quinta-feira, 29 de agosto de 2024

LAPA - PARANÁ

Lapa é um município brasileiro do estado do Paraná. Localiza-se a 25º46'11" de latitude sul e 49º42'57" de longitude oeste, a uma altitude de 908 metros. Está localizada na Mesorregião Metropolitana de Curitiba, mais precisamente na microrregião do mesmo nome, estando a uma distância de 62 km da capital do estado, Curitiba. Possui uma área de 2.093,859 km². Sua população, conforme o Censo de 2022, é de 45.003 habitantes. Os habitantes naturais do município da Lapa são denominados lapeanos.
A exploração da erva-mate e a atividade tropeira fizeram parte das atividades econômicas de sua história. Atualmente, apesar de ser um município mais diversificado em sua base econômica, traz consigo, devido ao seu passado histórico, o turismo, que mostra a beleza existente em seu Patrimônio Histórico e Cultural. Sua primeira denominação foi de freguesia de Santo Antônio da Lapa, sob a jurisdição da vila de Curitiba em 1797. Em 1806 devido ao rápido crescimento do povoado tornou-se a Vila Nova do Príncipe. Após algumas mudanças de jurisdição, finalmente, em 7 de março de 1872 a Vila Nova do Príncipe, desmembrada da Vila Rio Negro, foi elevada a categoria de cidade com a denominação de Lapa.
É rica em turismo histórico, cultural e religioso, como a famosa Gruta do Monge, e é o maior produtor de fruta de caroço do estado. Seu comércio subsiste com dificuldade devido à sua indústria incipiente, carentes de novos investimentos para geração de emprego e renda. A Lapa é uma cidade tranquila. Possui boa infraestrutura de saneamento básico, escolas (inclusive de nível superior), transporte, saúde e lazer. O município é conhecido historicamente por ter ocorrido nos arredores da cidade o famoso Cerco da Lapa. Em 1894, houve um sangrento confronto que envolveu pica-paus e maragatos, contrários à dependência do Rio Grande do Sul como uma unidade federativa dentro do Brasil. Nesse fato histórico tombou em combate o General Gomes Carneiro.
Etimologia
Lapa: Substantivo feminino, origina-se do vocábulo pré céltico lappa, com dois pês, em referência a uma grande pedra ou laje que forma um abrigo. A partir de 1731 se estabeleceu o pouso de Capão Alto, primeira denominação do que é hoje a cidade da Lapa. A primeira família que se fixou em Capão Alto foi a de João Pereira Braga e sua mulher Josefa Gonçalves da Silva. Em 13 de julho de 1797, Capão Alto é elevado à categoria de Freguesia. Em 6 de junho de 1806, Capão Alto passou a denominar-se Vila Nova do Príncipe. Em 7 de março de 1872, Vila Nova do Príncipe é elevada à categoria de município desmembrando-se de Curitiba e recebe, finalmente, a denominação de Lapa.
História
Lapa, antigo distrito e vila com a denominação de Vila Nova do Príncipe, foi elevado à condição de cidade com a denominação de Lapa pela Lei Estadual nº 293, de 7 de março de 1872
O cerco da Lapa
Durante a Revolução Federalista em 1894, a Lapa tornou-se arena de um sangrento confronto entre as tropas republicanas, os chamados Pica-paus e os Maragatos contrários a república. A Lapa resistiu bravamente até que os Lapeanos comandados pelo General Ernesto Gomes Carneiro, caíram exangues em combate. Resistiram ao cerco por 26 dias, mas sucumbiram ante ao maior número do exército republicano.
O episódio ficou conhecido como o "Cerco da Lapa", a batalha deu ao Marechal Floriano Peixoto, chefe da república, tempo suficiente para reunir forças e deter as tropas federalistas. Ao todo foram 639 homens entre forças regulares e civis voluntários, lutando contra as forças revolucionárias formadas por três mil combatentes. Os restos mortais do General Carneiro, assim como de muitos outros que tombaram durante a resistência, estão sepultados no Panteon dos Heróis, vigiados permanentemente por uma guarda de honra do exército brasileiro.
Clima
Em Lapa, o verão é longo, morno, úmido e de céu quase encoberto; o inverno é curto, ameno e de céu parcialmente encoberto. Durante o ano inteiro, o tempo é com precipitação. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 9 °C a 27 °C e raramente é inferior a 3 °C ou superior a 31 °C.
 Baseado no índice de turismo, as melhores épocas do ano para visitar Lapa e realizar atividades de clima quente são do início de março ao início de maio e do início de novembro ao meio de dezembro.
Economia
Lapa está localizada a 64 quilômetros de Curitiba, 160 km do Porto de Paranaguá. A BR-476 que passa em meio a cidade (assumida por uma concessionária) é a principal Rota do Mercosul, ligando as regiões Sudoeste do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e países da América do Sul.
Lapa tem um clima e solo para o cultivo de vários produtos agrícolas, a saber, da economia do município. Soja, milho, feijão, batata, fruticultura, são algumas das culturas desenvolvidas. Existe ainda a agricultura orgânica que vem desenvolvendo a cada dia e ampliando mercado. Detém hoje uma das maiores áreas plantadas de frutas de caroço do Paraná. Pêssego, ameixa e nectarina, próprias para o abastecimento de empresas que fabricam doces, sucos, geleias e produtos afins.]
A pecuária também possui papel preponderante na economia da Lapa. O Núcleo Leiteiro conhecido como Projeto de Assentamento, que desde 1991 é denominado "a Reforma Agrária que deu certo" é um polo na produção de leite. Toda produção lapiana além de ajudar no abastecimento de Curitiba e região metropolitana, serve às cooperativas de laticínios para produção de queijos, iogurtes e bebidas lácteas. Já a avicultura abastece uma indústria alimentícia de grande porte e seus produtos são distribuídos no Brasil e exportados para vários países.
Vários empreendimentos já foram instalados, entre outros: a Naturalat, Café da Lapa e Mega Placas. O município já possuiu também duas pedreiras, porém atualmente ambas se encontram desativadas. O município sedia ainda a Cooperativa Agroindustrial Bom Jesus.
Infraestrutura
Educação

A cidade conta com uma unidade da Faculdade Educacional da Lapa (Fael).
Turismo
Lapa apresenta um grande potencial turístico, notando-se a presença do turismo cultural, gastronômico, religioso e bélico.
Os principais pontos turísticos de Lapa são: Igreja Matriz de Santo Antônio; Santuário de São Benedito; Casa de Câmara e Cadeia / Museu de Armas; Casa de Hóspedes Militar; Casa dos Cavalinhos - Casa da Memória; Casa Vermelha (Museu dos Tropeiros, Sala da Congada, Centro de Artesanato Aloísio Magalhães); Casa Lacerda; Cine Teatro Imperial; Museu do Mate; Museu Histórico Municipal; Teatro São João; Memorial Italiano (Colônia São Carlos); Memorial Ney Braga; Monumento à Manoel Ribas; Monumento ao Barão dos Campos Gerais; Monumento ao Expedicionário; Monumento do Tropeiro; Panteon dos Heroes; Painel de Lapeanos Ilustres; Planta da Cidade da Lapa - Cinquentenário do Cerco da Lapa; Alambique Do Lara; Parque Linear; Praça General Carneiro; Praça Joaquim Lacerda; Fonte do Quebra Pote; Reserva Particular do Patrimônio Natural Mata do Uru; 15º Grupo de Artilharia de Campanha Auto Propulsado; Espaço Cultural General Sisson
A Gruta do Monge
A Gruta Do Monge fica localizada no Parque Estadual do Monge. Trata-se de uma reentrância em meio a uma encosta à qual se tem acesso por escadaria composta de 224 degraus. A gruta, em meados de 1847, serviu de abrigo ao lendário Monge João Maria D’Agostini.
Cultura
Gemellagio

Em 2004 foi assinado um ato de gemellagio entre a cidade da Lapa e Istrana - província de Treviso, no Vêneto, uma região no nordeste da Itália.
Culinária
As principais marcas da culinária da Lapa, são heranças deixadas por negros africanos e tropeiros. As principais características gastronômicas são rústicas e remete ao período colonial. A cozinha lapeana é caseira e conta com elementos como o fogão a lenha e as panelas de ferro. Os principais ingredientes utilizados que se tornaram tradicionais são a banha, o charque, a carne de porco, o feijão, o milho e a farinha. Os pratos que podem ser considerados típicos do município são: o arroz tropeiro; a coxinha de farofa; a quirera lapeana; e o virado lapeano.
Eventos
Os principais eventos de Lapa são: Circuito Lapiano de Mountain Bike; Congada lapeana; Dia do Tropeiro; Festa de São Benedito; Festival da Primavera da Lapa; Festival de Cinema da Lapa; Festival de Música “Lapa Em Canto”; Festival de Voo Livre.
Esporte
No passado a cidade possuiu um clube no Campeonato Paranaense de Futebol; o Bosch Esporte Clube.
Transporte
O município de Lapa é servido pelas seguintes rodovias: BR-476, que liga Curitiba a Santa Catarina (Porto União); PR-427, que liga a Campo do Tenente e Porto Amazonas; PR-433, que liga o distrito de Santo Amaro a Antônio Olinto; PR-511, que passa em sua Zona Rural (estrada de Quitandinha para Contenda); PR-428, estrada planejada que ligaria a cidade a São Luiz do Purunã (e à BR-376)
A cidade também é cortada e servida pela seguinte ferrovia: Ramal do Rio Negro (variante) da antiga Rede de Viação Paraná-Santa Catarina.
Referência para o texto: Wikipédia ; Weather Spark .

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

IRANDUBA - AMAZONAS

Iranduba é um município brasileiro localizado na Região Metropolitana de Manaus, no estado do Amazonas. Situado à margem esquerda do Rio Solimões, está conectado à capital amazonense através da Ponte Rio Negro. Segundo censo do IBGE de 2022, o município possuía 61.163 habitantes. Iranduba é considerado o maior produtor de hortifrutigranjeiros, produzindo tijolos e telhas consumidos no estado.
História
Até o momento, a História escrita sobre Iranduba referiu-se a dois períodos específicos, no contexto da longa cronologia do passado amazônico. O primeiro deles é a chamada Pré-História, quando houve a ocupação da região e o desenvolvimento de sociedades na confluência dos rios Negro e Solimões. Já o segundo período diz respeito ao século XX, quando remete as origens da cidade ao final do Primeiro Ciclo da Borracha na Amazônia e a relação do mesmo com a ocupação da região pelos antigos seringueiros.
Antes de tratarmos especificamente do século XX, vale a pena destacar que há um hiato entre a Pré-História e o século XX, o que corresponde às épocas entre os séculos pré-colombianos e o Oitocentos, incluindo-se o Período Colonial e o Período Imperial, nos quais houve importantes acontecimentos da História Amazônia, tanto em nível global quanto regional e local. Trata-se, portanto, de um período de mais de 500 anos de silenciamento, sem que nada tenha sido dito e/ou escrito sobre a “Costa de Iranduba”. Dado o atual “estado da arte” sobre o tema, nos limitaremos à Pré-História e ao século XX.
A Pré-História
Para entender os processos de ocupação da região da “Costa de Iranduba”, recorremos às descobertas arqueológicas empreendidas, desde meados do século XX, mas que tiveram avanços importantes especialmente a partir do Projeto Amazônia Central, que desenvolveu pesquisas na década de 1990 e nos anos 2000. A partir das escavações, foi possível identificar ao menos quatro fases de ocupação, correspondentes a períodos diferentes, caracterizados tanto pelas formas de organização social e política quanto pelas relações estabelecidas com a natureza e pelo desenvolvimento técnico, especialmente na produção ceramista.
A primeira fase de ocupação é chamada Açutuba e corresponde ao período entre os anos 300 a.C e 360 d.C, totalizando quase 700 anos. Esse período foi caracterizado pelo cultivo de plantas já domesticadas em outras regiões e pela produção da terra preta de índio, importante para a prática agrícola. A segunda fase de ocupação é a Manacapuru, ocorrida entre os anos 600 e 1000 d.C, caracteriza-se pela presença de aldeias circulares e pelo uso de tecnologias cerâmicas sofisticadas, nas quais se destacam representações de canoas e outros elementos. Em seguida, houve a fase Paredão, ocorrida entre os séculos VII e XII, num momento em que houve um rápido crescimento populacional, além de importantes mudanças tecnológicas na produção das cerâmicas. Também se observou o aumento de áreas de “terra preta de índio” e há indícios de contatos com povos de outras regiões. Em quarto lugar, destaca-se a chamada fase Guarita, cuja datação compreende um período entre os anos 1150 e 1200 da Era Cristã e tem como características principais a centralização política dos grandes e multiétnicos cacicados, dos quais se destacam indícios de importantes conflitos geopolíticos, especialmente pelos vestígios das paliçadas e de valas defensivas.
Essas descobertas arqueológicas são importantes porque estão na base das interpretações sobre o passado amazônico e principalmente sobre a Costa de Iranduba. Por sua localização privilegiada na confluência de dois grandes rios, essa área foi capaz de fornecer os recursos aquáticos necessários para o desenvolvimento de um grande aglomerado humano, cujos vestígios têm sustentado a hipótese de que havia, de fato, uma importante cidade indígena na margem direita do rio Solimões, avistada pela expedição de Francisco de Orellana e registrada por Gaspar de Carvajal, em 1542.
Em linhas gerais, é possível afirmar com alguma segurança que a região da confluência do rio Negro e o Solimões foi sucessivamente ocupada por grupos humanos ao longo de mais de 1.800 anos, muito antes da passagem dos colonizadores espanhóis, no século XVI, tendo desenvolvido modos de vida semelhantes àqueles de outras importantes sociedades complexas amazônicas, cujas características principais são a organização social e geopolítica, a prática agrícola e o extrativismo (caça, pesca e coleta) e o desenvolvimento tecnológico. Essas sociedades complexas seriam paulatinamente esfaceladas pelo processo de colonização na Amazônia, iniciado no século XVI e responsável por um legado de violências e usurpações dos colonizadores para com os Povos Originários.
O “longo” Século XX
A região amazônica assistiu a três importantes acontecimentos ao longo do século XX, que iriam impactar sobremaneira não apenas a cidade de Manaus, mas também a região no seu entorno. O primeiro desses acontecimentos seria a crise da borracha, ocorrida nas primeiras décadas desse século, em função da entrada da borracha asiática nos mercados da Europa e dos Estados Unidos. Depois, durante a Segunda Guerra Mundial, houve a reativação da exploração desse produto por um curto período, o que fez surgir novamente o sistema de exploração do trabalho na figura do soldado da borracha e levou ao aumento da produção amazônica, enquanto os seringais asiáticos estiveram desabilitados pela guerra. Por último, houve a criação da Zona Franca de Manaus, na década de 1970, colocando Manaus e as áreas do seu entorno novamente nos circuitos econômicos e geopolíticos do país. Esses acontecimentos contribuíram direta e indiretamente para a (re)construção histórica da região outrora chamada “Costa de Iranduba”, originando o então município de Iranduba – AM.
A Era Vargas (1930 – 1945)
A História escrita sobre Iranduba, até o presente momento, tem como marco inicial os acontecimentos em torno da crise da borracha, que teria provocado o deslocamento de parte dos antigos trabalhadores da borracha para povoados e vilas próximos de Manaus, a partir de 1920. Parte significativa desses migrantes teria se estabelecido nas várzeas da “Costa de Iranduba” e passado a viver como ribeirinhos, explorando os recursos naturais aquáticos e da floresta, além de praticarem a agricultura de várzea.
A década de 1930 é importante para a região amazônica em função das políticas de incorporação dos chamados “espaços vazios” do Brasil nos circuitos econômicos nacionais, sendo que a Amazônia foi um dos principais alvos da chamada “marcha para o oeste”. Além disso, entre 1942 e 1945, houve a chamada “batalha da borracha”, momento em que - por causa da Segunda Guerra Mundial e da suspensão da produção de borracha asiática – milhares de trabalhadores nordestinos foram deslocados para a Amazônia, transformando-se em “soldados da borracha”. Com o final da Segunda Guerra Mundial, parte dos mais de 50 mil trabalhadores acabariam engrossando a população dos povoados e vilas amazônicas, assim como havia acontecido anteriormente, estabelecendo-se também na “Costa de Iranduba”.
A Colonização Agrícola
Uma das formas de se promover a ocupação e o desenvolvimento de atividades econômicas que fossem capazes de integrar a região amazônica aos circuitos econômicos do resto do país foi a criação de colônias agrícolas, sendo que muitas dessas foram instaladas na Costa de Iranduba.
Na década de 1930, o governo federal implantou o Plano de Ocupação Demográfica da Amazônia e criou as duas primeiras colônias agrícolas em 1941. A primeira delas foi a Colônia Bela Vista, situada na margem esquerda do rio Solimões e no que hoje é o município de Manacapuru, e a segunda foi a Colônia Cacau-Pirêra, situada na localidade Cacau-Pirêra, também na margem esquerda do Solimões. Além de camponeses de origem nordestina, vindos dos antigos seringais, também haviam colonos de origem japonesa, dedicados principalmente ao cultivo da juta. Depois, foram instaladas colônias similares na localidade Caldeirão e na localidade do Ariaú, todas voltadas para a produção agrícola, destinada principalmente ao fornecimento da cidade de Manaus.
Imigração Japonesa
Capítulo importante da História de Iranduba foi a imigração japonesa para a região da confluência dos rios Negro e Solimões, tendo se instalado nas localidades de Manacapuru e Iranduba e se dedicado ao cultivo da juta e à produção de hortifrutigranjeiros, a partir da década de 1950. Os estudos até agora empreendidos acerca desse processo nos informam que a imigração japonesa para a Amazônia teria se iniciado na década de 1920, ou seja, logo após o declínio econômico da região por causa da crise da borracha. Nesse momento, as autoridades – especialmente o Governador Efigênio Sales – se empenhou em oferecer terras devolutas aos japoneses, estabelecendo contratos para a concessão das propriedades que pertenciam ao Estado.
As pesquisas realizadas até agora informam que os japoneses migraram para o Amazonas em três momentos diferentes. O primeiro deles ocorreu entre os anos de 1920 e 1925, no qual aquelas pessoas se dedicaram à exploração da borracha. O segundo momento ocorreu entre 1925 e 1942, quando grupos maiores foram recebidos na região, através dos contratos celebrados entre o Estado do Amazonas e o Governo do Japão, cujo objetivo principal era melhorar a economia amazônica, afetada pelo fim do ciclo da borracha. Em função da Segunda Guerra Mundial, houve uma suspensão no recebimento de imigrantes japoneses no Brasil, especialmente porque esse país optou pelo apoio aos Aliados, enquanto que o Japão compunha o chamado Eixo. Com o fim do conflito mundial, a imigração japonesa para a Amazônia foi retomada na década de 1950.
Tendo se estabelecido inicialmente em Maués e Parintins, os japoneses chegaram na Costa de Iranduba apenas em 1954, onde se estabeleceram em propriedades destinadas tanto à produção de juta quanto de hortifrutigranjeiros, destinados ao abastecimento da capital do Estado do Amazonas. Essas pessoas seriam responsáveis não apenas pela produção daqueles alimentos, mas também pelo fornecimento da fibra de juta destinada à produção de embalagens para o café produzido em outras regiões do Brasil. Nos dias atuais, alguns desses imigrantes ainda vivem no município de Iranduba, sendo que alguns deles dedicam-se a outras atividades, a exemplo do turismo desenvolvido na “Praia do Japonês”.
A (re)construção histórica de Iranduba (1950/2010)
A década de 1950 é considerada um marco importante para o Brasil e também para a Amazônia, na medida em que as transformações ocorridas após a Segunda Guerra Mundial passariam a influenciar a economia, a política e a cultura. Em nível global, intensificaram-se as disputas ideológicas entre os Estados Unidos e a União Soviética, no contexto da Guerra Fria, com efeitos em vários países, incluindo-se o Brasil. Em nível nacional, foi um momento em que houve uma intensificação do desenvolvimento industrial, além da abertura da economia para os investimentos estrangeiros e do planejamento estratégico do Estado brasileiro, na perspectiva do nacional desenvolvimentismo. Além de investir na chamada indústria de base, o Governo Federal também impulsionou a infraestrutura do país, criando rodovias, hidrelétricas e aeroportos. Na Amazônia, destacam-se a construção da Rodovia Transamazônica e do estabelecimento da Zona Franca de Manaus, ações que visavam desenvolver e integrar a região aos circuitos econômicos nacionais e reforçar, do ponto de vista geopolítico, a presença do Estado no vasto território amazônico.
Esse contexto, tanto em nível global quanto regional e local, afetou diretamente a região da Costa de Iranduba, na medida em que desencadeou uma série de acontecimentos que acabariam contribuindo direta e indiretamente para a (re)constituição histórica do município, nas décadas que se seguiram. Em primeiro lugar, com o estabelecimento da Zona Franca de Manaus, houve um crescimento urbano significativo, o que demandaria um aumento no consumo de determinados produtos, especialmente no setor de alimentos e de construção civil. Essa nova realidade fez com que as autoridades se voltassem para as áreas próximas da capital, no sentido de criar condições para que tais localidades pudessem fornecer tais produtos. Em função da experiência das décadas anteriores no campo da produção agrícola, Iranduba e Manacapuru seriam “eleitas” como áreas para a produção de hortifrutigranjeiros e peças de cerâmica para a construção civil da capital, especialmente tijolos e telhas.
Para facilitar o escoamento da produção e a integração entre a Costa de Iranduba e Manaus, foi construída a AM-070, que ficou popularmente conhecida naquela época como “Estrada da Juta”, em função do cultivo dessa espécie na localidade, mas que recebeu o nome oficial de Rodovia Manoel Urbano, uma homenagem ao homem que entraria para a História como importante agente de (re)conhecimento e exploração da Província do Amazonas, no século XIX. Essa obra de infraestrutura iria compor o circuito de exploração econômica e integração da região, na medida em que se tornou a principal via de escoamento da produção agrícola e oleira destinada ao abastecimento da Zona Franca de Manaus.
Outro marco na (re)construção histórica de Iranduba foi a criação da Cidade Hortifrutigranjeira de Iranduba S.A. – CHISA, em 1876. As poucas informações disponíveis dão conta de que se tratou de um empreendimento capitaneado pela Prefeitura de Manaus, com o objetivo de criar uma infraestrutura de fomento à produção e fornecimento de hortifrutigranjeiros para a capital do Estado do Amazonas, no momento em que a população de Manaus cresceu em mais de 70%. Esse acontecimento pode ser considerado um marco na história das populações ribeirinhas da “Costa de Iranduba”, uma vez que houve um deslocamento forçado das pessoas que moravam na várzea, para uma parte mais alta. Uma vez desocupada a área de várzea, a terra foi loteada, de modo a se transformar em unidades de produção agrícola.
Em 1981, o Distrito de Iranduba foi elevado à condição de município, tendo a então Vila de Iranduba se tornado sede de uma das mais novas municipalidades do Amazonas. Além de continuar sendo os dos principais fornecedores de hortaliças (alface, cebolinha, tomate, coentro), o município de Iranduba iria se tornar também produtor de frutas e de cerâmicas para a construção civil, ao longo das décadas de 1980 e 1990, o que reforçou a posição de sua economia enquanto subsidiária da cidade de Manaus.
Entre 2008 e 2011, ocorreu a construção da Ponte Rio Negro, considerada um marco no processo de urbanização e metropolização do município de Iranduba. Além das atividades já desenvolvidas, o espaço rural desse município passou por outras transformações, tal qual aquelas empreendidas pelo mercado imobiliário que tem loteado e vendido as terras próximas da Rodovia Manoel Urbano, criando condomínios residenciais e (re)construindo não apenas espacialidades, mas também novas relações sociais, políticas, econômicas e culturais, o que tem (re)composto a história recente do município.
Geografia
O município de Iranduba está situado à margem esquerda do Rio Solimões, na confluência deste com o Rio Negro, a sudoeste da capital do Amazonas, da qual dista cerca de nove quilômetros, considerando a travessia da Ponte Rio Negro até o distrito de Cacau Pirêra. Suas coordenadas geográficas são as seguintes: 03º 17′ 06′′ de latitude sul e 60º 11′ 09′′ de longitude W. Gr.
A localização do município permite a existência de dois ecossistemas diversos, e se na orla do Rio Negro figuram paisagens paradisíacas, praias, cachoeiras e florestas abundantes; ao longo do rio Solimões descortinam-se extensas áreas de várzea com atividades agrícolas, pesqueiras e de contemplação.
Iranduba está a 30 metros acima do nível do mar e possui uma área de 2.215 quilômetros quadrados, e área urbana de 11,637 km² em 2015 e 44,827 km² estimado em 2022.
Demografia
Sua população de acordo com o censo de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) era de 61.163 habitantes em 2022.
Cultura e sociedade
Turismo
Hospedagem regional

O município concentra hotéis de selva. Os visitantes podem praticar atividades como canoagem, focagem de jacaré, pesca de piranha, e observar a fauna e a flora. Alguns estabelecimentos oferecem ainda passeios pelos igarapés e visitas as comunidades indígenas. Os estabelecimentos variam de acordo com o número de apartamentos, estilo e infraestrutura oferecida aos hóspedes.
Turismo rural
Junto com o município de Rio Preto da Eva, Iranduba participa da rede de Turismo Rural na Agricultura Familiar (TRAF), um programa coordenado pelo Governo Federal, por meio dos ministérios do Turismo e do Desenvolvimento Agrário.
Artesanato
Iranduba abriga dois dos principais polos de produção de artesanato do Estado do Amazonas: as comunidades dos lagos Janauari e Acajatuba. No primeiro, há vários flutuantes onde diversos artesãos expõem seus trabalhos, entre eles, lindas peças entalhadas em madeira, cocares, pulseiras e brincos. Dos destaques de pulseiras e brincos. O lago possui ainda um restaurante e serviços de guias para receber os visitantes.
Gastronomia
A gastronomia é baseada em peixes de água doce e frutas tropicais, como cupuaçu, tucumã, pupunha e açaí, entre outros. Os turistas saboreiam pratos da cozinha regional caseira em bares e lanchonetes e restaurantes. Outra opção é escolher o peixe diretamente dos rios e viveiros locais.
Sítios arqueológicos
Iranduba é o município amazonense com maior número de sítios arqueológicos registrados, com mais de 100 sítios descobertos até o momento. Desde 1995 é desenvolvido no município o Projeto Amazônia Central (PAC), coordenado pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo - Mae/Usp, em parceria com a Universidade Federal do Amazonas, com trabalhos de escavação, formação de profissionais técnicos e educação patrimonial.
Acesso
O transporte aéreo e fluvial é realizado através do Aeroporto Internacional de Manaus e Porto de Manaus, respectivamente. Partindo de Manaus, para chegar ao município de Iranduba por via terrestre basta atravessar a Ponte Rio Negro.
Referência para o texto: Wikipédia .

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

SÃO GONÇALO DO AMARANTE - CEARÁ

São Gonçalo do Amarante é um município brasileiro do estado do Ceará e pertencente à Região metropolitana de Fortaleza. Anteriormente denominado Anacetaba (que se traduz como Aldeia dos Anacés, povo indígena que habita o município), está localizado a 59,446 quilômetros rodoviários de Fortaleza, a capital cearense. A população de São Gonçalo do Amarante, de acordo com o censo do IBGE, de 2022, era de 54.143 habitantes.
Toponímia
Seu primeiro nome foi Anacetaba, em alusão aos índios Anacés, que habitavam a região, até chegar à nomenclatura de São Gonçalo do Amarante, que é uma homenagem ao Padroeiro da Cidade, Gonçalo de Amarante, eclesiástico português que deu relevância à localidade de Amarante em Portugal, à qual o seu nome ficou associado.
A origem da Dança de São Gonçalo remonta de Portugal. Era antigamente realizada no interior das igrejas de São Gonçalo, festejado a 10 de janeiro, data de sua morte em 1259. Realizada em Portugal desde o Século XIII, chegou ao Brasil em princípios do Século XVIII, com os fiéis do santo de Amarante (Portugal).
Divisão
São Gonçalo do Amarante é constituído de 7 distritos mais a Sede: Pecém, Taíba, Siupé, Umarituba, Croatá, Serrote e Cágado.
Geografia
Clima

Em São Gonçalo do Amarante, o verão é quente, seco, de ventos fortes e de céu parcialmente encoberto; o inverno é curto, morno, com precipitação e de céu encoberto. Durante o ano inteiro, o tempo é opressivo. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 24 °C a 32 °C e raramente é inferior a 22 °C ou superior a 33 °C.
Baseado no índice de praia/piscina, a melhor época do ano para visitar São Gonçalo do Amarante e realizar atividades de clima quente é do fim de junho ao início de outubro.
A estação quente permanece por 3,4 meses, de 19 de setembro a 1 de janeiro, com temperatura máxima média diária acima de 32 °C. O mês mais quente do ano em São Gonçalo do Amarante é dezembro, com a máxima de 32 °C e mínima de 26 °C, em média.
A estação fresca permanece por 2,3 meses, de 8 de março a 16 de maio, com temperatura máxima diária em média abaixo de 31 °C. O mês mais frio do ano em São Gonçalo do Amarante é julho, com a mínima de 24 °C e máxima de 31 °C, em média.
O município de São Gonçalo do Amarante por se localizar toda sua extensão numa região tipicamente litorânea, oferece uma maior precipitação, com uma média de 1.042 mm anuais com período chuvoso de Janeiro a Junho. E com isto, uma menor variação climática, assim sendo, o clima é Tropical típico em sua região mais interiorana e Tropical Atlântico mais próximo a costa.
Economia
São Gonçalo do Amarante abriga um dos maiores portos do Brasil, o Porto do Pecém, situado no Complexo Industrial e Portuário do Pecém. Isso faz com que várias empresas procurem se instalar no município, a exemplo disso temos CSP – Companhia Siderúrgica do Pecém, que impactará a economia de todo o estado e a Usina Termelétrica do Pecém II. No CIPP também está instalada a ZPE Ceará.  Desse setor é que se baseia principalmente a economia de São Gonçalo, mas que também tem uma parcela representada pelo turismo, com destaque para Praia da Taíba.
São Gonçalo desponta com destaque nacional e é considerada a região de maiores crescimentos e perspectivas econômicas. Hoje o município tem cerca de 60 intenções para instalações de empresas. 20 dessas estarão instaladas ou em processo de instalação até o fim de 2016.
A cidade também é conhecida por uma região forte no mercado imobiliário. O município conta, hoje, com vários loteamentos. Dentre esses loteamentos temos a Primeira Cidade Inteligente e Inclusiva do Mundo chamada Smart City Laguna, localizada no distrito de Croatá.
Terminal Portuário do Pecém
O município é sede do Terminal Portuário do Pecém, um dos maiores portos do Brasil. Em 2016, iniciaram-se as operações da CSP, Companhia Siderúrgica do Pecém, a primeira usina siderúrgica integrada do Nordeste, que deve fazer com que o PIB da cidade cresça 1.970%. Quando ela estiver operando 100%, produzirar 3 milhões de toneladas/ano de placas de aço.
Pontos Turísticos
Os principais pontos turísticos da cidade são: Praia do Pecém, Praia da Taíba, Balneário Manuel Fernandes, Lagoa da Prejubaca e Jardim Botânico, localizado no bairro Parada, no Pecém.
Cultura
Em São Gonçalo há muitas festas com destaque em toda região e que sempre atrai muita gente. A principal delas é o já consagrado São Gonçalo Junino, que sempre alcança grande público com atrações do cenário nacional. Outras festas com destaque em São Gonçalo é a festa de aniversário da cidade, que acontece dia 27 de novembro, o carnaval na Taíba e no Pecém e o Festival Escargot que acontece todos os anos, em agosto, na Taíba.
No segmento religioso, a cavalgada de Nossa Senhora da Soledade que acontece todos os anos no dia 07 de setembro, da sede ao Siupé, é uma marca da fé católica no município.
A Cruzada Missionária da Última Hora e o Dia da Bíblia são eventos importantes do calendário evangélico em São Gonçalo.
Energia
O Terminal Portuário do Pecém e a Cidade de São Gonçalo do Amarante e seus distritos são servidos pelo parque Eólico da Taíba e a usina de energia do Pecém, que é uma termelétrica.
Esporte
São Gonçalo do Amarante tinha como referência no esporte o São Gonçalo Futsal, participante de duas edições do Campeonato Cearense de Futsal, e no futebol a cidade tem o Planalto, o Parada e o Olímpico.
Referências para o texto: Wikipédia ; Weather Spark .

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

BOM CONSELHO - PERNAMBUCO

Bom Conselho é um município brasileiro do estado de Pernambuco, localizado na Região Nordeste do país. Pertence à Mesorregião do Agreste Pernambucano e a Microrregião de Garanhuns. Dista aproximadamente 282 km da capital do estado, Recife, 36 km de Garanhuns, 28 km de Palmeira dos Índios, no estado de Alagoas e 176 km da capital alagoana, Maceió. Sua população, conforme censo do IBGE de 2022, era de 44.294 habitantes.
História
Primeiros povos e invasão holandesa (1630-1654)

As terras onde atualmente localizam-se o município de Bom Conselho, foram inicialmente habitadas pelas tribos Xucuru e Fulni-ô.
Em 1630, no período da invasão holandesa, organizou-se na localidade um quilombo, conhecido como Quilombo de Pedro Papa-Caça que atualmente chama-se Quilombo de Angico. O nome se referia à estratégia utilizada pelos habitantes de esconderem-se nas matas, cultivando mais a caça do que a agricultura.
Sabe-se que durante vários meses, o Capitão holandês Johannes Blaer van Rijnbach ou João Blaer (em português) permaneceu nas terras onde atualmente correspondem a região do Bulandi, em Bom Conselho, com o objetivo de descrever e destruir o Quilombo dos Palmares, juntamente com Bartolomeu Lintz e sob ordem do Governo de Johan Maurits van Nassau-Siegen ou Maurício de Nassau, como era conhecido. Era a “Guerra do Mato”, já em 1645.
Em 1645, a comunidade foi desmantelada pela expedição militar chefiada por Johannes Blaer van Rijnbach, que estabeleceu ali uma colônia holandesa. Com o triunfo da Insurreição Pernambucana, que levou às duas batalhas do Guararapes, a primeira em 19 de abril de 1648 e a segunda em 19 de fevereiro de 1649, respectivamente, terminou o domínio holandês sobre o Nordeste brasileiro, culminando na partida dos últimos navios holandeses em 1654. No entanto, é de conhecimento público que boa parte dos colonizadores oriundos dos Países Baixos decidiram permanecer no Brasil, como o caso da família Holanda, ainda existente no município.
Final do século XVII até atualmente
Durante o final do século XVII e início do século XVIII, espalharam-se rumores que Johannes Blaer van Rijnbach teria enterrado um tesouro nesta região, e em meados de 1680, um grupo de holandeses sob a liderança de René Belosch, que tinha posse de um suposto mapa que revelava a localização deste tesouro, vieram para Bom Conselho, onde por sua vez começaram a cavar e construir abrigos no topo de uma serra. Após alguns anos morando em cavernas, esse grupo, tendo sido perseguido por portugueses e luso-brasileiros, fugiram para Alagoas e de lá seguiram rumo desconhecido, abandonando sua busca.
As terras do atual município se tornaram uma sesmaria concedida a Jerónimo de Burgos de Sousa e Eça e, em 23 de julho de 1712, foi vendida para o português de origem judia e convertido ao cristianismo Manuel da Cruz Vilela, que deu início à organização da fazenda Papa-Caça. É também especulado que a família Vilela teria vindo para a localidade a fim de procurar ao suposto tesouro de van Rijnbach, e que por muitos anos e gerações se dedicou a esta tarefa, no entanto sem obter sucesso.
Após o falecimento de Manuel da Cruz Vilela, seu filho Antônio Anselmo da Costa Vilela assumiu as fazendas e associando-se a Joaquim Antônio da Costa, deu início ao povoamento de Bom Conselho. Com o crescimento da população, em 1887, transformou-se em freguesia.
A partir de 1860 passou a denominar-se Bom Conselho em razão da construção do monumental Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, o primeiro educandário de grande porte para a educação feminina no Nordeste e por sugestão de Frei Caetano de Messina, capuchinho italiano, natural de Messina. É célebre sua frase: "Educando-se uma menina, educa-se uma mãe; educando-se uma mãe, transforma-se uma sociedade".
Em 3 de agosto de 1892, Bom Conselho tornou-se município autônomo, através da Lei Provincial nº 52. Seu primeiro governo municipal foi empossado em 28 de dezembro do mesmo ano, data em que ocorre anualmente a festa de emancipação de Bom Conselho.
Geografia
Bom Conselho Localiza-se a uma latitude 09º10'11" sul e a uma longitude 36º40'47" oeste, estando a uma altitude de 654 metros. Possui uma área de 786,2 km².
O município está incluído na área geográfica de abrangência do semiárido brasileiro, definida pelo Ministério da Integração Nacional em 2005. Esta delimitação tem como critérios o índice pluviométrico, o índice de aridez e o risco de seca.
O município está inserido em sua maior parte no Planalto da Borborema, com relevo suave e ondulado. Ao sul, parte da área insere-se na Depressão Sertaneja. A vegetação nativa é composta por caatinga hiperxerófila com trechos de floresta Caducifólia.
Segundo a APAC - Agência Pernambucana de Águas e Clima, o município está inserido no Grupo de Bacias de Pequenos rios interiores 1 - GI1, tendo como principais cursos d´água, os rios Traipu, Paraíba e o Riacho Seco, com extensões aproximadas de 12 km, 46 km e 90 km, respectivamente. O riacho Seco constitui o principal afluente do rio Paraíba, servindo de divisa entre os municípios de Bom Conselho e Lagoa do Ouro. Uma parte dos cursos d’água originários do GI1, situados a oeste do rio Paraíba, escoam para o rio São Francisco, a exemplo do rio Traipu, enquanto os demais deságuam no Oceano Atlântico.
O microclima do município possui três regiões distintas: o sertão, o agreste e a mata. O sertão ocorre próximo aos municípios de Saloá, Iati (PE), Minador do Negrão e Palmeira dos Índios (AL) e aí desenvolve-se a agricultura de sequeiro. O clima característico do agreste é observado próximo aos municípios de Terezinha e Saloá. As principais atividades econômicas neste microclima são a pecuária, o extrativismo e a cultura de café, algodão, milho, feijão e leguminosas nativas. Na fronteira com Lagoa do Ouro (em Pernambuco) e Palmeira dos Índios e Quebrangulo (Alagoas), observa-se clima próprio da zona da mata possui nascentes e remanescentes da mata atlântica.
O município é formado por 7 distritos, além da sede, são eles: Barra do Brejo; Cachoeira do Pinto; Caldeirões dos Guedes; Igreja Nova; Lagoa de São José; Logradouro dos Leões e Rainha Isabel
Economia
Características Econômicas

Bom Conselho é uma pequena cidade que se destaca pela alta regularidade das vendas no ano e por apresentar novas oportunidades de negócios. Por outro lado, o baixo potencial de consumo é um fator de atenção.
Crescimento Econômico
No ano, o município apresenta mais demissões que admissões, com um saldo de -1 funcionário. Além disso, houve incremento de 3 novas empresas na cidade durante o ano.
Até fevereiro de 2024 houve registro de 3 novas empresas em Bom Conselho, sendo que a maioria delas atua com estabelecimento fixo. Neste último mês, 3 novas empresas se instalaram.
Pontos turísticos
São os seguintes os pontos e eventos turísticos de destaque em Bom Conselho: Corredeira Poço da Nêga; Açude da Nação; Cavalgada de Nossa Senhora do Bom Conselho - Início do ano; Carnaval de Zé Puluca; Forrobom, em Junho; Caverna dos Holandeses; Cachoeira do Pinto; Cachoeira da Rainha Isabel; Igreja do Colégio de Nossa Senhora do Bom Conselho; Furna de Maria Dantas e Mirante de Santa Terezinha.
Referência para o texto: Wikipédia ; Caravela .

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

SÃO CARLOS - SÃO PAULO

São Carlos é um município brasileiro localizado no interior do estado de São Paulo, na região Centro Leste, e a uma distância rodoviária de 231 quilômetros da capital paulista. Sua população estimada pelo IBGE, para 1º de julho de 2022, era de 256.915 habitantes, distribuídos em uma área total de 1.136,907 km². A cidade é formada pela sede e pelos distritos de Água Vermelha, Bela Vista São-carlense, Santa Eudóxia e Vila Nery.
São Carlos é um polo regional, da Região Geográfica Intermediária com 26 municípios e na sua Região Geográfica Imediata com 9 municípios ao seu entorno. O estudo mais recente do IBGE sobre Regiões de Influência das Cidades - REGIC (2018), classificou a cidade como Capital Regional C, no Arranjo Populacional de Araraquara e relacionando-a diretamente ao Arranjo Populacional de Ribeirão Preto e de Campinas.
A cidade é um importante centro regional industrial, com a economia fundamentada em atividades industriais, serviços e na agropecuária (neste setor, destaca-se a produção de laranja, leite e frango). Servida por sistemas rodoviário e ferroviário, São Carlos conta com uma unidade comercial da multinacional suíça Leica Geosystems e com unidades de produção de algumas empresas multinacionais, dentre as quais a Volkswagen, Faber-Castell (a subsidiária são-carlense é a maior do grupo em todo o mundo, produzindo 1,5 bilhão de lápis por ano), Electrolux, Tecumseh, Husqvarna, LATAM, Serasa Experian e Grupo Segurador BB-MAPFRE. Algumas unidades de produção de empresas nacionais, dentre as quais Toalhas São Carlos, Tapetes São Carlos, Papel São Carlos, Prominas Brasil, Latina, Engemasa, Apramed, Piccin e XMobots.
No campo de pesquisas, além das universidades, estão presentes no município dois centros de desenvolvimento técnico da Embrapa. Em 2006, São Carlos era a primeira cidade da América do Sul em números de doutores por habitante, de acordo com um levantamento feito pela UFSCar. Ao todo, eram 1,7 mil doutores em um município de 230 mil moradores, o que representava um doutor para cada 135 habitantes. No Brasil, a relação na época era de um doutor para cada 5423 habitantes Um estudo realizado no início de 2019, concluiu que a cidade contava com mais de 2 530 doutores para uma população aproximada de 250 mil habitantes, ou seja, um doutor para cada 100 moradores, uma média quase dez vezes maior que a nacional. Os dois campi da Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Instituto Federal de São Paulo (IFSP) e a FATEC, além de uma instituição de ensino superior particular, o Centro Universitário Central Paulista (UNICEP), tornam intensa a atividade universitária no município, que conta com uma população flutuante de mais de vinte e nove mil graduandos e pós-graduandos, boa parte atraída de outras cidades e estados.
História
Povos indígenas e caboclos

Originalmente, o território era habitado por indígenas, provavelmente guaianases, os quais foram exterminados ou expulsos e são possivelmente os responsáveis pela introdução de pinhais de araucária na região. Entretanto, existe também a hipótese de a espécie ser de ocorrência natural. O território seria ocupado no século XIX por posseiros, pequenos proprietários de terra, então chamados "caboclos". Dentre estes, talvez o mais ilustre tenha sido um certo Gregório que, por volta de 1831, residia à beira de um riacho que corta a cidade e herdou seu nome, o córrego do Gregório.
Sesmarias
O atual município engloba terras das antigas sesmarias do Pinhal, do Monjolinho e do Quilombo. A sesmaria do Pinhal, ao sul do município, originou-se de uma doação de terras, em 1781, ao cirurgião mor do Regimento de Voluntários Reais de São Paulo, o qual as vendeu em 1786 a Carlos Bartholomeu de Arruda. No entanto, a sesmaria só seria demarcada em 1831, a pedido de seu filho, Carlos José Botelho, pai do futuro Conde do Pinhal. Já as sesmarias do Monjolinho, ao noroeste, e do Quilombo, a leste, foram demarcadas em 1810 e 1812, respectivamente, a pedido de sucessores de Miguel Alberto de Vasconcelos e de Manuel Joaquim do Amaral Gurgel.
Fundação
Com a ocupação das sesmarias por grandes fazendeiros, que utilizavam mão de obra escrava, os antigos posseiros, com poucas condições de legalizar suas terras, foram expulsos ou absorvidos às novas propriedades. Esses latifundiários, mais tarde, se auto identificariam com o "espírito bandeirante", o que se reflete no lema da cidade, A bandeirantibus venio, idealizado pelo Visconde de Taunay. Apesar desta referência anacrônica ao bandeirantismo, a ocupação inicial da região por não indígenas foi feita, de fato, pelos posseiros acima referidos, e não por bandeirantes.
São Carlos foi fundada na segunda metade da década de 1850, por iniciativas de Antônio Carlos de Arruda Botelho (Conde do Pinhal) e Jesuíno José Soares de Arruda, localizada num caminho que levava às minas de ouro de Cuiabá e Goiás, saindo de Piracicaba. As povoações mais próximas neste caminho eram, à época, Rio Claro, na depressão periférica e, subindo as escarpas das encostas do planalto, Araraquara.
Embora iniciada em 1856, a construção da capela foi oficialmente autorizada pelo bispo de São Paulo apenas em 4 de fevereiro de 1857. No mesmo ano, em 6 de julho, foi criado o distrito de paz de São Carlos do Pinhal. Em 1858, a capela foi elevada a freguesia. Em março de 1865, desmembrando-se de Araraquara, a freguesia tornou-se vila (correspondente à atual divisão administrativa de município), com o nome de São Carlos do Pinhal. Em setembro do mesmo ano foi empossada a Câmara Municipal.
A data histórica atribuída a fundação é o dia 4 de novembro de 1857, dia de São Carlos Borromeu, padroeiro da cidade, ao qual foi dedicada uma capela que começou a ser erigida em 1856, solicitada por Jesuíno de Arruda, proprietário de terras na sesmaria do Pinhal. Inicialmente, sua construção foi planejada numa fazenda na sesmaria do Monjolinho porém, por rejeição de seu proprietário, João Alves de Oliveira, que temia que o povoado nascente distraísse seus escravos, a capela foi construída na sesmaria do Pinhal. São Carlos foi o santo escolhido por ser o nome predominante na família Botelho, desde suas origens em Portugal. Não há, entretanto, um consenso sobre a verdadeira data de fundação e o real fundador da cidade (Jesuíno de Arruda ou a família Botelho), pelo fato de o conceito de fundação variar de acordo com os vários critérios usados: erigir uma capela, doar um terreno para o patrimônio público, erigir as primeiras casas de telha, algum ato de desprendimento e benevolência dos poderosos da época, entre outros.
No contexto estadual, uma circunstância talvez singular a São Carlos foi o fato de a fundação da cidade, o início do plantio de café e o declínio do regime escravista brasileiro terem coincidido.
Em 1880, a vila foi elevada a cidade (à época, um título honorífico), e foi criada também a comarca de São Carlos, instalada em 1882. Sua denominação foi reduzida de "São Carlos do Pinhal" a "São Carlos" no ano de 1908. O município é conhecido também pelo nome de "Cidade do Clima", devido ao clima seco e ameno. Hoje é conhecida como a "Capital da Tecnologia" ou simplesmente "Sanca".
O atual território de São Carlos foi desmembrado sucessivamente dos municípios de São Paulo (1558–1625), Santana de Parnaíba (1625–1654), Nossa Senhora da Candelária de Itu (atual Itu, 1654–1822), Vila Nova da Constituição (atual Piracicaba, 1822–1833) e São Bento de Araraquara (atual Araraquara, 1833–1865). Ao longo do século XIX, as divisas do município passaram por diversas mudanças. Em 1948, foram estabelecidos três distritos: Água Vermelha, Ibaté e Santa Eudóxia. Em 30 de dezembro de 1953, Ibaté foi desmembrado do município.
Geografia
Geologia

O município está incluído na província geomorfológica das cuestas basálticas e de arenito, entre as províncias do planalto Ocidental (ao norte) e a Depressão Periférica Paulista (ao sul). Em São Carlos, incluído na Bacia do Paraná, são encontrados afloramentos das seguintes formações geológicas: Bauru (Grupo Bauru), no reverso das cuestas (Planalto de São Carlos), onde se localiza a maior parcela do núcleo urbano, mais ao norte; Serra Geral (Grupo São Bento), na estreita região das cuestas onde ocorre quebra de relevo (encostas); Botucatu (Grupo São Bento), que contém a parte baixa das cuestas, mais ao sul, além de incluir o Aquífero Guarani. O solo do município é constituído principalmente por, em ordem decrescente: latossolo vermelho-amarelo (LV); latossolo roxo (LR); areia quartzosa profunda (AQ); latossolo vermelho-escuro (LE); terra roxa estruturada (TE); solo litólico (Li); solo hidromórfico (Hi) e solo podzólico (PV).
Vegetação
A vegetação original do município, e os respectivos remanescentes, correspondem respectivamente a: cerrado de fisionomia florestal (cerradão; 16% e 2%); cerrado de fisionomias savânicas (cerrado s.s., campo cerrado, campo sujo) e campestres (campo limpo úmido); 27% e 2%); mata atlântica do interior (florestas semi decíduas e ripárias; 54% e 1%); mata de araucária (floresta semi decídua com araucária; 1% e 0%) e capoeiras (matas degradadas; 0% e 1%). Atualmente, boa parte da vegetação foi substituída por plantações, pastos e florestamentos de silvicultura. Cabe lembrar que, entretanto, as proporções acima indicadas, em parte obtidas a partir de interpretações de imagens de satélite, possuem certa incerteza, pela dificuldade de se diferenciar pastos artificiais de campos limpos naturais.Em uma visão geral a savana do Brasil.
Hidrografia
O município está inserido entre duas Unidades Hidrográficas de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI): a nº 9, Mogi-Guaçu, e a nº 13, Tietê-Jacaré. A área urbana encontra-se, principalmente, na bacia hidrográfica do rio Monjolinho, incluída, serialmente, nas bacias dos rios Jacaré-Guaçu, Tietê, Paraná e rio da Prata. A área urbana é cortada pelos rios Monjolinho, Gregório e Santa Maria do Leme, e pelos córregos Tijuco Preto, Simeão, Água Quente e Água Fria, dentre outros. A bacia do rio Mojiguaçu, que conta com o rio do Quilombo, ribeirão das Araras, córrego Cabaceiras, córrego Guabirobas, córrego Jararaca, córrego Água Branca, córrego Brejo Grande ou Água Vermelha, córrego Matinha, ribeirão dos Negros, ribeirão do Pântano, córrego Cachoeira.
A bacia do rio Jacaré-Guaçu, que conta com o rio Monjolinho, ribeirão Feijão, córrego Cã Cã, e córrego Laranja Azeda. A bacia do rio Monjolinho, que conta com o córrego Santa Maria Madalena (ou córrego Santa Maria do Leme), córrego do Jockey Clube, córrego Espraiado, córrego Federal, córrego Belvedere, córrego Ponte de Tábua, córrego Alto Monjolinho, córrego Mineirinho, córrego Santa Fé, córrego Paraíso, córrego Tijuco Preto, córrego do Gregório, córrego Botafogo, córrego Medeiros, ribeirão Água Quente e ribeirão Água Fria.
A bacia do córrego do Gregório, que nasce em área rural, a leste da cidade de São Carlos, numa região de aproximadamente 900 metros de altitude (onde nascem também o rio Monjolinho e o ribeirão dos Negros, importantes cursos d'água deste município). Tem como afluentes pela margem direita o córrego Primeira Água perto da SP-310 antes do córrego do Gregório atravessar a rodovia, córrego Sorregotti perto da Educativa, córrego Lazarini próximo da rua Major Manuel Antonio de Matos, córrego da Biquinha na rua Visconde de Inhaúma (canalizado), e pela margem esquerda o córrego Simeão na região do mercado (canalizado), e corre no sentido oeste numa extensão aproximada de 7 km, onde deságua no rio Monjolinho, perto do shopping center.
Meio ambiente
Parte de São Carlos está incluída na Área de Proteção Ambiental (APA) Corumbataí. Proximamente, encontram-se outras unidades de conservação: a Estação Ecológica (EE) de Itirapina, a EE Mata do Jacaré, e a EE Jataí. Em áreas rurais, há também fragmentos de vegetação nativa importantes em algumas Reservas Legais (RL) privadas, como a da Fazenda Canchim, da Embrapa. A cidade apresenta percentual de propriedades regularizadas, quanto a RLs, acima da média calculada para o estado.
Quanto às Áreas de Preservação Permanente (APPs) dos rios, muitas das que ocorrem na área urbana foram irregularmente ocupadas por vias marginais e edificações. Entretanto, pouco foi feito para compensar a construção destas marginais, como aumentar a proporção mínima de área permeável nos terrenos adjacentes. Além disso, muitos rios foram retificados ou canalizados, obras essas hoje consideradas inadequadas. Estes fatores, em conjunto, são determinantes para a ocorrência de enchentes nas baixadas da cidade.
A arborização urbana da malha viária urbana é diversa, porém, em termos quantitativos, o número de árvores é ainda muito baixo, e muitas têm conflitos com equipamentos públicos do entorno, como a fiação aérea e a pavimentação. Quanto à poluição, o município possui cerca de duas dezenas de áreas contaminadas, em especial, por resíduos de postos de combustíveis, e de lixões e aterros.
Clima
O clima de São Carlos é considerado subtropical (do tipo Cwa de acordo com a classificação climática de Köppen-Geiger). A temperatura média anual é de 21 °C; o verão é morno com precipitação e o inverno é fresco com pouca precipitação. Ao longo do ano, normalmente, a temperatura mínima nos meses mais frios é de 12 °C e a temperatura máxima nos meses mais quentes é de 28 °C e raramente são inferiores a 7 °C ou superiores a 33 °C.
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), desde 1961 São Carlos registrou mínimas negativas em duas ocasiões, a primeira em 18 de julho de 1975 (−0,1 °C) e a segunda em 17 de julho de 2000 (−1 °C). Por outro lado, os dias mais quentes foram 7 de outubro de 2020 e 21 de setembro de 2021, com máximas de 38,7 °C e 38,2 °C, respectivamente.
O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 143,1 mm em 13 de fevereiro de 1980.
Economia
No setor agropecuário do município, destacam-se as redes agroindustriais de produção: sucroalcooleira, de citricultura, de laticínios, de carne bovina, de avicultura de corte, e de silvicultura, com florestamentos de Eucalyptus sp. e Pinus sp. Nas últimas décadas, muitas áreas de pastagem estão sendo substituídas por áreas de lavoura. No caso das lavouras temporárias, a maior parte é destinada ao cultivo de cana-de-açúcar, enquanto a maioria das lavouras permanentes é destinada ao cultivo de laranja. A propósito, a cidade se insere na bacia do rio Mogi-Guaçú, região que constitui os principais complexos agroindustriais citrícola e canavieiro paulistas. Na mineração, o município não possui grandes jazidas com significância no mercado nacional, produzindo apenas insumos voltados para o setor da construção civil, especialmente areia e a brita. Em termos de estrutura fundiária, na área rural, predominam pequenas e médias propriedades. Embora o município conte com mais de mil propriedades rurais, as unidades de produção agrícola giram em torno de apenas 800. Essa diferença se deve ao processo de desmembramento de pequenas propriedades com fins não agrícolas, como chácaras de lazer e moradias rurais, surgidas a partir dos anos 1970.
O processo inicial de industrialização em São Carlos e, de modo geral, no Brasil, é tributário da acumulação de capitais gerada pela cultura cafeeira no Estado de São Paulo no final do século XIX e início do século XX. No anos 1940, a industrialização em São Carlos é marcada pela substituição das importações, em paralelo à Segunda Guerra. Ocorreria, inclusive, o florescimento de algumas atividades surgidas na década anterior, chamadas "indústrias da crise", como a indústria leiteira e, especialmente, a têxtil, a qual contava com integração vertical. São Carlos passou a ser conhecida, portanto, como um núcleo industrial de relativa importância, apesar da influência da capital. Assim como no meio rural, a maioria das grandes indústrias passara a ser administrada da capital, enquanto, na cidade, restava um grande números de pequenos e médios empresários de origem imigrante.
No pós-guerra, entretanto, a maioria das indústrias têxteis locais, com maquinário obsoleto, foi facilmente superada pelas indústrias de países desenvolvidos. Além disso, a partir de meados dos anos 1950, com um capitalismo mais maduro no Brasil, as indústrias dos imigrantes empresários passam a enfrentar dificuldades, seja pela gestão de padrão tradicional, seja pela rejeição à inserção dos imigrantes no meio político das elites rurais. Isso seria compensado em parte, pela instalação da Tapetes São Carlos, e a fábrica de conservas da Hero, casos singulares por terem se aproveitado de vínculos importantes com o exterior, importando tecnologia, embora se tratem de empresas de capital nacional. Aliás, no período, as únicas indústrias locais processadoras de alimentos, com porte razoável, seriam a Cooperativa de Laticínios, e a Hero.
Nos anos 1950, o grupo Pereira Lopes, com a fábrica Climax, produtora de refrigeradores, teria influência econômica e política decisiva sobre a cidade. Nos anos 1960, outra enorme empresa, igualmente pioneira no Brasil, seria construída pelo grupo, a CBT, fábrica de tratores. Essa seria a primeira fase de industrialização pesada em São Carlos. Apesar de ter havido uma retomada do crescimento industrial na cidade nos anos 1950, nas duas décadas seguintes acentuou-se novamente o processo de concentração da industrialização na metrópole, causando grande concorrência. Na década de 1980, entretanto, o processo de interiorização da indústria paulista, iniciado nos anos 1970, se intensificou. São Carlos hoje tem um perfil industrial ativo, possuindo unidades de produção de várias empresas multinacionais. Destacam-se entre as grandes unidades industriais, as fábricas da Volkswagen, Faber-Castell, Electrolux, Tecumseh do Brasil, Husqvarna, Toalhas São Carlos, Tapetes São Carlos, Papel São Carlos, Prominas Brasil, Opto Eletrônica, Latina, Sixtron Company. A cidade possui ainda o LATAM MRO, localizado na antiga fábrica da Companhia Brasileira de Tratores (CBT).
Nos anos 1990, houve um crescimento da oferta de serviços pelo setor terciário na cidade, não apenas nos setores tradicionais, mas também naqueles mais capital intensivos e utilizadores de mão de obra qualificada, como os serviços de telecomunicações, informática, pesquisa e desenvolvimento, e publicidade. A oferta desses serviços, caracteristicamente concentrados na metrópole, teve um aumento devido à reestruturação do setor industrial local, havendo um incremento de tecnologia no processo produtivo, ampliando a demanda por tais serviços. Também nos anos 1990, houve a instalação de algumas cadeias de magazines de projeção nacional. Em 1997, foi inaugurado o primeiro shopping, o Iguatemi, direcionado ao consumo da classe média alta. Diante dessas novas formas de comercialização, o comércio tradicional teve de se reorganizar. Atualmente, as principais atividades econômicas da cidade, em termos de números de estabelecimentos, são: o comércio varejista, o setor de alimentação, o comércio e reparação de veículos, e atividades de atenção à saúde humana. Apesar de terem ocorrido recentes modificações socioespaciais em São Carlos, ainda hoje as agências bancárias prevalecem no centro. A característica educacional dá à cidade ainda outro título: "Atenas Paulista". Isto faz de São Carlos um importante polo tecnológico, educacional e científico.
Infraestrutura
Educação, ciência e tecnologia

A história de São Carlos como centro educacional data do início do século XX. Em 1911, é fundada a Escola Normal Secundária, estadual, voltada para a formação de professores. Inicialmente abrigada num prédio próximo à Estação Ferroviária, teve seu prédio novo inaugurado em 1916. Com a extinção das Escolas Normais, a instituição passou a ser uma escola de ensino básico, atual Escola Estadual Álvaro Guião. Em 1914, é instalada uma efêmera "Escola de Pharmacia". Outro estabelecimento importante da época foi a Escola Profissional Secundária Mista, fundada nos anos 1930, também chamada Escola Industrial, atual ETEC Paulino Botelho.
Quanto ao ensino primário, em 1858 foi instituída a primeira cadeira de ensino de primeiras letras para o sexo masculino e, em 1862, para o sexo feminino. Em 1905, é fundado o Colégio São Carlos, privado, pelas Irmãs Sacramentinas, inicialmente no Palacete Conde do Pinhal, passando para a sede própria em 1914. Os primeiros Grupos Escolares, estaduais, foram o Paulino Carlos (1901-1904, na Praça Coronel Salles), o Eugênio Franco (1919, no prédio antes usado pela Escola Normal), o do Centenário (1922, na Avenida; posteriormente rebatizado Arlindo Bittencourt e movido para a Vila Monteiro), o Bispo Dom Gastão (1934, na Vila Prado) e o Professor Luiz Augusto de Oliveira (1934, na Vila Monteiro). Na reforma do ensino paulista dos anos 1920, a cidade passou a sediar uma das quinze Delegacias de Ensino então criadas, hoje Diretorias. O ensino secundário só seria expandido a partir dos anos 1960 e 1970, pelo governo estadual. Na década de 1980, cresce a educação infantil, por parte da esfera municipal. Nos anos 1990, tem início a municipalização do ensino fundamental estadual, em especial o ciclo inicial.
Atualmente, a cidade destaca-se pela presença de instituições de pesquisa voltadas à alta tecnologia. Possui grande número de empresas e centros tecnológicos, desenvolvidos em torno de duas das mais destacadas universidades do país: a Universidade de São Paulo (USP, estabelecida na cidade nos anos 1950, com a Escola de Engenharia de São Carlos-EESC, contando hoje com dois campi), e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar, fundada em 1968). A USP se instalou inicialmente no prédio da Sociedade Dante Alighieri (atual CDCC), depois se transferiu para o local do antigo Posto Zootécnico, enquanto a UFSCar foi instalada na antiga Fazenda Trancham. Além destas duas universidades, São Carlos possui outras entidades públicas de pesquisa, ensino superior ou profissional, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa, com duas unidades, estabelecidas em 1974 e 1984, sendo que a primeira se originou de uma estação experimental do Ministério da Agricultura, de 1935), o Instituto Federal de São Paulo (IFSP, instalado em 2008), e uma FATEC (2014). Dentre os estabelecimentos privados de ensino superior ou profissional, estão o Senai (1951), o Senac (1951), o Centro Universitário Central Paulista (UNICEP, antiga Asser, de 1972), Atheneu (2005), o Instituto de Educação e Tecnologia de São Carlos (IETECH, 2012), e um polo da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp, 2018).
A cidade também contava com a Escola Técnica de Comércio (1919-1963), a Faculdade de Comércio D. Pedro II (1928-1963), Escola Técnica de Química Industrial (1960-63), o Liceu José Geraldo Keppe (1963-1974), a Escola de Educação Física (EEFSC, 1949-1996), a Escola de Biblioteconomia e Documentação (EBDSC, 1959-1996), a FADISC (1962-2012, privada). A EEFSC e a EBDSC, inicialmente privadas, foram municipalizadas em 1976, sendo absorvidas pela Fundação Educacional São Carlos (FESC), e posteriormente federalizadas nos anos 1990, incorporadas pela UFSCar.
Dentre alguns intelectuais ligados à cidade e suas universidades, estão: o filólogo Amadeu Amaral, que residiu na cidade, onde realizou parte de seus estudos sobre o dialeto caipira; Euclides da Cunha, o qual acompanhou a construção da escola Paulino Carlos, tendo concluído a primeira versão de sua obra Os Sertões enquanto residia na cidade; o médico veterinário Antônio Teixeira Viana, desenvolvedor da raça de gado Canchim; o químico Mário Tolentino, com trabalhos sobre o ensino de ciências; o físico Vanderlei Bagnato, membro da Pontifícia Academia das Ciências, especialista em óptica; o casal Sérgio Mascarenhas e Yvonne Primerano Mascarenhas, pioneiros da ciência dos materiais e da cristalografia no país, respectivamente; o sociólogo e político Florestan Fernandes, referência na sociologia brasileira, cidadão honorário; o filósofo Bento Prado Júnior, dedicado ao problema da subjetividade; o filósofo José Arthur Giannotti, natural da cidade, especialista em filosofia da lógica; e o escritor Deonísio da Silva, professor da UFSCar por mais de vinte anos.
Cultura
A cidade conta com várias opções de cultura, entretanto, a maioria dos equipamentos públicos se encontra na região central. Com relação às políticas de fomento à cultura, as duas universidades públicas vêm desempenhando um papel importante por meio de projetos de extensão, como o festival Contato (desde 2006), e o projeto Contribuinte da Cultura (desde 1999), que organiza anualmente o festival Chorando sem Parar (desde 2004).
Nos últimos anos, entretanto, a cidade passou por alguns reveses na área, como: a descontinuidade dos Pontos de Cultura (2012–2013), fechamento do Museu TAM (2006–2014), do Espaço Cultural Acervo Antônio Ibaixe (2013–2016), da Oficina Cultural Sérgio Buarque de Holanda (1990–2017), da Pinacoteca Municipal (2012–2017, desalojada para a BPMAA), e a descontinuidade da Casa da Cultura Prof. Vicente Camargo (1982–2007, prédio que abrigava a BPMAA, remanejado para órgãos administrativos). Mas ainda assim permanecem alguns espaços, como o Centro Municipal de Cultura Afro-Brasileira "Odette dos Santos", fundado em novembro de 2006 como fruto de uma parceria entre a prefeitura da cidade e o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UFSCar.
Na área do lazer, falta, ainda hoje, uma política pública consistente, que não se limite a atividades esportivas. Na área do turismo, há potencial em campos como o do turismo histórico e rural, mas até recentemente faltavam iniciativas organizadas. Em 2017, no novo Mapa do Turismo Brasileiro, a cidade foi incluída na Região Turística Histórias e Vales, havendo a elaboração de um plano regional de turismo.
Artes
Teatro

- A primeira apresentação teatral na cidade se deu em 1874, enquanto o primeiro teatro, o Ypiranga, foi construído em 1884 (depois renomeado Theatro São Carlos, demolido nos anos 1970)
- Teatro Municipal Dr. Alderico Vieira Perdigão (1969), que conta com um teatro de arena
- Teatro do SESC (1996)
Cinema
- A primeira exibição de cinema na cidade ocorreu em 1897
- Cine Iguatemi (1997, três salas)
- Cine São Carlos (reinaugurado em 2008, duas salas)
- Programação esporádica do SESC, Sesi, Cine UFSCar, Cineclube do CDCC/USP
- Projeto Cinema para Todos (em todos os lugares, todos os dias da semana), projeto em parceria entre Prefeitura com Vídeo 21, CDCC, CINEUFScar e SESC.
Outros espaços culturais (exposições, música)
- Conservatório Musical de São Carlos (1947-1991)
- Foto-Cine Clube Sancarlense (1948-1957)
- Íris Foto Grupo (1959-)
- Escola Livre de Música Maestro João Seppe (2004)
- Centro Municipal de Cultura Afro-Brasileira Odette dos Santos (2006)
- Centro Cultural Espaço 7 (2007)
- Instituto Cultural Janela Aberta (2007)
O grande ator e comediante Ronald Golias era natural do município.
Bibliotecas
O Sistema Integrado de Bibliotecas de São Carlos (SIBI São Carlos), criado pela Lei nº 13.464, de 2 de dezembro de 2004, engloba 12 unidades de informação (dentre elas bibliotecas públicas, escolas do futuro e uma biblioteca voltada a deficientes visuais) que possuem o objetivo comum de contribuir na implantação e consolidação do Programa de Incentivo ao Livro e à Leitura, atendendo assim a população das várias regiões de São Carlos.
O SIBI São Carlos atualmente está instalado no Centro, Rua São Joaquim, 735.
São 3 as bibliotecas públicas participantes do sistema e 8 as Escolas do Futuro, além de uma biblioteca voltada a deficientes visuais:
- Biblioteca Pública Municipal Amadeu Amaral
- Biblioteca Pública Municipal Euclides da Cunha
- Biblioteca Pública Distrital de Água Vermelha
- Escola do Futuro - EMEB Dalila Galli
- Escola do Futuro - EMEB Afonso Fioca Vitalli
- Escola do Futuro - EMEB Antonio Stella Moruzzi
- Escola do Futuro - EMEB Janete Maria Martinelli Lia
- Escola do Futuro - EMEB Angelina Dagnone de Melo
- Escola do Futuro - EMEB Maria Ermantina Tarpani
- Escola do Futuro - EMEB Carmine Botta
- Escola do Futuro - EMEB Arthur Natalino Deriggi
- Espaço Braille
-Biblioteca Comunitária UFSCar - BCo
Em março de 2010, o acervo do SIBI São Carlos era composto por 143.300 exemplares, os quais podem ser emprestados a qualquer indivíduo, desde que o mesmo tenha efetuado seu cadastro no sistema. Para se cadastrar basta a apresentação de um documento com foto e de um comprovante de residência. Crianças e jovens devem se apresentar com seus responsáveis. Outro serviço oferecido é um catálogo online que indica em qual das unidades participantes o exemplar buscado poderá ser encontrado; o catálogo online do SIBI São Carlos encontra-se disponível para consulta pública.
Museus
- Casa Ronald Golias (2016)
- Centro de Divulgação Científica e Cultural/USP (1980)
- Museu da Ciência Professor Mario Tolentino (2012)
- Museu de Energia (anos 2000), localizado na Usina Hidrelétrica Monjolinho
- Museu Histórico e Pedagógico Cerqueira César (1957, renomeado Museu Histórico em 2012), no prédio da Estação Cultura
Arquivos históricos
- Arquivo Histórico, da Fundação Pró-Memória (1993), no prédio da Estação Cultura
- Centro de Estudos da Casa do Pinhal (anos 2000)
- Fundo Florestan Fernandes (1996), da BCo/UFSCar
- Unidade Especial de Informação e Memória - UEIM (1998), antigo Arquivo de História Contemporânea - AHC (anos 1970), da UFSCar.
Arquivos de registros
- 1º Tabelião de Notas e Protesto de Letras e Títulos (1859)
- Oficial de Registro de Imóveis e Anexos (1883)
- 2º Tabelião de Notas e Protesto de Letras e Títulos (1890)
- Arquivo da Mitra Diocesana de São Carlos (anos 1900)
Bens históricos
São Carlos possui quase uma dezena de edifícios tombados, além de um política municipal de proteção do patrimônio histórico, contando com cerca de 500 "imóveis declarados de interesse histórico". No tocante às fazendas históricas, podem ser listadas:
- Fazenda Pinhal - km 4,5 da (SPA-149) Rodovia Municipal Domingos Innocentini e acessar (SCA-276).
- Fazenda Iolanda (Restaurante Iolanda) - km 4,5 da (SPA-149) Rodovia Municipal Domingos Innocentini e acessar (SCA-276).
- Fazenda Paulo Botelho (Tulha Paulo Botelho) - km 6 da (SPA-149) Rodovia Municipal Domingos Innocentini com acesso à esquerda.
- Fazenda Santa Maria do Monjolinho - km 158 da (SP-215) Rodovia Luís Augusto de Oliveira.
- Fazenda Vale do Quilombo -
- Fazenda São Roberto - km 245 da (SP-318) Rodovia Engenheiro Thales de Lorena Peixoto Junior e (SCA-329) EM Abel Terrugi até Santa Eudóxia.
- Fazenda Lenda D'Água - km 11 da (SCA-334) EM da Babilônia.
- Sítio São Joaquim
- Sítio São João - km 7,8 Rodovia Municipal Domingos Innocentini à esquerda, mais 5 km de terra. Projetos de recuperação de áreas degradadas, principalmente da micro bacia do Ribeirão Feijão e Programa de Educação Ambiental "Amigos do Ribeirão Feijão" com trilhas ecológicas, oficinas, brincadeiras, dinâmicas, cursos, cursos de férias com acampamento e aulas práticas, para Educadores Ambientais, Produtores Rurais, Alunos e Professores de escolas estaduais, municipais e particulares de São Carlos e Região.
Atrativos naturais
- Horto Florestal Municipal Navarro de Andrade (1936): fundado por Edmundo Navarro de Andrade para fornecimento de madeira de eucalipto para a CPEF. Foi municipalizado em 1953 e, hoje, tem como função o fornecimento de mudas para a arborização urbana, além de possuir algumas áreas de vegetação nativa e uma trilha de 400 m.
- Parque Ecológico de São Carlos Dr. Antônio Teixeira Viana (1976): fundado nos anos 1970, conta com zoológico, atuando na educação ambiental e preservação. No passado, abrigou a Piscina Municipal do Espraiado, foi local de captação de água, e também estande de tiro do Tiro de Guerra.
- Pista da Saúde da UFSCar (1980): bosque com percurso de 2.000 m, sinalização de exercícios apropriados a cada 100 m.
- Bosque Santa Marta (1985): com uma trilha com percurso de 1.500 m.
Eventos
Além de encontros acadêmicos regulares, nas universidades, a cidade possui um calendário de eventos anuais, incluindo, por exemplo:
- Festa do Clima (desde 1961): realizada anualmente no mês de abril, com uma tradicional exposição de orquídeas, shows, artesanato e barracas de comidas diversas.
- Taça Universitária de São Carlos – TUSCA (desde 1978): competição e festival universitários.
- Festa do Milho de Água Vermelha (desde 2002): evento gastronômico, realizada anualmente no distrito de Água Vermelha.
- Festival Chorando Sem Parar (desde 2004): festival de chorinho.
- Festival Contato (desde 2006): evento multimídia.
- Matsuri (desde 2007): festa tradicional da cultura japonesa.
- Festival Rock na Estação (desde 2007): cultura rock and roll da cidade e região.
Esportes
O associativismo em São Carlos tem início no final do século XIX, com lojas maçônicas (1874), associações de cunho étnico racial (1896), clubes recreativos (1903), associações profissionais e sindicatos (1904) e associações patronais (1931).
Os esportes na cidade ocorrem desde, pelo menos, o início do século, quando eram comuns o turfe em hipódromos, além do futebol. Em 1929, realizou-se um concurso de pesca, reputado como o primeiro do Brasil. A seguir, as principais equipes esportivas profissionais da cidade, que atuam em seis modalidades esportivas:
- Rugby - Confederação Brasileira de Rugby - Estádio da USP e Campo de Água Vermelha
- Futebol Americano (FLAG) – Estádio da USP
- Futebol - Estádio Luís Augusto de Oliveira
- Handebol - Ginásio João Marigo Sobrinho e Ginásio Hugo Dornfeld (Zuzão)
- Handebol em Cadeira de Rodas - HCR UFSCar - Ginásio Poliesportivo da UFSCar
- Basquete - Ginásio Clube dos Bancários e Ginásio João Marigo Sobrinho
- Basquete Lance Livre São Carlos - Ginásio João Marigo Sobrinho e Ginásio da Santa Felícia
- Tiro com Arco - Estande Indoor BEST
- Futsal - Ginásio Milton Olaio Filho
Referência para o texto: Wikipédia .

segunda-feira, 12 de agosto de 2024

CERQUILHO - SÃO PAULO

Cerquilho é um município brasileiro do estado de São Paulo. Localizado na Região Metropolitana de Sorocaba, na Mesorregião de Itapetininga e na Microrregião de Tatuí. Sua população, conforme o censo do IBGE de 2022, era de 44.695 habitantes.
História
HIC LABOR VINCIT = AQUI O TRABALHO VENCE
Sob o lema “Hic Labor Vincit”, imigrantes italianos, espanhóis e portugueses, contando com a contribuição de outros povos, construíram Cerquilho (nome de origem espanhola), que quer dizer cercado, cerquinho, ainda no século XVIII. Um cercado de pau a pique que servia de pousada aos tropeiros que por aqui passavam, rumo a feira na cidade de Sorocaba.
Em 1914 o povoado foi elevado à condição de vila e recebeu o nome de Freguesia de São José de Cerquilho.
De lá para cá, apesar da destruição causada pela explosão de um vagão de trem carregado com 5 toneladas de dinamite, em 1948, Cerquilho galgou os degraus do sucessivo progresso.
Em 24 de dezembro de 1948 o então distrito é elevado a categoria de município, através da Lei Estadual nº 233, quando foi empossada a primeira Câmara de Vereadores. O primeiro prefeito, Antônio Souto, tomou posso em 3 de abril de 1949, conseguindo assim a emancipação político-administrativa do município.
Geografia
Localiza-se a uma latitude 23º09'54" Sul e a uma longitude 47º44'37" Oeste, com clavidades levemente achocolatadas velhas achatadas, estando a uma altitude de 595 metros. Possui área de 127,803 km², dos quais 13,118 km² estão em zona urbana e  Está situada a 143 km de São Paulo (acesso pela Rodovia Castelo Branco), e a 70 km do município de Sorocaba.
Clima
Em Cerquilho, o verão é longo, quente, abafado, com precipitação e de céu quase encoberto; o inverno é curto, agradável e de céu quase sem nuvens. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 13 °C a 30 °C e raramente é inferior a 9 °C ou superior a 34 °C.
Baseado no índice de turismo, a melhor época do ano para visitar Cerquilho e realizar atividades de clima quente é do meio de abril ao fim de setembro.
A estação quente permanece por 4,7 meses, de 7 de novembro a 28 de março, com temperatura máxima média diária acima de 29 °C. O mês mais quente do ano em Cerquilho é fevereiro, com a máxima de 30 °C e mínima de 20 °C, em média.
A estação fresca permanece por 2,7 meses, de 14 de maio a 5 de agosto, com temperatura máxima diária em média abaixo de 25 °C. O mês mais frio do ano em Cerquilho é julho, com a mínima de 13 °C e máxima de 25 °C, em média.
Em Cerquilho, a porcentagem média de céu encoberto por nuvens sofre significativa variação sazonal ao longo do ano.
A época menos encoberta do ano em Cerquilho começa por volta de 30 de março e dura 6,4 meses, terminando em torno de 11 de outubro.
O mês menos encoberto do ano em Cerquilho é agosto, durante o qual, em média, o céu está sem nuvens, quase sem nuvens ou parcialmente encoberto 71% do tempo.
A época mais encoberta do ano começa por volta de 11 de outubro e dura 5,6 meses, terminando em torno de 30 de março.
O mês mais encoberto do ano em Cerquilho é janeiro, durante o qual, em média, o céu está encoberto ou quase encoberto 71% do tempo.
Economia
Cerquilho é uma pequena cidade que se destaca pelo elevado potencial de consumo e pela alta regularidade das vendas no ano. O pequeno número de novas oportunidades claras de negócios e o desempenho econômico são os pontos de atenção.
No ano de 2023, o município acumula mais admissões que demissões, com um saldo de 478 funcionários. Além disso, houve incremento de 12 novas empresas na cidade durante o ano.
Geração de Empregos
De janeiro a dezembro de 2023, foram registradas 6,2 mil admissões formais e 5,7 mil desligamentos, resultando em um saldo positivo de 478 novos trabalhadores.
Educação
Ensino Técnico

Cerquilho conta com as seguintes instituições de ensino técnico: ETEC; Abtec Cursos Profissionalizantes; Espaço Educacional; ETC - Escola Técnica de Campos - Cerquilho.
Ensino Superior
No ensino superior a FAC – Faculdade Cerquilho está presente em Cerquilho.
Referências para o texto: Wikipédia ; Prefeitura de Cerquilho ; Weather Spark ; Caravela .

quinta-feira, 8 de agosto de 2024

JALES - SÃO PAULO

Jales é um município brasileiro no interior do estado de São Paulo, Região Sudeste do país. Tem população de 48.776 habitantes, conforme censo do IBGE, em 2022, e área de 368,574 km². Localiza-se a cerca de 586 km da cidade de São Paulo.
História
Origens

O fundador da cidade Euphly Jalles era proprietário de vasta extensão de terras no município de Tanabi, além de conhecedor do futuro traçado dos trilhos da Estrada de Ferro Araraquara que passariam por essas terras.
Por isso contratou Athayde Gonçalves da Silva, João Mariano de Freitas e José Nunes de Brito, entre outros, para o desmatamento de uma área. Após a derrubada, foi traçada a área urbana e dado início à venda de pequenas propriedades agrícolas para cultura racional e intensiva de café, algodão, cereais diversos e criação de gado.
Ainda na fase do desmatamento, foi sugerido pelos desbravadores e primeiros proprietários que o novo povoado tivesse o nome de Jales, em homenagem ao seu fundador. No dia 15 de abril de 1941 a população se reuniu para levantar um cruzeiro, sendo rezada a primeira missa.
Formação territorial-administrativa
- Distrito criado com a denominação de Jales pelo Decreto-Lei Estadual nº 14.334, de 30/11/1944, com território desmembrado do distrito de Monteiro (atual Álvares Florence), no município de Tanabi, e transferido ao novo município de Fernandópolis, também desmembrado de Tanabi.
- Elevado a município com a denominação de Jales pela Lei Estadual nº 233, de 24/12/1948, desmembrado do município de Fernandópolis. Pela mesma Lei foram criados os distritos de Dolcinópolis, Palmeira d’Oeste, Três Fronteiras e Vitória Brasil, todos com território do distrito de Jales e incorporados ao município.
Quando foi criado, o município de Jales possuía uma área territorial de 2.826 km², sendo o segundo maior município do estado de São Paulo, ficando atrás apenas de Pereira Barreto.
- Pela Lei Estadual nº 2.456, de 30/12/1953, foram criados os distritos de Pontalinda, Santa Albertina, Santa Fé do Sul e Urânia. Pela mesma Lei é criado também o município de Santa Fé do Sul, desmembrado de Jales, transferindo para o novo município o distrito de Três Fronteiras.
Com o desmembramento de Santa Fé do Sul, a área territorial de Jales foi reduzida para 2.111 km², sendo o oitavo maior município do estado de São Paulo no período.
- Pela Lei Estadual nº 5.285, de 18/02/1959, são desmembrados do município de Jales os distritos de Dolcinópolis, Palmeira d’Oeste, Santa Albertina e Urânia, elevando-os à categoria de município. Pela mesma lei é criado o distrito de São Francisco e incorporado ao município.
Com o desmembramento desses municípios, a área territorial de Jales foi reduzida para 819 km².
- Pela Lei Estadual nº 8.092, de 28/02/1964, é desmembrado o distrito de São Francisco, sendo elevado à categoria de município.
- Pela Lei Estadual nº 7.644, de 30/12/1991, é desmembrado o distrito de Pontalinda, sendo elevado à categoria de município.
- Pela Lei Estadual nº 8.550, de 30/12/1993, é desmembrado o distrito de Vitória Brasil, sendo elevado à categoria de município.
Hidrografia
A hidrografia de Jales está assim composta: Ribeirão Açoita Cavalo; Ribeirão Arribada; Ribeirão Cascavel; Ribeirão da Figueira; Ribeirão das Perobas; Ribeirão do Açude; Ribeirão do Café; Ribeirão dos Coqueiros; Ribeirão Figueirinha; Ribeirão Helena; Ribeirão Jataí; Ribeirão Lagoa; Ribeirão Marimbondo; Ribeirão Matão; Ribeirão Matãozinho; Ribeirão Perobinha; Ribeirão Quebra-Cabaça I; Ribeirão Quebra-Cabaça II; Ribeirão Sete de Setembro; Ribeirão Veadão e Ribeirão Veadinho.
Clima
O clima de Jales é o tropical com inverno seco, Aw na classificação de Köppen.
Em Jales, a estação com precipitação é quente, abafada e de céu quase encoberto; a estação seca é morna e de céu quase sem nuvens. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 14 °C a 33 °C e raramente é inferior a 10 °C ou superior a 38 °C.
Baseado no índice de turismo, a melhor época do ano para visitar Jales e realizar atividades de clima quente é do fim de abril ao fim de agosto.
Economia
Jales é um município de grande relevância na região que se destaca pela alta regularidade das vendas no ano e pelo elevado potencial de consumo. O pequeno número de novas oportunidades claras de negócios e o desempenho econômico são os pontos de atenção.
De janeiro a junho de 2024, foram registradas 2,9 mil admissões formais e 2,7 mil desligamentos, resultando em um saldo positivo de 224 novos trabalhadores.
Até julho de 2024 houve registro de 154 novas empresas em Jales, sendo que 30 atuam pela internet. Neste último mês, 26 novas empresas se instalaram, sendo 8 com atuação pela internet.
Referência para o texto: Wikipédia ; Weather Spark ; Caravela .

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

MONTE SANTO - BAHIA

Monte Santo é um município brasileiro do estado da Bahia. Sua população, segundo o Censo demográfico de 2022, era de 47.780 habitantes. É uma das cinco cidades que integram a Região Imediata de Euclides da Cunha que, por sua vez, é uma das cinco regiões imediatas que formam a Região Intermediária de Paulo Afonso.
Monte Santo ficou conhecido na história do Brasil por ter sido o quartel-general do exército durante a Guerra de Canudos em 1897. Além disso, em 1784, no interior do município de Monte Santo, foi encontrado a Pedra do Bendegó, o maior meteorito já encontrado em solo brasileiro.
História
A região de Monte Santo teve como primeiros habitantes os indígenas caimbés.
A colonização de Monte Santo ocorreu nos séculos XVII e XVIII, por meio da pecuária, atrelada ao latifúndio da Casa da Torre.
O Monte Santo, localizado próximo à sede do município de mesmo nome, era originalmente conhecido como Piquaraçá (Pico Araçá) e serviu, no século XVII, de ponto de referência para as expedições que desbravavam o sertão e para aqueles que se dirigiam às minas de ouro de Jacobina.
Em outubro de 1785, o capuchinho italiano residente na Bahia desde 1779 Frei Apolônio de Todi, que se encontrava na aldeia indígena de Massacará (hoje situada no Município de Euclides da Cunha), foi convidado pelo fazendeiro Francisco da Costa Torres para realizar uma missão de penitência na Fazenda Lagoa da Onça, de sua propriedade. Lá chegando, deparou com uma grande seca e, devido à escassez de água no local, não realizou a missão. Com isso, Apolônio decidiu fazer a missão na Fazenda Soledade, onde havia abundância de água, arrendada pela Casa da Torre a João Dias de Andrade em 1750, sendo que dentro dessa propriedade rural estava o Piquaraçá.
Frei Apolônio de Todi, ao apreciar o Piquaraçá, ficou impressionado com a semelhança com o Monte Calvário de Jerusalém e convidou os fiéis que o acompanhavam para transformar o monte em um "Sacro-Monte" e rebatizá-lo como Monte Santo, marcando seu dorso com os passos da Paixão. Logo em seguida, mandou tirar madeira e começou a erigir uma capelinha de madeira e fazer uma boa latada para se fazer a missão e ao mesmo tempo mandou cortar paus de aroeira e cedro para pôr no Monte, cruzes a espaços regulares na seguinte ordem: a primeira dedicada às almas, as sete seguintes representando as dores de Nossa Senhora e as quatorze restantes lembrando o sofrimento de Jesus, na sua caminhada para o calvário em Jerusalém. Em 1° de novembro de 1785, dia de Todos os Santos, encerrou a procissão de penitência, com um sermão, finalizando as suas palavras pedindo aos fiéis que, todos os anos nesta data, viessem visitar o Monte.
Em seguida, deu-se início a construção das capelas no local das cruzes com cal trançado e das igrejas do calvário e da matriz, colocando nas capelas painéis grandes a cada passo, na igreja do Calvário as imagens de Nosso Senhor dos Passos, Nossa Senhora das Dores e São João.
Na igreja Matriz as imagens de Nossa Senhora da Conceição e Santíssimo Coração de Jesus. Além disso, começou a se formar um povoado, que é hoje a sede municipal de Monte Santo.
Em 1790, quando o santuário ainda não estava pronto, foi criada a Freguesia do Santíssimo Coração de Jesus e Nossa Senhora da Conceição de Monte Santo, subordinada à vila de Itapicuru de Cima, tendo como primeiro pároco o Antônio Pio de Carvalho. Em 1794, foi criado o distrito de paz de Monte Santo.
Em 21 de março de 1837, por força da Lei Provincial nº 51, a Freguesia de Monte Santo foi desmembrada de Itapicuru de Cima e elevada à categoria de vila, com o nome de Coração de Jesus de Monte Santo, sendo a nova vila instalada em 15 de agosto do mesmo ano, com a posse do presidente da Câmara, o Padre José Vítor Barberino.
A coletoria estadual em Monte Santo foi instalada em 1837, com a emancipação, e a primeira escola, no ano seguinte. Já o cartório do registro civil foi instalado na vila em 1877.
Em 28 de junho de 1850, por meio da Lei Provincial nº 395, Monte Santo foi elevada à categoria de comarca, sendo seu primeiro juiz de Direito Boaventura Augusto Magalhães Taques.
Em 1892, chegou a Monte Santo o cearense Antônio Conselheiro, que, acompanhado de milhares de fiéis, reformou a Via Sacra de Monte Santo. No ano seguinte, Conselheiro e seus fiéis fundaram, em uma fazenda pertencente à vila de Monte Santo, a comunidade messiânica de Belo Monte, palco da Guerra de Canudos (1896-1897), durante a qual Monte Santo serviu de base de operações do Exército Brasileiro para lutar contra os habitantes de Belo Monte. Mais tarde, Monte Santo recebeu diversas vezes o cangaceiro Lampião.
Em 25 de julho de 1929, por meio da Lei Estadual nº 2.192, a vila de Coração de Jesus de Monte Santo foi elevada à categoria de cidade, tendo o nome simplificado para Monte Santo.
Em 1931, os municípios de Cumbe (atual Euclides da Cunha) e Uauá, desmembrados de Monte Santo em 1898 e 1926 respectivamente, foram reanexados ao município ao qual pertenciam antes e ambos tiveram sua autonomia restaurada em 1933. Em 1958, o distrito monte-santense de Cansanção foi elevado à categoria de município
Meteorito do Bendegó
O maior meteorito já encontrado no Brasil, a Pedra do Bendegó, foi encontrado no município de Monte Santo no ano de 1784, pelo menino Bernardino da Mota Botelho. É atualmente o 16º maior meteorito encontrado no mundo e encontra-se exposto no Museu Nacional do Rio de Janeiro, sendo que uma réplica em tamanho real pode ser encontrada no Museu do Sertão em Monte Santo.
Geografia
Clima

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1961 a 1970 e a partir de 1973, a menor temperatura registrada em Monte Santo foi de 8,4 °C em 2 de junho de 1964, e a maior atingiu 39,2 °C em 4 de dezembro de 2013. O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 156,4 milímetros (mm) em 29 de fevereiro de 2004. Outros acumulados iguais ou inferiores a 100 mm foram: 103,5 mm nos dias 16 de dezembro de 1963 e 11 de abril de 2009 e 102,9 mm em 8 de abril de 1982.
Cultura 
- Museu do Sertão de Monte Santo, onde tem uma réplica do Meteorito de Bendengó.
- Biblioteca Municipal de Monte Santo.
Representação na mídia
Um dos filmes mais premiados do cinema nacional, Deus e o diabo na terra do sol, do cineasta Glauber Rocha, foi gravado em Monte Santo.
Também uma parte da minissérie O pagador de promessas, da emissora TV Globo e baseada na obra do escritor baiano Dias Gomes, foi filmada em Monte Santo.
Turismo
Um dos principais eventos turísticos da cidade é a Romaria de Todos os Santos, que tem mais de 200 anos de tradição, onde os romeiros sobem o monte, onde está o Santuário Santa Cruz, para agradecer as graças alcançadas, fazer e renovar pedidos.
Referência para o texto: Wikipédia .

quinta-feira, 1 de agosto de 2024

SANTIAGO - RIO GRANDE DO SUL

Santiago é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul.
Localizado na região central do Rio Grande do Sul, Santiago é conhecida como a "Terra dos Poetas", devido à tradição literária, sendo berço de muitos poetas de renome nacional e internacional. Santiago, além disso, possui o Festival da Música Crioula, por onde já passaram famosos cantores e compositores tradicionalistas. O Município é reconhecido pelo seu orgulho nas tradições Farroupilhas.
História
Povoamento da cidade

As referências sobre o local onde situa-se o Município de Santiago, datam desde a época em que ocorreu a ampliação das Missões do Paraguai, quando os Jesuítas, alcançando a margem oriental do rio Uruguai, fundaram povoações em territórios do Rio Grande do Sul, no século XVIII.
Com a introdução do gado em 1534 pelos Jesuítas, organizaram-se pequenos currais nas cercanias dos povoados. Para transportar o gado das grandes estâncias até as aldeias, distribuídas no Planalto Meridional, utilizavam-se os desfiladeiros em Santa Maria da Boca do Monte e de Santiago do Boqueirão.
Assim, a Coxilha Seca que se prolonga até as terras baixas de São Francisco de Assis e que começa na elevação das nascentes dos rios Itu e Curuçu - o chamado Boqueirão - era uma passagem natural do gado procedente das estâncias missioneiras.
Já em 1753, as partidas de demarcação, organizadas para dar cumprimento ao estabelecido pelo Tratado de Madri, foram impedidas de dar prosseguimento ao seu trabalho por uma barreira formada no posto avançado de São Tiago, da Estância de Santo Antônio, que pertencia ao povo de São Miguel.
Conta-se, também, que em 1756 foi erguida uma capela pelos padres jesuítas em homenagem ao Santo Apóstolo Tiago, decorrendo daí o nome do Município.
Em torno de 1860 iniciou o processo que acelerou modificações na paisagem humana das Missões. Funda-se a quatro léguas do povo de São Luís das Missões, uma colônia que assentou 350 alemães, 14 belgas, 5 franceses e 4 suíços.
O coronel José Maria Pereira de Campos foi encarregado de organizar a colônia de Ijuí que traria mais europeus à região.
Os Polacos começaram a chegar no final da década de 1890 do século passado, com o estabelecimento da Colônia Jaguari, estendendo-se até as localidades de Sanga da Areia e Ernesto Alves.
Em 1834, Arsène Isabelle, diplomata francês radicado em Montevidéu, em viagem pelas regiões missioneiras, refere-se à localidade de Boqueirão de Santiago, onde registra a existência de três ou quatro chácaras e estâncias, constatando a escassez de habitantes.
Se os alemães e os italianos foram predominantes no fluxo de imigração européia na região missioneira, elementos de outras nacionalidades também trouxeram sua valiosa contribuição, como suíços, belgas, poloneses e franceses. Em síntese, as colônias estabelecidas a partir de 1860 na região missioneira proporcionaram diversificação de tipos humanos no Município de Santiago, como nos Municípios vizinhos, de procedência predominantemente européia.
Origem do nome do município
Santiago foi um território habitado pelos marroquinos e se constituía numa parte da Estância Jesuítica de São Miguel. Era a Estância de São Tiago ou Santiago.
Foi construída no Município a Capela de São Tiago, que pertencia a essa Estância de São Miguel e que se situava, de acordo com pesquisas de historiadores, no local que é hoje a Fazenda da Forqueta, de propriedade da sucessão de Dona Joaquina Lopes, a 15 km da cidade.
Neste local, até 1930 podia-se constatar a existência de paredes de pedras. Em 1756, houve a Guerra Guaranítica, em que faleceu Sepé Tiaraju em 07 de fevereiro do mesmo ano, no local conhecido como Sanga da Bica no centro do município gaúcho de São Gabriel. No dia 10 fevereiro, ocorreu a batalha do Caiboaté no interior do Município de São Gabriel onde foram mortos cerca de 1.500 índios pelos exércitos coligados de Espanha e Portugal. Após a chacina que ocorreu lá, os índios continuaram apresentando resistência até o domínio completo dos 7 povos missioneiros pelos exércitos espanhol e português para fazer cumprir o Tratado de Madri, origem da Guerra Guaranítica.
Geografia
Localiza-se a uma latitude 29º11'30" sul e a uma longitude 54º52'02" oeste, estando a uma altitude de 409 metros.
Possui uma área de 2.413,075 km², e sua população em 2022, conforme censo do IBGE, era de 48.938 habitantes.
Clima
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), a menor temperatura registrada na cidade foi −3 °C no dia 24 de julho de 2009, a maior atingiu 40,9 °C em 20 de janeiro de 2022 entre às 15 e 16h .
Maior temperatura de um inverno: 33,3 ºC dia 19 de Agosto.
O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 151,2 milímetros (mm) em 12 de maio de 2020, que ocorreu entre 01h às 19h.
A menor chuva em 11 anos que se tem registros (2009- 2021) foi em maio de 2010, sendo que na estação do Inmet, não marcou registro de chuvas.
Ano mais chuvoso 2017: 2.428,4mm
Ano menos chuvoso 2011: 1.339,8mm
A maior chuva registrada foi em novembro de 2009; naquele mês deu 593 mm.
Estação mais chuvosa em 13 anos (desde 2009 até 2024): Primavera.
Estação menos chuvosa em 13 anos (desde 2009 até 2024): Inverno.
A maior velocidade do vento foi às 21:00 horas do dia 28 de  Dezembro de 2013 com rajadas que alcançaram os 153 km/k.
Educação
Santiago possui um campus da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) e quatro polos universitários da modalidade EAD/Conectado: Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Universidade do Norte do Paraná (UNOPAR) e Universidade Internacional de Curitiba (UNINTER) e o Sistema Educacional Galileu (SEG). Possui ainda, uma unidade da Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes, especializada em cursos preparatórios para concursos públicos, exame da OAB, pós-graduação, entre outros.
Literatura
Santiago é conhecida como "Terra dos Poetas" pela tradição literária e berço de diversos escritores, como Antonio Carlos Machado, Aureliano de Figueiredo Pinto, Caio Fernando Abreu, José Santiago Naud, Manuel do Carmo, Oracy Dornelles, Ramiro Frota Barcelos, Sílvio Duncan, Túlio Piva, Zeca Blau, e Nicolas Wolf, entre outros.
Esportes
Santiago é sede do Esporte Clube Cruzeiro, o popular "Cruzeirinho de Santiago", tendo revelado o jogador pentacampeão do mundo pela Seleção Brasileira, Ânderson Polga, que também atuou pelo Grêmio, Sporting e Corinthians. Outro jogador oriundo da cidade é Adaílton Martins Bolzan, que disputou a Copa do Mundo Sub-20 de 1997 pela Seleção Brasileira Sub-20, e foi o artilheiro da competição. Após esse feito foi imediatamente vendido para o Parma da Itália e desde então jogou apenas por equipes europeias, entre elas Paris Saint-Germain, Hellas Verona, Genoa e Bologna, FC Vaslui, até sua volta para o Brasil, onde jogou no Juventude, clube onde se aposentou.
A cidade também sedia o Torneio Internacional de Futebol Juvenil Romeu Goulart Jacques, hoje conhecida como Copa Santiago de Futebol Juvenil, que é uma competição internacional de futebol Sub-17. Disputada desde 1989, foi reconhecida pela CBF, em 1993, e pela FIFA, no ano seguinte.
Santiago tem forte tradição no futsal gaúcho, ao longo dos anos diversas equipes participaram das competições oficias da Federação Gaúcha de Futebol de Salão.
Referência para o texto: Wikipédia .