Barbalha é um município brasileiro do estado do Ceará. Localiza-se na Região Metropolitana do Cariri, Mesorregião do Sul Cearense, a 504 quilômetros da capital Fortaleza pela BR-122. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística estimou sua população para 2021 em 61.662 habitantes. Passam pela cidade as CEs: 060, 293 e 386.
Tem como padroeiro Santo Antônio, o casamenteiro, e apresenta vários prédios e locais históricos, preservando nuances coloniais.
É a terra natal do padre Monsenhor Murilo, dos advogados Hermes Carleial e Cláudio Martins, dos médicos Leão Sampaio, Mozart Cardoso de Alencar e Lyrio Callou, do engenheiro Joaquim Francisco de Paula e dos jornalistas Edilmar Norões e José Bernardino Carvalho Leite.
Etimologia
O topônimo Barbalha é alusivo ao nome de uma moradora de um sítio da região cuja casa servia de albergue para tropeiros de gado, que traziam rebanhos de Pernambuco, para passarem os períodos de estiagem na região da Chapada do Araripe. Por ser proprietária do principal ponto de apoio e hospedagem da região, tornou-se bastante conhecida por sua hospitalidade, o que contribuiu para que a localidade herdasse seu nome.
A denominação original da cidade era Freguesia do Santo Antônio de Barbalha. Em 1838 adotou-se o nome Barbalha.
História
As terras localizadas às margens do Riacho Salamanca eram habitadas pelos índios Kariri, antes da chegada das entradas no interior brasileiro, durante o século XVII.
Os integrantes das entradas, militares e religiosos, mantiveram os primeiros contatos com os nativos, estudaram todas as regiões dos Cariri, catequizaram os indígenas e os agruparam em aldeamentos ou missões. Este contato entre exploradores e nativos repercutiu profundamente na formação cultural do lugar, principalmente no que tange à difusão de "entes do imaginário popular", tais como "papafigo, pai-da-mata, rasga-mortalha, almas do outro mundo, lobisomem, o diabo, entre outros".
Os resultados destes contatos e descobrimentos desencadearam notícias de que na região existiria ouro em abundância e em seguida desencadeou-se uma corrida para os sertões brasileiros, onde famílias oriundas de Portugal, sonhando com as riquezas de terras inexploradas e com a esperança de encontrar ouro. Queriam enriquecer e aumentar seu prestigio pessoal perante a corte portuguesa.
A busca do metal precioso, nas ribanceiras do Rio Salgado, trouxe para a região do Sertão do Cariri, a colonização e com consequência a doação de sesmarias, o que permitiu o surgimento de lugarejos e vilas. Deste contexto surge Barbalha, um núcleo urbano que cresce ao redor da capela de Santo Antônio fundada nas terras de Francisco Magalhães Barreto e Sá, que era parente de Mem de Sá, terceiro Governador-Geral do Brasil. De Francisco Magalhães descende a família Sá Barreto, cujos membros incluem Cid Feijó Sampaio e seu sobrinho-neto Eduardo Campos, governadores de Pernambuco, Leão Sampaio, Deputado Federal, Gregório Pereira Pinto, patriarca de Terra Nova-PE, Luiz Filgueiras Sampaio empresário, Argemiro Sampaio, prefeito de Barbalha e diversas outras personalidades de destaque no cenário regional. A cidade participou de importantes momentos da história nacional. A Revolução Pernambucana de 1817, a no Guerra de Independência do Brasil Maranhão e a Confederação do Equador tiveram a participação do Capitão-mor do Crato, o baiano José Pereira Filgueiras que residia no Sítio São Paulo, neste município, com a participação de Bárbara de Alencar e seus filhos Tristão Alencar Araripe e José Martiniano de Alencar (pai do escritor José de Alencar). Dessas famílias descendem Antônio Correia Sampaio Filgueiras que participou da construção da Igreja do Rosário e Romão Pereira Filgueiras Sampaio prefeito de Salgueiro-PE. Importante para a história do município foi também a Casa Sampaio e a Engenho Tupinambá, da família Sá Barreto Sampaio.
A cidade, situada na Chapada do Araripe, servia como um verdadeiro oásis na paisagem árida do Sertão Nordestino e atraiu a instalação de engenhocas de rapadura, de onde baseou sua economia os primeiros séculos de sua história, no século XIX passou a abrigar alguns empreendimentos comerciais e no século XX assumiu a sua vocação no setor de serviços.
Em 1926, passaram pela cidade Lampião e seu bando, que estavam a caminho de Juazeiro do Norte para integrar o Batalhão Patriótico. Por esta ocasião conversou com líderes locais e jornalistas.
Há registros de que a cidade, ainda em seu estágio embrionário, sofreu um saque empreitado por um grupo composto por, aproximadamente, 2000 jagunços, os quais pilharam os valores que encontraram, e atearam fogo em milhares de contos de réis, causando um impacto na economia local e impedindo o crescimento do lugarzinho, que desfrutava de relativa prosperidade. Houve, ainda, um segundo saque, mas bem depois do primeiro. Desta vez, o fato se deu quando da modificação do traçado da Rede de Viação Cearense (RVC). Todavia, em 1950, a ferrovia, enfim chegou, junto com a eletricidade, vinda de Paulo Afonso, em 1961. Assim, a cidade voltou a crescer.
Os padres salvatorianos tem destacada atuação no âmbito cultural e educacional da cidade, além do religioso. Por muitos anos dirigiram o Colégio Santo Antônio e coordenam os festejos de santo padroeiro no mês de junho. Dentre os religiosos dessa congregação estão Padre Agostinho Mascarenhas, Padre Mário, Padre Renato Simoneto, dentre outros. Padre Agostinho foi, além pároco, diretor do referido colégio, conselheiro e líder espiritual animando a vida religiosa quando convidou a Comunidade Católica Shalom para criar um núcleo em Barbalha. A julgar pela quantidade de referências presentes na cidade: Biblioteca Municipal Padre Agostinho, Rua Padre Agostinho Mascarenhas, Residencial Padre Agostinho, dentre outros, padre Agostinho deixou uma marca especial na cidade. O referido religioso está enterrado na Igreja Matriz de Santo Antônio.
Formação administrativa
Em 30 de agosto de 1838 é criado pela Lei Provincial n° 130 o distrito de Barbalha, subordinado ao município do Crato. Em 17 de agosto de 1846, data de sua emancipação política, o então distrito é desmembrado do Crato e elevado à condição de vila com a denominação de Barbalha, pela Lei Provincial nº 374.
Em 30 de agosto de 1876 foi elevada à categoria de cidade pela Lei nº 1.740. Contava apenas com o distrito sede (Barbalha).
Pelo ato estadual de 15 de setembro de 1904, é criado o distrito de Cajazeiras e anexado ao município de Barbalha. Tal distrito recebe nova denominação em 30 de Dezembro de 1943 pelo Decreto-Lei Estadual nº 1.114, passando a denominar-se Arajara. Em divisão territorial datada de 1 de julho de 1950, o município é constituído de dois distritos: Barbalha(sede) e Arajara, permanecendo desta maneira até 1991.
Em 23 de abril de 1991, é criado pela Lei Municipal nº 1.147 o distrito de Estrela. Este é anexado ao município de Barbalha e em divisão territorial datada de 1 de junho de 1995, o município é constituído de 3 distritos: Barbalha (sede), Arajara e Estrela, permanecendo assim até o ano de 2005.
Pela Lei Municipal nº 1.499, de 28 de fevereiro de 2002, é criado o distrito de Caldas dentro município de Barbalha. Em divisão territorial datada de 2007, o município é constituído de quatro distritos: Barbalha (sede), Arajara, Caldas e Estrela.
Na Sede, os principais bairros são: Centro, Bairro do Rosário, Bairro de Fátima, Cirolândia (nome dado em homenagem a Ciro Gomes), Populares, Malvinas, dentre outros. No Distrito Estrela, há alguns sítios: Lagoa, Sítio Estrela, Novo Horizonte, Venha-Ver, Bulandeira etc.
Geografia
Situado ao lado norte da Chapada do Araripe, o município tem dois tipos principais de solo: latossolo e sedimentar. Mas também encontram-se solos pozólicos, litólicos, e aluviais. Devido ao solo sedimentar, são encontrados, frequentemente, principalmente nos locais mais próximos à encosta da chapada, fósseis de diferentes espécies de plantas, microorganismos e animais. As principais elevações são as serras e serrotes, com destaque para o chapadão da Serra do Araripe. Já a bacia sedimentar se caracteriza por formar aquíferos que alimentam as diversas fontes existentes por toda a área da chapada.
Hidrografia e recursos hídricos
Barbalha se encontra nos domínios da Sub-bacia Hidrográfica do Rio Salgado. Ademais, podem-se distinguir, em Barbalha, dois grandes domínios hidrogeológicos: rochas sedimentares e depósitos aluvionares. O rio Salamanca, principal curso fluvial do município, surge a partir do escoamento da água das nascentes da Chapada do Araripe. É responsável pela irrigação dos canaviais e demais plantações ao longo do seu leito que deságua no Rio Salgado.
O município não conta com açudes e reservatórios de grande volume. As principais fontes de água são as nascentes da serra que suprem as necessidades da cidade e dos sítios, no que diz respeito ao consumo humano, animal e irrigação, e à produção industrial. As principais drenagens que ocorrem no Município são o Rio Salamanca e os riachos Santana, Missão, Macacos e Jardim.
Há, no Município, duas empresas que exploram uma fonte de água mineral, cada, engarrafando-a e comercializando-a. Podem ser encontrados em seu território aproximadamente 124 poços tubulares, dos quais 38 são públicos e 86 são de propriedade particular. Os Distritos do Caldas e Arajara são ricos em fontes, riachos e reservatórios de água. Conta com vários geossítios, entre eles o Riacho do Meio com várias fontes naturais.
Clima
O clima de Barbalha é tropical As na área serrana e semiárido nas áreas mais baixas, com chuvas concentradas entre dezembro e abril e índice pluviométrico de 1.060 milímetros (mm) anuais. A média das temperaturas máximas diárias se encontra entre 30 °C a 35 °C na maior parte do ano. Nos meses de maio a agosto o clima é relativamente mais ameno, principalmente durante a noite e madrugada. Em um ano a insolação ultrapassa 2.900 horas.
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), de 1973 a 2021 a menor temperatura registrada em Barbalha foi de 12,6 °C, em 11 de agosto de 1976 e a maior atingiu 39,2 °C, em 19 de outubro de 2016. O maior acumulado de precipitação registrado em 24 horas alcançou 200,8 mm, em 13 de abril de 1974, seguido por 186,8 mm, em 23 de abril de 2015 e 163,9 mm, em 15 de janeiro de 1979. O mês de maior precipitação foi março de 2008, com 593,8 mm.
Flora e fauna
A vegetação é bastante diversificada, apresentando domínios de cerradão, caatinga e cerrado, bem como de várias comunidades vegetais, como a floresta subcaducifólia tropical xeromorfa (cerradão), a floresta subperenifólia tropical plúvio-nebular (mata úmida ou serrana), a floresta subcaducifólia tropical pluvial (mata seca) e a floresta caducifólia espinhosa (caatinga arbórea). Dentro de sua área encontra-se a Floresta Nacional do Araripe.
Árvore de cerrado bastante comum é o piquizeiro (piqui), cuja semente do fruto é deveras utilizado na alimentação e, na medicina popular, como anti-inflamatório, fato que, recentemente, vem ganhando estudos científicos, que apontam no sentido de confirmar o conhecimento popular. Note-se que este piqui a que se refere, o Caryocar coriaceum, é diferente do Pequi (Caryocar brasiliense) encontrado em Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. Outra árvore, que não é natural da região, mas que se adaptou muito bem ao clima e que está bastante presente nas localidades rurais do município, é a mangueira (Mangifera indica). Sua fruta tem valor comercial e sua produção é sazonal. Há diversas variedades, como manga rosa, espada, barbalha e outras
Na fauna, são encontradas espécies de animais, como a onça-parda, o lobo-guará e o sagui. Este último, por ter seu habitat natural e recursos diminuídos, vem aparecendo cada vez mais no ambiente urbano, onde encontra alimentação e abrigo. Uma espécie endêmica, encontrada única e exclusivamente na área da Chapada do Araripe, é o soldadinho-do-araripe (Antilophia Bokermanni), pássaro raro, territorialista, frugívoro que, segundo especialistas, só é visto nos municípios de Barbalha, Crato e Missão Velha. Tem cerca e 15 cm de cumprimento e 20 gramas de massa corporal. Sua principal característica é o topete vermelho sobre o bico, presente apenas no macho. Seus principais predadores são o sagui e o gambá.
Esta espécie é, oficialmente, a ave símbolo de Barbalha, desde 2009, com o Decreto Municipal n° 24, do mesmo ano. Infelizmente está ameaçada de extinção e é muito comum no comércio ilegal de animais. Por este motivo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) iniciou o Plano Nacional para Conservação do Soldadinho do Araripe, lançando livro com mesmo título.[34] Também há certa valorização pela legislação municipal.
Economia
A economia do município de Barbalha tem sua base em vários âmbitos da economia produtiva e geradora de renda.
Agricultura
Tradicional polo agrícola da região do Cariri, é responsável por grande parte da produção de gêneros alimentícios como frutas, verduras, legumes e hortaliças em geral. Possui uma grande área de plantio de cana-de-açúcar, com uma produção média de 22.750 toneladas por ano, fato que lhe confere o título de terra dos verdes canaviais. A cidade detém grande parte dos engenhos de rapadura ativos na região além da usina de açúcar Manoel Costa Filho (atualmente desativada). Também há cultivos experimentais de algodão feitos pela Embrapa.
Por conta do grande potencial para o agronegócio a cidade abriga, desde 2012, a Ceasa da região do Cariri. Observa-se discreta produção pecuária representada pela presença de rebanhos de caprinos, suínos e aves.
Indústria
A produção industrial do município é relevante. Com número crescente de unidades industriais instaladas, a cidade conta com um parque industrial diverso, formado por firmas de beneficiamento de gêneros alimentícios e bebidas; fábricas de médio porte produtoras de calçados, vestuário e cerâmica. Alguns empreendimentos industriais têm importância regional, como a ITAPUÍ S.A. - antiga IBACIP (Indústria Barbalhense de Cimento Portland), concessão da Cimento Nassau; a FARMACE, indústria química e farmacêutica; a indústria metalúrgica Bom Sinal e a IBK, produtora de borracha e derivados. Igualmente importante é fazer menção à fábrica de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), chamada Bom Sinal.
Dada a fase de crescimento econômico em que o Cariri se encontra, Barbalha acompanha a tendência regional apresentando grande crescimento no setor de construção civil, serviços e, principalmente, turismo visto sua privilegiada situação geográfica ao sopé da Chapada do Araripe. A cidade, que, em 1996, tinha em seu território apenas uma fábrica de calçados, passou, no ano de 2006, a abrigar nove indústrias do mesmo ramo. Isto significa um aumento de 8 indústrias em 10 anos, um percentual de 800%!
Outro dado importante é que o número de empregos formais tem aumentado junto com a indústria. Em 1996, havia apenas 1.459 postos de emprego no ramo da indústria, sendo que apenas 77 eram na indústria calçadista. Em 2006 os números mudaram: 1.793 postos de emprego na indústria como um todo e 503, considerando apenas a indústria calçadista.
Pode-se dizer, que o chamado "Governo das Mudanças" influenciou neste crescimento, já que partia do pressuposto que o desenvolvimento só seria alcançado pela promoção industrial. A partir desse pensamento, houve a interiorização da indústria. Este foi um movimento bem parecido com o ocorrido na década de 1950. Outro fator é a melhoria da qualidade de vida da população, bem como de alguns indicadores sociais, como a taxa de alfabetização da população e o aumento da média do tempo de estudo, o que qualifica mais a mão de obra e permite serviços mais avançados, e também a diminuição da mortalidade infantil.
Comércio e serviços
O comércio de Barbalha tem sua principal expressão na feira semanal que ocorre aos sábados, nas proximidades do Mercado Municipal, feira esta, onde se pode encontrar desde frutas e legumes, cereais e outros gêneros alimentícios, até artigos em couro e vestimentas. Diversas barracas e camelôs se espraem pelas ruas, o que de forma colateral, gera grande quantidade de lixo.
Quanto ao comércio formal, podem ser citadas como principais pontos os seguintes locais: Rua do Vidéo, Rua Princesa Isabel, Rua Pero Coelho, Neroly Filgueira e Rua Cel. João Coelho (CE-060).
Rua do Vidéo
Aqui encontra-se academia de musculação, escola, loja de móveis, mercadinho, lojas de roupas, restaurantes e lanchonetes, sendo que devido a estes dois últimos, apresenta grande movimentos aos sábados à noite, já que se pode encontrar música ao vivo e diversão após a semana de trabalho.
Rua Princesa Isabel
É uma Rua bastante valorizada do ponto de vista comercial, já que, embora apresente diversos estabelecimentos, tais como supermercado, mercadinhos, agência do Banco do Brasil, Hospital, lojas de roupas e artigos diversos, fica próxima do local onde se dá a feira semanal, o que incrementa ainda mais o movimento, além do que fica próxima ao terminal rodoviário e abriga o a Secretaria de Saúde, em cujo prédio localizava-se a antiga sede da Prefeitura Municipal.
As demais ruas citadas apresentam desde mercadinhos, funerária, agência da Caixa Econômica Federal, até autoescola.
Infraestrutura
Educação
Processo evolutivo
Tida como uma cidade dedicada à instrução dos seus cidadãos, Barbalha possui esta vocação desde tempos remotos.
A história educacional de Barbalha tem seu nascedouro em 1889, quando foi fundado o Gabinete de Leitura de Barbalha, sociedade filantrópica que visava oferecer educação de qualidade aos pobres. Foi responsável pelos estudos primários de muitos cearenses de renome.
Em 1903 houve a fundação do Colégio Leão XII, por iniciativa do Juiz de Comarca Manoel Soriano de Albuquerque, com padrões de ensino equiparadas às instituições das grandes cidades à época, no intuito de garantir a formação dos filhos dos grandes proprietários de terra. Este homem, a propósito, teve grande participação na formação da estrutura educacional de Barbalha, tanto que além do feito acima mencionado, também inaugurou o Colégio Coração de Maria, instituição dedicada à instrução para moças.
Com o intuito de erradicar o analfabetismo, foi fundada em 1917 a Liga Barbalhense Contra o Analfabetismo, seguindo uma tendência social da época. A liga manteve, desde sua fundação, duas escolas que funcionaram até pouco tempo, cedendo suas aulas à rede pública de educação.
Em 1945 foi fundado o Centro de Melhoramentos de Barbalha, entidade beneficente, não governamental, com o ideal de pleitear melhorias para a cidade. Sentindo a necessidade da existência de instituições particulares que cuidassem da educação moral e científica da juventude barbalhense, foram fundados os colégios Nossa Senhora de Fátima e o Ginásio Santo Antônio.
O Colégio Nossa Senhora de Fátima foi entregue à direção das madres beneditinas e se prestava à educação feminina. Contava com um internato e recebia alunas de várias cidades da região, bem como de outros estados.
O Ginásio Santo Antônio, dirigido pelos padres salvatorianos, educava o juventude do sexo masculino e também recebia alunos de várias cidades e estados vizinhos. Com o passar dos anos, o regime de internato nas duas instituições foi extinto, tornando-se, ambas, escolas mistas.
Em pleno funcionamento, são tidas como umas das mais tradicionais instituições de ensino particulares da região. Também pode-se mencionar o Colégio Lyrio Callou, originalmente Centro Educacional Lyrio Callou, nascido a partir do Gabinete de Leitura, já mencionado. Passou a ter o nome que hoje ostenta em 15 de abril de 1975.
Por conta de sua vocação para as ciências da saúde e por ser cidade polo na prestação de serviços nesta área a cidade abriga, desde 2001, o curso de medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) na região do Cariri.
A Escola de Artes Reitora Violeta Arraes de Alencar Gervaiseau foi inaugurada no dia de 29 de novembro de 2008, e passou a funcionar regularmente no Casarão-Hotel. Esta instituição é vinculada à URCA. Todavia, a despeito de seus serviços prestados à sociedade barbalhense e sua enorme contribuição ao cenário cultural desta Cidade, sua sede foi transferida para Juazeiro do Norte em 2011, embora não sem resistência por parte da categoria jornalística barbalhense e de vários cidadãos que não queriam perder este verdadeiro patrimônio. São ofertados, ainda, cursos superiores à distância de duas instituições privadas de ensino.
Turismo
Com amplo potencial turístico, a cidade se destaca na região por possuir atrativos de diversas naturezas. Esta atividade gera grande renda para o município.
Turismo ecológico
Por situar-se na encosta da Chapada do Araripe, a cidade conta com uma vasta área de floresta nativa repleta de fontes de água mineral e trilhas ecológicas. Além da área de proteção ambiental da Chapada do Araripe, reservas ecológicas particulares são encontradas em todo o pé da serra na cidade conferindo proteção e preservação ao importante ecossistema da flora e fauna regional, inclusive para espécies ameaçadas de extinção.
- Parque ecológico do Riacho do Meio: Abriga um sítio ecológico do Geopark Araripe, onde se encontram fontes e bicas de água mineral e trilhas demarcadas para visitação. Não é necessária autorização prévia para a visitação do local, mas se indica companhia de guia turístico, a despeito da sinalização nas trilhas ser boa, suficiente e estar em bom estado de conservação.
- Balneário do Caldas: Situado no distrito de Caldas a mais de 700 metros de altitude, é um local de lazer com piscinas, cascatas, restaurantes e quadras esportivas. A Estância hidromineral possui duas fontes naturais de águas termais. Chalés de veraneio e o Hotel das Fontes completam a estrutura do Balneário.
- Arajara Park: Localizado no distrito de Arajara, o parque temático está a 920 metros acima do nível do mar. Piscinas, toboáguas e equipamentos de lazer além de restaurante e bares estão à disposição do turista e da população local. Conta, ainda, com uma reserva particular que possui trilha ecológica aberta à visitação. No passeio é possível observar o Soldadinho do Araripe, ave típica da região, em seu habitat natural. A trilha termina na Gruta do Farias, uma das principais fontes de água mineral da Chapada do Araripe. Foi inaugurado em 21 de abril de 2002 e licenciado pela SEMACE e IBAMA.
Quanto ao Arajara Park, houve vozes dissidentes quando na fase de construção, visto seu alto grau de impacto ambiental, causada pela drástica alteração no cenário natural da localidade e pelo fluxo de pessoas e veículos no local .
Todavia, segundo a administração do parque, em seu próprio site, a construção do empreendimento foi benéfica, tanto para as pessoas, como para o ambiente natural, já que, antes da obra, havia muitas roças no local, feitas sem as devidas técnicas de plantio e preservação, além de corte de lenha, caça e outros fatores. Ainda segundo tal informação, hoje há diversos projetos de preservação, principalmente da mata ciliar.
Turismo histórico
Barbalha se destaca na região por possuir um vasto e preservado sítio arquitetônico composto por diversos prédios públicos e particulares, o que atrai estudiosos e interessados no turismo histórico. Contando com cerca de 40 prédios, o casario do Centro Histórico de Barbalha se caracteriza pela arquitetura do período imperial com prédios construídos nos séculos XVIII e XIX.
O Centro Histórico de Barbalha se localiza no centro da cidade, numa área que compreende aproximadamente 20 ruas. Seus limites vão desde o entorno do largo do rosário até o largo do Colégio Nossa senhora de Fátima e da Rua do Vidéo à Praça Engenheiro Dória (Estação). Além das históricas Igreja Matriz de Santo Antônio e Igreja de Nossa Senhora do Rosário, prédios como o antigo Casarão Hotel e Palácio 3 de Outubro fazem parte da composição.
Turismo rural
A zona rural da cidade conta com várias comunidades que vivem basicamente da agricultura, com destaque para o cultivo da cana-de-açúcar e feitura da rapadura. A visitação aos engenhos e a oportunidade de conhecer e experimentar o doce típico da cidade no momento em que está sendo feito, atrai muitas pessoas aos sítios, principalmente comitivas de romeiros, que vêm de Juazeiro do Norte nas épocas em que a peregrinação religiosa atinge seu pico. É muito comum ônibus lotados visitarem engenhos no Sítio Venha-Ver.
Tem destaque o corredor rural que vai do sítio Venha-ver até o distrito de Estrela, onde se concentra a maioria dos engenhos da região.
Cultura e folclore
Tida como um dos maiores celeiros de cultura popular do interior do Brasil, atrai milhares de turistas todos os anos durante os festejos do padroeiro Santo Antônio. São vários os grupos folclóricos e folguedos juninos compostos por cidadãos das diversas comunidades rurais e dos bairros da cidade. A preocupação de passar as tradições culturais de pai para filho torna a inserção de jovens nos grupos folclóricos uma prática comum do local. Os jovens são ensinados pelos “mestres” que coordenam os grupos.
Festa de Santo Antônio
O maior festejo popular da cidade acontece no mês de junho e é alusivo ao padroeiro da cidade, Santo Antônio. A festa dura em média 15 dias e é uma das maiores festas juninas do Brasil. Além da realização da tradicional trezena religiosa em homenagem ao santo padroeiro, ocorrem os festejos sociais como a quermesse e shows de grande porte no Parque da Cidade. A festa tem início com o dia do Pau da Bandeira, tradição local com mais de 100 anos de existência. Neste dia, o primeiro da Festa de Santo Antônio, os homens devotos vão às cinco horas da manha em busca do mastro, previamente escolhido e preparado, em um sítio localizado no pé da serra há 6 km de distância do centro da cidade. Acompanhados por uma multidão de pessoas, os homens trazem o Pau da Bandeira nos ombros até a frente da Igreja Matriz de Santo Antônio para hastear a bandeira do padroeiro e simbolizar que a cidade está em festa.
Concomitante a isto, pela manhã, acontece o tradicional cortejo folclórico, onde todos os grupos da cidade se apresentam na principal rua do Centro Histórico. Durante todo o dia, até a chegada do Pau da Bandeira, milhares de pessoas se aglomeram pelas ruas do Centro histórico da cidade assistindo a shows típicos nos polos artísticos, desfilando em blocos ou simplesmente esperando o grande momento da festa, a passagem do Pau da Bandeira até a “rua da igreja” para o seu hasteamento.
É uma festa que mescla o sagrado e o profano e encontra-se no nebuloso eixo entre ambos os conceitos, o que sempre deu certos cuidados à Igreja Católica, de forma que, no momento em que se hasteia o Pau-da-Bandeira, as portas da Igreja da Matriz encontram-se fechadas. É um detalhe bem simbólico, pois denota a preocupação da referida instituição em segregar ambos os aspectos e definir, ou, ao menos, tentar, no papel, os limites da festa.
Tem como padroeiro Santo Antônio, o casamenteiro, e apresenta vários prédios e locais históricos, preservando nuances coloniais.
É a terra natal do padre Monsenhor Murilo, dos advogados Hermes Carleial e Cláudio Martins, dos médicos Leão Sampaio, Mozart Cardoso de Alencar e Lyrio Callou, do engenheiro Joaquim Francisco de Paula e dos jornalistas Edilmar Norões e José Bernardino Carvalho Leite.
Etimologia
O topônimo Barbalha é alusivo ao nome de uma moradora de um sítio da região cuja casa servia de albergue para tropeiros de gado, que traziam rebanhos de Pernambuco, para passarem os períodos de estiagem na região da Chapada do Araripe. Por ser proprietária do principal ponto de apoio e hospedagem da região, tornou-se bastante conhecida por sua hospitalidade, o que contribuiu para que a localidade herdasse seu nome.
A denominação original da cidade era Freguesia do Santo Antônio de Barbalha. Em 1838 adotou-se o nome Barbalha.
História
As terras localizadas às margens do Riacho Salamanca eram habitadas pelos índios Kariri, antes da chegada das entradas no interior brasileiro, durante o século XVII.
Os integrantes das entradas, militares e religiosos, mantiveram os primeiros contatos com os nativos, estudaram todas as regiões dos Cariri, catequizaram os indígenas e os agruparam em aldeamentos ou missões. Este contato entre exploradores e nativos repercutiu profundamente na formação cultural do lugar, principalmente no que tange à difusão de "entes do imaginário popular", tais como "papafigo, pai-da-mata, rasga-mortalha, almas do outro mundo, lobisomem, o diabo, entre outros".
Os resultados destes contatos e descobrimentos desencadearam notícias de que na região existiria ouro em abundância e em seguida desencadeou-se uma corrida para os sertões brasileiros, onde famílias oriundas de Portugal, sonhando com as riquezas de terras inexploradas e com a esperança de encontrar ouro. Queriam enriquecer e aumentar seu prestigio pessoal perante a corte portuguesa.
A busca do metal precioso, nas ribanceiras do Rio Salgado, trouxe para a região do Sertão do Cariri, a colonização e com consequência a doação de sesmarias, o que permitiu o surgimento de lugarejos e vilas. Deste contexto surge Barbalha, um núcleo urbano que cresce ao redor da capela de Santo Antônio fundada nas terras de Francisco Magalhães Barreto e Sá, que era parente de Mem de Sá, terceiro Governador-Geral do Brasil. De Francisco Magalhães descende a família Sá Barreto, cujos membros incluem Cid Feijó Sampaio e seu sobrinho-neto Eduardo Campos, governadores de Pernambuco, Leão Sampaio, Deputado Federal, Gregório Pereira Pinto, patriarca de Terra Nova-PE, Luiz Filgueiras Sampaio empresário, Argemiro Sampaio, prefeito de Barbalha e diversas outras personalidades de destaque no cenário regional. A cidade participou de importantes momentos da história nacional. A Revolução Pernambucana de 1817, a no Guerra de Independência do Brasil Maranhão e a Confederação do Equador tiveram a participação do Capitão-mor do Crato, o baiano José Pereira Filgueiras que residia no Sítio São Paulo, neste município, com a participação de Bárbara de Alencar e seus filhos Tristão Alencar Araripe e José Martiniano de Alencar (pai do escritor José de Alencar). Dessas famílias descendem Antônio Correia Sampaio Filgueiras que participou da construção da Igreja do Rosário e Romão Pereira Filgueiras Sampaio prefeito de Salgueiro-PE. Importante para a história do município foi também a Casa Sampaio e a Engenho Tupinambá, da família Sá Barreto Sampaio.
A cidade, situada na Chapada do Araripe, servia como um verdadeiro oásis na paisagem árida do Sertão Nordestino e atraiu a instalação de engenhocas de rapadura, de onde baseou sua economia os primeiros séculos de sua história, no século XIX passou a abrigar alguns empreendimentos comerciais e no século XX assumiu a sua vocação no setor de serviços.
Em 1926, passaram pela cidade Lampião e seu bando, que estavam a caminho de Juazeiro do Norte para integrar o Batalhão Patriótico. Por esta ocasião conversou com líderes locais e jornalistas.
Há registros de que a cidade, ainda em seu estágio embrionário, sofreu um saque empreitado por um grupo composto por, aproximadamente, 2000 jagunços, os quais pilharam os valores que encontraram, e atearam fogo em milhares de contos de réis, causando um impacto na economia local e impedindo o crescimento do lugarzinho, que desfrutava de relativa prosperidade. Houve, ainda, um segundo saque, mas bem depois do primeiro. Desta vez, o fato se deu quando da modificação do traçado da Rede de Viação Cearense (RVC). Todavia, em 1950, a ferrovia, enfim chegou, junto com a eletricidade, vinda de Paulo Afonso, em 1961. Assim, a cidade voltou a crescer.
Os padres salvatorianos tem destacada atuação no âmbito cultural e educacional da cidade, além do religioso. Por muitos anos dirigiram o Colégio Santo Antônio e coordenam os festejos de santo padroeiro no mês de junho. Dentre os religiosos dessa congregação estão Padre Agostinho Mascarenhas, Padre Mário, Padre Renato Simoneto, dentre outros. Padre Agostinho foi, além pároco, diretor do referido colégio, conselheiro e líder espiritual animando a vida religiosa quando convidou a Comunidade Católica Shalom para criar um núcleo em Barbalha. A julgar pela quantidade de referências presentes na cidade: Biblioteca Municipal Padre Agostinho, Rua Padre Agostinho Mascarenhas, Residencial Padre Agostinho, dentre outros, padre Agostinho deixou uma marca especial na cidade. O referido religioso está enterrado na Igreja Matriz de Santo Antônio.
Formação administrativa
Em 30 de agosto de 1838 é criado pela Lei Provincial n° 130 o distrito de Barbalha, subordinado ao município do Crato. Em 17 de agosto de 1846, data de sua emancipação política, o então distrito é desmembrado do Crato e elevado à condição de vila com a denominação de Barbalha, pela Lei Provincial nº 374.
Em 30 de agosto de 1876 foi elevada à categoria de cidade pela Lei nº 1.740. Contava apenas com o distrito sede (Barbalha).
Pelo ato estadual de 15 de setembro de 1904, é criado o distrito de Cajazeiras e anexado ao município de Barbalha. Tal distrito recebe nova denominação em 30 de Dezembro de 1943 pelo Decreto-Lei Estadual nº 1.114, passando a denominar-se Arajara. Em divisão territorial datada de 1 de julho de 1950, o município é constituído de dois distritos: Barbalha(sede) e Arajara, permanecendo desta maneira até 1991.
Em 23 de abril de 1991, é criado pela Lei Municipal nº 1.147 o distrito de Estrela. Este é anexado ao município de Barbalha e em divisão territorial datada de 1 de junho de 1995, o município é constituído de 3 distritos: Barbalha (sede), Arajara e Estrela, permanecendo assim até o ano de 2005.
Pela Lei Municipal nº 1.499, de 28 de fevereiro de 2002, é criado o distrito de Caldas dentro município de Barbalha. Em divisão territorial datada de 2007, o município é constituído de quatro distritos: Barbalha (sede), Arajara, Caldas e Estrela.
Na Sede, os principais bairros são: Centro, Bairro do Rosário, Bairro de Fátima, Cirolândia (nome dado em homenagem a Ciro Gomes), Populares, Malvinas, dentre outros. No Distrito Estrela, há alguns sítios: Lagoa, Sítio Estrela, Novo Horizonte, Venha-Ver, Bulandeira etc.
Geografia
Situado ao lado norte da Chapada do Araripe, o município tem dois tipos principais de solo: latossolo e sedimentar. Mas também encontram-se solos pozólicos, litólicos, e aluviais. Devido ao solo sedimentar, são encontrados, frequentemente, principalmente nos locais mais próximos à encosta da chapada, fósseis de diferentes espécies de plantas, microorganismos e animais. As principais elevações são as serras e serrotes, com destaque para o chapadão da Serra do Araripe. Já a bacia sedimentar se caracteriza por formar aquíferos que alimentam as diversas fontes existentes por toda a área da chapada.
Hidrografia e recursos hídricos
Barbalha se encontra nos domínios da Sub-bacia Hidrográfica do Rio Salgado. Ademais, podem-se distinguir, em Barbalha, dois grandes domínios hidrogeológicos: rochas sedimentares e depósitos aluvionares. O rio Salamanca, principal curso fluvial do município, surge a partir do escoamento da água das nascentes da Chapada do Araripe. É responsável pela irrigação dos canaviais e demais plantações ao longo do seu leito que deságua no Rio Salgado.
O município não conta com açudes e reservatórios de grande volume. As principais fontes de água são as nascentes da serra que suprem as necessidades da cidade e dos sítios, no que diz respeito ao consumo humano, animal e irrigação, e à produção industrial. As principais drenagens que ocorrem no Município são o Rio Salamanca e os riachos Santana, Missão, Macacos e Jardim.
Há, no Município, duas empresas que exploram uma fonte de água mineral, cada, engarrafando-a e comercializando-a. Podem ser encontrados em seu território aproximadamente 124 poços tubulares, dos quais 38 são públicos e 86 são de propriedade particular. Os Distritos do Caldas e Arajara são ricos em fontes, riachos e reservatórios de água. Conta com vários geossítios, entre eles o Riacho do Meio com várias fontes naturais.
Clima
O clima de Barbalha é tropical As na área serrana e semiárido nas áreas mais baixas, com chuvas concentradas entre dezembro e abril e índice pluviométrico de 1.060 milímetros (mm) anuais. A média das temperaturas máximas diárias se encontra entre 30 °C a 35 °C na maior parte do ano. Nos meses de maio a agosto o clima é relativamente mais ameno, principalmente durante a noite e madrugada. Em um ano a insolação ultrapassa 2.900 horas.
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), de 1973 a 2021 a menor temperatura registrada em Barbalha foi de 12,6 °C, em 11 de agosto de 1976 e a maior atingiu 39,2 °C, em 19 de outubro de 2016. O maior acumulado de precipitação registrado em 24 horas alcançou 200,8 mm, em 13 de abril de 1974, seguido por 186,8 mm, em 23 de abril de 2015 e 163,9 mm, em 15 de janeiro de 1979. O mês de maior precipitação foi março de 2008, com 593,8 mm.
Flora e fauna
A vegetação é bastante diversificada, apresentando domínios de cerradão, caatinga e cerrado, bem como de várias comunidades vegetais, como a floresta subcaducifólia tropical xeromorfa (cerradão), a floresta subperenifólia tropical plúvio-nebular (mata úmida ou serrana), a floresta subcaducifólia tropical pluvial (mata seca) e a floresta caducifólia espinhosa (caatinga arbórea). Dentro de sua área encontra-se a Floresta Nacional do Araripe.
Árvore de cerrado bastante comum é o piquizeiro (piqui), cuja semente do fruto é deveras utilizado na alimentação e, na medicina popular, como anti-inflamatório, fato que, recentemente, vem ganhando estudos científicos, que apontam no sentido de confirmar o conhecimento popular. Note-se que este piqui a que se refere, o Caryocar coriaceum, é diferente do Pequi (Caryocar brasiliense) encontrado em Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. Outra árvore, que não é natural da região, mas que se adaptou muito bem ao clima e que está bastante presente nas localidades rurais do município, é a mangueira (Mangifera indica). Sua fruta tem valor comercial e sua produção é sazonal. Há diversas variedades, como manga rosa, espada, barbalha e outras
Na fauna, são encontradas espécies de animais, como a onça-parda, o lobo-guará e o sagui. Este último, por ter seu habitat natural e recursos diminuídos, vem aparecendo cada vez mais no ambiente urbano, onde encontra alimentação e abrigo. Uma espécie endêmica, encontrada única e exclusivamente na área da Chapada do Araripe, é o soldadinho-do-araripe (Antilophia Bokermanni), pássaro raro, territorialista, frugívoro que, segundo especialistas, só é visto nos municípios de Barbalha, Crato e Missão Velha. Tem cerca e 15 cm de cumprimento e 20 gramas de massa corporal. Sua principal característica é o topete vermelho sobre o bico, presente apenas no macho. Seus principais predadores são o sagui e o gambá.
Esta espécie é, oficialmente, a ave símbolo de Barbalha, desde 2009, com o Decreto Municipal n° 24, do mesmo ano. Infelizmente está ameaçada de extinção e é muito comum no comércio ilegal de animais. Por este motivo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) iniciou o Plano Nacional para Conservação do Soldadinho do Araripe, lançando livro com mesmo título.[34] Também há certa valorização pela legislação municipal.
Economia
A economia do município de Barbalha tem sua base em vários âmbitos da economia produtiva e geradora de renda.
Agricultura
Tradicional polo agrícola da região do Cariri, é responsável por grande parte da produção de gêneros alimentícios como frutas, verduras, legumes e hortaliças em geral. Possui uma grande área de plantio de cana-de-açúcar, com uma produção média de 22.750 toneladas por ano, fato que lhe confere o título de terra dos verdes canaviais. A cidade detém grande parte dos engenhos de rapadura ativos na região além da usina de açúcar Manoel Costa Filho (atualmente desativada). Também há cultivos experimentais de algodão feitos pela Embrapa.
Por conta do grande potencial para o agronegócio a cidade abriga, desde 2012, a Ceasa da região do Cariri. Observa-se discreta produção pecuária representada pela presença de rebanhos de caprinos, suínos e aves.
Indústria
A produção industrial do município é relevante. Com número crescente de unidades industriais instaladas, a cidade conta com um parque industrial diverso, formado por firmas de beneficiamento de gêneros alimentícios e bebidas; fábricas de médio porte produtoras de calçados, vestuário e cerâmica. Alguns empreendimentos industriais têm importância regional, como a ITAPUÍ S.A. - antiga IBACIP (Indústria Barbalhense de Cimento Portland), concessão da Cimento Nassau; a FARMACE, indústria química e farmacêutica; a indústria metalúrgica Bom Sinal e a IBK, produtora de borracha e derivados. Igualmente importante é fazer menção à fábrica de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), chamada Bom Sinal.
Dada a fase de crescimento econômico em que o Cariri se encontra, Barbalha acompanha a tendência regional apresentando grande crescimento no setor de construção civil, serviços e, principalmente, turismo visto sua privilegiada situação geográfica ao sopé da Chapada do Araripe. A cidade, que, em 1996, tinha em seu território apenas uma fábrica de calçados, passou, no ano de 2006, a abrigar nove indústrias do mesmo ramo. Isto significa um aumento de 8 indústrias em 10 anos, um percentual de 800%!
Outro dado importante é que o número de empregos formais tem aumentado junto com a indústria. Em 1996, havia apenas 1.459 postos de emprego no ramo da indústria, sendo que apenas 77 eram na indústria calçadista. Em 2006 os números mudaram: 1.793 postos de emprego na indústria como um todo e 503, considerando apenas a indústria calçadista.
Pode-se dizer, que o chamado "Governo das Mudanças" influenciou neste crescimento, já que partia do pressuposto que o desenvolvimento só seria alcançado pela promoção industrial. A partir desse pensamento, houve a interiorização da indústria. Este foi um movimento bem parecido com o ocorrido na década de 1950. Outro fator é a melhoria da qualidade de vida da população, bem como de alguns indicadores sociais, como a taxa de alfabetização da população e o aumento da média do tempo de estudo, o que qualifica mais a mão de obra e permite serviços mais avançados, e também a diminuição da mortalidade infantil.
Comércio e serviços
O comércio de Barbalha tem sua principal expressão na feira semanal que ocorre aos sábados, nas proximidades do Mercado Municipal, feira esta, onde se pode encontrar desde frutas e legumes, cereais e outros gêneros alimentícios, até artigos em couro e vestimentas. Diversas barracas e camelôs se espraem pelas ruas, o que de forma colateral, gera grande quantidade de lixo.
Quanto ao comércio formal, podem ser citadas como principais pontos os seguintes locais: Rua do Vidéo, Rua Princesa Isabel, Rua Pero Coelho, Neroly Filgueira e Rua Cel. João Coelho (CE-060).
Rua do Vidéo
Aqui encontra-se academia de musculação, escola, loja de móveis, mercadinho, lojas de roupas, restaurantes e lanchonetes, sendo que devido a estes dois últimos, apresenta grande movimentos aos sábados à noite, já que se pode encontrar música ao vivo e diversão após a semana de trabalho.
Rua Princesa Isabel
É uma Rua bastante valorizada do ponto de vista comercial, já que, embora apresente diversos estabelecimentos, tais como supermercado, mercadinhos, agência do Banco do Brasil, Hospital, lojas de roupas e artigos diversos, fica próxima do local onde se dá a feira semanal, o que incrementa ainda mais o movimento, além do que fica próxima ao terminal rodoviário e abriga o a Secretaria de Saúde, em cujo prédio localizava-se a antiga sede da Prefeitura Municipal.
As demais ruas citadas apresentam desde mercadinhos, funerária, agência da Caixa Econômica Federal, até autoescola.
Infraestrutura
Educação
Processo evolutivo
Tida como uma cidade dedicada à instrução dos seus cidadãos, Barbalha possui esta vocação desde tempos remotos.
A história educacional de Barbalha tem seu nascedouro em 1889, quando foi fundado o Gabinete de Leitura de Barbalha, sociedade filantrópica que visava oferecer educação de qualidade aos pobres. Foi responsável pelos estudos primários de muitos cearenses de renome.
Em 1903 houve a fundação do Colégio Leão XII, por iniciativa do Juiz de Comarca Manoel Soriano de Albuquerque, com padrões de ensino equiparadas às instituições das grandes cidades à época, no intuito de garantir a formação dos filhos dos grandes proprietários de terra. Este homem, a propósito, teve grande participação na formação da estrutura educacional de Barbalha, tanto que além do feito acima mencionado, também inaugurou o Colégio Coração de Maria, instituição dedicada à instrução para moças.
Com o intuito de erradicar o analfabetismo, foi fundada em 1917 a Liga Barbalhense Contra o Analfabetismo, seguindo uma tendência social da época. A liga manteve, desde sua fundação, duas escolas que funcionaram até pouco tempo, cedendo suas aulas à rede pública de educação.
Em 1945 foi fundado o Centro de Melhoramentos de Barbalha, entidade beneficente, não governamental, com o ideal de pleitear melhorias para a cidade. Sentindo a necessidade da existência de instituições particulares que cuidassem da educação moral e científica da juventude barbalhense, foram fundados os colégios Nossa Senhora de Fátima e o Ginásio Santo Antônio.
O Colégio Nossa Senhora de Fátima foi entregue à direção das madres beneditinas e se prestava à educação feminina. Contava com um internato e recebia alunas de várias cidades da região, bem como de outros estados.
O Ginásio Santo Antônio, dirigido pelos padres salvatorianos, educava o juventude do sexo masculino e também recebia alunos de várias cidades e estados vizinhos. Com o passar dos anos, o regime de internato nas duas instituições foi extinto, tornando-se, ambas, escolas mistas.
Em pleno funcionamento, são tidas como umas das mais tradicionais instituições de ensino particulares da região. Também pode-se mencionar o Colégio Lyrio Callou, originalmente Centro Educacional Lyrio Callou, nascido a partir do Gabinete de Leitura, já mencionado. Passou a ter o nome que hoje ostenta em 15 de abril de 1975.
Por conta de sua vocação para as ciências da saúde e por ser cidade polo na prestação de serviços nesta área a cidade abriga, desde 2001, o curso de medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) na região do Cariri.
A Escola de Artes Reitora Violeta Arraes de Alencar Gervaiseau foi inaugurada no dia de 29 de novembro de 2008, e passou a funcionar regularmente no Casarão-Hotel. Esta instituição é vinculada à URCA. Todavia, a despeito de seus serviços prestados à sociedade barbalhense e sua enorme contribuição ao cenário cultural desta Cidade, sua sede foi transferida para Juazeiro do Norte em 2011, embora não sem resistência por parte da categoria jornalística barbalhense e de vários cidadãos que não queriam perder este verdadeiro patrimônio. São ofertados, ainda, cursos superiores à distância de duas instituições privadas de ensino.
Turismo
Com amplo potencial turístico, a cidade se destaca na região por possuir atrativos de diversas naturezas. Esta atividade gera grande renda para o município.
Turismo ecológico
Por situar-se na encosta da Chapada do Araripe, a cidade conta com uma vasta área de floresta nativa repleta de fontes de água mineral e trilhas ecológicas. Além da área de proteção ambiental da Chapada do Araripe, reservas ecológicas particulares são encontradas em todo o pé da serra na cidade conferindo proteção e preservação ao importante ecossistema da flora e fauna regional, inclusive para espécies ameaçadas de extinção.
- Parque ecológico do Riacho do Meio: Abriga um sítio ecológico do Geopark Araripe, onde se encontram fontes e bicas de água mineral e trilhas demarcadas para visitação. Não é necessária autorização prévia para a visitação do local, mas se indica companhia de guia turístico, a despeito da sinalização nas trilhas ser boa, suficiente e estar em bom estado de conservação.
- Balneário do Caldas: Situado no distrito de Caldas a mais de 700 metros de altitude, é um local de lazer com piscinas, cascatas, restaurantes e quadras esportivas. A Estância hidromineral possui duas fontes naturais de águas termais. Chalés de veraneio e o Hotel das Fontes completam a estrutura do Balneário.
- Arajara Park: Localizado no distrito de Arajara, o parque temático está a 920 metros acima do nível do mar. Piscinas, toboáguas e equipamentos de lazer além de restaurante e bares estão à disposição do turista e da população local. Conta, ainda, com uma reserva particular que possui trilha ecológica aberta à visitação. No passeio é possível observar o Soldadinho do Araripe, ave típica da região, em seu habitat natural. A trilha termina na Gruta do Farias, uma das principais fontes de água mineral da Chapada do Araripe. Foi inaugurado em 21 de abril de 2002 e licenciado pela SEMACE e IBAMA.
Quanto ao Arajara Park, houve vozes dissidentes quando na fase de construção, visto seu alto grau de impacto ambiental, causada pela drástica alteração no cenário natural da localidade e pelo fluxo de pessoas e veículos no local .
Todavia, segundo a administração do parque, em seu próprio site, a construção do empreendimento foi benéfica, tanto para as pessoas, como para o ambiente natural, já que, antes da obra, havia muitas roças no local, feitas sem as devidas técnicas de plantio e preservação, além de corte de lenha, caça e outros fatores. Ainda segundo tal informação, hoje há diversos projetos de preservação, principalmente da mata ciliar.
Turismo histórico
Barbalha se destaca na região por possuir um vasto e preservado sítio arquitetônico composto por diversos prédios públicos e particulares, o que atrai estudiosos e interessados no turismo histórico. Contando com cerca de 40 prédios, o casario do Centro Histórico de Barbalha se caracteriza pela arquitetura do período imperial com prédios construídos nos séculos XVIII e XIX.
O Centro Histórico de Barbalha se localiza no centro da cidade, numa área que compreende aproximadamente 20 ruas. Seus limites vão desde o entorno do largo do rosário até o largo do Colégio Nossa senhora de Fátima e da Rua do Vidéo à Praça Engenheiro Dória (Estação). Além das históricas Igreja Matriz de Santo Antônio e Igreja de Nossa Senhora do Rosário, prédios como o antigo Casarão Hotel e Palácio 3 de Outubro fazem parte da composição.
Turismo rural
A zona rural da cidade conta com várias comunidades que vivem basicamente da agricultura, com destaque para o cultivo da cana-de-açúcar e feitura da rapadura. A visitação aos engenhos e a oportunidade de conhecer e experimentar o doce típico da cidade no momento em que está sendo feito, atrai muitas pessoas aos sítios, principalmente comitivas de romeiros, que vêm de Juazeiro do Norte nas épocas em que a peregrinação religiosa atinge seu pico. É muito comum ônibus lotados visitarem engenhos no Sítio Venha-Ver.
Tem destaque o corredor rural que vai do sítio Venha-ver até o distrito de Estrela, onde se concentra a maioria dos engenhos da região.
Cultura e folclore
Tida como um dos maiores celeiros de cultura popular do interior do Brasil, atrai milhares de turistas todos os anos durante os festejos do padroeiro Santo Antônio. São vários os grupos folclóricos e folguedos juninos compostos por cidadãos das diversas comunidades rurais e dos bairros da cidade. A preocupação de passar as tradições culturais de pai para filho torna a inserção de jovens nos grupos folclóricos uma prática comum do local. Os jovens são ensinados pelos “mestres” que coordenam os grupos.
Festa de Santo Antônio
O maior festejo popular da cidade acontece no mês de junho e é alusivo ao padroeiro da cidade, Santo Antônio. A festa dura em média 15 dias e é uma das maiores festas juninas do Brasil. Além da realização da tradicional trezena religiosa em homenagem ao santo padroeiro, ocorrem os festejos sociais como a quermesse e shows de grande porte no Parque da Cidade. A festa tem início com o dia do Pau da Bandeira, tradição local com mais de 100 anos de existência. Neste dia, o primeiro da Festa de Santo Antônio, os homens devotos vão às cinco horas da manha em busca do mastro, previamente escolhido e preparado, em um sítio localizado no pé da serra há 6 km de distância do centro da cidade. Acompanhados por uma multidão de pessoas, os homens trazem o Pau da Bandeira nos ombros até a frente da Igreja Matriz de Santo Antônio para hastear a bandeira do padroeiro e simbolizar que a cidade está em festa.
Concomitante a isto, pela manhã, acontece o tradicional cortejo folclórico, onde todos os grupos da cidade se apresentam na principal rua do Centro Histórico. Durante todo o dia, até a chegada do Pau da Bandeira, milhares de pessoas se aglomeram pelas ruas do Centro histórico da cidade assistindo a shows típicos nos polos artísticos, desfilando em blocos ou simplesmente esperando o grande momento da festa, a passagem do Pau da Bandeira até a “rua da igreja” para o seu hasteamento.
É uma festa que mescla o sagrado e o profano e encontra-se no nebuloso eixo entre ambos os conceitos, o que sempre deu certos cuidados à Igreja Católica, de forma que, no momento em que se hasteia o Pau-da-Bandeira, as portas da Igreja da Matriz encontram-se fechadas. É um detalhe bem simbólico, pois denota a preocupação da referida instituição em segregar ambos os aspectos e definir, ou, ao menos, tentar, no papel, os limites da festa.
Não é errôneo dizer que esta prática, em seu nascedouro, foi fomentada pelo Padre Ibiapina, que durante algum tempo prestou serviços de caridade à população.
A partir de então até o dia de Santo Antônio, 13 de Junho, shows e comidas típicas são encontrados na tradicional quermesse que acontece sempre após a missa, na rua da Matriz. Shows de grande porte são oferecidos à população no parque da cidade que conta também com barracas e parques de diversão.
No dia 13 de Junho acontece a procissão de Santo Antônio, que reúne milhares de pessoas vindas de todas as comunidades do município, além de cidades vizinhas. O carro andor com a imagem do padroeiro em tamanho natural é acompanhado pelas estatuas dos padroeiros das capelas de todas as comunidades e segue em cortejo pelas principais ruas da cidade.
Os Penitentes
Ponto importante a se enfatizar no contexto cultural e religioso barbalhense é o Grupo dos Penitentes. Os integrantes desta manifestação religiosa se autoflagelam (mortificação do corpo) como meio de atingir a salvação da alma após a morte. Embora o autoflagelo seja a principal expressão que demarca esta irmandade, as penitências são mais diversificadas, incluindo longas caminhadas ao mesmo tempo em que rezam, mendicância itinerante, privações materiais, etc. Pode-se dizer que esta irmandade é uma forma de exteriorização da religião católica na Região do Cariri, já que, além de Barbalha, também aparecem em Juazeiro, por exemplo. Os Penitentes fazem parte do roteiro explorado pela Organização da Festa de Santo Antônio.
O Reisado
O Reisado é uma brincadeira, uma espécie de teatro nômade, em que um grupo de brincantes se conta uma narrativa que não tem começo ou fim e não é determinada, pois pode mudar por diversos motivos. Segundo os brincantes: "Uma viagem que vem do começo do mundo". Durante a andança, ocorrem paradas, espécies de pontos de checagem, ocasiões em que contam para aqueles ao redor, interagindo com eles, sobre o que aconteceu na viagem até o momento. Manifestação popular que junta os aspectos lúdico (cômico) e heroico (épico).Os brincantes interpretam reis, rainhas, santos ou guerreiros.
Festas locais
Cada localidade do Município tem seu padroeiro e a respectiva festa. Comumente também se hasteia um pau da bandeira. No Distrito da Arajara se homenageia a Imaculada Conceição; No Sítio Lagoa, a padroeira é Santa Luzia; No Distrito Estrela, o santo patrono é São João Batista, assim como no Brejão. Embora com as diferenças de dimensão e pequenas peculiaridades de cada localidade, os festejos tem o rito bastante parecido com o do Pau da Bandeira de Santo Antônio.
Cine teatro
O Cine Teatro Neroly Filgueira abriga diversos acontecimentos culturais, de entretenimento e, por vezes, até políticos.
A partir de então até o dia de Santo Antônio, 13 de Junho, shows e comidas típicas são encontrados na tradicional quermesse que acontece sempre após a missa, na rua da Matriz. Shows de grande porte são oferecidos à população no parque da cidade que conta também com barracas e parques de diversão.
No dia 13 de Junho acontece a procissão de Santo Antônio, que reúne milhares de pessoas vindas de todas as comunidades do município, além de cidades vizinhas. O carro andor com a imagem do padroeiro em tamanho natural é acompanhado pelas estatuas dos padroeiros das capelas de todas as comunidades e segue em cortejo pelas principais ruas da cidade.
Os Penitentes
Ponto importante a se enfatizar no contexto cultural e religioso barbalhense é o Grupo dos Penitentes. Os integrantes desta manifestação religiosa se autoflagelam (mortificação do corpo) como meio de atingir a salvação da alma após a morte. Embora o autoflagelo seja a principal expressão que demarca esta irmandade, as penitências são mais diversificadas, incluindo longas caminhadas ao mesmo tempo em que rezam, mendicância itinerante, privações materiais, etc. Pode-se dizer que esta irmandade é uma forma de exteriorização da religião católica na Região do Cariri, já que, além de Barbalha, também aparecem em Juazeiro, por exemplo. Os Penitentes fazem parte do roteiro explorado pela Organização da Festa de Santo Antônio.
O Reisado
O Reisado é uma brincadeira, uma espécie de teatro nômade, em que um grupo de brincantes se conta uma narrativa que não tem começo ou fim e não é determinada, pois pode mudar por diversos motivos. Segundo os brincantes: "Uma viagem que vem do começo do mundo". Durante a andança, ocorrem paradas, espécies de pontos de checagem, ocasiões em que contam para aqueles ao redor, interagindo com eles, sobre o que aconteceu na viagem até o momento. Manifestação popular que junta os aspectos lúdico (cômico) e heroico (épico).Os brincantes interpretam reis, rainhas, santos ou guerreiros.
Festas locais
Cada localidade do Município tem seu padroeiro e a respectiva festa. Comumente também se hasteia um pau da bandeira. No Distrito da Arajara se homenageia a Imaculada Conceição; No Sítio Lagoa, a padroeira é Santa Luzia; No Distrito Estrela, o santo patrono é São João Batista, assim como no Brejão. Embora com as diferenças de dimensão e pequenas peculiaridades de cada localidade, os festejos tem o rito bastante parecido com o do Pau da Bandeira de Santo Antônio.
Cine teatro
O Cine Teatro Neroly Filgueira abriga diversos acontecimentos culturais, de entretenimento e, por vezes, até políticos.
Canções em homenagem à cidade
Devido aos seus inúmeros fascínios, a cidade ganhou homenagens de vários músicos de peso, criando verdadeiros hinos não oficiais. Todavia é na época da Festa de Santo Antônio de Barbalha embalada pela animação popular que duas grandes músicas se destacam; A primeira é a Festa de Santo Antônio, de Luiz Gonzaga, conhecida nacionalmente e a segunda música, Linda Barbalha de Alcymar Monteiro. Ambas extrapolam os limites de simples canções sendo consideradas hinos da identidade cultural da cidade a estufar o peito de seus cidadãos de orgulho.
Esportes
Os esportes mais praticados em Barbalha são o futebol e o futsal, mormente nas escolas, mas também é comum ver pessoas praticando vôlei ou caminhada (corrida/jogging/cooper) e ciclismo, bem como musculação.
Algumas escolas, como o Colégio Nossa Senhora de Fátima, o Colégio Santo Antônio e o Centro Educacional Lyrio Callou promovem, anualmente, jogos de diversas modalidades, que vão desde futsal, natação, carimba (queimada), vôlei, e basquete, até tênis de mesa, e xadrez.
Existe no Município um time de futebol disputando o Campeonato Cearense. É o Barbalha Futebol Clube, que tem mandado seus jogos no Estádio Lírio Callou, mais conhecido por Inaldão. Em 2014, o disputou pela primeira vez a copa do Brasil, onde foi eliminado na primeira fase pelo Cuiabá EC. Em 2019, pela primeira vez em sua história chegou a disputar a primeira divisão do Campeonato Cearense, tendo terminado a primeira fase na primeira colocação, que lhe garantiu vaga para copa do Brasil em 2020.
Há, também, um campeonato municipal, o Campeonato Barbalhense, que é organizado em 1ª, 2ª e 3ª divisões. São alguns dos clubes participantes: Malvinense, Novo Rosário, Família Coutinho(time de Pikachu e do grande atleta das cabeceiras, negão e família.), Atlético Rosário,Time das almas, Grêmio, Vitória, Perboni, Caldas, Bela Vista, Gama, Buriti, Matonense, Malvinense, Imperial, Cirolândia, Cabeceiras, Santa Cruz e Internacional. Os jogos são realizados no Inaldão.
Surgiu, em 2012, na Cidade um time de futebol americano, o Araripe Soldiers, que realiza ações sociais, como o ensino do inglês a jovens carentes, através da prática do esporte, bem como apoio ao IACC (Instituto de Apoio à Criança com Câncer). O time treina no Inaldão.
Referência para o texto: Wikipédia .
Devido aos seus inúmeros fascínios, a cidade ganhou homenagens de vários músicos de peso, criando verdadeiros hinos não oficiais. Todavia é na época da Festa de Santo Antônio de Barbalha embalada pela animação popular que duas grandes músicas se destacam; A primeira é a Festa de Santo Antônio, de Luiz Gonzaga, conhecida nacionalmente e a segunda música, Linda Barbalha de Alcymar Monteiro. Ambas extrapolam os limites de simples canções sendo consideradas hinos da identidade cultural da cidade a estufar o peito de seus cidadãos de orgulho.
Esportes
Os esportes mais praticados em Barbalha são o futebol e o futsal, mormente nas escolas, mas também é comum ver pessoas praticando vôlei ou caminhada (corrida/jogging/cooper) e ciclismo, bem como musculação.
Algumas escolas, como o Colégio Nossa Senhora de Fátima, o Colégio Santo Antônio e o Centro Educacional Lyrio Callou promovem, anualmente, jogos de diversas modalidades, que vão desde futsal, natação, carimba (queimada), vôlei, e basquete, até tênis de mesa, e xadrez.
Existe no Município um time de futebol disputando o Campeonato Cearense. É o Barbalha Futebol Clube, que tem mandado seus jogos no Estádio Lírio Callou, mais conhecido por Inaldão. Em 2014, o disputou pela primeira vez a copa do Brasil, onde foi eliminado na primeira fase pelo Cuiabá EC. Em 2019, pela primeira vez em sua história chegou a disputar a primeira divisão do Campeonato Cearense, tendo terminado a primeira fase na primeira colocação, que lhe garantiu vaga para copa do Brasil em 2020.
Há, também, um campeonato municipal, o Campeonato Barbalhense, que é organizado em 1ª, 2ª e 3ª divisões. São alguns dos clubes participantes: Malvinense, Novo Rosário, Família Coutinho(time de Pikachu e do grande atleta das cabeceiras, negão e família.), Atlético Rosário,Time das almas, Grêmio, Vitória, Perboni, Caldas, Bela Vista, Gama, Buriti, Matonense, Malvinense, Imperial, Cirolândia, Cabeceiras, Santa Cruz e Internacional. Os jogos são realizados no Inaldão.
Surgiu, em 2012, na Cidade um time de futebol americano, o Araripe Soldiers, que realiza ações sociais, como o ensino do inglês a jovens carentes, através da prática do esporte, bem como apoio ao IACC (Instituto de Apoio à Criança com Câncer). O time treina no Inaldão.
Referência para o texto: Wikipédia .