segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

BEBERIBE - CEARÁ

Beberibe é um município brasileiro do estado do Ceará, localizando-se na microrregião de Cascavel, mesorregião do Norte Cearense. Sua população segundo censo 2022do IBGE, é de 53.114 habitantes.
É um município que atrai muitos turistas o ano inteiro especialmente pelas suas belas praias, dentre as quais se destacam a Praia de Morro Branco e a Praia das Fontes, nas quais se situa o Monumento Natural das Falésias de Beberibe.
Etimologia
Há controvérsias no tocante ao significado do topônimo Beberibe, que vem do tupi.
Para o tupinólogo Eduardo de Almeida Navarro, o termo teria origem na composição das palavras îabebyra (arraia), ­'y (rio) e -pe (em), significando, portanto, no "no rio das arraias". Já para Teodoro Fernandes Sampaio, grafando "Bibiribe", o topônimo significaria "no rio que vai e vem", por meio da composição entre bibi (o que vai e vem), y (rio) e pe ou be (em). Ele ainda apresenta uma versão alternativa com base em um documento antigo em que se lia "yabebiry", traduzido como "rio das arraias", por meio da composição entre yabebir (arraia, de ya-pé-byra, "o que tem a pele áspera ou pele de lixa") e y (rio). Silveira Bueno explica "yabebiry" como "rio empolado, onduloso" e para Paulino Nogueira, Beberibe, significaria "lugar onde a cana cresce".
Sua denominação original era Uruanda, depois Sítio Lucas e, desde 1883, Beberibe. No período colonial este ficou ainda conhecido como Vila Rica.
História
Localizado entre os rios Choró e Piranji e suas bocas, tinha como primeiros habitantes os índios Potyguara e outras tribos pertencentes ao tronco Tupi como os Jenipapo-Kanyndé viviam. A partir do século XVII recebeu as primeiras expedições de portugueses religiosos e militares que vieram por estas bandas devido os processos de aldeamento e catequização dos índios e proteção contra os invasões de outros europeus: e ainda sobreviventes do naufrágio de uma embarcação Portuguesa (segundo a tradição oral).
Os primeiros registros sobre Beberibe como um núcleo urbano português dão conta de que a povoação surgiu a partir de uma sesmaria concedida a Manuel Nogueira Cardoso, Sebastião Dias Freire, João Carvalho Nóbrega e ao Capitão Domingos Ferreira Chaves, em 16 de agosto de 1691.
Mas foi somente no início do século XIX que houve uma ocupação do local, quando Baltazar Ferreira do Vale, residente no Riacho Fundo, em Cascavel, e Pedro Queirós Lima, morador do sítio Mirador, em Aquiraz, chegaram àquele núcleo.
Baltazar comprou o sítio Lucas, nome primitivo de um dos distritos de Cascavel, no ano de 1783, e Pedro, na mesma época, o sítio Bom Jardim. A proximidade favoreceu o relacionamento das duas famílias. E o sítio Lucas, que oferecia melhores condições de povoamento, deu início a um importante núcleo do qual originou a cidade de Beberibe.
Antes de ser conhecido por Lucas, o local recebeu a denominação de Uruanda, nome atribuído pelos indígenas que ocupavam a região. Beberibe foi o nome com o qual Brasiliano Ferreira de Araújo registrou as suas terras, adquiridas por 10 mil réis, localizadas onde hoje é a sede do Município. A preocupação de Brasiliano foi doar a área para a construção da igreja. Inaugurada em 1875, a igreja impulsionou o crescimento do povoado, já então conhecido por Beberibe. E em 5 de julho de 1892 foi criado o Município de Beberibe, pertencente à comarca de Cascavel.
De Município a distrito, e de distrito a Município, Beberibe teve que conviver diversas vezes com essa mudança, até novembro de 1951. Naquela data, o então governador Raul Barbosa sancionou a Lei nº 1.153, que restaurou em definitivo a autonomia do Município, atendendo a imposição dos ilustres filhos da terra. À frente do movimento, que nasceu em 1946, estava o desembargador Boanerges Facó. No entanto, somente em 25 de março de 1955 o Município foi oficialmente instalado.
Beberibe conheceu um expressivo desenvolvimento econômico a partir da implantação de aproximadamente uma centena de engenhos de cana de açúcar na região. A riqueza originada da indústria de rapadura local fez com que Beberibe fosse apelidada por Cascavel e Sucatinga de "Vila Rica".
Uma nova realidade foi percebida pelo Município a partir da decadência da indústria de rapadura e da falência de vários engenhos. A denominação de "Vila Rica" deixou de existir e ficou apenas na memória de quem viveu aqueles tempos.
Geografia
Clima

O clima é tropical quente semiárido com pluviometria média de 1.251 mm, com chuvas concentradas de Fevereiro a Maio.
Em Beberibe, o verão é curto, quente, seco e de céu quase encoberto; o inverno é curto, morno e de céu quase sem nuvens. Durante o ano inteiro, o tempo é opressivo e de ventos fortes. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 24 °C a 31 °C e raramente é inferior a 22 °C ou superior a 33 °C.
Baseado no índice de praia/piscina, a melhor época do ano para visitar Beberibe e realizar atividades de clima quente é do fim de junho ao meio de outubro.
Hidrografia e recursos hídricos. 
As principais fontes de água são: Rio Choró e Piranji; Riachos: Salgadinho: Córregos Santa Maria, Maria Preta e Camará; Lagoa do Uruaú.
Relevo e solos
Região costeira (Areias Quartzosas Álicas,Areias Quartzosas Distróficas, Areias Quartzosas Eutróficas,Areias Quartzosas Marinhas Distróficas, Podzólico Vermelho Amarelo Eutrófico) formada de dunas. A principal elevação é a Serra do Félix. E o seu tipo de relevo é planície.
Vegetação
Boa parte do território é coberta pela floresta caducifólia espinhosa (caatinga arbórea) e caatinga arbustiva aberta e densa, mais ao interior, e por tabuleiros costeiros e manchas de cerrado, mais próximo ao litoral, onde se destacam plantas como o murici, o cajueiro e a janaguba. Apresenta também regiões de mangue próximo à foz do rio Piranji.
Subdivisão
O município tem sete distritos: Beberibe (sede), Itapeim, Parajuru, Paripueira, Serra do Félix, Sucatinga e Forquilha.
Economia
Sua economia é ainda baseada na cultura de cana-de-açúcar, bem como a cultura do caju, coco-da-Bahia, mandioca, milho e feijão. Pecuária: bovino, suíno e avícola. Em suas terras registram-se ocorrências de Lepidolita, fonte de obtenção do Lítio, Moscavita, Biotita e grandes jazidas de Quartzo e Feldspato. No setor da indústria, Beberibe é um dos grandes produtores de tijolos do Ceará e neste ainda situam-se 10 indústrias (cinco de produtos minerais não metálicos, duas de produtos alimentares, uma de extrativa mineral, e duas de vestuário, calçados e artigos de couro e peles).
Educação
Possui um Polo da Universidade Aberta do Brasil onde são ministrados cursos semi presenciais da Universidade Federal do Ceará, Universidade Estadual do Ceará e Instituto Federal do Ceará.
Também conta com a Escola Estadual de Educação Profissional Pedro de Queiroz Lima, que foi inaugurada em maio de 2011.
Cultura
O principal evento cultural é a festa dos padroeiros: Jesus, Maria e José, e da co padroeira Nossa Senhora do Carmo, que acontecem em dezembro e julho, respectivamente. Outro evento que se destaca é o Caju Nordeste, que é sediado em Beberibe. Além destes, ainda há a festa do município, que acontece no dia 5 de julho, e as semanas culturais em alguns colégios, como o projeto Beberibe, que ocorre no CMB (Colégio Mazé Bessa), e o FACEL no Colégio Ana Facó. O Município tem a Biblioteca Municipal Dido Facó, o Memorial de Beberibe, e o Teatro Raimundo Fagner. Existem grupos de teatro, dança e capoeira, estes podem ser encontrados no ABC Luiza Facó.
As principais festas do município são: Festa do Bom Jesus dos Navegantes - distrito de Parajuru; Festa de Nossa Senhora da Penha - distrito de Sucatinga; Festa de São Francisco e Nossa Senhora da Penha - distrito de Paripueira e Festa de São Sebastião - distrito de Itapeim.
Referências para o texto: Wikipédia ; Weather Spark .