quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

ITAMAJARU - BAHIA

Itamaraju é um município do sul do estado da Bahia, no Brasil. Com 2.580 km² de área, sua população, conforme estimativas do IBGE de 2021, era de 64.423 habitantes.
Emancipou-se em 5 de outubro de 1961, desmembrado do município de Prado. Itamaraju possui o quarto maior centro comercial do extremo sul do Estado, com um comércio forte e sólido de paiol (palha), e tem o que há de melhor em piaba, um povo amigo e hospitaleiro. Promove até os anos atuais a maior festa regional de São João, mantendo a sua tradição junina de origem.
Topônimo
"Itamaraju" é uma palavra oriunda da língua tupi. Vocábulo tupi que significa ″rio das pedras″ ou ″pedra das árvores do jucurucu″.. O nome de Itamaraju foi criado pelo pioneiro do cacau Moisés Santos Almeida, considerado por muitos da região como um poeta alegórico, pelo qual a cidade ganhou a significação da palavra formada pela junção das seguintes sílabas:
Ita, que na linguagem indígena significa pedra, simbolizada pela pedra cartão postal da cidade “Pedra do Monte Pescoço”; mara, significando uma região montanhosa simbolizada pela Pedra do Monte Pescoço e de matas representadas por suas galhas de árvores que se debruçam nas margens do Rio Jucuruçu; ju, primeira sílaba do rio que corta inteiramente o município Jucuruçu, que também é termo indígena, numa alegoria poética dos tupiniquins e pataxós.
História
Ao cair da tarde do dia 22 de abril de 1500, a frota portuguesa de Pedro Álvares Cabral ao ancorar na Paria da Barra do Cahy, no atual município de Prado, avistou o Monte Pascoal, hoje no limite do Parque Nacional do Monte Pascoal de Porto Seguro e avistou também as serras baixas descritas na carta de Pero Vaz de Caminha, que são os pães de açúcar do Monte Pescoço de Itamaraju. O município de Itamaraju é um pedaço destas terras que no passado pertenceu a Prado, que através da Lei Estadual nº 1.509 de 5 de outubro de 1961, foi obtida a emancipação político-administrativa do antigo distrito do Escondido, passando a chamar-se “Itamaraju”. A emancipação político-administrativa foi idealizada por José Gomes de Almeida e Antônio Fontes Mascarenhas, tendo sido o primeiro prefeito, o potiguar Bonifácio José Dantas, o "Chapéu de Couro".
Em 1860, a região, habitada pelos índios pataxós, passou a atrair diversos exploradores para a atividade de extração de madeira, facilitada pelo acesso pelo Rio Jucuruçu, navegável por mais de cinquenta quilômetros em linha reta se medidos por terra, paralelamente ao curso do rio, para pequenas embarcações.
Por volta de 1895, a atual cidade de Itamaraju nascia de um povoado denominado Dois Irmãos, em louvor aos Santos Padroeiros Cosme e Damião. Durante a Guerra do Paraguai, ali se esconderam alguns desertores, levando a localidade a receber o topônimo de Escondido. Tinha uma pequena rua, tortuosa (atual 5 de outubro) com menos de 150 casas, inclusive barracos, na sua maioria construídos de taipas, cobertas com telhas de tabica, palha, de tijolos e telhas de barro.
Embora fizesse parte do município de Prado, existia uma sociedade particular que o administrava e cobrava aforamento aos seus habitantes. Fazia parte dessa sociedade Virgulino Pereira, Cândido Nascimento, José Guilherme da Rosa, Nestor Camão e outros, quase todos falecidos.
A vila de Escondido que se tornaria Itamaraju mais tarde, se impulsionou com a febre do comércio de jacarandá, alto preço do cacau, onde surgiram novas fazendas, não só de cacau, tendo Arthur Fontes Mascarenhas como o maior incentivador, como também as fazendas de pecuária e muitos emigrantes, destacando-se a família Barros (Demétrio, Ruy e Ailton) e outros, que muito contribuíram para o desenvolvimento e aspecto urbano da vila.
O então prefeito José Gomes de Almeida foi a alavanca propulsora desse desenvolvimento, construindo o campo de pouso para pequenos aviões (atual Praça 2 de julho), abertura de estradas para os povoados do Farol (Pirajá), Futuca (Pirají), Arraial do Almeida (São Paulinho), além dos melhoramentos na estrada Guarany-Rio Chay e Prado-Itamaraju, com os desvios das ladeiras da Atividade para o Tururim e do Ribeirão para mais acima, assim como limpeza periódica do Rio Jucuruçu e a construção de um mercado na atual Rua 5 de Outubro.
Essa série de progresso, trouxe ainda na administração do prefeito José Almeida a ideia da emancipação do Escondido, surgindo, portanto, o município de Itamaraju.
A história mais completa já contada sobre Itamaraju está contida no documentário “Itamaraju 60 anos”, disponível no Youtube, lançado em 2021 como parte das comemorações dos 60 anos de emancipação político-administrativa do município.
Geografia
Clima

Dados do Departamento de Ciências Atmosféricas, da Universidade Federal de Campina Grande, mostram que Itamaraju apresenta um clima com média pluviométrica anual de 1.159,7 mm e temperatura média anual de 23,7 °C.
Economia
De acordo com a secretária de agricultura, irrigação e reforma agrária do estado da Bahia, em seus relatórios referentes a produção agropecuária nos anos de 2007-2008, o município apresenta o maior rebanho bovino do estado.
É o segundo colocação dentre os maiores produtores cacau. Confira a seguir, a lista de variedade e sua produção no mesmo período (2007-2008): abacaxi - 575 toneladas; banana - 12.772 toneladas; cacau - 3.026 toneladas; café - 8.695 toneladas; mandioca - 28.600 toneladas e gado - 163.714 cabeças de gado
Segundo a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), o município de Itamaraju possuía, em 2014, o maior rebanho bovino da Bahia, com 185.101 cabeças de gado.
Com costumes típicos de municípios interioranos, Itamaraju tem sua renda direta gerada principalmente pelo setor agrícola e possui um dos maiores rebanhos bovinos da Bahia. O município é um dos maiores produtores de café no estado e tem na Cafénorte a principal empresa responsável por este cultivo, empresa esta a maior produtora mundial da variedade Conilon (Robusta).
Turismo
Seu principal ponto turístico é o Monte do Pescoço, que é exposto até na bandeira do município. Itamaraju possui a missão histórica de ser a cidade guardiã do "Monte Pascoal", primeira porção continental brasileira avistado por Pedro Álvares Cabral. Itamaraju faz partes das famosas "Serras Baixas" descritas na Carta de Pero Vaz de Caminha em 1500, por ocasião do descobrimento do Brasil. Era aqui o campo de caça dos índios encontrados por Cabral. Apesar de não ser muito divulgado, o município também faz parte da Costa das Baleias e tem, como datas festivas importantes, as festas juninas, a festa de Cosme e Damião, Cavalgadas etc. Esses eventos são responsáveis pela geração de emprego e renda nos períodos festivos.
No centro da cidade, encontram-se algumas praças, como a Praça 2 de Julho e a Praça Castelo Branco, além da rua dos trailers, onde existem várias barraquinhas que vendem lanches todos os dias da semana. Para o lazer, Itamaraju tem Espaço de Eventos Armazém F, o clube do Arvo, Territorio (maior da cidade), BNB, onde conta com quadras de tênis, piscinas, campos de futebol.
Educação
As principais escolas particulares são a Escola Crescer, Escola Fênix, Colégio Presbiteriano 12 de Agosto e o Colégio São João Evangelista (pertencente a uma congregação de freiras). Os eventos mais importantes dessas escolas durante o ano são os Jogos Estudantis, competição que simula as Olimpíadas. Itamaraju conta também com o curso de inglês e espanhol CNA. As principais escolas públicas são o Colégio Complexo Integrado de Educação de Itamaraju (CIEI), Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães e o Colégio Estadual Luis Eduardo Magalhães (CELEM).
Personalidades ilustres
Um dos pesquisadores sobre o município é o poeta e escritor Itamarajuense Armando Azevedo que publicou o livro Itamaraju e o Monte Pascoal no ano de 2009. Muito utilizado nas escolas estaduais e nas universidades. O poeta também possui um acervo de fotos antigas sobre a vida de moradores notáveis da cidade.
O mais antigo pau-brasil conhecido atualmente
Em 2020, foi encontrado aquele que é considerado o mais antigo pau-Brasil atualmente, cujo tronco tem 7,13 metro de diâmetro e idade aproximada de 500 anos. O espécime supera em 2,83 metros a espessura do pau-Brasil até então tido como o mais antigo, cujo tronco tem circuferência de 4,3 metros. A descoberta foi registrada pelo botânico Ricardo Cardim, contatado pelo agricultor Manuel de Jesus, que a encontrou em sua propriedade, em Itamaraju.
Referência para o texto: Wikipédia .