quinta-feira, 23 de novembro de 2023

NAVIRAÍ - MATO GROSSO DO SUL

Naviraí é um município no estado do Mato Grosso do Sul, na Região Centro-Oeste do Brasil.
Foi fundada em 16 de abril de 1952 por vários pioneiros brasileiros e japoneses e emancipada em 1963. De ocupação inicial indígena, Naviraí, nos anos 1950, era apenas um campo desabitado. Foi a partir daí que começaram a chegar por avião e por barco os primeiros colonizadores de origem europeia. Em 1955, com a construção da estrada que liga Naviraí a Dourados, começou a se desenvolver mais rápido.
Atualmente, de acordo com o Censo do IBGE de 2022, a população da cidade é de 50.457 habitantes.
Os nascidos em Naviraí são denominados naviraienses. O município é conhecido pela sua diversidade de culturas, tendo influências japonesas, portuguesas, sul-americanas (paraguaias) e indígenas.
Naviraí também é centro episcopal graças à uma diocese presente no município.
O turismo vem sendo decisivo no desenvolvimento do mercado de trabalho local. Naviraí é um importante destino turístico nacional graças aos seus vários eventos e belezas naturais. No mercado turístico, Naviraí faz parte do chamado Cone-Sul de Mato Grosso do Sul. Entre os eventos importantes do município, os mais importantes são o Navi Folia (carnaval de rua do município), Exponavi (Exposição Agropecuária e Industrial de Naviraí, feira mais tradicional do cone-sul do estado), Fejunavi (festa junina do município) e Nippon Fest (evento baseado na cultura do Japão, com gastronomia e música típicas). 
Etmologia
Há duas versões sobre a origem do nome de Naviraí. A primeira versão indica que, quando chegaram na região os primeiros colonizadores europeus e encontraram os primeiros exploradores da erva-mate, já havia o pequeno rio de águas cristalinas chamado de Naviraí. De origem guarani, o nome Naviraí possui a seguinte definição: Na = impregnar-se; Virã (prefixo) = roxo/arroxeado; Í (sufixo) = pequeno; Ivira'i = arbusto pequeno; I (sujeiro = rio, arroyo, ou seja, Pequeno Rio Impregnado de Arbustos Roxos ou Rio Impregnado de Pequenas Árvores Arroxeadas.
Já a segunda versão, defende que Naviraí é um nome de origem castelhana que quer dizer natividade ou nascimento.
Naviraí tem algumas alcunhas que a descrevem, tais como Corredor do Mercosul (por ficar próximo a países vizinhos tais como o Paraguai), Capital do Cone Sul (principal cidade da região onde se localiza), Melhor traçado urbano de MS. O nome da cidade é abreviado geralmente para Navy. 
História 
A cidade de Naviraí foi um projeto urbanístico da Colonizadora Vera Cruz Mato Grosso Ltda de criar, em pleno território do então Mato Grosso, uma nova Canaã. Em 1952, chamou-se inicialmente povoado Vera Cruz, em função da colonizadora homônima, e desde 1958 possui o nome atual, quando Naviraí foi elevada a distrito. A partir de então, a cidade se desenvolveu e tornou-se uma das mais importantes de Mato Grosso do Sul graças aos seus primeiros empreendedores. Grande parte veio acreditando que a região se tornaria um grande polo regional de uma região rica. 
Em poucas décadas de fundação, foram três fases econômicas principais que podem ser divididos da seguinte forma: fase da extração da madeira e produção agrícola (notadamente o plantio de café); fase do grande ciclo da madeira e a modernização da agricultura (ciclo do algodão) e criação de gado; fase de desenvolvimento da agroindústria e a prestação de serviços (1990 em diante). 
Pré-fundação 
Fim da Guerra do Paraguai e conquista da região pelo Brasil 
Ao final da Guerra do Paraguai, não houve um tratado de paz entre os países envolvidos (Paraguai, Brasil, Argentina e Uruguai). Embora a guerra tenha terminado em março de 1870, os acordos de paz não foram concluídos de imediato. As negociações foram obstadas pela recusa argentina em reconhecer a independência paraguaia. O Brasil não aceitava as pretensões da Argentina sobre uma grande parte do Grande Chaco, região paraguaia rica em quebracho (produto usado na industrialização do couro). A questão de limites entre o Paraguai e a Argentina foi resolvida através de longa negociação entre as partes. A única região sobre a qual não se atingiu um consenso — a área entre o rio Verde e o braço principal do rio Pilcomayo — foi arbitrada pelo presidente estado-unidense Rutherford Birchard Hayes, que a declarou paraguaia. O Brasil assinou um tratado de paz em separado com o Paraguai, em 9 de janeiro de 1872, obtendo a liberdade de navegação no rio Paraguai. Foram confirmadas as fronteiras reivindicadas pelo Brasil antes da guerra. Estipulou-se também uma dívida de guerra que foi intencionalmente subdimensionada por parte do governo imperial do Brasil mas que só foi efetivamente perdoada em 1943 por Getúlio Vargas, em resposta a uma iniciativa idêntica da Argentina. O reconhecimento da independência do Paraguai pela Argentina só foi feito na Conferência de Buenos Aires, em 1876, quando a paz foi estabelecida definitivamente.
Em 13 de setembro de 1943, foi criado o Território Federal de Ponta Porã pelo presidente Getúlio Vargas, que abrangia os municípios de Dourados (que, até então, incluía Naviraí), Porto Murtinho, Miranda, Nioaque, Bela Vista, Ponta Porã, Maracaju e Bonito (sendo Ponta Porã sua capital). Este durou apenas três anos (1943 a 1946), sendo reintroduzido ao estado de Mato Grosso em 7 de janeiro de 1947.
Fundação 
A ocupação do distrito de Naviraí se inicia com a fase de consolidação da economia cafeeira no País Oitenta anos após a anexação do território pelo Brasil, a cidade de Naviraí foi criada com base em projetos privados bem-sucedidos de colonização com projeto baseado nas mais avançadas normas de desenvolvimento de sua época, sendo um modelo técnico de traçado urbano que demonstrasse um estilo de funcionalidade racional. O desenvolvimento de Naviraí inicialmente foi muito mais pela ação dos desbravadores, migrantes e imigrantes de várias partes do Brasil e exterior do que pelo desenvolvimento dos provedores e técnicos da Colonizadora Vera Cruz Mato Grosso, fundada em 16 de abril de 1952 por empresários japoneses e brasileiros. Chamado inicialmente de povoado Vera Cruz, pois era alcançado apenas por via fluvial através do Rio Amambai, começou a ser povoado por diversos povos a partir de então. Os primeiros núcleos familiares começaram a construir seus ranchos de tronco e sapê onde se localiza atualmente o Rancho São Lucas, que já era habitado anteriormente pelos índios guaranis. No ano seguinte, surgiram as primeiras serrarias e várias fábricas de beneficiamento de madeira, então bastante abundante nesta região.
Nos anos 1950, o acesso à região era praticamente inexistente. Apenas no ano de 1955 foi concluído um acesso rodoviário precário que fez a ligação inicialmente de Vera Cruz à cidade de Dourados e, com isso, começou um desenvolvimento mais acelerado a partir de então. A localidade de Vera Cruz passa a ser distrito com o novo nome de Naviraí (nome que permanece até hoje), em 22 de dezembro de 1958, pela Lei Estadual nº 1195. Nessa mesma época, seu território passa a ser subordinado ao novo município de Caarapó, que foi desmembrado de Dourados. Intensificação do povoamento e criação do município de Naviraí 
É inegável que as ações da Colonizadora Vera Cruz proporcionaram, ao núcleo naviraiense, características únicas com relação a outros centros urbanos fundados no resto do Brasil. A fama de cidade moderna e planejada conhecida atualmente (inclusive pelos visitantes e turistas que a frequentam) já era conhecida desde a sua fundação, com inspiração no conceito de uma cidade planejada. E realmente o Produto Naviraí foi idealizado especialmente para ser um grande negócio tanto para a colonizadora quanto para os que aí vivem e investem. Essa situação tomou forma entre os anos 1960 e 1970 e Naviraí tornou-se um atrativo para todas as pessoas que se estabeleciam, trabalhando nas matas ou lavouras, e também comerciantes que viam oportunidade de montar um negócio baseando-se na grande quantidade de matérias-primas e falta de produtos finais, especialmente para venda.
O processo acelerado de urbanização contribuiu para o surgimento de inúmeras oportunidades de trabalho, atraindo migrantes de diversas regiões do Brasil, especialmente dos vizinhos estados do Paraná e São Paulo, proporcionando enriquecimento para alguns e sobrevivência para outros. A atividade comercial logo se mostrou próspera no primeiro ciclo de desenvolvimento, uma vez que a atividade agrícola e a extração de madeira eram forças motoras do crescimento da cidade e eram enviadas principalmente para os grandes centros consumidores.
Em 11 de novembro de 1963, Naviraí foi elevado à categoria de município pela Lei Estadual nº 1.944, sendo desmembrado do município de Caarapó e instalado em 16 de maio de 1965. Em 29 de novembro de 1973, a Lei Estadual nº 3.437 elevou Naviraí à categoria de Comarca. Em 1977, o município passa a fazer parte do atual estado de Mato Grosso do Sul.
Geografia
Solo
O solo é fértil e constituído de latossolo vermelho-escuro (conhecido popularmente por terra roxa) com caráter álico. Junto a importantes linhas de drenagens, são encontrados Argissolos de textura arenosa/média e, mais próximos a estas, Planossolos.
Relevo e altitude
A altitude média na sede do município é de 362 m. O relevo do município de Naviraí pertence à formação Caiuá, de idade cretácea superior. Apresenta três tipos de relevo: Relevo plano geralmente elaborado por várias fases de retomada erosiva; Relevos elaborados pela ação fluvial e Áreas planas resultante de acumulação fluvial sujeita a inundações periódicas.
Clima
O município está sob influência do clima tropical (AW) e está bem próximo da linha divisória com o trópico de capricórnio, sendo caracterizado pelo verão chuvoso e inverno seco.
O período de chuvas tem início em setembro e termina em março ou abril com maiores precipitações em dezembro e janeiro. A precipitação média anual varia entre 1.400 mm e 1 700 mm. O mês mais chuvoso é janeiro.
A temperatura mínima pode baixar de zero grau e a máxima pode ultrapassar os 40 ºC, sendo a temperatura média em torno de 22 °C.
Hidrografia
O Aquífero Guarani passa por baixo de Naviraí, sendo o município detentor da maior porcentagem do Aquífero dentro do território brasileiro. Os Rios do município são: Rio Paraná; Rio Amambai; Rio Curupaí; Rio Ivinhema e Rio Laranjaí. 
Outros rios 
- Rio Amambai - afluente pela margem direita do rio Paraná; limite entre os municípios de Iguatemi e Naviraí, Naviraí e Itaquiraí. Possui 340 km de extensão, sendo 90 km navegáveis. 
- Rio Curupaí - afluente pela margem direita do rio Paraná. Bacia do rio Paraná. Faz divisa entre o município de Jateí e Naviraí. 
- Rio Ivinhema - afluente pela margem direita do rio Paraná e limite entre os municípios de Taquarussu e Jateí, com a extensão de 200 km, era totalmente navegável (hoje, só pouco mais de 100 km). É formado pela confluência dos rios Brilhante e Dourados. 
- Rio Laranjaí - afluente pela margem direita do rio Ivinhema, no município de Naviraí; sua nascente é anterior a uma linha seca de limites no município de Juti. 
Vegetação
A cidade localiza-se na região de influência do Cerrado (savana), revelando a presença de fisionomias desta região e domínio também da Mata Tropical. Sua principal característica são as árvores emergentes deciduais como: peroba, cedro, angico vermelho e canafístula.
Fauna
A região de Naviraí se localiza em uma floresta tropical (Mata Atlântica) sendo formada principalmente por árvores de grande porte. Nela vivem muitas espécies de animais, como onças, macacos, jaguatiricas e tucanos. É grande também a variedade de insetos e de peixes.
Economia
Em 1953, por intermédio de vários pioneiros, foram inauguradas as primeiras indústrias de madeira na região, por causa da abundância de madeira e lenha. Dezesseis anos após a emancipação do município, em 1979, empresários visionários e progressistas resolveram implantar o Sistema Pró-álcool em Naviraí.
Atualmente é o principal centro do cone sul do estado, cuja principal atividade econômica é a agropecuária.
Naviraí é sede de algumas corporações de renome regional e até nacional tais como Cooperativa Agrícola Sul-Matogrossense, e Erva Mate Campanário.  
Várias indústrias veem, em Naviraí, um campo favorável para a instalação de suas fábricas, pois o município é um grande celeiro de matéria-prima, o que significa um baixo custo de produção.
Com localização estratégica, aproxima os grandes centros comerciais do Brasil e América do Sul e é importante porta de entrada dos turistas procedentes do estado, de outras regiões, do Paraguai, Argentina, Uruguai e em direção ao Pantanal. Destacam-se monumentos, praças, parques, balneários e as festas regionais entre elas as juninas.
Turismo
Os Principais pontos turísticos da cidade são: o Parque Natural Municipal do Córrego Cumandaí; o Parque Infantil Cantinho do Céu; o Parque Sucupira; a Praça dos Pioneiros; a Praça Euclides Antônio Fabris e a Praça Jardim Paraíso
Os locais onde ocorrem eventos e apresentações localizados na cidade são: Arena Beer -  casa de shows e Parque de Exposições Tatsuo Suekane.
O Calendário de eventos da cidade contempla: Fejunavi: festa junina do município; Coopercountry: festa de rodeio do município; Exponavi: a Exposição Agropecuária e Industrial de Naviraí; Motocycle: evento motociclístico anual do município; Festa dos Caminhoneiros: evento direcionado aos caminhoneiros e Navi Folia: carnaval de rua do município.
Um dos destaques do turismo rural no município é o Assentamento Juncal, com oferecimento dos seus produtos hortifrutigranjeiros.
Educação
A rede profissionalizante de ensino é um complemento da rede fundamental de ensino que forma alunos para função empregatícia e profissional.
No ensino superior, as Faculdades presenciais na cidade são as seguintes: Anhanguera Educacional (Anhanguera): pertencente ao Grupo Kroton Educacional; Faculdades Integradas de Naviraí: fundada em 1987; Instituto Federal de Mato Grosso do Sul: faculdade que oferece tanto cursos técnicos quanto superiores; Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul: fundada em 1994 e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul: o câmpus de Naviraí iniciou as atividades em 2009.
Cultura
Basicamente, a cultura naviraiense é vinculada aos migrantes e imigrantes que aportaram na cidade em diversas épocas. Do Brasil, destacamos a cultura paranaense, gaúcha, catarinense, paulista e mineira. Do exterior, destacamos a cultura japonesa, árabe e de países vizinhos como a paraguaia. Em Naviraí o artesanato apresenta detalhes em tela e escultura típicas da região. Um local de destaque para compra de produtos artesanais é o Mercado Municipal. Há também a Feira de Artesanato do município.
Os gêneros musicais típicos de Naviraí são, em grande parte, provenientes do Paraguai, também tendo influências de outras regiões do Brasil, sendo que os principais são: Chamamé; Guarânia; Moda de viola; Polca paraguaia;  Sertanejoe Vanerão.
As danças típicas de Naviraí têm origens diversas, mas grande parte se origina de danças semelhantes do Paraguai e Região Sul do Brasil. Destacam-se o Chupim; a Mazurca; a Palomita; a Polca de Carão; o Toro Candil; o Xote aos Pares e o Xote Inglês.
Naviraí é uma cidade que pensa o futuro, inclusive na questão de eventos culturais. Os principais eventos culturais são realizados nos seguintes locais: a Casa de Cultura de Naviraí; o Mercadão de Naviraí e o Museu Ambiental.
Esporte
A cidade de Naviraí sempre teve glórias no futebol. Atualmente Naviraí possui um time de futebol chamado Clube Esportivo Naviraiense. O time foi campeão estadual da série B em 2007, e da série A em 2009 e também disputou o Campeonato Brasileiro da Série D, em 2009, e a Copa do Brasil, em 2010 e 2011.
Naviraí é uma cidade que possui um bom número de praças esportivas. Um deles é o Estádio Virotão, que é a principal praça esportiva da cidade, com capacidade para 5 mil torcedores. Na cidade também há o Estádio Pacolão, de menor tamanho.
Naviraí possui um ginásio municipal, o Poliesportivo de Naviraí, situado entre as avenidas Amambai e Glória de Dourados
A cidade também realiza, todos os anos, sua etapa do campeonato estadual de motocross. A cidade possui um dos melhores motódromos do Estado, que se situa ao lado do Estádio Virotão.
Referência para o texto: Wikipédia .