sexta-feira, 29 de março de 2019

Varginha - Minas Gerais

Varginha é um município brasileiro localizado na região do Sul de Minas. A cidade está localizada às margens do Lago de Furnas. Varginha foi apontada pela revista Veja em 2011 como a sétima melhor cidade do Brasil para se viver e investir e tornou-se conhecida internacionalmente em 1996 pelo suposto aparecimento de criaturas alienígenas, no episódio que ficou conhecido como o "Incidente de Varginha".
História
A colonização do sul de Minas começa no século XVII, quando a região ainda pertencia à Capitania de São Paulo.
Os bandeirantes vindos de São Paulo através do Vale do Paraíba cruzaram a Serra da Mantiqueira na região da garganta do Embaú, atual Passa Quatro. Dentre os bandeirantes paulistas, o que mais se destacou foi o primeiro e principal deles, Fernão Dias Pais Leme, que desbravou a região e seguiu ao norte rumo ao sertão em busca da lenda indígena de Sabarabuçu. Os bandeirantes que estavam em busca de pedras preciosas e regiões auríferas passaram pela região das margens do Rio Verde e do Rio Grande, fazendo um de seus primeiros pontos de apoio as proximidades da atual cidade de Baependi.
Passavam também frequentemente pela região muitos comerciantes paulistas (os tropeiros) que comercializavam produtos originários de São Paulo e de Portugal. Esses comerciantes viajavam em tropas e dormiam em cabanas, erguidas de seis em seis léguas. O atual bairro da Vargem era um desses pontos de descanso.
Os primeiros documentos de que se tem notícia sobre a história de Varginha datam de 1780.
Os tropeiros, que estavam passando regularmente por Varginha, fizeram, em 1785, uma pequena capela, próxima de onde está atualmente a Matriz do Divino Espírito Santo. Em 1806, foi construída a capela do Divino Espírito Santo das Catanduvas e, no mesmo ano, foi doado o terreno exigido para o patrimônio distrital. Então se deu ao povoado o nome de Catanduvas ou Catandubas; palavra originária do tupi, que significa "mato rasteiro e fechado, áspero e espinhento, de pequeno porte". Em virtude do padroeiro da capela, passou a chamar-se Espírito Santo das Catanduvas.
Com a expansão da cultura cafeeira por volta de 1870 nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, a região do sul de Minas também deu início em suas fazendas ao cultivo da planta do Café, o que era altamente lucrativo, enriquecendo muitos dos produtores da região.
Visando suprir a necessidade de uma mão de obra alternativa à escravidão, já que não havia mais escravos devido à abolição da escravatura, o governo brasileiro fez um acordo com a Itália, no qual muitos italianos vieram para o Brasil com as despesas pagas pelo governo brasileiro; em troca, os italianos deveriam trabalhar durante determinado tempo na produção de café, recebendo uma determinada porcentagem da produção.
Varginha foi um dos municípios que mais receberam imigração italiana no Brasil neste período. Com enorme empenho e força de trabalho muitos italianos foram comprando suas próprias terras e também começaram seus próprios negócios, o que gerou grande desenvolvimento econômico para Varginha e para o sul de Minas no final do século XIX e início do século XX.
Os italianos difundiram o comércio e fundaram em parceria com varginheses da época o moinho de trigo, atual Moinho Sul Mineiro. Também é atribuída à colônia italiana a construção do Theatro Capitólio, que segue o estilo tolentino e cuja decoração foi atribuída ao italiano Alexandre Vallati.
A pequena cidade de Varginha, no início do século XX, já contava com muitos estabelecimentos de beneficiamento de café. O produto sempre foi um importante fator de desenvolvimento para a região, principalmente em decorrência da forte influência paulista na região.
Outro fluxo considerável foi o de imigrantes sírio-libaneses, que ocorreu nas primeiras décadas do século XX, imigrantes estes que viviam em sua maior parte do comércio de produtos da capital paulista.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Varginha enviou reforços para compor as tropas brasileiras que lutaram na Itália. Uma ação inusitada do governo brasileiro, uma vez que muitos dos soldados denominados "pracinhas", que partiram de Varginha e de outras regiões do Brasil, possuíam parentes diretos como tios e avós no país ao qual foram enviados para combater.
Varginha também recebeu na década de setenta diversas famílias japonesas, as quais imigraram em decorrência da aquisição pelos japoneses de uma da empresa alemã na época, a CBC, que possuía uma unidade fabril na cidade.
Nos dias atuais, em decorrência da transferência de empresas taiwanesas para região, a cidade hospeda imigrantes de Taiwan, que investem, geram empregos e trabalham em Varginha.
Economia
O município, assim como a microrregião, é uma área tipicamente produtora de café, o que gerou e continua gerando boa parte da receita da Região.
Varginha é um centro de industrialização e comercialização da produção de Café da região, sendo ao lado de outras cidades do Sul de minas, produtora de cafés de excelente qualidade, Cafés considerados como Gourmet por diversos mercados no Brasil e no exterior.
A Fazenda Experimental de Café de Varginha é uma das mais importantes mantidas pelo Ministério da Agricultura. A área é de 60 hectares com 70 mil pés de café, conta atualmente com cerca de 50 projetos de pesquisa em andamento.
O setor terciário ocupa 53,2% do total da população economicamente ativa, o setor secundário ocupa 34,3% e o setor primário 12,5%.
O município possui o maior PIB da Região do Sul de Minas e um dos maiores do estado.
O Sul de Minas é uma das regiões mais prósperas do Brasil, possui IDH elevado e baixo índice de desigualdade social.
Encontram-se instaladas na cidade empresas de grande porte do setor automobilístico, equipamentos eletrônicos, injeção de plásticos além de ter filiais de grandes empresas no comercio de café mundial.
A cidade conta com diversos órgãos do governo federal e estadual. Em 2010, Varginha tornou-se sede do centro Administrativo da Região do Sul de Minas, com o intuito de agilizar os procedimentos que dependem do governo estadual. Diversos assuntos que antes deveriam ser resolvidos apenas na capital do estado, agora pode também ser resolvidos em Varginha, o que atrai mais investimentos e desenvolvimento para a região do Sul de Minas.
Varginha ganhou em 2012 três novos condomínios industriais, o CIT - Condôminio Industrial Tecnológico, junto ao aeroporto da cidade, o Condomínio Ouro Verde e também um condomínio industrial próximo a Fazenda Experimental do Pro-Café.
Comércio exterior
A principal estação aduaneira da região é em Varginha e colabora para que a cidade seja a terceira que mais exporta em Minas Gerais, estando atrás apenas das cidades exportadoras de minérios de Itabira e Ouro Preto.
A cidade tem tradição na exportação de café, as exportações totalizaram em 2010, US$ 1,7 bilhão, superando a marca de US$ 1,25 bilhão de 2009.
Por abrigar um Porto Seco no município, ou seja uma estação aduaneira do interior EADI, existem várias empresas quem atuam na área de Comércio Exterior, e que trabalham diretamente com serviços de Importação e Exportação, fator que influenciou grandes empresas multinacionais a montarem unidades na cidade e na região, gerando oportunidades de empregos e vagas na área de Comércio Exterior.
Varginha conta com curso de Administração com enfase em Comércio Exterior do Centro Universitário do Sul de Minas - UNIS/MG com duração de 4 anos e MBA em Comércio exterior da Fundação Getúlio Vargas - FGV.
Educação
A cidade possui diversas instituições de ensino superior, 1 escola técnica federal, 1 Universidade Federal e diversas universidades particulares, cursos profissionalizantes e cursos técnicos, dentre as quais podem ser citadas: Faculdade de Direito de Varginha; Centro Universitário do Sul de Minas Faculdade Cenecista de Varginha (fundada como: Faculdade de Ciências Econômicas, Contábeis e de Administração); Universidade José do Rosário Vellano; UNIFAL - Universidade Federal de Alfenas; CEFET-MG - Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais; UNIVAR - Educação Ciência e Tecnologia (cursos EaD); UNIP - Universidade Paulista (Pólo presencial); UNIFRAN - Universidade de Franca (Pólo presencial); FACINTER; Fundação Getúlio Vargas - FGV (MBA e pós graduação); SENAC; SEST-SENAT - Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte; SEBRAE / ACIV; ETFG - Escola Técnica de Formação Gerencial (pertence ao SEBRAE); SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial; SÍNCRONO - Escola de Formação Técnica; IMPACTO - Escola de Saúde; UNICESUMAR - Centro Universitário Cesumar (Polo Presencial) - Unidade de Educação a Distância com cursos de graduação e pós-graduação; Anhanguera Educacional- Polo de Apoio Presencial de Varginha - Unidade de Educação a Distância com cursos de graduação e pós-graduação. A cidade conta também com diversos colégios de ensino fundamental e médio, e cursos pré-vestibulares. Estão presentes na cidade os métodos de ensino Objetivo, Anglo, COC, Marista, Pitágoras, Positivo, Bernoulli dentre outros.
Lazer e turismo
O Município possui ao longo do braço sul do Lago de Furnas, marinas para barcos, jet skis, casas flutuantes e também locais para pescaria.
Varginha é uma cidade essencialmente comercial, mas existem também opções para lazer e turismo, por exemplo: Nave Espacial; (que se trata de uma caixa d'água em formato de nave, com cerca de 5 metros de diâmetro); Estação ferroviária; (onde todas as quintas-feiras acontece o projeto Quinta da Boa Música, evento de bandas locais); Parque Zoobotânico; Parque Novo Horizonte; Represa de Furnas; (Marinas para esportes náuticos, pesca, lazer e gastronomia); Museu municipal; Parque Centenário; Casarões coloniais, dentre eles o que abriga hoje a Câmara Municipal; Ilha Grande do Rio Verde, onde se localiza o Clube Campestre de Varginha.
Referência para o texto: Wikipédia.

domingo, 24 de março de 2019

Queluz - São Paulo

História
Queluz é um município no leste do estado de São Paulo, na microrregião de Guaratinguetá. Originou-se Queluz de um aldeamento de índios puris, criado no ano de 1800. A aldeia cresceu em torno de uma capela, onde hoje se ergue a igreja matriz. O povoado foi elevado à vila em 1842, passando a município em 1876. Seu padroeiro é São João Batista e o nome de Queluz foi uma homenagem prestada à família reinante, tendo a localidade recebido o nome do palácio perto de Lisboa. O município desenvolveu-se com a cultura do café, que aí deixou importantes marcos culturais, como as sedes ainda existentes das fazendas do Sertão, São José, Restauração, Bela Aurora, Regato, Cascata e outras.
Atrações
O município conta com várias cachoeiras, como a conhecida Águas da Marambaia, que atrai grande quantidade de turistas no verão.
O calendário de festas do município é farto, desde abril com a Festa da Moranga e da Mandioca, ingredientes primordiais para o prato típico do município, batizado de "Queluz na Moranga", passando pela Festa de São João em junho - tradicional festa junina, a maior e melhor de todo Vale do Paraíba -, pelo Festival de Inverno em julho, Festa do Doce em Outubro, entre outros eventos realizados pela população e prefeitura.
Clima
Segundo dados do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), a temperatura mínima registrada em Queluz foi de 6,5 °C, ocorrida no dia 13 de agosto de 2004. Já a máxima foi de 41,0 °C, observada dia 12 de fevereiro de 2003. O maior acumulado de chuva registrado na cidade em 24 horas foi de 105,0 mm, em 2 de março de 1958.
Referência para o texto: Wikipédia.

segunda-feira, 18 de março de 2019

São Francisco do Sul - Santa Catarina

São Francisco do Sul é um município brasileiro do estado de Santa Catarina. A sede do município está localizada na margens da Baía da Babitonga, ao norte da Ilha de São Francisco do Sul a uma distância de 14 km da entrada da barra.
História
São Francisco do Sul é a cidade mais antiga de Santa Catarina e a terceira cidade mais antiga do Brasil. Colonizada pelos portugueses, espanhóis e açorianos, sua primeira ocupação, foi feita temporariamente por espanhóis por volta de 1553. Não existem provas de que teria sido um dos pontos onde em 1504 a expedição de Binot Paulmier de Gonneville teria desembarcado.
Em 1640, Gabriel de Lara, "Alcaide mór, Capitão mór, Povoador da Vila de Nossa Senhora do Rosário da Capitania de Paranaguá", com portugueses e vicentistas, procedentes de Paranaguá, fundou a 3 de dezembro de 1641 a Vila de Nossa Senhora da Graça do Rio São Francisco.
Em 1658, Manuel Lourenço de Andrade, acompanhado por casais portugueses e paulistas chegou a São Francisco, com plenos poderes, concedidos pelo Marquês de Cascais, para povoar a terra, repartindo-a entre a sua comitiva e os que fossem chegando. Já em 1660 foi elevada à categoria de vila e tornou-se paróquia, recebendo seu primeiro vigário, o Padre Manuel dos Santos.
A glória da fundação do primeiro estabelecimento catarinense atribuem os historiadores, tanto a Andrade como a Lara, segundo o livro Colonização do Estado de Santa Catarina - Dados históricos e estatísticos (1640-1916) - Secretaria Geral dos Negócios do Estado - 1917. seria necessário e justo com Angelo Francisco, que foi, na verdade, o primeiro povoador da ilha de São Francisco. Em 1847 é elevada a categoria de cidade.
O descobrimento
A teoria de que São Francisco do Sul foi descoberta pelos franceses nunca foi provada. Nem o nome da ilha ou mesmo a exata localização da portagem de Gonneville consta na relação completa da viagem escrita por ele mesmo. Parte desta hipótese se deve a uma interpretação das discussões teóricas do historiador Costa Pereira em seu livro História de São Francisco do Sul, que afirmou veementemente no mesmo livro, que "jamais se saberia com certeza aonde Gonneville aportou". A história documentada da viagem relata que em 24 de Junho de 1503, partiu do porto de Honfleur, França, a expedição de Binot Paulmier de Gonneville, a bordo do veleiro L'Espoir. Seis meses após sua partida da França, a expedição descobriu uma grande terra, que devido a vento terral contrário, só puderam aportar na tarde do dia seguinte. Segundo o pesquisador Oswaldo Rodrigues Cabral, em sua obra "História de Santa Catarina", a terra era descrita como fertilíssimo, abundante em animais, aves, peixes e árvores, e povoada por índios carijós, que "procuravam apenas passar a vida alegre, sem grande trabalho, vivendo da caça e da pesca, e do produto espontâneo da terra, e de alguns legumes e raízes que plantavam".
Carlos da Costa Pereira, nos diz que essa nação indígena era amistosa, e tinha por essa época como chefe o cacique Arosca. O capitão Binot Paulmier de Gonneville, antes de regressar à França, ergueu uma enorme cruz de madeira, com mais ou menos 35 pés, em uma colina com vista para o mar, em uma bela cerimônia no dia da Páscoa de 1504. A cruz foi carregada pelo capitão e pelos seus principais auxiliares no comando do navio, com a ajuda do chefe Arosca e outros índios importantes da tribo. Após a cerimônia foram distribuídos vários presentes aos índios, que foram avisados por meio de sinais de que deveriam preservar aquela cruz, onde se encontravam gravados os nomes do papa Alexandre VI, do rei Luís XII, do Almirante da França Louis Mallet de Graville, do Capitão Binot Paulmier de Gonneville e de todos os outros tripulantes do navio. Do outro lado da cruz foram gravadas as seguintes palavras: Hic Sacra Palmarivs Posvit Gonivilla Binotvs; Grex Socivs Pariter, Nevstraque Progenies - que significa: Aqui Binot Paulmier de Gonneville plantou esse objeto sagrado, associando em paridade a tribo com a linhagem normanda.
Gonneville retornando à França em 3 de julho de 1504, levou consigo um dos filhos de Arosca, Essomeric (Essomeric é provavelmente uma corruptela de Iça-Mirim, chefe pequeno), com a promessa de educá-lo no manejo de armas e fazê-lo voltar à sua terra natal após 20 luas. Outro índio, Namoa, morreu em alto-mar, vítima de escorbuto, segundo os relatos de viagem do próprio Gonneville. Alguns relatos dizem que Namoa seria a jovem esposa de Essomeric. Ainda em alto-mar, Essomeric foi batizado de Binot, antes que morresse pagão, como Namoa. Impedido de voltar ao Brasil devido aos prejuízos sofridos na primeira expedição, Gonneville não pode cumprir sua promessa, dando em compensação uma boa educação ao índio, que casou-se em 1521, já com 31 anos, com sua filha Suzanne, legando-lhe parte de seus bens, com a promessa de que os seus descendentes do sexo masculino usariam o nome e as armas de Gonneville. Segundo os relatos de Muraro, Iça Mirim morreu em 1583, aos 95 anos, após ter 14 filhos com Suzanne, o que mostra ter se adaptado bem às condições de vida na França.
A colonização
Cerca de onze anos após a teórica passagem de Binot Paulmier de Gonneville pela Ilha de São Francisco do Sul, outra expedição chefiada pelo célebre navegador espanhol Juan Días de Solís com a intenção de encontrar uma passagem para as Molucas (Índias Orientais) pelo sul da América, chegou à baía a qual os nativos chamavam de Babitonga, dando o nome de São Francisco ao local. Esse nome permaneceu, sendo depois estendido a povoação, e mais tarde, com a fundação às margens da baía de uma cidade com o mesmo nome.
Os espanhóis
Cabral afirma que alguns anos mais tarde, os remanescentes da infeliz expedição de Juan de Sanabria, enviada por Carlos I de Espanha, para povoar as distantes terras da região da prata, desembarcaram na localidade que o navegador Juan Dias de Sólis havia denominado São Francisco, permanecendo entre os anos de 1553 e 1555. Foi nessa época que nasceu em São Francisco o frei Fernando Trejo y Sanabria, bispo de Tucumâ, ilustre fundador da Universidade Nacional de Córdoba, na Argentina. Em 1555, a pequena povoação foi atacada por índios tupiniquins, obrigando a maioria dos moradores a fugirem para Assunção (Paraguai), inclusive o pequeno Fernando.
Manuel Lourenço de Andrade
No início do século XVII Portugal, já liberta do jugo espanhol, interessa-se pela colonização do sul do Brasil. Conforme as pesquisas de Andréa de Oliveira, em seu livro Nossa ilha, nessa época, partem para São Francisco bandeirantes vicentinos, que, além de escravos indígenas e do ouro, procuram terras para construir e plantar. Assim, em 1658, Manuel Lourenço de Andrade, natural de Lamego, filho de Manuel Lourenço e sua mulher, Branca de Andrade, chega a São Francisco do Sul, trazendo em sua companhia mulher e filhos, seu genro, Luís Rodrigues Cavalinho, grande número de agregados e escravos, gado, instrumentos agrícolas e ferramentas para a exploração de minas. Como os demais colonizadores, Andrade era cheio de audácia e intrepidez, de uma perfeita integridade moral e possuía as melhores qualidades de caráter. Manuel Lourenço de Andrade fundou definitivamente a povoação, que mais tarde viria a tornar-se vila florescente, e por fim, em cidade progressista.
Ouvidoria de Paranaguá
Inicialmente, a vila de São Francisco pertencia à ouvidoria de São Paulo, passando em 1723 à jurisdição da ouvidoria de Paranaguá. Após a criação da ouvidoria de Santa Catarina, em 1729, iniciou-se um impasse que persistiu até 1831. Por questão de limites, São Francisco continuava pertencendo à jurisdição da ouvidoria de Paranaguá, embora o governo civil e militar fosse exercido pela ouvidoria de Santa Catarina. Tal impasse foi solucionado somente no ano de 1831, quando o governo imperial, por solicitação do vice-presidente da província, Nunes Pires, determinou a anexação da vila de São Francisco à jurisdição de Santa Catarina.
A correção de 1720
Importante para a evolução da vila foi a vinda, em 1720, em correção, do desembargador Rafael Pires Pardinho, após o desaparecimento do capitão-mor Domingos Francisco Francisques, o "Cabecinha". Pereira afirma que Pardinho organizou os negócios da justiça e administração. Limitou, com o assentimento da câmara, o termo da vila, que ficou dividida ao sul com Laguna e ao norte com Paranaguá. Determinou que o cargo de capitão-mor fosse preenchido através de eleição, o que não vinha acontecendo até então, demarcou as terras do Rocio (zona rural), autorizou a construção da casa do conselho e da cadeia, levantadas ao lado da igreja matriz. Deixou ainda, a orientação aos juízes, oficiais da câmara e aos "homens bons de governanças", para frequentarem o culto divino, dando exemplo aos demais moradores da vila. A reorganização praticada por Pardinho foi completa e radical, tendo em vista à situação precária em que se encontrava a vila de São Francisco na época de sua chegada. As suas determinações orientaram ainda por muito tempo os oficiais da câmara no desempenho de suas funções, que em situações embaraçosas recorriam aos provimentos da correção de 1720.
Cabecinha
Irrequieto, imperioso e desabusado, Domingos Francisco Francisques, mais conhecido pela alcunha de "Cabecinha", tornou-se o terror da vila de São Francisco do Sul, principalmente depois de ter sido nomeado, além de capitão-mor, que já o era desde 1686, locotenente, sesmeiro e procurador bastante do Marquês de Cascais, como consta em guia de 1935, publicado sob o título de "Guia do Estado de Santa Catarina". Há relatos de que imprimiu certo progresso à vila, mas exercendo o poder de forma totalitária, utilizando-se de violência para alcançar os seus fins. Ainda existe na localidade de Laranjeiras, trincheira construída com pedras soltas, que segundo a tradição, teria sido edificada por pessoas que por ali passavam e eram obrigadas a "colaborarem" na construção, pelo violento e autoritário "Cabecinha".
Por ser acusado de cometer arbitrariedades e uma série de assassinatos e malvadez, o promotor Rafael Pardinho (que dá nome a uma das principais ruas do Centro de São Francisco) condenou Cabecinha à morte por enforcamento em praça pública, sua cabeça salgada e exposta até que o tempo a consumisse. Mas a sentença nunca se concretizou, pois Cabecinha ao saber da sua condenação, embrenhou-se na mata e nunca mais se teve notícias dele.
Uns dos mais célebres crimes, deu-se quando um seu filho faleceu, e queria o Cabecinha que o corpo fosse enterrado em baixo do altar mor da matriz, alegando que seus antecessores, ele próprio e seus irmãos muito haviam concorrido para a conclusão da obra da igreja. Como o vigário da vila, o frei Fernando, da Ordem dos Beneditinos, recusou-se a fazê-lo, Cabecinha mandou seus homens prenderem o vigário, e lançá-lo em uma velha canoa fora da barra, com a maré vazante, provido apenas de uma porção de peixe seco.
Outras histórias
Pão de Açúcar - No centenário de elevação à categoria de cidade, (15 de Abril de 1947), foi erguida uma réplica em concreto, no Morro do Pão de Açúcar. O Morro da Cruz é o nome de uma outra elevação da Ilha de São Francisco, a qual se localiza no bairro do Paulas.
O farol - O Farol da Ilha da Paz está situado próxima ao canal de acesso ao porto de São Francisco do Sul. A Ilha da Paz, onde se localiza o farol, é a maior do Arquipélago das Graças, medindo 920 metros de extensão no sentido norte-sul e 420 metros de largura no sentido leste oeste. Em 1905, sob a orientação do Capitão-tenente Arnaldo Siqueira Pinto da Luz, aproveitando-se a grande quantidade de pedra existente no local, foi construído o farol, com uma torre de 16 metros de altura, circundada por três residências para faroleiros. Sua inauguração ocorreu em 1906. Mas muito antes do ministério da marinha ocupar a ilha, já havia uma moradia no local, como comprovam as ruínas do alicerce de uma casa, em cuja frente encontra-se um bloco de pedra com a seguinte inscrição: "1833 - Penixe - Habitação da Paz", de onde se presume que tenha originado o nome. Seu primeiro faroleiro foi o Leovegildo Osorio. A máquina do farol sustenta um hexaedro ótico giratório fabricado em 1894 pela firma F. Barbier & Cie Constructeurs, importado de Paris em 1905. Desde sua instalação até o ano de 1982 todo o equipamento era alimentado com querosene sob pressão, passando depois a ser operado por um grupo motor-gerador, alimentado por energia elétrica. A lâmpada de fabricação japonesa, aumentada pelo aparelho lenticular, tem o alcance de 23 milhas.
O Linguado - A evolução da cidade exigia uma melhoria no meio de ligação entra a Ilha de São Francisco e o continente, uma vez que a ponte rotativa do Canal do Linguado apresentava problemas na estrutura. Após vários estudos, os diretores da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande mandaram aterrar o canal, iniciando-se as obras em abril de 1934. Cerca de 400 homens trabalharam durante os dezoito meses de aterramento do Canal do Linguado (o qual causou um grande impacto ambiental no escoamento da Baía da Babitonga e passagem dos animais marinhos pelo lugar), concluído finalmente em 21 de Outubro de 1935. Juntamente com o aterramento do canal, teve início a construção da rodovia São Francisco-Joinville. Foram empregados 58.895 metros cúbicos de pedras britadas, extraídos do Morro do Linguado através de força muscular de centenas de trabalhadores e dos 6.005 quilos de dinamites explodidas no decorrer da construção do aterro.
O leprosário - Localizado na entrada do porto de São Francisco do Sul, no balneário de Capri, encontram-se as ruínas de um antigo leprosário, que segundo registro de alguns historiadores, foi mandado construir pelo imperador Dom Pedro II para servir de abrigo à hansenianos deportados do Rio de Janeiro e de outras regiões do litoral catarinense. Depois da desativação do leprosário, o local ficou sem ser visitado por longo período, pois os moradores acreditavam que o bacilo da lepra pudesse contaminar as pessoas que ali chegassem.
O Porto de São Francisco do Sul - O Porto de São Francisco do Sul, especializado em transporte de granéis, também é usado para transporte de containers, madeira e bobinas metálicas. É um importante escoador da produção agrícola do Sul e Centro-Oeste do Brasil, sendo responsável por perto de 10% do escoamento internacional (exportação) de soja e milho do país. É administrado por uma autarquia estadual, a Administração do Porto de São Francisco do Sul (APSFS). Localizado na Ilha de São Francisco do Sul, litoral norte, a 45 km de Joinville, 60 km de Jaraguá do Sul, 160 km de Blumenau e 200 km de Florianópolis. Por ele passaram, no ano 2010, 9.618.055 de toneladas de carga com 726 navios.
O canal de acesso do Porto de São Francisco do Sul tem 9,3 km de extensão por 150m e cerca de 13m de calado. Sua bacia de evolução tem cinco áreas de fundeadouros oficiais somados à área de manobra para atracação, com profundidade variável entre 10 e 19 metros.
Possui quatro armazéns internos com capacidade para 76,5 mim metros cúbicos, além dos armazéns de retaguarda de granel sólido da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola, com capacidade para 120 mil toneladas e tanque para óleo vegetal, com capacidade nominal de nove mil metros cúbicos. Os contêineres são armazenados num pátios de 50 mil metros quadrados, com área de quatro mil metros quadrados reservados à contêineres frigorificados, equipados com 360 tomadas de energia elétrica.
Economia
‎A economia de São Francisco do Sul gira praticamente em torno do porto, com pouco espaço para o turismo e indústrias, como a ArcelorMittal e também a Petrobras. O PIB de São Francisco do Sul é o 8º maior de Santa Catarina, sendo o 1º maior PIB per capita do estado.
Cultura
Museu Nacional do Mar
O Brasil tem um imenso litoral com quase 8.000 km. Some-se a isso as grandes bacias hidrográficas formadas por rios, lagoas e lagos. Por força da utilização pelo homem desses recursos naturais como meio de sobrevivência, existem mais de 250 estilos de embarcações, mais de 100 tipos de canoas, dezenas de espécies de jangadas. O que faz Brasil o mais rico do mundo em tipos de embarcações. O Museu Nacional do Mar foi criado justamente para preservar um número significativo de embarcações, instrumentos navais e apetrechos de bordo, valorizando a arte e o conhecimento dos homens que vivem das águas. Situado na Ilha de São Francisco do Sul, berço da mais antiga povoação de Santa Catarina, o Museu do Mar ocupa amplos e centenários galpões com mais de 7.000 m². A arquitetura eclética tem influência alemã, com impressionante estrutura de madeira, e está implantada à beira da Baía da Babitonga. Pelo acervo atual, pelo trabalho que vem sendo desenvolvido e pelo seu potencial, o Museu do Mar já é o mais importante da América Latina e será o de maior variedade do mundo. Orgulho de Santa Catarina e do Brasil, um lugar para visitantes de todas as idades.
Palácio da Praia do Motta
O Museu Histórico de São Francisco do Sul, localizado a rua Coronel Carvalho, é uma das mais antigas edificações da Ilha de São Francisco. Construído no final do século XVIII, foi utilizado, segundo o costume da época, como Câmara dos Vereadores e Cadeia Pública, sendo que, serviu de prisão á líderes revolucionários por ocasião da Guerra do Contestado, era conhecido na época como "Palácio da Praia do Mota". O Museu Histórico Municipal, abriga em suas salas e celas, vários objetos doados pela comunidade francisquense, tais como: documentos, plantas, jornais e utensílios, comuns ao dia a dia dos antepassados do povo francisquense. A história da comunidade francisquense, é belamente ilustrada, nas varias fotografias inseridas nas paredes das celas, sendo que no pátio exterior, encontram-se expostos moinhos de cana e mandioca, bem como, uma máquina utilizada na fabricação de telhas, e um carro fúnebre do início do século, além disso, existe também uma, cela solitária, que era utilizada na detenção de doentes mentais e perigosos criminosos.
Forte Marechal Luz
Situado no litoral norte, o Forte Marechal Luz dista apenas 17 km do centro histórico da Ilha de São Francisco, e constitui-se num dos pontos de mais rara e expressiva beleza do litoral norte catarinense. A fundação do forte ocorreu durante o ano de 1909, sobre as ruínas do antigo forte, visando a fortificação militar daquela região, sob a direção do tenente "Alberto Eduardo Becker". Em novembro de 1915, ocorreu a implantação da 5ª Bateria Independente de Artilharia de Costa, tendo como seu primeiro comandante o então na época tenente Vítor Francisco Lapagesse. Excursionando forte à dentro, os turistas trilharão por uma estrada de barro, que dá acesso ao Morro João Dias, onde em seu topo, encontra-se uma bateria de artilharia de costa, composta de quatro canhões Armstrong, dois 120mm QF(Quick Fire) e dois 152mm BL ( Breach Loading) e datados 1893 na cunha, em reparo naval, originados do Cruzador Benjamin Constant (notas do Maj. Alvaro C Pereira), que possibilitariam a defesa de costa em caso de situações belicosas, dado o caráter de instabilidade política mundial daquela época. A bateria anteriormente mencionada, é palco, todos os sábados pela manhã no horário das 08:00 horas, da troca da bandeira, efetuada pela guarnição de serviço, com trajes de época, que efetuam uma salva de disparos de canhão. Ressalte-se que o nome do forte é uma homenagem ao marechal Francisco Carlos da Luz.
Mercado Público Municipal
O prédio do mercado público municipal, após quatro anos de construção, foi inaugurado em 20 de janeiro de 1900, na administração do Luís Gualberto. O atendimento ao público era realizado através de uma bateria de boxe na área central e outra na parte externa da edificação, servindo como centro comercial de São Francisco do Sul por várias décadas. As acomodações para comercialização de pescados foram concluídas em 1928, anexas ao prédio principal. Os produtos agrícolas oriundos do Distrito do Saí e a produção pesqueira artesanal da Baía da Babitonga, foram sempre preferidos pela população francisquense. O conjunto arquitetônico do mercado municipal foi restaurado em 1976, na administração do José Schmidt, ficando o atendimento restrito a sua parte interior, diversificado em produtos e serviços, com predominância para o artesanato e lembranças locais.
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Graça
Em 1768, a população decidiu construir o novo templo. A melhora financeira decorrente da tributação sobre farinha, peixe e aguardente permitia o empreendimento. A construção ficou a cargo do pedreiro Caetano Gomes da Costa. A cobertura foi feita em 1793, com o apoio financeiro da população.
A Igreja Nossa Senhora da Graça foi reformada em 1926, descaracterizando-se. Na ocasião, ela ganhou a segunda torre, perdendo o desenho original. A Igreja Matriz abriga a imagem de Nossa Senhora da Graça. Esculpida numa única peça de madeira, a imagem foi trazida pelos espanhóis, em 1553.
Localização: Praça Getúlio Vargas, 180, centro de São Francisco do Sul.
A construção
Quando em 1642, Antônio Fernandes iniciou a povoação da vila, já existia por aqui uma capela sob a invocação de Nossa Senhora da Graça, ignorando-se a época e o local de sua construção. Cabral afirma que mais tarde, com o povoamento iniciado por Manuel Lourenço de Andrade em 1658, foi construída uma nova igreja sob a invocação da mesma santa. Em 1768, em função da prosperidade alcançada pela vila, resolveram, o Conselho, juntamente com os principais da vila e com o povo, edificar um novo templo na localidade; a fiscalização da obra foi dada ao vigário da época "Padre Manuel de Nazaré" e contratado para construtor e pedreiro "Caetano Gomes da Costa" que foi ajudado pelos milicianos, pelos escravos e também pelo povo. A argamassa utilizada na construção era composta de cal de concha, areia e óleo de baleia. O construtor havia orçado a obra da igreja em 500 mil réis. Foi processado e multado pelo conselho por ter ultrapassado o orçamento, sem ter iniciado o reboco interno e a pintura. Tais melhoramentos somente tiveram andamento 20 anos após, contando com o apoio financeiro de toda a população. A encomenda da pia basti-mal e mais duas pias para água benta foram contratadas em 1802, pela câmara, ao mestre pedreiro "José da Encarnação". Complementando as obras de implantação da matriz, foi trazido do Rio de Janeiro, em 1823 o órgão que até hoje é utilizado nos atos religiosos, afirma a professora Andréa de Oliveira.
O relógio
Em 1906 foi organizada uma festa em homenagem ao Afonso Pena, eleito naquele ano presidente da nação. Sobrando alguns mil réis das despesas da festa, que somados a outros angariados em campanha pública, serviram para a compra de um relógio, cuja data de fabricação é 1907. A instalação do relógio na torre se deu em 1908, sendo contratado o Antônio de Castro Pinho, auxiliado pelo pedreiro Antônio Alves de Sousa, o "Antônio Peteco". Originalmente, o relógio teria um só mostrador, mas graças as habilidades do Antônio de Castro Pinho, foram adaptados mais 2 mostradores laterais.
A segunda torre
Originalmente construída em estilo veneziano e com uma só torre, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Graça sofreu diversas modificações que a descaracterizaram, ignorando-se a que estilo ficou pertencendo. A última delas foi a edificação de uma torre mandada executar pelo Vigário da Paróquia, Frei Sebaldo, com mão-de-obra contratada ao Kurt Kamradt. As despesas com a construção da torre, foram cobertas com donativos deixados em testamento por José Basílio Corrêa.
Casarões históricos
Prédios quase tão antigos quanto à cidade encontram-se distribuídos pelas ruas de São Francisco do Sul, criando um ar melancólico, trazendo saudades de um tempo que já passou e não volta, deslumbrando turistas que deixam transparecer a emoção em seus rostos ao desfrutarem da beleza visual da Ilha de São Francisco. Essas inúmeras casas e sobrados, eram construídos com os materiais mais abundantes daquela época: pedras, areia, argamassa de conchas e óleo de baleia. Engenhosos frutos da soberba arquitetura colonial açoriana, que por muitas gerações tem sido o lar de tradicionais famílias francisquenses, tombados como patrimônios histórico, são um pequeno pedaço da história da colonização do sul do Brasil.
Casarão da Família Rhinow
Casa construída aproximadamente na década de 1850 por colonizadores alemães e servindo na época como chácara. Nos idos de 1920 pertenceu à Igreja Luterana, onde funcionou uma escola de língua alemã e jardim de infância. Mede aproximadamente 396 metros quadrados, possui 12 quartos e segue o estilo arquitetônico germânico. As palmeiras plantadas defronte ao casarão, remontam à época da construção. A edificação pertence há mais de 50 anos à família Rhinow. Foi tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional em Outubro de 1986 e não se encontra aberta à visitação pública.
Casarão dos Görressen
Faber Marcos Jonhson Görressen, nascido em 23 de junho de 1826 na cidade norueguesa de Trondheim, com mais 73 amigos viajavam para a Califórnia, na América do Norte, quando o navio sofreu avarias e arribou no Porto do Rio de Janeiro. Impedidos de prosseguir a viagem foram convidados pela Companhia Hamburguesa, que estava recrutando interessados para a implantação da Colônia Dona Francisca e aceitando o desafio, desembarcaram na dita paragem juntamente com os colonos vindas da Alemanha, em 9 de Março de 1851. Tendo passado pela cidade de São Francisco e constatado o seu desenvolvimento, aqui se estabeleceu com casa comercial na Rua Babitonga, esquina com Julia Korbes Perera, até a transferência final para o casarão, mandado construir conforme seu gosto e desejo, onde em 1873 instalou na parte inferior a casa comercial e na superior a sua suntuosa residência. Tendo casado com Carolina Schneider, uma alemã da Colônia Dona Francisca, teve diversos filhos, sendo os mais conhecidos: Marcos Görressen (influente industrial e político francisquense), Olímpio Görressen, Carolina Görressen, que casou com Joaquim Portela, Emília Görressen, que desposou Pedro Celestino de Araújo e Laura Görressen, que contraiu núpcias com Antônio Oliveira Filho. Faber Marcos Jonhson Görressen, veio a falecer em 23 de mio de 1878, contemplando da janela de seu quarto, no ainda recém-construído casarão, toda a beleza da contagiante Baía da Babitonga.
Lendas
A seguir algumas das lendas que compõem o folclore do município de São Francisco do Sul:
A lenda da carroça sem cavalo
Nas noites de inverno, quando o frio nevoeiro que vinha do mar descia sobre a cidade, as pessoas que moravam em uma certa rua de São Francisco, denominada hoje Rua Dez, eram acordadas nas altas horas da madrugada, com o barulho de uma inconveniente carroça.
Essa carroça se locomovia de forma tão lenta, que os moradores, já irritados, levantavam-se de suas camas para verificar o que estava acontecendo. Quando abriam as janelas de suas casas para espiar quem era o responsável por tamanho incômodo, tinham um tremendo susto. A carroça não tinha cavalo! Dentro da carroça, panelas velhas, baldes amassados, chaleiras e bules, alguns pendurados no lado de fora da carroça, eram os responsáveis pelo tremendo barulho. As pessoas escondiam-se em suas casas, assombradas com tamanha manifestação do outro mundo, esperando que a carroça e o barulho desaparecesse lá longe.
A lenda da escrava Maria
Nos anos em que a escravidão era a responsável pela movimentação da economia francisquense, uma escrava chamada Maria, sem entender a razão pela qual foi tirada de sua gente, e trazida a um mundo estranho onde era espancada no pelourinho, o ódio crescia em seu coração.
Maria teve um filho com um escravo da mesma fazenda, mas não queria que seu pobre filhinho tivesse o mesmo destino que ela. Ela estava decidida a fugir. Um dia, antes do sol nascer, Maria juntou as poucas coisas que tinha naquela fazenda infeliz, e com seu filho nos braços, partiu rumo a liberdade. Mas seu senhor não estava disposto a deixá-la ir em paz.
Maria estava desesperada. Para onde fugir? Avistou, ao longe, o Morro da Cruz, e partiu em sua direção. Ao pé da montanha, Maria decidiu que não daria chance ao senhor da fazenda de fazê-la sofrer outra vez ou a seu filho. Subiu a montanha, e lá de cima viu toda a Ilha. Uma bela visão. Abraçou seu filho com força, olhou uma vez mais ao seu redor e atirou-se no espaço vazio. Durante alguns segundos, parece que a paz reinou em sua vida, mas isso terminou no momento em que seu corpo tocou as pedras. O sofrimento acabara.
O Criador, com pena da pobre escrava, transformou-a numa linda orquídea, que floresce todas as manhãs, quando um lindo beija-flor de asas douradas, seu filho, vem beijá-la com carinho.
A lenda da Ilha do Cação
Há muitos anos atrás, viviam dois irmãos muito unidos, que pescavam e trabalhavam na lavoura juntos. Um desses irmãos estava noivo e prestes a casar. Em uma ilha, que hoje é chamada Ilha do Cação, resolveram os dois irmãos iniciar uma nova lavoura de feijão. E obtiveram grande êxito, levando-os a dobrar a área de plantio. Numa de sua inspeções pela lavoura, encontraram uma parte destruída. Sem entender o que havia ocorrido, os dois irmãos replantaram a área e voltaram no dia seguinte. A plantação havia sido destruída novamente. Decididos a descobrir quem estava atrapalhando seu trabalho, replantaram o feijão e, escondidos, ficaram de tocaia.
À noite, uma grande lua iluminou toda a baía. O silêncio era total. De repente, ouviu-se um forte barulho vindo do mar, as águas tornaram-se revoltas. Os irmãos estavam tremendo de medo, quando viram sair do meio das águas duas enormes serpentes, que rastejaram em direção à plantação, destruindo tudo no seu caminho. Quando a luz da lua cheia bateu sobre as serpentes, uma transformação ocorreu. As serpentes foram transformadas em duas belas moças, que assustadas ao perceber a presença dos irmãos, tentaram fugir em direção ao mar. Uma delas fugiu, mas a outra foi presa por um dos jovens, que ao tocar a moça, ouviu essas palavras: "Você quebrou meu feitiço e agora me pertence!" O rapaz ficou apavorado, pois estava de casamento marcado. Mas a moça encantou o rapaz, que voltou ao continente, desfez seu noivado, e voltou para os braços de sua misteriosa amada, com quem deu início a uma família cujos descendentes foram muito influentes na sociedade francisquense.
A lenda da Ilha Redonda
Em São Francisco do Sul há uma ilha, chamada pelos pescadores de Ilha Redonda devido ao seu formato. Conta-se que era muito piscosa, atraindo pescadores de vários locais.
Entretanto, poucos tinham a coragem de permanecer na ilha à noite, pois dominados pelo medo e o mistério que rondava a ilha ao anoitecer, lançavam suas embarcações ao mar e fugiam apavorados. Os que lá permaneciam, contavam que em noites de lua cheia, exatamente a meia-noite, quando o silêncio era quase fantasmagórico, ouvia-se a distância um solitário lenhador a abater árvores com seu machado. Meia hora depois, o "Lenhador", como passou a ser conhecido, recolhia seu machado e o silêncio tomava conta da Ilha Redonda novamente.
No dia seguinte, pela fúria com que o "Lenhador" havia trabalhado na noite anterior, todos esperavam encontrar uma grande área desmatada, mas espantavam-se, pois não havia sequer uma árvore lançada ao solo por toda a ilha. Muitos, que não acreditavam nas histórias contadas por aqueles que ouviram o furor do machado do "Lenhador", iam passar uma noite na ilha e voltavam contando que realmente, em noites de lua cheia, ouvia-se nitidamente o som do machado afiado contra as árvores.
A lenda da roseira
Em uma fazenda, na Ilha de São Francisco do Sul, havia uma menina muito simpática e inocente, que morava com seus tios, pois ainda jovem, seus pais haviam falecido. Eles a tratavam mal, pois a consideravam um empecilho. No caminho que levava até a fazenda havia uma roseira, que teimosamente engatava no vestido da menina, rasgando um pedaço, toda vez que ela se dirigia para a escola ou retornava para sua casa. Como aquela situação continuava a persistir, a menina, já aborrecida, resolveu queixar-se aos seus tios. Estes não deram muita importância ao fato, e mandaram-na passar longe da roseira e assim evitar o problema.
Assim a menina fez no dia seguinte. Quando estava passando a uma certa distância da roseira, qual a surpresa da menina, quando um galho atravessou seu caminho e rasgou novamente um pedaço de seu vestido. Assustada, a menina voltou apressada para a fazenda chorando, e contou o sucedido aos seus tios, que prometeram resolver o caso no dia seguinte. No outro dia, foram até o local em que se encontrava a roseira, e com um machado, cortaram a planta até a raiz. Embaixo da raiz, encontraram surpresos, um grande recipiente repleto de moedas de ouro. Com as moedas, tornaram-se grandes proprietários de terras na região, mas enviaram a menina embora sem nenhuma das moedas encontradas graças a ela.
Referência para o texto: Wikipédia.

domingo, 10 de março de 2019

Guarapari - Espírito Santo

Guarapari é um município brasileiro do estado do Espírito Santo localizado na região homônima.
Topônimo
O topônimo "Guarapari" é de origem indígena onde "Guara" se refere à ave de pelagem vermelha Guará, e "parim" se refere à arma utilizada pelos povos indígenas locais para a caça do animal, que era muito comum na região. Com o tempo, passou-se a adotar o nome "Guarapari" no lugar de "Guaraparim", pois o primeiro era mais utilizado.
História
Por volta do ano 1000, os índios que ocupavam o litoral sul do atual estado do Espírito Santo foram expulsos para o interior do continente devido à invasão de povos tupis procedentes da Amazônia. No século XVI, quando chegaram os primeiros exploradores europeus à região, a mesma era habitada por um desses povos tupis: os temiminós.
Em 1585, o padre jesuíta José de Anchieta fundou uma missão jesuíta para catequizar os índios da região: a aldeia do Rio Verde ou aldeia de Santa Maria de Guaraparim. A aldeia possuía um convento e uma igreja dedicada a santa Ana. Para a sua inauguração, Anchieta compôs o Auto Tupi. Em 1677, foi construída a igreja de Nossa Senhora da Conceição. Em 1679, a aldeia de Guaraparim foi elevada à categoria de vila. Em 1835, foi criada a comarca de Guarapari. Em 1860, a comarca recebeu uma visita do imperador brasileiro dom Pedro II. Em 1878, passou à condição de município. Em 1891, adquiriu o status de cidade.
No final do século XIX, colonos europeus (italianos, em sua maioria, que aportaram no Rio Benevente) se instalaram no interior do município, fundando as localidades de Todos os Santos e Rio Calçado, entre outras. A principal atividade econômica dessas famílias era o café, além do plantio que faziam para a própria subsistência. Em 1948, teve instalada a sua câmara. Em meados dos anos 1960/1970, Guarapari tornou-se nacionalmente famosa em decorrência das propriedades pretensamente medicinais de suas areias monazíticas. Por este motivo, houve uma onda turística crescente em torno da cidade.
Ecologia e meio ambiente
Radioatividade Natural - As praias de Guarapari são famosas por possuírem um nível alto de radioatividade natural, proveniente das chamadas areias monazíticas, ricas nos elementos urânio e tório. Em alguns pontos das praias foram registradas leituras de até 20μSv/h (175 mSv por ano), uma dose equivalente à que seria recebida ao se tirar uma radiografia de tórax a cada cinco horas. Na cidade os níveis de radiação são muito inferiores; um estudo realizado com 320 habitantes encontrou uma dose média de 0.6 µSv/h, ou 5.2 mSv por ano. Foram observados índices significativamente aumentados de mortalidade mortalidade por câncer de esôfago, estômago pulmão e pŕostata.
Parques Ecológicos
Parque Estadual Paulo César Vinha - Situado no extremo norte do município, na faixa litorânea, o parque possui 1.500 hectares de área, protegendo o ecossistema restinga, uma rica flora composta por orquídeas, bromélias, clúsias e outras espécies típicas de restinga. Conta com uma fauna variada: de pererecas endêmicas a saguis-da-cara-branca, cutias, jiboias, quatis, tamanduás, jacarés, macacos e veados. Possui três lagoas de águas avermelhadas, mas somente uma, a Lagoa de Caraís, é aberta a visitação. O parque possui, também, duas trilhas para visitação:
- Trilha da Clúsia - Trilha que possibilita ao visitante um contato mais intimo com a natureza, dando uma impressão que está dentre uma mata fechada.
- Trilha da Restinga - Uma trilha relativamente maior, com grau de dificuldade fácil. Leva o turista até a Lagoa de Caraís. Possui 1,5 quilômetros de extensão.
O parque recebeu esse nome em homenagem ao biólogo Paulo C. Vinha, assassinado cruelmente nos limites do parque enquanto fazia um levantamento fotográfico sobre líquens e fungos. A sede do Parque fica próxima ao bairro de Setiba, onde conta com guardas e uma estrutura básica de apoio ao turista.
Com florestas, praias, ilhas, lagoas, dunas e alagados, o Parque, fica bem ao norte do município de Guarapari, na divisa com Vila Velha, foi criado em 1990 para proteger os diversos sistemas naturais ali existentes, que estavam sendo ameaçados pelo desmatamento. O Parque faz parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica do Espírito Santo e é aberto a visitas e pesquisas.
No Parque existe um Centro de Vivências, em que os monitores apresentam, vídeos e slides do Parque aos visitantes e ministram palestras sobre educação ambiental. O Parque compreende duas praias (a do Sol e a do Caraís) e, no mar, várias ilhas e pedras, como a de Alcaeira, a Toaninha, a Francisco Vaz, a Guararema, a das Guanchumbas, a Quitonga e a Pedra dos patos.
No Parque existe uma lagoa, a de Caraís, de águas avermelhada pelas raízes das plantas da região. Outras duas lagoas são a Feia e a do Milho.
Para quem quiser fazer um "turismo fotográfico", é só ficar atento para poder observar tatus, corujas, ouriços-caxeiros, e uma imensa quantidade de pássaros.
Parque Natural Municipal Morro da Pescaria - Situado ao final da Praia do Morro, esse é o Parque mais visitado no Espírito Santo. É um Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (Unesco).
O Parque Morro da Pescaria é uma península localizada na divisa das Praias do Morro e da Cerca no município. São 73 hectares de Mata Atlântica e de Restinga, com espécies raras da flora e fauna brasileira e rica biodiversidade marinha existente em todo entorno do parque. Este fora criado a partir da Lei Municipal Nº 1.673 de 1997. A administração do mesmo está a cargo do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Guarapari – COMDEMAG.
São atrações do Parque: Lago do Cabloco D’agua, Praia do Ermitão, da Ponta Sul, da Areia Vermelha, a Pedra das Mesas, das Tartarugas Gêmeas, Centro de Educação Ambiental, recepção e passeio nas trilhas. Fauna: macacos sagüis, esquilos, siriemas, jaguatiricas, jacupembas, sabias, beija-flores, saíras, garças, gaivotas, maçaricos, jibóias, lagartos e outros.
O Parque dispõe da seguinte infra-estrutura: guardas-parque, ponto de apoio ao turista, lanchonete, sala da Polícia Ambiental.
Cultura e lazer
Culinária
Dentre todos os atrativos turísticos de Guarapari, a culinária capixaba merece uma atenção especial. Dos vários pratos baseados em frutos do mar, destacam-se a moqueca capixaba, a torta capixaba, a muma de siri e a caranguejada.
Famosa internacionalmente, a moqueca capixaba é o prato mais conhecido da culinária do Espírito Santo. O nome "moqueca" designa um estilo de preparar o alimento que consiste no cozimento sem água apenas com os vegetais e frutos do mar. Ao contrário da moqueca baiana, a capixaba não leva azeite de dendê e nem leite de coco.
Logo em seguida, vem a torta capixaba, preparada com vários frutos do mar, como siri desfiado, camarão, ostra e sururu, além de bacalhau e palmito. É prato tradicionalmente consumido durante a Semana Santa em algumas casas capixabas.
Turismo
Principal cidade turística do Espírito Santo, Guarapari atrai diversos turistas do mundo inteiro graças às suas belezas naturais e às areias monazíticas (radioativas), com virtudes alegadamente terapêuticas, apesar de os benefícios no tratamento de artrite ou reumatismo não terem comprovação científica. Com mais de 30 praias e boa rede hoteleira, chega a atrair 700.000 turistas no verão, sendo que, em 1994, a cidade recebeu 1.500.000 turistas, enfrentando graves problemas no abastecimento de energia e água, tendo sido, no entanto, realizadas medidas que resolveram o problema.
O município possui clubes aquáticos, além de aquários, exposições marinhas, praias e passeios de mergulho.
Três Praias - Conjunto de pequenas praias separadas por rochedos, praticamente sem ondas, com areia fina e escura. A água é esverdeada e transparente, boa para mergulho e pesca submarina. Possui um extensa área de lazer, sombreada por árvores e coqueiros. O acesso é feito de carro ou a pé, e não é preciso pagar. Há estacionamento mas são proibidas as práticas de camping e uso de churrasqueiras.
Santa Mônica - Praia com areias amarronzadas e ondas fracas. Os condomínios que a rodeiam funcionam como clubes de férias.
Praia de Setiba Pina (ou Setibão) e Setiba
Localizadas 10 quilômetros ao norte da Município Saúde, destacam-se pelas águas azuladas e transparentes. A primeira é a preferida dos surfistas, tem faixa de areia inclinada e castanheiras. Liga-se por uma estrada de terra à praia de Setiba, que tem águas calmas e boas para a pesca. Uma ilhota de formação rochosa separa as duas principais praias de Setiba.
Praia das Virtudes
Ganhou este nome por ser a praia preferida das freiras. Localizada no centro de Guarapari, é cercada por edifícios de alto padrão. Tem água esverdeada e areia clara e fofa. Paredões de pedra contornam a praia dos dois lados.
Praia D'Ulé
Esta praia fica no extremo norte do município e parte de sua área pertence ao Parque Estadual Paulo César Vinha. Tem ondas grandes e areia fofa. É geralmente frequentada por turistas e por surfistas. Foi renomeada há pouco tempo por um morador que possui um bar em suas proximidades e, para dar maior conhecimento ao seu estabelecimento, passou a chamá-la de Praia da Sereia (seu bar: Sereia's Bar). Como isso foi aceito, ele mandou construir um monumento em forma de sereia na beira da praia, para atrair mais turistas.
O nome Ulé dado à praia foi em homenagem a um cientista estrangeiro pesquisador de restingas que por ali passou e identificou a formação dunar ali existente há muitas décadas atrás.
Praia do Riacho
Com ondas fortes, areia clara, grossa e solta, é pouco frequentada e boa para a pesca. Seus 5,5 quilômetros de extensão foram urbanizados e iluminados recentemente.
Praia de Meaípe
Pequena enseada com mar tranquilo e areia escura. Serve de ancoradouro natural para os barcos de pesca. Não é indicada ao banho.
Praia dos Padres
Faz parte do complexo da Enseada Azul, mas fica escondida atrás de um morro coberto por uma mata. O acesso é feito por uma trilha, a partir da praia da Bacutia. Com apenas 50 metros de extensão, tem águas verdes e ondas fortes. O dono do terreno em frente à praia cobra pelo estacionamento.
Praia do Morro
Com quase três quilômetros de extensão, esta é uma das maiores praias de Guarapari. Do lado direito, as ondas são fortes, boas para o surfe, do lado esquerdo as águas são calmas. A areia é clara, fina e solta. A vida noturna é movimentada durante todo o verão. O turista encontra bares com música ao vivo, restaurantes e quiosques.
Praia dos Namorados, das Castanheiras e do Meio
O conjunto formado por estas praias é um dos principais cartões postais de Guarapari. Com faixas rajadas de marrom e amarelo de areia monazítica, pedras enormes intercalam-se com arrecifes, formando piscinas naturais. Durante a maré baixa, as crianças podem observar os peixes que ficam nestas piscinas. A água é transparente e tranquila. Na "pedra da Paquera", na ponta da praia do Meio, localiza-se o Clube Siribeira. Os turistas desfilam no largo calçadão sombreado pelas castanheiras.
Praia da Fonte
Com águas calmas, é ideal para crianças. Entretanto, o acesso é difícil devido às construções particulares feitas ao redor da praia. Possui uma estrutura de cimento conhecida como "trampolim", de onde se pode pular para a água. Apresenta uma grande biodiversidade marítima, com aparição de grande número de tartarugas. Durante a tarde, é possível se avistarem tartarugas bem de perto.
Praia Perocão
Este é um reduto de pescadores artesanais. Do pequeno porto pesqueiro, partem barcos para passeios nas Três Ilhas. Escondida por um recanto de pedras, fica a praia do Boião, com mar aberto ao fundo, que forma piscinas naturais na maré baixa. Seguindo pelas pedras, em direção às Três Praias, está a Praia do Morcego, um paraíso escondido formado por uma pequena faixa de areia cercada por pedras, vegetação e mar. Um espaço ideal para quem busca tranquilidade e belas paisagens.
Enseada Azul
Formada pelas praias de Guaibura, Bacutia e Mucumã, interligadas por areias brancas e finas. A área próxima à praia foi loteada e ganhou um bairro com casas de veraneio: Nova Guarapari. O costão rochoso do lado direito foi ocupado irregularmente, mas ainda é possível fazer passeios na área. Deste lado da praia, o mar é calmo e as águas formam um espelho esverdeado. No lado oposto, existe um mirante no alto de um morro. A água é tão cristalina que é possível se mergulhar a 8 metros de profundidade e encontrar o cargueiro alemão que naufragou em 1942 a 300 metros da areia.
Praia da Cerca
Com apenas 350 metros, possui areia amarela e ondas boas para surfe. A ocupação imobiliária começou há poucos anos. Localiza-se logo após o morro da Pescaria, que a separa da Praia do Morro. Ao seu lado, de acesso através de uma trilha feita pelas pedras, está a Praia do Carlito: praia pequena, de areia grossa e muito frequentada por surfistas devido a suas ondas. Dá acesso às Três Praias.
Praia de Meaípe
Esta aldeia de pescadores é, hoje, um dos lugares mais badalados do Estado. A 6 quilômetros do centro do município, com acesso pela Rodovia do Sol (ES-60), esta praia já foi considerada uma das dez mais bonitas do Brasil pela Revista Quatro Rodas. As ondas são fracas e a areia grossa é contornada por castanheiras. Lugar bom para se passar as férias, Meaípe tem "barraquinhas" na beira das praias, onde você encontra vários petiscos para passar uma perfeita estadia na praia.Point dos modismos de verão, a vida noturna é agitada. Os restaurantes do local preparam os melhores frutos do mar do município. As mulheres do vilarejo, em sua maioria esposas de pescador, fazem as rendas de bilro, artesanato característico do município. Panos, caminhos de mesa, golas, rendas de metro em bico e entremeios são produzidos por encomenda. Os trabalhos estão expostos na Casa das Rendeiras, na orla marítima de Meaípe.
Praia da Areia Preta
Com faixas douradas e escuras, esta é a principal praia de areia monazítica de Guarapari. Além dos idosos que se enterram nas areias em busca de suas propriedades medicinais, muitos jovens frequentam o local. É pequena, com apenas 200 metros de extensão, e tem ondas fortes. Uma trilha sobre as pedras, no lado direito, leva à prainha das Pelotas, aos pés de uma falésia.
Aldeia da Praia
Conjunto de praias calmas, de areia branca, que ficam entre rochedos. Como foram ocupadas por lindas casas, o condomínio se torna fechado. Tornaram-se, praticamente, praias particulares. O acesso é difícil. Para chegar ao local, os aventureiros podem seguir pelas pedras da Praia da Cerca.
Praia do Sol
Como a região é de difícil acesso, esta praia de 5 quilômetros de extensão é praticamente deserta. Fica 19 quilômetros ao Norte do Centro de Guarapari. As ondas são fortes e a areia é clara. Também faz parte do Parque Paulo César Vinha.
Referências para o texto: Wikipédia e Guarapari Virtual.

terça-feira, 5 de março de 2019

Nova Lima - Minas Gerais

Nova Lima é um município brasileiro do estado de Minas Gerais, localizado na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
História
Século XVIII: fundação e desenvolvimento inicial
A história de Nova Lima remonta ao fim do século XVII, quando o bandeirante paulista Domingos Rodrigues da Fonseca Leme chega em busca do ouro. A ele, seguiram-se outros aventureiros, dando origem a um povoamento na região. Por volta de 1708, já havia uma capela dedicada a Nossa Senhora do Pilar — a padroeira da cidade —, e na década de 1720 surgiram engenhos e concessões para a exploração mineral. A Igreja do Senhor do Bonfim, de 1720, atualmente tombada pelo Conselho Consultivo Municipal de Patrimônio Histórico e Artístico de Nova Lima, também marca o início da ocupação da região. Outros mineradores resolvem fixar-se na área, que, àquela época, já possui um número considerável de habitantes.
A primeira denominação dada ao local foi a de Campos de Congonhas. Com a expansão das faisqueiras(*), passou a ser conhecido por Congonhas das Minas de Ouro (pela quantidade de ouro encontrada na cidade), abrigando a população que trabalhava em diversas minas como Bela Fama, Cachaça, Vieira e Urubu.
Em 1748 o arraial é elevado à condição de freguesia, e em 1836 é criado o distrito, subordinado ao município de Sabará, com o nome de Congonhas de Sabará.
Século XIX: expansão e apogeu
Ao passo em que o século XVIII foi o auge do ciclo do ouro no estado de Minas Gerais, e da maior era de prosperidade de cidades como Ouro Preto e Mariana, o grande período de efervescência de Nova Lima se deu a partir de 1834. Nesse ano, a companhia inglesa Saint John del Rey Mining Company comprou a antiga mina de Morro Velho e, a partir de então, a exploração da mina passou a ser feita de forma mais organizada e com tecnologias até então pouco comuns no Brasil para a atividade. Com isso, a produtividade da mina aumentou vertiginosamente a sua produção, chegando a ser responsável, em 1879, por 83% do ouro exportado pela província de Minas Gerais.
À explosão na produção aurífera, seguiu-se um desenvolvimento considerável nas pequenas manufaturas locais, que abasteciam a mina com os materiais necessários, e no setor de serviços, com o surgimento de vendas, hospitais, bibliotecas e demais serviços. Estes, por sua vez, também impulsionavam as manufaturas, e os três setores, juntos, foram responsáveis pelo aumento na população local.
A presença da cultura britânica na região é explicada pela vinda de imigrantes quando da compra da mina de Morro Velho pela Saint John del Rey. Com eles, veio também o Anglicanismo, religião ainda forte no município. Outro exemplo claro de influência inglesa é a "Queca", sobremesa da cidade muito comum, sobretudo, na época do Natal. Na verdade, trata-se do tradicional bolo inglês Christmas Cake, de frutas cristalizadas, sendo que o termo "queca" é um aportuguesamento de cake (bolo em inglês).
Tradicionalmente, famílias locais presenteiam-se umas às outras com o bolo. O Centro de Memória Morro Velho através de fotos, utensílios e de sua própria construção, transmite a história da mina, dos imigrantes e da cidade.
A data de 5 de fevereiro de 1891 marca a emancipação do município, denominado então Villa Nova de Lima, em homenagem ao ilustre historiador, poeta e político Antônio Augusto de Lima. Apenas em 1923 Nova Lima recebeu o nome que permanece até hoje.
Economia
A principal atividade econômica da cidade é a extração do minério de ferro, responsável por mais de 5 mil dos 46,3 mil empregos gerados pela cidade. As profissões mais bem-remuneradas da cidade são, principalmente, as de administração, análise de TI e professor no Ensino Fundamental. Em 2015, o município exportou o equivalente a 1,79 bilhões de dólares, dos quais 1,04 bilhões tiveram como destino a China, e importou, no total, 32,7 milhões de dólares, sendo a África do Sul a principal origem.
Setor primário
A extração de minério de ferro responde por 65% das exportações novalimenses, ao passo em que o ouro, se era o principal produto no século XIX, ainda ocupa posição de destaque, com 34% do total. Somadas, portanto, ambas as atividades equivalem a 99% de toda a exportação da cidade.
Setor secundário
A maior parte indústrias de Nova Lima encontram-se no Parque Industrial de Bela Fama, próximo à sede do município. A região Sul (onde se encontra a Lagoa dos Ingleses), no entanto, vem recebendo investimentos industriais, como a recém-inaugurada planta da Coca-Cola e uma unidade de fabricação de insulinas da empresa Biomm, cuja conclusão está prevista para 2018.
Setor terciário
A sede do município, onde se encontra o centro histórico e os principais cartórios e órgãos públicos, tradicionalmente concentra diversas lojas, as quais atendem, principalmente, à população local. Nessa região encontra-se a sede sul-americana da Anglo Gold Ashanti. Nas últimas décadas, porém, a cidade expandiu-se consideravelmente para fora de sua sede, desenvolvendo novos núcleos.
O bairro Jardim Canadá e os adjacentes, por exemplo, também possuem supermercados, lojas — sobretudo de materiais de construção, pedras e demais itens relacionados a obras e reformas — e casas de festas, sendo uma região que, mais do que a Sede, atende também à população da RMBH.
Ao norte, na divisa com Belo Horizonte, encontram-se os bairros Vila da Serra e Vale do Sereno, os quais desenvolveram-se bastante, a partir dos anos 1990, em função da expansão da capital rumo ao Sul, de forma que, hoje, ambos os bairros e o belo-horizontino Belvedere são conurbados. Na região, estão sediadas diversas empresas, como a Global Value Soluções, do grupo IBM, o INDG (Instituto de Desenvolvimento Gerencial), a Accenture e a sede da Fiat do Brasil, holding do Grupo FCA. A maioria delas encontra-se nos edifícios comerciais da Avenida Oscar Niemeyer (também conhecida como "Seis Pistas" ou por seu antigo nome, Alameda da Serra), na qual também se está construindo o edifício Concordia Corporate, que, com 170 metros, será o mais alto do estado, e tem conclusão prevista para 2017. O bairro Vila da Serra tem, ainda três centros hospitalares privados importantes para a Grande Belo Horizonte: o Biocor Instituto, o Hospital e Maternidade Vila da Serra e o Holhos — Hospital de Holhos de Minas Gerais. No setor educacional, o bairro abriga, ainda, um campus do Instituto Metodista Izabela Hendrix e os dois campi da Faculdade Milton Campos, de Direito e Administração.
Transporte - A cidade é cortada por diferentes ramais férreos. Na década de 1920, um bonde da St. John del Rey Mining Co. ligava a estação ferroviária de Raposos a Nova Lima. Até 1996, um trem de subúrbio atendia o distrito de Honório Bicalho, na linha que ia até Raposos e que foi desativada a partir da dissolução da RFFSA e concessão de seus ramais à iniciativa privada. Adjacente à Serra do Curral, está o ramal Águas Claras, que servia para escoar a produção mineral da mina homônima que ali funcionou até 2003. A partir de então, o ramal, que vai até Betim, está desativado.
Turismo e lazer
Sede
Bicame: aqueduto construído para abastecer a área industrial da Mineração Morro Velho, na lavagem do minério no engenho e hidrantes da segurança. Suas águas nascem na Serra do Curral, formando o Ribeirão dos Cristais e Rego Grande. Ele foi planejado por George Chalmers, superintendente da Saint John D’Rey Mining Company (Mina de Morro Velho) e construído em 1890. É constituído de madeiras nobres: Aroeira e Peroba Rosa e possui 194 m de extensão. As águas correm sobre chapas de aço arqueadas e livres. Uma curiosidade é que durante a construção do Bicame houve um problema sério: os alemães haviam torpedeado o navio Vital de Oliveira, em Vitória – Espírito Santo, causando morte de 100 militares da Marinha Nacional. Como as chapas para término da construção não eram encontradas no mercado brasileiro, com consentimento da Marinha, foi retirado o costado do navio do fundo do mar e feita a calha do Bicame, hoje símbolo de Nova Lima.
Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar, na Praça Bernardino de Lima: Segundo Germain Bazin, “É a mais completa ornamentação de igreja concebida pelo nosso artista… a tribuna do coro, com seus balaústres rendilhados, é de um desenho recortado muito elegante que lembra o Carmo, de Sabará… o altar-mor é uma obra-prima, está tão próxima do de São Francisco de Ouro Preto que deve ser do mesmo período…”. Essas obras foram doadas por George Chalmers.
Bairro das Quintas: marcado por construções de origem inglesa, desde o período de instalação de uma mineradora no século XIX.
Centro de Memória: localizado na antiga casa de Padre Freitas, mais tarde cedida a ingleses, guarda mobiliário, tradições orais, coleção de relógios de parede e outros objetos associados à chegada dos ingleses na região.
Estádio Castor Cifuentes, mais conhecido como Alçapão do Bonfim.
Festa do Peão Boiadeiro (antiga Festa do Cavalo), realizada no meio do ano com rodeios e grandes shows musicais.
Teatro Municipal.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário.
São Sebastião das Águas Claras
A localidade, mais conhecida como Macacos, é famosa por suas exuberantes cachoeiras. Possui pousadas, restaurantes de comida mineira e uma capela, e costuma receber, todos os finais de semana, muitos turistas, principalmente de Belo Horizonte. Macacos tem, também, uma trilha utilizada por ciclistas de mountain-biking e motociclistas, chamada Trilha Perdidas.
Vila da Serra e Jardim Canadá
A região do Vila da Serra possui restaurantes bastante frequentados tanto pela população da cidade quanto pela de Belo Horizonte. Um dos pontos mais conhecidos é a torre Altavila, a qual, no topo de seus 103 metros, possui um restaurante de culinária japonesa e um mirante, de onde é possível ver toda a capital e partes de Nova Lima, Contagem e Sabará, dependendo da visibilidade e do horário. Outro destino comum da região são as casas de shows e festas, principalmente no Jardim Canadá.
Referência para o texto: Wikipédia.
(*)Tabelas como a “Mineração de Faisqueira e de Sociedades em Lavras do Funil” são de real importância para o estudo desse segmento que ainda não foi contemplado devidamente pela historiografia, onde se encontrava a garimpagem de Miguel Garcia Duarte e as sociedades ou companhias formadas no século XIX. Trata-se de um Relatório preparado para administração real, a partir das informações da viagem de Eschewege entre 1809-1811, intitulado Tabelas de todas as lavras de ouro de cada distrito da Província de Minas Gerais com o nome de seus proprietários, situação e natureza das lavras, número dos trabalhadores e produção total do ouro em 1814, para elaborar a política econômica da mineração, na qual o Barão Eschewege foi a figura central. (Referência: MINERAÇÃO DO OURO NAS “MINAS GERAIS” DO SÉCULO XIX: VIAJANTES ESTRANGEIROS E POLÍTICA ECONÔMICA - Por  Maria da Graça Menezes Mourão). Vale a pena a leitura completa do material, que trata da mineração nas Minas Gerais.