Petrolina é um município brasileiro do interior do estado de Pernambuco, Região Nordeste do país, situado na Microrregião de Petrolina e na Mesorregião do São Francisco Pernambucano, distante 712 km a oeste de Recife, capital estadual.
Sexto município mais rico de Pernambuco, Petrolina foi apontada como uma das 20 cidades brasileiras do futuro na edição 2180 da Revista Veja, do dia 01 de setembro de 2010.
História - Segundo a tradição local, o território onde se encontra o município de Petrolina teria sido desbravado primeiramente por frades franciscanos, que trabalhavam na catequese dos índios da região. Os frades capuchinhos franceses contaram com o consenso do chefe índio Rodela, que deixou seu nome ligado a todo o médio São Francisco, conhecido como o Sertão dos Rodelas; já em 1674, Francisco Rodela recebia patente de capitão-de-aldeia. Foi grande a influência das missões dos frades capuchinhos, que contribuíram eficazmente para a ocupação do médio São Francisco, especialmente das ilhas fluviais. Essas missões só foram interrompidas em 1698, quando do rompimento das relações diplomáticas entre Portugal e a França. Outro fator que contribuiu para consolidar a ocupação do território foi a implantação de currais, sabendo-se que a cidade se situa onde antes havia a sede de uma fazenda de gado.
Ainda no século XVIII instalou-se o primeiro morador no local denominado Passagem, à margem esquerda do rio São Francisco, defronte de Juazeiro, na Província da Bahia. Ele tinha o nome de Pedro e, além de se dedicar à agricultura, à pesca e ao criatório de caprinos, fazia de canoa o transporte de pessoas e cargas entre as margens opostas. É bem possível que, ao lado desse primeiro habitante, outros tenham fixado residência, aproveitando-se da ocupação iniciada por Pedro. Mesmo assim, não há vestígios de povoamento oficialmente registrado durante o século XVIII.
Foi o capuchinho italiano frei Henrique quem deu início às pregações missionárias, a pedido do então vigário da Boa Vista (em cujo território se encontrava a Passagem), padre Manoel Joaquim da Silva. Ele teve então a ideia de construir, nesse local, uma capela sob a invocação de Santa Maria Rainha dos Anjos. Em 1858, após a bênção do sítio, frei Henrique assentou a primeira pedra para a construção da igreja, a qual só foi concluída em 1860 , recebendo a imagem da sua padroeira. Esse templo é de estilo neocolonial e fica voltado para o rio São Francisco. Nas cercanias do templo, no local denominado Grude, surgiu o primeiro núcleo habitacional da cidade. A partir daí intensificou-se o povoamento da região, que, em breve, tornou-se um próspero município, com ativação do comércio entre as duas margens, visto que Juazeiro já era vila desde 1833.
A vila recebeu a denominação de Petrolina em homenagem ao imperador D. Pedro II, que ocupava, então, o trono do Brasil. Há uma versão segundo a qual o topônimo seria uma dupla homenagem, com a junção do nome do imperador, em sua forma latina (Petrus), ao da imperatriz Tereza Cristina, resultando em Petrolina. Outra versão sugere que o topônimo teria sido derivado de “pedra linda”, expressão dada a uma pedra que havia na margem do rio, ao lado da matriz, e que foi utilizada nas obras de cantaria da catedral de Petrolina, um dos maiores monumentos históricos da cidade.
O município foi constituído no dia 26 de abril de 1893, ganhando autonomia legislativa, com base na Constituição Estadual e no art. 2º das disposições gerais da Lei Estadual nº 52 (Lei Orgânica dos Municípios), de 3 de agosto de 1892, promulgada durante o governo de Alexandre José Barbosa Lima. Seu primeiro prefeito eleito foi o tenente-coronel Manoel Francisco de Souza Júnior. A Lei Estadual nº 130, de 3 de julho de 1895, elevou a vila de Petrolina à categoria de cidade, a qual foi solenemente instalada em 21 de setembro de 1895.
Economia
Setor primário - Apesar de se localizar numa região semiárida, o município de Petrolina se destaca por sua agricultura irrigada, sendo reconhecida por ter o terceiro maior PIB agropecuário, o segundo maior centro vinícola e o maior exportador de frutas do país. A apreciação dos vinhos e frutas do Vale do São Francisco se dá à sua temperatura elevada quase o ano todo, que expõe as frutas ao estresse contínuo e, assim, atribuindo gostos diferentes. Na lista dos melhores vinhos do Brasil – escolhidos em criteriosa avaliação de especialistas de várias partes do mundo, durante concurso internacional realizado em Petrolina, em setembro de 2009 – o Vale do São Francisco marcou presença, tendo alguns vinhos premiados. Políticas de incentivo aplicadas nas últimas décadas tornaram a região um celeiro de frutas tropicais, que são exportadas para as principais regiões do país e também para a América do Norte, Europa e a Ásia (particularmente o Japão).
Os destaques na produção de lavoura temporária foram as plantações de feijão; batata-doce; melancia; macaxeira; tomate; melão; cebola; cana-de-açúcar; sorgo; milho e mamona.
Na lavoura permanente tiveram destaque o cultivo da uva; manga; banana; coco-da-baía; goiaba; limão; mamão e maracujá.
Setor secundário - O setor da indústria foi o segundo maior produtor de riqueza para o município. Em 2010, 0,12 % do pessoal ocupado estava empregado na indústria extrativa, 5,30 % na indústria de transformação e 7,90 % na construção civil. Devido à alta produtividade na agricultura, impulsionada pela irrigação, grande partes das indústrias presente no município são do setor alimentício. Um dos sub-setores da indústria que mais cresce é o da agroindústria de alimentos, há várias agroindústrias implantadas entre pequenas, médias e grandes, destacando-se a agroindústria alimentar de sucos, polpas, e doces. Em Petrolina a indústria têxtil também marca presença, tendo seu pólo fortalecido com a construção da Petroquímica Suape, no litoral sul pernambucano, que atraiu para o município, em 2010, a fábrica do Grupo Covalan, que investiu na construção da segunda unidade da São Francisco Têxtil na cidade.
A indústria do município foi o setor que mais apresentou crescimento nos últimos anos. A Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (AD Diper) foi a responsável pela implantação do Distrito Industrial de Petrolina, onde estão localizadas empresas como São Francisco Têxtil, Mineração Costa, Bira Comércio de Peças e Serviços e mais oito indústrias ligadas à área da química, água envasada, vidro e mecânica.
De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, entre os anos de 2007 e 2013 cerca de 28 indústrias foram atraídas para o DI petrolinense, as empresas instaladas movimentam os diversos setores industriais, como bebidas, alimentos, plástico, têxtil, metalmecânica, agroindústria e minerais não-metálicos. O Distrito Industrial do município é uma das locomotivas de desenvolvimento na região do São Francisco pernambucano.
Setor Terciário - O setor terciário é o maior produtor de riqueza do município.
O comércio de Petrolina é muito diversificado e descentralizado, tendo a região central da cidade como o principal pólo comercial da cidade, concentrando lojas de redes nacionais e internacionais, como as Casas Bahia, Cacau Show, Subway, Lojas Americanas, Lojas Insinuante, Eletro Shopping, Farmácia Pague Menos, Magazine Luiza, entre outras. Nas avenidas que circundam o perímetro urbano, é perceptível a presença do comércio de materiais de construção, peças e serviços automotivos. Os bairros petrolinenses dispõem de estruturas complexas de comércio. Petrolina é considerada uma cidade-tronco, seu comércio abastece município vizinhos, o que faz da cidade um centro atacadista de alimentos, medicamentos e vestuário.
Educação - As escolas mais importantes da região são: Colégio Motivo, Colégio Plenus, Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, Colégio Diocesano Dom Bosco, Colégio da Polícia Militar de Pernambuco, Colégio Vivência, Escola Saber, Colégio Aplicação, Instituto Federal de Educação, Escola de Referência em Ensino Médio Clementino Coelho, Escola Sesi - Unidade Governador Nilo Coelho, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano, Escola Ana Nery, Escola Emaaf, Escola Otacílio Nunes de Souza, Escola Dom Malan, Escola Jesuino Antonio D'avila.
Universidades - Universidade de Pernambuco (UPE): Ciências Biológicas, Enfermagem, Fisioterapia, Geografia, História, Letras (Português e suas literaturas), Letras (Inglês e suas literaturas), Matemática, Nutrição, Pedagogia; Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) - Campus Petrolina: Administração de Empresas, Ciências Biológicas, Educação Física, Enfermagem, Engenharia Agronômica, Farmácia, Medicina, Medicina Veterinária, Psicologia, Zootecnia; Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF-Sertão): Agroecologia, Agronomia, Alimentos, Computação, Física, Horticultura, Música, Química, Viticultura e Enologia; Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (FACAPE): Administração de Empresas, Ciências da Computação, Ciências Contábeis, Comércio Exterior, Direito, Economia, Gestão da Tecnologia da Informação, Serviço Social, Gestão de Lojistica e Gestão de Recursos Humanos; Faculdade UNINASSAU Petrolina: Cursos presenciais: Biomedicina, Fisioterapia, Nutrição, Educação Física (bacharelado), Farmácia, Enfermagem, Psicologia, Radiologia, Engenharia Civil, Engenharia Mecânica, Engenharia de Produção, Engenharia Elétrica, Administração, Ciências Contábeis, Pedagogia, Serviço Social, Agroindústria, Enologia e Viticultura, Gestão Comercial, Logística, Segurança no Trabalho, Recursos Humanos e mais de 35 cursos de cursos de Graduação a distância; Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) - Campus Petrolina: Arquitetura, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Psicologia e Administração; Faculdade de Educação Superior de Pernambuco (FACESP): Administração de Empresas, Educação Física, Pedagogia; Faculdade Metropolitana (FAM): Serviço Social.
Cultura
Lendas da região - Mitos que povoam a mente dos habitantes da região desde sua infância. São histórias passadas ritualmente de pai para filho e um dos grandes patrimônios das duas cidades. Entre essas lendas, a carranca se destaca como a mais importante. Sua representatividade é tão grande que sua imagem se tornou um dos símbolos locais.
Junto a este símbolo se destaca Ana das Carrancas, uma artesã consagrada em todo o Brasil, considerada Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco. Ana das Carrancas faleceu em 1 de outubro de 2008.
Festas e eventos - Festival Vale Curtas (Cine Clube Raiz) - mostra nacional e competitiva de curta-metragem; Festival Janeiro Tem Mais Artes (SESC) - todos os meses de janeiro; AnimeKai (Encontro de Animação Japonesa em Petrolina/Juazeiro); ERAS (Encontro de RPG e Ação Social); Festival Aldeia Vale Dançar (SESC) - todos os meses de abril, em comemoração ao Dia Mundial da Dança; Jecana (Corrida de Jegue, abertura oficial do São João da cidade); São João do Vale; Moto Chico; Carnaval Cultural Pernambucano; Festival Aldeia de Velho Chico (SESC) - todos os meses de agosto; Festival Raiz & Remix - mistura tradição e contemporaneidade na música; Festival da Primavera (Acontece em Setembro - Aniversário do Município); Petrolina Fashion; Vaquejada de Petrolina - Parque Geraldo Estrela; Dia 15 de agosto Dia da padroeira da cidade Nossa Senhora Rainha Dos Anjos; CLISERTÃO (Congresso Literário Internacional do Sertão) - Promovido pela UPE; Festival Internacional da Sanfona; Cantata de Natal da Assembleia de Deus - todo 4° Sábado do mês de Dezembro, na Concha Acústica - Evento registrado na Agenda da Cidade
Grupos de Teatro da cidade; Grupo Trup Errante (atuante desde 2006); Cia Biruta de Teatro (com sede própria no bairro São Gonçalo);Pé Nu Palco Grupo de Teatro; Núcleo de Teatro do Sesc Petrolina
Guterima (grupo mais antigo da cidade, realiza anualmente o espetáculo A Crucificação); Teatro Popular de Arte (TPA).
Espaços Culturais da cidade
Sesc Petrolina - Espaço plural, onde localizam-se diversos equipamentos e iniciativas culturais.
Teatro Dona Amélia (antigo auditório do Sesc Petrolina) - É o palco mais moderno e equipado da região, com capacidade para 345 pessoas, acesso para pessoas com dificuldades de locomoção, som e iluminação de última geração.
Espaço Cultural Janela 353 - Abriga o projeto semanal Cine Clube Raiz, onde são exibidos, gratuitamente, aos sábados, filmes de arte com temáticas selecionadas a cada mês e entrada gratuita. Nesse espaço também passou a funcionar o projeto Teatro no Janela 353, que coloca em cartaz espetáculos sempre aos domingos e a preços populares.
Oficina do Artesão Mestre Quincas - espaço destinado a confecção e venda de peças do artesanato local, com obras esculpidas em pedra, madeira, ferro e outras expressões, como as confecções em fuxico e itens da culinária tradicional.
Galeria de Arte Ana das Carrancas - fica localizada no Sesc Petrolina e recebe obras contemporâneas.
Oficina Ana das Carrancas - espaço que abriga obras da artesã mais famosa da cidade. O local também é palco para alguns eventos de rock e para um clube de xadrez.
Sebo Rebuliço - tradicional sebo, onde se pode encontrar obras primas da literatura.
Espaço Lula Cardoso Ayres - o local foi o primeiro açougue da cidade. Trata-se, portanto, de um edifício histórico e, atualmente, abriga o grupo musical Matingueiros e todo o seu acervo de figurinos da cultura popular pernambucana.
Pontos turísticos - Antiga Estação Ferroviária da Leste Brasileira; Balneário de Pedrinhas; Bodódromo; Calçada da Fama; Catedral - Igreja Sagrado Coração de Jesus; Central de Artesanato; Centro de Artes Ana das Carrancas;Centro de Artesanato Celestino Gomes; Centro de Convenções Nilo Coelho; Concha acústica; Espaço Cultural Lula Cardoso Aires (antigo açougue - sede dos Matingueiros e ponto de cultura); Espaço de Ciência e Cultura UNIVASF; Galinhódromo (Cohab Massangano); Igreja Nossa Senhora Rainha dos Anjos – Matriz; Ilha do Fogo; Ilha do Massangano; Ilha do Rodeadouro (ou Rodeadouro); Memorial Dom Bosco; Mirante do Serrote do Urubu; Museu do sertão; Oficina do Artesão Mestre Quincas; Orla antiga e orla nova (alguns barezinhos e restaurantes); Parque Aquático Ilha do Sol; Parque municipal Josepha Coelho; Parque Zôo-botânico da Caatinga; Pedra do Bode; Pesqueiro Lorena (BR 407); Petrolina Antiga; Portal do Rio; Praça do Centenário; Rio São Francisco; Serra da Santa.
Orquestras - Orquestra Sinfônica do Sertão Opus 68; Banda Philarmônica 21 de Setembro; Orquestra Fernando Junior; Orquestra de Câmara Novos Talentos; Orquestra de Percussão do Vale do São Francisco; Orquestra de Câmara e Coro Senador Nilo Coelho; Orquestra Filarmônica Harmonia Celeste.
Referência para o texto: Wikipédia.