Mogi Guaçu é um município do estado de São Paulo, no Brasil.
Topônimo
Nos termos da nova reforma ortográfica, a grafia correta do município seria Mojiguaçu, pois prescreve-se o uso da letra J para palavras de origem tupi-guarani. O nome vem do tupi antigo moî'ygûasu, que significa "grande rio das cobras" (moîa, "cobra + 'y, "rio" + ûasu, "grande"), referindo-se ao Rio Mojiguaçu. Ao longo dos anos, a grafia M'Boijy foi alterada para Boigy, depois para Mogy, Mogi e finalmente para Moji.
Ademais, deve-se escrever junto porque, embora a sílaba "ji" seja tônica, não é acentuada graficamente. E somente quando acentuadas graficamente é que devem receber a hifenização. Exemplo: Ceará-mirim. Caso não seja acentuada graficamente (ainda que a sílaba seja tônica), não se deve colocar o hífen. Exemplos: Mojimirim, Mojiguaçu. Nas formações por sufixação, apenas se emprega o hífen nos vocábulos terminados por sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, como açu, guaçu e mirim, quando o primeiro elemento acaba em vogal acentuada graficamente ou quando a pronúncia exige a distinção gráfica dos dois elementos: amoré-guaçu, anajá-mirim, andá-açu etc.
Contudo, mesmo que em desacordo com as normas ortográficas vigentes no país desde 1943 e desde o Acordo Ortográfico de 1990, foi oficializada, em 1999, a grafia "Mogi Guaçu" para o município.
História
Até o século XVII, os índios caiapós habitavam a região. Com a chegada de bandeirantes vindos de Jundiaí em 1650-1655, que viajavam rumo ao oeste de Minas Gerais e a Goiás em busca de ouro, pedras preciosas e escravos índios, a população indígena local foi diminuindo e, às margens do rio Mojiguaçu, foi formado um vilarejo para dar pouso aos bandeirantes. Em 1728, o vilarejo foi elevado ao título de "freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Campo". Em 1751, passou a se chamar Mogi Guaçu.
O desenvolvimento econômico começou com a produção de café e a instalação do ramal ferroviário da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro (1875). Em 9 de abril de 1877, tornou-se município. Passou a ser comarca somente em 30 de dezembro de 1966.
Com a abolição da escravatura em 1888, deu-se início à fase industrial através de imigrantes italianos que instalaram as primeiras cerâmicas - o pioneiro foi o padre José Armani, com sua fábrica de telhas. Isso se deveu à grande quantidade de um tipo de argila encontrado no município, chamado taguá.
Em 1909, foi instalada a iluminação elétrica na cidade, substituindo os lampiões de querosene.
Hoje, Mogi Guaçu tem um perfil econômico diversificado, abrigando empresas do ramo de papel e celulose, de alimentação, de metalurgia e de cosméticos, entre outras espalhadas nos cinco distritos industriais. Além da diversificação industrial, uma características de poucos municípios, Mogi Guaçu também se destaca pela sua produção agrícola da laranja (que ocupa o terceiro lugar na produção estadual) e do tomate (terceiro lugar na produção do estado). O comércio também alcançou expressão, atraindo consumidores de cidades vizinhas. O comércio cresceu em torno da igreja matriz Nossa Senhora da Imaculada Conceição, que se tornou a padroeira do município, localizada na praça Rui Barbosa, conhecida como Recanto.
Os movimentos culturais também formam a história do município. Há 29 anos, é realizado o Feteg (Festival de Teatro do Estudante Guaçuano); e, há 28, o Encontro de Coros. No esporte, um dos eventos mais tradicionais é a Maratona Esportiva Guaçuana, que é realizada há 40 anos.
Terremoto de 1922
Mogi Guaçu teve o segundo maior terremoto registrado no estado de São Paulo (5,1 graus na escala de Richter) em 27 de janeiro de 1922. O sismo provocou rachaduras em diversos imóveis e quedas de objetos dentro das casas. Uma morte por ataque cardíaco foi atribuída ao abalo sísmico.
Clima
O clima é tropical de altitude ou subtropical com inverno seco (Köppen: Cwa), com temperatura média mínima de 15,05°C e máxima de 27,87°C. O verão é quente e úmido, com temperaturas entre 18 e 28°C, com picos de máxima de 35°C e mínimas podendo chegar a 14°C. A primavera começa seca e termina úmida, sendo essa a estação mais oscilatória em questões de temperatura, sendo que podemos registrar mínimas em torno de 5°C e máximas que podem chegar em raros casos a 36°C. No outono, começa ligeiramente úmido e fica seco com o passar das semanas. Março e abril podem registrar ainda picos de 30°C e mínimas superiores a 15°C, algo que fica mais raro com a proximidade de maio, onde as máximas raramente superam os 26°C e as mínimas poucas vezes atingem os 13°C. No outono, podemos ter mínimas que chegam a 5°C em maio e 2°C em junho e máximas baixas, que, às vezes, são menores que 12°C, ou altas, principalmente no início da estação.
O inverno é seco, mas a entrada de frentes frias não são raras. As temperaturas máximas ficam em torno de 20-25°C em junho e julho, e as tardes salvo raros casos não descem abaixo de 10°C, como nos anos de: 2000, 9,6°C; 1996, 7,0°C; e 1994, 7,5°C; e chegam ao patamar de 25-28°C em agosto e no início de setembro, onde são comuns dias muito secos com grandes oscilações térmicas maiores até de 22°C, quando a temperatura é de 7°C ao amanhecer e chega a 29°C durante a tarde. Mínimas chegam raramente a 1°C, mas acontecem e máximas podem chegar a mais de 30°C, principalmente no mês de setembro. A menor temperatura já registrada em Mogi Guaçu foi de -4°C, em junho de 1918 e a maior foi de 38,9 °C, em novembro de 1985.
Economia
Comércio
O comércio de Mogi Guaçu é independente e um polo comercial e fluente da região da Baixada Mogiana são mais de 7 mil lojas de comércio e serviços, contando com diversas redes de franquias nacionais e internacionais e várias redes de varejistas concentrada na região central da cidade. Na cidade há um shopping center na região central, o Buriti Shopping (Mogi Guaçu), que foi inaugurado dia 22 de Novembro de 2012. Na década de 1970, o comércio de Mogi Guaçu foi se desenvolvendo com o crescimento populacional, por conta das novas indústrias e investimentos, que fez da cidade ser independente até hoje. Outro crescimento foi no segmento noturno que se desenvolve na cidade os barzinhos, lanchonetes, choperias e outros, trazendo mais lazer e happy hour local. Mogi Guaçu possui diversas lojas e franquias.
Indústrias
Por volta do ano 1908, iniciou-se a produção de cerâmicas e telhas no município. A pioneira foi a Cerâmica Martini. Com o passar da primeira metade do século XX, surgiram empresas ceramistas como: Cerâmica São José, Cerâmica Mogi Guaçu, Cerâmica Gerbi e Indústria Chiarelli. No ano de 1957, Mogi Guaçu ganhou título de "capital da cerâmica". Em todo o Brasil, o nome da cidade lembrava tijolos de qualidade, telhas tubos, manilhas e pisos. Era o auge da atividade ceramista na região, no momento em que as velhas olarias adiantavam-se na mecanização e assumiam perfil industrial. Na década de 1960 surgiu a Indústria de Papel Celulose Champion (a atual International Paper), que fez com que a cidade tivesse um aumento populacional bem significativo, ultrapassando a cidade de Mogi Mirim tanto populacionalmente como economicamente. Na década de 1980, a recessão na construção civil no Brasil causou dificuldades para o segmento ceramista guaçuano. Hoje apenas a Cerâmica Lanzi em recuperação judicial continua ativa no segmento cerâmico de Mogi Guaçu.
Mogi Guaçu, hoje, tem indústrias de diversas modalidades, contando com 5 parques industriais, próximos à Rodovia SP-340 e à SP-342. Há diversas pequenas e médias empresas, que empregam milhares de pessoas da região. Em 2000 o produto interno bruto das indústrias de Mogi Guaçu era de 370 milhões de reais, e em 2010 de 802 milhões de reais: um crescimento de 207 por cento em 10 anos segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. As maiores empresas instaladas na cidade são: Mahle, International Paper, Ingredion- Unilever,Sandvik e diversas outras.
Agricultura
Com a ocupação, a vegetação original composta quase que na totalidade por mata atlântica e com algumas manchas de cerrado ao norte e nordeste do município, foi sendo derrubada para a instalação de engenhos e a plantação de cana-de-açúcar, uma vez que a então Província de São Paulo passava por um novo ciclo da cana. Em 1830 a cultura canavieira tomou vulto: nos arredores de Mogi Guaçu, havia 20 engenhos, e também as primeiras plantações de café na região começaram nessa época. Em 1854, houve grande expansão da cultura cafeeira, devastando florestas e pastos de gados. O ciclo do café trouxe muita riqueza tanto para Mogi Guaçu quanto para todo o resto do estado de São Paulo. Em 1918, no entanto, ocorreu a quase total destruição da cultura cafeeira local, quando os cafezais ficaram totalmente brancos por causa de forte geada, quando as temperaturas chegaram a -4 graus Celsius em junho. A cultura recuperou-se até que ocorreu a crise de 1929. Na década de 1930, quase acabaram as plantações de café por conta de muita geadas e frio e do baixo valor do saco de café decorrente da crise de 1929. Só algumas permaneceram até hoje, na região de Nova Louzã.
O tomate veio na década de 1970, tendo sido escolhido o local por causa proximidade dos grandes centros urbanos e por causa do clima ideal para o tomate. Teve seu auge nos anos 1980 e 1990, quando Mogi Guaçu se tornou, por várias vezes, líder na produção de tomate no Brasil para exportação e para as indústrias. Com o aumento da população mudando para o centro urbano de Mogi Guaçu, muitas pessoas vieram de outras regiões, principalmente de norte de Minas Gerais e do nordeste brasileiro, para trabalhar no cultivo do tomate. Mas, com o passar dos anos, a produção no município foi diminuindo: alguns dos fatores foram as terras sobrecarregadas, pragas, doenças e o crescimento de outras culturas mais rentáveis e mais lucrativas. Hoje, a agricultura e a pecuária de Mogi Guaçu é moderna e diversificada, com plantações de cana-de-açúcar, laranja, tomate, limão, milho, tangerina e diversas outras. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2000 o seu produto interno bruto agrícola era de 35 milhões de reais; em 2010, passou para 210 milhões de reais, num crescimento de 602 por cento. O município se tornou, então, o 4º mais rico em produção agrícola do estado de São Paulo.
Educação
Mogi Guaçu conta com três instituições de ensino superior, UNIMOGI, Faculdade Municipal Prof° Franco Montoro, Faculdades Integrada Maria Imaculada.[29] Quanto ao ensino técnico, há as instituições estaduais: Senai, ETEC "Euro Albino de Souza", e o CEGEP "Governador Mário Covas".
Cultura, lazer e turismo
Artes, Músicas e Teatro
- EMIA - Escola Municipal de Iniciação Artística
- CMVV - Corporação Musical "Marcos Vedovello". A Corporação Musical "Marcos Vedovello", fundada em 25 de maio de 1920, é uma entidade cultural sem fins lucrativos e declarada de utilidade pública municipal. Atualmente é tida como referência musical na cidade de Mogi Guaçu e tem como principais finalidades o ensino, a divulgação e a popularização da música instrumental. É composta pela Escola de Música "Geraldo Vedovello", que atende crianças e jovens gratuitamente, e por outros grupos musicais, tais como a Orquestra de Sopros, a Banda Geraldo Vedovello e a banda Marcial dos Ipês. Estes grupos desenvolvem, entre outros trabalhos, os seguintes projetos: Concertos Populares, Música na Escola, Concerto pela Paz e Concerto pela Solidariedade. Endereço: Av. Nove de Abril, 251 - Imovel Pedregulhal, Mogi Guaçu - SP, 13840-056 Telefone: (19) 3841-4909
- A Camerata - Orquestra Sinfônica
- Teatro Municipal - Tupec - com capacidade para 450 pessoas Endereço: Av. dos Trabalhadores, 2555-2591 - Jardim Camargo II, Mogi Guaçu - SP, 13840-011 Telefone: (19) 3811-8650
- Lápis e Cia - Escola de Artes Endereço: Tv. Américo Luiz Caveanha, 91 - Centro, Mogi Guaçu - SP, 13840-018 Telefone: (19) 3891-6175
Bibliotecas
- Biblioteca Municipal João XXIII - situada hoje no Centro Cultural.
- Biblioteca Pública Faculdade Municipal Professor Franco Montoro - situada no Campus Cachoeira.
Expoguaçu
Realizada no mês abril com rodeio, espetáculos, praça de alimentação, parque diversões e pavilhão de exposições.
Fazendas e sítios históricos
Fazenda Campininha
Fazenda Cataguá
Museus
- Museu Histórico Hermínio Bueno
- Museu-Navio Franco Godoy
Estádio
Mogi Guaçu só tem um estádio de futebol o Estádio Municipal Alexandre Augusto Camacho, também conhecido como “Arena Mandi” capacidade para 5 mil pessoas fica no centro da cidade.
Esportes
O município tem um time de futebol, o Clube Atlético Guaçuano. O time desistiu de disputar a segundona do Paulistão.
No ano de 2018 foi iniciado o projeto de formação e treinamento de uma equipe de Baseball (Beisebol) esporte mundialmente conhecido e que vem se popularizando no Brasil. Os treinos gratuitos acontecem todos os domingos a partir das 8:00 da manhã nos campos de futebol da cidade, geralmente nos centros esportivos Furno e Antonio Campano. Idealizador: Robson Lima (cebola)
O Autódromo Velo Cittá tem recebido inúmeros eventos desde sua inauguração, entre eles Stock Car Brasil e Porsche GT3 Cup Brasil
Referência para o texto: Wikipédia .