quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

CACHOEIRA DO SUL - RIO GRANDE DO SUL

Cachoeira do Sul é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul, emancipado de Rio Pardo e instalado em 1820. A origem de seu nome se deve a uma antiga cachoeira existente no Rio Jacuí, porém em seu lugar foi construída a Ponte do Fandango. Fisiograficamente, está na Depressão Central do Rio Grande do Sul, na área compreendida como Vale do Jacuí, além de ser a principal e maior cidade do Conselho Regional de Desenvolvimento do Jacuí Centro e da Diocese de Cachoeira do Sul. Atinge uma altitude média de 26 metros ao nível do mar e encontra-se às margens da Rodovia Transbrasiliana (BR-153) e distancia-se 196 km da capital estadual, Porto Alegre.
Cachoeira ostenta o título de "Capital Nacional do Arroz", devido aos seus laços históricos com este grão. Em comemoração a isto, a cidade sedia a Feira Nacional do Arroz (Fenarroz), o maior evento orizícola das Américas e o segundo no mundo. O município também é o maior produtor de noz-pecã da América Latina. Possui diversos pontos turísticos, dentre os quais pode-se citar o Château d'Eau (cartão-postal da cidade) e a Ponte do Fandango, primeira ponte-barragem construída no Brasil, sobre o Rio Jacuí.
História
Fundação e período colonial
A história do município inicia em 1750, quando tropas portuguesas vindas de São Paulo receberam sesmarias e começaram a povoar a área em volta ao Rio Jacuí, para segurança ao cumprimento do Tratado de Madri. As tropas estabeleceram-se com estâncias de criação de gado bovino. Para demarcar a linha de fronteira foi designado para ir ao Rio Grande do Sul, o governador e capitão general do Rio de Janeiro e Minas Gerais, Gomes Freire de Andrade, Visconde de Bobadela, acompanhado por uma comissão técnica e tropas dos exércitos espanhol e português.
Em 1754 ocorreu a Guerra Guaranítica, onde os índios residentes nas Missões se revoltaram contra o poder da Coroa Portuguesa, da Coroa Espanhola e os padres jesuítas. Com a derrota dos indígenas, alguns deles foram recolhidos por portugueses e formaram uma pequena aldeia no Cerro do Botucaraí. Em 1769 foram levados para o Passo do Fandango, onde construíram a capela de São Nicolau. O lugar é hoje o bairro Aldeia. É nessa época que a pequena vila, formada de açorianos e índios, começa a ser chamado de Cachoeira, devido às quedas d'água do Rio Jacuí que havia no local. Em 10 de julho de 1779, a Capela foi elevada à categoria de Freguesia, com a denominação de Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Cachoeira. Em 28 de setembro de 1799, foi inaugurado o novo templo católico, a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição.
Em princípios de 1800, a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Cachoeira entrou num período de crescimento demográfico, comercial e urbano. Contingentes oriundos das guerras de demarcação instalaram-se na povoação; casas comerciais efetuavam transações com o mercado do centro; a cidade ganhou seu atual traçado, elaborado por José de Saldanha, engenheiro, tendo a Praça da Igreja como ponto central. Atendendo a uma aspiração da população cachoeirense, o Alvará de 26 de abril de 1819 elevou a Freguesia à categoria de vila, por ordem do rei Dom João VI, com nome de Vila Nova de São João da Cachoeira, sendo o quinto município a ser criado, precedido de Porto Alegre, Rio Grande, Santo Antônio da Patrulha e Rio Pardo. A solenidade de instalação do município ocorreu a 5 de agosto de 1820, inaugurando-se o Pelourinho, antigo símbolo da autonomia municipal. Após a criação do município, iniciou-se um período de organização política, social e administrativa.
Período imperial
Cachoeira sofreu vários investimentos em seu período imperial, evidenciando-se o desenvolvimento nos seguintes aspectos: criação de aulas públicas (1827); organização dos serviços dos Correios (1829); estabelecimento das Posturas Municipais, (1830); construção do edifício do Paço Municipal e entrega do mesmo à Câmara (1865). Na Revolução Farroupilha, Cachoeira se evidenciou por ser terra natal de um dos líderes da guerra: Antônio Vicente da Fontoura. Alguns a consideram como uma das capitais Farroupilhas pois Caçapava, a segunda das seis capitais, ainda não emancipada, na época pertencia ao Município de Cachoeira.
Em 1857 chegam os primeiros imigrantes alemães, dirigindo-se à Colônia Santo Ângelo, região hoje compreendida nos municípios de Agudo, Paraíso do Sul, Novo Cabrais, Cerro Branco, Dona Francisca, Nova Palma e Restinga Seca. Essas famílias alemãs dedicaram-se à agricultura, especialmente ao cultivo do arroz. Já a colonização italiana se dá a partir de 1877, quando as primeiras famílias estabelecem-se em Cortado, vindas da Quarta Colônia. Depois, essas famílias transferem-se para a cidade trabalhar no comércio cachoeirense.
Em 1859, a Lei de 15 de dezembro concedeu o foro de cidade à sede do município de Cachoeira, e a solenidade de elevação à categoria de cidade ocorreu na sessão da Câmara de 10 de janeiro de 1860, presidida por Miguel Cândido da Trindade. Em 1876, Cachoeira foi ligada a Porto Alegre por linha telegráfica. Alguns anos depois, em 7 de março de 1883, chegou à Estação Ferroviária de Cachoeira, a primeira locomotiva, inaugurando a estrada de ferro Porto Alegre - Uruguaiana.
Período republicano
No ano de 1900, a agricultura começa a modernizar-se e acaba por impulsionar a economia cachoeirense, sendo cultivados diversos hectares de arroz, e aplicados altos investimentos em engenhos de beneficiamento de arroz. Dos que se destacam, está o Engenho Roesch. Nesta época também se dá um impulso no número de habitantes, que chegam na cidade interessados no comércio. O enriquecimento cultural também chega, com diversos eventos e encontros. Nesta época até os anos 1920 que são construídos os prédios de maior valor cultural da cidade, tais como a atual Casa de Cultura e a Câmara de Vereadores.
É no início da década de 1920 que Cachoeira atinge a liderança brasileira na produção de arroz, fato este que ganhou o apelido de "Capital Nacional do Arroz". Em 1924 é terminada a construção do 3° Batalhão de Engenharia e Combate Conrado Bittencourt e, em 1925, é inaugurado o monumento símbolo da cidade: o Château d'Eau.
A economia cachoeirense, que estava bastante desenvolvida e adiantada, estando nos primeiros lugares dos números populacionais e demográficos, passa por uma crise nos anos 1930: uma infestação de gafanhotos toma a cidade, devorando diversas plantações. Em 1941, após uma breve alta na economia e com a safra recorde de arroz, é realizada a Festa do Arroz. A festa foi um sucesso, porém ninguém esperava o que iria acontecer depois: com as sequentes chuvas, o Rio Jacuí transbordou e a parte baixa da cidade foi invadida pelas águas do rio, sendo essa a maior enchente que o município vivenciou. Por causa disso, a economia cachoeirense quebrou. Em 1944, para não haver problemas burocráticos entre o município e a cidade de Cachoeira, no estado da Bahia, mudou-se o nome de Cachoeira para Cachoeira do Sul.
Nos anos 1950 acontecem os principais avanços no transporte cachoeirense: a Transporte Nossa Senhora das Graças entra em operação, dando início ao transporte coletivo em Cachoeira do Sul. Em 1955 entra em funcionamento a estação rodoviária, localizada, na época, ao lado da Estação Ferroviária de Cachoeira do Sul. Na década de 1970 os dois endereços mudam para lugares diferentes na cidade. Em 1961 é construída a Ponte do Fandango.
Na década de 1970, os engenhos e as lavouras de arroz voltam a movimentar continuadamente a economia local, transformando Cachoeira do Sul em um polo regional, com grande desenvolvimento. Nessa época surge o rumor de ser erguida na cidade uma Universidade Federal, porém ela vai para Santa Maria. Também está nos planos de engenheiros da BR-290 cruzar a cidade, mas por falta de movimentação local, esse plano não se conclui, fazendo com que a estrada passasse às margens da Vila Piquiri. Por conta disso, é inaugurada a Rodovia Transbrasiliana, a BR-153, no trecho entre Rincão dos Cabrais e a BR-290, ligando Cachoeira a Santa Cruz do Sul e Porto Alegre.
A prosperidade do município, nos anos 1980 faz com que seja construída a Centralsul (uma cooperativa para distribuição de arroz e soja) e a plataforma de cargas do Porto de Cachoeira do Sul. Contudo, a economia local dá sinais de estagnação e a Centralsul, uma das maiores cooperativas de arroz do Rio Grande do Sul, anuncia a sua falência cinco anos depois de sua construção. Assim, a população começa a sair do município e migrar para outros centros de consumo.
Hoje, o município enfrenta o desafio de acabar com o trauma da estagnação desde os anos 1980 e que se arrastou durante toda a década de 1990. Com atrativos, a cidade está vivenciando um processo de industrialização com novas empresas, como Granol e Aracruz Celulose. Também chega para a cidade o Centro Regional IV da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, dentre outras instituições.
Emancipações
Por ter um território vasto, Cachoeira do Sul teve consequentes desmembramentos. Em 1831, com a Lei de 25 de outubro, separou do município de Cachoeira, os de Alegrete (com Santana do Livramento), e Caçapava do Sul (com São Gabriel), elevando-os à condição de vilas. Em 1857, separou-se a Freguesia de Santa Maria que foi elevada à vila, por decreto de 16 de dezembro daquele ano. Em 1959 emancipam-se o 5º e o 6º Distritos de Cachoeira, formando os municípios Faxinal do Soturno e Agudo, este último parte da antiga Colônia de Santo Ângelo e o primeiro parte da antiga Colônia Silveira Martins, a Quarta Colônia de Imigração Italiana. No ano seguinte, é criado o município de Nova Palma, que também engloba parte do antigo território Cachoeirense. Os municípios Dona Francisca e São João do Polêsine emanciparam-se de Faxinal do Soturno em 1965 e 1992 respectivamente. Também surgiram do território cachoeirense os municípios de São Sepé, em 1876, (deste último, Formigueiro, em 1963) e Restinga Seca, em 1960. Em 1988 Paraíso do Sul e Cerro Branco conseguem emancipação e, em 1996, foi a vez de Rincão dos Cabrais possuir autonomia, sob o nome de Novo Cabrais.
Relevo e geologia
Cachoeira do Sul possui um relevo bastante variado. Em sua parte meridional há várias coxilha (leves ondulações nas planícies), sendo essa a causa para o nome de um dos distritos localizados nessa região: Cordilheira, apesar de haver poucas altitudes e morros nessa área. Em sua parte setentrional há presença de vários morros e cerros, que fazem parte das Escarpas do Botucaraí. A altitude média na zona urbana do município é de 26 metros ao nível do mar, com uma altitude máxima de 68 metros, localizada próximo ao distrito de Três Vendas.
Clima
O município de Cachoeira do Sul pertence à zona climática designada pela letra C, com o tipo climático Cfa, segundo a classificação do clima de Köppen. Tal tipo climático se caracteriza por ser um clima subtropical úmido. A temperatura média é de 19 °C e a pluviosidade média de tal clima é de 1.477 mm/ano, sendo agosto o mês mais chuvoso, com 157,4 mm, e abril o mais seco, com 83,6 mm.
Vegetação
A vegetação típica da cidade são os pampas, especialmente nas coxilhas. Há ilhas de mata nesses campos, principalmente composta de eucaliptos e pinus. Na beira de rios, arroios e sangas há uma arborização bastante densa, servindo de mata ciliar desses córregos.
Hidrografia
Cachoeira situa-se na Bacia Hidrográfica do Baixo Jacuí, tendo como referência o rio Jacuí, com uma vazão média de 632 m³/s e uma largura média de 150m. Além da água de escoamento superficial, Cachoeira do Sul possui reserva de água disposta em barragens e açudes de domínio privado, que são, muitas vezes, zonas para pesca. Esta grande disponibilidade hídrica associa-se a presença do Aqüífero Guarani onde o limite sul do município, junto a borda da formação geológica do escudo cristalino é importante área de recarga desta reserva. Apesar do domínio hidrográfico principal ser do rio Jacuí, a contribuição de seus afluentes é bastante expressiva e pode-se citar como sub-bacias os rios Vacacaí e Botucaraí.
Os arroios são presentes também, como pequenos córregos que banham as lavouras de arroz presentes no interior do município, como o Passo da Areia, Arroio Ferreira e Arroio Taboão, mas o maior destaque é o Arroio do Amorim, que corta a zona leste da cidade e separa a região do Prado do Centro de Cachoeira do Sul. Ainda há diversas sangas no perímetro urbano; destaque para as sangas da Inês e da Micaela, na qual se conta a lenda que, no dia que elas se encontrarem, a cidade irá cair em um buraco.
Economia
Cachoeira do Sul pertence a região econômica da Metade Sul do Rio Grande do Sul, grupo de municípios que teve prosperidade na primeira metade do século XX graças à agropecuária, mas que não se industrializaram ou tiveram uma industrialização tardia, mantendo seus tradicionais tipos de economia, empobrecendo e perdendo a concorrência para outros municípios.
Cachoeira é caracterizada como "cidade agropecuária" e tendo vocação para o agronegócio, por causa das várias lavouras de arroz, milho e soja e as diversas cabanhas (locais dedicados à criação de gado) presentes no interior do município. Há, ainda, produção de noz-pecã, sendo a maior produtora desse tipo de fruto na América Latina. Vem ganhando destaque a produção de olivas e produção de azeite de oliva de ótima qualidade, segundo publicações da área.
Indústria
A indústria de Cachoeira é influenciada pela agricultura. O destaque industrial é o beneficiamento do arroz por empresas como Engenho Moraes, Coriscal, Engenho Trevisan e Engenho Treichel. O beneficiamento de soja vem sendo feito pela Granol, empresa que promete trazer novos empregos para a cidade e reativar o Porto de Cachoeira do Sul. A Granol, além de beneficiar soja, irá fabricar biodiesel, assim nomeando-se Grandiesel.
Outra empresa que está chegando à cidade é a Aracruz Celulose, que está acelerando a produção de eucalipto na região do Piquiri. Uma das poucas empresas que não são influenciadas pela agricultura é a Schimidt Calçados. Inaugurou uma filial da indústria na cidade, e confecciona sapatos para serem vendidos na Europa. Junto com ela, há uma sistemista, a Calçados Fama, que forma um polo calçadista no município. A cidade também é o maior polo brasileiro de confecção de balanças mecânicas. Estão localizadas na zona urbana as duas empresas líderes de produção nacionais: a Balanças Cauduro e a Metalúrgica Brião.
Para incentivar a indústria local, a empresa CTSul possui um plano de construção de uma termelétrica na região do Piquiri por esta ter grandes jazidas de carvão mineral. Se tal projeto vier a se concretizar, receberá financiamento internacional orçado em mais de 700 milhões de dólares. A termelétrica, de tecnologia chinesa, deverá gerar 600 megawatts hora quando estiver em pleno funcionamento. O projeto está sendo analisado pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental para medir o impacto ambiental na natureza. Para a antiga jazida de carvão mineral existente na localidade do Iruí, se tem um plano para a construção de um aterro sanitário de âmbito regional.
Na localidade de Mineração Palermo, em Cordilheira,, existe a Carbonífera Palermo, da empresa Copelmi, que beneficia o carvão mineral existente lá. Em 2005 foram produzidos 101,1 toneladas desse minério e, desse total, 54,2 toneladas foram beneficiadas.
Comércio
O comércio também é determinado pela agricultura, sendo o setor da economia cachoeirense que mais emprega. Estão presentes na cidade (especialmente nas ruas Júlio de Castilhos e Sete de Setembro) filiais de grandes lojas de repercussão regional, estadual e nacional, assim gerando e desenvolvendo o terceiro setor na cidade. Ainda há supermercados, farmácias, pequenas lojas e um "camelódromo".
Há muitas instituições regionais sediadas na cidade que coordenam o comércio local. Dentre as principais, estão o Serviço Social do Comércio e a Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Cachoeira do Sul (Cacisc). Há também o Serviço de Proteção ao Crédito, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e a Câmara dos Dirigentes Lojistas.
Turismo
Cachoeira do Sul possui tem em seu turismo aspectos da sua história. Desde 2005 o governo tem se empenhado em transformar o município em um polo turístico.
O cartão-postal do município é o Château d'Eau (Castelo das Águas, traduzido da língua francesa para a língua portuguesa), inaugurado em 1925 para bombear água até as partes mais altas da cidade, foi desativado em 1980. Em 2007 foi reconhecido pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul como patrimônio histórico do estado. A fonte foi restaurada entre 2016 e 2017 e voltada a sua aparência original, sem jatos de agua saindo dos cântaros (o que foi uma alteração dos anos 60). À sua frente está a Catedral Nossa Senhora da Conceição, templo católico inaugurado em 1799. Os dois monumentos fazem alusão à figura mitológica de Netuno e à figura católica de Nossa Senhora da Conceição, que possuem estátuas no topo do Château d'Eau e da Catedral, respectivamente.
A Sede da Prefeitura do município foi inaugurada em 1865 para ser uma cadeia. Durante a Guerra do Paraguai, serviu de hospital para a recuperação de soldados. Após, foi sede dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Em 1982 passou a ser somente a sede da Prefeitura Municipal.
Outros templos, como a Igreja Santo Antônio (construída em estilo barroco), a Igreja São José (em um estilo novo, em formato redondo, e possui um dos maiores complexos da região com o templo principal, outro menor, pavilhão, sede da paróquia, transmissora da Rede Vida e da TV Canção Nova) e o Templo Martinho Lutero (construído por alemães e principal símbolo luterano na cidade) também são muito procurados.
A Ponte de Pedra, localizada a 5 km da cidade, foi a principal passagem da região centro até Porto Alegre, no século XIX. A ponte faz a travessia entre as duas margens do rio Botucaraí e, diz a história, que Dom Pedro II já atravessou-a.
A Ponte do Fandango, outro principal cartão-postal da cidade, foi inaugurada em 1961 para facilitar o acesso da cidade com Porto Alegre. Foi a primeira ponte-barragem do Brasil e, na época, a segunda maior ponte do mundo. Suas eclusas fazem com que a parte superior do rio Jacuí também seja navegável. Foi construída exatamente no lugar onde era a cachoeira que originou o nome da cidade.
A Casa da Aldeia, o prédio mais antigo de Cachoeira, está atualmente em deterioração. A Câmara de Vereadores, por estar em um ponto central, também acaba por atrair turistas, além de outros prédios históricos no Centro que se tornaram comércio ou agências bancárias, como a fachada do Banrisul, do Itaú e da antiga agência do Unibanco. Há ainda as fachadas da União de Moços Católicos e do antigo Cine Coliseu, a Fonte das Águas Dançantes (na Praça José Bonifácio), o Engenho Roesch e o antigo prédio do Hospital de Caridade e Beneficência de Cachoeira do Sul.
Cachoeira do Sul é o único município brasileiro onde encontram-se todas as subespécies de gato-do-mato.
Educação
Cachoeira do Sul possui uma grande rede de escolas públicas: são 22 escolas estaduais, 23 municipais e cinco particulares, além de nove creches controladas pelo poder executivo e outras doze filantrópicas. Na cidade também se encontra um grande número de escolas técnicas e de capacitação profissional, das quais destacam-se o Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (SENAI), o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), o Serviços e Assessorias Contábeis (SEAC) e a Exattus. Uma parceria entre Prefeitura e Universidade Federal de Santa Maria garantirá um curso técnico de Agropecuária com ênfase em produção de biodiesel a ser instalado no Complexo do Patronato no segundo semestre de 2008. Também possui uma unidade da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), destinada ao ensino de crianças excepcionais.
As principais universidades de Cachoeira do Sul são a Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) e a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) e agora o primeiro polo educacional da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) fora da cidade-sede. A UFSM foi a primeira universidade pública federal instalada em uma cidade do interior do país. A primeira, de caráter privado, é a maior delas, possuindo o segundo maior campus da rede do país, oferecendo 14 cursos de nível superior. A Uergs é uma universidade estadual que oferece três cursos superiores de linha agrônoma. Em outubro de 2005 a cidade ganhou o Centro Regional V da Uergs, para ter uma concentração maior de cursos em uma mesma sede, porém, em outubro de 2007, tais centros (incluindo o de Cachoeira) tiveram suas instalações adiadas devido à falta de recursos do Governo do Rio Grande do Sul.
As faculdades de ensino a distância também têm seu espaço no município, como a Faculdade Dom Alberto e a Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), ambas de caráter particular, e a Universidade Aberta do Brasil (UAB), em parceria com o Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina (CEFET-SC) e com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
O Circuito Esportivo e Cultural (CIESC) é um projeto organizado pela prefeitura para famílias carentes do município. O primeiro, chamado de CIESC A, atende a estudantes das escolas municipais em horário inverso ao dos estudos. Há atividades esportivas e oficinas de informática. O segundo, o CIESC B, é voltado para os pais dos estudantes, no qual há cursos profissionalizantes.
Cultura
Cachoeira possui uma tradição própria: as famosas "encrencas", massas caseiras com aspecto parecido com casquinhas de sorvete e que são vendidos por pessoas sempre munidas de sinos para alertar os consumidores. Geralmente esses vendedores carregam as encrencas em uma espécie de tambor levado nas costas ou nos ombros; Por ser uma cidade com ampla diversidade e miscigenação cultural, Cachoeira é composta por etnias portuguesas, espanholas, italianas, alemãs, africanas e, em menor escala, japonesas e árabes. Além disso, o município possui uma grande história retratada em sua arquitetura, nas tradições, em festas populares e na memória cachoeirense.
O feriado da cidade é dia 8 de dezembro, em comemoração à padroeira do município, Nossa Senhora da Conceição. Durante todo o ano acontecem eventos, destinados principalmente para o público jovem e adulto. Os principais são a Romaria Diocesana, a Feira do Livro de Cachoeira do Sul e a Festa da Noz Pecã (em comemoração à colheita do fruto) e a Vigília do Canto Gaúcho, os quatro em âmbito anual, mas o mais importante é a Feira Nacional do Arroz, conhecido como Fenarroz, é a maior feira orizícola das Américas e a segunda maior do mundo.
A religião predominante em Cachoeira é a católica (mostrada em seu brasão), com representatividade da Diocese de Cachoeira do Sul, agregando 16 paróquias da cidade e de municípios vizinhos. O luteranismo exerce grande influência com o Templo Martinho Lutero e com as Igrejas Evangélica Luterana do Brasil e Evangélica de Confissão Luterana do Brasil. Demais religiões evangélicas, como a Igreja Adventista, Igreja Metodista, Igreja Pentecostal, Igreja Batista, Igreja do Evangelho Quadrangular, Assembleia de Deus e Igreja do Senhor Jesus Cristo também estão presentes, junto com uma minoria de religiões afro-brasileiras (como candomblé), judeus e mórmons.
Instituições culturais
Há várias instituições culturais em funcionamento na cidade. A principal é a AMICUS (Associação de Amigos da Cultura de Cachoeira do Sul), órgão responsável pela organização de eventos na cidade. No mesmo prédio da AMICUS está o Arquivo Histórico Municipal Carlos Salzano Vieira da Cunha, uma iniciativa do Poder Executivo para preservar obras, documentos e objetos que fazem parte da memória cachoeirense. Recentemente foi modernizada e, com a ajuda de historiadores, tornou-se uma das maiores do Rio Grande do Sul.
Também possui o Parque Municipal da Cultura, uma área que abrange dois centros de convivência da população cachoeirense: o Museu Municipal Patrono Edyr Lima (onde há exposição de objetos importantes para a história da cidade, como o livro-ata que legalizou a emancipação de Cachoeira do Sul) e o Zoológico Municipal de Cachoeira do Sul.
Há a Casa de Cultura Paulo Salzano Vieira da Cunha, um prédio onde funciona a Biblioteca Pública Municipal João Minssen, com um acervo de aproximadamente quarenta mil livros, além de enciclopédias, jornais, revistas e diversos materiais de pesquisa, e o Atelier Livre Municipal Eluíza de Bem Vidal, onde há obras de arte, pintura e escultura, além de aulas com professores do próprio município e disponibilidade de computadores para o público em geral gratuitamente.[90] Cachoeira tem uma sala de cinema, o Cine Via Sete, com capacidade para 200 pessoas. No mesmo prédio onde funciona a Fonte das Águas Dançantes, está a Casa do Artesanato, espaço para divulgação e venda de produtos artesanais.
Existe a Associação Cachoeirense de Cultura Italiana, a Associação Cachoeirense de Cultura Afro e a Associação Tradicionalista Cachoeirense. No interior, estão presentes a Fazenda Tafona, o Passo Real do Capané, a Estância da Capelinha e a Estância do Lajeado, terrenos onde aconteceram batalhas da Revolução Farroupilha e/ou serviram de refúgio para tropas. Hoje elas abrigam armas, móveis e marcos comemorativos da revolução.
Há, ainda, o projeto de construção do Museu Internacional do Arroz. O alimento, que é considerado pela ONU o capaz de combater a fome em todos os continentes, será homenageado na "Capital Nacional do Arroz" em um espaço de lazer e que servirá também para mostrar a história do arroz na cidade e revitalizar o Engenho Roesch, antigo engenho de beneficiamento de arroz do município.
Arquitetura
Por ser um dos primeiros municípios gaúchos, a arquitetura é uma marca nos costumes da população local.
Casas antigas do interior do município refletem a arquitetura colonial brasileira do século XIX. Os prédios antigos, principalmente os de tradicionais casas que se transformaram em comércio localizados no Centro da cidade, possuem característica art nouveau, com detalhes e requinte, exemplo da Câmara de Vereadores e da Casa de Cultura. A art déco também está presente, com mais simplicidade, como na fachada do Cine Coliseu.
De qualquer jeito, o estilo arquitetônico predominante na cidade é o açoriano (exemplo da fachada da União de Moços Católicos) e italiano (diversas residências localizadas na Rua Sete de Setembro). No Templo Martinho Lutero, a arquitetura românica é a marcante, com arcos ogivais, parede grossas e interior pouco iluminado, com traços da cultura alemã. Em igrejas, como a Santo Antônio, o estilo barroco é o principal, com vitrais que lembram a arquitetura gótica; em outros templos também há traços modernos. Seu principal cartão-postal, o Château d'Eau, floresce o estilo neoclássico, requinte típico da arquitetura francesa com presença de colunas dóricas em sua base inferior e colunas jônicas em sua base superior. Em seu torno há oito ninfa, figuras da mitologia grega, além da estátua de Netuno, localizada no topo do monumento.
O principal estilo de prédios novos construídos na cidade é o pós-modernista, visto em construções do subúrbio da cidade. Prédios, como a Sede da Prefeitura e a Catedral Nossa Senhora da Conceição, estão descaracterizados, pelas consequentes reformas e, no último caso, pelo aumento e novos ornamentos em suas torres. O município possui o Compahc, Conselho Municipal de Patrimônio Histórico, que ampara e protege esses prédios. Muitos, por iniciativa desse conselho, acabam sendo, inclusive, tombados.
Lazer
Entre os principais lugares de lazer de Cachoeira do Sul está a rua Sete de Setembro, onde a comunidade cachoeirense se encontra. A Praça José Bonifácio, localizada exatamente no Centro da cidade, é o espaço de convivência mais popular. Aí acontecem, geralmente aos sábados e domingos, espetáculos de artistas locais, atividades culturais e esportivas e a tradicional mateada (uma roda de amigos com chimarrão).
A Praça Honorato de Souza Santos é uma praça bastante frequentada pelos cachoeirenses. Localizada no Centro da cidade, já foi o ponto de encontro mais frequentado pela comunidade, durante os anos 1990, e em 2007 voltou a ser realizada aí a Feira do Livro de Cachoeira do Sul. Existem outras praças no Centro da cidade, como a Baltazar de Bem (conhecida como Praça da Matriz) e Borges de Medeiros (popular praça da Caixa d'Água). Já na periferia existem 27 praças e locais para a prática esportiva. Uma empresa cachoeirense ganhou a licitação do governo municipal para melhorar a infraestrutura delas, como a colocação de playgrounds, enjardinamento e arborização, com árvores plantadas no Horto Florestal Municipal.
O Zoológico Municipal de Cachoeira do Sul é considerado o segundo maior zoológico do Rio Grande do Sul, abriga uma grande variedade de animais da região, assim sendo um lugar bastante procurado para estudos da fauna. Também há um orquidário, muitas outras espécies de flora e o maior serpentário do interior do Rio Grande do Sul. O Parque da Fenarroz é muito utilizado durante festas populares, principalmente na época da própria Fenarroz, diariamente não tem importância significativa, mais usado para a prática de caminhadas e corridas.
A Praia Nova é, no verão, o principal ponto de lazer e diversão de Cachoeira do Sul. O balneário, localizado no rio Jacuí, tem em suas areias, capacidade para quatro mil pessoas, sendo um dos maiores da região.
Mais recentemente, no ano de 2015 foi inaugurado o Orlando Plaza Shopping, o primeiro shopping da história da cidade que foi planejado e construído pelo empresário Orlando Tischler. O espaço conta com elevadores, duas escadas rolantes, praça de alimentação com diversas opções, duas salas de cinema 3D, estacionamento no subsolo e mais de 20 lojas, inclusive com franquias nacionais.
Sociedade
Cachoeira do Sul conta com diversos clubes, dentre os quais se destacam: Sociedade Rio Branco (SRB), Sociedade União Cachoeirense (SUC), Clube Comercial Cachoeirense (CCC), Grêmio Náutico Tamandaré (GNU) e Caiçara Piscina Tênis Clube. Também possui representatividade na cidade duas entidades do Lions Club e seis do Rotary Club, ambos clubes de apoio à comunidade.
Há diversas casas noturnas, como a Hype (que costuma tocar música eletrônica e pop rock), Casa Nova e Clube Seresta, conhecidas como bailões por tocarem ritmos como forró, sertanejo e música regional gaúcha. Em vários pontos da cidade se encontram os Centros de Tradições Gaúchas, os populares CTGs.
Cachoeira possui o oitavo maior parque gráfico do Rio Grande do Sul, devido ao grande número de gráficas (cinco), além das gráficas próprias dos dois jornais da cidade.
Paleontologia
No município estão localizados afloramentos de grande importância e que têm contribuído para a paleobotânica, na Formação Rio Bonito e data do Sakmariano, no Permiano.[carece de fontes] A Ulbra/Cachoeira do Sul possui uma equipe de profissionais especializados em paleontologia. Esse grupo foi quem descobriu, em Agudo, município próximo a Cachoeira, os fósseis de dois dos dinossauros mais antigos do planeta: o Sacissauro.
Esportes
Há vários campeonatos esportivos disputados em Cachoeira do Sul, como as Olimpíadas Escolares, anuais, organizadas pela Prefeitura, Ulbra, Serviço Social do Comércio e Jornal do Povo; a Taça de Futsal, com oito times de futsal; e o Cachoeirão, campeonato amador de futebol, na qual a sua prática é feita no Centro Esportivo Municipal Pedro Germano.
Na cidade há espaço para a prática de voleibol, futsal, basquete e handebol nos quatro ginásios existentes na cidade, do qual o principal é o Ginásio Dom Pedro I, localizado no Parque da Fenarroz. Está em construção o Ginásio Municipal. Corridas e caminhadas também são praticadas no Parque da Fenarroz e junto às próprias ruas da cidade, com circuito de rústica em frequência mensal. Há duas quadras poliesportivas, uma na Praça José Bonifácio e outra na Praça da Caixa d'Água, uma pista de skate na Praça José Bonifácio e pistas de patinação e ciclismo na Praça Honorato. Musculação, natação e tênis são praticados em clubes. Há esportes náuticos no rio Jacuí, como canoagem e remo. Também tem hipismo, que é disputado no Jockey Club de Cachoeira do Sul, localizado no Prado.
Na cidade há dois times de futebol profissional: o Grêmio Esportivo São José e o Cachoeira Futebol Clube. O estádio dos dois times é o Joaquim Vidal, que possui capacidade para cinco mil pessoas. Apesar de haver a rivalidade Ca-sé (Cachoeira versus São José), tal clássico fora realizado apenas três vezes.
Referência para o texto: Wikipédia .