quinta-feira, 7 de junho de 2018

Caruaru - Pernambuco


Caruaru é um município brasileiro do estado de Pernambuco.
O município exerce um importante papel centralizador no Agreste e interior pernambucano, concentrando o principal pólo médico-hospitalar, acadêmico, cultural e turístico da região.Possui a maior Festa Junina do mundo, segundo registro do Guinness World Records (o livro dos recordes), e é internacionalmente conhecida pelos festejos. Abriga ainda a Feira de Caruaru, conhecida por ser uma das maiores feiras ao ar livre do mundo e ter sido tombada como patrimônio imaterial do país pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Seu artesanato com barro ficou mundialmente conhecido pelas mãos de Vitalino Pereira dos Santos, o Mestre Vitalino, que representou Pernambuco na exposição de Arte Primitiva e Moderna Brasileira no ano de 1955, em Neuchâtel, na Suíça, e cujas obras podem ser contempladas no Museu do Louvre, em Paris, e em sua antiga residência no Alto do Moura, bairro caruaruense. Os seguidores do Mestre Vitalino fizeram de Caruaru o maior centro de arte figurativa das Américas segundo a UNESCO.
Toponímia - Há diversas hipóteses para a origem do nome do município, Caruaru (pronúncia IPA: [cɐɾu'ɐɾu] link=. ouça). Uma das mais utilizadas é que o nome Caruaru seja uma junção oriunda do dialeto dos índios cariris, habitantes da região na época do desbravamento, no século XVI. "Caru" equivaleria a alimento e fartura e "aru aru" à abundância. Logo, Caruaru significaria terra da fartura. A "Documentação Territorial Brasileira", do IBGE, depois de frisar os vários significados associados a entidades mórbidas, acrescenta mais uma definição: "nome de uma planta vulgarmente conhecida por caruru (espécie de bredo) e que outrora cobria um poço na margem do rio Ipojuca, em local que, por isso, passou a ser denominado Poço ou Sítio do Caruru. Por acréscimo de uma vogal, o nome seria alterado para Caruaru". No Dicionário Houaiss, consta com dois sentidos: 1º) o mesmo que curuaí (do tupi curuá’i), planta Orbignya sabulosa, isto é, a palma, incidente em toda a região; 2º) o mesmo que jacuraru, ou seja, um lagarto (do tupi yakurua’u), o popular teju ou teiú, também bastante frequente na região.
História - Devido à sua posição geográfica favorável, no coração do Agreste, passagem obrigatória do transporte de gado do Sertão para o Litoral, logo se estabeleceram diversas propriedades agropastoris. Os donos das terras onde hoje se situa o município eram os "Nunes dos Bezerros", assim denominados em virtude da curta distância entre a fazenda e a paróquia de Bezerros. Admite-se que os Nunes eram remanescentes dos antigos concessionários daquelas terras, quando foram distribuídas como sesmarias. Os Nunes haviam adotado um casal de órfãos, sendo o menino, José Rodrigues de Jesus. Em virtude de desentendimento com a família, ele se apossou das terras que lhe cabiam por herança, a leste e a sudeste da fazenda dos Nunes. Com vinte anos já era um senhor poderoso e residia com a mulher – Maria do Rosário de Jesus – numa vivenda, a Casa Grande, no local denominado Caruaru. Com licença do Bispado de Olinda, em 1781, construiu a capela de Nossa Senhora da Conceição, que contribuiu para o surgimento de uma feirinha semanal e passou a ser ponto de convergência de novos moradores, iniciando-se assim o povoamento da região. Documentos de 1794 comprovam a existência desse povoado, "possuindo crescido número de casas", já conhecido com a mesma denominação atual.
Em 1834, Caruaru figurava como 7º distrito de paz de Bonito, conforme ofício datado de 8 de novembro desse ano, enviado pela Câmara de Bonito ao Conselho do Governo de Pernambuco. A Lei Provincial nº 133, de 6 de maio de 1844, criou o distrito de São Caetano da Raposa, anexado ao município de Caruaru (alguns documentos mencionam essa lei como sendo do dia 2 de maio). Em 1846, o missionário frei Euzébio de Sales, capuchinho da Penha, iniciou a construção da Igreja Matriz, hoje catedral. Reconstruída duas vezes, a última em 1883, a igreja ganhou, nesse ano, o sino que ainda hoje existe no local, o maior ex-voto da região, promessa de Francisco Gomes de Miranda Leão, que fez transportar a oferenda em lombo de animais, de Tapera a Caruaru, onde a população recebeu com entusiasmo. Em 16 de agosto de 1848, a Lei Provincial nº 212 elevou Caruaru à categoria de vila, com território desmembrado de Bonito. Essa lei transferiu a sede da freguesia de São Caetano da Raposa para Nossa Senhora das Dores, em Caruaru, para onde também foi transladada a sede da comarca de Bonito. O art. 3º da mesma lei dividiu a comarca em dois municípios, compreendendo o primeiro as freguesias de Caruaru, Bezerros e Altinho, e a segundo município, as cidades de Bonito e Panelas.
A Câmara foi instalada no dia 16 de setembro de 1849, segundo ofício enviado ao presidente da província; quem a instalou foi o presidente da Câmara de Bonito, Francisco Xavier de Lima. O primeiro vigário da freguesia foi o padre Antonio Jorge Guerra, que a instalou no dia 28 do mesmo mês e ano. Em 18 de maio de 1857, a Lei Provincial nº 416 elevou a vila de Caruaru à categoria de cidade e sede do município e em 20 de maio de 1867, a Lei Provincial nº 720 criou a comarca de Caruaru, a qual foi classificada de 1ª entrância pelo Decreto nº 3.978, de 12 de outubro do mesmo ano; o primeiro juiz de Direito foi o dr. Antonio Buarque de Lima. Em 13 de novembro de 1872, o Decreto nº 5.139 classificou-a como de 2ª entrância.
Tornou-se município em 1 de março de 1893, com base no art. 2º das disposições gerais da Lei Estadual nº 52 (Lei Orgânica dos Municípios), de 3 de agosto de 1892. O primeiro prefeito eleito foi o major João Salvador dos Santos. Em relação anexa ao ofício do prefeito para o Secretário do Governo, com data de 26 de maio de 1893, declara-se que o município fora dividido em três distritos administrativos: Caruaru (sede municipal), Carapotós e São Caetano da Raposa.
Caruaru se converteu em município, sendo o segundo do agreste pernambucano, pelo projeto nº 20, criado pelo deputado provincial Francisco de Paula Baptista (1811-1881), defendido em primeiro debate em 3 de abril de 1857 e tornando-se concreto, depois de aprovação sem debate, em 18 de maio do mesmo ano, com a assinatura da Lei Provincial nº 416, pelo então vice-presidente da província de Pernambuco, Joaquim Pires Machado Portela. Ao passar das décadas, a cidade se desenvolveu e a antiga Vila do Caruru atualmente é conhecida por colecionar vários títulos, como “Capital do Agreste”, “Capital do Forró”, “Princesa do Agreste”, dentre outras alcunhas, fazendo analogia ao cenário de sua importância política-econômica no cenário do Estado de Pernambuco.
O desenvolvimento do município teve seu apogeu a partir de 1896, após a construção da Great Western, a linha férrea que conecta a cidade à capital pernambucana. Pelos seus trilhos era escoada a produção agrícola, além das mercadorias de sua tradicional feira. Iniciada em 2001 pelo governo pernambucano, a duplicação da principal rodovia que dá acesso ao município, a BR-232, foi crucial para a industrialização da sua economia e o crescimento do setor de serviços, já que com a nova rodovia o número de turistas em dada época do ano era maior, visto que a duplicação trouxe uma redução no tempo de viagem e mais segurança. O primeiro trecho das obras foram iniciadas no sentido Recife-Caruaru e concluídas em 2003, quando foi dado início a outro trecho, Caruaru-São Caetano.A cidade tem destaque para a produção têxtil, concentrando cerca de 12 mil fábricas do gênero, 30 mil pontos de venda e gerando 140 mil empregos direitos e indiretos.
Economia - Na lavoura temporária, destaques para a produção de macaxeira; tomate; batata-doce; cana-de-açúcar; milho e o feijão. Já na lavoura permanente, se destacam banana, abacate, laranja, manga, mamão, coco-da-baía e castanha-de-caju.
Em 2011, a indústria representou a segunda maior atividade econômica de Caruaru. A cidade tem destaque para a produção têxtil, concentrando cerca de 12 mil fábricas do gênero, 30 mil pontos de venda e gerando 140 mil empregos direitos e indiretos.
A cidade possui a maior feira ao ar livre do país, a Feira de Caruaru. Na feira são vendidos produtos das mais variadas naturezas, desde frutas, verduras, cereais, ervas medicinais, carnes, bem como produtos manufaturados como roupas, calçados, bolsas, panelas e outros utensílios para cozinha, móveis, animais, ferragens, miudezas, rádios, artigos eletrônicos e importados.
No ano de 2015, a cidade possuía dois shopping centers. O Caruaru Shopping foi inaugurado em 1997. Dispõe de uma grande variedade de lojas, serviços, educação e lazer, formado por quatro lojas âncoras (Hiper Bompreço, C&A, Lojas Americanas e Lojas Marisa), e mais de noventa lojas satélites entre marcas nacionais e regionais (Arezzo, Esposende Calçados e Esportes (Grupo Paquetá), Sueldo's, Chinatown, O Boticário, ADJI, Oi, TIM, Viasports, PUC, Hering Store, Livraria Nobel, Chilli Beans) e adesão dos empresários locais, Praça de Alimentação, Play Park, e a UNIFAVIP DeVry (Faculdade do Vale do Ipojuca) com mais de cinco mil alunos, ademais do Complexo de Cinema numa área de 1.800 metros quadrados com capacidade para 800 lugares em formato stadium, telas anguladas e som dolby digital.
Situado no bairro Maurício de Nassau, no centro de Caruaru, o Shopping Difusora, localizado na Avenida Agamenon Magalhães, próximo a agências bancárias, ao polo estudantil, consultórios médicos e empresas. Por trás da localização facilitada está uma mistura atrativa de lojas, serviços, lazer, gastronomia e eventos. Possui 110 lojas, divididas em vários segmentos. O Shopping dispõe de um teatro, com capacidade para 400 pessoas, climatizado e com acústica. Além disso, faz parte do complexo o Empresarial Difusora com trezentos salas comerciais e que gera um grande fluxo de consumidores ao centro comercial. O Shopping também conta com grandes rampas de acesso ao estacionamento coberto para mais de 700 veículos e dois elevadores com visão panorâmica.
Ensino superior - Caruaru dispõe de campi de três das principais universidades do estado, a Universidade de Pernambuco (UPE), com os cursos de Sistema de Informação e Administração (com ênfase em marketing da moda), a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), oferecendo cursos de graduação em diversas áreas, como Pedagogia, Administração, Design (ênfase em gráfico, moda e produto), Engenharia Civil, Ciências Econômicas, Medicina, Comunicação social (ênfase em mídias digitais e produção cultural), Engenharia de Produção e Licenciaturas em Física, Química e Matemática e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) com o curso de Engenharia Mecânica. Além disso, a cidade sedia diversas instituições privadas, como o Centro Universitário Tabosa de Almeida (ASCES - UNITA), a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru (FAFICA), o Centro Universitário do Vale do Ipojuca (UNIFAVIP DeVry), a Faculdade Maurício de Nassau (UNINASSAU), entre outras (Estácio, Unit, Unopar, Anhanguera, Fael, Unicesumar). Estas instituições de ensino superior fazem de Caruaru um polo estudantil, atraindo todos os anos um grande número de estudantes oriundos das cidades e estados vizinhos, transferindo-se para o município ou viajando diariamente.
Artes cênicas e eventos - A cidade possui três teatros: o Teatro João Lyra Filho, Teatro Rui Limeira Rosal e o Teatro Difusora, sendo todos eles administrados por iniciativa privada, sendo o último, o Difusora, parte do shopping homônimo, que se localiza na região central da cidade.
Caruaru sedia frequentemente o FETEAG – Festival de Teatro do Agreste, que é realizado pelo grupo Teatro Experimental de Arte (TEA), contando com o apoio do Funcultura/Governo do Estado de Pernambuco e apoio da Caixa econômica Federal e do Sesc. Após vários anos da criação do festival, ele se consolidou como o principal projeto da formação de artes cênicas no interior pernambucano e um dos mais importantes do país. Tendo como principal objetivo estimular crianças e jovens ao estudo e a prática do teatro das unidades de ensino, difundindo talentos descobertos anualmente, entre atores e técnicos. A distribuição das entradas das apresentações são sempre feitas sem fins lucrativos.
Apesar de não ser um dos pontos fortes da cidade, Caruaru possui alguns blocos de Carnaval que desfilam por suas ruas centrais fazendo prévia do carnaval de Recife e Olinda. O principal bloco carnavalesco é realizado por Byron Lasserre, proprietário do Bar Confraria do Sucata, na rua João Condé, no centro. Em 15 de novembro se comemora a festa da padroeira do município, Nossa Senhora das Dores, a homenagem é feita com missas, procissões e shows religiosos e artísticos. A festa é realizada na Igreja Matriz, que é dedicada à santa.
Museus - O Alto do Moura é um bairro localizado a 7 km do centro de Caruaru, foi e ainda é morada de diversos artesãos conhecidos internacionalmente. Atualmente é um maiores e significativos centro das artes figurativas das Américas. Lá pode-se encontrar os museus e ateliês de vários artesãos, além de bares e restaurantes de culinária regional e, de acordo com o calendário regional de eventos, pólos de diversas atrações culturais. O bairro ainda possui um morador ilustre, Manuel Eudócio, que recebeu o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, pela Fundarpe.
A cidade possui vários museus, que contam aos seus visitantes um pouco da história do município e das obras feitas pelos filhos mais notáveis de Caruaru, que estabeleceram na região um grande pólo cultural. Um de seus museus mais famosos, o Museu do Barro Espaço Zé Caboclo, anexo ao Espaço Cultural Tancredo Neves, disponibiliza aos turistas a vitrine cultural regional, com salas temáticas, sendo elas dedicadas a Luiz Gonzaga; São João e artistas caruaruenses; Elba Ramalho; Mestre Vitalino e família; Artesãos do Alto do Moura, com a exposição de artefatos de barros da arte figurativa, decorativa e utilitário-decorativa; Abelardo Rodrigues, acervo de arte em barro e a Pinacoteca Luísa Maciel, com quadros que exibem recortes da cultural popular. Além de possuir uma sala de exposições temporárias. Também anexo ao espaço cultural do município, está o Museu da Fábrica de Caroá, que foi uma das indústrias que impulsionaram a economia da cidade, nela é possível encontrar painéis que contam a sua história desde a fundação, em 1935, feita por José Vasconcelos, até seu funcionamento pleno, o acervo ainda dispõe de todos os maquinários usados na produção da fibra, como: estradeira, fiadeira, teste de resistência do fio, carretilhas, bobinas e depósitos de couro para guardar os carretéis. Ainda na antiga fábrica, há os velhos mobiliários da sala do presidente, relógio-ponto, telefone e a máquina de datilografia. Ainda, as amostra da planta caroá e da fibra.
Na região central da cidade, pode-se encontrar o Memorial da Cidade de Caruaru, que foi, a princípio, construído para funcionar como um mercado de farinha, porém, a feira da cidade foi transferida da rua onde esta se situa para o Parque 18 de Maio, então o prédio perdeu sua função original, se tornando em 1992 o Memorial da Feira. Em 2009, o local foi restaurado, estruturado e reaberto ao público com a ampliação do seu acervo, que agora conta com painéis que mostram um pouco sobre a história política, social, cultural, religiosa, econômica e esportiva do município. A Casa-Museu Mestre Vitalino, situada no Alto do Moura, foi a última residência do mais famoso artesão caruaruense, podendo encontrar no local réplicas das suas principais obras, utensílios domésticos que pertenceram à sua família e fotografias que destacam os principais marcos de sua vida artística. O espaço é administrado por um dos seus filhos, Severino Vitalino, que assim como seu pai, ganha a vida com o barro. Lá ainda é possível conhecer as etapas de produção do artesanato. No mesmo bairro ainda se pode contar com o Museu de Mestre Galdino, que detém grande parte das suas peças e poesias originais, com fotografias e textos que expõem a vida pessoal do contemporâneo de Mestre Vitalino, que se evidenciou por suas obras surrealistas.
Atrativos
Feira de Caruaru - A feira se situa no bairro de Nossa Senhora das Dores, no centro econômico da cidade. Realiza-se nas quartas-feiras e sábados uma das maiores feiras livres de grande importância econômica e cultural do Nordeste. A feira passou a existir há mais de 200 anos e sua origem está intimamente ligado com a da cidade. O local era ponto de parada para vaqueiros que conduziam o gado do interior para o litoral do estado e de mascates que faziam o caminho contrário. A feira acontece aos sábados, entretanto, sua montagem tem início no dia anterior, pela tarde, assim que começam a chegar os primeiros comerciantes, com seus produtos para vender. Chegam usando os mais diferentes tipos de condução: jumento, carroça, velhos caminhões, camionetas, bicicletas, carros de boi e também carros. Por sua diversidade, hoje a feira de Caruaru movimenta a cidade quase todos os dias da semana.
No ano de 1992, foi transferida do Largo da Igreja da Conceição para o Parque 18 de Maio, também situado na parte central da cidade. Milhares de barracas coloridas espalham-se por mais de dois quilômetros nas ruas da cidade, comercializando uma grande variedade de produtos, principalmente objetos do artesanato popular: chapéus de palha, de couro e tecido, cestas, objetos de barro e cerâmica, brinquedos populares, gaiolas. A feira possui setores onde se vende frutas, verduras, cereais, ervas medicinais, carnes, assim como outros onde se pode encontrar roupas, calçados, bolsas, panelas e outros utensílios para cozinha, móveis, animais, ferragens, miudezas, rádios, artigos eletrônicos importados e muitos outros. Há um setor denominado troca-troca, onde nada se vende, tudo se troca: bicicletas, rádios, relógios, roupas, carteiras, instrumentos musicais, etc, que são negociados após muita pechincha. Deficientes visuais tocam sanfona, violeiros e cantadores lançam seus desafios e os vendedores de literatura de cordel fazem suas propagandas através de um alto-falante.
Grupos musicais e bandas de pífanos também são encontradas no meio da feira. Lá, misturado de comércio, festa e arte popular, que os artistas anônimos expandem uma cultura nordestina. A feira de Caruaru tem muitas características que, não obstantes sejam muito corriqueiras para os habitantes da cidade, surgem como um bonito exotismo para os visitantes. É um ponto de encontro de artistas, poetas, boêmios e turistas de todos as regiões do país e do exterior, que se juntam à população, superlotando as barracas, compondo-se também, uma considerada fonte de renda para o município de Caruaru. O baião de Onildo Almeida, cantado por Luiz Gonzaga é um resumo bastante conhecido sobre o que se resume ser a Feira de Caruaru. Em 2006, a feira recebeu título de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
São João - O São João de Caruaru é a maior festa regional ao ar livre do mundo segundo o Guinness.
A cidade é detentora da maior festa junina do mundo, com mais de 1,5 milhões de visitantes. Por conta do número de visitantes obtido, a festa ganhou o registro do Guinness World Records como a maior festa country regional ao ar livre do mundo. O título não deve ser confundido com o tema das festas juninas da cidade de Campina Grande, que é "O Maior São João do Mundo", que apesar de o tema sugerir tal interpretação, o título pertence a Caruaru.
Desde o meados do século XIX, as festas juninas de Caruaru já era atração procurada por pessoas das vizinhanças e até do Recife. Eram festejos organizados em domínios rurais particulares, com fogueiras, balões, fogos de artifício, quadrilhas juninas, barracas de canjica, pamonha, milho e animação. Na década de 1950, uma feira de fogos, dos mais variados tipos, característicos do Nordeste, com buscapés, rojões, bombas, vulcões, pistolões, foguetes, traques de massa, estrelinhas, girândolas, fazia o entretenimento de pessoas de todas as idade. Os fogos de artifício, que hoje são usados nos festejos, foram trazidos para o país através dos imigrantes portugueses e espanhóis que, por sua vez, os conheceram dos chineses e dos árabes.
Com muitos anos de tradição em festas juninas, o São João de Caruaru é realizado, desde 1994, no Pátio de Eventos Luiz Gonzaga, um complexo com 41.500 m², que acomoda a Fundação de Cultura de Caruaru, os Museus do Barro e do Forró, um pavilhão para exposições temporárias, a Secretaria Municipal de Turismo do município, um palco destinado à shows e a Vila do Forró, onde é reproduzida uma típica vila do interior com uma pequena igreja, prefeitura, mercearia, postos de serviços bancários e de correios, construídos em alvenaria.
Durante os festejos, que se destacam pela animação e grandiosidade, chegando a atrair mais de um milhão e meio de turistas, o visitante pode assistir apresentações de bacamarteiros e bandas de pífano, shows de artistas consagrados como Alceu Valença, Dominguinhos, Elba Ramalho, Gilberto Gil, Zé Ramalho, Nando Cordel e de diversos forrozeiros de todo país, degustar a culinária da região e dançar o forró pé-de-serra nordestino.
As comidas e bebidas em grande dimensão também entram nas grandes atrações da festa, sendo oferecidas em dias anteriormente marcados: o maior chocolate quente, o maior quentão, a maior pipoca do forró, a maior pamonha, o maior cuscuz, o bolo de milho gigante, o maior pé-de-moleque, o maior arroz doce, a canjica gigante, o maior bolo de macaxeira, o maior xerém (tipo de angu) e o tradicional cozido gigante. Há também a maior fogueira de São João, construída com madeira ecológica, e posta em frente da Igreja do Convento, onde é acesa no dia 28 de junho.
Com base nas quadrilhas comuns, no ano de 1989, surgiram no São João de Caruaru as Drilhas, blocos juninos parecidos aos trios elétricos do carnaval baiano. Para não haver descaracterização das tradições da festa junina, os trios só se apresentam à tarde, na Avenida Agamenon Magalhães. As mais antigas e tradicionais são a Gaydrilha, onde apenas homens participam caracterizados de matutos e matutas e outros personagens típicos e a Sapadrilha, com mulheres caracterizadas de homem, ambas surgidas em 1989. Atualmente há várias, entre as quais a Piradrilha; Diversãodrilha; Turisdrilha; Trokadrilha; a Brinkadrilha e a Nova Drilha. Em 2009, o São João de Caruaru fez homenagem ao centenário de Mestre Vitalino, famoso ceramista da cidade e, neste mesmo ano, o evento foi registrado, por proposta da Assembléia Legislativa de Pernambuco, como Patrimônio Imaterial de Pernambuco.
Referência para o texto: Wikipédia.