, como o SAV (Salão de Artes Visuais), o FESTEVI (Festival de Teatro de Vinhedo), festivais de dança, música, entre outros. A Secretaria de Cultura mantém há décadas as Oficinas Culturais, onde diversas atividades artísticas são lecionas gratuitamente para alunos de diferentes faixas etárias.
Turismo
Os principais pontos turísticos da cidade incluem: Parque Temático Hopi Hari, na Rodovia dos Bandeirantes (acesso somente por Jundiaí ou Campinas); Igreja Matriz de Sant'Ana, no centro da cidade; Avenida Aparecida Tellau Seraphim, acesso pela Rodovia Anhanguera, Km 78; Parque Municipal Jayme Ferragut, local da Festa da Uva, do Parque Aquático Municipal e da sede do Grupo Escoteiro Vinhedo; Portal do Imigrante, com Monumento ao Imigrante e Memorial do Imigrante, no Jardim Itália; Centro Cultural Engenheiro Güerino Mário Pescarini e Teatro Sylvia Alencar Matheus, no centro da cidade; Estação Ferroviária de Cargas e Passageiros (desativada, tem prédio histórico atualmente abandonado), no centro da cidade; Represa João Gasparini; Fazenda Cachoeira e Quilombo remanescente (patrimônio abandonado); Cristo Redentor e novo Portal de acesso à cidade de Itatiba; Mosteiro de São Bento em Vinhedo; Casa de Retiro Siloé; Observatório Abrahão de Moraes (mantido pela USP, pertence ao município de Valinhos, acesso somente sob agendamento prévio); Bosque Municipal José Carlos Giunco (desativado, possuía área verde nativa, trilhas, área para piqueniques, mini zoológico e cachoeira); Praça do Aquários, no bairro residencial Aquários; Igreja de São Sebastião, no bairro Nova Vinhedo e Adega Ferragut (vinho artesanal, suco de uva, frutas da época, visita monitorada à plantação de uva e produção de vinho e suco).
Referência para o texto: Wikipédia .

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

VIÇOSA - MINAS GERAIS

Viçosa é um município brasileiro no interior do estado de Minas Gerais, Região Sudeste do país. Localiza-se na Região Geográfica Intermediária de Juiz de Fora, e na Região Geográfica Imediata homônima, na região da Zona da Mata Mineira. Sua população estimada em julho de 2021 era de 79.910 habitantes.
História
Fundação

Antes da colonização, a região da bacia do Rio Piranga era habitada por índios Botocudos e Puris, que com os Tamoios pertenciam ao grupo Tupi. Embora percorrida por alguns bandeirantes no século XVII permaneceu ocupada por indígenas até então.
O povoamento branco-europeu da região iniciou-se no século XVIII pelas localidades situadas às margens do Caminho Novo - estrada aberta pelo governo colonial para que o ouro fosse levado direto da região das Minas ao Rio de Janeiro, encurtando o trajeto e mantendo seu monopólio, que antes era feito através das gargantas da Mantiqueira, passando pela Serra do Mar e pela baía da Ilha Grande, litoral paulista, para só então chegar ao Rio de Janeiro. Esse povoamento ocorreu em primeiro momento de forma tímida, uma vez que a Coroa Portuguesa proibia a ocupação da região dos "Sertões do Leste”.
Com a decadência da produção aurífera em Minas Gerais, vários exploradores e suas famílias se deslocaram das vilas mineradoras para a Zona da Mata. A referida região era tida como fronteira agrícola, sem grandes focos habitacionais branco-europeus até a primeira metade do século XVIII.
A atual região norte da Zona da Mata passaria a ser povoada por branco-europeus com incentivo do governador da capitania de Minas que, por volta de 1781, distribuiu para esta população privilegiada centenas de sesmarias destinadas à busca do ouro. O povoamento foi fortemente impulsionado ao longo do século XIX pela expansão da lavoura cafeeira. Além dessa, outras atividades econômicas se desenvolveram, como o comércio e outros serviços associados ao seu cultivo, ainda sob o regime de escravização de pessoas negras e indígenas.
A ocupação branco-europeia de Viçosa se inicia, propriamente, no século XIX. Em 8 de março de 1800, o Padre Francisco José da Silva obteve do bispo de Mariana - Frei Cipriano - a permissão para erigir uma ermida em homenagem a Santa Rita de Cássia, no local onde hoje está situada a capela de Nosso Senhor dos Passos na Rua dos Passos, centro do distrito sede - essa região passou a constituir o Patrimônio de Santa Rita. A construção da capela é o marco inicial do processo de ocupação provido pela Igreja Católica, em detrimento de outras manifestações religiosas, que se tornaria o povoado de Santa Rita do Turvo, topônimo da ermida que marcou o início do povoado acrescido do nome do principal rio que atravessa a localidade - Turvo.
Em 1813, com o aumento do povoado resolveu-se construir um novo templo católico no local da atual Praça Silviano Brandão. A construção de uma nova igreja católica à santa padroeira em outro local fez o eixo de expansão urbana mudar em direção a uma área mais plana, próxima ao vale do Ribeirão São Bartolomeu, com melhores condições de se erguer novas edificações, favorecendo o crescimento do povoado.
Em 13 de outubro de 1831, a atual cidade de Rio Pomba, a 100 km de Viçosa, foi elevada à categoria de vila, passando Santa Rita do Turvo a ser um de seus 14 distritos iniciais (em 1837 chegaram a 20).
 O traçado inicial do centro da cidade pouco se alterou ao longo do tempo, mesmo com a expansão local e criação de novas ruas. Contudo, já no final do século XIX, o território de Santa Rita do Turvo encontrava-se significativamente parcelado. O povoado era dividido em três regiões: O Patrimônio de Santa Rita, na Rua dos Passos; o Patrimônio da Matriz, onde se encontra o atual santuário e o quarteirão compreendido entre as ruas Senador Vaz de Mello e Arthur Bernardes, a Praça do Rosário, indo do Córrego São Bartolomeu até o Córrego da Conceição; e o patrimônio de São Francisco que abrangia a área onde atualmente está localizada a Praça Dr. Cristóvão Lopes de Carvalho, Rua Padre Serafim e pelo Cemitério Dom Viçoso.
Segundo José Mário Rangel, em 14 de julho de 1832 o distrito de Santa Rita do Turvo se desmembrou da freguesia do Pomba e tornou-se freguesia. Em 31 de agosto de 1833 foi fundada a Paróquia de Santa Rita, que à época também era uma divisão política. Em 1851 foi inaugurada a primeira igreja Matriz, construída sobre a antiga necrópole que ficava à frente da capela localizada no que hoje é a Praça Silviano Brandão, havendo o desmanche da mesma após término da obra.
Por efeito da Lei Provincial nº 1.871, de 30 de setembro de 1871, Santa Rita do Turvo foi elevada a Vila de mesmo nome. Era constituída, então, de cinco distritos: Santa Rita do Turvo (sede), São Sebastião dos Aflitos de Arrepiados e Curato de Coimbra (desmembrados do município de Ubá), São Miguel do Anta (desmembrado de Ponte Nova) e Barra do Bacalhau (desmembrado de Mariana). A vila foi elevada à categoria de cidade, município, efetivamente, três anos depois (em 3 de junho de 1876), com o nome de Viçosa de Santa Rita, em homenagem ao 7º bispo de Mariana, Dom Antônio Ferreira Viçoso. A 22 de janeiro de 1873 efetivou-se a instalação do município, com a inauguração do edifício a ser sede da Câmara e Cadeia, no local em que hoje se encontra o imóvel de número 136 da atual Praça Silviano Brandão, na esquina direita com a Rua dos Passos. A Câmara começou a funcionar em 12 de abril de 1877, quando o Brasil era ainda governado por Dom Pedro II. Seu primeiro presidente foi o Vereador Carlos Vaz de Mello, que mais tarde se tornou senador do Império.
 Pela lei provincial nº 3171, de 18 de outubro de 1883, e lei estadual nº 2, de 14 de setembro de 1891, foi criado o distrito de Santo Antônio dos Teixeiras e anexado ao município de Viçosa de Santa Rita. Pela lei provincial nº 3387, de 10 de julho de 1886, o distrito de São Sebastião dos Aflitos de Arrepiados passou a chamar-se São Sebastião do Erval. Pelo decreto estadual nº 227, de 6 de novembro de 1890, e lei estadual nº 2, de 14 de setembro de 1891, foi criado o distrito de São Vicente do Grama e anexado ao município de Viçosa de Santa Rita.
Em 21 de dezembro de 1885, durante a administração de Arthur Bernardes, o então presidente da Câmara Municipal de Viçosa por duas legislaturas, Carlos Vaz de Mello, conseguiu por sua influência política que a estrada de ferro chegasse a Viçosa. A chegada do "trem de ferro" da Leopoldina Railway, cuja estação ficava a seis quilômetros de Viçosa - no local hoje denominado Estação Velha ou Estação de Silvestre - foi o marco da chegada do progresso desenvolvimentista à cidade.
Em 1911 o município passaria a ser chamado somente de Viçosa.
A distância da estação ferroviária do centro da cidade dificultava o embarque e desembarque de passageiros, já que só era possível chegar até lá de carro de boi, charretes e outros meios. Essa situação perdurou por quase 30 anos, até que a estação da Leopoldina foi transferida para o centro da cidade, tendo sua inauguração acontecida em 21 de agosto de 1914, quando a população local já chegava a dois mil habitantes. A partir daí a cidade estava enfim ligada a então capital do país, Rio de Janeiro. Com a construção da estação ferroviária próxima à região central da cidade, consolidada pela construção da nova Matriz de Santa Rita, o centro ampliou seu raio de abrangência e nos arredores da mesma começaram a se instalar comércio, hotéis e novas residências, principalmente de estilo arquitetônico eclético. O crescimento em torno da estação ferroviária é um referencial comum entre as cidades da Zona da Mata mineira.
Com essa nova ligação entre a cidade de Viçosa e o litoral, chegaram a cidades as primeiras famílias que iriam formar a colônia libanesa e italiana do município. Alguns libaneses vieram como mascates e iniciou o comércio de tecidos, armarinhos e calçados, que era um comércio inexpressivo até meados do século XX. Também na mesma época chegaram os primeiros italianos, que eram em sua maioria artesãos, alfaiates, caldereiros. Apesar de pequenos, juntamente com a população negra, esses núcleos participaram ativamente na formação de Viçosa. Trouxeram seus costumes, suas crenças e seus valores, enriquecendo o patrimônio cultural local.
Em 1908 foi fundada a Casa de Caridade de Viçosa, que hoje é o Hospital São Sebastião (em um primeiro momento instalado à Avenida Bueno Brandão, só mudando para o atual local à Rua Tenente Kummel, com a o término da construção do edifício em 1930). Em 1922 foi inaugurado o Hospital Regional na Rua Afonso Pena (como parte integrante do Plano de Saúde Pública, do então Presidente do Estado de Minas Gerais, Dr. Arthur Bernardes).
Em 1913, foi fundada uma sociedade privada com capital constituído por cotas, com a denominação de Gymnasio de Viçosa (instituição que deu origem à atual Escola Estadual Doutor Raimundo Alves Torres - ESEDRAT), na Praça Silviano Brandão. Em 1917 foi fundada a Escola Normal Nossa Senhora do Carmo, em Viçosa, (atual Colégio Carmo) dirigido pelas Irmãs Carmelitas da Divina Providência, anexou-se a ele, por um curto período, antes de separar-se e se dedicar exclusivamente à educação do sexo feminino. O mais significativo é que ambas se tornaram referências de qualidade de ensino médio na cidade e região.
 A Escola Superior de Agricultura e Veterinária, ESAV, foi fundada em 1926, pelo então presidente do Brasil Arthur da Silva Bernardes, Viçosense. Participou de sua construção, contratado como engenheiro auxiliar, João Carlos Bello Lisbôa. Seu primeiro diretor foi o professor Peter Henry Rolfs, que trouxe um modelo de educação aplicado em escolas da Flórida, Estados Unidos, baseado na tríplice "Ensino, Pesquisa e Extensão" que logo foi difundido pelo resto do país. No ano de 1948 a Escola Superior se tornou Universidade Rural do Estado de Minas Gerais, UREMG. Em 1969 houve sua federalização, passando a se chamar Fundação Universidade Federal de Viçosa. Eventos marcantes para história da instituição se refletem no crescimento do município - personalidades importantes para a escola superior são também personalidades importantes para Viçosa. Sua implantação dentro do perímetro urbano constitui um fator de cristalização num dos vetores de crescimento da cidade. A Instituição passa a atrair pessoas em busca de emprego e traz estudantes e professores de diversos locais do País, promovendo o crescimento e expansão da cidade.
Na década de 1950 a cidade passou por significativas obras de reurbanização, bem como a construção de importantes edificações. As avenidas P.H. Rolfs e Santa Rita foram reformadas, o antigo edifício da prefeitura (Praça do Rosário) concluído e foi edificado o prédio do Cine Brasil (esquina da Praça do Rosário com Rua Padre Serafim) que se tornaria uma referência cultural por décadas. Foi inciada a construção do edifício do Colégio de Viçosa (Atual cede da prefeitura). As praças do Rosário e Silviano Brandão foram redesenhadas e foi erguida a nova matriz de Santa Rita, ao lado da antiga. A construção do novo templo católico, bem maior e mais sólido que o anterior, naquela época, é dado como "marco para o progresso e expansão do município".
 Em divisão territorial datada de 31 de dezembro de 1963, o município é constituído de 3 distritos: Viçosa, Cachoeira de Santa Cruz e Silvestre. Pela lei nº 001/92, datada de 14 de janeiro de 1992, é criado o distrito de São José do Triunfo. Atualmente, o Município de Viçosa conta com quatro distritos: Viçosa (Sede), Cachoeira de Santa Cruz, São José do Triunfo e Silvestre.
O processo de ocupação do espaço urbano da cidade está intimamente ligado à implantação da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Inicialmente a própria instituição se encarregou de atender a demanda de moradia dos estudantes, construindo, ainda na década de 1920, o primeiro alojamento (agora também conhecido como alojamento velho) e no final da década de 1960 o alojamento feminino. Nessa mesma época foi implantada Vila Giannetti no próprio campus da universidade, destinada à moradia de professores, trazendo para a cidade um dos raros exemplares de urbanismo modernista existentes no interior do país.
A partir da federalização da instituição em 1969 e da criação de novos cursos, na década de 1970, houve uma modificação no cotidiano da cidade, que passou a ter sua dinâmica desenvolvida em razão da Universidade. Nesse momento, os estudantes já não eram totalmente atendidos pela habitação da própria Universidade, e acabam por se instalar no centro da cidade em pensões ou nas chamadas repúblicas pela proximidade da área ao campus. Intensificava-se assim o processo de adensamento do centro e dos bairros próximos a ele. A presença de edifícios na área central marcou essa década, assim como o processo de verticalização do bairro Ramos, na sua parte baixa próxima ao centro, e no início do Clélia Bernardes, principalmente ao longo da Avenida Olívia de Castro Almeida.Paralelamente a esse fato, os professores passaram a buscar áreas afastadas do centro da cidade, surgindo assim os primeiros condomínios horizontais, como o Condomínio Residencial Bosque do Acamari de 1983. Marca também o início do processo de verticalização, com edifícios com até quatro pavimentos. A tendência de verticalização prossegue no bairro Ramos e Clélia Bernardes, assim como na área da Praça Silviano Brandão, Avenida Santa Rita e Rua Gomes Barbosa. Também surgem, neste período, os primeiros edifícios de uso comercial e de serviços. O edifício Panorama, 12 pavimentos, foi o primeiro a contar com elevadores na cidade, ainda na década de 1970.
A ausência de trens de passageiros desde a década de 1980 incentivou a desativação da linha em 1994, nos trechos Três Rios - Ligação e Ponte Nova - Caratinga.
Nos anos 90, o processo de verticalização do Centro se intensifica, surgindo edifícios mais altos, com gabarito em torno de 10 pavimentos. Entretanto, com a falta de terrenos no centro propriamente dito e o papel indutor da UFV, a tendência à verticalização se desloca para a Avenida P.H. Rolfs e seus arredores, a Ladeira dos Operários e a Rua José Antônio Rodrigues, proximidades das “Quatro Pilastras”, bem como a Avenida Santa Rita e a Rua Gomes Barbosa. É também na década de 90 que os bairros de Fátima, Lourdes, São Sebastião, Santo Antônio, João Braz, entre outros, começaram a se verticalizar, ainda que com gabaritos menores, em torno de cinco pavimentos.
A partir do ano de 2001, instalaram-se na cidade instituições privadas de ensino superior, próximas à BR-120, instaurando um novo vetor de crescimento da malha urbana. A instalação dessas instituições reforçam a vocação do setor de serviços. Fatos históricos ligados à UFV influenciaram diretamente a evolução histórica e social do município.
O processo de verticalização da cidade e a chegada desenfreada de novos estudantes causou, além de problemas estruturais, reclamações por parte do povo viçosense acerca da qualidade de vida. No dia 17 de março de 2011, após várias manifestações populares sobre o não cumprimento da lei do silêncio, foi imposto que estabelecimentos noturnos que possuem isolamento acústico só poderiam funcionar até às 3 hs, os demais deverão fechar até as 2 hs, como dita o Código de Posturas do Município de Viçosa.
A economia local, baseada no setor de serviços, é dependente da população flutuante, que reside, em sua maioria, durante o período escolar na cidade. A expansão urbana acontece de modo orgânico, adensando regiões já saturadas e com infraestrutura antiga. Atualmente há discussões na sociedade sobre os benefícios e malefícios de não se controlar o modelo de crescimento local. Há problemas de drenagem pluvial, transportes, pavimentação, ocupação em áreas de risco, supressão dos cursos d'água, poluição visual, sistema de esgotos e de abastecimento, além de já surgirem problemas quanto ao abastecimento de energia elétrica. A Universidade participa das discussões, já que influencia diretamente a cidade.
 Apesar dos problemas urbanos, o município se destaca como polo microrregional, atendendo uma demanda de quase 200 mil habitantes que recorrem à Viçosa na busca por serviços de saúde, educação e comércio. O município tem se tornado uma referência cultural ao promover eventos de grande porte. Além disso, as pesquisas realizadas pelas instituições de ensino superior levam o nome da cidade a se tornar referência científica.
Em abril de 2011 foi inaugurado o Parque Tecnológico de Viçosa - TecnoParq - que é uma parceria da UFV, Governo de Minas e Prefeitura Municipal. O Parque Tecnológico de Viçosa, o primeiro de Minas Gerais, está em desenvolvimento desde o início da década de 2000, já com diversas empresas incubadas, além de inúmeras ações já desenvolvidas. Com a inauguração da sede, passa agora a contar com um espaço mais adequado ao desenvolvimento das ideias, que faz de um parque tecnológico diferente de um industrial. O TecnoParq é sediado nas instalações revitalizadas e ampliadas da antiga Escola Agrícola Arthur Bernardes, vinculada à extinta Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (Funabem). As instalações ficam às margens da BR-120, a cerca de 5 quilômetros do campus da UFV.
Geografia
Viçosa está situada na região da Zona da Mata Mineira, entre as Serras da Mantiqueira, do Caparaó e da Piedade. Apesar do relevo ser majoritariamente acidentado, Viçosa destaca-se pela sua verticalização, não observada nas cidades de porte equivalentes no estado de Minas Gerais, sendo considerada a quarta cidade com maior número de construções com mais de quatro pavimentos em todo o estado.
Clima
O clima de Viçosa é tropical de altitude com aumento de chuvas durante o verão e temperatura média anual em torno de 20 °C. No inverno, com as baixas temperaturas, a cidade experimenta um clima que faz as manhãs e o meio da noite oferecerem brisas muitos frias e com densa neblina, com temperatura mínima de 10 °C. O inverno viçosense também é conhecido pelo ar seco provocado pela baixa umidade relativa do ar. O verão tem característica de chuvoso e a temperatura máxima chega a 30 °C.
Viçosa é conhecida por uma cidade fria e úmida, e tem como característica uma variação climática irregular em determinadas épocas do ano, tendo, "as quatro estações do ano em um único dia" de acordo com os habitantes e residentes da cidade. Outras curiosidades são as tempestades elétricas que costumam ser bem intensas na cidade e arredores, assim como as chuvas intensas com fortes rajadas de vento.
Vegetação
A vegetação original da região é do tipo floresta tropical subperenifólia e pertence ao ecossistema da Mata Atlântica. No processo de colonização, foi substituída pelo cultivo do café, que deixou marcas nos aspectos físicos da paisagem atual e na sócio-economia regional.
Atualmente, a cobertura vegetal predominante é o capim gordura, com manchas descontínuas de sapé. As matas secundárias ocupam os topos das elevações, formando capoeiras ininterruptas.
A agricultura, principalmente o cultivo de milho e feijão, é praticada nos vales, onde ocorre, também, a maior concentração urbana. As encostas são utilizadas para cafeicultura, fruticultura, pastagens e reflorestamento.
Nas últimas décadas, o reflorestamento com eucalipto e a retomada do cultivo de café em bases tecnológicas mais avançadas foram substancialmente intensificadas.
Hidrologia
Viçosa é banhada pelo Ribeirão São Bartolomeu, que tem cerca de 440 nascentes[19], e pelo Rio Turvo Sujo, que são afluentes do Rio Piranga, que por sua vez é um afluente do Rio Doce.
Educação
Viçosa é uma cidade essencialmente universitária, com destaque para a Universidade Federal de Viçosa, que é responsável pelo rápido crescimento e desenvolvimento da cidade. Ainda em Viçosa encontramos outras instituições de ensino superior privadas como ESUV, FDV, UNIVIÇOSA, UNOPAR, UNISEB, acentuando ainda mais o caráter educacional da cidade. É uma cidade que atrai várias pessoas do Brasil e de outros países devido a eventos científico-acadêmicos que se realizam em torno da universidade, somando aproximadamente 500 eventos anuais
No Ensino Superior, Viçosa vem se destacando no cenário regional por ser sede de diversas Faculdades. Sendo que uma é a Universidade Federal de Viçosa, que é um centro reconhecido principalmente pelas ciências agrárias e ciências exatas, reconhecida pelo MEC como a 7ª melhor universidade do Brasil baseando-se na prova do ENADE de 2009. Mas a cidade também conta com quatro Faculdades Particulares, sendo elas, União de Ensino Superior de Viçosa (UNIVIÇOSA), Faculdade de Viçosa (FDV), Escola de Estudos Superiores de Viçosa (ESUV) e Universidade do Norte do Paraná (UNOPAR).
Ciência, tecnologia e desenvolvimento
Nos últimos anos, Viçosa vem sendo conhecida pelo seu aspecto científico e tecnológico. Para um melhor aproveitamento dos recursos disponíveis na UFV e para o incentivo ao empreendedorismo e a promoção do desenvolvimento local e regional, foi criada em 8 de agosto de 2011, o CENTEV - Centro Tecnológico de Desenvolvimento Regional de Viçosa. O CENTEV tem como missão promover e aperfeiçoar as relações entre a UFV, o setor público em geral e o setor privado de forma a promover o desenvolvimento econômico, social e ambiental de Viçosa e região. A EMATER - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural também possui filial instalada em Viçosa.
Em Viçosa está instalada a sede regional na Zona da Mata da EPAMIG - Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais. A EPAMIG é a principal instituição de execução de pesquisa agropecuária de Minas Gerais e tem a função de apresentar soluções para o complexo agrícola, gerando e adaptando alternativas tecnológicas, oferecendo serviços especializados, capacitação técnica, insumos qualificados compatíveis com as necessidades dos clientes e em benefício da qualidade de vida da sociedade.
Cultura, lazer e patrimônio
Reflexos arquitetônicos e urbanísticos

Viçosa foi fundada no final do período colonial, cresceu no período imperial e início da era republicana, tendo seu desenvolvimento acelerado após a época da Segunda Guerra Mundial.
O urbanismo colonial no Brasil se caracterizou frequentemente pela adaptação do traçado das ruas, largos e muralhas ao relevo do terreno e posição de edifícios importantes, como conventos e igrejas. Apesar de não seguirem o rígido padrão de tabuleiro de xadrez das fundações espanholas na América. As primeiras vias do povoado que gerou Viçosa foram traçadas adaptando-se ao relevo, ligando as ermidas, ao rio. Após a expansão para a área central, no segundo quartel do século XIX, as ruas foram traçadas de forma regular, aproveitando-se do relevo mais satisfatório, ligando a praça da Matriz ao Cemitério, passando pela Capela do Rosário. Ainda hoje esse traçado existe e nele estão os principais logradouros da cidade (Rua Benjamin Araújo, Rua Virgílio Val, Praça Silviano Brandão, Rua Arthur Bernardes, Rua Senador Vaz de Mello, Praça do Rosário, Rua Padre Serafim).
Inicialmente, a arquitetura colonial utilizou as técnicas da taipa-de-pilão e pau-a-pique, de rápida construção e que utilizava materiais abundantes na região: barro e madeira. Logo se adotaram também a alvenaria de pedra ou tijolos de adobe para levantar paredes, que permitiam a construção de estruturas maiores e a inclusão de madeiramento para pisos e tetos. A cantaria (trabalhos em pedra) não foi muito utilizada na Zona da Mata, ao contrário das regiões auríferas.
No período imperial, com a elevação do povoado a Vila e Cidade, novos moradores chegavam e o lugar começou a sofrer melhorias urbanísticas, como pavimentação das vias, iluminação pública, distribuição de água, paisagismo, etc.
Pouco depois da Proclamação da República a estrada de ferro chega ao município. As distâncias encurtaram e Viçosa passou a ter uma ligação direta com a capital do país. Essa ligação contribuiu para aumentar as influências sociais. A arquitetura começou a imitar o casario carioca e importar materiais de construção e ornamentação mais sofisticados, muitas vezes vindos da Europa.
No início do século XX surgiram nas Rua Gomes Barbosa, Avenida Santa Rita e Avenida Bueno Brandão um casario eclético, carregado de valores contemporâneos, e enriquecidos com o que havia de melhor na capital do país. Arquitetos e Engenheiros eram contratados no Rio para projetar a residência dos fazendeiros e comerciantes da cidade. Surgiu uma elite viçosense que refletia em seus imóveis o status social. As vias que abrigavam esses imóveis sofreram reformulação, pavimentação especial e ornamentação. Nessa época a Rua Gomes Barbosa foi pavimentada com pedras e a Avenida Bueno Brandão, ganhou a contenção e proteção, hoje conhecida como balaustrada.
Com a implantação da ESAV, na década de 1920, a cidade começou a ter um grande fluxo de conhecimento, que foi refletido nas edificações. O Campus recebeu um projeto urbanístico especial, tomando partido do vale no qual está instalado. O conjunto histórico do campus é um dos núcleos ecléticos mais bem preservados do município. No centro da cidade ainda há grandes casarões no estilo, que outrora abrigaram famílias e estabelecimentos comerciais e culturais que fizeram parte da história do município.
Apesar de grande parte da cidade ter crescido sem planos urbanísticos, destacam-se importante ícones de urbanismo no traçado urbano local. A Vila Gianetti, construída pela Universidade na década de 1950, para ser residência dos professores, é um destes ícones. Um conjunto de 52 casas, racionalmente dispostas em três vias de amplas dimensões, contando com calçadas, jardins, quintais e amplos afastamentos laterais, refletiram os valores vanguardistas da instituição, que ousou implantar no interior do estado um modelo diferenciado de desenho urbano. Atualmente a cidade vive expansão dos condomínios privados, verticais e horizontais, que refletem as leis do município.
Bens tombados
O tombamento é o ato de reconhecimento do valor cultural de um bem, que o transforma em patrimônio oficial e institui regime jurídico especial de propriedade, levando-se em conta sua função social. O poder público reconhece, protege e incentiva a difusão do conhecimento sobre o bem, que a partir do tombamento é considerado patrimônio de uma comunidade, fazendo parte de seus valores, participando da identidade local e sendo referência histórica/social.
O Estado de Minas Gerais tombou a casa do ex-presidente Arthur Bernardes, como patrimônio do povo mineiro.
Segue a lista de bens tombados na cidade, pelo município de Viçosa: Balaustrada (Avenida Bueno Brandão); Capela de Nosso Senhor dos Passos; Casa do ex-presidente Arthur Bernardes; Casa 254 da Avenida Bueno Brandão; Casas 119 e 129 da Rua Gomes Barbosa; Colégio de Viçosa; Edifício Arthur da Silva Bernardes (Campus UFV); Escola Municipal Ministro Edmundo Lins (Antiga Cadeia Pública); Escola Municipal Coronel Antônio da Silva Bernardes - CASB; Estação Ferroviária de Viçosa; Estação Ferroviária de Silvestre; Fachada do primeiro hospital da cidade (Avenida Bueno Brandão); Livro de Atas da Câmara Municipal, 1903 a 1909; Lambreta do Prof. Sebastião Lopes de Carvalho; Sede do Parque Tecnológico de Viçosa - CENTEV (Antigo Patronato Agrícola); Volume da ala antiga do Hospital São Sebastião.
Folclore
Festas religiosas:
São as seguintes as festas religiosas ocorrendo em Viçosa: Semana Santa: Manifestação que ocorre nas Paróquias Santa Rita de Cássia e Nossa. Senhora de Fátima; Encenação Semana Santa: Manifestação, que ocorre na Praça Silviano Brandão; Semana Santa Ao Vivo, manifestação que ocorre no Distrito São José do Triunfo; Coroações do Mês de Maio: Manifestação, ocorre no Santuário de Santa Rita de Cássia; Festa de Santa Rita: Manifestação, ocorre no Santuário de Santa Rita de Cássia; Festa de Nossa Senhora de Fátima: Manifestação, ocorre na Igreja Matriz Nossa Senhora de Fátima; Seara – Encontro Aberto de Carnaval, ocorre no Campus da UFV.
Festas Folclóricas no município de Viçosa: Blocos de Carnaval: Manifestação, ocorre no Centro da Cidade; Marcha Nico Lopes: Manifestação, ocorre no Campus da UFV e no Centro; Congado, ocorre no Distrito de São José do Triunfo.
Expressões e Entidades – Bem Imaterial: Liga Operária Viçosense, manifestação ocorre na Sede da Liga operária, localizada na Rua Virgílio Val, Centro; VAC – Viçosa Atlético Clube, manifestação ocorre na Sede do Clube.
Artesanato e artistas
A produção do artesanato local é bem diversificada. Destacam-se principalmente os trabalhos manuais como bordados, tapetes de tiras, crochê e tricô. Destacam-se também as pinturas em óleo sobre tela expostas em galerias pela a cidade, principalmente a Galeria José Lino Santana.
Viçosa conta também com alguns artistas locais e grupos artísticos onde seus integrantes são, na maioria das vezes, artistas natos e o fazem como forma de preservação da cultura local. Os principais artistas e grupos artísticos foram listados a seguir: Clube Raízes da Viola, responsável pela divulgação da música caipira nas comunidades viçosense; Cheiro de Relva, responsável pela divulgação da música de raiz da microrregião de Viçosa, a música caipira;  Orquestra de Câmara, manifestação que apoia a música clássica na cidade; Grupo Êxtase de Dança, grupo da Academia Núcleo Arte e Dança; Grupo Impacto de Dança de Rua, grupo da Academia Núcleo Arte e Dança; Jorge Raphel - Luthier, projetista e construtor de instrumentos musicais.
Esportes
É comum a prática dos Jogos escolares de Viçosa (JEVS),onde existem inúmeras modalidades, disputadas por algumas escolas da região.
Feriados e datas cívicas
Além dos feriados nacionais existem três datas municipais, sendo duas delas feriados:
- 22 de Maio - Feriado Municipal no qual é comemorado o Dia de Santa Rita de Cássia, padroeira do município. A data marcada pela maior expressão de fé e tradição da cidade. Tradição que foi construída a partir do século XIX, antes mesmo da santa ser canonizada (fato que só iria ocorrer em 1900). A veneração à Santa Rita é marco da fundação do município, com a construção da primeira ermida em louvor a santa.
A primeira paróquia da cidade, que leva o nome da santa, foi constituída em 1833. A primeira igreja matriz foi inaugurada em 1851 e o novo templo, e atual, é datado de 1953.
O novo templo também é Santuário. A distinção é dada pela diocese aos templos caracterizados por receberem fiéis de toda a região, foco de peregrinação. Geralmente, esses templos tem a presença de ícones de fé e relíquias do santo.
As celebrações em honra a santa são organizadas pela paróquia de Santa Rita de Cássia, com apoio das demais paróquias do município. Os eventos começam com a novena em honra a santa. No dia 22 há celebrações durante todo o dia, com destaque para a Missa das Rosas às 10 hs da manhã, onde são distribuídas rosas aos fiéis e ocorre uma celebração festiva. Há a tradicional cavalgada pela cidade, organizada pelos clubes equestres e o leilão de gado, com animais doados por criadores da região, no meio do dia. No início da tarde é tradicional a carreata pelas ruas da cidade com música e buzinas. No final da tarde, por volta das 16 hs, começa a procissão que conduz pelas ruas do centro o carro andor com a imagem da santa. O carro andor é uma tradição de mais de 50 anos, fabricado pelo Seu Nelo. Com criatividade, ele decora a alegoria com temas contemporâneos utilizando flores, luzes e cenários. O carro andor é puxado por um trator pelas ruas da cidade. A tradição começou em meados do século XX, quando o pároco à época viu a necessidade de controlar o acesso das pessoas ao andor da santa na procissão, que até então era carregado, o que ocasionava certo tumulto. A procissão da padroeira é a maior que ocorre na região, levando milhares de fiéis as ruas. Sua duração é de aproximadamente 3 hs e é marcada por janelas enfeitadas, fogos de artifício e cânticos pelo trajeto.
A imagem da santa que sai em procissão é a mesma que fica locada no altar principal do santuário. Apesar de não saber exatamente sua procedência, estima-se que tenha sido doada a igreja na mesma época da construção da ermida na Praça Silviano Brandão, no segundo quartel do século XIX e que sua procedência seja da capital da colônia, Rio de Janeiro. Ela carrega uma palma e um crucifixo, além de ter um esplendor de prata sobre a cabeça. Uma curiosidade é o enobrecimento da figura da freira (Santa Rita foi religiosa) com a inserção de panejamento com detalhes em ouro e uma capa sobre as costas, com arabescos e motivos florais.
- 8 de Agosto - Dia Cívico, no qual é comemorado o Aniversário de Arthur Bernardes (ex-presidente da república). Foi um advogado e político brasileiro, presidente de Minas Gerais de 1918 a 1922 e presidente do Brasil entre 15 de novembro de 1922 e 15 de novembro de 1926. Esta data é marcada por homenagens ao político viçosense. Há neste dia o depósito de uma corbélia de flores junto à estátua do ex-presidente, localizada na Praça Silviano Brandão, numa cerimônia com a presença de políticos e representantes de entidades locais. Há uma missa na Igreja Matriz, localizada na praça em que residiu. O principal evento da data é a entrega da Comenda Arthur Bernardes. A comenda é entregue a cada dois anos, em jantar oferecido pela Associação Comercial de Viçosa, em que se homenageiam pessoas que prestam relevantes serviços ao município e à sociedade.
- 30 de Setembro - Feriado Municipal no qual é comemorado o Aniversário de Emancipação do município. A data de celebração do aniversário da cidade gera algumas controvérsias. Há quem diga que deveria ser a data de instalação, outros a data de elevação à município. 30 de setembro se consolidou como data municipal após a celebração do centenário da cidade em 1971.
O dia é feriado municipal e é marcado por hasteamento da bandeira no Monumento ao Centenário, na Praça do Rosário, com a presença de políticos.
Na parte da manhã ocorre desfile cívico militar com a participação de escolas, entidades sociais, exército, polícia, corpo de bombeiros, além de exibição da frota de veículos municipais.
Pela data ser próxima ao Sete de Setembro, havia a tradição de se fazer um desfile com maior pompa no aniversário da cidade do que no Dia da Independência, porém esse costume se perdeu.
Há ainda, neste dia, eventos artísticos culturais, como shows, promovidos pela prefeitura local.
Referência para o texto: Wikipédia .

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

IBIÚNA - SÃO PAULO

Ibiúna é um município brasileiro do estado de São Paulo. Situa-se na Região Metropolitana de Sorocaba, na Mesorregião Macro Metropolitana Paulista e na Microrregião de Piedade. Localiza-se a uma latitude 23º39'23" sul e a uma longitude 47º13'21" oeste, estando a uma altitude de 996 metros. Sua população foi estimada em 80.062 habitantes, conforme dados do IBGE de 2021. O município é formado pela sede e pelos distritos de Carmo Messias e Paruru. Ibiúna possui a segunda maior população rural do estado de São Paulo, menor apenas que a capital do estado.
História
Período Pré-Colonial

Por estar localizada entre as grandes bacias hidrográficas do Tietê e Paranapanema, a região que abarca o atual município de Ibiúna provavelmente já reunia ótimas condições para o estabelecimento de grupos humanos há milênios atrás. De acordo com algumas pesquisas arqueológicas, os primeiros indícios da presença de grupos ameríndios no estado de São Paulo datam de fins do Pleistoceno, sendo que a área onde hoje está a capital e região metropolitana contam com datações radiocarbônicas de cerca de 6.000 anos atrás.
Esses primeiros grupos produziam diversas ferramentas feitas em pedra, madeira e ossos, utilizando assim diversos tipos de matéria-prima para confecção desses instrumentos. Sua alimentação era baseada na caça de animais e coleta de frutos e raízes, lhes sendo desconhecida a agricultura nesse primeiro momento. As primeiras populações indígenas agricultoras só teriam alcançado a região de Ibiúna e outras próximas dos grandes rios paulistas por volta do início da Era Comum. Ancestrais dos atuais grupos Tupi-Guarani e Macro-Jê, essas populações cultivavam mandioca, feijão e milho, assim como diversas várias espécies não alimentícias, como cabaças, tabaco, algodão e urucu. Também produziam cerâmica, tecnologia provavelmente desconhecida pelos primeiros grupos que haviam se estabelecido nas margens de rios como o Una e o Sorocamirim e arredores.
Séculos depois, os primeiros colonizadores europeus se depararam com diversos grupos Guaianás (também conhecidos como Guaianazes) nas cabeceiras do rio Sorocaba e boa parte do Planalto Paulista. Falante de um idioma relacionado ao tronco Macro-Jê, o contato entre este povo e os portugueses se deu já nas primeiras décadas de colonização da América, geralmente mencionados nas documentações dos séculos XVI e XVII como “índios bravos”. Por resistirem ao avanço português sobre suas terras, diversos conflitos ocorreram, sendo muitas vezes escravizados, mortos ou eventualmente expulsos para o interior do continente. O nome Guaianá provavelmente não corresponde à identidade própria desses povos, já que esse termo era normalmente utilizado para designar diversas populações não-tupis. Já a presença de grupos Tupi na região das nascentes do rio Sorocaba também parece ser confirmada pelos registro arqueológicos, inclusive durante o período colonial.
Colonização Portuguesa do vale do Rio do Una
Data de fins do século XVI o início da colonização portuguesa na bacia do rio Sorocaba, período em que foi fundada a vila de Nossa Senhora do Monte Serrat pelo bandeirante Afonso Sardinha. Este povoado, bem como a vila de São Filipe do Itovuvu – fundada em 1611 – posteriormente deram origem ao município de Sorocaba. Ambas as vilas tiveram como função inicial servirem de bases exploratórias de minas de ouro e ferro identificadas na região. Essas atividades logo foram abandonadas pelos primeiros colonos contudo, já que as minas eram de difícil exploração e geravam pouco lucro aos garimpeiros. Servindo como um ponto de expansão da colonização do interior da capitania de São Vicente, Sorocaba tornou-se, na segunda metade do século XVII, um núcleo populacional composto por diversas sesmarias.
A partir do século XVIII, o estabelecimento de rotas de transporte de muares do sul da colônia, assim como a comercialização destes nas feiras da vila de Sorocaba, fizeram desta uma parada fundamental do ponto de vista da economia interna colonial. Afluíam para essa vila grandes contingentes de tropas de diversas regiões, bem como interessados na aquisição dos animais para alimentação, carga e transporte. Nesse período há também um aumento progressivo da população da vila de Sorocaba e seu entorno.
Foi no contexto de expansão da colonização das terras próximas a Sorocaba que se deu a concessão de uma sesmaria, em 1711, no vale do rio Una. Doada a Manoel de Oliveira Carvalho, as terras aparentemente abarcavam cerca de uma légua em quadra, sendo já cultivadas há anos pelo sogro do mesmo. De acordo com algumas fontes, a fazenda era então denominada Sítio do Paiol. Cerca de 50 anos depois, Manoel Oliveira Costa (herdeiro de Manoel de Oliveira Carvalho) mandou erigir uma capela em honra a Nossa Senhora das Dores de Una, formando então um pequeno núcleo de povoamento a sua volta, para a qual afluíam viajantes destinados à Feira de Sorocaba. Algumas fontes também apontam para a existência de uma sesmaria na área dos atuais bairros de Piratuba, Cocais e Ressaca, onde Helvídio Rosa e família fundaram uma fazenda posteriormente conhecida como Fazenda Velha dos Rosas. Ainda assim, o centro do povoado se concentrou junto à capela, em área então denominada Fazenda Velha do Una.
Ainda que procurado por mascates e tropeiros destinados à Sorocaba, a localidade manteve-se pouco populosa até fins do século XVIII, época em que a Fazenda Velha do Una foi comprada pelo Capitão Salvador Leonardo Rolim de Oliveira. Em 1811, o povoado foi elevado à condição de freguesia, sendo então batizada como Nossa Senhora das Dores do Una, embora frequentemente referida apenas como Una pelos habitantes locais. Em 1832, ano em que o distrito de São Roque se tornou um munícipio, a freguesia de Nossa Senhora das Dores do Una tornou-se parte dessa administração. Visto que a freguesia estava localizada em uma área relativamente distante do núcleo urbano de São Roque, foi brevemente transformada em um distrito do município de Sorocaba entre 1846 e 1850.
Emancipação da Vila do Una e a origem do nome "Ibiúna"
Sete anos após o retorno à administração municipal de São Roque, o distrito foi emancipado, conforme disposto na Lei Provincial n. 10, de 24 de março de 1857. Nessa mesma época, se instalou na agora Vila de Una o capitão Antonio Vieira Branco, após doação de terras pelo imperador Pedro II. Localizada no atual bairro Areia Vermelha, a fazenda era considerada modelo durante o Brasil Império, contando com uma serraria e uma máquina de benefício de algodão. Na fazenda também eram produzidas ferramentas como foices, machados, martelos, serrotes, entre outros instrumentos de uso agrícola.
De acordo com o “Almanak da Província de São Paulo de 1873”, além da Matriz, a Vila do Una contava com mais duas edificações religiosas: as capelas de Santa Cruz e Bom Jesus do Campo Verde. Voltada principalmente para a produção comercial de café, algodão e pecuária, a vila seguiu crescendo em função de suas fazendas. A estruturação do agora município pode ser observada nessa documentação de 1873, contando com escola pública, pequenos comércios, alguns profissionais liberais e agência dos correios instalada, além de teatro e cadeia em construção.
Em fins do século XIX também ocorre uma paulatina substituição da mão-de-obra nas fazendas, até então predominantemente baseadas no trabalho escravizado africano e afro-brasileiro. Embora inicialmente atraídos pelas ofertas de trabalho nas fazendas da região, muitos imigrantes, em especial italianos, libaneses e portugueses, eventualmente tornaram-se proprietários de pequenas propriedades. A chegada dos primeiros contingentes de imigrantes japoneses, na primeira metade do século XX, embora não tenha alterado a economia predominantemente agrícola do município de Una, fez com que esta se voltasse paulatinamente para a comercialização de alimentos – em especial para os mercados consumidores da Capital e cidades adjacentes.
Em 1944, o município teve seu nome alterado para Ibiúna, tendo em vista a existência de outra cidade com o mesmo nome no estado da Bahia. Dessa forma, o nome atual deriva do tronco linguístico tupi-guarani, sendo uma corruptela de “Y” (rio) e “Una” (negro), mantendo assim a relação histórica entre o núcleo urbano e o rio de Una. 
Como forma de preservar parte de sua história arquitetônica, Ibiúna conta um tombamento de caráter municipal. Trata-se da Capela do Bom Jesus da Prisão, edificação religiosa inaugurada em agosto de 1928 e considerada patrimônio histórico e cultural do município de Ibiúna desde 2001, conforme Lei Municipal n. 606 do mesmo ano. Localizada entre as Ruas XV de Novembro e Fortunato Antônio de Camargo, a capela foi erigida em área elevada do centro urbano, no mesmo local onde anteriormente havia uma edificação religiosa construída em madeira.
Hidrografia
A hidrografia de Ibiúna consta de Rio Una, Rio Sorocabuçu e Rio Sorocamirim
Topografia
A topografia do município é bastante variável, uma vez que esta se localiza nas encostas da serra do Paranapiacaba, normalmente ondulada, acidentada e montanhosa. A maioria das terras possuem declividade superior a doze por cento, podendo atingir cem por cento nas regiões mais altas. Por esta razão, a maior parte da agricultura local é desenvolvida nas terras de encostas e meia encosta, devido à ausência generalizada de planícies. Possui 62,9 por cento da Represa de Itupararanga em suas terras.
Os pontos de maior altitude são: Morro da Figueira (cerca de 1.050 metros de altitude) e Laje do Descalvado (cerca de 1.200 metros de altitude, no Bairro do Salto).
Clima
O clima de Ibiúna é o subtropical, com verões amenos chuvosos e invernos amenos e sub-secos, tendo temperatura média anual em torno de dezoito graus centígrados, sendo o mês mais frio julho, com média de treze graus centígrados e o mês mais quente fevereiro, com média de 22 graus centígrados. A precipitação média anual gira em torno de 1.400 milímetros. Geadas ocorrem durante todo o outono e inverno, quando existem influências das massas de ar polares que afetam a região nesta época do ano. Ibiúna é considerada como uma das cidades mais frias da região onde se localiza, segundo o senso comum.
A temperatura máxima já registrada foi 38 °C. e a temperatura mínima já registrada foi -4 °C.
Estância turística
Ibiúna é um dos 29 municípios paulistas considerados "estâncias turísticas" pelo estado de São Paulo, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por lei estadual. Tal status garante a esses municípios uma verba maior por parte do estado para a promoção do turismo regional. O município também adquire o direito de agregar, junto a seu nome, o título de "estância turística", termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais.
Referência para o texto: Wikipédia .

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

SENHOR DO BONFIM - BAHIA

Senhor do Bonfim é um município brasileiro localizado no centro norte da Bahia. Localizado a 375 quilômetros da capital Salvador, sua população, conforme estimativas do IBGE de 2019, era de 79.015 habitantes.
História
A história da formação de Senhor do Bonfim está diretamente relacionada à busca de ouro e pedras preciosas e à introdução da criação de gado no sertão baiano. Em fins do século XVI, portugueses pertencentes à Casa da Torre, organizavam expedições com destino ao rio São Francisco e às minas de ouro de Jacobina, iniciando a ocupação do interior da província e a formação de vias de comunicação com o litoral.
Situado em zona de passagem dessas expedições, estabeleceu-se no território do atual município uma rancharia de tropeiros no século XVII, servindo de pouso para vaqueiros, bandeirantes e desbravadores que transitavam naquela região. Na mesma época, dentro da estratégia de catequese das populações indígenas, foi criado o arraial da Missão do Sahy a partir de 1697, dirigido pela Ordem dos Frades Menores ou Ordem dos Padres Franciscanos. No Arraial, estabelecido nas proximidades de uma aldeia pataxó, foram construídos convento e igreja sob invocação de Nossa Senhora das Neves. Em 1720, o arraial do Sahy passou à categoria de Vila, sediando a comarca de Jacobina até 1724, quando a sede foi transferida para a Vila de mesmo nome.
Com o crescimento da atividade pecuária, a expansão das pastagens e o consequente avanço da ocupação do sertão baiano, formou-se uma povoação ao redor da antiga rancharia, às margens da estrada das Boiadas Em 1750, o núcleo contava com várias edificações e com população estabelecida, recebendo a denominação de arraial de Senhor do Bonfim da Tapera.
O Arraial, além de rota para a penetração no território, destacava-se como importante núcleo, desenvolvendo-se com base em atividades ligadas à criação de gado. As riquezas minerais da Região, além da localização privilegiada do Arraial, atraiam grande número de tropeiros, aventureiros e peões vindos de outras partes da Bahia e do Nordeste, dificultando o controle e a ordem na localidade. O município criado em 1776 por força de Carta Régia, para solucionar os constantes problemas que surgiam em 1799 com a população local que chegava a 600 pessoas, requereu ao governo da Província a criação da Vila, solicitação que foi atendida no mesmo ano com a instalação da Vila Nova da Rainha em primeiro de outubro.
Em 1885 a vila foi elevada à categoria de cidade, passando a chamar-se Senhor do Bonfim.
Geografia
A cidade está localizada no sopé sul da Serra do Gado Bravo, extensão da Chapada Diamantina, na Cordilheira do Espinhaço. Sua altitude, na região central da cidade, é de 453 metros acima do nível do mar, mas possui locais na extensão do município com altitude superior a 600 metros. Por ter localização privilegiada, é sempre verde em todos os meses do ano, sempre abastecida de frutas e verduras da região denominada "Grota", nos vales da cordilheira.
Nos seus domínios encontram-se várias nascentes de rios, todos pertencentes à bacia do Rio Itapicuru. Existem vários açudes no município, como o Açude do Sohen, Açude do Quiçé, Açude da Boa Vista, que ajudam a minorar a falta d'água nos tempos de seca. Esses açudes represam riachos também pertencentes à bacia do rio Itapicuru.
Na área do município é possível observar vários tipos de vegetação, desde a densa mata serrana, remanescente da Mata Atlântica, até a caatinga, sendo um observatório perfeito para quem pretende contemplar ou estudar os aspectos da cobertura vegetal do Nordeste brasileiro.
Clima
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1977 a 2011, a menor temperatura registrada em Senhor do Bonfim foi de 13,8 °C em 9 de junho de 1997, e a maior atingiu 38,2 °C em 3 de outubro de 1997. O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 110,2 milímetros (mm) em 7 de fevereiro de 1991.
Economia
A região que Senhor do Bonfim centraliza é uma rica província mineral, destacando-se a grande produção de cobre (Mina da Caraíba), Cromo (Mina de Pedrinhas e Ferbasa), ouro, vanádio, magnesita, ferro, manganês, calcita, granito, ametista (Mina da Cabeluda), esmeralda (Minas da Carnaíba e Socotó) e níquel.
Possui também uma intensa atividade agropecuária, com produção considerável de milho e feijão bem como de gado de corte. Destaca-se também na pecuária leiteira. Possui dois matadouros para abate do gado bovino, caprino e ovino e começa a destacar-se também na produção de suínos.
Merece destaque a agricultura familiar que serve de sustento para uma parcela considerável da população e é geralmente comercializada na feira livre, pelos próprios produtores.
Infraestrutura
Educação
Em 1986, foi inaugurada a então Faculdade de Educação de Senhor do Bonfim, hoje Departamento de Educação do Campus VII da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), considerada pioneira e uma das mais tradicionais instituições do ensino superior público na Bahia e que oferece cursos de graduação, licenciaturas e bacharelados em diversas áreas, como também Cursos de Especialização lato sensu e Mestrado.
A cidade abriga um campus do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia Baiano (IFBaiano, antiga Escola Agrotécnica), que oferece Cursos técnicos de nível médio e pós-médio, cursos do PRONATEC, Graduação, Ensino à Distância e Pós-graduação.
A Universidade Aberta do Brasil (UAB), articulada com a Universidade São Carlos também está presente em Senhor do Bonfim.
Em 2011 a Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), inaugurou um campus na cidade, que possui ainda uma ampla gama de instituições privadas de nível superior, tornando o município um polo de referência educacional na região.
Cultura
Senhor do Bonfim é considerada a Capital Baiana do Forró. Sua Festa de São João, que é o maior evento junino da Bahia e está entre os maiores do Brasil, é muito conhecida pela guerra de espadas (proibida desde 2017 por decisão do TJ-BA com fulcro no art. 16 do Estatuto do Desarmamento) e pela tradição cultural de seu povo de acender fogueiras em frente às suas residências. As noites juninas são animadas por inúmeros grupos de forró e desfiles de 'quadrilhas', que seguindo a tradição portuguesa consiste em pares que executam várias evoluções de passos de dança, sempre ao ritmo do forró pé de serra.
A festa em Senhor do Bonfim transcorre durante todo o mês de junho e envolve toda a área urbana. Várias ruas são decoradas com motivos juninos e nordestinos, tendo como homenageada a figura de Luiz Gonzaga. Durante os festejos desta época, a cidade de Senhor do Bonfim recebe cerca de 80 mil visitantes. Nesses dias é possível conhecer e desfrutar uma enorme variedade de pratos da culinária nordestina, como o bode assado, a buchada, o sarapatel, o feijão de torresmo, a legítima carne do sol do sertão, o feijão verde, o andu, a canjica, a pamonha, os mingaus variados, o baião de dois, dentre outros. A variedade de bebidas típicas dos festejos como os licores caseiros é abundante, e é essencial provar desde os mais tradicionais, como o de jenipapo, maracujá, laranja e gengibre como os mais modernos, de uvas passas.
As serras são especiais para a prática do motocross e trilhas, adequadas para hiking. Para os amantes da vela, a 40 quilômetros de distância, as represas de Ponto Novo e Pindobaçu, são ótimas para a prática desse esporte, sendo que na primeira existe uma etapa da Copa de Vela da Bahia. Nesses dois lagos pratica-se também pesca esportiva.
No Monte Tabor, localizado no distrito de Missão do Sahy, ainda podem ser encontradas ruínas das edificações realizadas pelos padres franciscanos, principalmente de uma capela no topo da elevação.
A cidade também realiza anualmente, no mês de julho, a procissão de São Cristóvão, considerado o santo padroeiro dos motoristas.
Referência para o texto: Wikipédia .

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

TRÊS CORAÇÕES - MINAS GERAIS

Três Corações é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. Com 78.999 habitantes e cerca de 828 km², é um dos principais centros urbanos do sul do estado. Situa-se a cerca de 287 km de distância da capital estadual, Belo Horizonte. É a terra natal do Pelé.
Etimologia
A versão oficial para o nome da cidade provém da Capela erigida por Tomé Martins em louvor aos Sacratíssimos Corações de Jesus, Maria e José. Entretanto duas outras versões, de cunho mais poético, falam sobre o nome Três Corações. A primeira é sobre o amor de Jacira, Jussara e Moema por três boiadeiros vindos de Goiás, que as deixaram a chorar. A segunda versão fala das curvas caprichosas do Rio Verde, que atravessa o município, desenhando três corações em seu caminho sinuoso.
Os antigos nomes da cidade são: Rio Verde; Porto Real Passagem do Rio Verde; Aplicação do Rio Verde; Três Corações do Rio Verde
História
O distrito de Três Corações do Rio Verde deve sua criação ao decreto datado de 14 de junho de 1832. A Lei Provincial nº. 3.197, de 23 de setembro de 1884, criou o Município com denominação de Três Corações do Rio Verde e território desmembrado de Campanha, tendo-se verificado a instalação a 10 de julho de 1885. Em virtude da Lei Provincial nº. 3.387, de 10 de julho de 1886, elevou-se a categoria sede do município e também do distrito, que teve sua criação confirmada pela Lei Estadual nº. 2, de 14 de setembro de 1891. Por força da lei nº. 843, de 1923, o município passou a denominar-se simplesmente Três Corações.
As primeiras notícias sobre as terras onde hoje se situa o município de Três Corações datam de 1737, quando Cipriano José da Rocha, ouvidor de São João Del-Rei, informa que, quando de passagem pela região, encontrou roças e catas de mineração na região da Aplicação do Rio Verde.
Por volta de 1760, o português Tomé Martins da Costa se estabelece na barranca direita do Rio Verde, embriagado pelo ouro abundante existente em suas lavras. Após adquirir novas terras, constrói a fazenda do Rio Verde e manda erigir uma capela sob a invocação dos Santíssimos Corações de Jesus, Maria e José.
No ano de 1764, de passagem pela região em viagem de inspeção e demarcação de limites, o governador da capitania de Minas Gerais, D. Luís Diogo Lobo da Silva, visita Tomé em sua fazenda, encontrando alguns casebres ao redor da capela.
Em 1790, o capitão Domingos Dias de Barros, genro de Tomé Martins da Costa, pede licença para construir uma ermida no lugar da antiga capela, que é inaugurada em 1801, tendo seu altar-mor trabalhado pelo mestre Ataíde.
Em 14 de julho de 1832 é instalada a freguesia dos Três Corações do Rio Verde e a paróquia dos Três Sacratíssimos Corações. Em 6 de setembro de 1860, grandes comemorações na elevação a Vila da Freguesia dos Três Corações do Rio Verde e na inauguração da Igreja Matriz. Em 1873, o Presidente da Província de Minas Gerais sanciona Lei incorporando à Vila o território pertencente à Freguesia.
O grande passo para o pleno desenvolvimento do município seria, entretanto, dado no ano de 1884, quando a Vila recebe a visita do Imperador D. Pedro II e a Família Imperial, para a inauguração da estrada de ferro Minas & Rio. Inaugurada oficialmente em 22 de junho deste ano, fazia a conjunção entre a Vila e a cidade de Cruzeiro, no estado de São Paulo. A repercussão desta visita foi de tamanha relevância que, três meses depois, em 23 de setembro de 1884, a Vila seria emancipada, sendo elevada à categoria de cidade.
Em 7 de setembro de 1923, com a Lei 843, Três Corações do Rio Verde passa a denominar-se apenas Três Corações.
Geografia
Hidrografia

A cidade de Três Corações fica localizada na bacia do Rio Verde, sendo esse o principal curso de água que corta o território tricordiano. A cidade também conta com outros rios menores que integram a bacia do Rio Verde, como o Rio do Peixe, Rio Palmela e Rio Lambari.
Relevo
O relevo na qual situa-se o município de Três Corações é caracteristicamente de planalto, mais especificamente no interior da Serra da Mantiqueira. O formato do relevo da região é caracterizado pelos mares de morros, ou morros mamelonares, com a descontinuidade na altitude e algumas cristas que apresentam altitude mais elevada como em São Thomé das Letras.O território municipal abrange algumas serras menores tais como a Serra da Onça, Palmital, do Jurumirim,entre outras.
Clima
O clima da cidade de Três Corações é, no aspecto regional (Sul de Minas), como Tropical de Altitude, ou na Classificação climática de Köppen-Geiger, Cwa, caracterizado por verões quentes e úmidos, estação chuvosa, e invernos secos e relativamente frios, estação seca. O outono e a primavera são caracteristicamente estações de transição entre a úmida e seca, sendo o outono o inicio da estação seca e também a época da passagem das primeiras frentes frias, e a primavera a passagem para a estação úmida, com a ocorrência das primeiras chuvas de verão.
Vegetação
A vegetação na região da cidade de Três Corações é marcada pela transição da Mata Atlântica para o Cerrado brasileiro, com características da cobertura vegetal nativa dos dois biomas.
Economia
Pecuária

Tem destacada participação na economia do município, através de seu rebanho leiteiro e gado de corte, sendo o gado leiteiro um dos melhores do Estado.
Agropecuária
As culturas do café, milho e batata inglesa são de grande expressão econômica, seguindo-se em menor escala as de feijão, arroz e frutas regionais. No ano de 2009 foi considerada uma das maiores produtoras de milho da região, ganhando destaque nacional.
Comércio
O município possui dinâmica atividade comercial, tanto atacadista como varejista, produz infinita variedade de roupas e calçados, atraindo pessoas de várias cidades da região oferecendo bom preço e bom atendimento.
Indústria
A política de desenvolvimento industrial, associada à implantação de áreas destinadas a novas empresas, tem concorrido, de forma significativa, para a diversificação da produção. Como resultado da conjugação de suas potencialidades, recursos e sua estratégica posição geográfica. Três Corações oferece inúmeras oportunidades de investimento. O município dispõe de um Distrito Industrial, localizado às margens da Rodovia Fernão Dias (BR-381), ocupando uma área de 2.634.944,47 M2, que a cada dia se firma como um dos mais promissores polo industriais do Sul de Minas. A cidade possui também um mini distrito, situado na estrada Três Corações/São Bento Abade, com área de 50.380 M2, pronta para receber empresas de pequeno porte.
No setor industrial destacam-se as indústrias de produtos derivados do leite (leite em pó, manteiga, queijo), metalúrgicos (esquadrias metálicas, botijão de gás, rodas de aço para automóveis, roda de liga leve, fios de cobre, fundição), fábrica de ração, fertilizantes, couro, calçados, pré-moldados de cimento, produtos químicos, refrigerantes, cromação e niquelação de metais, móveis, piscinas de fibra de vidro, brinquedos de plástico, colchões, aparelhos de sinalização, semáforos, desinfetantes, doces, bolsas e cintos de couro, vassouras e confecções.
O principal recurso natural (mineral) é a pedra São Tomé, de grande aplicação no ramo de construção civil.
Educação
Situada em Três Corações, a Escola de Sargentos das Armas (ESA) do Exército Brasileiro (Site Oficial) é o estabelecimento de ensino militar do Exército responsável pela seleção e formação dos sargentos de carreira das Armas do Exército Brasileiro: Infantaria, Cavalaria, Artilharia, Engenharia e Comunicações, que são as chamadas “armas” com atuação na linha de frente do combate. 
A cidade é sede da Universidade do Vale do Rio Verde (UninCor) com cursos de Administração, Agronomia, Ciências Contábeis, Logística, Ciências da Computação, Direito, Educação Física, Enfermagem, Engenharia Ambiental, Farmácia, Medicina. Veterinária, Nutrição, Música, Odontologia, Pedagogia, Psicologia, Serviço Social, Odontologia, Medicina Veterinária, Direito e Gestão de Produção Industrial. A Universidade Vale do Rio Verde (UninCor) é uma instituição particular de ensino que possui campus em Belo Horizonte, Betim, Pará de Minas e Três Corações (sede). Fundada em 1965, como Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, em 1998, torna-se a Universidade Vale do Rio Verde.
Ademais, situa-se no município um campus avançado do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais, com cursos Técnicos Subsequentes e Integrados ao Ensino Médio nas áreas de administração, logística, mecânica e informática, além de MBA (especialização) em Gestão Estratégica de Negócios e Pós-graduação em Ciências Naturais e Matemática.
Turismo
- Monumento ao Tri (Praça Coronel José Martins) - Erguido na Pça. Coronel José Martins, presta uma justa homenagem ao Tricampeonato Mundial de Futebol, conquistado pelo Brasil, no México, em 1970. Engloba homenagem especial prestada pelos tricordianos ao seu filho maior, Edson Arantes do Nascimento, Rei Pelé.
- Igreja Matriz da Sagrada Família - Construída em 1927, em estilo neogótico, é decorada com painéis e murais de autoria do decorador sacro libanês Pedro Zógbi e do tricordiano Argentino Neves. Seus altares são de mármore de Carrara. Entre seus muitos vitrais, encontra-se o dedicado a Sagrada Família, tido como um dos mais belos de nossa região. O templo mede 56m de comprimento por 20 de largura. Sua abóboda tem 17 m e a torre 50 m de altura. Reformada na sua parte externa em 2004, a Igreja Matriz de Três Corações encontra-se entre as mais belas edificações sacras do estado mineiro.
- Casa da Cultura Godofredo Rangel - Reúne em suas dependências um grandioso e rico acervo fotográfico e histórico da cidade. Possui salas para exposições, leitura, um posto de venda de peças artesanais e livros de autores locais, biblioteca, um pequeno museu e um acervo relativo ao jogador Pelé.
- Ginásio Poliesportivo Rei Pelé - Com uma arquitetura arrojada e alta sofisticação no acabamento interno, o ginásio é um dos maiores e mais modernos de nosso Estado. Situado em uma área de 5.000 m², tem capacidade para oito mil pessoas, sendo ainda dotado de cabine central suspensa de televisão e rádio.
- Ponte dos Boiadeiros - Construída sobre o Rio Verde em uma região esteticamente favorecida, foi inaugurada em 1924, sendo um arrojo de engenharia em sua época. Restaurada, é hoje um marco do "ciclo do gado".
- Abrigo da Locomotiva Maria Fumaça - Situado ao lado do prédio da Estação Ferroviária (inaugurada em 1884, pelo Imperador D. Pedro II) o local abriga uma locomotiva Baldwin, de fabricação americana. O abrigo foi criado em 1984, durante as comemorações do centenário da cidade e presta uma homenagem aos antigos ferroviários.
- Parque Municipal Dondinho - Parque criado com o nome do pai de Pelé onde existe uma enorme estátua de Pelé e seu pai quando criança.
- Parque do Pelé.
- Casa Pelé - Reconstruída a réplica da casa onde viveu o Rei do Futebol quando criança em Três corações no terreno verdadeiro. Localizada em Três corações MG na rua Edson Arantes do Nascimento, nº 1.000, centro.
- Estação Ferroviária e Pátio Ferroviário de Três Corações.
- Portão Monumental ESA.
- Parque infantil
- Portão do Cemitério Municipal

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