Ipatinga é um município brasileiro no interior do estado de Minas Gerais, Região Sudeste do país. Localiza-se no Vale do Rio Doce e pertence à Região Metropolitana do Vale do Aço, estando situado a cerca de 210 km a leste da capital do estado.
Etimologia
A origem do nome "Ipatinga" varia conforme a fonte. Enquanto uma versão defende que seja um termo da língua tupi que significa "pouso de água limpa" ou "lagoa clara" (upaba, lagoa e tinga, clara), outra afirma que se trata de um arranjo elaborado pelo engenheiro Pedro Nolasco, responsável pelo projeto da Estrada de Ferro Vitória a Minas, aproveitando os elementos "Ipa" (da cidade de Ipanema) e "tinga" (de Caratinga).
História
Colonização da região
A exploração da região conhecida inicialmente como Sertões do Rio Doce teve início no final do século XVI, em expedições à procura de metais preciosos, no entanto o desbravamento dessas terras foi proibido no começo do século XVII, a fim de evitar contrabando do ouro extraído nas redondezas de Diamantina. O povoamento foi liberado em 1755 e no século XIX, durante mandato de Dom Pedro I do Brasil, bandeirantes estiveram na região, onde constataram a presença de indígenas. Ainda assim, até o século XX a área de Ipatinga não reportou uma significativa colonização. Por volta de 1920, já existiam pequenos núcleos habitacionais nos atuais bairros Barra Alegre, Ipaneminha, Taúbas e Bom Jardim, frutos de apossamentos de terras ou, no caso do Ipaneminha, pontos de parada de uma estrada por onde passavam tropeiros rumo a Ouro Preto e Diamantina.
A locação da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) pelo leste mineiro, no entanto, vinha estimulando o desenvolvimento populacional nas áreas próximas das margens dos rios Doce e Piracicaba, assim como viria a ocorrer na região do Vale do Aço. Em 1º de agosto de 1922, foi inaugurada a Estação Pedra Mole, próxima ao atual bairro Cariru, e no mesmo ano foi construída a Estação Nossa Senhora, onde surgiu o povoado de Córrego de Nossa Senhora ou Horto de Nossa Senhora, no atual bairro Horto. Nesse local, foi criada a primeira farmácia da atual Região Metropolitana do Vale do Aço, pelo farmacêutico (e futuro político) Raimundo Alves de Carvalho.
A Estação Pedra Mole foi desativada poucos anos depois de sua inauguração, devido a uma alteração no traçado da EFVM, e um novo terminal foi construído no atual Centro de Ipatinga. Em 1924, houve a fundação da Estação do Calado, em Coronel Fabriciano, onde se instalou a Companha Siderúrgica Belgo-Mineira na década de 1930. Vastas áreas foram adquiridas com objetivo de centralizar a extração de madeira da empresa pela região, visando a alimentar seus fornos em João Monlevade. Todavia, apenas Coronel Fabriciano experimentou um desenvolvimento populacional e urbano entre as décadas de 30 e 40, intensificado com a instalação da Acesita, em 1944, culminando em sua emancipação do município de Antônio Dias, em 1948. Pela Lei nº 1.039, de 12 de dezembro de 1953, o povoado de Ipatinga foi elevado a distrito de Fabriciano.
A presença das carvoarias da Belgo-Mineira e da Acesita incentivou o fluxo comercial da localidade, que também foi beneficiada pela construção da Usina Hidrelétrica de Salto Grande, situada no município de Braúnas. O maquinário destinado às obras desse complexo era descarregado no povoamento, onde era armazenado e aos poucos transportado até a barragem. Mesmo assim, o distrito de Ipatinga atraiu pouca atenção da sede até o final da década de 1950. Até então, suas principais atividades econômicas ainda foram ligadas à agricultura e à pecuária.
Expansão econômica e siderúrgica
Em 1956, uma comissão japonesa visitou o então distrito de Ipatinga, sendo escolhido como sede da instalação da Usiminas. Para essa decisão, foram levados em conta a topografia apropriada, pequena distância entre as fontes de matéria prima e os centros consumidores, disponibilidade de recursos hídricos, abundância de energia elétrica, malha ferroviária local e proximidade com outros centros siderúrgicos. Com as notícias da construção da siderúrgica que se instalaria na região, foi grande a chegada de novos moradores, antes de sua instalação. Isso aumentou a necessidade de um planejamento urbano para a cidade.
Com a instalação da Usiminas em Ipatinga, houve a construção de bairros inteiros destinados a servir de abrigo aos seus trabalhadores, sendo o Horto o primeiro deles. Até essa ocasião, o povoamento contava com cerca de 60 casas e 300 habitantes. A elaboração do primeiro plano urbanístico da atual cidade, então chamada de Vila Operária, projetado pelo arquiteto Raphael Hardy Filho em 1958, possibilitou a locação dos primeiros bairros do atual município. Os conjuntos habitacionais da antiga Vila Operária encontram-se localizados entre o rio Piracicaba e a usina e foram distribuídos de acordo com a hierarquia da empresa, distinguindo-se entre engenheiros, técnicos, operários e chefes. A Usiminas entrou em operação em 26 de outubro de 1962, após o então presidente do Brasil João Goulart acender o alto-forno pela primeira vez, permitindo a primeira corrida de gusa.
Contudo, os investimentos do Estado, responsável por 55% do capital estatal da Usiminas — outros 5% pertenciam a empresários nacionais e 40% a japoneses —, restringia-se aos arredores da empresa e pouco levavam em consideração o município de Coronel Fabriciano como um todo, cuja administração havia isentado a Usiminas de impostos. Além disso, a infraestrutura disponibilizada pela empresa se mostrava insuficiente para atender à demanda de operários da região ou que vinham de diferentes áreas do Brasil à procura de trabalho, tampouco àqueles que não se empregavam na indústria. Em Ipatinga, os alojamentos se tornaram poucos e os índices de violência eram elevados.
Consolidação urbana
Até 1967, encontravam-se implantados na Vila Operária os bairros Amaro Lanari, Bom Retiro, Cariru, Castelo, Horto, Imbaúbas e Vila Ipanema. Dentre outros bens infraestruturais básicos, foram construídos o Colégio São Francisco Xavier (1962) e o Hospital Márcio Cunha (1967). Ainda sob influência do massacre de 1963, a Usiminas adotou a partir da década de 1960 ações de recursos humanos e políticas de assistência social, tendo em vista que, ser empregado na siderúrgica era garantia de acesso à habitação, infraestrutura e saúde. Com objetivo de controlar a compra e venda de residências e terrenos e evitar que características originais do projeto da cidade original fossem rompidas, Rafael Hardy Filho criou um plano habitacional em 1965, no qual fora definido que qualquer obra que fosse realizada nos complexos residenciais devia receber a aprovação de um Departamento de Habitação e Urbanismo da empresa. Entre as décadas de 70 e 80, foram construídos cemitérios, salas de cinema, fundações culturais e teatrais, o terminal rodoviário e o Ipatingão.
Paralelo à original Vila Operária, o crescimento da população não industrial induziu o surgimento de novas divisões sem relação com a empresa, em especial na periferia da cidade, no decorrer da segunda metade do século XX. O crescimento desordenado, aliado às condições naturais, proporcionou tragédias da natureza das enchentes de 1979. Em fevereiro daquele ano, enchentes, quedas de pontes e barreiras deixaram a cidade isolada após dias seguidos de chuvas intensas que atingiram toda a bacia do rio Doce.
A Avenida 28 de Abril (antiga Rua do Comércio ou Rua do Buraco), no Centro de Ipatinga, também ficou inundada durante as chuvas de 1979. A via é outro exemplo onde o desenvolvimento ocorreu de forma desorganizada e com uma considerável presença de cortiços, fazendo com que a área configurasse como uma zona de altos índices de violência e prostituição, além de problemas com enchentes. No começo da década de 1990, a efervescência da atividade comercial incentivou a estruturação dessa região, com parte de sua população sendo remanejada para casas populares.
A privatização da Usiminas, no início da década de 90, ajudou a desvincular a administração pública com foco à empresa para priorizar a cidade como um todo. O Plano Diretor Municipal, elaborado em 1991, enaltece as metas de "evidenciar a história da cidade e dos espaços, propor formas de integrá-la no seu cotidiano, permitir a criação de referências coletivas e o reconhecimento e apropriação da cidade pela população". Após sua privatização, a empresa intensificou os investimentos em arte e equipamentos culturais com objetivo de manter sua credibilidade frente aos acontecimentos no passado, como exemplo a fundação do Teatro Zélia Olguin em 1994 e do Centro Cultural Usiminas em 1998. Ser fichado na Usiminas também era garantia de acompanhamento odontológico gratuito a toda a família, o que fez com que Ipatinga registrasse um índice de 0,3 problemas com dentes cariados, perdidos ou obturados por habitante segundo informações de 2001, frente a médias de 4,9 do Brasil e 1,2 da Finlândia (país com o menor índice do mundo de acordo com a ONU). Seus funcionários arrecadavam 10% do capital da empresa com direito a participação nos lucros. Em 2002, investimentos de recursos do município, dos governos federal e estadual e da Usiminas tornaram Ipatinga em uma das primeiras cidades de seu porte na América Latina a ter 100% de suas águas residuais tratadas.
História recente
Ipatinga e o Vale do Aço iniciam o século XXI com destaque à vocação industrial já conhecida, mas com setores de comércio e prestação de serviços em desenvolvimento, caracterizando-se como polo regional para vários municípios do leste de Minas. Pesquisas econômicas recorrentemente citam Ipatinga, como a que foi realizada pelo SEBRAE, apontando quais as melhores cidades de cada estado para se abrir um negócio em 2012, e os 100 melhores municípios do Brasil para investir em imóveis em 2015. Em 2016, figurou na 48ª posição dentre as cidades mais inteligentes do Brasil, segundo o ranking da Bloomberg Philanthropies que pontua inovações em projetos das administrações públicas que visem a sanar problemas sociais. Sob os reflexos da Grande Recessão global que teve início em 2008, no entanto, houve uma relevante diminuição da demanda por aço e posteriormente de sua produção em todo o Brasil, a exemplo do Vale do Aço. Registra-se a partir de então uma considerável queda da população industrial local em função do fechamento de postos de trabalho e cortes de investimentos, com impactos diretos nos setores de serviços e comércio.
Relevo e hidrografia
Ipatinga está inserida na depressão interplanáltica do Vale do Rio Doce, cujo relevo é resultado de uma dissecação fluvial atuante nas rochas granito-gnáissicas do período Pré-Cambriano. O conjunto apresenta rochas do complexo gnáissico-magmático-metamórfico, que incluem biotita-gnaisse, rochas graníticas e granito-gnaisse. O relevo é heterogêneo, sendo 55% do território ipatinguense plano, enquanto que 30% são de terras onduladas e nos 15% restantes os terrenos são montanhosos.
As maiores elevações podem ser encontradas a noroeste, na região dos maciços da Serra dos Cocais, onde a altitude chega aos 1.163 metros. Por outro lado, as menores altitudes são notadas nas margens dos rios, ao passo que a altitude mínima, de 235 metros, está localizada na foz do rio Piracicaba no rio Doce. A posição do rio Piracicaba e o relevo plano em suas proximidades serviram como pretexto para a instalação da Estrada de Ferro Vitória a Minas e da Usiminas e, posteriormente, para o estabelecimento do perímetro urbano de Ipatinga, que foi forçado a se expandir em direção às altitudes mais elevadas. Dessa forma, é considerável a ocupação e o surgimento de bairros, em especial de classes baixas, em áreas com forte declividade.
Clima
O clima ipatinguense é caracterizado como tropical quente semiúmido (tipo Aw segundo Köppen), com temperatura média compensada anual de 23 °C e pluviosidade média de 1. 360 mm/ano, concentrados entre os meses de outubro e abril, sendo dezembro o mês de maior precipitação.
Ecologia e meio ambiente
A vegetação nativa pertence ao domínio florestal Atlântico (Mata Atlântica), restando poucas regiões fragmentadas em meio a áreas reflorestadas, pastagens e ao perímetro urbano. A monocultura de reflorestamento com eucalipto, no entanto, apresenta uma considerável relevância e ocupa área maior que o bioma original, tendo como finalidade a produção de matéria-prima para a fábrica de celulose da Cenibra, localizada em Belo Oriente.
Ipatinga conta com uma área de proteção ambiental (APA) e duas reservas particulares do patrimônio natural (RPPN), que aliadas a áreas de preservação vizinhas, como a Serra dos Cocais em Coronel Fabriciano e a APA de Santana do Paraíso, constituem um corredor ecológico até o Parque Estadual do Rio Doce (PERD), que por sua vez faz limite com o município e é considerado o maior remanescente de Mata Atlântica e um dos principais sistemas lacustres do estado. Parte das áreas de preservação locais, no entanto, é usada para pastagens ou cultivo de eucalipto. A APA Ipanema, como é denominada, foi criada em 1997 e abriga remanescentes de Mata Atlântica que atuam como mata ciliar para a região da nascente do ribeirão Ipanema e de outros cursos hidrográficos menores. As RPPNs Fazenda Córrego da Bucaina e Sítio do Zaca são propriedades particulares, mas ambas têm registro em âmbito estadual como áreas de conservação.
O município administra cinco parques municipais, sendo eles: Ipanema, Samambaias, Parque das Montanhas, Parque Ecológico das Águas e Parque da União. Dentre esses se destaca o Parque Ipanema, que é a maior área verde urbana de Minas Gerais, com cerca de 1 milhão de m². O Parque Municipal Samambaia, que está situado no bairro Bom Jardim e foi criado em 2000, possui um lago e um remanescente de Mata Atlântica. Também em 2000, houve a criação do Parque da União, localizado no Veneza. Os demais tiveram suas demarcações pelo Plano Diretor Municipal em 2014. A prefeitura também mantém um viveiro municipal, onde são cultivadas as mudas frutíferas, ornamentais, arbóreas e medicinais utilizadas nos logradouros ou que podem ser adquiridas pela população. O Centro de Biodiversidade da Usipa (CEBUS), que é administrado sob intermédio da Usiminas, conta com um mini-jardim zoológico, um viveiro de mudas e uma área de conservação, atendendo às escolas e à comunidade da região com visitas, atividades ecológicas e dinâmicas.
Ipatinga é considerada uma das cidades mais arborizadas do Brasil, contando com mais de 100 m² de área verde por habitante. Segundo a prefeitura, havia cerca de 100 mil árvores plantadas em áreas públicas da cidade em 2014, com presença de espécies típicas locais, como mognos, pinheiros, palmeiras, cajás, mangueiras, goiabeiras e o ipê-amarelo. No mesmo ano, existiam 450.000 m² de áreas gramadas em praças e parques, 40.000 m² de jardins e cerca de 100 praças públicas e áreas verdes, os quais são ornamentados com aproximadamente 20 espécies típicas, dentre elas: trapoeraba-roxa, clorofito, coleus, erica, ixora, onze-horas, vinca e margarida-branca. Sabiá-laranjeira, sanhaço, tico-tico, rolinha, saíra e bem-te-vi são aves típicas da fauna local, ao passo que animais silvestres podem ser encontrados sobretudo em áreas de florestas remanescentes, a exemplo de gato-do-mato, tatu, paca, raposa e rato silvestre.
Economia
No Produto Interno Bruto (PIB) de Ipatinga, destaca-se o setor industrial. De acordo com dados do IBGE, relativos a 2016, o PIB a preços recorrentes do município era de R$ 8.482.789,91 mil. R$ 902.437,86 mil eram de impostos sobre produtos líquidos de subsídios a preços correntes e o PIB per capita era de R$ 32.711,16. Em 2010, 65,23% da população maior de 18 anos era economicamente ativa, enquanto que a taxa de desocupação era de 8,77%. Cabe ressaltar, no entanto, que em 2010, cerca de 10% da população se deslocava para outro município para trabalhar, dadas a proximidade e o fácil acesso aos demais municípios da Região Metropolitana do Vale do Aço.
Em 2014, salários juntamente com outras remunerações somavam 1.966.288 mil reais e o salário médio mensal de todo município era de 2,8 salários mínimos. Havia 7.572 unidades locais e 7.178 empresas atuantes. Segundo o IBGE, 49,92% das residências sobreviviam com menos de um salário mínimo mensal por morador (36 384 domicílios), 36,82% sobreviviam com entre um e três salários mínimos para cada pessoa (26.840 domicílios), 6,37% recebiam entre três e cinco salários (4.646 domicílios), 4,09% tinham rendimento mensal acima de cinco salários mínimos (2.980 domicílios) e 2,80% não tinham rendimento (2.040 domicílios).
Ipatinga foi apontada como a sétima melhor cidade para iniciar uma empresa em Minas Gerais, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) em 2012, porém a redução da demanda por aço no mercado nacional e internacional culminou em demissões e cortes de investimentos e salários pelas indústrias locais nos primeiros anos da década de 2010. Somente no município, 7.879 vagas na área da indústria foram eliminadas de 2011 a 2013, gerando impactos diretos também nos setores comercial e de prestação de serviços locais. Foi registrado um total de 10.871 demissões em todos os setores entre janeiro e março de 2015, sendo a maior parte delas (3.782) na construção civil, e 25% dos cargos comissionados da prefeitura haviam sido suspensos até dezembro de 2015.
Agropecuária
Em 2016, a pecuária e a agricultura acrescentavam 1.122,47 mil reais na economia de Ipatinga, enquanto que em 2010, 0,75% da população economicamente ativa do município estava ocupada no setor. Em 2015, Ipatinga configurava-se como o segundo maior município exportador internacional de mel de Minas Gerais, perdendo apenas para Timóteo.
Indústria e prestação de serviços
A indústria, em 2016, era o setor mais relevante para a economia do município. 2.952.580,96 mil reais do PIB municipal eram do valor adicionado bruto do setor secundário. Boa parte desse valor se deve à presença da Usiminas, com um considerável volume de produtos exportados, destacando-se em relação à produção de aço, aço inoxidável e produtos metalmecânicos. O estabelecimento do complexo industrial é o responsável por atrair empresas fornecedoras, complementares e de prestação de serviços às atividades produtivas tanto em Ipatinga quanto nos municípios ao redor. Ipatinga também possui um distrito industrial, que é administrado pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), foi estruturado em 1998 e conta com área de cerca de 35.113.336 m².
Dentre outros ramos industriais, fazem-se presentes em Ipatinga a confecção de artigos e acessórios de vestuário, extração e manipulação de minerais não-metálicos, fabricação de móveis e artefatos mobilísticos, produção de alimentos e bebidas e fabricação de produtos oriundos da metalurgia, além da extração de eucalipto destinado a abastecer a usina de celulose da Cenibra, situada no município de Belo Oriente. Em 2012, de acordo com o IBGE, foram extraídos 1 137 metros cúbicos de madeira em tora, sendo 100% desse total destinado à produção de papel e celulose. Segundo estatísticas do ano de 2010, 0,39% dos trabalhadores do município estavam ocupados no setor industrial extrativo e 21,42% na indústria de transformação.
Em 2010, 8,91% da população ocupada estava empregada no setor de construção, 1,02% nos setores de utilidade pública, 18,41% no comércio e 41,89% no setor de serviços e em 2016, 3.617.070,04 mil reais do PIB municipal eram do valor adicionado bruto do setor de serviços e 1.009.578,56 mil reais do valor adicionado da administração pública. O movimento comercial em Ipatinga possui uma representatividade especial na região da Avenida 28 de Abril (antiga Rua do Comércio), no Centro, que foi revitalizada na década de 1990. Assim como parte do Centro, as regiões dos bairros Bom Retiro, Canaã, Horto e Veneza são consideradas centralidades metropolitanas que exercem um considerável grau de polarização na RMVA, em função da presença de serviços públicos e comércio que atraem consumidores das cidades próximas. Em alguns bairros também funcionam feiras livres regulares, a exemplo da Feira do Ipatingão, que acontece no estacionamento do Estádio Municipal João Lamego Netto. O Shopping Vale do Aço, por sua vez, está localizado próximo ao bairro Horto e constitui um dos maiores centros de compra do interior mineiro.
Educação
Cabe ressaltar que 5,6% dos estudantes de Ipatinga frequentam a escola em outra cidade, enquanto que é considerável a demanda de alunos nas instituições de ensino do município que residem nas cidades vizinhas. Na classificação geral do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2016, o Colégio Fibonacci obteve média de 720,21 nas provas objetivas e 827,65 na redação, posicionando-se na segunda colocação do ranking estadual e na sexta a nível nacional. Em 2013, o município dispunha de nove unidades de ensino técnico e sediava nove instituições particulares de ensino superior, sendo algumas delas os campi do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste), da Faculdade Pitágoras, da Faculdade de Direito de Ipatinga (FADIPA) e da Faculdade de Medicina do Vale do Aço (FAMEVAÇO). Em 2014, houve a instalação de um campus do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) e em 2015, foi anunciada a criação de um campus da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
Cultura
Na ocasião da instalação da Usiminas as únicas opções de lazer existentes em Ipatinga se restringiam a pequenos bares. Os trabalhos pesados na usina, as longas filas para os restaurantes, as diferenças culturais e a distância das famílias contribuíam para que as relações entre os habitantes não fossem boas, haja vista a concentração de residentes oriundos de diferentes regiões do país. Esse conjunto de fatores foi um dos pretextos para as revoltas que culminaram no Massacre de Ipatinga, em 1963, e somente então foram adotadas políticas de assistência social visando a minimizar os conflitos entre as relações de trabalho, incluindo a expansão dos investimentos em lazer.
Ipatinga conta com um conselho municipal de cultura e conselho de preservação do patrimônio, sendo ambos paritários e de caráter deliberativo. Também há legislações municipais tanto de proteção ao patrimônio cultural material quanto ao patrimônio imaterial, ministradas por uma secretaria municipal exclusiva, que é o órgão gestor da cultura no município. Apesar da administração pública do setor cultural, a Usiminas também mantém investimentos em arte e equipamentos culturais. A cidade possui um folclore rico e diversificado. Há existência de equipes artísticas de teatro, dança, coral, folclore e grupos musicais de acordo com o IBGE em 2012. Uma de suas principais manifestações culturais é o Congado do Ipaneminha, um tradicional grupo de marujada que canta marchas em homenagem à Nossa Senhora do Rosário em ocasiões festivas. Foi fundado por descendentes de tropeiros que herdaram uma tradição de origem africana em 1925. A Folia de Reis, a Festa do Divino, a Festa do Rosário, o bumba meu boi, as festas juninas e o Festival da Banana são outros exemplos de manifestações culturais populares que podem ser encontradas no município. No dia de Corpus Christi, tapetes são confeccionados nas ruas dos bairros por algumas paróquias. O artesanato também é uma das formas mais espontâneas da expressão cultural ipatinguense, sendo que, segundo o IBGE, as principais atividades artesanais desenvolvidas são o bordado e trabalhos que envolvem o couro e metal.
Dentre os espaços culturais destinados à manutenção e à preservação das manifestações populares, destaca-se a existência de bibliotecas mantidas pelo poder público municipal, teatros, estádios, ginásios poliesportivos, salas de cinema, clubes e associações recreativas, segundo o IBGE em 2005 e 2012. A antiga estação ferroviária do Centro de Ipatinga foi inaugurada em 1930 e desativada em 1951, porém seu prédio foi reinaugurado como um museu em 1992. Chamado de Estação Memória Zeza Souto, desde então abriga atividades culturais e documentos relativos à história da cidade. Sob recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Usiminas, em parceria com a prefeitura, ocasionalmente organiza uma programação diversificada que envolve a realização de oficinas, espetáculos culturais e cinema. Esses eventos ocorrem tanto nas escolas quanto nas principais praças da cidade, abertos para a população em geral. A prefeitura mantém programas como a Escola de Música Tenente Oswaldo Machado e a Escola Municipal de Iniciação Teatral Sete de Outubro, que possuem turmas de várias idades.urais, incluindo sob recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A pontuação de políticas culturais do município para o cálculo do ICMS Cultural, válida para exercício em 2020, foi de 2,55 em uma escala que vai de 0 a 4. Ipatinga obteve nota 2, a máxima possível, em relação à realização de inventário. A pontuação total, considerando variantes como conservação, despesas e quantidade de bens tombados e/ou registrados, foi de 6,77, valor que era o maior dentre os municípios da RMVA.
Manifestações e espaços culturais
A cidade possui um folclore rico e diversificado. Há existência de equipes artísticas de teatro, dança, coral, folclore e grupos musicais de acordo com o IBGE em 2012. Uma de suas principais manifestações culturais é o Congado do Ipaneminha, um tradicional grupo de marujada que canta marchas em homenagem à Nossa Senhora do Rosário em ocasiões festivas. Foi fundado por descendentes de tropeiros que herdaram uma tradição de origem africana em 1925. A Folia de Reis, a Festa do Divino, a Festa do Rosário, o bumba meu boi, as festas juninas e o Festival da Banana são outros exemplos de manifestações culturais populares que podem ser encontradas no município. No dia de Corpus Christi, tapetes são confeccionados nas ruas dos bairros por algumas paróquias. O artesanato também é uma das formas mais espontâneas da expressão cultural ipatinguense, sendo que, segundo o IBGE, as principais atividades artesanais desenvolvidas são o bordado e trabalhos que envolvem o couro e metal.
Dentre os espaços culturais destinados à manutenção e à preservação das manifestações populares, destaca-se a existência de bibliotecas mantidas pelo poder público municipal, teatros, estádios, ginásios poliesportivos, salas de cinema, clubes e associações recreativas, segundo o IBGE em 2005 e 2012. A antiga estação ferroviária do Centro de Ipatinga foi inaugurada em 1930 e desativada em 1951, porém seu prédio foi reinaugurado como um museu em 1992. Chamado de Estação Memória Zeza Souto, desde então abriga atividades culturais e documentos relativos à história da cidade. Sob recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Usiminas, em parceria com a prefeitura, ocasionalmente organiza uma programação diversificada que envolve a realização de oficinas, espetáculos culturais e cinema. Esses eventos ocorrem tanto nas escolas quanto nas principais praças da cidade, abertos para a população em geral. A prefeitura mantém programas como a Escola de Música Tenente Oswaldo Machado e a Escola Municipal de Iniciação Teatral Sete de Outubro, que possuem turmas de várias idades.
A Usiminas, por meio do Instituto Cultural Usiminas, atua como um agente promotor de projetos e mantenedor de espaços que versam as artes na região, como é o caso do Centro Cultural Usiminas, que tem uma abrangência regional e disponibiliza para os habitantes oficinas culturais e uma programação teatral diversificada, possibilitando também acesso a uma galeria de arte e biblioteca. Situado em anexo ao Shopping Vale do Aço, seu teatro é considerado um dos mais modernos do Brasil e em 2015 recebeu a certificação Herity, que é reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e tem como critérios aspectos que envolvem conservação, qualidade e relevância.[246] O Teatro Zélia Olguin, situado no bairro Cariru, também é administrado pelo Instituto Cultural Usiminas.
O Shopping Vale do Aço, além de sediar o Centro Cultural Usiminas, é considerado o maior equipamento de lazer e entretenimento da Região Metropolitana do Vale do Aço e suas salas de cinema são as principais da região. Os espaços culturais de Ipatinga recorrentemente são sede de eventos de relevância regional ou mesmo nacional, a exemplo das atrações da Campanha de Popularização do Teatro e da Dança e o Ipatinga Live Jazz. Na Usipa ocorrem regularmente o Projeto Xerimbabo (voltado ao meio ambiente e à conscientização ambiental) e a Expo Usipa (exposição de negócios locais). De acordo com a Secretaria de Cultura do Estado de Minas Gerais, as intensas manifestações, grupos teatrais e eventos diversos fazem da cidade um dos principais polos culturais do estado.
Marcos e atrativos
Ipatinga faz parte do Circuito Turístico Mata Atlântica de Minas Gerais, que foi oficializado em 2010 pela Secretaria de Estado de Turismo com o objetivo de estimular o turismo nas cidades integrantes. Segundo o Ministério do Turismo (MTur) em 2015, o município, juntamente com outras 166 cidades brasileiras, é classificado na categoria hierárquica "B", de uma escala que vai de "A" para os melhores municípios avaliados em quesitos de desenvolvimento econômico, estabelecimentos no setor de hospedagem e fluxo de turistas a "E" para os piores.
Os principais atrativos naturais são as diversas trilhas, matas, lagoas e cachoeiras existentes na zona rural, alguns equipados com infraestrutura para os frequentadores. Nesse ponto cabe ser ressaltado o Parque das Cachoeiras, de administração particular, que possui cerca de 5 milhões de m² e também dispõe de área de camping, chalés para hospedagem e restaurante.[244] De forma especial na região das áreas de preservação ambiental e nascentes da sub-bacia do ribeirão Ipanema, existem outros sítios e pousadas que propiciam o turismo rural e o ecoturismo, ramos os quais recebem apoio da Associação dos Empreendedores do Turismo Rural de Ipatinga (AETRI).
A zona urbana também concentra uma gama de equipamentos de lazer que por vezes atraem frequentadores de outras cidades. A Usipa, além de seu Centro de Biodiversidade equipado com mini-jardim zoológico e jardim botânico, também abriga trilhas ecológicas, parque aquático, áreas esportivas, lanchonetes e área de lazer para as crianças. O Parque Ipanema é uma das maiores áreas verdes do país situadas dentro de um perímetro urbano e foi um dos últimos projetos do paisagista Roberto Burle Marx, contando com mais de 1 milhão de m² e 12 mil árvores plantadas. O complexo do Parque Ipanema também abrange o Parque da Ciência, onde são apresentados fenômenos físicos, biológicos, químicos ou astronômicos que podem ser observados ou interagidos pelo visitante, além de playground, quadras poliesportivas, campos de futebol, pista de caminhada, ciclovias e anfiteatro. O Shopping Vale do Aço, conforme já citado, configura-se como o maior centro de compras do leste mineiro e entre os maiores do interior do estado e é considerado o principal equipamento de lazer e entretenimento em âmbito metropolitano.
Dentre os marcos já citados, cabem ser destacados aqueles tombados como patrimônios culturais de Ipatinga. Além da Estação Memória Zeza Souto, do Teatro Zélia Olguin e do Parque Ipanema, detalhados anteriormente, são exemplos de bens tombados pelo município: o Pontilhão de Ferro entre os bairros Centro e Veneza, que foi construído para a passagem de trens com a locação da EFVM em 1930, desativado com a alteração do traçado da ferrovia e adaptado para veículos e pedestres em 1986; a Casa dos Ferroviários, construída pela Vale na década de 1930 para abrigar seus trabalhadores; a Estação Pouso de Água Limpa, réplica de uma estação ferroviária anexa ao Parque Ipanema; a Academia Olguin, que depois de servir como restaurante da Usiminas passou a sediar aulas de caratê e dança na década de 70; a Igreja Nossa Senhora da Esperança do bairro Horto, sede da Paróquia Nossa Senhora da Esperança, construída em 12 dias por trabalhadores da Usiminas em 1959; o Grande Hotel Ipatinga, projetado por Raphael Hardy Filho no bairro Castelo e concluído em 1961; e as ruínas da Estação Pedra Mole.
Esportes
Ipatinga disponibiliza uma série de espaços e equipamentos destinados às práticas esportivas. Cabe ser ressaltada a Associação Esportiva e Recreativa Usipa, que dispõe de parque aquático com piscina olímpica aquecida, estádio de futebol, quadras poliesportivas, um ginásio coberto e pista de atletismo, além de área de lazer para as crianças. A instituição também oferece formação de atletas do esporte especializado e futebol. Dentre os atletas que obtiveram reconhecimento nacional e mesmo internacional estão os nomes da judoca Edilene Andrade, da corredora Lucimar Aparecida de Moura, da nadadora Flávia Delaroli e dos futebolistas Somália e Edivaldo.
O Centro Esportivo e Cultural Sete de Outubro, localizado no bairro Veneza, oferece projetos sociais na área esportiva e cultural e conta com quadras esportivas propícias às práticas de basquetebol, futsal, handebol e caratê, além de campos de futebol.
O Kartódromo Emerson Fittipaldi (Kart Clube Ipatinga), que foi inaugurado em 1982, ocasionalmente sedia etapas estaduais ou nacionais de competições de kart.
Os Jogos Escolares de Ipatinga (JEI), realizados pela prefeitura de Ipatinga sob recursos da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, reúnem anualmente alunos de escolas públicas e particulares que se enfrentam em partidas de diversos esportes, como atletismo, basquete, handebol, vôlei e xadrez. A mesma lei beneficia a organização de outros eventos esportivos no município, inclusive aqueles organizados pela iniciativa privada.
O Estádio Municipal João Lamego Netto é o principal estádio da cidade e do Vale do Aço e tem capacidade para até 23 mil pessoas. O Ipatingão, como também é conhecido, é considerado a "casa" do Ipatinga Futebol Clube, o time de futebol mais bem sucedido da região, com participações nas divisões principais dos campeonatos Brasileiro e Mineiro. Em 2010, com a reforma do Estádio Governador Magalhães Pinto (o Mineirão, em Belo Horizonte) para a Copa do Mundo FIFA de 2014, o Ipatingão passou a sediar alguns dos jogos das principais equipes da capital mineira (Cruzeiro e Atlético).
O Estádio Amaro Lanari Júnior, como é chamado o estádio da Usipa, foi inaugurado em 7 de setembro de 1961 e seu centro de treinamento já foi utilizado por clubes de futebol da elite nacional e mesmo internacional, como Atlético Mineiro, São Paulo e San Lorenzo da Argentina.
A Liga Desportiva de Ipatinga comanda as competições de futebol amador do município de todas as categorias (divididas por idades), que em alguns anos movimentam mais de 10 mil atletas.
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