sexta-feira, 30 de outubro de 2020

TRÊS LAGOAS - MATO GROSSO DO SUL

Três Lagoas é um município brasileiro da região Centro-Oeste, localizado no estado de Mato Grosso do Sul. Situa-se na Mesorregião do Leste de Mato Grosso do Sul e na Microrregião de Três Lagoas.
Fundada em 1915, sua colonização iniciou-se na década de 1880 por Luís Correia Neves Filho, Antônio Trajano dos Santos e Protásio Garcia Leal. Seu nome origina-se das três lagoas que existem na região. Desde sua criação, demograficamente o município de Três Lagoas tem crescido de maneira linear e progressiva. No censo de 1940 a cidade tinha 15.378 habitantes. Vinte anos depois a população atingia 31.690 habitantes e em 1991 possuía 68.162 habitantes. Já em 2000 totalizava 78.900 habitantes e no último censo havia 101.722 habitantes. De acordo com estimativas do IBGE de 2015, possui uma população de 113.619 habitantes, sendo a terceira cidade mais populosa de Mato Grosso do Sul .
A cidade apresenta uma razoável distribuição de renda e não possui bolsões de pobreza. Trata-se de um centro regional e tem todas as amenidades necessárias em um centro urbano, além de fornecer aos seus cidadãos alta qualidade de vida. A cidade também é a 89ª menos violenta entre os municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes considerando mortes por agressão (homicídios) e em mortes violentas por causas indeterminadas (MVCI), onde registrou 24 assassinatos (21,1 mortes por 100 mil habitantes) segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
História
Origens
Há séculos, antes da colonização pelo homem branco, vivia na região do leste sul-mato-grossense, onde hoje se localiza a cidade de Três Lagoas, a tribo indígena dos Ofaié. Um grupo da família Macro-jê, os Ofaié descendem das civilizações indígenas do Chaco, na Bolívia. Constituíam-se de coletores, caçadores e pescadores, e eram nômades nas terras localizadas entre os hoje denominados Rio Paraná e a Serra de Maracaju, limitando-se ao norte por volta da latitude do Rio Sucuriú.
A partir do século XVIII, a região de Três Lagoas e seus habitantes, os Ofaié, passaram a sofrer com as visitas dos bandeirantes paulistas, em excursões para reconhecimento de território. Já em 1829, uma expedição enviada por João da Silva Machado, Barão de Antonina, e chefiada por Joaquim Francisco Lopes, visando a expansão dos campos de pecuária do vale do Rio São Francisco, atravessou o Rio Paraná e fez contato com os índios, que eram amigáveis. Também faziam parte dessa entrada Januário Garcia Leal e outros sertanistas.
O município de Paranaíba e a colonização do sul de Mato Grosso
Januário Garcia Leal, José Garcia Leal, João Pedro Garcia Leal, Joaquim Garcia Leal e seus outros irmãos, acompanhados por suas respectivas famílias, empregados e escravos, fugindo de perseguições políticas, permaneceram na região. Os Garcia Leal e seus agregados criaram, assim, o arraial de Sete Fogos, hoje Paranaíba, ao norte da área de Três Lagoas. Esses e outros pecuaristas se estabelecem aos arredores do rio Paranaíba.
Muito embora tais colonizadores se mantivessem a certa distância dos ameríndios, uma vez que havia toda a região entre o Rio Sucuriú e o Rio Paranaíba vazia entre eles, os nativos da tribo Ofaié, que deparavam-se com os desbravadores vez em quando durante as andanças de ambos, passaram a deliberadamente evitar contato e tentar manter sempre uma distância segura. Na década de 1840, no entanto, Joaquim Francisco Lopes novamente realiza uma entrada pelos confins do sul de Mato Grosso. Reencontra os Ofaiés nas cabeceiras dos rios Negro, Taboco e Aquidauana, afluentes do rio Paraguai.
De meados do século XIX em diante, bandeirantes paulistas, que aos poucos se tornavam fazendeiros pecuaristas fixos, atravessavam o Rio Paraná e se estabeleciam em lugares ermos do centro e oeste do atual estado de Mato Grosso do Sul, perseguindo e escravizando os ameríndios nativos. Os Ofaié, que já eram nômades, afastaram-se da região onde se intersectam o Rio Sucuriú e o Rio Paraná, refugiando-se ao sul e a oeste, entre a região do Rio Verde, onde hoje se encontra a cidade de Brasilândia, e a Serra de Maracaju.
A região que se tornaria o atual município de Três Lagoas, no entanto, permanecia selvagem, uma vez que o interesse dos colonizadores paulistas era expandir as frentes a oeste, de forma a assegurar que teriam infinitas extensões de terra. A região três-lagoense continuava, assim, sob a influência da frente colonizadora que se encontrava em Paranaíba e que, mais cedo ou mais tarde, iria se expandir ao sul.
Com a implantação das propriedades e a fixação dos marcos de posse às margens dos rios, paulistas, mineiros e outros demarcaram áreas extensas, de tal forma que logo encheram de grandes latifúndios a região, Rio Pardo a dentro, no rumo do Rio Vacaria e do Rio Brilhante, no centro do atual estado de Mato Grosso do Sul, local que tiveram de abandonar momentaneamente com a Guerra do Paraguai.
Expansão ao sul de Paranaíba e o início de Três Lagoas
No ano de 1867, ainda durante a guerra do Paraguai, o Visconde de Taunay viajava de Aquidauana ao Rio de Janeiro para levar à corte notícias sobre a Retirada da Laguna. Vindo do sertão de Camapuã, atravessou a nado o alto Rio Verde entre a latitude das atuais cidades de Paranaíba e Inocência. Transitava, desta forma, de noroeste a norte do atual município de Três Lagoas. Segundo ele descreve em seu livro Reminiscências, "no dia 30 [de junho de 1867] estávamos no vasto rancho do Sr. José Pereira, bom mineiro que nos acolheu otimamente e era o primeiro morador que encontrávamos à saída do sertão bruto de Camapuã e à entrada do de Santana do Paranaíba, um pouco mais habitado, (…) próximo já da vila de Santana do Paranaíba".
Ao apontar que José Pereira fora o primeiro habitante que encontrara na área de Paranaíba, mesmo estando este muito próximo àquela cidade, as anotações de Taunay deixam claro, desta forma, que no ano de 1867 a frente pioneira de Paranaíba somente se encontrava ao redor daquela cidade, ou seja, muito distante de sequer habitar a atual área do município de Três Lagoas, mais ao sul. Isto não quer dizer, no entanto, que a região três-lagoense já não estivesse sendo explorada pelos pioneiros de Paranaíba. Pelo contrário, José Garcia Leal, considerado "o principal homem do sertão", possuía "inúmeras posses" nos rios Sucuriú e Verde, motivo pelo qual os Ofaiés se afastaram da região, de forma a evitar confrontos. Essas posses, no entanto, não eram habitadas, ou sequer trabalhadas. Utilizavam-se os campos naturais de Cerrado para se criar gado de maneira extensiva. José Garcia Leal ou seus agregados e empregados somente tinham de visitar o local a cada dois meses para encher de sal os coxos e costear o gado. Januário Garcia Leal Sobrinho utilizava-se do mesmo esquema de criação de gado ao norte de Paranaíba, em terras goianas.
Com o fim da guerra do Paraguai, os sertanistas e colonizadores voltaram ao centro e oeste de Mato Grosso do Sul, reunindo o restante dos rebanhos a novos povoadores.
Foi somente nos anos de 1880, entretanto, que passaram ao sul do município de Paranaíba, ou seja, ao atual município de Três Lagoas, seus três fundadores e também mais antigos habitantes: Luís Correia Neves Filho, o mais antigo, que se instalou nas proximidades do Ribeirão Beltrão, ao norte do Rio Sucuriú, com sua esposa, Claudina Correia Neves; Antônio Trajano dos Santos, que se instalou na região entre o Ribeirão Palmito e o Rio Sucuriú, a qual chamou de Fazenda das Alagoas, em razão das três grandes lagoas ali existentes; e Protázio Garcia Leal, neto de Januário Garcia Leal, que se instalou na região da Piaba, às margens do Rio Verde, em terras próximas às de seu tio-avô, José Garcia Leal. Estavam ocupadas as três regiões do município três-lagoense: o norte do rio Sucuriú, na área do Ribeirão Beltrão; o centro e atual perímetro urbano, na área das três lagoas; e o sul, na área do Rio Verde.
É correto dizer, desta maneira, que a filha de Luís Correia Neves Filho, Zulmira Maria de Jesus, nascida em 1884, foi a primeira pessoa com ancestrais europeus a nascer no atual município, uma vez partidos os Ofaié. Foi a primeira três-lagoense. Aos poucos, ainda, colonizadores gradativamente foram espalhando-se pela margem dos ribeirões Palmito, Moeda, Piaba, Pombo, Campo Triste e Brioso - deixavam a área de Paranaíba e se aventuravam ao sul, para a região do Rio Sucuriú e além.
Também se destacaram nestes momentos iniciais, em territórios do antigo município de Paranaíba, do qual Três Lagoas foi posteriormente desmembrada, Necésio Ferreira de Melo, fundador da propriedade agropastoril denominada Piaba, em terras banhadas pelo Ribeirão Campo Triste; Antônio Ferreira Bueno, em Serrinha, hoje Garcias; Antônio Paulino, também às margens do Ribeirão Campo Triste; Silvério Garcia Tosta e seus filhos, afazendados no alto Sucuriú, no bananal da Boa Vista; Misael Garcia Tosta, no ribeirão Morro Vermelho, afluente do rio Paraná; Januário José de Sousa e seus filhos, afazendados no ribeirão São Pedro, afluente do rio Sucuriú; Manuel Garcia Tosta, no ribeirão Indaiá Grande, afluente do rio Sucuriú; Carlos de Castro, na fazenda Coqueiro; Miguel Pântano, Marcolino Marques e Isaías Borges, em águas do rio Correntes; os irmãos Joaquim e José Machado, os irmãos Jerônimo e Isaías Coimbra, Jerônimo Rosa, os irmãos Albino, Ângelo, José e Vitório Lata, Antônio dos Santos, os irmãos Manuel e Francisco Fabiano, Silvério Garcia Tosta e seus filhos, todos afazendados em águas vertentes da Serra da Moranga; Bernardo Barbosa Sandoval e seus filhos, em águas do rio do Peixe; os irmãos José, Urias, Francisco e Antônio Queirós, em águas do rio Quitéria; a família Pereira, afazendada nos rios Sucuriú e Verde; as famílias Camargo,Otoni e Juscelino Ferreira Guimarães, no alto Sucuriú; as famílias Damasceno e Oliveira, no médio rio Pardo; as famílias Barbosa, Lopes, Rosa e Mariano, na Vacaria; e o vigário de Santana de Paranaíba, padre Francisco de Sales Fleury, que possuía também uma fazenda, onde tinha uma caseira, Joaquina de tal, e com ela teve filhos: Marcelo, Justiniano, Augusto, Maria, Teotônio e Vicência.
Criação
No princípio do século XX, a propriedade de Antônio Trajano dos Santos, denominada Fazenda das Alagoas, à margem esquerda do Ribeirão Palmito, recebe o apelido de Coletoria, devido ao posto fiscal estadual ali implantado para a taxação da pecuária. Suas terras são, então, cortadas em diagonal pela Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB), dividindo-as em dois triângulos.
Quando em 1909 chegou a ser fundado o acampamento dos engenheiros às margens da Lagoa Maior, na Fazenda das Alagoas, onde hoje situa-se a cidade, devido à construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, os Ofaiés há quase duas décadas já haviam deixado o local.
Ao norte do Rio Sucuriú, chegava Jovino José Fernandes, que se tornou dono de uma grande plantação de cana-de-açúcar e destilaria, um dos homens mais ricos do local. Ao sul do mesmo rio, no distrito de Garcias, o mineiro de Uberaba, José Silvério Borges, estabelecia-se com sua esposa, Inocência Maria da Abadia, natural de Jataí, Goiás.
Em 1910 foi motivada, pelo acampamento de engenheiros, a edificação de várias moradias, desenvolvendo um novo povoado. Havendo sua propriedade sido dividida em duas metades triangulares, a parte entre a ferrovia e o Rio Sucuriú, Antônio Trajano dos Santos doa à povoação. Foram cerca de quarenta alqueires, instalando-se aí uma praça, onde foi construída uma igreja em homenagem a Santo Antônio, proclamado padroeiro do local. Oscar Guimarães desenha urbanisticamente a infante Três Lagoas. Justino Rangel de França, funcionário da Construtora Machado de Melo & Cia, demarca o sítio urbano.
Três Lagoas recebe o influxo de muitos migrantes, como os mineiros Coronel Antônio de Sousa Queirós, Bernardino Caldeiras e o Dr. Sebastião Fenelon Costa. Estes três últimos abrem o armazém Bernadino & Cia. João Carrato constrói o Hotel dos Viajantes, primeiro hotel da cidade. Em meados da mesma década de 1910, chega o sírio Martins Rocha. Ao norte do Rio Sucuriú, havia o Capitão Benevenuto e seus filhos, Misael Garcia Moreira e João Moreira; e Francisco Salles da Rocha, criador de um estabelecimento para pernoite para tropeiros.
O distrito foi criado pela lei nº 656 de 12 de junho de 1914, pertencente a Sant'Anna do Paranaíba. A Vila de Três Lagoas cria-se pela lei estadual nº 706, de 15 de junho de 1915, ainda parte da Comarca de Paranaíba, mas, emancipada politicamente. É nomeado o intendente-geral interino, o Dr. Sebastião Fenelon Costa, assim como os primeiros vereadores. Torna-se município em 8 de agosto do mesmo ano de 1915, quando são realizadas eleições para a presidência da Câmara Municipal, tendo sido eleito para presidente da mesma o coronel Antônio de Sousa Queirós e para vice-presidente o advogado Generoso Alves Siqueira. O desmembramento da comarca de Paranaíba acontece em 27 de dezembro de 1916, através do Decreto de Lei nº. 768, tomando posse do município as autoridades nomeadas pelo Governador do Estado.
Em 10 de outubro de 1920, Elmano Soares lança, com Bernardo de Oliveira Bicca, o primeiro número da Gazeta do Comércio, o primeiro jornal semanal do então estado de Mato Grosso. Através de sua maneira polêmica e politizada de escrever, Elmano Soares sofre perseguição política por seus artigos, tendo de se afastar de seu jornal e de Três Lagoas algumas vezes para preservar sua vida. O jornal, no entanto, torna-se um dos mais respeitados na região.
A vila de Três Lagoas recebe foros de cidade pela Resolução nº. 820, de 19 de outubro de 1920, durante o governo de Dom Francisco de Aquino Corrêa. Comemora-se, no entanto, em 15 de junho, a emancipação política de Três Lagoas. Ainda no início da década de 1920, a área restante do município, cerca de três mil e seiscentos hectares, é doada pelo governador do então estado de Mato Grosso, Celestino da Costa. O terreno é demarcado em 1921 pelo engenheiro Sampaio Jorge e loteada como área suburbana.
Guerras civis
Em A Coluna Prestes, de Neil Macaulay, é dito que "1.500 soldados rebeldes" marchavam pelo interior brasileiro após um "movimento militar revolucionário" fracassado. Tais tropas rebeldes, tendo ao seu comando Isidoro Dias Lopes, haviam atacado São Paulo em 5 de julho de 1924 e ocupado a cidade por vinte e três dias, exigindo a renúncia do então presidente Artur Bernardes. A data havia sido escolhida em comemoração ao aniversário de dois anos da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana. De qualquer maneira, após o bombardeio de regiões como Mooca, Brás e Perdizes, as tropas revoltosas foram repelidas pelo Exército legalista. Desde então, encontravam-se sem destino, vagando pelo estado de São Paulo.
Ainda segundo Neil Macaulay, "Em Bauru, Izidoro [Dias Lopes] soube que havia uma grande tropa federal em Três Lagoas(…). Os rebeldes arremeteriam contra a concentração governista [na cidade] (…). O ataque seria conduzido por Juarez Távora. Em Porto Epitácio (…), seu batalhão reforçado por 570 (quinhentos e setenta) homens(…) embarcou em dois vapores rumo às vizinhanças de Três Lagoas. Ao amanhecer do dia seguinte(…), os soldados de Juarez movimentaram-se para atacar [a cidade] (…). Os comandados de Juarez podiam ouvir o resfolegar das locomotivas da Estrada de Ferro Noroeste(…). O encontro em Três Lagoas deixou um terço do batalhão morto, ferido, aprisionado ou desaparecido. Juarez tinha perdido a mais sangrenta batalha da Revolta Paulista. Talvez tenha sido, também, a batalha decisiva da revolução".
Foi durante essas lutas que teria sucumbido o soldado José Carvalho de Lima, cujo túmulo no Cemiterinho hoje é objeto de devoção. Segundo Lúcio Queirós Moreira em seu livro Do Sonho à Realidade, "conta-se que um soldado, gravemente ferido (…), rastejou em busca de socorro, vindo a falecer onde hoje se ergue o túmulo. O nome do soldado seria José Carvalho de Lima. Outra versão diz que ali tombaram vários combatentes. O túmulo se encontra na confluência das ruas Quinzinho de Campos e Jamil Jorge Salomão. Seria aquele o túmulo de um soldado ou de soldados que tombaram naquela "refrega". 
Palco da grande vitória legalista em 1924, o isolamento geográfico da região três-lagoense, no entanto, favorecia sentimentos revolucionários. Já nos anos 1920, nota-se a falta de um sentimento de pertencimento, por parte dos cidadãos três-lagoenses, em relação ao estado de Mato Grosso. Identificam-se muito mais com o estado de São Paulo, por ser fisicamente mais próximo, mesmo antes da conclusão da Ponte Francisco de Sá e, portanto, do pleno funcionamento da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil.
Na participação de Três Lagoas na revolta tenentista de 1932, é possível notar, também, o tipo de relação entre as cidades do sul do então estado de Mato Grosso e o norte. Como cidades independentes, as cidades do sul-mato-grossense participaram do movimento de maneira independente do governo do estado e sem a certeza de apoio por parte umas das outras. Não havia uma identidade comum, nem muita infraestrutura, além da ferrovia, para aproximá-las, mas a aversão ao norte as unia. O habitantes das cidades do atual estado de Mato Grosso do Sul sentiam-se isolados da então capital, Cuiabá, assim como já notavam que o sul contribuía muito mais com impostos que o norte, economicamente estagnado. A proposta recebida dos rebeldes paulistas seria a de que, vencendo a revolução, os sul-mato-grossenses finalmente se separariam do norte. Sob a liderança de Bertoldo Klinger, comandante da Circunscrição Militar em Mato Grosso, que funcionava em Campo Grande, as tropas sul-mato-grossenses então se rebelaram e estabeleceram um governo dissidente naquela cidade, para o qual foi nomeado Vespasiano Martins, prefeito da mesma. O novo estado então criado se chamou Maracaju e duraria três meses, até o fim da revolução.
Assim, na Revolução Constitucionalista de 1932, Três Lagoas novamente se tornaria palco de luta armada. Desta vez, no entanto, a cidade não seria uma aconchegante parada para as tropas governistas, mas consideraria estas últimas como inimigas. Tais tropas governistas, que lutaram com o Exército debelado de Três Lagoas, chegaram principalmente pelo norte, estabelecendo-se na região do Ribeirão Beltrão, em terras de Jovino José Fernandes, Francisco Salles da Rocha e do Capitão Benevenuto. Daí, partiram rumo ao Rio Sucuriú, cercando a cidade. Entre os mortos destes conflitos esteve a própria esposa de Jovino José Fernandes, Zulmira Maria de Jesus, primeira três-lagoense de ascendência europeia, que morreu devido à falta de cuidados médicos resultante da falta de comunicação com a cidade, em 22 de julho de 1932, um dia antes de Santos Dumont ter cometido suicídio por causa da mesma guerra civil.
Governo Militar
Na década de 1960, inicia-se a construção, pela CESP, da Usina hidrelétrica Engenheiro Sousa Dias (Jupiá). Localizada no Salto de Urubupungá, quando de sua finalização, no ano de 1974, era a maior usina hidrelétrica do Brasil. Em 1978, foi ultrapassada por Ilha Solteira e, em 1982, também por Itaipu. Hoje, continua sendo a terceira maior usina hidrelétrica do Brasil, sendo considerada muito eficiente, uma vez que sua área alagada é pequena em relação à energia por ela produzida.
Sua posição estratégica e sua proximidade a uma fonte de energia elétrica tão importante para o país foram motivos para que o município de Três Lagoas, durante a ditadura militar, fosse considerado "Área de Segurança Nacional" pelo Decreto-Lei n° 1.105, de 20 de maio de 1970. Os prefeitos passaram a ser nomeados pelo governador do estado, mediante aprovação do presidente da República. Não havia a figura do vice-prefeito e, caso ocorresse a vacância da Prefeitura, assumia interinamente de acordo com a Lei Orgânica dos municípios o presidente da Câmara Municipal, até que o novo prefeito fosse nomeado e empossado. Os três-lagoenses somente voltaram a eleger seus prefeitos em 1985.
Durante a ditadura militar, os governos municipais, como o de Lúcio Queirós Moreira, sofreram com as várias mudanças de rumo por parte dos governos do estado e também com problemas orçamentais. Um exemplo desta era é o Programa de Complementação Urbana (P.C.U.), um programa do então governador Marcelo Miranda e originariamente chamado de Projeto Cura-Comunidade Urbana para Recuperação Acelerada. Tal programa era bastante abrangente e, caso implementado em todas as cidades-pólo de desenvolvimento no Mato Grosso do Sul, traria reflexos para o estado como um todo. Mas isso nunca ocorreu. Durante o governo de Pedro Pedrossian, houve outro programa, chamado de Pró-Cidade, que teve os recursos bloqueados e nunca se tornou realidade.
Geografia
Geologia
O município de Três Lagoas está inserido em litologias dos Grupos São Bento e Bauru, da Bacia do Paraná, e de coberturas cenozoicas. As coberturas cenozoicas detrito lateríticas compõem-se de dois tipos: coberturas detrítico lateríticas terciárias e quartenárias e aluviões recentes.
O solo é composto, principalmente, dos tipos latossolo vermelho escuro e podzólico vermelho escuro, com teor de acidez entre 4,3 e 6,2 de pH. Trata-se de solos minerais, não hidromórficos, altamente intemperizados, apresentando horizonte B latossólico e podendo ser profundos ou muito profundos, bem drenados ou acentuadamente drenados, friáveis e muito porosos. Os outros tipos de solo que podem ser encontrados em Três Lagoas são latossolo roxo distrófico (em regiões cobertas por faixas de Mata Atlântica), podzólico vermelho amarelo, planossolo álico, glei pouco húmico distrófico, areias quartzosas álicas e solos litólicos distróficos.
No perímetro urbano, o solo altamente poroso é um empecilho às grandes construções, pois não oferece sustentação suficiente a pesadas estruturas. Este é um dos motivos para os poucos prédios que se encontram na cidade.
Clima
O município de Três Lagoas pertence à zona climática designada pela letra A, sendo seu tipo climático o Aw, de acordo com a classificação de Köppen. O tipo Aw caracteriza-se como clima tropical quente e úmido. A temperatura média local é de 24 °C. Possui estação chuvosa no verão e seca no inverno. O total anual das precipitações em áreas de influência direta do tipo Aw está compreendido entre 900 mm e 1.400 mm.
O trimestre de maior precipitação reflete o verão austral (novembro, dezembro e janeiro), dezembro sendo o mês de maior precipitação, com tempestades de verão sempre vindas do sul. A chuva é abundante e, na maioria das vezes, acontece nos fins das tardes, limpando-se o céu ainda antes do anoitecer.
Hidrografia
A hidrografia da região é rica. Além dos já citados rios e lagoas, podem-se encontrar vários córregos e riachos. Os rios subterrâneos da região são facilmente achados, às vezes somente a vinte metros da superfície, às vezes a cem.
Três Lagoas localiza-se na Bacia Hidrográfica do Rio Paraná, que possui 700.000 km² e trata-se da quinta maior bacia hidrográfica do mundo. Possui, ainda, duas sub-bacias importantes: a do Rio Verde e a do Rio Sucuriú. A rede hidrográfica treslagoense compõem-se dos rios Paraná, Pombo, Sucuriú e Verde; além dos ribeirões Baguaçu, Bonito, Brioso, Campo Triste, Imbaúba, Palmito, Piaba, Prata e Beltrão; e dos córregos Azul, Boa Vista, Cervo, Estiva, Jacaré, Lajeado, Moeda, Pontal, Porto, Pratinha, Taboca e Urutu.
O município também se situa sobre o maior lago subterrâneo do planeta, o Sistema Aquífero Guarani. Assim como com os rios subterrâneos, a água do sistema Aquífero Guarani facilmente vêm à tona em escavação. É do aquífero a água do Ribeirão Palmito, naturalmente muito quente, mas não muito apropriada para consumo, devido ao seu gosto.
A água potável de Três Lagoas, retirada de seus rios subterrâneos, é considerada a melhor de todo o Brasil. Por isso e pela quantidade de recursos hídricos ao seu dispor, a cidade tem o apelido de Cidade das Águas.
Vegetação
Três Lagoas possui um conjunto fitogeográfico uniforme, uma vez que apresentam-se em sua paisagem campos limpos, e florestas perenifólias, subperenifólias e mesofólias. A vegetação predominante é o Cerrado (gramíneo lenhosa, arbórea densa e arbórea aberta). Há também faixas de Mata Atlântica, que se alternam perpendicularmente às margens do Rio Paraná com a vegetação do Cerrado, até que estas listras de floresta se afinam e desaparecem conforme se distanciam do rio.
Fuso horário
Está a -1 hora com relação a Brasília e -4 com relação ao Meridiano de Greenwich (Tempo Universal Coordenado).
Meio ambiente
Com sua diversidade de biomas, ecossistemas e espécies animais e vegetais, a situação do meio-ambiente três-lagoense espelha o que ocorre no restante do Brasil. Embora não possua uma grande população, devido a sua importância econômica é grande a manipulação do território pelo homem, nem sempre seguindo considerações ambientais.
Assim, desrespeita-se as normas de desflorestamento de matas ciliares em rios, como é o caso dos ranchos às margens do Rio Sucuriú; não se trata a maior parte do esgoto da cidade, em sua maioria depositado em fossas sépticas; já foi desmatada grande parte da Mata Atlântica, ao leste do município, e do Cerrado, a oeste; desaloja-se e caça-se animais silvestres, como onças, devido ao fato de que seus hábitos alimentares vão contra interesses de fazendeiros pecuaristas; e a rede hidrográfica do município já foi altamente modificada para a construção de usinas como a do Jupiá.
De qualquer maneira, o evento mais grave a já acontecer em território três-lagoense foi o enchimento da barragem da Usina hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta (Porto Primavera), que consumiu considerável parte do território três-lagoense, afogou milhares de animais e vegetais em extinção, acabou com a maior e melhor reserva de argila da América do Sul e diminuiu enormemente a riqueza do ecossistema municipal, sendo este episódio considerado o maior desastre ecológico da história do Brasil.
Entre os novos desafios para a política ambiental municipal encontra-se a chegada da International Paper e do Grupo Votorantim, uma vez que a fabricação de papel é conhecida como sendo muito poluente. Outras indústrias que lidam com processos químicos potencialmente prejudiciais ao ambiente já estão no município ou têm previsão de lá se instalar.
Economia
Três Lagoas é o centro do chamado Bolsão Sul-mato-grossense, região rica em arrecadação de impostos do estado de Mato Grosso do Sul e cuja principal atividade econômica é a pecuária. Com a crise no setor, no entanto, a indústria e o turismo despontam como alternativas ao município e à região.
Agropecuária
A agropecuária de Três Lagoas tem despontado fortemente. No município há um total de 936 empresas de agropecuária, segundo o CAGED. Desde seu início, Três Lagoas demonstrou vocação para a pecuária, sendo esta a principal atividade desenvolvida pelos pioneiros do local com exceção de poucos, como Jovino José Fernandes, que se dedicou à agricultura. A concentração das atenções municipais na criação bovina extensiva iniciou seu auge na década de 1990, quando portas se abriram para a exportação. O município de Três Lagoas foi notório, então, pela exportação de carne bovina para diversos países e locais, como Israel e Europa. O resultado do crescimento das exportações de carne bovina pode ser visto na evolução do PIB per capita do município entre 1999 e 2005, como demonstra a tabela. A renda gerada pela pecuária também sempre movimentou outros setores da economia municipal, como os setores de comércio e serviços.
Extrativismo e indústria
Três Lagoas possui no total de 433 empresas de cunho industrial e 11 empresas extrativas, segundo o CAGED.
Já em seus momentos iniciais, seletos pioneiros três-lagoenses souberam fazer uso dos recursos minerais disponíveis na região. Martins Rocha, por exemplo, com a retirada de argila do Jupiá, no Rio Paraná, estabeleceu uma importante olaria no município, a MR. Desde então, Três Lagoas se tornou a maior produtora de peças de cerâmica do Brasil, seguindo a tradição oleira iniciada por Martins Rocha. Entre os recursos minerais, também destacam-se outros materiais utilizados no setor de construção, como cascalho e areia. Outros tipos de indústria, no entanto, eram raros na cidade.
Em meados da década de 1990, um artigo da Revista Exame apontou Três Lagoas como um dos maiores polos de desenvolvimento do Brasil. A cidade receberia bilhões de dólares em investimentos e cresceria de forma surpreendente. A partir deste momento, começaram a surgir especulações de que a cidade seria a nova São Paulo, por Três Lagoas possuir posicionamento estratégico com fácil acesso aos mercados do Sudeste, Sul, Centro-Oeste e América do Sul, além de ter a sua disposição os transportes rodoviário, fluvial e ferroviário, todos os tipos de matéria-prima e mão-de-obra.
Sendo assim, as administrações municipais focaram suas atenções em permitir o desenvolvimento da indústria na cidade. Desde os anos 1990, muitas foram as indústrias que ali se instalaram, entre elas Mabel, Cortex, Metalfrio, um curtume para melhor aproveitamento do couro bovino que antes era descartado no frigorífico local e várias outras. Devido à qualidade de sua água, companhias de águas minerais e bebidas também se expandem no município. Já a Petrobrás instalou na cidade uma usina termelétrica.
Entre todos esses investimentos, no entanto, um dos maiores será feito pelas companhias International Paper e Grupo Votorantim. US$ 1,15 bilhão será investido para a construção de fábrica com capacidade para produzir quinhentas mil toneladas de papel branco ao ano em Três Lagoas, a partir do primeiro trimestre do ano de 2009. A pedra fundamental da obra idealizada pelo senador Ramez Tebet foi lançada no dia 19 de dezembro de 2006.
Principais Indústrias: Suzano Papel e Celulose; Eldorado Brasil; Petrobras; CESP; China Three Gorges Corporation; Bemis Company; International Paper; Metalfrio; Cargill e Grupo JSL.
Comércio
Três Lagoas possui no total de 1.496 empresas de cunho comercial, sendo 1.409 empresas varejistas e 87 empresas atacadistas, segundo o CAGED.
Em dezembro de 2019 foi inaugurado o primeiro shopping da cidade (Shopping Três Lagoas), com 82 lojas e 4 salas de cinema.
Turismo
Na indústria do turismo, Três Lagoas faz parte da chamada Costa Leste de Mato Grosso do Sul e apesar de seu potencial turístico, tanto em termos de atrações como instalações e infraestrutura, o governo municipal e empresários de Três Lagoas somente nos últimos anos têm se esforçado com maior organização para fazer da cidade e da região um polo de turismo. 
A cidade possui especial vocação para esportes aquáticos. No ano de 2006, pela segunda vez Três Lagoas sediou o Brasil Open de Jet Ski, no Rio Sucuriú. O município ainda recebe turistas de diversas partes do Brasil, mas principalmente de Rio de Janeiro e São Paulo, que se deslocam à região para atividades relacionadas à pesca, entre outras, uma vez que possui uma colônia de pescadores em Jupiá.
Três Lagoas oferece, ainda, uma alternativa a turistas buscando conhecer o Pantanal sul-mato-grossense. Para aqueles que dirigem das regiões nordeste, sudeste e sul do Brasil, a cidade pode ser considerada como o portal do Pantanal, por ter ricos ecossistemas e oferecer variados roteiros de passeios. É fácil (e recomendável) uma visita a Bonito antes do destino final desta viagem.
Devido ao fato de o turismo rural e o ramo de hotéis-fazenda ainda não terem sido explorados, os principais atrativos turísticos de Três Lagoas estão concentrados no perímetro urbano ou em suas imediações, entre eles:
Patrimônio
- Igreja de Santo Antônio: foi erguida pela colônia portuguesa em 1914 e declarada monumento público em 1931. Recebeu a visita, no natal de 1914, do D. Pedro de Alcantara de Orleans e Bragança, filho de Princesa Isabel e de Gastão de Orleans, Conde d'Eu;
Catedral do Sagrado Coração de Jesus;
- Cemitério do Soldado: o jazigo é uma homenagem ao soldado José Carvalho de Lima, morto em episódio do Tenentismo de 1924 e a quem se atribui milagres. É muito visitado por devotos;
- Estátua do Cristo;
- Escola João Ponce de Arruda;
- Estação Ferroviária da Novoeste (antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil - N.O.B.);
- Ponte Francisco Sá, sobre o Rio Paraná: demorou 15 anos para começar a ser construída. Inaugurada em 1926 pela antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, mede 1024 metros de comprimento. Liga os estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo;
- Obelisco: tombado em 1982 pela prefeitura. Simboliza um sonho da cidade: a construção de uma feira de gado, o que, por questões políticas, não foi realizado;
- Relógio Central: construído em 1936 pelo português Manuel Alves, natural de Paradela de Guiães (Vila Real), é chamado de "o senhor do tempo". Localizado no Centro da cidade, tem uma altura de dez metros. Em 1982, a prefeitura realizou seu tombamento. Mantido por Joaquim Silva Torres e seus descendentes.
Natureza
- Jupiá: às margens do rio Paraná, local ideal para pescaria;
- Praias de areias brancas do Rio Sucuriú: lá estão localizados o Balneário Municipal e muitos ranchos particulares;
- Jatobá: possivelmente a primeira árvore tombada como patrimônio público em Mato Grosso do Sul, por Lúcio Queirós Moreira;
- Cascalheira: local utilizado para a extração de cascalho durante a construção da Usina do Jupiá e que hoje abriga o Parque das Capivaras e lagos artificiais;
Fora dos limites do município, mas a uma distância muito pequena, encontram-se ainda lagoas termais.
Eventos locais
Junho: Festa do Folclore, Bon Odori, Expotrês, Campeonato Aloha Street Skate e Expo Mulher;
Julho: Fantazém (Festa à Fantasia) e Festa do Queijo e do Vinho;
Agosto: Três Lagoas Moto Show e Encontro Folclórico do Bolsão Sul-mato-grossense;
Setembro: Cavalgada Sul-mato-grossense e Três Lagoas Folia;
Setembro: Três Lagoas Florestal (Maior encontro do setor de celulose da América Latina)
Outubro: Expo flores, Festa do Hawai e Quermesse de Nossa Senhora Aparecida.
Áreas verdes
Praça da Bandeira, principal praça;  Cascalheira; Lagoa Maior; Parque das Capivaras; Quarta lagoa.
Cultura
A cultura três-lagoense é mormente composta de influências originárias dos estados e países de seus povoadores. Entre as principais destas influências estão as culturas baiana, mineira, paulista, gaúcha e de países como Itália, Síria, Líbano, Japão e Paraguai. Sendo sul-mato-grossense, ainda, a cidade partilha da cultura, em conotação mais geral, desse estado.
Ademais, apesar de ser Três Lagoas um ambiente urbano, é grande a interação com a zona rural. Os cidadãos residentes na cidade costumam, aos fins de semana, deslocar-se a ranchos e casas de veraneio às margens de rios como o Sucuriú e o Paraná a fim de lazer. Também os moradores da área rural possuem residências na cidade, onde vêm com frequência. A proximidade do campo é visível em Três Lagoas na facilidade com que se encontra produtos alimentícios frescos, como laticínios, doces, carnes e outros, principalmente na feira semanal organizada por pequenos produtores à avenida Clodoaldo Garcia. De qualquer maneira, a cidade oferece amenidades bastantes de forma que seja também possível ter uma vida completamente urbana.
Costumes
Entre os costumes mais indicativos da cultura três-lagoense estão eventos como a Festa do Folclore e a exposição agropecuária anual. A cidade também possui uma tradição em rodeios e festas de peões. Por outro lado, a popularidade de festas como Bon Odori aponta para o grau de disseminação da cultura japonesa na cidade.
Em termos musicais, estilos como forró, chamamé e músicas caipira e sertaneja são apreciados pelos três-lagoenses. Entre as gerações mais jovens, há forte infiltração da cultura pop estadunidense. Também é presente a Música Popular Brasileira.
Ainda, um costume característico da cidade é o consumo da bebida tereré (mate gelado) nos fins de tarde, especialmente em grupos jovens.
Artesanato
Em Três Lagoas, entre o artesanato que pode ser encontrado à venda, entre outros lugares, na Casa do Artesão, encontram-se peças de cerâmica que podem ser pintadas de forma colorida, ou não, muitas vezes representando animais da região e do Pantanal. Estes trabalhos muitas vezes apresentam detalhes em madeiras típicas da região. Também é possível encontrar peças, como vasos, que possuem utilidade mais que puramente decorativa. Artesãos da cidade ainda produzem rendas de alta qualidade e outros tipos de tecelagem, como tapetes feitos de trapos. Isto sem citar peças em tricô e crochê. A tecelagem manual também está presente entre o melhor do artesanato três-lagoense.
Gastronomia
A gastronomia popular três-lagoense apresenta uma confluência de estilos. Dada a abundância do gado bovino na região, o churrasco é um prato semanal, sempre acompanhado de mandioca, arroz e molho de tomates. No entanto, tratando-se também de uma região propícia à pesca, o prato considerado típico da cidade é a famosa "tilápia com provolone", constantemente servido nos restaurantes tradicionais da região.
Em termos de doces, são muito produzidos doces de leite, compotas de frutas, geleias, mocotós e outros, além de produtos feitos à base de milho, como curais e pamonhas, estes de influência mineira.
Em se tratando de cozinha internacional, os três-lagoenses preparam muitos alimentos de origem árabe, como quibes, tabules e esfirras; japonesa, como o yakisoba; e portuguesa, como o bacalhau com batatas.
Vida cultural
Três Lagoas, por seu tamanho médio, possui grupos de teatro e até de cinema experimentais que trabalham de maneiras alternativas. No entanto, ainda não há na cidade uma vida noturna que seja muito rica. Entre suas bibliotecas, anfiteatros, auditórios, centros de convenções e cinemas estão:
- Biblioteca Pública Municipal Rosário Congro: é a biblioteca do município, que também possui o Centro Cultural Irene Marques Alexandria;
- Biblioteca da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, aberta ao público;
- Anfiteatro da Associação de Ensino e Cultura de Mato Grosso do Sul, com 100 lugares;
- Anfiteatro da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Campus 1, com 390 lugares;
- Auditório do Centro Cultural Irene Marques de Alexandria;
- Centro de Convenções Municipal, com 240 lugares.
- Cine Três Lagoas: possui 1 sala com 200 lugares.
- Arena multe eventos - "Arena MIX", com capacidade para 40 mil pessoas, e pista de motocross.
Esportes
Devido a suas características, como seu relevo plano e seu planejamento urbanístico, com muitas praças, áreas verdes, ginásios de esportes e estádios, Três Lagoas apresenta boas condições para praticantes de esportes, tendo tido muitos esportistas reconhecidos nacional e internacionalmente. Entre eles, Zequinha Barbosa é o mais destacado. A cidade possui:
Estádio municipal - Estádio Benedito Soares Mota ou "Madrugadão", possui 10 mil lugares.
Ginásios
Ginásio Municipal Professora Cacilda Acre Rocha; Ginásio poliesportivo da AABB - Associação Atlética Banco do Brasil; Ginásio poliesportivo Eduardo Milanez.
Rugby
Guaicurus Três Lagoas Rugby Clube (GTLRC). Único time de rugby da cidade, fundado em 19 de fevereiro de 2012 conta com aproximadamente 30 atletas somando os times feminino e masculino. Com apenas 6 meses de existência o time foi reconhecido pela Federação Sul-mato-grossense de Rugby e já participou de seu primeiro campeonato estadual de XV. Em novembro de 2012, os atletas da equipe organizaram, juntamente com a Federação Sul-mato-grossense de Rugby, o primeiro campeonato estadual de sevens (modalidade do esporte praticada com 7 jogadores de cada lado por dois tempos de 7 minutos - a mesma modalidade que será disputada nos jogos olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro).
Times de futebol - Comercial Esporte Clube; Misto Esporte Clube e Três Lagoas Futsal
Referência para o texto: Wikipédia - Três Lagoas .