Foz do Iguaçu é um município brasileiro do estado do Paraná.
Segundo artigo publicado pela revista Exame em março de 2014, é o terceiro destino de turistas estrangeiros no país e o primeiro da região sul.
Conhecida internacionalmente pelas Cataratas do Iguaçu, uma das vencedoras do concurso que escolheu as 7 Maravilhas da Natureza, e pela Usina Hidrelétrica de Itaipu, a segunda maior do mundo em tamanho e primeira em geração de energia, que em 1996 foi considerada uma das 7 Maravilhas do Mundo Moderno pela Sociedade Americana de Engenheiros Civis.
História
Primeiros povos e fundação
Pesquisas arqueológicas realizadas pela Universidade Federal do Paraná no espaço brasileiro do reservatório de Itaipu, antes de sua formação, situaram em 6.000 a.C. os vestígios da mais remota presença humana na região; vários grupos humanos sucederam-se ao longo dos séculos. Os últimos que precederam os europeus (espanhóis e portugueses) eram os índios. Em 1542, o espanhol Álvar Núñez Cabeza de Vaca chegou ao rio Iguaçu e por ele seguiu guiado por índios Caingangues, atingindo as Cataratas e batizando o Paraguai. É registrado como o "descobridor" das Cataratas. Em seu diário, ele narra a própria vivência no início da colonização europeia nas Américas.
Século XIX
Em 1881 Foz do Iguaçu recebeu seus dois primeiros habitantes: o brasileiro Pedro Martins da Silva e o espanhol Manuel González. Pouco depois chegaram os irmãos Goycochéa, que iniciaram a exploração da erva-mate. Oito anos após foi fundada a colônia Militar na fronteira, marco do início da ocupação efetiva do lugar por brasileiros.
A expedição do Engenheiro e Tenente José Joaquim Firmino chegou a Foz do Iguaçu em julho de 1889. Foi levantada a população e identificadas 324 pessoas, em sua maioria paraguaios e argentinos. Mas havia também a presença de espanhóis e ingleses dedicados à extração da erva-mate e da madeira, exportadas via rio Paraná.
Em 22 de novembro do mesmo ano, o Tenente Antônio Batista da Costa Júnior e o Sargento José Maria de Brito fundaram a Colônia Militar, que tinha competência para distribuir terrenos a colonos interessados.
No ano de 1897 foi criada a Agência Fiscal, chefiada pelo Capitão Lindolfo Siqueira Bastos. Ele registrou a existência de apenas 13 casas e alguns ranchos de palha. Nos primeiros anos do século XX a população de Foz do Iguaçu chegou a aproximadamente 2 mil pessoas e o vilarejo dispunha de uma hospedaria, quatro mercearias, um rústico quartel militar, mesa de rendas e estação telegráfica, engenhos de açúcar e cachaça e uma agricultura de subsistência.
Século XX
Em 1910 a Colônia Militar passou à condição de Vila Iguassu, distrito do município de Guarapuava. Dois anos depois, o Ministro da Guerra emancipou a Colônia tornando-a um povoamento civil entregue aos cuidados do governo do Paraná, que criou então a Coletoria Estadual da Vila. Em 14 de março de 1914, pela Lei 1.383, foi criado o município de Vila Iguassu, instalado efetivamente no dia 10 de junho do mesmo ano, com a posse do primeiro prefeito, Jorge Schimmelpfeng, e da primeira Câmara de Vereadores. O município passou a denominar-se Foz do Iguaçu em 1918.
A estrada que liga Foz do Iguaçu a Curitiba tomou sua primeira forma em 1920. Era precária e cheia de obstáculos. Na segunda metade da década de 1950 iniciou-se o asfaltamento da estrada que cortaria o Paraná de leste a oeste, ligando Foz do Iguaçu à Paranaguá, que foi inaugurada em 1969.
Em 1924 os revoltosos da Coluna Prestes saíram da capital paulista iniciando sua marcha pelo interior do estado na direção sudoeste. Ao ingressar no Paraná, conquistaram muitas cidades fronteiriças ao Paraguai e estabeleceram seu quartel-general em Foz do Iguaçu. Permaneceram até 1925, quando atravessaram o rio Paraná penetrando no Paraguai rumo a Mato Grosso.
A história do Parque Nacional do Iguaçu começa no ano de 1916, com a passagem por Foz do Iguaçu de Alberto Santos Dumont, o pai da aviação.
A área pertencia ao uruguaio Jesus Val. Santos Dumont intercedeu junto ao Presidente do Estado do Paraná, Affonso Alves de Camargo, para que fosse desapropriada e tornada patrimônio público. No dia 28 de julho, através do decreto nº 63, foi declarada de utilidade pública, com 1.008 hectares. Em 1939, por decreto do Presidente Getúlio Vargas, a área foi expandida para 156.235,77 hectares.
Em 1994 os decretos nº 6.506, de 17 de maio, e de nº 6.587, de 14 de junho, consolidam e ampliam a área do Parque Nacional, dando-lhes os limites propostos pelo chefe da seção de Parques Nacionais; hoje os limites atuais são 185.000 hectares.
Com a inauguração da Ponte Internacional da Amizade (Brasil - Paraguai) em 1965 e inauguração da BR-277, ligando Foz do Iguaçu a Curitiba e ao litoral, em 1969, Foz do Iguaçu teve seu desenvolvimento acelerado, intensificando seu comércio, principalmente com a cidade paraguaia de Ciudad del Este.
A construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, iniciada na década de 1970, causou fortes impactos em toda a região, aumentando consideravelmente o contingente populacional do município, passando de 33.970 habitantes em 1970 para 136.320 habitantes em 1980, registrando um crescimento de 385%.
Geografia
Relevo
Foz do Iguaçu está localizado no extremo oeste do terceiro planalto paranaense, sendo o município mais a oeste do Paraná. O relevo é suavemente ondulado, o que contribui muito para o desenvolvimento da agricultura. Sua altitude varia em torno dos duzentos metros. A oeste do município corre o rio Paraná, ao sul o rio Iguaçu, ao norte fica o Lago de Itaipu e a sudeste o Parque Nacional do Iguaçu, uma das últimas reservas de mata nativa intacta que existem no Paraná. No sudoeste de Foz os Rios Iguaçu e Paraná se unem formando a tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai.
Clima
O clima de Foz do Iguaçu é subtropical úmido mesotérmico, classificado por Köppen como Cfa. A cidade tem uma das maiores amplitudes térmicas anuais do estado, cerca de 14 °C de diferença média entre o inverno e o verão, isto deve-se a uma menor influência da maritimidade do que a que ocorre em outros municípios. Por isso os verões costumam ser muito quentes, com máximas médias em torno dos 33 °C e sensação térmica chegando a cerca de 40 °C, e os invernos apesar de, na média, serem considerados amenos, ainda sim propiciarem quedas bruscas de temperaturas que podem fazer a temperatura cair abaixo de zero durante a passagem de frentes frias com a massas de ar polar na retaguarda. As chuvas costumam ser bem distribuídas durante o ano, com uma pequena redução no inverno, e a precipitação anual é de aproximadamente 1.900 milímetros (mm).
Economia
As principais fontes de renda de Foz do Iguaçu são o turismo, que alavanca também o comércio e a prestação de serviços na região, e a geração de energia elétrica. É o segundo destino de turistas estrangeiros no país e o primeiro da região sul.
Foz do Iguaçu é conhecida internacionalmente por suas atrações turísticas, que trazem visitantes do Brasil e do mundo. As mais famosas são o conjunto de quedas denominadas Cataratas do Iguaçu, no Parque Nacional do Iguaçu e a Usina Hidrelétrica de Itaipu (maior hidrelétrica do mundo em produção anual de energia).
Além dos tradicionais atrativos da cidade, outro fator de atração de turistas é a possibilidade de compra de produtos com preços reduzidos na vizinha Ciudad del Este. Durante todo o ano é grande o fluxo de sacoleiros (como são conhecidas as pessoas que compram em grande quantidade no Paraguai para revender no Brasil) que atravessam a Ponte da Amizade apenas para comprar, uma vez que normalmente pernoitam em Foz.
Outro atrativo oferecido pelas cidades vizinhas é a possibilidade de conhecer o lado argentino das Cataratas; nas proximidades também é possível frequentar os cassinos, atividade não permitida no Brasil.
Turismo
As principais atrações da cidade são o conjunto de quedas denominadas Cataratas do Iguaçu, no Parque Nacional do Iguaçu (Patrimônio Mundial Natural da Humanidade tombado pela UNESCO), a Hidrelétrica Binacional de Itaipu (maior hidrelétrica do mundo em produção anual de energia), o Marco das Três Fronteiras, a foz do Rio Iguaçu no Rio Paraná (área onde as fronteiras da Argentina, Brasil e Paraguai se encontram), a Ponte Internacional da Amizade (divisa entre Brasil e Paraguai) e Ponte da Fraternidade (divisa entre Brasil e Argentina), o Parque das Aves (com aproximadamente 900 aves de 150 espécies), entre outras.
Educação
Foi escolhida para alocar a Universidade Federal da Integração Latino-Americana. A Universidade, criada pela lei nº 12.189/2010, é uma instituição pública de ensino superior preocupada com a criação de um ambiente multicultural e interdisciplinar capaz de produzir profissionais e pesquisadores voltados para o desenvolvimento econômico, social, cultural e político da região, num espírito de igualdade entre todos os povos e culturas do continente. A universidade é um projeto único na história do ensino superior na América Latina. A sua vocação é a de contribuir para o desenvolvimento e a integração latino-americana, com ênfase no Mercosul, por meio do conhecimento humanístico, científico e tecnológico e da cooperação solidária entre as universidades, organismos governamentais e internacionais. Será uma universidade aberta para a América Latina e Caribe: a metade dos 10.000 alunos e dos 500 professores, previstos como meta, serão selecionados e recrutados nos vários países latino-americanos e caribenhos, sendo a outra metade formada por brasileiros.
No ensino superior público, a cidade ainda conta com a Universidade Estadual do Oeste do Paraná. No ensino superior privado, há a Faculdade de Foz do Iguaçu (FAFIG), o Centro de Ensino Superior de Foz do Iguaçu (CESUFOZ), a Faculdade União das Américas (Uniamérica), e a Faculdades Unificadas de Foz do Iguaçu (UNIFOZ).
Cultura
Gastronomia
A comida típica da cidade é o Pirá de Foz, porém o Dourado (peixe de escamas encontrado no Rio Paraná) Assado faz grande sucesso na gastronomia local. Anualmente, acontece o Concurso do Dourado Assado, atraindo milhares de pessoas. Em Foz do Iguaçu, encontram-se diversos estilos de restaurantes, de variadas gastronomias, inclusive os tradicionais fast foods.
A culinária libanesa também recebe o seu destaque em Foz do Iguaçu, que possui vários estabelecimentos neste segmento, com destaque para o shawarma, um sanduíche feito com carne ou frango, muito apreciado por moradores e turistas.
Literatura
Na literatura contemporânea, um dos bairros de Foz Iguaçu, a Vila Carimã, surge de forma subjetiva na obra do escritor Leonid Bózio, que relata no livro Tempos Sombrios, da série Autofagia, o misticismo local por meio da figura do Pombero, criatura da mitologia Guarani.
Referência para o texto: Wikipédia .