Ubatuba é um município brasileiro localizado no litoral norte do estado de São Paulo. O território municipal ocupa 710,783 km², 83 por cento dos quais localizados no Parque Estadual da Serra do Mar.
Ubatuba é um dos quinze municípios paulistas considerados estâncias balneárias pelo Estado de São Paulo, por cumprirem determinados requisitos definidos por lei estadual. Tal status garante a esses municípios uma verba maior por parte do estado para a promoção do turismo regional. Também, o município adquire o direito de agregar junto a seu nome o título de estância balneária, termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais.
Seu nome tem origem tupi e há pelo menos duas interpretações para o nome. Em tupi, ubá significa canoa, enquanto u'ubá significa cana-do-rio, que é uma gramínea que era utilizada na confecção de flechas pelos índios. Como tyba indica "ajuntamento", o nome da cidade pode significar tanto "ajuntamento de canas-do-rio" quanto "ajuntamento de canoas".
Ocupação indígena - no século XVI, Ubatuba fazia parte de uma região litorânea maior ocupada pelos índios tupinambás. A primeira possível referência ao local aparece na obra de Hans Staden, que permaneceu cativo numa aldeia chamada Uwatibi, em Angra dos Reis, a qual tinha o mesmo nome do local da atual cidade de Ubatuba, sítio em que os índios tupinambás se reuniam com muitas canoas para expedições de guerra contra os tupiniquins e os portugueses em Burikioca (Bertioga) e Upau-Nema (São Vicente).
Tanto Hans Staden quanto outros autores europeus da época mencionam que o chefe supremo dos tupinambás era Cunhambebe e que seu território se estendia desde o Rio Juqueriquerê, em Caraguatatuba, até o Cabo de São Tomé, no leste do estado do Rio de Janeiro, abrangendo também todo o território ao longo do Rio Paraíba do Sul. Apenas décadas mais tarde, nos relatos de José de Anchieta, é que encontramos menção à aldeia de Iperoig, que pode significar "rio do tubarão" ou "rio das perobas".
Iperoig e a luta contra os franceses - os índios tupinambás sofreram primeiro o impacto dos portugueses, uma vez que foram escravizados para os engenhos de cana-de-açúcar em São Vicente. Isso motivou uma firme aliança dos tupinambás com os franceses da França Antártica, que ocuparam a região da baía de Guanabara. Essa aliança, liderada por Cunhambebe, ficou conhecida como Confederação dos Tamoios.
Em 1563, José de Anchieta partiu com Manuel da Nóbrega de São Vicente para a aldeia de Iperoig, com o objetivo de pacificar os tupinambás. Anchieta permaneceu refém durante vários meses em Iperoig, enquanto Manuel da Nóbrega voltou a São Vicente acompanhado de Cunhambebe para acertar o tratado de paz conhecido como Paz de Iperoig.
Criação da vila - Com o objetivo de assegurar a posse portuguesa da colônia, o então governador-geral empreendeu um esforço para colonizar a área. Assim, em 28 de outubro de 1637, a Aldeia de Iperoig foi elevada a vila, com o nome de Vila Nova da Exaltação à Santa Cruz do Salvador de Ubatuba, subordinada à sessão norte da Capitania de Itanhaém.
Ascensão e decadência econômica - ao longo do século XIX, Ubatuba foi uma cidade rica, graças à atividade portuária. Em 1855, a cidade passou de vila a comarca. Alguns exportadores cogitaram a construção de uma ferrovia, para rivalizar com os portos de Santos e do Rio de Janeiro. Essa ferrovia foi impedida pelo governo brasileiro, através de moratória.[carece de fontes] Com a gradual perda de importância para suas concorrentes mais bem abastecidas, no final do século Ubatuba mergulhava em isolamento e decadência econômica.
Recuperação turística - em 21 de abril de 1933, o engenheiro Mariano Montesanti inaugurou sua rodovia descendo para Ubatuba a partir de Taubaté, fazendo a primeira ligação por estrada com o planalto e o vale do Paraíba. Essa estrada deu grande impulso ao turismo no litoral recortado do município, principalmente da população de Taubaté. As casas de veraneio passaram a abundar na cidade. Em 1948, Ubatuba conquistou a categoria de estância balneária.
A especulação imobiliária e turística, entretanto, contribuiu para a rápida destruição do patrimônio histórico de Ubatuba. Hoje sobram poucas mostras da ocupação antiga, com talvez o exemplo mais destacado ser o Sobradão do Porto. Hoje, Ubatuba resgata seu passado na cultura caiçara, nas ruas, nas festas de origem portuguesa e nos edifícios históricos, revelando seu potencial como estância balneária para o turismo.
Clima - o clima de Ubatuba é o tropical litorâneo úmido ou tropical atlântico, com chuvas bem distribuídas ao longo do ano, sem estação seca e com mês mais frio, possuindo temperatura média acima de dezoito graus centígrados. A cidade tem um clima chuvoso, com precipitação média anual de 2 600 milímetros, o que é refletido pelo apelido Ubachuva, que a cidade recebe.
Fonte: Wikipedia