segunda-feira, 4 de agosto de 2025

MARATAÍZES - ESPÍRITO SANTO

Marataízes é um município brasileiro localizado no litoral sul do estado do Espírito Santo. Limita-se com os municípios de Itapemirim e Presidente Kennedy, sendo banhado pelo Oceano Atlântico. 
Segundo o censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Marataízes tem uma população de 41.929 habitantes, tornando-se o segundo município mais populoso do sul do estado. 
História
Por volta do ano 1000, os índios tapuias que habitavam o sul do Espírito Santo foram expulsos para o interior do continente devido à chegada de povos tupis procedentes da Amazônia. No século XVI, quando chegaram os primeiros europeus à região, esta era ocupada pela tribo tupi dos temiminós. Marataízes partilha sua origem histórica com o município de Itapemirim, cujo povoamento europeu se iniciou em 1539, quando Pedro da Silveira estabeleceu fazenda perto da foz do Rio Itapemirim. Em 1700, chegaram, da Bahia, Domingos Freitas Bueno Caxangá, Pedro Silveira e outros, que se ocuparam da cultura da cana-de-açúcar, dando continuidade à construção do povoado. 
Em 1771, quando os índios puris atacaram as Minas do Castelo (atual município de Castelo), seus moradores se refugiaram na foz do rio Itapemirim, fundando, naquele local, a Freguesia de Nossa Senhora do Patrocínio, hoje Barra do Itapemirim. Devido às facilidades de transporte e à segurança oferecida pelo ancoradouro interno a pequenas embarcações, a Freguesia cresceu rapidamente. Foi, sem dúvida, o ponto de partida de toda a colonização do Sul do Espírito Santo. O Porto da Barra do Itapemirim era a porta de saída de produtos da terra e a entrada dos primeiros colonizadores. Foi pelo porto que entraram os vagões da estrada de ferro e saiu toda a produção de açúcar, aguardente e café, que, já em 1852, era superior a 100 000 arrobas, ou seja, 1 500 toneladas. 
Em 1996, Marataízes se emancipou, se tornando um município independente. 
Origem do nome
Conhecida como a “Pérola Sul Capixaba”, Marataízes tem sua origem ligada à língua tupi-guarani, significando “água que corre para o mar”. Lendas indígenas, como a de Ísis e Taís, também influenciaram o nome. A cidade tem uma identidade rica, misturando tradições africanas e indígenas.
Geografia e economia
A geografia de Marataízes se caracteriza por florestas tropicais costeiras próximas ao mar. O município é banhado pelo Oceano Atlântico tendo também porções de lagoas de água doce. 
Na economia local se destacam a agricultura da plantação de abacaxi, a pesca oceânica e o turismo, que, no verão, recebe um grande número de turistas, muitos deles vindos do sul do Espírito Santo, além de estados vizinhos, principalmente Minas Gerais e Rio de Janeiro. 
O município também faz divisa com Presidente Kennedy, grande polo nacional de extração de petróleo, o que garante royalties à prefeitura e investimentos no setor petrolífero. O polo urbano, comercial, educacional e industrial mais próximo é Cachoeiro de Itapemirim. 
Invasão do mar e recuperação
No final de 2001, o mar invadiu a faixa de areia da praia central, se chocando diretamente com a Avenida Atlântica, destruindo até partes do calçadão de concreto. No entanto, no ano de 2008, o Governo Estadual iniciou uma grande e ousada obra para a recuperação da praia central de Marataízes. A recuperação da praia central de Marataízes compreende duas etapas, consistindo em recompor o trecho afetado por erosões com estruturas de enrocamento (5 no total) e o engordamento da faixa de areia e reurbanização completa para devolver a balneabilidade. O projeto foi elaborado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias, que baseou-se em estudos das situações pretéritas, climas de ondas, correntes marítimas, transportes de sedimentos, intensidade de maré e direção de ondas. Tais dados permitiram a modelagem matemática que indicaram a solução para o local. Os modelos matemáticos mostraram as formas destas obras que melhor atendem às necessidades estruturais e melhor desempenham seus papéis no meio ambiente. 
A primeira etapa contemplou a construção de duas estruturas de pedras, uma ao norte e outra ao sul da praia. Na segunda etapa, foram construídas três estruturas de pedras, por etapas, protegendo e recuperando trechos sucessivos da praia, do sul para o norte, combinando a obra de construção das estruturas de pedras com o correspondente aterro na sua respectiva área de influência. No dia 6 de maio de 2009, foi conhecida a empresa que venceu a licitação pública, no valor de 41 500 000 reais: o Consórcio Contractor Rohde Nielsem, de origem dinamarquesa, para a segunda e última etapa das obras, que começaram em 16 de junho de 2009. No dia 7 de dezembro de 2009, o governador Paulo Hartung acionou a draga que irá recompor a faixa de areia da praia (a última etapa da obra). A dragagem tem prazo de 1 mês para ser concluída. 
Regiões e bairros
O município é dividido em dois distritos, sendo eles: Marataízes (sede) e Barra do Itapemirim. 
Marataízes a Pérola Capixaba 
Área Urbana
- Área Norte (Barra do Itapemirim): 10 Bairros (Pontal, Barra do Itapemirim, Areias Negras, Filemon Tenório, Candinha, Monte Carlo, Wandamaria, Cidade Nova, Acapulco e Queimada). Área Sul: Nova Marataízes (antiga Lagoa Funda), Lagoa Dantas e Lagoa do Siri.
- Área Central: 27 bairros (Cidade Nova, Santa Rita, Ilmenita, Jardim Balneário Elza, Arraias, Miramar, Baixa dos Ubás, Centro, Belvedere, Santa Tereza, Elza, Esplanada, Esplanada II, Baixa Bonita, Alvorada, Bela Vista, Belo Horizonte, Novo Horizonte, Belo Horizonte Otil, Lourdes I, Lourdes II, Atlântico, Fátima, Dona Ruth, Nossa Senhora Aparecida, Xodó e Pedrolândia, Lagoa Funda.
- Área Rural: 10 localidades - (Jacarandá, Capinzal, Brejo dos Patos, Fazenda Canaã, Jaboti, Nova Jerusalém, São João do Jaboti, Sol Nascente, Boa Vista do Sul e Praia dos Cações).
Biodiversidade
Marataízes é banhada pelo Oceano Atlântico, o que confere um número grande espécies marinhas e tropicais. A cidade é palco de três fenômenos naturais: 
- O deságue do Rio Itapemirim no mar, dando ao município grande variedade de peixes, tanto de água doce como oceânicos. A migração de peixes entre os dois ecossistemas é constante. As praias próximas ao rio são procuradas por pescadores amadores e esportivos.
- A migração definitiva de habitat do Callinectes sapidus (siri). No local conhecido como Lagoa do Siri, essa espécie deixa o oceano atlântico migrando para uma grande lagoa de água doce, se reproduzindo e constituindo um habitat comum.
- A migração e reprodução de Sterna paradisea (andorinha) provenientes da América do Norte, que chegam à região por volta do mês de dezembro para se reproduzir e retornar no início de março. Algumas dessas andorinhas são marcadas por centros de pesquisa/biologia estrangeiros e já foram encontradas por moradores da região.
Nos pequenos fragmentos de restinga encontrados nesta região, pode-se encontrar uma espécie de formiga cortadeira endêmica destes ambientes chamada Atta robusta Borgmeier, 1939, conhecida popularmente como saúva-preta. Esta espécie está no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.
Pontos turísticos e históricos
Marataízes é uma pérola turística, especialmente na Praia Central. O Pier da Praia Central, um cartão postal, oferece vistas deslumbrantes da orla. A Lagoa do Siri, com seu camping moderno, é uma atração única, e a cidade se orgulha do Palácio das Águias, um ponto histórico restaurado com leões de mármore e águias adornando seu exterior.
A antiga Estação Ferroviária de Marataízes, agora um posto de informações turísticas, conta a história da ferrovia que impulsionou o desenvolvimento local. Com sua inauguração em 1912, a estação foi vital para o transporte de abacaxis, cana e açúcar até o Porto da Barra de Itapemirim.
Marataízes destaca-se no sul do estado do Espírito Santo por ser uma cidade conhecida por suas praias e belezas naturais, sendo conhecida como a Pérola Capixaba, recebendo em especial no período de verão inúmeros turistas de diversas localidades, o turismo é fator de extrema importância para o município assim como a agricultura. Após o projeto de recuperação da Praia Central, a cidade ganhou três piers sendo um deles, um dos pontos turísticos da cidade, pela sua beleza e vista da orla de dia ou a noite, o pier da praia central tornou-se cartão postal da cidade. 
Outro ponto turístico da cidade é a Lagoa do Siri, rodeada de quiosques e palco de diversos eventos musicais e esportivos no verão, tem em suas proximidades alguns campings, destacando-se o Camping do Siri, um dos maiores campings do Brasil, com uma estrutura moderna conta além do próprio local para barracas e acampamento, com chalés, e serviço de hotelaria, além de restaurante, bar e atividades de recreação para crianças e adultos, shows, e extensa área verde além de saída para a praia, tendo uma infraestrutura de uma pequena cidade dentro da cidade. 
Localizado na Barra de Itapemirim, o Palácio das Águias é um dos principais pontos históricos da cidade, construído na metade do século XIX sua arquitetura possui um estilo colonial português, nas suas dependências, havia dois leões de mármore, duas águias como adornos no alto do palácio, vitrais franceses e seu interior todo em madeira europeia. O Palácio das Águias após anos de abandono, passou por restaurações que o deixaram como novo, recebendo alguns eventos culturais, além da visitação aberta ao público, todo seu entorno passou por obras, onde conta com uma pequena praça e um bonito porto de madeira as margens do rio Itapemirim onde deságua no oceano. O local que tem vista para a ponte do pontal, tem do outro lado um pier que liga a uma pequena ilha, chamada ilha de Itaputera. 
Um outro ponto histórico da cidade, ainda que pouco conhecido por turistas, é a antiga Estação Ferroviária de Marataízes, atual posto de informações turísticas do município. A linha da antiga Estrada de Ferro Itapemirim, tinha como função escoar toda a produção de abacaxi, cana e açúcar vinda de Cachoeiro de Itapemirim até o Porto da Barra de Itapemirim, além de transportar passageiros rumo à Marataízes, os quais desembarcavam na pequena e charmosa estação e seguiam para as praias do município, principalmente nas épocas de verão. Inaugurada em 1912, e tendo seu trajeto expandido até o município em 1925, a ferrovia foi extinta após a instalação da indústria automobilística no Brasil e a implementação da política de construção de rodovias, para privilegiar o transporte rodoviário de cargas, nos anos 1960. Apesar do fim da ferrovia, a estação manteve-se de pé e por anos foi o terminal rodoviário da cidade e durante algum tempo, abrigou a sede do Corpo de Bombeiros. Desde 2017, a antiga estação abriga um posto de informações turísticas.
Referências para o texto: Wikipédia ; Turismo Espírito Santo .

sábado, 2 de agosto de 2025

COLNIZA - MATO GROSSO

Colniza é um município brasileiro do estado de Mato Grosso, com população de 41.117 habitantes, conforme censo do IBGE, em 2022. Sua elevação à categoria de município ocorreu em 1998, quando foi desmembrado de Aripuanã. Está localizada na latitude sul 09º24’39,5” e longitude oeste 59º01’22,0”, altitude de 450,00 metros acima do nível do mar, com área total de 27.947,646 km².
Toponímia
Colniza fez parte do plano federal de colonização da Amazônia, implementado na década de 1980. Teve como objetivo realizar uma espécie de reforma agráfia, assentando famílias sem terras da região Sul do Brasil em terras produtivas da região Centro-Oeste. Para isso, a “Colniza Colonização Com. e Ind. Ltda” foi contratada para colonizar áreas destinadas a Projetos de Assentamentos. O nome da cidade veio do nome da empresa. 
História
Os primeiros habitantes da região de Colniza eram seringueiros e ribeirinhos (conhecidos como “beiradeiros”), que viviam às margens do rio Roosevelt. Em 1986, a Colniza Colonização começou a implementar o projeto urbanístico: foram abertas as primeiras estradas e ruas em meio à Floresta Amazônica. As equipes se instalaram na área hoje chamada “Colniza Velha”, onde construíram as primeiras casas para os funcionários da empresa e suas famílias. A infraestrutura inicial do que foi chamado "Projeto de Assentamento Perseverança Pacutinga" era composta por: sede da colonizadora, uma escola (Bernardino Gomes da Luz) e um posto de saúde. 
Um segundo momento marcante é o período da "corrida do ouro", sendo exploradas as seguintes minas: Garimpo do Moriru, Garimpo do Natalzinho e Garimpo do Santo Onofre ou Natal. Essa era uma das atividades econômicas mais importantes da cidade. Na década de 1990, os garimpos inviabilizados e Colniza virou uma cidade-fantasma: restaram apenas 23 famílias que trabalhavam na fazenda de café Kojima. Assim, a economia municipal passou a depender da agricultura e da extração da madeira. 
Assim que a infraestrutura do Projeto de Assentamento Perseverança Pacutinga ficou pronta, o empreendimento foi divulgado para todo o Brasil com a promessa de terras baratas. O governo federal prometeu terras e ajuda de custo aos sem-terras do Rio Grande do Sul que se mudassem para o município. Em 1991, as famílias que aceitaram a proposta foram levadas de avião do exército para o P. A. Perseverança Pacutinga. As adversidades encontradas foram a malária, as picadas de mosquitos, a falta de estradas e de comunicação, e o longo período de chuvas que os ilhava. A maior parte das famílias voltou para suas cidades de origem. E o município voltou a ficar deserto. 
A partir de 1994, uma nova leva de imigrantes veio de Rondônia e se apropriou das terras devolutas, forçando o governo federal a organizar os assentamentos rurais. Nesse período, Colniza era distrito de Aripuanã. Foi elevado a município em 26 de novembro de 1998. 
Demografia
O município de Colniza foi projetado na década de 1980 para atender as necessidades do país, em fazer assentamentos fundiários e povoar a Amazônia, como medida de protegê-la de invasores. No ano de 1990 e 1991 Colniza passou pelo primeiro estágio de reforma agrária, onde o Governo Federal assentou várias famílias vindas de diversos lugares do Rio Grande do Sul. Essas famílias por sua vez, não conseguiram se adaptar às adversidades encontradas sendo elas, doenças como malária, feridas no corpo causadas pelas picadas de mosquitos, falta de estradas um longo período de chuvas, deixando-os ilhados, falta de comunicação e outros. Diante das dificuldades, grande parte das famílias, retornaram para suas cidades de origem, deixando o município quase que fantasma, ficando apenas algumas famílias, mas a partir de 1994 um novo fluxo de imigração ocorreu, mas desta vez vindo do estado de Rondônia, pessoas que vinham atrás do sonho de ter sua própria terra, e esses enfim se fixaram, devido isso, a maioria da população Colniziense é oriunda do Estado de Rondônia. Após a emancipação do município em 1998, este passou por um crescimento acelerado e, porém desordenado, passando de uma população de aproximadamente 3.000 habitantes para 13.000 até o ano de 2004; No entanto, no último CENSO IBGE, realizado no ano de 2007, Colniza apresentou uma população de 27.882 habitantes e 16.761 eleitores, mostrando-se um dos municípios brasileiros com a maior taxa de crescimento populacional. 
Símbolos
Colniza possui três símbolos oficiais: brasão, bandeira e hino. 
Brasão de Armas
O Brasão foi oficializado pela Lei nº 040, de 3 de Setembro de 2001, que conforme o Art. 05 da Lei simboliza o seguinte. 
O Brasão de Armas do Município de Colniza, assim se descreve: dois ramos de café à esquerda e a direita que simbolizam as plantações deste produto e de sua industrialização. Os ramos são idênticos, pois tem o significado da sua abundância e qualidade. Destaque especial para as folhas em cor azul nas pontas dos ramos, o que significa orvalho da manhã em seus frutos e em toda a terra. 
O livro aberto significa a Fé que une o povo de Colniza. Significa também, que Colniza já tem história para contar. Nas páginas do livro aberto estão gravadas o dia, mês e ano da criação do Município. A espada, atrás do símbolo, significa justiça que impera nesta região e, na ponta da espada, há um par de asas douradas; Significa: a paz anda junto com a justiça. A corda dourada que circula atrás do livro, simboliza as riquezas minerais da região que estão localizadas ao redor de todo município. 
Espigas de milho e arroz simbolizam a agricultura que prospera abundante na região. Um hexágono, no alto do livro simboliza os diamantes que são símbolos da pureza da terra e do povo de Colniza. Dentro do hexágono, estão representando a pecuária e as matas, pelas figuras de uma vaca e árvores no pasto. Na base de tudo, vemos uma faixa onde está gravado o nome do município. A faixa azul simboliza os rios e lagos, ricos em peixes e vida; as letras brancas simbolizam os algodoais e as nuvens do céu de Colniza. 
Bandeira
A Bandeira foi criada a partir de um concurso municipal realizado nas escolas municipais e estaduais, instituído pelo poder Executivo e Legislativo municipal que culminou com o vencedor, professor Márcio Aparecido Lopes Pereira e oficializada pela Lei nº 162-3, de 3 de Novembro de 2004, com os seguintes significados: 
- Retangular, com uma reta na diagonal. Constitui um losango na área do retângulo. No centro possui um círculo, onde está dividido por uma reta horizontal.
- O retângulo está dividido em duas cores: verde e azul.
- O losango tem a cor branca.
- O círculo tem as cores: verde e amarelo.
- O sol nascendo simboliza o município em sua fase de expansão e estruturação;
- Os ramos de café representam o fator econômico agrícola da região;
- Os cachos de arroz simbolizam a produção agrícola que contribui para o abastecimento da nossa população Colniziense, da região e até mesmo do Brasil.
- As linhas na horizontal dentro do círculo simbolizam a expansão da pecuária no nosso município.
- O verde representa: a esperança, a perseverança da população existente e dos que chegam diariamente em busca de melhores dias para suas famílias, simbolizando nossa rica e exuberante flora, representando ainda o fator econômico da extração vegetal de nossa região.
- O amarelo representa as riquezas aqui existentes, como: produção agrícola, madeiras, minérios, pecuária, nossas conquistas.
- O azul representa o nosso céu, nossas águas, nosso lar.
- O branco simboliza a fé, o carisma, a humildade, a vida e a paz tão desejada por todos.
- A cor laranja simboliza a força de nossa gente, a união, a hospitalidade da população Colniziense.
- O vermelho representa nossos esforços, lutas, conquistas e até mesmo a perda daqueles que batalharam em busca de um ideal.
- As bordas das figuras na cor preta representam as divisas do nosso município com os municípios vizinhos.
Geografia
Colniza faz limites com Rondônia e Amazonas. Os limites são: 
- Ao Norte: Apuí e Humaitá / Amazonas.
- A Oeste, Machadinho d'Oeste / Rondônia.
- A Sudoeste, Rondolândia / Mato Grosso.
- Ao Sul, Aripuanã / Mato Grosso.
- A Leste, Cotriguaçu / Mato Grosso.
O acesso a Colniza se dá pelas Rodovias MT-418 e MT-206. O município faz parte do chamado “Cinturão verde da Amazônia”. A topografia é, no geral, levemente ondulada, com matas densas e altas de Floresta Amazônica e áreas de árvores de pequeno porte de Cerrado, que podem se apresentar como savana arbórea densa (o chamado cerradão), que é encontrado ao longo da Rodovia 206 e às margens do Rio Roosevelt. 
Distritos
Distritos fronteirizos: 
- Guariba.
- Roosevelt.
- Vila Taquaruçú do Norte.
- Três Fronteiras (ou Vila Guatá).
Clima
O clima é tropical quente-úmido, com período de seca coincidente com o inverno. Período chuvoso, compreendendo de outubro a maio, onde a precipitação anual varia em torno de 1.500 a 2.600 mm. A umidade do ar é bastante elevada e têm limites de 88%. A temperatura mínima é de 24 °C e máxima de 35 °C. 
Hidrografia
Colniza faz parte da bacia hidrográfica do Rio Amazonas, e os principais rios que cortam o município são Rio Água Branca; Rio Aripuanã; Rio Canamã; Rio Guariba; Rio Madeirinha; Rio Roosevelt e Rio Salvação. 
Fauna
Dentre os mamíferos da região estão antas (Tapirus terrestris), cotias (Dasyprocta sp.), jaguatiricas (Leopardus pardalis), macacos (Cebus sp.), onças (Panthera onca), pacas (Agouti paca), porcos-do-mato (Tayassu tajacu), preás (Cavia aperea), tamanduás (Myrmecophaga sp., Tamandua sp.), tatus (Dasypus sp., Euphractus sp.), e veados (Mazama sp., Ozotoceros sp.). 
Dentre as aves estão araras (Ara spp.), beija-flores (Phaethornis sp., Heliomaster sp.), gaviões (Elanoides forficatus, Gampsonyx sp., Buteogallus sp.), jacus (Penelope spp.), mutuns (Mitu sp.), papagaios (Amazona sp.), periquitos e tuins (Myiopsitta sp., Forpus sp.), rolas (Streptopelia spp.), saíras (Tangara spp.), tiês (Ramphocelus spp.) e urubus (Cathartes spp.). 
Dentre os peixes estão bagres (Genidens sp., Bagropsis sp., e Bagre sp.), cascudos (Hypostomus sp.), lambaris (Astyanax spp.), pacus (Colossoma sp.), piranha (Pygocentrus sp.), e pirararas (Phractocephalus hemioliopterus). 
Economia
A economia de Colniza, está baseada no comércio, indústria, minério, agricultura e áreas de preservação permanentes, sendo algumas dessas áreas destinadas ao extrativismo e ao turismo. 
Indústria
Na indústria, podemos destacar as madeireiras; O município é dotado de grandes áreas de Manejo Florestal, dando suporte para a indústrias permanecerem desenvolvendo suas atividades de uma maneira sustentável e duradoura; Quase toda a produção é destinada a exportação, o município conta também com a indústria moveleira, laticínios e produção experimental de Biodiesel. 
Comércio
O comércio a representatividade é varejista, constituída por casas de gêneros alimentícios, vestuário, eletrodomésticos, agropecuário, de objetos e artigos diversos. 
Mineração
A mineração também é uma atividade da economia do Município, sendo mineração de cassiterita, mineração São Francisco, de jazidas de ouro, o garimpo Muriru, explorações estas, devidamente reconhecidas e registradas. 
Agricultura
Na agricultura, a base econômica é a agricultura familiar, o município conta com sete Projetos de assentamentos de Reforma Agrária regularizados ou em fase de regularização pelos órgãos competentes tais como: “P.A. Natal,” “P.A. Escol Sul,” “P.A. Perseverança Pacutinga,” “P.A. Colniza I,” “P.A. Colniza II,” de responsabilidade do INCRA, e os assentamentos “P.A. Filinto Muller” e “P.A.1° de Maio”, de responsabilidade do INTERMAT. A cultura de produção é de lavoura temporária e permanente, tais como; milho, feijão, arroz, mandioca, abacaxi, hortifrutigranjeiro, café, cacau, banana, pupunha e outros. Colniza está se tornando o maior produtor de café do Estado e esta produção tem um crescimento notável a cada ano. 
Pecuária
A pecuária do município é mais direcionada ao gado de corte, mas com tendências de crescimento na criação de gado leiteiro. Colniza possui um rebanho extenso de bovinos, com base nas pesquisas realizadas pelo INDEA no ano de 2007. Com um peso menor na economia destaca-se também a criação de ovinos, caprinos e equinos. 
Áreas de Preservação Permanente
As áreas de reservas e preservação permanentes do município, além da comercialização dos produtos retirados das reservas extrativistas para sustento de povos típicos (ribeirinhos), agregam a economia do município o ICMS ecológico que contribui para o desenvolvimento socioeconômico do mesmo. O Município tem seis reservas de preservação permanente, totalizando 538.935,11 hectares, (19,28 %) do território do município, sendo elas; 
- Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt, reserva extrativista de preservação permanente, destinado aos ribeirinhos que vivem às margens do Rio Guariba e Roosevelt, para a continuidade da cultura da população ribeirinha. Nela são extraídos, castanhas do Pará, látex das seringueiras, óleo copaíba e várias espécies de plantas medicinais que são comercializadas em todo país e exterior. Criada através da Lei 7.164/99, contendo 57.630,0 hectares. 
- Estação Ecológica Rio Roosevelt, área de preservação permanente, criada a partir da Lei nº 7.162/99, com uma área de 53.000,65 hectares, destinada a pesquisas científicas e preservação das espécies. 
- Estação Ecológica Rio Madeirinha, área de preservação permanente, criada a partir da Lei nº 7.163/99, com uma área de 13.682,96 hectares, destinada a pesquisas científicas e preservação das espécies. 
- Parque Estadual Tucumã, área de preservação permanente, criada a partir do Decreto nº 5.439/02, com uma área de 66.475,0 hectares, destinada a pesquisas científicas e preservação das espécies.
- Parque Estadual Igarapés do Juruena, área de preservação permanente, criada a partida do Decreto nº 5.439/02, com uma área de 103.375,5 hectares, destinada a pesquisas científicas, preservação das espécies, educação ambiental e futuramente, atividades turísticas (ver também Parque Nacional do Juruena). 
Terras Indígenas
- Terra Indígena Kawahiva do Rio Pardo.
- Terra Indígena Piripkura.
Turismo
O turismo de Colniza está mais ligado ao ecoturismo, por estar localizada na região amazônica. 
Festival de Pesca
O Festival de Pesca Esportiva de Colniza é conhecido por FESPECOL, e este está inserido no Calendário Estadual do Campeonato de Pesca. 
Referência para o texto: Wikipédia .

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

SANTA HELENA DE GOIÁS - GOIÁS

Santa Helena de Goiás é um município brasileiro do Estado de Goiás. Possui uma área territorial de 1.142,337 km² e população estimada em 38.492 habitantes, segundo o censo do IBGE, de 2022. Faz divisa com os municípios de Rio Verde, Acreúna e Maurilândia, estando situada no sudoeste do Estado, a cerca de 200 km da capital, Goiânia, e de 410 km da capital federal, Brasília. 
História
A história de Santa Helena de Goiás começou com a chegada da família do mineiro Custódio Pereira Vêncio, que veio de Buriti Alegre - GO em 1934, com o propósito de adquirir terras para, conforme alguns historiadores, fundar uma nova cidade. Custódio Pereira Vêncio era natural do distrito de Nossa Senhora das Dores do Campo Formoso, termo de Uberaba (atual Campo Florido). 
Em 1934 na região do atual município de Santa Helena havia duas fazendas: a São Tomás e a Campo Alegre (ambas pertencentes ao termo de Rio Verde). Segundo o historiador César de Freitas Silva, Custódio P. Vêncio comprou terras na fazenda às margens do ribeirão Campo Alegre. Ele e os moradores da redondeza sonhavam com a fundação de uma cidade e partiram para executar a obra. Ainda de acordo com César Silva, Custódio já tinha até um nome em sua mente para o local: Santa Helena, em homenagem à sua protetora Santa Helena de Constantinopla. 
Santa Helena começou a ser construída, efetivamente, no dia 8 de outubro de 1938, quando foi realizado um grande mutirão para desmatar o local da sede do futuro município. Apesar do desejo de seu fundador, no dia 14 de outubro de 1943, a localidade passava a distrito, mas com o nome de Ipeguari, expressão indígena que significa Campo Alegre. 
A emancipação e a adoção do nome atual aconteceu no dia primeiro de janeiro de 1949. 
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Ipeguari (ex povoado de Santa Helena) pelo Decreto-Lei Estadual nº 8.305, de 31 de dezembro de 1943, subordinado ao município de Rio Verde. 
Elevado à categoria de município com a denominação de Santa Helena de Goiás pela Lei Estadual nº 191, de 20 de outubro de 1948, desmembrando-se do município e Rio Verde. 
Geografia
Clima

Em Santa Helena de Goiás, a estação com precipitação é opressiva e de céu encoberto; a estação seca é de céu quase sem nuvens. Durante o ano inteiro, o clima é quente. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 15 °C a 34 °C e raramente é inferior a 11 °C ou superior a 38 °C. 
A melhor época do ano para visitar Santa Helena de Goiás e realizar atividades de clima quente é do meio de maio ao meio de agosto. 
A estação quente permanece por 1,9 mês, de 23 de agosto a 20 de outubro, com temperatura máxima média diária acima de 33 °C. O mês mais quente do ano em Santa Helena de Goiás é outubro, com a máxima de 33 °C e mínima de 21 °C, em média. 
A estação fresca permanece por 7,4 meses, de 1 de dezembro a 14 de julho, com temperatura máxima diária em média abaixo de 30 °C. O mês mais frio do ano em Santa Helena de Goiás é junho, com a mínima de 15 °C e máxima de 30 °C, em média. 
Economia
Sua história é marcada pela agropecuária, destacando-se inicialmente com o plantio de arroz, banana e café nas décadas de 1950 e 1960. 
Nas décadas de 60, 70 e 80, Santa Helena de Goiás já foi considerada a capital nacional do algodão, sendo que o maior contribuinte para tal título foi a vinda de vários produtores da Alta Mogiana Paulista, Triângulo Mineiro e trabalhadores braçais nordestinos. Vieram por encontrar solo fértil, sendo a cidade um dos ícones em desenvolvimento agrícola, prova disso era a honrada 2ª maior economia do estado, perdendo apenas para a capital Goiânia, isso no auge do Algodão. 
Hoje possui a Fundação-GO que pesquisa variedades de algodão em parceria com a Embrapa e uma empresa de transformação de caroço de algodão em torta, muito útil à alimentação animal, a Guanambi Rações. 
Com a expansão das plantações de cana-de-açúcar, a cultura do algodão migrou-se radicalmente para o estado de Mato Grosso e para o oeste da Bahia, o que ocasionou uma grande diminuição do capital circulante no município. Inúmeros trabalhadores dependentes da cultura do algodão tiveram seus empregos extintos e isso causou um aumento do desemprego e abertura de postos de trabalho informal na região. As antigas algodoeiras que saíram de funcionamento estão sendo reaproveitadas em novas construções, como, por exemplo, a vinícola Santa Helena, que funciona em uma algodoeira desativada. 
Prova desta diversificação agrícola é a transformação de um colégio agrícola em uma futura unidade de pesquisa da Embrapa/Uva. Existem também parcerias de pequenos agricultores com empresas ligadas a produção de sucos, doces, compotas, etc. Dando assim o plantio de maracujá, banana, entre outros. 
Hoje o município tem como principais indústrias a Italac, a Monsanto (empresa) e uma usina de álcool e açúcar (Usina Santa Helena), controlada pelo Grupo Naoum, com sede em Anápolis. Também está se instalando em Santa Helena um polo de confecções que produzirá diversos tipos de roupas para a Cia. Hering. No ano de 2020, houve a entrada de uma nova indústria no ramo farmacêutico, Walkmed. 
Educação
O município conta com 18 escolas de ensino fundamental (2021), e 6 escolas de ensino médio (2021). 
A cidade conta também com uma unidade da Universidade Estadual de Goiás com 4 cursos, sendo eles Administração, Sistemas de Informações, Matemática e Engenharia Agrícola. 
Saúde
O município conta com 12 estabelecimentos, dentre eles, destaca-se o Hospital Estadual de Santa Helena de Goiás - Doutor Albanir Faleiros Machado (HURSO), que conta com 122 leitos, sendo 10 de UTI adulto e 10 de UTI infantil, direcionado para urgências nas áreas de traumatologia, ortopedia, cirurgia geral, neurocirurgia e exames de média e alta complexidade. Atendendo 27 cidades da região sudoeste, entre elas: Rio Verde, Jataí, Mineiros, São Simão, Paranaiguara, Quirinópolis, Caçu, Maurilândia, Acreúna, Serranópolis, Chapadão do Céu e Santa Rita do Araguaia. 
Meio Ambiente
- Área urbanizada (IBGE 2019): 12,87 km²   
- Esgotamento sanitário adequado (IBGE 2010): 67,1%   
- Arborização de vias públicas (IBGE 2010): 91,8%   
- Urbanização de vias públicas (IBGE 2010): 22,5%   
- Bioma (IBGE 2019): Cerrado   
Esporte e Lazer
A cidade é sede do clube de futebol Santa Helena EC (SHEC). Suas cores são o vermelho, branco e preto. É carinhosamente apelidado de Fantasma do Sudoeste. Tem como Estádio o Pedro Romualdo Cabral, com capacidade para 10.000 espectadores. O clube foi vice-campeão do Campeonato Goiano de 2010.
Destaca-se, ainda, o Clube Recreativo Santa Helena de Goiás, um dos maiores clubes do interior do Estado de Goiás. Possui campos para a prática de esportes como futebol, basquete, vôlei e peteca, além de piscinas adultas e infantis. Também possui sauna, academia, além de atividades desportivas. 
Festas e eventos
Os feriados municipais, conforme Lei municipal n. 2.070/2001 são: 
- 18 de maio - Aniversário da morte do Bispo Dom Miguel Pedro Mundo; 
- 20 de agosto - Padroeira do Município (Santa Helena de Constantinopla); e 
- 20 de outubro - Aniversário de emancipação político-administrativa do município.
Referências para o texto: Wikipédia ; Weather Spark .

quinta-feira, 31 de julho de 2025

SÃO FIDÉLIS - RIO DE JANEIRO

São Fidélis é um município brasileiro do estado do Rio de Janeiro. 
Localiza-se na Microrregião de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, tendo uma área de 1 028,095 km², dividida em cinco distritos. 
São Fidélis, que retira o seu nome ao mártir Fidélis de Sigmaringa, também é conhecida como "Cidade Poema" devido às belezas naturais e ao seu grande número de poetas. 
Conforme censo do IBGE, em 2022, a população de São Fidélis era de 38.961 habitantes.
História
Segundo a tradição, o território do Município de São Fidélis era habitado, primitivamente, pelos índios coroados e puris.
A primeira incursão de civilizados deu-se por volta de 1780, contando-se entre os pioneiros Ângelo Severo da Silva, Faustino Cabral, Pedro Dias, Luiz Coelho e um oficial sapateiro, cujo nome não chegou até nossos dias. Sua história está, no entanto, ligada a do Município; esse operário fixou-se nas fraldas de uma serra, que posteriormente tomou o nome de Serra do Sapateiro. Reza ainda a tradição que esse pioneiro e seus dois filhos foram mortos pelos índios coroados, sendo poupada apenas sua filha, levada para as tabas.
Por essa época havia na região somente moradias esparsas de colonos, que viviam sob constante ameaça dos aborígenes, notadamente dos índios coroados.
Fato curioso é que tenham sido esses mesmos selvagens que viessem solicitar a vinda da civilização para aquelas plagas. É Monsenhor Pizarro, em suas Memórias Históricas, quem relata: “Os índios coroados que habitavam os sertões de Campos dos Goytacazes, pelas margens do Paraíba, dando demonstrações de quererem aldeiar-se, vinham frequentemente, à Vila de São Salvador dos Campos (atual cidade de Campos dos Goytacazes), pedir um sacerdote pare seu diretor, até que o mestre-de-campo João José de Barcelos, prevendo o bom resultado que podia colher-se de um aldeiamento, comunicou ao vice-rei Marquês de Lavradio, as favoráveis pretensões que manifestavam os coroados.
O vice-rei não quis deixar de aproveitar-se deste ensejo para fundação de mais um povoado e para conduzir facilmente os indígenas à vida social e fazê-los perder toda a repugnância que porventura tivessem pelos costumes civis, tão contrários aos hábitos arraigados de uma vida nômade. Ordenou ao mestre-de-campo que enviasse alguns deles à cidade do Rio de Janeiro. Contentes com o agasalho que lhes deram, satisfeitos com os carinhos e desvelos que lhes foram prodigalizados, voltaram os índios, engrandecendo e exagerando as qualidades e maneiras do vice-rei e foram levar ao conhecimento de seus irmãos a sua admiração pelas habitações que viram, pelas comodidades sociais que presenciaram e gozaram, pela ordem que observaram em tão grande, vasta e populosa aldeia, como para eles seria a Capital do nosso Império.
Foi assim que, interessando-se pela vida local, o vice-rei tomou as primeiras providências para que ali se erguesse uma grande aldeia para os indígenas. Foram incumbidos dessa missão os frades capuchinhos Frei Vitório de Cambiasca e Frei Ângelo Maria de Luca que chegaram às terras do atual Município de Campos em 14 de setembro de 1781.
Partiram dali os frades capuchinhos à procura de local apropriado para o aldeiamento, tendo atingido, no dia 27, um sítio conhecido por Gamboa, onde encontraram boa acolhida por parte dos índios coroados. Exatamente nesse local, ergue-se hoje a cidade de São Fidélis, em região fronteira ao Rio Paraíba.
No dia seguinte à chegada dos frades, foi celebrada a primeira missa em oratório improvisado, depois transformado em capela, dedicada ao culto de São Fidélis de Sigmaringa. E, apenas oito anos passados, a povoação florescia, impondo-se a construção de um templo. A 8 de setembro de 1799, foi lançada a pedra fundamental da igreja, tendo sido inaugurada a 23 de abril de 1808. É essa igreja, a atual Matriz de São Fidélis.
Em 1812 a localidade recebeu o predicamento de curato e em 1838, já ali existindo um Juiz de Paz, participava da Junta de Paz dos Campos de Goytacazes, criada pela Deliberação de 13 de outubro.
Em virtude do grande desenvolvimento da agricultura, ao lado da exploração da madeira de lei, o povoado progrediu rapidamente, sendo elevado à categoria de freguesia em 1840.
Em 1847, a 12 de abril, recebeu a visita do Imperador D. Pedro II em casa do coronel João Manoel de Souza, mais tarde Barão de Vila Flor. É do historiador Inácio Raposo o relato que se segue: “Numa visita que dispensara o monarca às obras que se faziam no zimbório da majestosa igreja de São Fidélis, disse o futuro Barão de Vila-Flor ao ilustre soberano que admirava as belezas do Paraíba: que linda povoação é esta para uma vila! O Imperador sorriu discretamente e respondeu-lhe: Será! ”
Formação Administrativa
Freguesia criada com a denominação de São Fidélis de Sigmaringa, por Lei Provincial n° 177, de 02 de abril de 1840, no município de Campos atual Campos dos Goytacazes, bem assim os Decretos Estaduais nº 1, de 08 de maio de 1892 e nº 1-A, de 03 de junho de 1892.
Elevado à categoria de vila com a denominação de São Fidélis de Sigmaringa, pela Lei Provincial n° 503 de 19 de abril de 1850, desmembrado de Campos. Constituído do distrito sede. Instalado em 05 de março de 1855.
Pelo decreto provincial nº 1.288, de 24 de dezembro de 1864 e Decretos Estaduais nº 1, de 08 de maio de 1892 e nº 1-A, de 03 de junho de 1892, é criado o distrito de Ponte Nova e anexado à Vila de São Fidélis de Sigmaringa..
Elevada à condição de cidade e sede com a denominação de São Fidélis, pelo Decreto-Lei nº 1.533, de 03 de dezembro de 1870.
Pelo Decreto n° 140, de 28 de outubro de 1890, elevou o povoado de São José de Leonissa a município, com a denominação de Itaocara, sendo o território desmembrado do de São Fidélis.
Pela Deliberação de 29 de outubro de 1890, foram criados os distritos de Cambuci, Dois Rios, Ipuca, Nova e Timbó.
Pelo Decreto Estadual nº 222, de 06 de maio de 1891, desmembra do município de São Fidélis o distrito de Cambuci. Elevado à categoria de vila.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município se compunha de 5 distritos: São Fidélis, Dois Rios, Ipuca, Ponte Nova e Timbó,
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31 de dezembro de 1936 e 31 de dezembro de 1937.
Pelo Decreto-Lei Estadual nº 392-A, de 31 de dezembro de 1938, o distrito de Dois Rios passou a denominar-se Colônia.
Pelo Decreto-Lei Estadual nº 641, de 15 de novembro de 1938, o distrito de Timbó passou a denominar-se Pureza.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município de São Fidélis é constituído de 5 distritos: São Fidélis, Colônia ex-Dois Rios, Ipuca, Ponte Nova e Pureza, ex-Timbó.
Pelo Decreto-Lei Estadual nº 1.056, de 31 de dezembro de 1943, o distrito de Ponte Nova passou a denominar-se Cambiasca.
Em divisão territorial datada de 1º de julho de 1960, o município de São Fidélis figura com 5 distritos: São Fidélis, Cambiasca ex-Ponte Nova , Colônia, Ipuca e Pureza.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
Alteração toponímica municipal
São Fidélis de Sigmaringa para simplesmente São Fidélis, alterado pelo decreto-lei estadual nº 1.533, de 03 de dezembro de 1870.
Geografia
Hidrografia

É banhado pelo Rio Paraíba do Sul e por dois importantes afluentes: Rio Dois Rios e Rio do Colégio. Seu acesso principal se dá pela rodovia RJ-158, que liga a cidade a Campos dos Goytacazes.
Clima
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1973 a 2003, a menor temperatura registrada em São Fidélis foi de 5,6 °C em 29 de junho de 1974, e a maior atingiu 42,5 °C em 8 de janeiro de 1995. 
Nos períodos de 1973 a 1979 e 2002 a 2003, o maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 90,5 mm, em 14 de agosto de 1976. Janeiro de 1979, com 336,6 mm, foi o mês de maior precipitação.
Subdivisões
A cidade está dividida em cinco distritos: São Fidélis (sede); Ipuca; Pureza; Colônia e Cambiasca.
Transporte
O município também é cortado por uma ferrovia, a Linha Campos a Miracema da antiga Estrada de Ferro Leopoldina, que liga a cidade aos municípios de Campos dos Goytacazes e Santo Antônio de Pádua. Desde 1996, a linha está concedida à Ferrovia Centro Atlântica (FCA) para o transporte de cargas. 
Economia
Sua economia é baseada no cultivo da cana-de-açúcar e na agropecuária (gado de corte e pecuária leiteira). 
Na agricultura, São Fidélis se caracteriza pela policultura, sendo suas principais culturas a de cana-de-açúcar, arroz, milho, tomate, banana, algodão e goiaba. 
Apresenta, ainda, potencial para fruticultura, olericultura, floricultura e silvicultura. Sua economia possui representação também em outros setores, como indústria, comércio, cooperativas e pesca.
São Fidélis é uma pequena cidade que se destaca pela alta regularidade das vendas no ano. O desempenho econômico e o baixo potencial de consumo são os pontos de atenção.
Em janeiro de 2025, foram registradas 83 admissões formais e 128 desligamentos, resultando em um saldo negativo de -45 novos trabalhadores.
Até fevereiro de 2025 houve registro de 14 novas empresas em São Fidélis, sendo que 3 atuam pela internet. Neste último mês, 5 novas empresas se instalaram, sendo 1 com atuação pela internet.
Turismo
Santuário de São Fidélis

Templo histórico ao redor do qual cresceu a Cidade Poema, começou a ser construído pelos indígenas e negros escravizados em 1799 e foi inaugurado em 23 de abril de 1809, seguindo o projeto dos frades fundadores, os italianos Frei Ângelo de Lucca e Frei Vitório de Cambiasca. A majestosa igreja mescla elementos barrocos, neoclássicos e românticos, abrigando imagens católicas dos séculos XVIII e XIX, bem como pinturas do espanhol Úbeda Marín e dos brasileiros Romanelli e Fuad Mattar, nascido em São Fidélis. Destaquem-se ainda as suas catacumbas, origem de lendas e histórias do folclore fidelense. Tombada em 2002 pelo INEPAC, o templo foi elevado à categoria de Santuário no dia 24 de abril de 2022, respondendo a antigo desejo dos conterrâneos.
Ponte Metálica Pastor Walter Velasco
Belo exemplar artístico e arquitetônico sobre o Rio Paraíba do Sul, ligando São Fidélis a seu 2º distrito, a Ipuca. De origem inglesa, sua construção data de 1889. Originalmente era usada para o transporte ferroviário, auxiliando no escoamento da produção agrícola de São Fidélis e de toda a região. Feitas as alterações e acompanhando os novos tempos, foi adaptada posteriormente para a malha rodoviária, ganhando a alcunha de “ponte de um carro só”, já que permitia o trânsito em sentido único a cada vez. Com a inauguração de uma nova ponte para os automóveis, a Ponte Metálica, tombada pelo INEPAC em 2002, hoje é exclusiva para pedestres e ciclistas, tornando-se local para a prática de esportes ao ar livre, o encontro de amigos e a contemplação dos lindos nascer e pôr do sol fidelenses.
Praça Guilherme Tito de Azevedo
Principal praça do município, abrigando o Jardim Getúlio Vargas, de contornos primorosos. Árvores com sombras acolhedoras ao longo do dia, vida noturna dinâmica e segura, espaços para o encontro de familiares e amigos, locais de diversão para as crianças. Tudo isso pode ser encontrado na Praça, que ainda conta com a Feira de Artesanato, local onde se veem as artes de nossa terra, e preparada rede de serviços ao seu redor. Em torno estão ainda alguns importantes patrimônios históricos e culturais: o Santuário de São Fidélis, de 1809, e o Solar do Barão de Vila Flor, de 1847.
Rio Paraíba do Sul
Um dos mais importantes rios do Brasil em termos econômicos passa por São Fidélis criando paisagens belas e inspiradoras. Com largura média de 450m, por ele chegaram os frades fundadores, os italianos Frei Ângelo de Lucca e Frei Vitório de Cambiasca. Tendo uma profundidade média entre 1m e 5m, é abundante em peixes, que são pescados seguindo diversas técnicas, principalmente a rede, a gaiola e a tarrafa. Dele também vinha a principal atração da saudosa Festa da Lagosta, evento de reconhecimento internacional. O Rio Paraíba do Sul é de importância vital para o abastecimento de água à cidade, assim como para a manutenção da agricultura e da pesca como atividades econômicas especiais do município, e por isso merece e precisa ser bem cuidado por todos.
Parque Estadual do Desengano
Criado pelo Decreto-Lei de 13 de abril de 1970, é a mais antiga Unidade de Conservação do estado do Rio de Janeiro e um dos últimos remanescentes de grande expressividade da Mata Atlântica no Norte Fluminense. Sua localização abrange, além de São Fidélis, os munícipios de Campos dos Goytacazes e Santa Maria Madalena. Em sua fauna e flora foram catalogadas centenas de espécies raras, em extinção e até mesmo endêmicas, isto é, que existem apenas nesta região. Com trilhas, rios, cachoeiras e rede de serviços turísticos conscientes do papel de preservação ambiental, o Parque é ideal para passeios de todos os estilos, da prática do turismo de aventura à observação de pássaros ou do céu noturno: em 2021, a unidade se tornou o primeiro lugar da América Latina a receber o título de Dark Sky Park, concedido para locais de qualidade excepcional para a observação de noites estreladas e um ambiente noturno protegido que valoriza seu patrimônio científico, natural, educacional, cultural e social.
Solar do Barão de Vila Flor
Construído em 1847 por ordem de João Manoel de Souza, o Barão de Vila Flor, para hospedar o Imperador D. Pedro II e integrantes de sua família na primeira de cinco visitas que seriam feitas a São Fidélis. Posteriormente se tornou a residência oficial da família do Barão, que anteriormente morava na Fazenda São Benedito. Após quase um século, o imóvel foi doado ao município por Maria Elysia de Araújo Luna, trineta do Barão, para abrigar uma biblioteca e um museu públicos, instituições que até hoje funcionam no antigo casarão e que atuam na preservação, estímulo e divulgação da memória e da cultura fidelenses, com riquíssimo acervo disponibilizado. Tombado em 2002 pelo INEPAC, no Solar também opera a sede da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.
Ponte Ferroviária
Conhecida como “Ponte Preta”, está sobre o Rio Paraíba do Sul ostentando um dos mais belos cartões postais da Cidade Poema. Construída pela Estrada de Ferro Leopoldina Railway em fins do século XIX, era ardentemente desejada por todos que usavam os trens da companhia, mas que precisavam atravessar o rio de barco depois de saírem dos vagões por causa da inexistência de uma via. Sua construção também oportunizou o escoamento da produção agrícola de toda a região. Com a desativação dos trilhos, a Ponte Ferroviária permaneceu como destino turístico para a produção de belas fotografias, seja da ponte, seja da natureza que dali se contempla.
Poço Parado
Localidade serrana de muita sombra, cachoeiras encantadoras, águas cristalinas e exuberantes fauna e flora da Mata Atlântica em terras fidelenses, Poço Parado é o destino ideal para quem quer curtir a natureza com familiares e amigos. Encontra-se no Parque Estadual do Desengano, com vegetação de médio e grande porte e formações geológicas surpreendentes.
Rio do Colégio
Ao longo de 35km exclusivamente fidelenses, o Rio do Colégio apresenta cachoeiras, praias e piscinas naturais que encantam a todos. Munícipes e turistas aqui se encontram para aproveitar as belezas da natureza em pontos de lazer e também para se saciar na apreciação da culinária local. Com acessos pela RJ 158 ou pela estrada que atravessa a comunidade de Vargem Grande, o Rio do Colégio é atração turística propícia em qualquer época do ano, com os cuidados e atenção devidos, para banhos, passeios ciclísticos, contemplação da natureza entre outras formas de aproveitar o patrimônio ambiental. 
Morro do Cruzeiro
A poucos quilômetros do centro da cidade, no Barreiro, o Morro do Cruzeiro oferece uma das mais belas vistas panorâmicas de São Fidélis. De fácil acesso, podendo ser alcançado de carro, motocicleta ou mesmo a pé num caminho de média intensidade, o local é propício a práticas de esporte ao ar livre, passeios com familiares e amigos e contemplação da encantadora paisagem.
Cachoeira do Oriente
Com área total de aproximadamente 70 m2 e altura de 10 m, destacam-se no atrativo três saltos, intercalados por pequenos patamares em rochas. 
Seu entorno é formado de encostas rochosas, com vegetação de alto e médio porte, além de típica vegetação cactácea e grande concentração de bromélias. 
Com águas claras, transparentes e mornas, apresenta ótimas possibilidades para banhos em seus escorregas, duchas e piscinas naturais. 
São várias piscinas, com a maior delas situada entre 2 saltos da cachoeira, cuja profundidade atinge, em alguns trechos, mais de 3 metros. 
À margem esquerda, junto a esta piscina, se destaca uma rocha com suave inclinação, que é usada como um "escorrega" natural. 
O salto do meio forma a maior queda do atrativo, com altura aproximada de 4 metros. 
Registra-se na área a presença de uma praia, acima da formação da cachoeira, que também se identifica como excelente local para banhos. 
Cachoeira do Recreio
Com altura aproximada de 70 metros e largura de 10 metros, forma-se junto ao topo de um moro da Serra do Recreio. 
Com dois saltos principais, um deles com mais de 60 metros, possui águas límpidas, claras e frias. 
Logo após os saltos, há várias piscinas naturais propícias a banhos, situadas entre densa vegetação e que estendem por uma extensão de 200 metros. 
Seu entorno é composto pelo recorte da Serra do Recreio, com vegetação de alto e médio porte próximo ao seu cume, e rasteira junto às bases dos morros. 
Percorrendo mais 1,2 km pela estrada que liga os municípios de São Fidélis a Santa Maria Madalena, em leito natural, chega-se ao topo do morro, nascente da cachoeira. 
Do local, descortina-se bela paisagem que abrange todo o vale, onde correm o Córrego do Recreio e o Rio do Colégio, além de se avistar o belo recorte da Serra de Itacolomi. 
Cachoeira Pedra D'água
Grande lajeado, em declive, com aproximadamente 15 metros de largura e 40 metros de extensão. 
Encontra-se com trechos represados por pequenas muretas de pedra, que formam três piscinas, além de pequenas barragens. 
Suas águas são muito claras, transparentes e mornas. 
Próximo ao atrativo destaca-se, entre vegetação existente um frondoso ficus que sombreia parte da área do atrativo.
Cultura
Folias de Reis

Forte manifestação da cultura fidelense, bem como de outras cidades da região, criada no encontro de elementos religiosos e seculares de origens diversas. Espécie de representação popular que remete à jornada dos Reis Magos até o local do nascimento de Cristo, fazendo referência também à perseguição do rei Herodes e posterior massacre de inocentes bebês. As Folias de Reis reúnem elementos de grande simbologia, tradição e alegria. Nas ruas de São Fidélis e arredores, nos meses de dezembro a fevereiro especialmente, é possível ouvir seus cânticos e ver as apresentações sempre únicas.
Feira de Artesanato
Semanalmente os fidelenses e visitantes da Cidade Poema podem ter contato, num único lugar, com o que alguns de seus talentosos artistas estão produzindo. A Feira de Artesanato acontece no Jardim Getúlio Vargas, na Praça Guilherme Tito de Azevedo, aos finais de semana e reúne artesãos dos mais diversos ofícios, bem como iguarias muito saborosas e que representam o que há de melhor na culinária fidelense. A variedade de obras e encantos motiva a visita frequente à Feira, trazendo sempre novidades.
Festa do Padroeiro
Realizadas desde 1782, as festividades que celebram o santo católico São Fidélis de Sigmaringa, padroeiro da Cidade Poema, são os eventos mais antigos de nosso calendário e permanecem reunindo fidelenses e turistas em cada abril. Promovidos primeiramente pelos frades fundadores, os italianos Frei Ângelo de Lucca e Frei Vitório de Cambiasca, os festejos receberam desde sempre o apoio e a participação dos fazendeiros locais e demais poderosos da terra, o que contribuiu para a característica de uma programação simultaneamente religiosa e secular. Atualmente, a Festa do Padroeiro acontece, de maneira geral, de 15 a 24 de abril, com novenas, missas, procissões, projetos educacionais, eventos culturais, atrações artísticas, espetáculos musicais de renome nacional, atrativos culinários e muitas outras opções.
Festivais de Poesia
Sendo conhecida, desde os anos 1940, como a Cidade Poema, São Fidélis celebra anualmente a arte da palavra por meio de seu Festival de Poesia, reunindo no município poetas de outros lugares e destacando também seus talentos locais. Geralmente acontecendo nas primaveras de cada ano, o concurso é conhecido em todo o Brasil pela qualidade dos trabalhos inscritos, bem como pela digna validação que os Festivais conferem aos trabalhos de escrita e declamação. Com as primeiras edições remontando aos anos 1960, atualmente os festivais já apresentaram variedades especiais, como as dedicadas exclusivamente aos poetas de São Fidélis, aos estudantes e aos artistas com mais de 60 anos de idade.
Feiras Culturais
Para acompanhar especialmente os Festivais de Poesia de cada primavera, a cidade recebe uma série de eventos culturais, artísticos e educacionais, numa maratona deliciosa de participar. Realizadas em praça pública, as atrações dialogam com os públicos de todas as idades que circulam pelo seu espaço, em ações que, por meio de linguagens diversas, dão novo ritmo ao centro de São Fidélis. Tendo a culminância no Festival de Poesia, as atrações se direcionam de maneira particular ao incentivo da leitura, contando com uma feira de livros atenta a todos os gostos dos leitores fidelenses.
Exposição Agropecuária
Anualmente se celebram em São Fidélis aspectos da vida no campo e atividades econômicas que fazem girar a roda da economia fidelense. Atrações musicais, exibições artísticas e culturais, concursos, festas do laço e rodeios animaram em sucessivas edições da Exposição Agropecuária os munícipes e visitantes, em comemorações àqueles que da terra tiram o sustento e colocam no prato de milhares de pessoas as refeições de cada dia. Aproveitando o frio costumeiro do inverno fidelense, este é um evento cativante para todos os públicos.
Referências para o texto: Wikipédia ; Caravela ; Site da Prefeitura Municipal .

quarta-feira, 30 de julho de 2025

TORRES - RIO GRANDE DO SUL

Torres é um município brasileiro situado no extremo norte do litoral atlântico do estado do Rio Grande do Sul. A paisagem da cidade se destaca por ser a única região praiana do Rio Grande do Sul em que sobressaem paredões rochosos à beira-mar, e por ter à sua frente a única ilha marítima do estado, a Ilha dos Lobos. 
A área onde hoje se encontra a cidade tem sido habitada pelo homem desde há milhares de anos, existindo testemunhos físicos na forma de sambaquis e outros achados arqueológicos. No século XVII, durante a colonização do Brasil pelos portugueses, por estar encravado em um estreitamento da planície costeira sulina, o local passou a se constituir rota de passagem obrigatória para os tropeiros e outros desbravadores e aventureiros luso-brasileiros vindos do norte pelo litoral - a única outra passagem que havia então era por cima do planalto de Vacaria - e que buscavam os rebanhos livres de gado que se multiplicavam no pampa mais ao sul e caçavam os indígenas para fazê-los escravos. Muitos acabaram por se fixar na região e se tornaram estancieiros e pequenos agricultores. E por dispor de morros junto à praia, logo foi reconhecido seu valor estratégico como ponto de observação e controle de passagem, de importância militar e política no processo de expansão do território português sobre o espanhol. Foi fundada ali na última quadra do século XVIII uma fortificação, que entretanto logo foi desmantelada quando a conquista se efetivou. 
A construção da Igreja de São Domingos no início do século XIX atraiu para seu entorno muitos dos residentes dispersos na região, estruturando-se desta forma um povoado. Sua evolução ao longo deste século, porém, foi morosa, mesmo tendo recebido levas de imigrantes alemães e italianos, sobrevivendo numa economia basicamente de subsistência. A expansão econômica, social e urbana só aconteceu a partir do início do século XX, quando em vista de sua bela paisagem, clima ameno e boas praias de banho, o potencial turístico da cidade foi descoberto e passou a ser explorado. Desde então cresceu com mais vigor e celeridade, chegando hoje a se tornar uma das praias mais procuradas do estado, recebendo no verão um público flutuante mensal de 200.000 pessoas, muitas delas estrangeiras, vindas principalmente dos países do Prata. Isso contrasta com as dimensões de sua população fixa. Não por isso deixou de desenvolver uma economia consistente e boa infraestrutura para atender a esta demanda turística, sua fonte principal de renda. 
Enquanto o turismo trouxe progresso e crescimento, tornando a cidade um polo estadual para eventos, festas, competições esportivas, espetáculos e outras atrações, trouxe também sérios problemas para o meio ambiente e a cultura tradicional. Antes coberta pela Mata Atlântica, de biodiversidade especialmente rica pela variedade de ambientes criados pela geografia complexa da área, hoje tem este patrimônio natural severamente ameaçado e muito reduzido, com poucas áreas preservadas, já tendo perdido muitas espécies e estando outras tantas em perigo.
História
Pré-história

A região de Torres, cidade litorânea do estado brasileiro do Rio Grande do Sul, vem sendo habitada pelo homem há milhares de anos. Os primeiros a percorrê-la foram grupos de caçadores-coletores-pescadores oriundos do norte do continente, e que deixaram diversos vestígios na região sob a forma de sambaquis, grandes montes artificiais de conchas onde são encontrados frequentemente sepulturas humanas e objetos de pedra e osso como machados, pesos de redes, anzóis, pontas de flechas e esculturas representando aves, peixes, cetáceos, quadrúpedes e raros antropomorfos, além de outros artefatos. Estas populações acabaram, durante o Neolítico, por iniciar um processo de fixação no local, adaptando-se para um modelo sedentário, domesticando plantas como o milho, amendoim, tabaco, pimenta e batata para cultivo e se tornando agricultores. Desta fase também são encontrados vestígios de índios da chamada Cultura Taquara, agricultores do planalto que vinham ao litoral sazonalmente para pescar e coletar moluscos, a fim de complementarem sua dieta, fazendo acampamentos em zonas limítrofes entre a restinga e as dunas. Mais ou menos na mesma época a região passou por uma nova onda migratória, desta vez composta pelos guaranis, cuja cultura era mais complexa e cujos relictos são mais complexos, incluindo cerâmicas e objetos rituais, além de se supor que tivessem já desenvolvido também a cestaria, a arte plumária e a tecelagem. 
Colonização portuguesa
A geografia da área de Torres é singular. Estando numa longa planície litorânea que vai de Laguna até depois do Chuí, uma das mais extensas praias arenosas contínuas do mundo, salienta-se nesta paisagem por ser possuidora dos únicos afloramentos rochosos à beira-mar, as chamadas "torres" de basalto vulcânico que lhe deram o nome. Neste local, além disso, a planície costeira, que ao norte e sul é mais larga, se afunila, o que fez deste ponto uma rota de passagem obrigatória para todos os que não quisessem transpor entre sul e norte tendo de percorrer os planaltos da Serra Geral. Os índios em suas movimentações já haviam percebido que Torres era um caminho natural, e haviam aberto picadas por ali antes de os portugueses chegarem. 
A colonização da área pelo homem branco iniciou não muito depois da Descoberta do Brasil em 1500. Uma carta de 1639 do rei Filipe IV de Espanha ao vice-rei do Peru Marquês de Mancera diz que desde tempos antes os paulistas vinham avançando sobre o litoral sul do Brasil. As trilhas abertas pelos índios se tornaram o caminho usado pelos portugueses ao longo do século século XVII, vindos do norte, para irem pouco a pouco se apossando de um território que pela lei da época pertencia à Espanha, por força do Tratado de Tordesilhas - a parte portuguesa encerrava na altura de Laguna, em Santa Catarina, bem mais ao norte. Uma crônica de Jerônimo Rodrigues narra que ali era a fronteira da nação indígena ibirajara, que dominava até o Rio Mampituba, tendo os patos ou carijós ao norte, mas que estavam sempre incursionando uns em terras de outros. 
Entre os pioneiros brancos que se aventuraram por aquelas paragens estavam caçadores de escravos, que vinham em busca de índios, e tropeiros que vinham arrebanhar o gado que se multiplicava livre no pampa. E Portugal ignorando os tratados permanecia avançando sobre terras da Espanha. Depois da fundação de Rio Grande em 1737 na barra da Lagoa dos Patos, no litoral sul do estado, os portugueses fundaram um registro militar na altura de Imbé em 1738. Porém, este não dava conta do controle de toda a área até a Serra, e se viu necessária a posse do estreitamento da planície costeira mais para o norte, onde Torres iria nascer. O primeiro local escolhido foi as pedras de Itapeva, cerca de 60 km ao norte de Imbé, criando-se outra guarnição militar, mas a qual, da mesma forma, se mostrou insuficiente, ainda não cobrindo uma última picada pela qual os contrabandistas de gado podiam passar sem ser vistos. No fim do século XVII já era registrada a presença de alguns residentes luso-brasileiros dispersos por esta região. 
A partir de 1761 é registrada a concessão de algumas sesmarias entre Itapeva e o Rio Mampituba, fixando novos colonos. Em 1777 foi erguida no flanco oriental do Morro das Furnas uma bateria com dois canhões, chamada de Forte de São Diogo das Torres, com o objetivo expresso de controlar os espanhóis que nesta altura haviam dominado a Ilha de Santa Catarina e ameaçavam avançar para o sul. O local foi escolhido por proporcionar uma visão elevada e desobstruída em um largo círculo. Porém, diante do armistício, o forte foi abandonado, mas o valor estratégico deste ponto continuou sendo reconhecido e aproveitado. Por isso, o tenente-general Sebastião Xavier da Câmara, governador da Capitania do Rio Grande de São Pedro, mandou o engenheiro José de Saldanha erguer em 1797 uma nova guarda e registro militar para controle e pedágio da passagem terrestre, com duas peças de calibre 4 e um destacamento de soldados. O forte era apenas uma guarnição de madeira e palha, com uma casinha de pedra e telha para abrigar a pólvora. Em 1801 assumiu o comando da guarnição o alferes Manuel Ferreira Porto, considerado o fundador da cidade. Com a criação dos primeiros municípios da capitania, em 1809, esta área recaiu sob a jurisdição de Santo Antônio da Patrulha, tornando-se o Distrito das Torres.
Início da urbanização
Não há mais notícia do local até 1815, quando por ali passou o Bispo do Rio de Janeiro, Dom José Caetano da Silva Coutinho, cuja diocese se estendia até esta capitania. A pedido de alguns rancheiros da região, autorizou a ereção de uma capela. Em 1818, por despacho do Marquês de Alegrete, foi concedida uma área de 150 braças quadradas para formação de um povoado e construção do templo, que entretanto iniciou e logo parou pela extrema pobreza e desunião dos locais. O ano seguinte marca a chegada do brigadeiro Francisco de Paula Soares de Gusmão, enviado pelo Conde da Figueira, governador da capitania, para reforçar a fortificação, que já estava novamente em ruínas, e inspecionar a barra do Rio Mampituba e o litoral norte, para verificar se por ali podiam se desembarcar invasores espanhóis. Francisco fez como ordenado, e concluiu que um desembarque era impossível, dada a ausência de um porto natural e por ser um litoral perigoso para navegação. A ameaça espanhola que voltara a assombrar os lusos no fim não se materializou, e o forte deixou de ter razão de ser. Francisco recebeu ordem de se retirar para a capital, mas percebendo a boa posição geográfica do lugar e seu potencial econômico como passagem muito frequentada para a Capitania de Santa Catarina, pediu para ficar e assentar definitivamente a desejada capela para socorro espiritual de muitos em uma área de 40 léguas em torno, que precisavam se deslocar até Osório ou Laguna para o culto. Aprovada a solicitação, o conde mandou, em 1820, iniciar à "Povoação das Torres" com algumas índias de Taquarembó. Francisco de Paula as tomou e fez que casassem com brancos, e fossem morar num arraial erguido às margens da Lagoa do Violão. Logo deu início às obras da capela, e antes que ela se concluísse mandou vir para capelão o padre Marcelino Lopes Falcão. No Natal de 1820 foi ouvida a primeira missa.
Em meados do mesmo ano a visitara o naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire, que deixou vívido relato da paisagem, da natureza e da vida dos residentes. Ao chegar encontrara o alferes Porto comandando cerca de 30 escravos índios a trabalharem nas estruturas do forte. Em Itapeva pernoitou num casebre de treliça de estacas e folhas de palmeira, "sem porta e (com) um quarto desprovido de janela e mobiliário, onde a roupa branca e o vestuário de toda a família são estendidos sobre traves". Em contraste com a pobreza da habitação, a senhora usava um traje elegante e os cabelos penteados com gosto.
Entretanto, Francisco disse que o comando militar passou para o alferes Porto somente no ano seguinte, e então a atividade teria esmorecido. Proclamada a Independência, passando por ali em 1824 o novo governante da ora Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, o Visconde de São Leopoldo, percebendo as potencialidades do sítio e reconhecendo o bom trabalho anterior de Francisco de Paula, voltou a encarregá-lo do povoamento e finalização da capela, o que ocorreu em 1825, quando foi elevada a capela curada. A capela, atualmente conhecida pelo nome de Igreja de São Domingos, se tornou um chamariz para várias outras famílias que já estavam por ali arranchadas, crescendo o povoado em seu redor, que em quatro anos já tinha passado de 1.000 habitantes. Francisco de Paula, na correspondência que deixou, se revela um entusiasta pelo projeto, ajudando novos moradores a se estabelecerem, abrindo ruas, instalando fontes, criando um cemitério, casa paroquial, presídio e outras benfeitorias, muitas vezes às suas próprias custas, além de solicitar ao governo da capitania que enviasse outros recursos humanos e materiais. Já nesta época começou a imaginar a construção de um porto e regularização da barra do Mampituba. 
Em 1826 a Câmara de Santo Antônio da Patrulha iniciou a instalação de mais de cem famílias de imigrantes alemães, protestantes nas colônias de Três Forquilhas e católicos em São Pedro de Alcântara, a poucas léguas para o interior do núcleo inicial do Povoado das Torres. Um viajante alemão em passagem, Carl Seidler, contudo, disse que a distribuição dos lotes foi desigual, os católicos recebendo os melhores, o que causava frequente atrito com os protestantes. Disse mais, que a região ainda era assolada por índios, que matavam gente e causavam destruições, com a consequência de a população decrescer em vez de aumentar.
Apesar das visões positivas de Francisco, sabe-se que a sobrevivência do povoado era precária, agravada por frequentes desentendimentos entre os locais e a Câmara de Santo Antônio por causa de impostos excessivos, interditos arbitrários sobre a pesca, divisão irregular de terras e outras disputas, e pela eclosão da Guerra dos Farrapos em 1835, que criou uma situação de penúria e tumulto, sendo alternadamente ocupada por forças imperiais e farroupilhas. Em pleno conflito, em 1837 foi elevada a Freguesia com o nome de Freguesia de São Domingos das Torres.
Os relatórios oficiais da época são repletos de queixas pelas más condições gerais e de súplicas por envio de ajuda da capital. Em 1846 havia apenas 187 proprietários registrados na cidade e menos de 150 eleitores. A soma desses fatores acabou por levar à emancipação em 1857 do então Distrito de Conceição do Arroio, hoje Osório, separando-se de Santo Antônio e incorporando a si o Distrito das Torres. Nesta altura a navegação interna pela rede de lagoas e canais da região começava a se tornar mais intensa, criando uma ligação entre o litoral norte e Porto Alegre por onde passavam pessoas e bens. Vários deputados e administradores locais tentaram promover o progresso, havia na prática um consenso de que a região tinha um grande potencial ainda inaproveitado, mas embora algumas melhorias fossem conseguidas, a própria Província não era rica e pouco pôde fazer, e as queixas de pobreza continuaram. 
A situação de estagnação social, cultural, urbana e econômica se prolongou até o início do século XX, chegando a surpreender que o povoado tenha sido erigido, num mesmo ato de 1878, a Vila, e em seguida a Cidade. Natural que perdesse o maior status, sendo reanexada a Osório. Voltou a ser município só em 1890. A Proclamação da República trouxe principalmente agitação política para a cidade, que teve diversos administradores se sucedendo em curto espaço. Outro sobressalto foi a Revolução Federalista de 1893, servindo de passagem para tropas. No mesmo ano começaram a chegar, descendo a Serra, famílias de imigrantes italianos que não conseguiram se fixar na região de Caxias do Sul. E a riqueza para a população continuava a ser coisa desconhecida. O resumo dos cerca de trinta inventários deixados por defuntos entre 1896 e 1898 indica que naquele tempo quase metade das famílias ainda não dispunha de uma mesa de refeições em suas casas. 
Progresso
Em 1892 a ideia do porto em Torres voltava a ganhar alento. Iniciou-se a construção de um molhes na Praia da Guarita, para abrigar navios que viriam trazer material de construção para o porto verdadeiro. As pedras para o molhes saíram dos próprios morros vizinhos, explodidos com dinamite (os rombos ainda são visíveis), mas em breve o projeto foi abandonado, com apenas 50m de um molhe construído. Na virada para o século XX Torres começou a se tornar notícia frequente nos jornais da capital (mais de trezentas notas entre 1895 e 1912), e a tônica dos debates era o aproveitamento dos canais e lagoas para navegação interna, bem como a velha ideia de construção de um porto; falava-se também na construção de uma ferrovia. Essas obras deveriam certamente acelerar seu crescimento, mas não se realizaram como o esperado. A solução para o atraso socioeconômico e cultural veio de outra parte, quase casualmente.
Na mesma época o Brasil procurava se modernizar, e olhava para a Europa em busca de modelos de civilização; assim, entre outras tendências imitadas começou a se notar a adoção pelas elites do conceito europeu de férias e da moda dos banhos de mar, considerados terapêuticos, e com isso começaram a chegar em 1910 os primeiros veranistas, vindos do planalto gaúcho e de Porto Alegre. Mas ainda não havia boas estradas, e a viagem, que durava de três a quatro dias, era um empreendimento trabalhoso, ocorrendo geralmente em carretas ou lombo de mulas e sendo necessário levar comida e outros bens para um conforto mínimo, pois nenhuma estrutura especial para receber esses visitantes ainda fora desenvolvida. Esses veranistas pioneiros geralmente acampavam à beira-mar, ou se hospedavam em uma das pobres pensões do local. Seus costumes eram espartanos, e como relatou Mário de Freitas, os homens assim que chegavam adquiriam um pijama, um par de tamancos, um chapéu de palha de butiá e uma bengala de pau entalhado típica da região. As mulheres usavam de regra apenas um robe de chitão ou opalina, calçando chinelos ou sandálias. Os banhos eram tomados bem cedo, seguindo uma ritualística própria de acordo com as ideias médicas da época, recebendo o banhista somente um número de ondas pré-determinado, o que era repetido por nove banhos, quando o "tratamento" era dado por encerrado. 
Dentre as personalidades que deram forte impulso ao desenvolvimento de Torres, destaca-se quem primeiro percebeu e decidiu explorar o potencial para o turismo da cidade: José Antônio Picoral. Filho da colônia São Pedro de Alcântara, tornou-se próspero comerciante em Porto Alegre, mantendo, porém, vínculo com a terra de origem. Depois de um frustrante veraneio em Tramandaí, Picoral imaginou transformar Torres em uma moderna estação balneária e, em 1915, após entendimentos com João Pacheco de Freitas, Luiz André Maggi, Carlos Voges e outros torrienses, instalou seu Balneário Picoral, cuja sede a princípio foi o Hotel Voges, logo chamado Hotel Picoral, marco histórico da introdução do turismo em Torres e o maior empreendimento turístico do estado até então. Tinha grandes pavilhões para atividades coletivas como refeições e festas, e uma série de chalés para dormitório, organizados num quarteirão que focalizou a movimentação social de seu tempo e criou em seu redor a "zona nobre" da cidade, inaugurando um promissor caminho econômico alternativo pelo qual a cidade pôde enfim crescer. 
O hábito do verão à beira-mar pouco a pouco se difundiu, e a partir da década de 1920 Torres acabou por ser conhecida pelos riograndenses como um local da moda. A instalação de uma linha de ônibus Torres-Capital tornou as coisas apenas um pouco mais fáceis para os veranistas, pois as estradas ainda não passavam de picadas esburacadas e sujeitas a alagamentos. Sobrevivem crônicas bem-humoradas sobre os passageiros sendo obrigados a empurrar o ônibus atolado no barro e juntas de mulas ou bois a tentar mover o veículo. Isso não parecia incomodá-los. Conforme dizem os relatos, era para eles tudo uma grande e divertida aventura, sabendo que logo estariam desfrutando de momentos de descontração na beira da praia, junto de amigos e parentes. 
Esses novos visitantes trouxeram outros com eles, e mais outros, e a cidade começava a mudar seu perfil urbano, aparecendo pensões, outros hotéis como o Farol e o Sartori, mercados, abrindo-se ruas e se multiplicando as casas de verão. O Balneário Picoral vai então se tornar o centro de encontro de políticos e ricaços do estado, além de organizar em seus salões saraus literários, bailes elegantes e recitais de música. E logo diversos ilustres passaram a comprar terrenos para construir chalés de veraneio requintados, como Borges de Medeiros, Protásio Alves, Possidônio Cunha, Firmino Torely e muitos outros.
Cardoso diz que nesta fase se consolidou a vocação turística da cidade, ao mesmo tempo em que passava a ser vista como um local civilizado, cuja natureza já estava domesticada e posta a serviço do homem, especialmente pelo incentivo de médicos famosos da época, como o próprio Protásio Alves, sempre lembrando os benefícios do contato com o mar e a praia. Mas desde os primeiros momentos dessa elevação a um novo status, Torres já começou a assumir uma identidade peculiar como cidade de veraneio, o que torna as coisas todas muito movimentadas em três meses do ano, enquanto no restante a diminuição do número de pessoas presentes e atividades é marcante. Outra transformação foi o gradual afastamento dos agricultores e pescadores locais da participação integral nesse processo civilizador, construindo-se espaços de socialização e moradia bem diferenciados e exclusivos. Muitos desses nativos, durante o verão, deixavam suas lides habituais e se dedicavam a servir a elite que chegava como faxineiros, babás, cavalariços, cozinheiros, jardineiros, ou empregados nos vários hotéis que iam surgindo. Ao mesmo tempo, por causa desses grupos de forasteiros, a maioria se conhecendo mutuamente e se frequentando, a praia começou a assumir um perfil familiar. Nesse processo de "tomada de posse" e transformação da cidade pelos veranistas, em 1936, no "salão nobre" do Balneário Picoral, várias personalidades se reuniram para criar a Sociedade dos Amigos da Praia de Torres (SAPT). A SAPT efetivamente se tornou daí em diante uma força decisiva na determinação dos rumos da cidade. 
Na década de 1950, com estradas melhoradas, o progresso começou a chegar mais rápido.
As décadas seguintes só viram a confirmação de Torres como cidade turística de economia sazonal, ao mesmo tempo em que seus distritos iniciavam a se tornar mais dinâmicos, organizando-se em núcleos urbanos mais ou menos autossuficientes. Essa tendência acabou por levar diversos deles à emancipação. Em 1988 separaram-se Três Cachoeiras e Arroio do Sal; em 1992, Três Forquilhas e Morrinhos do Sul. 
Torres se desenvolveu nas últimas décadas e continua a manter seu prestígio como umas das mais concorridas praias do estado do Rio Grande do Sul, mas passou a experimentar dificuldades típicas do processo de desenvolvimento, tais como o descontrole na ocupação do espaço, degradação do meio ambiente e formação de bolsões de pobreza. 
Entre as preocupações atuais da administração pública estão solucionar esses problemas através de um modelo de gestão sustentável, chamando à participação as classes antes excluídas, preservando também a memória e o patrimônio histórico e cultural, fomentando as artes, e procurando romper o esquema da sazonalidade, a fim de diversificar a economia e equilibrá-la ao longo de todo o ano. 
Geografia
Torres pertence à Mesorregião Metropolitana de Porto Alegre e à Microrregião de Osório. Localiza-se a uma latitude 29º20'34" sul e a uma longitude 49º43'39" oeste, estando a uma altitude de 16 metros. Possui uma área de 264,5 km². Dista 197 km de Porto Alegre e 280 km de Florianópolis. Seus limites são o município de Passo de Torres (SC), ao norte, Arroio do Sal, ao sul, Mampituba, Dom Pedro de Alcântara e Morrinhos do Sul, a oeste, e o oceano Atlântico a leste. 
Geologia e hidrografia
A cidade está localizada no litoral sul do Brasil, caracterizado por uma ampla planície costeira que vai do Cabo de Santa Marta em Santa Catarina até a Barra do Chuí, no Rio Grande do Sul, uma das mais extensas e contínuas praias arenosas conhecidas. O trecho é pontilhado por um complexo sistema de barreiras arenosas quartzíticas que delimitam uma série de lagos e lagunas rasos e canais, como as lagoas Itapeva, do Jacaré e do Violão, em diferentes estágios evolutivos, cuja tendência é a de se transformarem em pântanos costeiros. Este sistema é descrito tecnicamente como barreira costeira múltipla complexa, e se desenvolveu durante os três últimos grandes ciclos de variação do nível do mar, durante os períodos Pleistoceno e Holoceno. Em tempos recentes as lâminas de água têm sofrido uma acentuada redução, acarretando mudanças na sua salinidade e ecologia. 
Outra formação hídrica importante é a bacia do Rio Mampituba, que banha uma área habitada por mais de 12.000 pessoas e atravessa áreas inseridas na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Sua superfície é de 11.300 hectares, com um perímetro de 14,5 km. O Rio Mampituba nasce na Serra Geral e em Torres desemboca no oceano Atlântico, após percorrer 62 km, delimitando, em seu baixo curso, a fronteira entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Tem, no lado riograndense, entre seus afluentes o Rio Pavão e duas importantes lagoas que extravasam através do Rio do Forno: a Lagoa do Morro do Forno, formada pelo Rio do Mengue e o Rio das Pacas, e a Lagoa do Jacaré. Em Santa Catarina recebe as águas da grande Lagoa do Sombrio e do Rio Sertão, seu principal afluente. 
Relevo
Na altura de Torres a planície costeira é particularmente estreita, comprimida contra as escarpas do planalto da Serra Geral, que na cidade lança fragmentos para a praia formando o único promontório rochoso de todo este extenso litoral, as falésias de Torres, popularmente conhecidas como "torres" e que deram o nome à cidade. As rochas penetram sob o mar e afloram a 2 km da costa, formando a diminuta Ilha dos Lobos, a única ilha do litoral riograndense, que sobressai apenas cerca de 2m do nível do mar e já foi responsável por vários naufrágios. 
Solo 
O terreno da cidade é formado por um substrato de arenitos eólicos da Formação Botucatu, datados do limite Jurássico/Cretáceo, constituídos por arenitos de estratificação cruzada, planar ou acanalada, de médio a grande porte, com raras intercalações de arenitos com estratificação plano-paralela e comumente alternância de lâminas de arenito fino e médio. Sobre esta camada ocorreram os sucessivos derrames de lava da Formação Serra Geral, datados do Mesozóico e constituídos principalmente por basaltos e basalto-andesitos toleíticos, que contrastam com riolitos e riodacitos. 
Acompanhando uma tendência constatada em todo este litoral arenoso, observa-se a erosão da linha costeira pelo vento e variações no nível do mar por ocasião de temporais, ressacas e mudanças no regime de ondas. A plataforma continental adjacente tem uma declividade suave de 2m/km, sendo típica a presença de bancos arenosos lineares.
Praias
A orla marítima municipal é dividida em cinco praias principais, cujos limites são formados pelas várias elevações rochosas. Na ordem norte-sul: 
- Praia Grande, com 2 km de extensão, vai da barra do Rio Mampituba até o primeiro afloramento rochoso, que é raso e não tem nome; é a preferida para o banho de mar e onde ocorre a maioria dos eventos esportivos e shows a céu aberto no verão.
- Praia do Meio ou Prainha, com 600m, seguindo até o Morro do Farol; não é muito adequada para banhos em vista das muitas rochas no fundo.
- Praia da Cal, entre o Morro do Farol e o Morro das Furnas, cujo nome se deve à antiga presença de fornos de torrefação de conchas retiradas de sambaquis para a fabricação de cal.
- Praia da Guarita, entre o Morro das Furnas e o Morro da Guarita, junto ao parque ecológico que leva seu nome.
- Praia de Itapeva, do Morro da Guarita até o Morro de Itapeva (em tupi "pedra chata"), a maior de todas, com 6 km de extensão, sendo a mais distante do centro urbano e por isso a menos frequentada.
Clima
O clima de Torres é subtropical úmido, influenciado por massas de ar tropicais e polares, com predominância da massa tropical atlântica. As precipitações são abundantes e regulares durante todo o ano, sem a ocorrência de uma estação seca, sendo o índice pluviométrico de 1.580 milímetros. A temperatura média compensada anual é de aproximadamente 20 °C, com grande amplitude térmica ao longo do ano. Com elevados índices de umidade relativa do ar, a insolação atmosférica é de aproximadamente 2.100 horas/ano.
Ocorre às vezes a formação de ciclones extratropicais na costa, com ventos fortes, ressacas e temporais, que prejudicam principalmente as atividades marítimas como a pesca e o banho, podendo também causar alagamentos e danos em construções. Em 2004 a região foi atingida pelo furacão Catarina, fenômeno até então desconhecido pelos brasileiros, que deixou um rastro de destruição em Torres, com 1 500 casas danificadas e uma morte. 
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), desde 1961 a menor temperatura registrada em Torres foi de −0,2 °C, em 8 de junho de 2012 e a maior atingiu 41,4 °C, em 25 de dezembro do mesmo ano. O maior acumulado de precipitação em 24 horas chegou a 257,3 mm, em 14 de fevereiro de 2014. Setembro de 2009 foi o mês de maior precipitação, com 440,3 mm. Desde junho de 2006, a maior rajada de vento chegou a 112,3 km/h (31,2 m/s), na madrugada do dia 11 de dezembro de 2012.
Meio ambiente
A área de Torres está incluída no bioma da Mata Atlântica, caracterizado localmente pelo predomínio da floresta perenifólia higrófila costeira. Na definição de 1999 do Conselho Nacional do Meio Ambiente a área de Torres é caracterizada como de restinga.
Contudo, a diversidade geomorfológica e hídrica da cidade, que se localiza em uma área de transição entre serra, litoral e pampa, propicia a formação de ecossistemas diferenciados, com ambientes de dunas, praias, costões rochosos, banhados, lagoas, campos, matas e restingas propriamente ditas, cada qual com sua flora e fauna específicos. Muitas espécies tropicais encontram nesta região seu limite sul, como Ipomoea pes-caprae, Aniba firmula, Licaria armeniaca, Ormosia arborea, Clusia criuva, enquanto outras, típicas do pampa e do planalto, têm ali seu limite norte, como Acathosyris spinescens, Jordina rhombifolia, Regnellidium diphyllum, Berberis laurina, Discaria americana e outras. A zona costeira também se constitui numa rota de aves migratórias de habitats costeiros. Mais de 60 espécies com ocorrência no Litoral Norte do Rio Grande do Sul pertencem a esta categoria, mas não nidificam no local. 
Torres já está sob grande pressão ambiental, notando-se a ocupação desordenada do solo e o avanço rápido da urbanização, o desmatamento, a poluição e a destruição do ambiente natural, além de pesca e caça predatórias.
Ainda existe uma rica biodiversidade em Torres, mas quase todos os grandes carnívoros e herbívoros nativos estão localmente extintos, sobrevivendo apenas poucas capivaras, jacarés-de-papo-amarelo e lobos-marinhos em migração desde a Patagônia. Estes até a década de 1980 ainda apareciam para acasalar em grandes grupos na Ilha dos Lobos, que deve seu nome a eles, mas eram abatidos em massa por estragarem as redes dos pescadores quando buscavam seu peixe, e atualmente sua presença é mais rara. Também de passagem aparecem golfinhos, baleias, botos e tartarugas-marinhas. Entre as espécies animais ameaçadas na região se encontram o acima citado jacaré (Caiman latirostris), a corvina (Micropogonias furnieri), seis espécies de peixe-rei, a rã Physalaemus riograndensis, o lagarto Liolaemus occipitalis, a marreca-caneleira (Dendrocygna bicolor), o bugio-ruivo (Allouata fusca). Na flora se encontram sob ameaça, por exemplo, o butiá (Butia capitata), o gravatá (Vriesea psittacina), a quaresmeira (Rollinia maritima), o palmito (Euterpe edulis), o buriti (Trithrinax brasiliensis), a vassourinha (Eupatorium ulei), o cipó-rabo-de-macaco (Rourea gracilis), a taquara-mansa (Merostachys pluriflora), algumas delas endêmicas.
Existem quatro áreas de preservação ambiental na cidade: a Reserva Ecológica da Ilha dos Lobos, pertencente à União e contando com apenas dois hectares, o Parque Estadual de Torres, com 15 ha, o Parque Estadual de Itapeva, com 1.000 ha, e o Parque Estadual da Guarita, com 350 ha. Isso não basta para salvar a grande quantidade de espécies ameaçadas da região, pois não há nem área suficiente protegida, nem nas áreas protegidas há representatividade biológica completa. Salvo na reserva da Ilha dos Lobos, todas as demais têm áreas invadidas por habitações irregulares ou integram áreas de urbanização mais antiga, cuja população rotineiramente transgride as regras de conservação, seja ocupando o solo, lançando esgoto e detritos, caçando e pescando, e interferindo na vegetação, acentuando a pressão ambiental e fazendo degradar áreas até há pouco em bom estado. A própria Ilha, por sua vez, embora o desembarque seja proibido, é impactada pela presença em seu entorno de barcos turísticos, surfistas e principalmente por barcos pescadores clandestinos, que lançam suas redes a pouca distância para capturar os cardumes que frequentam as rochas submarinas. O governo estadual reconheceu que a situação das suas reservas é precária, sofrendo com carência crônica de recursos financeiros, infraestrutura e pessoal. Na verdade, já não existe nenhum ambiente natural intacto na região de Torres. Por outro lado, algumas ONGs ambientais já atuam, e o poder público tem dado alguma atenção ao caso, como por exemplo organizando o Plano de Manejo do Parque Estadual de Itapeva, o Fórum de Manejo e Conservação da Lagoa Itapeva e o programa do Corredor Ecológico Integrado do Litoral Norte, através do qual estão sendo desenvolvidos vários projetos piloto de utilização sustentável dos recursos da planície costeira e da Mata Atlântica. 
Mesmo assim, diversos vereadores locais já se manifestaram contra o que consideram um excesso de preocupação ecológica, que segundo eles vem a prejudicar a vocação turística e a economia do município. Como exemplo está o protesto contra a criação do Parque de Itapeva, quando acusaram o governo de não pagar as devidas indenizações pela desapropriação e de impedir o desenvolvimento econômico da região. O vereador Carlos Alberto da Rosa disse que "criaram até uma lei para impedir os carros particulares de transitarem pela praia, porque estão preocupados com as tatuíras.... Ao invés de melhorar estão diminuindo a nossa cidade. Nossa cidade é turística e nunca podemos perder isto de vista". 
Demografia
No censo demográfico do IBGE de 2022, a população de Torres, era de 41.751 habitantes.
Economia
A principal atividade econômica da cidade é o turismo. 
O setor primário responde por 15% da economia do município. A grande maioria dos produtores rurais é de proprietários individuais, dedicando-se principalmente a lavouras temporárias  e a pastagens. As principais culturas são: arroz, banana, cana-de-açúcar, mandioca e abacaxi. Existem rebanhos de suínos, bovinos, galos, frangas, frangos e pintos e criações pequenas de ovelhas, codornas e coelhos.
Além disso, é feita a extração de alguns minerais: areia, argila, basalto e arenito. Há ainda um potencial energético em virtude da recente descoberta de uma jazida de turfa, que pode ser usada como combustível, nas imediações da Lagoa do Morro do Forno. 
Cidade litorânea, Torres também possui atividade pesqueira, que, embora em declínio, vem demonstrando uma tendência de passar da pesca de beira-mar à pesca embarcada, até porque a pesca de beira-mar vinha encontrando dificuldade diante do crescente afluxo de banhistas e surfistas durante o verão. Para evitar conflitos, foi criada legislação especial, definindo áreas permitidas para cada atividade. O poder público vem buscando a capacitação profissional e habilitação legal dos pescadores, bem como promover a pesca artesanal. Os barcos podem pescar até 3 toneladas de peixe por viagem, sendo os mais procurados a tainha, corvina, pescada, abrótea, cação, bagre, linguado, traíra e jundiá. Também se pratica a pesca nas lagoas e rios da região. Em 2010 o governo federal assumiu um compromisso de levar adiante o Projeto dos Molhes do rio Mampituba, que prevê o prolongamento dos dois braços dos molhes e ampliação do calado da barra, para permitir a entrada segura de barcos pesqueiros de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
A indústria, ainda incipiente, representa em torno de 5% da atividade econômica torriense. Em 1996 havia 51 indústrias instaladas, predominando as de móveis e esquadrias, vestuário e processamento de produtos primários (engenhos de cana-de-açúcar, destilarias de aguardente, descascadores de arroz, estufas de fumo, indústrias caseiras de alimentos). Por outro lado, o comércio, em função do turismo, é bem desenvolvido, com destaque para os setores alimentício, tecidos, vestuários e calçados, bens de consumo duráveis e ferragens, ferramentas e materiais de construção. O comércio é essencialmente varejista. O mesmo fator turístico, é um dos maiores responsáveis pela explosão na construção civil verificada em anos recentes. O setor de serviços tem diversas empresas cadastradas, privilegiando os setores de turismo e de reparos, manutenção e mecânica. 
Turismo
Torres vive essencialmente em torno do turismo que sua bela paisagem natural e suas praias de banho favorecem. Esta vocação turística, como já se aludiu, foi intuída no início do século XX por José Picoral, o primeiro a vislumbrar a cidade como um balneário atraente para os habitantes do interior do estado, especialmente de Porto Alegre, oferecendo uma infraestrutura hoteleira básica. A partir de sua iniciativa, em breve Torres se tornara um balneário da moda para os riograndenses, e tal fama ainda persiste hoje. 
Estima-se que durante os três meses de temporada de verão (dezembro, janeiro e fevereiro) a população aumente significativamente.
A cidade, por isso, já desenvolveu sólida infraestrutura turística, com grande número de hotéis de todos os níveis e tipos, incluindo pousadas e hotéis para cães, e boa oferta de serviços. 
Variados eventos organizados na cidade também atraem apreciáveis contingentes de público visitante. Eventos, festas, feiras, mostras, competições, atividades culturais e artísticas são promovidos não só no verão, quando são certamente mais numerosos, mas também ao longo de todo o ano. Destes talvez o mais importante seja o Festival Internacional de Balonismo, realizando-se entre abril e maio. É considerado um dos maiores festivais de balonismo do mundo. Mas também são organizados inúmeros eventos mais voltados para a população residente, embora tenham interesse turístico, como o Arraial Fest Torres, uma Festa Junina oficial de caráter familiar, mostras de artesanato de associações comunitárias e as comemorações locais da Semana Farroupilha.
Educação
A educação do município é dada através de catorze escolas com atendimento pré-escolar (cinco privadas; dezenove escolas de nível fundamental, sendo nove delas públicas; cinco escolas ofereciam ensino médio, sendo três escolas públicas.
Existe uma escola supletiva de primeiro e segundo nível, oferecendo também cursos técnicos. O Sistema Nacional de Emprego (SINE) oferece na cidade diversos cursos profissionalizantes, como camareiro, copeiro, cozinheiro, língua espanhola, garçom, recepcionista, telefonista, técnicas de vendas e operador de computador, e o SENAC também ministra cursos técnicos, como informática, linguagem Libras, organização e planejamento, atendimento ao cliente, vendedor e línguas estrangeiras. O atendimento especial é dado por um posto da APAE, para 154 alunos. 
O ensino superior é atendido por uma unidade da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), com dezesseis cursos de graduação, além de oferecer cursos à distância em Educação, Direito e Gestão. A ULBRA também abre espaço para discussões sobre o ensino público e privado, como por exemplo organizando e sediando o Simpósio Internacional de Educação e o Fórum Nacional de Educação, ambos já com várias edições, e organiza outras atividades de integração com a rede escolar, como o projeto Júri nas Escolas palestras e ações de saúde pública.
Transportes
As principais vias de acesso terrestre são a BR-101 e a Estrada do Mar (RS-389). O acesso aéreo se dá pelo Aeroporto de Torres, mas de fato ele é pouco utilizado, já que não se conseguiu enquadrá-lo nos voos turísticos e comerciais que atravessam o continente, conforme disse o jornalista Gastão Muri. O transporte aquático é praticado em pequena escala, prejudicado pela inexistência de um porto, embora ideias para sua construção existam desde o século XIX. Antigamente havia intensa navegação interior pela rede costeira de lagoas interligadas por canais, formando um sistema que se estende entre Osório e Laguna, em Santa Catarina, que, pela precariedade das estradas da época, era a melhor ligação até Porto Alegre, mas ao longo do século XX, com o aparecimento de outros meios de transporte, foi abandonada e hoje a rede quase só serve para passeios turísticos. O curso baixo do Rio Mampituba ainda é praticamente todo navegável, embora sua barra seja instável. 
Cultura
Arquitetura e patrimônio histórico

Torres, um dos mais antigos núcleos de povoamento do estado, inicialmente tinha uma arquitetura extremamente pobre, constituída de casebres de barro ou ramos cobertos de palha ou folhas de palmeira. Em seguida começaram a surgir exemplares típicos da arquitetura colonial brasileira, de influência barroca portuguesa, com casas baixas construídas de taipa ou pedra e cobertas com telhas. Quando se iniciou a exploração turística no começo do século XX foram construídos diversos prédios novos, entre hotéis e residências de verão para famílias abastadas de Porto Alegre e do interior do estado, estas muitas vezes de madeira e com requintes decorativos como lambrequins e balaustradas. Porém o mesmo interesse turístico, acompanhado pela especulação imobiliária e pela falta de conscientização patrimonial, fez desaparecer nas décadas mais recentes quase a totalidade dessas construções iniciais, incluindo marcos históricos importantes como o Balneário Picoral, a sede antiga do Hotel Farol e o Hotel Sartori, os primeiros a serem implantados na cidade.
O único monumento histórico/artístico de grande porte a sobreviver na cidade é a Igreja de São Domingos, erguida entre 1819 e 1824, a primeira igreja a ser construída no trecho entre Laguna e Osório. É considerada, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul, que a tombou em 1983, o marco inicial da cidade, que se desenvolveu em seu entorno. Tem um estilo colonial luso-brasileiro, embora tenha sofrido algumas intervenções posteriores em diferentes linguagens arquitetônicas, resultando num conjunto eclético, onde o barroco colonial ainda predomina. Apesar de sua importância, sua manutenção é precária e foi interditada em 2010, quando parte de sua parede lateral desabou.
Contudo, o restauro realizado entre 2010 e 2017 surpreendentemente removeu ou modificou a maior parte dos elementos originais do interior, substituindo-os por elementos modernos, com perda extensa de sua autenticidade e valor como documento histórico e artístico. 
Também resistem a "Casa da Terra", datada de 1854, e uma casa pegada à Igreja de São Domingos, chamada Casa nº 1, que recebeu o imperador Dom Pedro I em sua passagem pela cidade. Além disso, só existe um museu na cidade, o Museu Três Torres, que é privado e vinculado à Associação dos Amigos da Praia de Torres (SAPT). A Casa de Cultura age em parte como um, mas sem ter estrutura específica. Estava prevista para 2011 a construção de um museu de ciências naturais no Parque da Guarita, que contaria com aquários, esqueletos de animais marinhos e reproduções dos diferentes ecossistemas da região, além de exibir peças arqueológicas indígenas, mas o projeto ainda não se materializou. 
Artes
A principal forma de arte cultivada pelos residentes, de acordo com De Rose, é a música popular, com inúmeros praticantes em várias de suas formas, desde tradicionais a contemporâneas. Podem ser destacados nestas áreas o Grupo de Cultura Popular Kikumbí, premiado em vários festivais do estado, o projeto Quinta na Praça, com música ao vivo em vários estilos apresentada no coreto da Praça XV de Novembro, privilegiando músicos locais e atraindo sempre muitos espectadores, e o grupo Mesa de Bar, que realiza recitais de poesia e de músicas próprias e MPB, excursionando por várias cidades do Rio Grande do Sul com sucesso. 
No entanto, o crescimento turístico da cidade levou à consolidação de uma vida cultural e artística mais variada e dinâmica, concentrado, porém, nos meses de verão. A Casa de Cultura de Torres é o mais importante espaço cultural público da cidade, mostrando exposições e apresentações de arte. A SAPT também desenvolve significativa atuação cultural, mantendo em parceria com a Prefeitura o Centro Municipal de Cultura, com auditório para 200 pessoas, um espaço de mostras e organizando espetáculos, cursos e oficinas. Mas também há outros locais, como o Pátio das Artes, com atividades múltiplas, além de hotéis e associações comunitárias também abrirem seus espaços para as artes e o artesanato.
Em toda a cidade são realizados inúmeros espetáculos de teatro, música, cinema, exposições, festivais e shows diversos. A título de exemplo cite-se o festival de teatro Torres na Cena, que graças ao crescente interesse de grupos de São Paulo e Rio de Janeiro vem adquirindo contornos nacionais; a Feira do Livro de Torres, que vem crescendo a cada ano, dá espaço para escritores locais como Hellen Rolim e Cleide Lacerda Alves, e já contou com a participação de nomes importantes como Martha Medeiros, Moacyr Scliar, Mario Pirata e Luís Fernando Veríssimo; o Beach Folia, um dos maiores carnavais do estado; e as várias atrações promovidas pelo SESC, trazendo artistas de fama nacional. 
Finalmente, é de lembrar que a paisagem torriense desde o século XIX vem servindo como motivo de inspiração para muitos artistas de fora, que a retrataram em pinturas, desenhos e fotografias, dos quais são importantes entre outros Jean-Baptiste Debret, Herrmann Rudolf Wendroth, Francis Pelichek, Luís Maristany de Trias e Danúbio Gonçalves. Entre os locais, merece nota Nilceomar Munari, há mais de uma década dedicada a pintar a cidade. 
Tradições e folclore
Torres compartilha com toda a região do Litoral Norte do estado diversos costumes tradicionais, a começar pelos hábitos típicos da comunidade pesqueira, com suas técnicas e materiais antigos, que ainda sobrevivem principalmente entre os pescadores mais velhos, produzindo artesanalmente suas redes e barcos, mantendo seus conhecimentos e interpretações tradicionais sobre o mar, os fenômenos do clima e os peixes, e preservando uma série de práticas como a de fazer promessas e benzeduras antes de sair à pesca, ou usando amuletos. Ainda vivem também, consolidadas basicamente no século XIX mas de origem última imemorial, práticas de medicina caseira, alimentação, vestuário, formas de linguagem, uso de apelidos, lendas e histórias diversas, como as lendas sobre um tesouro enterrado no Morro das Furnas, sobre a praga lançada por um jesuíta por ter sido maltratado na cidade, e a do "espírito perdido", uma interpretação local do fogo-fátuo. 
Nas formas de linguagem podem ser citados o uso de arcaísmos, como dous (dois), pero que (porque), entonce (então), alhur (alhures), pregunta (pergunta) e digues (diga), ou expressões idiomáticas, como fazer boca de bagre (omitir-se), bendito fruto (homem que se intromete em assuntos femininos), mostrar as escamas (revelar-se) e dar a casca (morrer). A medicina caseira encontra expressão no uso terapêutico ou profilático da água benta, de chás de ervas como arruda, mil-homens, guiné, alecrim, poejo, macela e muitas outras, além de benzeduras, orações e encantamentos, tais como a fórmula para resolver engasgamentos: biguá, biguá, sai espinha deste luga(r) que (es)tais, ou aquela invocada para curar icterícia com folhas de laranjeira: Deus te salve, laranjera, que eu não vim ti visitá, vim ti pidi nove foia, pruma visita expodá.
Outros costumes estão ligados aos ritos de passagem, sendo mais conhecidos os tabus que envolvem o nascimento, como o que impede a parturiente de pisar em escama de peixe, e a morte de crianças, quando se usava vesti-las como anjos e levar bandeirinhas ao cemitério para espetá-las na tumba. Outros ritos são a confecção de uma "mesa de inocentes" em pagamento de promessas, oferecendo doces e salgados a sete crianças com menos de oito anos, e o oferecimento de ex-votos feitos de massa de pão. Entre as festas populares se destacam os ternos de Reis, danças como o pau-de-fita e a jardineira, a festa do Boizinho, festas juninas, cantigas de roda, bailes e festas religiosas, sendo a mais concorrida a de Nossa Senhora dos Navegantes, católica, comemorada em conjunto com Iemanjá pelos adeptos das religiões afro-brasileiras. O artesanato é outra forma de manifestação de costumes antigos, havendo em Torres e arredores o cultivo da renda, do bordado, da cestaria, do artesanato com conchas, cipós e bambus para confecção de bolsas, tapetes, bijuterias, adornos para casas e outros objetos. Da mesma forma a culinária local tem pratos tradicionais, predominando os à base de peixe, marisco e siri, que podem ser preparados assados, fritos ou cozidos, geralmente acompanhados de pirão de mandioca, arroz e batatas, ou ainda na forma de moquecas e pastéis. Bebidas populares são a cachaça e o café, e entre os doces são apreciados os de batata-doce, de abóbora e de banana, além da rapadura, do pé-de-moleque e do puxa-puxa. Muitas destas formas de cultura tradicional, porém, como já foi assinalado, estão em vias de rápido desaparecimento diante da massificação da cultura produzida pela explosão do turismo. 
Esportes
Pratica-se em Torres uma grande variedade de esportes ao ar livre e indoors, com grande número de equipes, campeonatos e outras provas sendo organizadas durante todo o ano, incluindo beneficentes, mas em especial no verão. A Prefeitura possui uma Gerência para o esporte e se ocupa mantendo infraestruturas, como o Parque Municipal, e programando eventos esportivos. Outras entidades públicas e privadas também participam da vida esportiva local organizando diversos eventos, com destaque para o SESC, que mantém um concorrido Circuito Verão de Esportes, multiesportivo, que na edição de 2011 reuniu cerca de 10.000 atletas de 80 municípios riograndenses nas etapas classificatórias, com as finais previstas para Torres e que devem envolver cerca de 3.000 atletas. 
Atraídos pelo sucesso do Festival Internacional de Balonismo, praticantes de outras formas de esporte aéreo estão se interessando pela cidade e, segundo a Prefeitura, Torres está a caminho de se tornar a capital estadual do esporte aéreo, incluindo as modalidades de parapente (com e sem motor), aviação e ultraleve. Graças às suas praias, rios e lagoas, Torres pode explorar muitas atividades esportivas aquáticas, seja competitivas ou recreativas. Uma das mais populares é o surf, com várias provas, entre elas o Brasil Tour de Surf Profissional; a Taça Madeirite, que reune grandes nomes do surfe gaúcho; o Billabong Colegial de Surf, eleito o melhor evento de surf do estado; o Planeta Surf Hang Loose, válido pelo Circuito Estadual de Surf Amador, e o Circuito Interno de Surf. 
No futebol se destaca o Campeonato Municipal de Futebol de Campo, onde participam equipes como a S. E. São João, E.C. Mar Azul, S. E. Maracanã, E. C. Boa União e várias outras, jogando nos estádios Riachão, Zelau, Evaldo Santos, Manecão, Comunitário e Estádio do Dragão. A equipe S. E. Torrense foi campeã do Campeonato Gaúcho de Futebol Feminino em 2010. Disputa-se também o Campeonato de Futebol de Salão e o Campeonato Praiano de Futebol, ambos mantidos pela Prefeitura. O vôlei de praia tem sua Copa Vôlei Verão, e destaca-se a dupla Daniel Reis e Samarone, vencedora invicta do Circuito Banrisul de Esportes 2010. O motocross tem a Copa Verão Sobrerodas de Motocross, com 230 pilotos inscritos em 2009; na corrida os atletas disputam o Circuito Torres de Corridas de Rua, uma parceria do Sesc Torres, Ulbra Torres e Prefeitura Municipal, com várias provas distintas, e a Travessia Torres-Tramandaí de Corrida. Vários atletas locais vêm obtendo prêmios e boas posições nestas competições e em outras fora dali, incluindo internacionais, como Claudinei Ribeiro, Sandra Couto e Airton Gaelzer. Além destas citadas, a cidade tem inúmeras outras atrações esportivas em outras modalidades, como taekwondo, rugby, skate, bocha, ciclismo, além de competições de jogos de mesa como canastra de duplas e xadrez. 
Feriados
Além dos feriados nacionais 1º de janeiro (Confraternização Universal), 21 de abril (Tiradentes), 1º de maio (Dia do Trabalho), 7 de setembro (Independência do Brasil), 12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida), 2 de novembro (Finados), 15 de novembro (Proclamação da República) e 25 de dezembro (Natal) e estadual 20 de setembro (Revolução Farroupilha), Torres celebra feriados municipais nos dias 2 de fevereiro (Nossa Senhora dos Navegantes), 21 de maio (emancipação da cidade), 8 de agosto (São Domingos, padroeiro) e 8 de dezembro (Dia da Justiça, feriado judiciário).
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