segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

BATATAIS - SÃO PAULO

Batatais é um município brasileiro no interior do estado de São Paulo. Pertencente a Região Metropolitana de Ribeirão Preto (RMRP) e a microrregião de Batatais distando 355 km a noroeste da capital estadual. Possui uma área de 851 km² e abriga uma população de 63.438 habitantes.
História
Primeiros povoamentos e presença Kayapó
Os testemunhos arqueológicos mais antigos já identificados na região de Batatais datam de cerca de 3.400 anos atrás, sendo oriundos do sítio Corredeira (município de Serra Azul). Contudo, de acordo com as pesquisas arqueológicas mais recentes, o nordeste paulista vem sendo ocupado por grupos ameríndios há pelo menos 8.000 anos. De todo modo, é consenso entre os pesquisadores que os vales dos rios Sapucaí, Pardo e Grande, bem como os topos e vertentes dos morros da região, forneciam alimento e matéria-prima em abundância para estes primeiros habitantes, os quais produziam uma grande variedade de ferramentas líticas lascadas e polidas. Esses objetos, produzidos a partir de rochas como o silexito e o quartzo, são frequentemente associados às tradições tecnológicas Umbu e Humaitá, o que indicaria um conhecimento técnico compartilhado com outros grupos de regiões geográficas mais afastadas.
Por outro lado, os primeiros grupos indígenas produtores de cerâmica só teriam alcançado a região nordeste paulista no primeiro século da era Cristã. Embora geralmente associados à Tradição Aratu, no vale do rio Pardo também foram identificados evidências de cerâmica Tupiguarani. A aparição desses grupos na região, os quais já praticavam o cultivo do milho e da mandioca através do método da coivara, bem como sua relação com os grupos anteriores, ainda é objeto de estudo. Mais numerosos do que os grupos pré-ceramistas, mudavam a localização dos assentamentos conforme a fertilidade das terras se esgotava. De acordo com a maior parte dos pesquisadores, provavelmente deles descendem os atuais indígenas falantes de línguas filiadas aos troncos Macro- Jê e Tupi-Guarani. Em Batatais há dois sítios arqueológicos (Batatais I e Batatais II) associados a estes grupos indígenas ceramistas, ambos a menos de um quilômetro das margens do rio Sapucaí-Mirim e com abundante presença de artefatos líticos e cerâmicos.
Apesar da relativa escassez de documentos a respeito dos grupos indígenas que habitavam a região quando da chegada dos primeiros europeus, diversas fontes apontam para a presença dos Kaiapós no chamado “Sertão do rio Pardo”. Os primeiros contatos teriam ocorrido no âmbito das expedições bandeiristas que atravessavam a região, ainda entre os séculos XVI e XVII, em busca de jazidas de metais preciosos e indígenas para escravização nas plantações das vilas do planalto e litoral paulista. Ainda que constem relatos de que os Kayapó apresentavam grande resistência às investidas europeias no século XVIII, sendo considerados guerreiros temidos tanto pelos portugueses quanto por outras tribos indígenas, os mesmos foram paulatinamente escravizados, mortos ou expulsos para áreas mais interioranas do território brasileiro.
Colonização Portuguesa: parada de viajantes e surgimento das primeiras fazendas
A primeira menção escrita à região onde fica a atual Batatais data da última década do século XVI. Entre 1594 e 1599, uma expedição bandeirista liderada por Afonso Sardinha teria alcançado as margens do Rio Jeticaí, atual Rio Grande. Ao se deslocarem pelo interior do continente, as já mencionadas expedições bandeiristas fizeram uso de rotas fluviais e terrestres conhecidas há séculos pelos indígenas locais, o que demonstra a dimensão das interações entre europeus e ameríndios durante os primeiros séculos de colonização. Essas rotas que cruzavam o nordeste paulista em direção ao interior dos atuais estados de Minas Gerais e Goiás ficaram conhecidas na época como Caminho do Anhanguera, Estrada dos Goyases ou mesmo Caminho de Goiás. A descoberta de minas auríferas nessas regiões entre as décadas de 1690 e 1720 contribuiu para a formação de diversos povoados, fazendas de gado e pousos ao longo desse caminho, visto que era do interesse da administração colonial assegurar a posse dessas terras. Atuando principalmente como pontos de paragem de tropas e viajantes em direção às minas de ouro, esses primeiros núcleos deram origem a diversos municípios atualmente existentes no nordeste paulista, como Batatais e Franca.
Como parte dessa política de povoamento das terras marginais do trecho paulista do Caminho do Anhanguera, o governo da Capitania de São Paulo – instituído em 1720, após a Coroa Portuguesa decidir pela cisão da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro – concedeu diversas sesmarias e direitos de passagens nas margens dos rios que cortavam a região. Uma destas doações de sesmarias, datada de 4 de agosto de 1728, é considerada por alguns historiadores como uma espécie de  “certidão de nascimento” de Batatais. Através deste documento, o governador da Capitania de São Paulo concedeu uma sesmaria com extensão de uma légua em quadra a Pedro da Rocha Pimentel, situada nos “Campos dos Batataes passando o mato no primeiro ribeiro entre o rio Pardo e Sapucai, Caminho dos Goiases”. Por conseguinte, a localidade consta tanto no “Mappa da Capitania de São Paulo” (meados do século XVIII), quanto na “Carta Corographica da Capitania de S. Paulo”(1766), ficando clara sua relação com a rota que seguia em direção ao interior da América Portuguesa. De acordo com a Lista Nominativa de 1779, o pouso chamado de Batatais ainda era pouco habitado, contando com apenas quatro pessoas. Contudo, se somados os outros pousos existentes entre os rios Pardo e Sapucaí, a região já contava com quase setenta habitantesta habitantes.
Paralelamente, o significado do nome do atual município de Batatais ainda é objeto de bastante discussão entre historiadores. Uma das versões argumenta que o nome da cidade teria origem portuguesa, sendo derivada das plantações de batatas dos caiapós. Uma segunda hipótese afirma que o nome teria origem etimológica tupi, oriunda de “MBOITATA” ou “IMBOITATÁ” (ou Boi-atá ou Boitatá), que representaria uma cobra de fogo, que segundo as crenças indígenas protegia os campos contra os incêndios. Outras versões argumentam que o termo na verdade significaria “rio cascateante entre pedras”, que poderia ser uma referência aos locais onde se achava ouro em superfície, semelhantes às folhas das batateiras.
A decadência das minas auríferas goianas e mineiras, em fins do século XVIII, inicialmente gerou estagnação econômica dos pousos e vilas do nordeste paulista, uma vez que estas dependiam do tráfego contínuo de pessoas em direção àquelas áreas. Por outro lado, essa decadência posteriormente causou uma migração oriunda principalmente das Minas Gerais, ocasionando um aumento populacional e um crescimento de atividades agropecuárias nos povoados entre os rios Sapucaí e Pardo. Com efeito, essas terras eram vistas como adequadas para a criação de bois, com seu clima considerado ameno e pastagens naturais de Cerrado. Ao mesmo tempo, a localização desses pousos em relação a já citada Estrada dos Goyazes fazia com que o escoamento da produção fosse facilitado. Esses novos moradores, chamados nos documentos oficiais de “entrantes”, expandiram as fronteiras agrícolas até então existentes, geralmente próximas das margens da rota para as minas. Por outro lado, visto que muitos destes já eram donos de terras nas Minas Gerais, fazendo com que tivessem mais recursos econômicos dos que já habitavam esses pousos, também cresceu o número de africanos escravizados na região.
Século XIX: fundação da freguesia do Senhor Bom Jesus da Cana Verde de Batatais e expansão da cafeicultura
Com o crescimento populacional e econômico dos primeiros anos do século XIX, em 1815 é aprovada a instalação da freguesia do Senhor Bom Jesus da Cana Verde de Batatais, abrangendo o território compreendido entre os rios Pardo e Sapucaí – sob jurisdição do município de Mogi-Mirim. Até a construção da igreja matriz, uma pequena e simples igreja de madeira na freguesia servia para a realização dos cultos cristãos, sendo responsável pela paróquia o padre Manoel Pompeu de Arruda. O sucessor deste foi o Padre Bento José Pereira, responsável por solicitar ao Bispado de São Paulo a licença para construir uma igreja matriz, a ser edificada em outro local. Todavia, dois moradores da freguesia, Manoel Bernardes do Nascimento e Antônio José Dias, por não concordarem com o local escolhido para construção da nova igreja – às margens do Ribeirão das Araras –, organizaram uma queixa oficial ao Bispo de São Paulo. De acordo com os relatos, esse impasse só teria sido solucionado quando Germano Alves Moreira e sua esposa, Ana Luiza, posseiros de São Pedro e Sant’ana, doaram o terreno necessário (denominado Campo Lindo de Araras) para a construção da nova matriz, em 1822. Após a concordância oficial do Bispo, as obras tiveram início, sendo inaugurada a igreja em 19 de maio de 1838.
Dezessete anos antes, em 21 de outubro de 1821, a freguesia do Senhor Bom Jesus da Cana Verde de Batatais foi incorporada ao município de Franca. Durante o último ano em que esteve sob jurisdição desse município, em 1838, ocorreu em Franca uma rebelião que entrou para história como “Anselmada”. Organizada pelo Capitão Anselmo Ferreira de Barcellos, um prestigioso dono de terras na região, essa rebelião teria sido motivada pela divergência entre senhores de terra - os quais até então ocupavam os cargos judiciários da região - e novos magistrados apontados para Franca. Após a supressão da rebelião, com o intuito de julgar os líderes, o governo provincial criou uma nova Comarca, composta pelos termos de Mogi Mirim e Vila Franca do Imperador, sendo então a freguesia de Batatais elevada à categoria de Vila e cabeça deste último termo em 14 de março de 1839, marcando efetivamente a emancipação da localidade. Alegando a necessidade um júri imparcial, o capitão Anselmo e seus aliados foram julgados em Batatais em 9 e 15 de novembro desse ano, sendo todos absolvidos dos crimes de sedição e homicídio.
Ainda que as antigas rotas terrestres e fluviais tenham tido papel primordial no início da ocupação colonial do nordeste paulista, na década de 1840 já havia discussões a respeito da precariedade dos mesmos. Há registros de requerimentos feitos na Assembleia Legislativa Provincial para a construção de uma ponte no rio Pardo, bem como dois atalhos, com o objetivo de desviar de trechos de locomoção mais complicada. Paralelamente, em 1852 foi erigida a Casa de Câmara e Cadeia de Batatais, após repasse financeiro da Assembleia e de doadores particulares.
Até o início da década de 1870, Batatais permaneceu uma vila voltada principalmente para a criação de gado. De acordo com o “Almanak da Província de São Paulo para o ano de 1873”, a vila contava com quarenta e quatro fazendeiros, um advogado, dois farmacêuticos, doze comerciantes, dois alfaiates, quatro carpinteiros, dois ferreiros, dois pedreiros, seis sapateiros e quatro seleiros. Desses fazendeiros, apenas um se dedicava ao plantio de café, e mesmo assim como uma atividade secundária em relação à pecuária. Contudo, a partir dessa mesma década, toda a região foi paulatinamente se transformando em uma área produtora de café, sendo conhecida na época como “Novo Oeste Paulista”. O desenvolvimento da atividade cafeeira fez com que esta região (bem como todo o estado de São Paulo) passasse por profundas transformações econômicas e sociais nas últimas décadas do século XIX, tanto pela construção das estradas de ferro, que ligavam o interior ao litoral, seja pela chegada de imigrantes oriundos da Itália, Espanha e de outros países, que vinham para substituir a mão de obra escravizada nas lavouras cafeeiras. A elevação da vila de Batatais à categoria de cidade se deu justamente nesse período de mudanças, através da Lei provincial nº 20, de 8 de abril de 1875.
Ainda a respeito da vinda de colonos europeus para o nordeste paulista, cabe ressaltar que o município de Batatais tornou-se um dos principais focos da imigração italiana durante a segunda metade do século XIX, processo até hoje visível em elementos arquitetônicos espalhados pela cidade. A Festa de San Gennaro é comemorada anualmente no município, sendo apresentados shows musicais, comidas típicas e exposições de objetos e fotografias dos colonos e seus descendentes.
Estrada de Ferro da Mogiana e a influência política de Batatais durante a República Velha
A construção de estradas de ferro nas zonas denominadas Central, Mogiana e Paulista aconteceu após o estabelecimento das fazendas produtoras de café. A ferrovia, portanto, era implantada justamente para substituir o transporte das cargas pelas tropas, de forma a otimizar a ligação entre os centros produtivos e o Porto de Santos, reduzindo seus custos. A Linha do Rio Grande foi inaugurada em seu primeiro trecho em 1886, e em dois anos, foi estendida até a freguesia de Santo Antônio da Rifaina, onde cruzava o rio Grande e mudava o nome para Linha do Catalão. Com a estação Batataes inaugurada em 1886, ocorreu a chegada da então linha-tronco da Mogiana, facilitando a comunicação da cidade com São Paulo e Santos. Em fins de 1939, foi inaugurado um novo prédio, mais moderno, para a estação. A demolição da estação velha começou já no início do ano seguinte, demonstrando que não ocupavam o mesmo espaço, ainda que certamente não muito distantes. A desativação da linha ferroviária provocou o consequente abandono dessa estação, tendo ela servida ainda como sede de serviços públicos a partir da década de 1980. Nessa mesma época, a Linha do Rio Grande acabaria extinta como um todo. Atualmente, o conjunto edificado e “Estação Cultura Editor José Olympio” e demais imóveis pertencentes à massa falida da antiga FEPASA foram tombados pelo município de Batatais, de acordo com o Decreto nº 3591 de 30 de abril 2018.
Séculos XX e XXI: do declínio do café ao predomínio da indústria açucareira
A variação do preço internacional do café a partir da década de 1890 e início do século XX, muito em parte causadas por vários momentos de superprodução do produto, desestabilizavam toda a cafeicultura paulista. Essa instabilidade, combinada com a crise econômica mundial de 1929, também impactou as outrora extensas propriedades de terra de Batatais, levando muitos fazendeiros a vender partes de suas fazendas como forma de pagar parte das dívidas que contraíram. Para além do surgimento de diversas pequenas e médias propriedades, já não mais exclusivamente dedicadas ao cultivo do café, essa época também ficou marcada por um significativo êxodo rural em todo o nordeste paulista.
A perda de importância econômica do café em Batatais também proporcionou um pequeno processo de industrialização, representado por algumas empresas de metalurgia, assim como o início da plantação da cana-de-açúcar em diversas propriedades agrícolas. A partir das décadas de 1950 e 1960, a área urbana de Batatais começou a se expandir em direção às áreas de várzea do Córrego do Capão, mais baixas do que o núcleo original da antiga freguesia. O crescimento do município ao longo da segunda metade do século XX se deu em parte pelo próprio crescimento da indústria açucareira, bastante incentivada pela política federal denominada Programa Nacional do Álcool. Com a instalação de grandes usinas de produção de açúcar na região a partir da década de 1980, Batatais e outras cidades do nordeste paulista seguiram em um contínuo crescimento urbano, atraindo migrantes de diversas regiões do país, em especial do Nordeste e Vale do Jequitinhonha.
Hidrografia
A hidrografia de Batatais é composta pelo Rio Sapucaí, na divisa com os municípios de São José da Bela Vista, Restinga, Franca e Patrocínio Paulista. Também pertence a bacia hidrográfica do Rio Pardo.
Clima
O clima da cidade é classificado no subtipo climático Cwa na classificação climática de Köppen-Geiger. Tropical (ameno) com inverno seco. Chove principalmente de novembro/março.
Estância turística
Batatais é um dos 29 municípios paulistas considerados estâncias turísticas pelo Estado de São Paulo, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por Lei Estadual. Tal status garante a esses municípios uma verba maior por parte do Estado para a promoção do turismo regional. Com isso, o município adquire o direito de agregar junto a seu nome o título de estância turística, termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais. Recebeu esse título em 23 de dezembro de 1994 através da Lei Estadual 8.993.
Dentre as atrações turísticas, se destacam as obras do pintor Cândido Portinari, com seu maior acervo sacro, entre pinturas e afrescos, exposto na Igreja Matriz do Bom Jesus da Cana Verde. Localizada no centro da cidade, a igreja está situada a 16 quilômetros de sua cidade natal, Brodowski. São 23 obras, incluindo 2 retratos: Os Milagres de Nossa Senhora; Via Sacra (composta de 14 quadros); Jesus e os Apóstolos; A Sagrada Família; Fuga para o Egito; O Batismo e Martírio de São Sebastião.
Devido ao seu significado artístico e histórico, o conjunto de 14 quadros da Via Sacra, pintados por Cândido Portinari em 1954, foram tombados pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional)[38] e pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo).
Em nível municipal, Batatais conta com mais 6 bens tombados pelo Conselho do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (COMPHAC):
- Estação Cultura "Editor José Olympio” e demais imóveis pertencentes à massa falida da antiga FEPASA (Antiga Estação Ferroviária Batataes) - Decreto Municipal nº 3591 de 30/04/2018;
- Prédio do Centro Cultural “Professor Sérgio Laurato” - Decreto Municipal nº 3562 de 03/01/2018;
- Associação Beneficente Recreativa Operária - Decreto Municipal nº 3495 de 07/07/2017;
- Estádio de Futebol “Dr. Oswaldo Scatena” - Decreto Municipal nº 3494 de 07/07/2017;
- Santuário “Bom Jesus da Cana Verde” e da Praça “Cônego Joaquim Alves” - Decreto Municipal nº 3478 de 19/05/2017;
- Complexo da Floresta Estadual de Batatais (Horto Florestal) - Decreto Municipal nº 3464 de 22/03/2017.
Referência para o texto: Wikipédia .

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

BARREIRINHAS - MARANHÃO

Barreirinhas é um município brasileiro do estado do Maranhão. Sua população foi estimada em 63.991 habitantes, conforme dados do IBGE de 2021, sendo o vigésimo mais populoso do estado.
O município é conhecido como "Portal dos Lençóis maranhenses" pelo fato de abrigar o Parque nacional dos lençóis maranhenses, região turística que consiste em uma vasta área de altas dunas de areias brancas e de lagos e lagoas, também conhecido como "Deserto Brasileiro".
História
A região atualmente ocupada pelo município foi habitada pela etnias indígenas dos tapuios e caetés. Os caetés habitavam a região das areias próximo à foz do Rio Preguiças. No século XVIII, foi instalada a fazenda Santo Inácio, que pertencia à Companhia de Jesus. Após a expulsão dos jesuítas, a fazenda passou para o controle de vários senhores de engenho.
Em 1849, o governo imperial construiu uma ponte sobre o rio Mocambo, na estrada que vinha da comarca de Campo Maior, no Piauí, à de Brejo, no Maranhão, e desta à de Icatu. As boas pastagens para a criação de gado e terras próprias para a lavoura nas margens do rio Mocambo deram origem à afluência de pessoas para aqueles lugares e à fundação de pequenos povoados.
Em 1835, houve a abertura de uma estrada entre São Bernardo do Parnaíba (atual São Bernardo) e São José do Periá (atual Humberto de Campos), que interligava férteis regiões da bacia do rio Preguiças, favorecendo o surgimento de povoados.
Em 1858, foi criada a freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Barreirinhas.
Com a Lei Provincial n° 951, de 14 de julho de 1871, Barreirinhas foi elevada à categoria de vila, sendo desmembrada do município de Tutóia e formada por partes dos territórios de Tutóia, Brejo, Miritiba (hoje Humberto de Campos) e São Bernardo.
Foi elevada à condição de cidade em 1938.
A partir da década de 1960, a Petrobrás realizou pesquisas sobre a viabilidade econômica de exploração de petróleo e gás natural na região, tornando o campo de dunas conhecido pela imprensa nacional.
Em 1981, foi criado o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.
Geografia
Relevo

O relevo do município é formado por grandes planícies fluviais e fluvio-marinhas, áreas planas e baixas, recortadas por canais de circulação de águas salobras. Existe a formação de dunas móveis de vários tamanhos, que avançam sobre a vegetação do cerrado em direção ao continente.
Clima
O clima é o tropical úmido, dividido dois períodos: chuvoso de janeiro a junho e estiagem de julho a dezembro. A temperatura média anual é superior a 27° C, com a umidade relativa do ar anual variando de 76% e 82% e os totais pluviométricos entre 800 e 2.000 m.
Hidrografia
O município faz parte da bacia hidrográfica do rio Preguiças, além dos rios Negro, Juçaraí, Maçangano, Sucuriju, da Fome ou da Formiga, Mamorana, do Santo Inácio e os riachos: Mirinzal, Açuí, Tucuns, do Poção, do Pirunga, das Cacimbas, São José, Giramundo, do Meio, Palmeirinha, do Molha, Passagem do Canto, Uriti, do Macaco, da Onça, do Guarimã, da Mangueira, da Mata, do Bosque, dentre outros.
Vegetação e biodiversidade
A vegetação é caracterizada pela presença de restingas, pastagens, manguezais, campos de dunas, campos inundáveis e cerrado.
As unidades de conservação do município são a APA de Upaon-Açu-Miritiba-Alto Preguiças, a APA da Foz do Rio das Preguiças-Pequenos Lençóis-Região Lagunar Adjacente e o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.
Economia
A agricultura local conta com a plantações de mandioca (maior produtor do estado), arroz, milho, feijão, castanha de caju (maior produtor do estado), laranja (segundo maior produtor), coco (quarto maior produtor), e bananas.
Na aquicultura, tem destaque a criação do tambaqui e da tilápia (quarto maior produtor estadual).
O turismo para os Lençóis Maranhenses tem papel fundamental para a economia do município.
Complexo Eólico de Delta 3
A cidade é sede de 48 aerogeradores do Complexo Eólico Delta III, que gera 220 MW.
Petróleo e gás natural
A região conta com a Bacia de Barreirinhas BM-BAR-1, BM-BAR-3, BM-BAR-4 e BM-BAR-5, dentre outros, que são poços de petróleo a uma profundidade de 2.000 a 2.500 metros, na qual são realizadas pesquisas exploratórias desde a década de 1960.
Em 2006, foi realizada a segunda rodada de licitações de áreas inativas contendo acumulações marginais, tendo sido oferecidos os Campos Terrestres de Espigão (Santo Amaro), Oeste de Canoas (Barreirinhas), com potencial para exploração de gás natural, e São João (Primeira Cruz), para produção de petróleo.
Em 2015, houve novo leilão do Campo São João e sua produção comercial foi iniciada em 2020.
Educação
No município, há um campus do o Instituto Federal do Maranhão (IFMA), no nível técnico e superior.
Cultura e turismo
As principais manifestações culturais são: bumba-meu-boi com os sotaques de orquestra e matraca, quadrilhas, danças country e portuguesa, folia dos reis ou reisado, cordão de São Gonçalo e encenação da paixão de Cristo.
Barreirinhas é um dos principais destinos turísticos do estado em razão dos Lençóis Maranhenses e dos Pequenos Lençóis.
São pontos conhecidos a localidade Vassouras, onde avista-se o primeiro conjunto de dunas dos Pequenos Lençóis, o povoado de Mandacaru, onde está instalado o farol da marinha conhecido como Farol de Preguiças, a praia de Caburé, a vila de Atins, a comunidade de Queimada dos Britos, as belezas do rio Preguiças e das lagoas Bonita e Verde, dentre inúmeras outras dos Lençóis.
Referência para o texto: Wikipédia .

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

ACARAÚ - CEARÁ

Acaraú é um município do estado do Ceará, no Brasil, localizando-se próximo à foz do rio de mesmo nome e a 238 km de Fortaleza, com acesso pela rodovia CE-085, mas também há acessos pelas rodovias BR-222, CE-354 e pelas BR 402 e 403.
Etimologia
A origem do topônimo "Acaraú" é indígena, existindo pelo menos duas hipóteses sobre seu sentido: seria resultado da fusão de acará (garça) e hu (água), significando, portanto, "rio das garças" (Paulinho Nogueira); no entanto, Silveira Bueno[6] traduz acará como cará ou cascudo (o peixe) e u ou y como água ou rio, portanto "rio do cará". Esta interpretação parece também de acordo com Navarro.
História
A história de ocupação do território do delta do rio Acaraú pelos índios tremembés começou antes da chegada dos portugueses à região, no século XVI.
Os portugueses fizeram um reconhecimento completo da região, bem como a usaram como base de apoio para a ocupação do litoral e como base de apoio para confrontos militares com os franceses, que ocupavam o Maranhão. Deste momento histórico existem várias cartas topográficas datadas dos séculos XVII.
Em 1608, instala-se e fixa-se o primeiro povoamento português desta região que foi a "Aldeia do Cajueiro" (hoje Almofala), um aldeamento de índios criados por iniciativa dos Jesuítas. Já o início do povoamento e a implementação econômica às margens do Rio Acaraú pelos portugueses aconteceu com a chegada de fugitivos das guerras com os holandeses oriundos de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte no século XVII; através das entradas dos Sertões de Fora; com a instalação da pecuária e a produção do charque na capitania do Ceará,no século XVIII.
O primitivo núcleo da Barra do Acaracu serviu de ancoradouro a pequenas embarcações e, depois, passou a chamar-se Porto dos Barcos de Acaracu. É o marco inicial do que, mais tarde, viria a ser a cidade de Acaraú. Antes do povoado da Barra do Acaracu, alguns quilômetros ao norte e também à margem direita do rio, que ficou conhecido como Presídio.
No século XVIII, em 22 de setembro de 1799, o povoado foi elevado à categoria de distrito de Acaracu da vila de Sobral. Já sua elevação à categoria de vila do Acaracu, com o distrito já desmembrado da jurisdição de Sobral, ocorreu segundo Lei 480, de 31 de julho de 1849, tendo sido instalada a 5 de fevereiro de 1851. A fundação do município de Acaraú data de 31 de julho de 1849. O título de município, já com a denominação atual de Acaraú, ocorreu segundo a Lei Provincial 2.019, de 19 de setembro de 1882.
A freguesia foi criada pelo decreto geral de 5 de setembro de 1832, com a transferência para a povoação da Barra do Acaraú da freguesia da Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Almofala, antiga missão dos índios tremembés.
Geografia
Apresentando uma vegetação costeira, os principais recursos hídricos são o Rio Acaraú e as lagoas de Guriu, Caiçara e Jijoca. As principais elevações são: Enseada de Timbaú, Serrote e Ponta de Jericoacoara. Apresenta clima é tropical atlântico, com índice pluviométrico anual de 1.175 milímetros (mm), concentrados entre janeiro e maio.
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de janeiro de 1961 a junho de 1963, março de 1976 a dezembro de 1980 e janeiro de 1982 a março de 2011 a menor temperatura registrada em Acaraú foi de 15,1 °C, em seis ocasiões, a última em 15 de março de 1962 e as demais em 1961, nos meses de fevereiro (dia 3), março (13, 15 e 27) e abril (12), e a maior atingiu 36,7 °C em 2 de fevereiro de 2005. O maior acumulado de precipitação em horas foi de 180,2 mm, em 29 de março de 1992. Outros acumulados, iguais ou superiores a 150 mm foram: 171,5 mm em 9 de fevereiro de 2004, 169,1 mm em 25 de março de 1986, 151 mm em 24 de março de 2003 e 150,1 mm em 14 de abril de 2000. Março de 1963 foi o mês de maior precipitação, com 1 020 mm.
Economia
A base da economia é a pesca, tanto que este possui um porto, com um canal de acesso de 2,4 metros de profundidade que, em maré alta, permite a entrada de pequenas embarcações. O município também sobrevive da agricultura (algodão arbóreo e herbáceo, caju, mandioca, milho e feijão) e da pecuária (bovino, suíno e avícola), sendo o maior produtor de lagosta do Brasil.
Acaraú possui 13 indústrias: quatro de produtos alimentares; três extrativas minerais; duas de madeira; duas de produtos minerais não metálicos; uma de serviço de construção e uma de vestuário, calçados e artigos de couro e pele. A pesca ocupa relevante papel no sistema econômico de Acaraú. Este município já respondeu por 31% da produção oriunda da pesca artesanal, com produção média de 7,9 mil toneladas.
Turismo
O turismo é uma outra base da economia regional devido aos atrativos naturais:
- Praias: Barrinha, Aranaú Monteiro, Arpoeiras,Barra do Zumbi, Espraiado,Volta do Rio e Coroa Grande
- Lagoas: Lagoa da volta, do Espinhos da Volta, Dantas, Lagamar e Carrapateira
- Ilhas: Ilha dos Fernandes, Imburana, Coqueiros, Grande, Ilha dos Ratos.
- Rio: Rio Acaraú.
Acaraú faz parte da região do Vale do Acaraú.
Educação
Existe uma instituição pública de ensino superior, o Instituto Federal do Ceará (IFCE), uma das mais disputadas do estado. O IFCE - Campus Acaraú é uma instituição de ensino da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, que visa disponibilizar educação de qualidade na região do Baixo Vale do Acaraú. O IFCE - Campus Acaraú é um dos principais centros de ensino universitário e de pesquisa científica da região norte do estado do Ceará.
O município também conta com instituições privadas de ensino básico e superior, como a Unicesumar, que oferece mais de 80 graduações e 90 pós-graduações na modalidade EAD. Também o Colégio Virgem Poderosa (dirigida pelas irmãs cordimarianas) e a Universidade Anhanguera.
Há também a UAB (Universidade Aberta do Brasil), é um programa articulador entre governo federal e entes federativos que apoia instituições públicas de ensino superior (IPES) a oferecerem cursos de nível superior e de pós-graduação por meio do uso da modalidade de educação a distância.
Cultura
Os principais eventos culturais são:
- Festa da padroeira Nossa Senhora da Conceição - esta festa acontece na véspera do dia 8 de dezembro de cada ano, sendo este dia feriado municipal.
- Festa do padroeiro São Sebastião - esta festa acontece na véspera do dia 20 de janeiro de cada ano, sendo este dia feriado municipal.
- Carnaval -  evento que tem atraído muitos visitantes à cidade por serem bastante tranquilos os festejos dos foliões.
- Festival Junino - evento realizado pouco antes do seu aniversário de emancipação política, 31 de julho.
- Miss Acaraú -  Desfile realizado para eleição da representante da beleza acarauense.
- Festa do Camarão - Realizada em Outubro, é um evento de porte internacional, sendo realizada na cidade a feira internacional do camarão, atraindo visitantes nacionais e internacionais.
Referência para o texto: Wikipédia .

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

IGARAPÉ MIRI - PARÁ

Igarapé-Miri é um município do estado do Pará, no Brasil, que pertence a Mesorregião do Nordeste Paraense. Igarapé-Miri é conhecido como a "Capital Mundial do Açaí", por ser o maior produtor e exportador do fruto no mundo, título confirmado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Etimologia
Traduzido do tupi, Igarapé-Miri significa "Caminho de Canoa Pequena", da junção de ygara (canoa), pé (caminho) e mirim (pequeno). O nome faz referência ao rio homônimo que banha a cidade, o mesmo não permite a entrada de grandes embarcações.
História
A região onde hoje se encontra o Estado do Pará, foi diversas vezes invadida desde o início do século XVI, por holandeses e ingleses, que tinham como objetivo a exploração de especiarias como: sementes de urucum, guaraná e pimenta. Com a finalidade de consolidar a região como território português, em 1616, foi fundado o Forte do Presépio, primeira construção significativa, na então chamada Santa Maria de Belém do Grão-Pará, a atual capital do estado, Belém. Além de defender o território, expandindo a ocupação pelo vale amazônico, a expulsão dos invasores do litoral, também possibilitou o impulso militar dos portugueses na região e a exploração da biodiversidade local.
Nos últimos anos do século XVII, já era forte o interesse pelas madeiras amazônicas utilizadas na construção de embarcações ou edifícios no Reino. Naquela época, foi estabelecido em terras ribeirinhas, onde hoje está a Cidade de Igarapé-Miri, uma Fábrica Nacional para extração, aparelhamento e depósito de madeiras, que dali eram exportadas para Belém em abundância e das melhores qualidades. Esse estabelecimento chamou a atenção de colonos para o local, começando assim o povoamento na região.
Das Fábricas Nacionais da Província do Grão-Pará, a de Igarapé-Miri era a mais proficiente e de maior renome, talvez, pelo fato de estar situada nos terrenos planos, sólidos e férteis que se estendiam desde a margem do Rio Sant’Ana de Igarapé-Miri, pelo centro, até a descida do Rio Itanimbuca, bem como, pela abundância de caça, a salubridade do lugar e o fato de não ser conhecido naquela localidade, nenhum caso das febres paludosas que existem em grande parte dos interiores da Amazônia.
A Sesmaria
João Mello Gusmão, conseguiu em 1º de outubro de 1710, do governador e capitão-general do Maranhão, Cristóvão da Costa Freire, a concessão de duas léguas de terras em Igarapé-Miri, as quais iam do Rio Cataiandeua, prolongando-se até o Rio Santo Antonio. Entre as terras cedidas a João Mello Gusmão, estava o terreno onde foi estabelecida a Fábrica Nacional. Este ato do governo a favor de quem sequer residia nos terrenos cedidos, causou grande descontentamento entre os então posseiros, agricultores e comerciantes que ali haviam se estabelecido. Grande parte dos prejudicados, dirigiram suas reclamações ao governador que não os atendeu, sendo a sesmaria confirmada pelo Rei Dom João V, em 20 de janeiro de 1714.
A demarcação da sesmaria foi requerida por João Mello Gusmão, e contestada por diversos posseiros, que exigiam elevadas indenizações pelas benfeitorias existentes nos terrenos, por isso, Gusmão, foi obrigado a vender-lhes, a maior parte das terras, cabendo ao agricultor e comerciante português, Jorge Valério Monteiro, comprar a parte onde estava situada a referida fábrica. Jorge Valério Monteiro, casou-se com Anna Gonçalves de Oliveira, filha do agricultor Antonio Gonçalves de Oliveira. Devido ao seu casamento e a boa compra que fez, viu prosperar o seu comércio, e em agradecimento a Nossa Senhora Sant’Ana, madrinha de sua esposa, mandou construir uma linda capela, onde era anualmente festejada a imagem da santa.  
A Paróquia de Igarapé-Miri
Precisando Jorge Valério educar seus filhos na Europa, resolveu vender ao agricultor João Paulo de Sarges Barros, suas propriedades, inclusive o terreno onde estava a capela. Sarges de Barros, prosperou muito após adquirir o terreno de Jorge Valério e continuou a festejar Nossa Senhora Sant’Ana, agora com maior riqueza, mandando abrir uma grande área nas vizinhanças da capela, onde anualmente eram construídas centenas de barracas para acolher as pessoas que vinham para as festas ali celebradas.
O Histórico Canal de Igarapé-Miri
A fertilidade do solo de Igarapé-Miri fez com que os seus habitantes prosperassem. Porém esse desenvolvimento era entravado pela difícil locomoção para a capital Belém, pois as viagens pela baía, a remo, eram impraticáveis. Em 1810, segundo o Tenente-Coronel Agostinho Monteiro, existia no rio Igarapé-Miri uma fazenda agrícola pertencente a Sebastião Freire da Fonseca, mais conhecido por Carambolas. Carambolas foi o idealizador da escavação do Canal, para substituir o obstruído Furo Velho, havendo ele mesmo escolhido o traçado em linha reta entre os rios Igarapé-Miri e Mojú.
No ano de 1821 Carambolas começou os serviços de escavações que se prolongaram por longos meses. Os trabalhos foram iniciados a partir do rio Igarapé-Miri, no dia 21 de maio de 1821, e somente quando já faltavam pouco mais de cem metros, no dia 7 de agosto de 1822, é que começaram as escavações a partir do lado da margem do rio Mojú.
Criação do Município, Vila e Cidade de Igarapé-Miri
Na vigência do regime político imperial, em outubro de 1843, um decreto criou o Município de Igarapé-Miri, sendo a freguesia que abrigava a igreja de Sant'Ana, elevada a categoria de vila.
No dia 23 de maio de 1896, a Lei Estadual nº 438 eleva a então Vila Sant'Ana de Igarapé-Miri a categoria de cidade, tendo sua denominação simplificada, pela Lei Estadual, passando a condição de cidade com o nome de Igarapé-Miri.
Pelo Decreto Estadual nº 6, de 4 de novembro de 1930, o município de Igarapé-Miri foi extinto, sendo seu território anexado ao município de Abaetetuba e os seus distritos passando a figurar como zona administrativa.
Pelo Decreto Estadual nº 78, de 27 de dezembro de 1930, o município é criado novamente e é constituído por 2 distritos: Igarapé-Miri e do extinto município de Moju.
Pelo Decreto Estadual nº 931, de 22 de março de 1933, desmembra do município de Igarapé-Miri o distrito de Moju é restabelecido como subprefeitura.
Na divisão territorial de 1937-38, o município de Igarapé-Miri foi dividido em quatro distritos: Igarapé-Miri (sede), Anapu, Maiauatá e Meruú, que ainda hoje constituem os núcleos populacionais mais expressivos.
O Ciclo Canavieiro em Igarapé-Miri
Foi a partir de Pernambuco, através de pernambucanos, que a cana é introduzida no Estado Pará, tendo chegado a Igarapé-Miri, através de um cidadão conhecido apenas pela alcunha de Pernambuco, que a plantou, inicialmente, no Rio Anapú, expandindo-se, a partir daí, para outras regiões do Município.
Data de 1712 a instalação de um pequeno engenho movido a água, o qual foi chamado de Santa Cruz, considerado o primeiro do município, onde fabricava-se mel, rapadura, açúcar batido e, posteriormente, aguardente.
Igarapé-Miri, a Capital Mundial do Açaí
Desde os anos da década de 1980, Igarapé-Miri atravessou sérias mudanças na sua economia com o fim do ciclo da cana-de-açúcar.
Na década de 1980, a pesca em igarapé-Miri, foi fortemente abalada pela construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí (que a partir de 1983 teria levado à redução de muitas espécies, principalmente do mapará, e sua vegetação ficou comprometida com a atuação de serrarias (instaladas após a abertura da rodovia PA 150) e de indústrias de palmito, responsáveis pela redução do mais tradicional alimento daquela população local, o açaí. Assim, os açaizais mirienses sofreram um forte impacto com a exploração do palmito de açaí. Essas fábricas começaram a chegar do sudeste para as regiões de várzea no Pará ainda na década iniciada em 1970, a partir do esgotamento das fontes do palmito jussara na Mata Atlântica. As mesmas vieram para a região Baixo-Tocantins atrás do palmito do açaí. Antes abundantes nas regiões de várzea da Amazônia, os açaizeiros começaram a sofrer impacto com o corte indiscriminado de suas palmeiras em idade produtiva. Essa ação predatória afetou o estoque de frutos para a dieta alimentar da população, baseada na farinha de mandioca, peixe e polpa de açaí, a qual é produzida com certa quantidade do fruto amassado e misturado com água. Assim, os açaizais mirienses sofreram um forte impacto com a exploração do palmito de açaí, iniciou-se então naquela o processo de organização político-econômica de trabalhadores rurais, especialmente daqueles que estavam desempregados.
Uma das alternativas foi o chamado Projeto Mutirão, no início da década de 1990. Esta iniciativa contou com a força de um reduzido grupo de mulheres que, após lutarem pelo trabalho de seus maridos, passaram a lutar pela igualdade de seus direitos, elas entraram nesse processo como meras coadjuvantes, estimulando e apoiando seus companheiros a enfrentar o novo desafio: retomar as atividades abandonadas com o êxodo rural provocado pelo fim desse mesmo ciclo.
E foi assim que nasceu a AMUT, cujo nome também, o objetivo da associação era ousado: desenvolver a economia do município a partir da produção rural, investir na formação política e ambiental de seus sócios, fortalecer sua organização e incentivar o trabalho em harmonia com a natureza.
E foi assim que, com o Mutirão, que os ribeirinhos reaprenderam a produzir o açaí, intensificando os cuidados de higiene e passam a usar até máscaras, luvas e touca no processo de colheita e debulha do fruto. Os procedimentos novos no processo de produção de açaí mudaram a rotina de trabalho e o comportamento desses ribeirinhos.
Hoje igarapé-Miri é o maior produtor e exportador de açaí do mundo, sendo que essa conquista teve início com o Projeto Mutirão, quando o açaí ainda era desvalorizado.
A Pesca do Mapará
O Hypophthalmus edentatus, conhecido popularmente como Mapará, é uma espécie encontrada em abundância no estuário do gigante Rio Tocantins e seus afluentes. No Pará, os municípios que se destacam na pesca do Mapará, são os que ficam na foz do Rio Tocantins, tendo maior notoriedade os municípios de Igarapé-Miri, Cametá, Limoeiro do Ajuru e Abaetetuba.
A captura do Mapará na zona rural de Igarapé-Miri, é uma verdadeira demonstração artística, graças não só ao sistema de “borqueio” (variação de bloqueio), mas muito em especial a maneira como se localiza o cardume de peixe existente, bem assim o tamanho que é sondado no fundo do rio, por meio de talas feitas de pachinha (palmeira resistente), com cumprimento que varia entre três e quatro metros. Essas talas são manejadas com uma perícia extraordinária pelo “taleiro”, homem que calcula não só o tamanho do peixe, como a quantidade existente no fundo do rio.
Na Pesca do Mapará no Município de Igarapé-Miri, destacam-se os rios; Anapu, Pindobal e Panacauera. Segundo Eládio Lobato, em Igarapé-Miri, o sistema de “borqueio” foi introduzido pelo espanhol Manoel Aires que residia no Rio Maiauatá, onde posteriormente, foi construído um engenho e uma fábrica de redes para pesca.
A Abertura da Pesca do Mapará é um evento grandioso que atrai milhares de pessoas para a região das ilhas de Igarapé-Miri. As famílias de ribeirinhos trabalham nos preparativos para esperado dia de abertura da pesca.
Festividade de Sant'Ana, uma tradição de mais de 300 anos
A devoção de Sant’Ana em Igarapé-Miri, veio de Portugal, ainda em 1704. Hoje a Festividade de Sant'Ana constitui-se na maior e mais tradicional festa católica de todo o Baixo-Tocantins, atraindo milhares de turistas para Igarapé-Miri durante o período de sua realização.
O Festival do Camarão
No mês de Junho, período em que a pesca do Camarão se dá de forma mais intensa, e o crustáceo é encontrado de forma mais abundante, é que acontece o Festival do Camarão.
O Festival do Açaí
O Festival do Açaí surgiu no ano de 1989, na ocasião foi criado e idealizado pelo casal Dorival e Conceição Galvão, casal que chefiava no mesmo ano o projeto de escoteiros em Igarapé-Miri, o grupo de escoteiros do mar Sarges Barros. Esse projeto foi idealizado pelo casal onde buscaram uma forma de ajudar as crianças e jovens de Igarapé-Miri a ter uma “ocupação”.  
O grupo de escoteiros oferecia diversos aprendizados para a comunidade: na plantação com horta doméstica, na fabricação de vassouras, na produção de placas numeradas para as casas do Município (trabalho esse feito pelos escoteiros) e nas campanhas de vacinação de crianças e animais (já que Dorival era funcionário da antiga Fundação Nacional de Saúde, e solicitava o trabalho dos jovens, para que os mesmos pudessem aprender mais um ofício). Na foto a seguir estou segurando a bandeira do grupo de escoteiros (o último na foto). Como o grupo era uma Organização não governamental que não tinha recursos próprios, e se mantinha com doações dos pais dos membros, resolveram criar um evento para que o referido grupo tivesse um recurso financeiro para manter-se. A FESTA DO AÇAÍ, como foi batizada pelo casal. O Festival buscou construir um padrão em sua estrutura, ele foi realizado em praça pública, aberto ao publico, com atrações folclóricas, artistas locais, desfile da Rainha do Açaí, e uma grande atração da Capital, que na oportunidade foi o cantor Nilson Chaves, que apresentava aos mirienses o sucesso “Sabor Açaí”.
A Festa de São Sebastião e Carnaval fora de época de Vila Maiauatá
A Festa de São Sebastião, em Vila Maiauatá, município de Igarapé-Miri, teve início em 1925, com o coronel Sebastião Pantoja, patriarca de uma das grandes famílias residentes às proximidade do então povoado de Concórdia. A festa era realizada na casa-grande, de propriedade do patriarca, com uma vasta programação religiosa e com bailes dançantes no encerramento. Os bailes eram repletos de muito respeito e glamour, onde se exigia do cavalheiro trajes de gala (inclusive paletó e gravata). Após a morte de Sebastião Pantoja, a devoção a São Sebastião continuou com o genro do patriarca Anilo Cardoso, o qual anos depois transferiu a coordenação da Festa para Comunidade Cristã de Vila Maiauatá.
A festa quase secular estende-se pelos dias 21 e 22 de janeiro. Durante o período, acontece também o tradicional carnaval fora de época de Vila Maiauatá. Alguns blocos fazem a alegria dos foliões, destacando-se o tradicionalíssimo "Sujo", onde os brincantes saem às ruas com os corpos pintados de bisnagas e outras variedades de tintas, relembrando também a tradição de origens indígenas, onde cada brincante transforma-se em “Bicho Folharal” de Vila Maiauatá.
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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

BENEVIDES - PARÁ

Benevides é um município brasileiro do estado do Pará, na Região Norte do Brasil. Integrado à Região Metropolitana de Belém. Localiza-se a uma latitude 01º21'41" sul e a uma longitude 48º14'41" oeste, estando a uma altitude de 28 metros. Sua população estimada em 2017 é de 60.990 habitantes.
História
Benevides é conhecida como "O berço da Liberdade", foi a cidade pioneira do Estado do Pará a libertar escravos e a segunda do Brasil.
Foi em Benfica, vila de Benevides que, no dia 30 de março de 1884 às 6 horas, o então presidente Visconde de Maracaju, da província do Grão-Pará, assinou as cartas de alforria dos primeiros escravos negros, pardos e/ou índios, que ganharam a liberdade no estado do Pará, quatro anos antes da Princesa Isabel assinar a Lei Áurea em 13 de maio de 1888.
Benevides também foi uma das primeiras cidades a receber imigrantes franceses, italianos e espanhóis para trabalharem na produção agrícola da região. No dia 24 de junho de 1884, é inaugurada a Estrada de Ferro de Bragança, passando a cortar a região (inclusive a vila de Benfica) e a escoar toda sua produção ao porto fluvial da capital Belém e posteriormente à cidade de Bragança, além do transporte de passageiros, onde durante anos, foi a responsável pelo conseguinte desenvolvimento da cidade.
Organização Político-Administrativa
O Município de Benevides possui uma estrutura político-administrativa composta pelo Poder Executivo, chefiado por um Prefeito eleito por sufrágio universal, o qual é auxiliado diretamente por secretários municipais nomeados por ele, e pelo Poder Legislativo, institucionalizado pela Câmara Municipal de Benevides, órgão colegiado de representação dos munícipes que é composto por vereadores também eleitos por sufrágio universal.
Subdivisões
Além da sede, Benevides possui o importante distrito de Benfica.
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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

MORENO - PERNAMBUCO

Moreno é um município brasileiro do estado de Pernambuco. O município é formado pelo distrito sede e pelo distrito de Bonança.
História
A ocupação do atual município de Moreno provém da faixa de terra comprada, em torno do ano 1616, por dois irmãos portugueses de sobrenome Moreno. A intenção era a instalação de um engenho. Um deles morreu antes da concretização deste projeto. O segundo, Baltazar Gonçalves Moreno, faleceu no dia do funcionamento do engenho. A propriedade foi vendida pelos seus herdeiros a Antônio de Souza Leão. O engenho foi visitado por Dom Pedro II em 18 de dezembro de 1859, quando o proprietário foi agraciado com o título de Barão de Moreno e sua esposa, Maria Amélia de Sousa Leão, com o título de Baronesa.
O desenvolvimento do município ganhou impulso com a instalação da indústria têxtil Societé Cotonière Belge Brésilienne, no início do século XX. O distrito foi criado pela Lei Municipal nº 126, de 8 de março de 1920, subordinado ao município de Jaboatão dos Guararapes. A emancipação veio através da Lei 1.931 de 11 de setembro de 1928. O município foi instalado em 1 de janeiro de 1929.
A história do município está registrada em suas construções seculares: são 39 engenhos, alguns ainda em atividade, com destaque para o Casarão do Engenho Moreno, onde Dom Pedro II se hospedou. O período da indústria têxtil está registrado nos prédios da Vila Operária, Estação Ferroviária, Mercado Público, Prefeitura, obras que identificam o período da industrialização.
Geografia
Localiza-se a uma latitude 08º07'07" sul e a uma longitude 35º05'32" oeste, estando a uma altitude de 96 metros. Divide-se em dois distritos, Bonança e Moreno.
Possui uma área de 192,14 km², o que corresponde a uma densidade de 283 hab/km², em dados de 2004.
Economia
As principais atividades econômicas do município são a agropecuária, setor que mais emprega na cidade, com destaques para as culturas de cana de açúcar, coco, banana, inhame, maracujá e acerola. O comércio e a prestação de serviços também têm bastante representatividade na economia local.
Transportes
Por fazer parte da Região Metropolitana do Recife, o município é servido de linhas de ônibus integradas aos terminais de Jaboatão[6] e TIP, que permitem o acesso a outros municípios e ao Metrô do Recife com o pagamento de uma única passagem. Além das linhas integradas, há o transporte municipal realizado por kombis e vans entre os bairros próximos aos centro da cidade e ao distrito de Bonança, além de linhas de ônibus operadas por pequenas empresas, que trafegam para os bairros e engenhos mais distantes, circulando por estradas vicinais com horários reduzidos, especialmente nos dias de feira.
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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

CRUZ DAS ALMAS - BAHIA

Cruz das Almas é um município brasileiro do estado da Bahia. Sua população estimada em 2021, pelo IBGE, era de 69.239 habitantes. É considerado como um importante centro sub-regional de nível "B", sendo a segunda cidade mais importante do Recôncavo Sul.
História
O município de Cruz das Almas, localizado no Recôncavo Baiano, foi criado através da Lei nº 119, de 29 de julho de 1896, desmembrando-se de São Félix. 
Diz a lenda que o nome Cruz das Almas, faz referência aos antigos tropeiros que passavam pela região que ao chegarem na antiga vila de Nossa Senhora do Bom Sucesso, eles encontravam no centro da vila uma cruz de frente a Igreja Matriz, onde paravam e rezavam para as almas dos seus mortos. Há também que o nome possa ser em virtude de os portugueses terem uma cidade portuguesa de nome igual; por isso batizaram o nome da cidade de Cruz das Almas. As famílias fundadoras de Cruz das Almas foram os Rocha Passos e os Baptista de Magalhães.
Geografia
O município limita-se ao Norte com Governador Mangabeira, ao sul com São Felipe, a oeste com Conceição do Almeida e Sapeaçu e a leste com São Félix. Situa-se no Recôncavo Sul da Bahia, distando 146 quilômetros da capital do estado, Salvador, a qual liga-se pela BR-101 e BR-324.
Integra o arranjo urbano-regional (AUR) de Salvador, metrópole na qual está centralizado e à qual Cruz das Almas está subordinada na hierarquia urbana brasileira como centro sub-regional. Compõem também o AUR baiano Feira de Santana como centro regional e Santo Antônio de Jesus, Alagoinhas e Valença na mesma categoria de Cruz das Almas.
A vegetação é a floresta tropical subperinifólia subcadofólia com baixo teor de matéria orgânica francamente ácida. Em Cruz Das Almas se encontra a Mata de Cazuzinha, um vestígio da Mata Atlântica. Grande parte do solo é dos tipos Latossolo Amarelo e o Argissolo Amarelo de textura franco-argilo-arenospical subperenifólia/subcaducifólia, com baixo teor de matéria orgânica, fracamente ácido, de grandes extensões na faixa pré-litorânea do Nordeste do Brasil.
O município encontra-se na bacia do rio Paraguaçu. Os cursos d'água de Cruz das Almas fazem parte das vertentes do Paraguaçu, entre tais afluentes destaca-se os riachos Capivari, de Tomaz, Jaguaripe, Caminhoá, Poções, Araçás, da Estiva e Laranjeira. Em Cruz das Almas encontram-se as lagoas da Tereza Ribeiro e do Engenho da Lagoa. Essa última dista 20 quilômetros do lago da Pedra do Cavalo, que tem 186 quilômetros quadrados de superfície, acumulando um volume de 5,3 bilhões de metros cúbicos de água, correspondente a 1,5 vezes a baía da Guanabara (RJ). Essa barragem tem 40 metros de comprimento e 142 metros de altura máxima. Foi construído pelo antigo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS).
Clima
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1961 a 1963, 1973 a 1974 e a partir de 1977, a menor temperatura registrada em Cruz das Almas foi de 13,8 °C em 22 de agosto de 1961, e a maior atingiu 39,3 °C em 20 de março de 2019. O maior acumulado de precipitação em 24 horas chegou aos 101 milímetros (mm) em 16 de abril de 1988. Março de 1997, com 358,1 mm, foi o mês de maior precipitação.
Economia
Cruz das Almas destaca-se na região por ter sua economia bem definida em todos os setores, principalmente reconhecida no setor primário voltado para comércio e agricultura.
A economia da cidade é voltada em torno do comércio, serviços e agricultura, com destaque para plantações de: fumo, laranja, limão Taiti e mandioca. 
O município possui várias indústrias e distribuidoras nacionais que exportam seus produtos para vários países. No passado Cruz das Almas foi uma das maiores produtoras de tabaco da Bahia quando possuía indústrias voltadas para a cultura do fumo.
No setor secundário a cidade também se destaca. A indústria cruzalmense é conhecida por ter um polo industrial calçadista e têxtil, que abriga filiais de empresas do ramo.
Grandes redes do setor comercial se instalaram na cidade nos últimos anos, a exemplo de: Le Biscuit, Cacau Show, GBarbosa, Real Calçados, Todo Dia, Casas Bahia, Center Móveis, Drogasil, Mapron, Farmácias Pague Menos, Magazine Luíza, O Boticário, Lojas Americanas, Nacional Calçados, Planeta Calçados, Microlins, Vamos Sorrir, Acaí no Kilo, dentro outras.
A cidade conta com 8 Agências/PAB bancárias, são elas: Banco do Brasil, Banco BRB, Caixa Econômica Federal, Banco Bradesco, Santander, Banco do Nordeste, Banco Itaú e Sicoob.
Educação
A cidade é conhecida por "Cidade Universitária" por ser a sede da reitoria da UFRB (Universidade Federal do Recôncavo Baiano) e de outras Faculdades particulares.
A cidade conta com a FBBR (Faculdade Brasileira do Recôncavo) e do Curso de Odontologia da UNIMAM, também possuindo vários colégios particulares e públicos em toda a sua extensão, mas destacam-se as seguintes instituições de ensino superior: UFRB; FBBR; UNOPAR; UNINTER; Unifacs e PITAGORAS.
Há, ainda, a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, instituição de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) instalada na cidade.
Cultura e turismo
A cidade conhecida pela sua festa de São João e guerra de espadas.
A guerra de espadas na cidade possui história de mais de 150 anos, sendo proibida por decisão judicial de 2011. Apesar disso, especialmente no bairro da Gamboa, a prática continua no município. Antes da proibição expressa, registrou-se 169 feridos por queimaduras em 2009, chegando a 341 em 2010
O São João de Cruz das Almas é um dos maiores do Brasil; nesta época, a cidade chega a receber mais que o dobro de sua população, ficando até com mais de 150 mil habitantes. Também possui vários eventos de grande expressão, tanto na música secular tanto em eventos musicais religiosos, que atraem milhares de pessoas de outras cidades.
A cidade de Cruz das Almas tem como principais opções de lazer: Praça Multiuso, Ginásio de Esportes Luís Eduardo Magalhães, Estádio Municipal Carmelito Barbosa Alves, Parque Florestal da Mata de Cazuzinha e Praça da Bíblia
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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

BERTIOGA - SÃO PAULO

Bertioga é um município do estado de São Paulo, na Região Metropolitana da Baixada Santista, microrregião de Santos.
A população estimada pelo IBGE em 2016 era de 59.297. A área do município é de 490,148 km², o que resulta numa densidade demográfica de 115,38 hab./km².
Estância Balneária
Bertioga é um dos quinze municípios paulistas considerados estâncias balneárias pelo Estado de São Paulo, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por Lei Estadual. Tal status garante a esses municípios uma verba maior por parte do Estado para a promoção do turismo regional. Também, o município adquire o direito de agregar junto a seu nome o título de Estância Balneária, termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais.
Bertioga possui 33 km de praias próprias para o banho, que oferecem momentos de lazer e a prática de diversos esportes, já que possui excelente condições de balneabilidade. As praias se dividem em Enseada, São Lourenço, Itaguaré, Guaratuba e Boraceia.
História
Seu nome tem sua origem no tupi antigo falado na costa brasileira, através do termo tupi piratyoca, que significa "casa do peixe branco". Para outros, no entanto, Bertioga tem origem no termo tupi buriquioca, que significa "casa do muriqui". A teoria mais aceita é que Bertioga significa "casa do muriqui" em tupi.
Durante o início da colonização portuguesa, no século XVI, a região era considerada de transição entre o território tupinambá, que ia desde o cabo de São Tomé, no atual estado do Rio de Janeiro, até o rio Juqueriquerê, em Caraguatatuba e o território dos tupiniquins, que ia desde as cercanias de São Vicente, passando por Itanhaém e Peruíbe, até Cananeia.
O povoamento da região teve início no ano de 1531, quando Martim Afonso de Sousa, nomeado Governador Geral da Costa do Brasil, aportou às águas da antiga Buriquioca. Com a intervenção de João Ramalho, Martim Afonso deixou em terra alguns homens para realizar ali uma primeira feitoria da nova fase, ou um pequeno fortim, partindo em seguida rumo ao sul, dirigindo-se para o outro lado da ilha, para fundar oficialmente a vila de São Vicente, em 1532.
Sofrendo constantemente ataques dos tupinambás de Ubatuba (que não era a atual cidade paulista de Ubatuba, mas uma aldeia tupinambá na região da atual cidade fluminense de Angra dos Reis), que se reuniam com suas canoas em Yperoig (esta sim, a atual cidade de Ubatuba), os portugueses de São Vicente decidiram construir o forte de São João de Bertioga para se defender dos ataques dos tupinambás, em 1547. Esse forte é considerado a mais antiga fortificação portuguesa no Brasil e foi tombada em 1940 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Os índios tamoios fizeram uso de passagem no sítio Barra de Bertioga, que passaram a ser impedidos pelos 5 irmãos Braga: João, Diogo, Domingo, Francisco e André.
Pelo forte, em 1552, ficou responsável Hans Staden, um mercenário alemão a serviço do rei de Portugal. Staden foi capturado pelos tupinambás e, posteriormente, libertado por intervenção dos franceses, aliados dos tupinambás. Retornando à Alemanha, escreveu um livro sobre suas aventuras no Novo Mundo (História verídica e descrição de uma terra de selvagens, nus e cruéis comedores de seres humanos, situada no Novo Mundo da América, desconhecida antes de depois de Jesus Cristo nas terras de Hessen até os dois últimos anos, visto que Hans Staden, de Homberg, em Hessen, a conheceu por experiência própria e que agora a traz a público com essa impressão). Esse livro vendeu muito na época, principalmente pelas descrições dos banquetes antropofágicos praticados pelos tupinambás. O mesmo livro foi base para o filme Hans Staden, de 1999.
Foi no Forte de São João de Bertioga que, em 1563, os jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta se hospedaram, por cinco dias, antes de irem para Ubatuba tranquilizar os índios revoltados na Confederação dos Tamoios. Foi também de Bertioga que Estácio de Sá e sua esquadra partiram, em 1565, para dar combate aos franceses e fundar a cidade do Rio de Janeiro. O sítio primitivo de Bertioga era uma pequena linha de praia protegida pelo outeiro de Buriquioca, hoje Morro da Senhorinha. O antigo núcleo estendeu-se também pelo outro lado da barra, onde, em meados do século XVI, fora fundada a Ermida de Santo Antônio de Guaibê.
Nos primórdios do século XVIII, com o uso do óleo de baleia para iluminação pública e particular, Bertioga passou a ter grande importância, graças à criação da Armação das Baleias, para a pesca da baleia, e onde foram construídos grandes tanques para depósito de óleo desses animais. Assim, durante certo tempo, o azeite de Bertioga contribuiu para a iluminação de Santos, São Vicente, São Paulo, São Sebastião e, em parte, também do Rio de Janeiro. Durante muito tempo, Bertioga conservou-se como um núcleo de pescadores, com cerca de duas dúzias de casas defronte do porto da barca e três pequenas casas de comércio.
Somente na década de 1940 que o pequeno núcleo de pescadores começou a despertar para sua grande função: a de Estância Balneária. Com a melhoria das vias de acesso e com a construção de estradas e cobertura de asfalto da estrada que corta o Guarujá em direção ao ferryboat que liga a Ilha de Santo Amaro a Bertioga, iniciou-se uma grande expansão urbana da vila.
Nesta época, em 1944, Bertioga (e toda extensão territorial norte) foi transformada oficialmente em distrito de Santos. Após dois movimentos pró-emancipação, um em 1958 e outro em 1979, Bertioga finalmente conquistou sua autonomia no dia 19 de maio de 1991, separando-se de Santos.
Geografia
Limites
Seus limites são Mogi das Cruzes, Biritiba-Mirim e Salesópolis a norte, São Sebastião a leste, o Oceano Atlântico a sul com o Guarujá (com a ilha de Santo Amaro defronte à cidade) e Santos a oeste.
Clima
O clima de Bertioga é o subtropical úmido, com verões quentes e invernos relativamente frios, com a ausência de mês seco, sendo julho o mês mais frio com média de 17 °C e o mês mais quente é fevereiro, com média de 30°C.
Hidrografia
A hidrografia de Bertioga é composta pelo Oceano Atlântico, Rio Itapanhaú, Rio Guaratuba e Rio Itaguaré.
Praias
Bertioga oferece as seguintes praias: Praia da Enseada (Bertioga) - 11,6 km; Praia da Vista Linda; Praia do Indaiá (Bertioga); Praia de São Lourenço (Bertioga) - 4,5 km; Praia de Itaguaré - 3,2 km; Praia de Guaratuba (Bertioga) - 8km e Praia de Boraceia [14][15] - 3,4 km
Economia
Bertioga é uma das cidades que mais crescem no Brasil, com forte atividade da construção civil, comércio, hotelaria e boa gastronomia. Apesar de tantas mudanças, a Cidade mantém a cultura caiçara, celebrada em eventos como a Festa da Tainha (entre junho e julho) e a Festa do Camarão na Moranga (entre agosto e setembro).
A economia de Bertioga é baseada no turismo (que inclui a rede hoteleira), na construção e no comércio.
Forte São João
O Forte São João foi a primeira fortificação do Brasil. Antes batizado de Forte San Tiago na época de sua fundação por volta de 1547.
Hoje o monumento histórico anda esquecido pela prefeitura, uma vez que muitos artigos originais do forte foram levados pelo IPHAN.
Pontos turísticos
Os principais pontos turísticos de Bertioga são: Forte de São João da Bertioga; Foz do Rio Itaguaré; Morro de São Lourenço; Riviera de São Lourenço; Praia de Itaguaré; Rio Itaguaré; SESC Bertioga
Referência para o texto: Wikipédia .