Pará de Minas é um município brasileiro do estado de Minas Gerais, Região Sudeste do país. Pertence ao colar metropolitano de Belo Horizonte e localiza-se a oeste da capital do estado, distando desta cerca de 90 km. Ocupa uma área de 551,247 km², sendo que 9,9 km² estão em perímetro urbano, e sua população em 2018 era de 93.101 habitantes.
História
Origens e pioneirismo
Até a chegada dos primeiros exploradores de origem europeia, a maior parte do território do atual estado de Minas Gerais era habitado por índios falantes de línguas do tronco macro-jê. A área do atual município de Pará de Minas teria sido visitada por volta de 1555, por bandeiras oriundas da Bahia, no entanto somente ao final do século XVII é que a exploração do local tem início de fato, por bandeirantes paulistas que exploravam o interior mineiro à procura de ouro e índios para serem escravizados. Dentre as bandeiras que estiveram presentes na localidade, destacaram-se as de Fernão Dias Pais e Borba Gato, que vieram abrindo caminho pelo Rio Pará.
A descoberta de ouro em Pitangui fez com que uma estrada fosse aberta ligando as minas ao território paulista. Às margens do Ribeirão Paciência, foi organizado um ponto de repouso para os viajantes, no entanto a fertilidade das terras fez alguns se afixarem e darem início a um pequeno povoamento. Em 1710, Borba Gato recebeu de Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho, governador da então Capitania de São Paulo e Minas do Ouro, boa parte das terras, onde foram instaladas sesmarias. Manuel Batista, apelidado de Pato Fofo, foi o responsável por erguer uma capela dedicada a Nossa Senhora da Piedade, instituída a 2 de julho de 1772. Por causa de seu apelido, o lugar passou a se chamar Arraial do Patafofo.
A importância econômica da localidade resumia-se inicialmente ao comércio de abastecimento de bandeiras que se dirigiam às minas de Pitangui e o surgimento do arraial esteve diretamente ligado ao mercado consumidor para os produtos agropecuários provenientes da cidade vizinha. Até o início do século XIX, o vilarejo era composto basicamente por fazendas de mercadorias, com grande parte da estrutura econômica baseada na produção de derivados da cana-de-açúcar, e se observa o estabelecimento e pequenas indústrias relacionadas ao setor têxtil. Em 1826, registrava-se um total de cerca de 1.646 residentes, ocasião em que é implantada a pecuária. Em 1860, um inventário apontava um total de 165 propriedades cadastradas, dentre as quais 36,94% registravam cultivo de gado bovino e em 36,39% havia criação de cavalos. Em janeiro de 1885, tem-se a inauguração do primeiro grande estabelecimento de saúde, o Hospital Nossa Senhora da Conceição do Pará, e em 1893, entrou em funcionamento o primeiro sistema de iluminação noturna, inicialmente à base de luz e lampião.
Configuração administrativa
Pela lei provincial nº 312, de 8 de abril de 1846, é criado o distrito denominado Arraial do Patafufo, subordinado ao município de Pitangui, a partir da instalação da paróquia. Pela lei provincial nº 386, de 9 de outubro de 1848, é criada a vila, que foi extinta por duas ocasiões. Na primeira, pela lei provincial nº 472, de 31 de maio de 1850, deixou de existir e foi recriada pela lei provincial nº 882, de 8 de junho de 1858, instalando-se em 20 de setembro de 1859 com a denominação de Vila do Pará e a Paróquia de Nossa Senhora da Piedade do Pará, conforme a lei mencionada. Pela lei provincial nº 1889, de 15 de julho de 1872, a vila foi novamente extinta e anexada a Pitangui sob a condição de distrito, sendo recriada pela lei provincial nº 2.081, de 23 de dezembro de 1874, e reinstalada em 25 de março de 1875.
A denominação recebida pelo último decreto, Pará, significa rio volumoso e caudal, sendo alterada para Pará de Minas pela lei estadual nº 806, de 22 de setembro de 1921, a fim de se distinguir do estado do Pará. Pela lei provincial nº 2.416, de 5 de novembro de 1877, a vila é elevada à categoria de cidade e pela lei provincial nº 3.141, de 18 de outubro de 1883, foram criados os distritos de Santo Antônio do Rio São João Acima e São Joaquim de Bicas. Nas décadas seguintes, tem-se a configuração dos distritos de Mateus Leme, São Gonçalo do Pará e São José da Varginha (lei estadual nº 2, de 14 de setembro de 1891) e Florestal (pela lei estadual nº 556, de 30 de agosto de 1911). Santo Antônio do Rio São João Acima passa a denominar-se Igaratinga pela lei estadual nº 843, de 7 de setembro de 1923, e São Joaquim de Bicas é rebatizado de Igarapé pela lei estadual nº 1.002, de 30 de julho de 1931.
Pelo decreto-lei estadual nº 148, de 17 de dezembro de 1938, Mateus Leme e Igarapé, são desmembrados para constituir o novo município de Mateus Leme e pela lei nº 1.039, de 12 de dezembro de 1953, é criado o distrito de Carioca com terras desmembradas de Igaratinga. Pela lei estadual nº 2.764, de 30 de dezembro de 1962, são criados os distritos de Ascensão e Córrego de Barro, ao mesmo tempo que Florestal, Igaratinga e São José da Varginha são elevados à categoria de municípios, e pela lei estadual nº 8.285, de 8 de outubro de 1982, tem-se a criação do distrito de Torneiros. A lei nº 4.416, de 16 de setembro de 2004, cria o distrito de Tavares de Minas. Restam atualmente os distritos de Ascensão, Carioca, Córrego do Barro, Tavares de Minas e Torneiros, além do Distrito-Sede.
Século XX e história recente
A igreja ao redor da qual surgiu o povoamento foi demolida em 1953. Uma segunda Igreja Matriz havia sido inaugurada em 1º de janeiro de 1901, no entanto foi demolida em 21 de abril de 1971 para ceder espaço à expansão da Praça Padre José Pereira Coelho, popularmente conhecida como Praça da Matriz, e em 9 de abril de 1972, uma nova igreja foi inaugurada, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade. Em 1908, observa-se a inauguração da Companhia Nacional Paraense, que foi a primeira grande indústria têxtil do município e já se mantinha através de energia elétrica. Ainda no começo do século XX, tem-se a chegada da Estrada de Ferro Paracatu e a inauguração da estação ferroviária da cidade, em 1912. Entre as décadas de 1910 e 20, também foram consolidados o Grupo Escolar Torquato de Almeida — que foi a única escola da localidade até 1945 -, a Casa da Cultura e um novo prédio para o Hospital Nossa Senhora da Conceição do Pará, dentre outros bens ligados à infraestrutura urbana, cabendo ressaltar a implantação da primeira rede de distribuição elétrica em 1917 e o serviço de coleta de lixo em 1924.
O setor da agroindústria ganha impulso em 1927, após a inauguração da primeira fábrica de manteiga, gelo e pasteurização, sendo fortalecida com a Usina Inconfidência de Pará de Minas, em 1937, que mais tarde teve sua administração transferida para a Companhia Agrícola de Minas Gerais (CAMIG). Em 1949, o município observa a realização da primeira Exposição Agroindustrial Regional de Pará de Minas e em 1951, é fundada a Companhia Fiação e Tecelagem de Pará de Minas, registrando um total de 28.432 habitantes em 1955. Em 1959, observa-se a instalação da Siderúrgica Alterosa, da Usina Siderúrgica Paraense (Usipa) e da Companhia Telefônica de Pará de Minas, que foram algumas das pioneiras dos setores extrativo e siderúrgico na cidade.
De Pará de Minas, originaram-se cerca de 85% do valor da produção extrativa mineral, 61% da produção industrial e 52% de prestação de serviços oriundos do centro-oeste mineiro em 1980. Em 1988, foi desativada a linha férrea que atendia à cidade, menosprezada pela disponibilidade de rodovias. A agricultura perde espaço na participação na economia municipal, passando a estar estreitamente ligada ao setor agroindustrial, que ao começo do século XXI, juntamente com a indústria têxtil, representava cerca de 70% da arrecadação municipal. Também se observa a introdução da avicultura em Pará de Minas, sendo o maior produtor no ramo dentre os municípios de sua microrregião, e melhorias ligadas à infraestrutura e meio ambiente, como a construção da estação de tratamento de esgoto, concluída em 2007.
Relevo, geomorfologia e hidrografia
O relevo do município de Pará de Minas é predominantemente sinuoso. Aproximadamente 60% do território paraminense é coberto por áreas onduladas, enquanto em cerca de 20% há o predomínio de terrenos montanhosos e os 20% restantes são lugares planos. A altitude máxima está situada na Serra da Piteira, que chega aos 1.196 metros, enquanto que a altitude mínima está na foz do Ribeirão Paciência, com 772 metros, e o ponto central da cidade está a 791,93 metros. O solo é rico em agalmatolito, quartzito e sílex, com predomínio de rochas gnáissicas. Às margens dos rios, o relevo se mostra mais fortemente rejuvenescido, tendo presença de altas escarpas gnáissicas e pontões de rochas.
Ao longo da rede de drenagem, é marcante o padrão retangular e os cursos da água profundamente encaixados, características visíveis em fotografias aéreas. Os depósitos aluvionares são acentuadamente reposicionados e mais elevados em relação ao nível dos cursos hidrográficos. A maior parte do relevo montanhoso, por sua vez, está estruturado sobre quartzitos e hidrotermalitos resistentes ao intemperismo e corresponde às serras do Andaime e da Piteira. Nos topos aplainados das serras, nota-se um desenvolvimento de carapaças lateríticas consolidadas, de idade miocênica-pliocênica.
O território é banhado por vários pequenos rios e córregos, sendo os principais o Ribeirão Paciência, o Ribeirão Olhos d'água e o Córrego Água Limpa, os quais fazem parte da Bacia do São Francisco e da sub-bacia do Rio Pará. Conforme já citado, a cidade se formou e se estabeleceu às margens do Ribeirão Paciência, após a locação de um ponto de descanso de bandeirantes que seguiam em direção a Pitangui, e hoje o curso serve como manancial de abastecimento à cidade. Em alguns trechos do ribeirão há despejo de lixo e entulho, assoreamento e poluição hídrica com esgotos domésticos, apesar de boa parte de seu caminho em trecho urbano ser canalizada. No entanto, a cidade está situada em uma região de pobreza hídrica, o que faz com que ocorram regimes de racionamento de água durante longos períodos de estiagem.
Clima
O clima paraminense é caracterizado, segundo o IBGE, como tropical sub-quente semiúmido (tipo Cwa segundo Köppen), tendo temperatura média anual de 21,8 °C com invernos secos e amenos e verões chuvosos e com temperaturas elevadas. O mês mais quente, fevereiro, tem temperatura média de 24,0 °C, sendo a média máxima de 29,8 °C e a mínima de 18,3 °C. E o mês mais frio, junho, de 18,5 °C, sendo 26,2 °C e 10,8 °C as médias máxima e mínima, respectivamente. Outono e primavera são estações de transição.
A precipitação média anual é de 1.374,9 mm, sendo agosto o mês mais seco, quando ocorrem apenas 10,4 mm. Em dezembro, o mês mais chuvoso, a média fica em 293,8 mm.
Ecologia e meio ambiente
A vegetação nativa pertence ao domínio florestal Atlântico (Mata Atlântica) em transição com o cerrado. Em 2011, as reservas remanescentes de Mata Atlântica ocupavam 3 662 hectares, ou 9,5% da área total municipal, e em 2009, o cerrado ocupava 6.879,13 hectares (12,52% da área paraminense), o reflorestamento com plantios de eucalipto ocupava 262,63 hectares (0,48%), 312,89 hectares (0,57%) eram cobertos por campos, 162,99 hectares (0,3%) eram cobertos por cursos hídricos e 2.197,69 hectares (4,0%) eram áreas urbanizadas. No que se refere à ocupação do território municipal, cerca de 4.354 hectares de Pará de Minas são utilizados em cultivos de lavouras e outros 366 hectares são ocupados por pastagens destinadas principalmente à pecuária.
Problema recorrente em todo o município, as queimadas, que ocorrem sobretudo durante os meses em que o clima seco propicia a propagação de fogo pela vegetação, prejudica a qualidade do ar, já debilitada em função da poluição oriunda das indústrias da região, e do solo. No período chuvoso, as enchentes provocam grandes estragos nas áreas mais baixas e populosas da cidade e desabamentos de residências. As causas destes problemas muitas vezes são as construções de residências em encostas de morros e áreas de risco, além do lixo e do esgoto despejado nos córregos e ribeirões, sendo que a cidade é uma das que mais contribuem para a poluição despejada na Bacia do Rio Pará, segundo o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM).
Em meio às áreas reflorestadas e desmatadas, ainda são encontradas algumas diversidades em ilhas não devastadas, como a área de preservação ecológica (EPE) existente entre Pará de Minas e Florestal. A Serra de Santa Cruz está situada próxima ao perímetro urbano e o monumento do Cristo Redentor, implantado em 1963, marca a instalação do patrimônio ambiental. Na cidade, ocasionalmente são realizados projetos de arborização nas principais praças, ruas e avenidas, a fim de amenizar os impactos da poluição ambiental
Religião
A maioria dos paraminenses se declara católica, apesar de que hoje é possível encontrar na cidade dezenas de denominações protestantes diferentes, assim como a prática do budismo e do espiritismo, entre outras. Também são consideráveis as comunidades judaica, mórmon, e das religiões afro-brasileiras. De acordo com dados do censo de 2010 realizado pelo IBGE, a população de Pará de Minas está composta por: 70.526 católicos (83,74%), 9.004 evangélicos (10,69%), 1.759 pessoas sem religião (2,09%), 757 espíritas (0,9%), 47 budistas (0,06%) e os 2,52% restantes estão divididos entre outras religiões.
Igreja Católica Apostólica Romana
O Catolicismo se faz presente em Pará de Minas desde o estabelecimento dos primeiros habitantes, tanto é que a construção da Capela Nossa Senhora da Piedade no começo do século XVIII, a mando de Manuel Batista, também conhecido como Pato Fofo, marca o estabelecimento do arraial que foi consolidado em distrito ao ser criada a Paróquia, em 8 de abril de 1846. Segundo divisão vigente feita pela Igreja Católica, o município está situado na Diocese de Divinópolis, que foi criada em 11 de julho de 1958 e em maio de 2014 contava com 53 paróquias distribuídas em 25 cidades, das quais seis situavam-se em Pará de Minas: Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora Auxiliadora, Santo Antônio, São Francisco de Assis, Nossa Senhora da Imaculada Conceição e São Pedro.
As paróquias de Pará de Minas, por sua vez, estão subordinadas à Forania de Nossa Senhora da Piedade, que também compreende aos municípios de Florestal, Igaratinga e São José da Varginha. A Capela Nossa Senhora da Piedade foi substituída pela Igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade em 1901, no entanto a mesma foi demolida 20 anos mais tarde e substituída por um novo templo em 1972. Desde então, a atual Igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade configura-se como um dos principais marcos arquitetônicos da cidade.
Igrejas protestantes
A cidade possui os mais diversos credos protestantes ou reformados, como a Congregação Cristã do Brasil, a Igreja Cristã Maranata, Igreja do Evangelho Quadrangular, a Igreja Presbiteriana, a Igreja Metodista, a Igreja Episcopal Anglicana, as igrejas batistas, a Igrejas Assembleias de Deus, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, a Catedral da Bênção, a Igreja Universal do Reino de Deus, a Igreja Internacional da Graça de Deus, a Igreja Pentecostal Deus é Amor, a Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil Para Cristo, entre outras. Dentre os ramos protestantes, 5,61% da população seguia igrejas evangélicas de origem pentecostal, 1,76% das evangélicas de missão e 3,33% evangélicas não determinadas.
Ainda existem cristãos de várias outras denominações reformadas, tais como as Testemunhas de Jeová (que representam 1,20% dos habitantes) e os membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, também conhecida como Igreja Mórmon (0,02% da população)
Economia
Setor primário
Pará de Minas é considerada como um pólo regional em relação à agricultura, suinocultura e avicultura e ocasionalmente, o Parque de Exposições Francisco Olivé Diniz recebe eventos de âmbito local ou mesmo estadual que visam a divulgar a produção, sendo o maior deles a Fest Frango (Feira Estadual do Frango e do Suíno). A pecuária está presente desde o século XIX e foi fortalecida no decorrer do século XX com o surgimento das primeiras agroindústrias e de cooperativas. Após a década de 70, foi introduzida a avicultura e na década de 90, tem-se a chegada da suinocultura, tendo ambas ganhado impulso ao começo da década de 2000.
Na lavoura temporária, são produzidos principalmente a cana-de-açúcar (6.400 toneladas produzidas e 80 hectares cultivados), o tomate (3.290 toneladas e 47 hectares) e a mandioca (2.175 toneladas e 145 hectares), além do alho, amendoim, arroz, batata doce, feijão e milho. Já na lavoura permanente, destacam-se a banana (360 toneladas produzidas e 24 hectares cultivados), a laranja (187 toneladas produzidas e 45 hectares cultivados) e o látex (160 toneladas e 80 hectares), além do café e do maracujá em menores escalas. A cafeicultura foi implantada na década de 1970 pelo francês George Collin, que plantou e colheu sucessivas safras da rubiácea, no entanto boa parte de suas propriedades deram lugar a um seringal. Na década de 1910, também houve uma tentativa de transformar o município em um grande produtor de látex, no entanto a cultura não foi muito bem sucedida. A cana-de-açúcar, o milho e o arroz estão presentes desde o século XIX, associados à agricultura de subsistência, mas o algodão foi a primeira cultura a ser desenvolvida em grande escala, visando a atender à demanda das indústrias têxteis. A decadência das fábricas de tecido, substituídas pelas agroindústrias, e o surgimento das linhas de poliéster, derivado do petróleo, levou ao fim do ciclo do algodão na cidade.
Setor secundário
A maior parte da produção industrial da cidade está associada ao agronegócio e às agroindústrias, cujo setor está presente desde o começo do século XX, inicialmente associado à pecuária, e mais tarde ganhou impulso com a introdução da suinocultura e avicultura. O primeiro ramo industrial a se destacar em Pará de Minas, no entanto, foi a indústria têxtil, cujo aparecimento ocorreu na década de 1900 e que foi a principal fonte de renda municipal até o fortalecimento das agroindústrias. Na década de 50, também foram introduzidas as indústrias do ferro-gusa e de fundição e das cerâmicas, que tiveram auge na década de 80. Cabe ser ressaltada a Siderúrgica Alterosa, que é uma das maiores produtoras de gusa do Brasil e mantém suas duas unidades industriais no município. A Cooperativa dos Granjeiros do Oeste de Minas (COGRAN), criada em 1980, englobava em março de 2014 um total de 240 cooperados que produziam em média cerca de 3 milhões de aves ao mês apenas em Pará de Minas; alcançando 12 milhões de aves se levar em consideração os municípios vizinhos.
Uma considerável parte da produção do setor secundário paraminense é oriunda dos dois distritos industriais da cidade. Um deles possui área total de 247.379,00 m² e está subdividido em 70 áreas, onde estão instaladas e em funcionamento cerca de 45 empresas. O segundo conta com área de 62.657,00 m² e é subdividido em 12 lotes, encontrando-se localizado às margens da BR-262 e abrigando um do complexo da Itambé Laticínios. Em 2012, de acordo com o IBGE, também foram extraídos 8.517 m³ de madeira em lenha e segundo estatísticas do ano de 2010, 0,47% dos trabalhadores de Pará de Minas estavam ocupados no setor industrial extrativo e 20,43% na indústria de transformação.
Setor terciário
Boa parte do setor é originado do comércio, sendo possível encontrar, dentre outros setores, confecções, sapatarias, supermercados, padarias, açougues, farmácias, floricultura, mobiliadoras, eletrônicas e bancos. O Centro Comercial São Francisco é um dos principais centros de comércio popular da região e o maior fora da região central da cidade, estando situado no bairro São Francisco e tendo sido inaugurado em 17 de setembro de 2005.
O centro da cidade concentra um dos principais núcleos comerciais da região. Além de grandes lojas, como a Hering Store, Ricardo Eletro e Lojas Americanas, possui pequenas e médias empresas com sede no próprio município ou na região. Assim como no resto do país o maior período de vendas é o Natal,[86] sendo que a Associação Empresarial de Pará de Minas (ASCIPAM) representa a classe industrial e comercial de Pará de Minas. De acordo com o IBGE, no ano de 2012 também havia a atuação de seis agências de instituições financeiras em Pará de Minas.
Educação
A Secretaria Municipal de Educação tem como objetivo coordenar e assessorar administrativa e pedagogicamente o sistema escolar de Pará de Minas. São exemplos de programas associados à Secretaria com foco voltado à população a Educação de Jovens e Adultos (EJA), que é a rede de ensino gratuita e voltada para adultos que não concluíram o ensino fundamental, e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), onde alunos que têm deficiência física são conduzidos por professores especializados. Em relação ao ensino superior, a cidade possui campi da Faculdade de Pará de Minas (FAPAM) e da Universidade Vale do Rio Verde (UninCor).
Cultura
Subordinada à Secretaria Municipal de Cultura e Educação, atuam seus órgãos operacionais, dentre os quais cabem ser ressaltados a Biblioteca Pública Professor Melo Cançado, Escola Municipal de Artes e Ofícios Raimundo Nogueira de Faria (Sica), Escola Municipal de Música Geraldo Martins, o Arquivo Público Municipal Mário Luiz Silva e o Museu Histórico, Documental, Fotográfico e do Som de Pará de Minas (MUSPAM). A Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Turismo foi desmembrada da secretaria de cultura em 1º de abril de 2013, sendo encarregada de seus respectivos setores.
Artes cênicas e artesanato
Em 2002, o Governo Federal anunciou recursos para custear a construção de um teatro na cidade, que até então não possuía. O Teatro Municipal Geraldina Campos de Almeida foi inaugurado em 3 de dezembro de 2012, tendo uma ampla tecnologia de iluminação, dependências para deficientes físicos e contando com capacidade para 213 lugares, localizando-se atrás da Casa da Cultura. Esta, foi fundada na década de 1910 e até setembro de 2015 receberá investimentos na reforma do local e no acesso do Teatro Municipal.
O artesanato é uma das formas mais espontâneas da expressão cultural paraminense, sendo que, segundo o IBGE, as principais atividades artesanais desenvolvidas são o bordado e trabalhos produzidos com argila e fibras vegetais. A Escola Municipal de Artes e Ofícios (SICA) também é palco de exposições e ocasionalmente oferece à população, a partir dos 4 anos de idade, cursos e oficinas relacionados tanto às artes plásticas quanto cênicas e expressivas. A Escola Municipal de Música Geraldo Martins, também conhecida por Escola Geraldinho do Cavaquinho, como o próprio nome sugere, oferta formação musical e por vezes suas apresentações são abertas ao público. Ambas são mantidas em parceria direta com a Secretaria Municipal de Cultura e Educação. O acervo literário da Biblioteca Pública Municipal Professor Melo Cançado é o maior da cidade, tendo recebido 550 novos livros e materiais áudio-visuais em março de 2014.
O Centro Literário Pedro Nestor foi construído no começo do século XX, sendo palco de realizações artísticas e literárias, como shows, palestras, conferências e bailes, no entanto foi desativado na década de 80. O Museu Histórico, Documental, Fotográfico e do Som de Pará de Minas (MUSPAM), por sua vez, foi fundado em 10 de fevereiro de 1984 e reinaugurado em 10 de novembro de 1988 e em 28 de março de 2014. Seu prédio é uma das edificações mais antigas da cidade, construído para residência de Manuel Baptista, o Patafufo, um dos fundadores da cidade. Trata-se da primeira e principal entidade de memória paraminense e seu acervo é constituído, em grande parte, por doações de fotos e documentações particulares ou cedidos pela própria prefeitura e paróquias católicas locais.
Lazer, turismo e eventos
A antiga estação ferroviária, desativada na década de 1980, abriga desde 1998 o Cine-Pub, até 2006 chamado de Cine Café. O local abriga uma galeria de arte e a extensão de um barzinho, que traz shows ao vivo. Em fevereiro de 2013, foi interditado devido à falta de prevenção de incêndios e ao fim da licitação com a Cinematográfica União, que o administrava desde 2006, sendo repassado para empresários da cidade e reaberto em março de 2014. O Cine Café está situado na Praça Torquato de Almeida, que configura-se, segundo a prefeitura, como um polo cultural da cidade e tem capacidade de receber eventos de vários portes.
A região do centro da cidade concentra uma considerável quantidade de bares e restaurantes que agitam a vida noturna paraminense. O investimento em festas e eventos vem sendo incentivado pela prefeitura de Pará de Minas e por vezes é realizado pela mesma em parceria com empresas locais, estimulando o desenvolvimento socioeconômico local. Essas festas, muitas vezes, atraem pessoas de outras cidades, exigindo uma melhor infraestrutura no município e estimulando a profissionalização do setor e a circulação monetária, o que é benéfico não apenas aos turistas, mas também a toda população da cidade.
Além dos projetos e realizações com foco ao setor das artes cênicas, citados anteriormente, cabem ser ressaltados o carnaval da cidade, o Pará Folia, com bailes ao som de marchinhas de carnaval, desfiles com os blocos carnavalescos do município, espetáculos musicais com trios elétricos e o Pará Folia Kids (para crianças); a Cavalgada de Pará de Minas, com o desfile de cavaleiros e amazonas de vários municípios mineiros pelas principais ruas da cidade, em direção ao Parque de Exposições Francisco Olivé Diniz, seguido de shows country; o Encontro de Bandas, onde se reúnem bandas musicais que se exibiam em retretas, tocatas, procissões e desfiles cívicos de dentro ou de fora do município; as festas festas juninas, realizadas nos clubes, comunidades católicas e escolas, com apresentações de quadrilha, espetáculos musicais e barraquinhas com comidas típicas; a Fest Frango (Feira Estadual do Frango e do Suíno), evento de âmbito estadual que visa a divulgar a produção da avicultura e suinocultura, com dias seguidos de exposições, palestras aos pecuaristas e shows; e as comemorações do reveillon, na virada do ano. O Circuito Turístico Verde - Trilha dos Bandeirantes, o qual Pará de Minas integra juntamente a outros municípios da região, foi criado em 23 de março de 1999 e objetiva ações culturais e o turismo nessas localidades, sendo reconhecido oficialmente pelo governo mineiro em 20 de junho de 2005.
Dentre os pontos turísticos da cidade, estão: a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, que foi inaugurada em 1º de fevereiro de 1959, decorada sob arte do mestre de ofícios João Viegas e situada ao lado de uma fonte de água natural; a Casa Maria Capanema, construída no século XIX, às margens do caminho de Pitangui, tendo preservada sua arquitetura original; o Cristo Redentor, acessível pela escadaria de 608 degraus e quatorze patamares, tendo sido construído entre 1958 e 1963, idealizado por Joaquim Xavier Villaça, inspirado em uma réplica do Cristo Redentor carioca; a Serra de Santa Cruz, em meio a qual está situado o Cristo, sendo a principal reserva ecológica do município; e o Parque do Bariri, área verde situada em meio ao centro da cidade, propício a descansos, caminhadas e passeios. A Igreja Nossa Senhora das Graças, construída de 1947 a 1958, destaca-se por sua arquitetura nos estilos neogótico e art déco, sendo o templo religioso mais antigo de Pará de Minas.
Esportes
A cidade conta com equipes de diversas modalidades esportivas, que por vezes se destacam ao conquistarem títulos regionais, estaduais ou mesmo nacionais, tais como basquetebol, handebol, voleibol e futebol de salão. Também é comum, principalmente entre a população jovem, a prática de esportes radicais, como skate, BMX e atletismo. O Parque Bariri conta com pista de caminhada, pista de skatismo e quadras poliesportivas usadas para prática de basquete, vôlei, vôlei de areia, futsal, peteca, queimada, lutas e ginástica. O Estádio Ovídio de Abreu é o principal estádio de futebol de Pará de Minas, contando com capacidade de cerca de 1.500 pessoas.
O time de futebol mais bem sucedido da cidade é o Paraense Esporte Clube, que foi fundado em 15 de maio de 1936 e disputou diversas edições do Campeonato Mineiro, tanto em sua divisão principal quanto em suas categorias de base. O futebol se faz presente em Pará de Minas desde o começo do século XX, quando eram utilizadas bolas de meia pelas ruas da cidade, e, mais tarde, operários encarregados da locação da Estrada de Ferro Paracatu trouxeram consigo bolas de couro para o lazer. O Mello Sobrinho Foot-Ball Club foi o primeiro time da cidade, fundado em 1923 e extinto pouco tempo depois, sendo sucedido pelo Americano Futebol Clube, que existiu entre 1924 e 1931 e abriu incentivo para a posterior fundação de outras equipes, o que ocorreu de forma acentuada entre as décadas de 40 e 60. Em 1976, foi criada a Liga Desportiva de Pará de Minas, que organiza os campeonatos e eventos futebolísticos na cidade e na região, sendo realizado desde 1977 o Campeonato Paraminense de Futebol Amador.