sexta-feira, 30 de outubro de 2020

TRÊS LAGOAS - MATO GROSSO DO SUL

Três Lagoas é um município brasileiro da região Centro-Oeste, localizado no estado de Mato Grosso do Sul. Situa-se na Mesorregião do Leste de Mato Grosso do Sul e na Microrregião de Três Lagoas.
Fundada em 1915, sua colonização iniciou-se na década de 1880 por Luís Correia Neves Filho, Antônio Trajano dos Santos e Protásio Garcia Leal. Seu nome origina-se das três lagoas que existem na região. Desde sua criação, demograficamente o município de Três Lagoas tem crescido de maneira linear e progressiva. No censo de 1940 a cidade tinha 15.378 habitantes. Vinte anos depois a população atingia 31.690 habitantes e em 1991 possuía 68.162 habitantes. Já em 2000 totalizava 78.900 habitantes e no último censo havia 101.722 habitantes. De acordo com estimativas do IBGE de 2015, possui uma população de 113.619 habitantes, sendo a terceira cidade mais populosa de Mato Grosso do Sul .
A cidade apresenta uma razoável distribuição de renda e não possui bolsões de pobreza. Trata-se de um centro regional e tem todas as amenidades necessárias em um centro urbano, além de fornecer aos seus cidadãos alta qualidade de vida. A cidade também é a 89ª menos violenta entre os municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes considerando mortes por agressão (homicídios) e em mortes violentas por causas indeterminadas (MVCI), onde registrou 24 assassinatos (21,1 mortes por 100 mil habitantes) segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
História
Origens
Há séculos, antes da colonização pelo homem branco, vivia na região do leste sul-mato-grossense, onde hoje se localiza a cidade de Três Lagoas, a tribo indígena dos Ofaié. Um grupo da família Macro-jê, os Ofaié descendem das civilizações indígenas do Chaco, na Bolívia. Constituíam-se de coletores, caçadores e pescadores, e eram nômades nas terras localizadas entre os hoje denominados Rio Paraná e a Serra de Maracaju, limitando-se ao norte por volta da latitude do Rio Sucuriú.
A partir do século XVIII, a região de Três Lagoas e seus habitantes, os Ofaié, passaram a sofrer com as visitas dos bandeirantes paulistas, em excursões para reconhecimento de território. Já em 1829, uma expedição enviada por João da Silva Machado, Barão de Antonina, e chefiada por Joaquim Francisco Lopes, visando a expansão dos campos de pecuária do vale do Rio São Francisco, atravessou o Rio Paraná e fez contato com os índios, que eram amigáveis. Também faziam parte dessa entrada Januário Garcia Leal e outros sertanistas.
O município de Paranaíba e a colonização do sul de Mato Grosso
Januário Garcia Leal, José Garcia Leal, João Pedro Garcia Leal, Joaquim Garcia Leal e seus outros irmãos, acompanhados por suas respectivas famílias, empregados e escravos, fugindo de perseguições políticas, permaneceram na região. Os Garcia Leal e seus agregados criaram, assim, o arraial de Sete Fogos, hoje Paranaíba, ao norte da área de Três Lagoas. Esses e outros pecuaristas se estabelecem aos arredores do rio Paranaíba.
Muito embora tais colonizadores se mantivessem a certa distância dos ameríndios, uma vez que havia toda a região entre o Rio Sucuriú e o Rio Paranaíba vazia entre eles, os nativos da tribo Ofaié, que deparavam-se com os desbravadores vez em quando durante as andanças de ambos, passaram a deliberadamente evitar contato e tentar manter sempre uma distância segura. Na década de 1840, no entanto, Joaquim Francisco Lopes novamente realiza uma entrada pelos confins do sul de Mato Grosso. Reencontra os Ofaiés nas cabeceiras dos rios Negro, Taboco e Aquidauana, afluentes do rio Paraguai.
De meados do século XIX em diante, bandeirantes paulistas, que aos poucos se tornavam fazendeiros pecuaristas fixos, atravessavam o Rio Paraná e se estabeleciam em lugares ermos do centro e oeste do atual estado de Mato Grosso do Sul, perseguindo e escravizando os ameríndios nativos. Os Ofaié, que já eram nômades, afastaram-se da região onde se intersectam o Rio Sucuriú e o Rio Paraná, refugiando-se ao sul e a oeste, entre a região do Rio Verde, onde hoje se encontra a cidade de Brasilândia, e a Serra de Maracaju.
A região que se tornaria o atual município de Três Lagoas, no entanto, permanecia selvagem, uma vez que o interesse dos colonizadores paulistas era expandir as frentes a oeste, de forma a assegurar que teriam infinitas extensões de terra. A região três-lagoense continuava, assim, sob a influência da frente colonizadora que se encontrava em Paranaíba e que, mais cedo ou mais tarde, iria se expandir ao sul.
Com a implantação das propriedades e a fixação dos marcos de posse às margens dos rios, paulistas, mineiros e outros demarcaram áreas extensas, de tal forma que logo encheram de grandes latifúndios a região, Rio Pardo a dentro, no rumo do Rio Vacaria e do Rio Brilhante, no centro do atual estado de Mato Grosso do Sul, local que tiveram de abandonar momentaneamente com a Guerra do Paraguai.
Expansão ao sul de Paranaíba e o início de Três Lagoas
No ano de 1867, ainda durante a guerra do Paraguai, o Visconde de Taunay viajava de Aquidauana ao Rio de Janeiro para levar à corte notícias sobre a Retirada da Laguna. Vindo do sertão de Camapuã, atravessou a nado o alto Rio Verde entre a latitude das atuais cidades de Paranaíba e Inocência. Transitava, desta forma, de noroeste a norte do atual município de Três Lagoas. Segundo ele descreve em seu livro Reminiscências, "no dia 30 [de junho de 1867] estávamos no vasto rancho do Sr. José Pereira, bom mineiro que nos acolheu otimamente e era o primeiro morador que encontrávamos à saída do sertão bruto de Camapuã e à entrada do de Santana do Paranaíba, um pouco mais habitado, (…) próximo já da vila de Santana do Paranaíba".
Ao apontar que José Pereira fora o primeiro habitante que encontrara na área de Paranaíba, mesmo estando este muito próximo àquela cidade, as anotações de Taunay deixam claro, desta forma, que no ano de 1867 a frente pioneira de Paranaíba somente se encontrava ao redor daquela cidade, ou seja, muito distante de sequer habitar a atual área do município de Três Lagoas, mais ao sul. Isto não quer dizer, no entanto, que a região três-lagoense já não estivesse sendo explorada pelos pioneiros de Paranaíba. Pelo contrário, José Garcia Leal, considerado "o principal homem do sertão", possuía "inúmeras posses" nos rios Sucuriú e Verde, motivo pelo qual os Ofaiés se afastaram da região, de forma a evitar confrontos. Essas posses, no entanto, não eram habitadas, ou sequer trabalhadas. Utilizavam-se os campos naturais de Cerrado para se criar gado de maneira extensiva. José Garcia Leal ou seus agregados e empregados somente tinham de visitar o local a cada dois meses para encher de sal os coxos e costear o gado. Januário Garcia Leal Sobrinho utilizava-se do mesmo esquema de criação de gado ao norte de Paranaíba, em terras goianas.
Com o fim da guerra do Paraguai, os sertanistas e colonizadores voltaram ao centro e oeste de Mato Grosso do Sul, reunindo o restante dos rebanhos a novos povoadores.
Foi somente nos anos de 1880, entretanto, que passaram ao sul do município de Paranaíba, ou seja, ao atual município de Três Lagoas, seus três fundadores e também mais antigos habitantes: Luís Correia Neves Filho, o mais antigo, que se instalou nas proximidades do Ribeirão Beltrão, ao norte do Rio Sucuriú, com sua esposa, Claudina Correia Neves; Antônio Trajano dos Santos, que se instalou na região entre o Ribeirão Palmito e o Rio Sucuriú, a qual chamou de Fazenda das Alagoas, em razão das três grandes lagoas ali existentes; e Protázio Garcia Leal, neto de Januário Garcia Leal, que se instalou na região da Piaba, às margens do Rio Verde, em terras próximas às de seu tio-avô, José Garcia Leal. Estavam ocupadas as três regiões do município três-lagoense: o norte do rio Sucuriú, na área do Ribeirão Beltrão; o centro e atual perímetro urbano, na área das três lagoas; e o sul, na área do Rio Verde.
É correto dizer, desta maneira, que a filha de Luís Correia Neves Filho, Zulmira Maria de Jesus, nascida em 1884, foi a primeira pessoa com ancestrais europeus a nascer no atual município, uma vez partidos os Ofaié. Foi a primeira três-lagoense. Aos poucos, ainda, colonizadores gradativamente foram espalhando-se pela margem dos ribeirões Palmito, Moeda, Piaba, Pombo, Campo Triste e Brioso - deixavam a área de Paranaíba e se aventuravam ao sul, para a região do Rio Sucuriú e além.
Também se destacaram nestes momentos iniciais, em territórios do antigo município de Paranaíba, do qual Três Lagoas foi posteriormente desmembrada, Necésio Ferreira de Melo, fundador da propriedade agropastoril denominada Piaba, em terras banhadas pelo Ribeirão Campo Triste; Antônio Ferreira Bueno, em Serrinha, hoje Garcias; Antônio Paulino, também às margens do Ribeirão Campo Triste; Silvério Garcia Tosta e seus filhos, afazendados no alto Sucuriú, no bananal da Boa Vista; Misael Garcia Tosta, no ribeirão Morro Vermelho, afluente do rio Paraná; Januário José de Sousa e seus filhos, afazendados no ribeirão São Pedro, afluente do rio Sucuriú; Manuel Garcia Tosta, no ribeirão Indaiá Grande, afluente do rio Sucuriú; Carlos de Castro, na fazenda Coqueiro; Miguel Pântano, Marcolino Marques e Isaías Borges, em águas do rio Correntes; os irmãos Joaquim e José Machado, os irmãos Jerônimo e Isaías Coimbra, Jerônimo Rosa, os irmãos Albino, Ângelo, José e Vitório Lata, Antônio dos Santos, os irmãos Manuel e Francisco Fabiano, Silvério Garcia Tosta e seus filhos, todos afazendados em águas vertentes da Serra da Moranga; Bernardo Barbosa Sandoval e seus filhos, em águas do rio do Peixe; os irmãos José, Urias, Francisco e Antônio Queirós, em águas do rio Quitéria; a família Pereira, afazendada nos rios Sucuriú e Verde; as famílias Camargo,Otoni e Juscelino Ferreira Guimarães, no alto Sucuriú; as famílias Damasceno e Oliveira, no médio rio Pardo; as famílias Barbosa, Lopes, Rosa e Mariano, na Vacaria; e o vigário de Santana de Paranaíba, padre Francisco de Sales Fleury, que possuía também uma fazenda, onde tinha uma caseira, Joaquina de tal, e com ela teve filhos: Marcelo, Justiniano, Augusto, Maria, Teotônio e Vicência.
Criação
No princípio do século XX, a propriedade de Antônio Trajano dos Santos, denominada Fazenda das Alagoas, à margem esquerda do Ribeirão Palmito, recebe o apelido de Coletoria, devido ao posto fiscal estadual ali implantado para a taxação da pecuária. Suas terras são, então, cortadas em diagonal pela Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB), dividindo-as em dois triângulos.
Quando em 1909 chegou a ser fundado o acampamento dos engenheiros às margens da Lagoa Maior, na Fazenda das Alagoas, onde hoje situa-se a cidade, devido à construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, os Ofaiés há quase duas décadas já haviam deixado o local.
Ao norte do Rio Sucuriú, chegava Jovino José Fernandes, que se tornou dono de uma grande plantação de cana-de-açúcar e destilaria, um dos homens mais ricos do local. Ao sul do mesmo rio, no distrito de Garcias, o mineiro de Uberaba, José Silvério Borges, estabelecia-se com sua esposa, Inocência Maria da Abadia, natural de Jataí, Goiás.
Em 1910 foi motivada, pelo acampamento de engenheiros, a edificação de várias moradias, desenvolvendo um novo povoado. Havendo sua propriedade sido dividida em duas metades triangulares, a parte entre a ferrovia e o Rio Sucuriú, Antônio Trajano dos Santos doa à povoação. Foram cerca de quarenta alqueires, instalando-se aí uma praça, onde foi construída uma igreja em homenagem a Santo Antônio, proclamado padroeiro do local. Oscar Guimarães desenha urbanisticamente a infante Três Lagoas. Justino Rangel de França, funcionário da Construtora Machado de Melo & Cia, demarca o sítio urbano.
Três Lagoas recebe o influxo de muitos migrantes, como os mineiros Coronel Antônio de Sousa Queirós, Bernardino Caldeiras e o Dr. Sebastião Fenelon Costa. Estes três últimos abrem o armazém Bernadino & Cia. João Carrato constrói o Hotel dos Viajantes, primeiro hotel da cidade. Em meados da mesma década de 1910, chega o sírio Martins Rocha. Ao norte do Rio Sucuriú, havia o Capitão Benevenuto e seus filhos, Misael Garcia Moreira e João Moreira; e Francisco Salles da Rocha, criador de um estabelecimento para pernoite para tropeiros.
O distrito foi criado pela lei nº 656 de 12 de junho de 1914, pertencente a Sant'Anna do Paranaíba. A Vila de Três Lagoas cria-se pela lei estadual nº 706, de 15 de junho de 1915, ainda parte da Comarca de Paranaíba, mas, emancipada politicamente. É nomeado o intendente-geral interino, o Dr. Sebastião Fenelon Costa, assim como os primeiros vereadores. Torna-se município em 8 de agosto do mesmo ano de 1915, quando são realizadas eleições para a presidência da Câmara Municipal, tendo sido eleito para presidente da mesma o coronel Antônio de Sousa Queirós e para vice-presidente o advogado Generoso Alves Siqueira. O desmembramento da comarca de Paranaíba acontece em 27 de dezembro de 1916, através do Decreto de Lei nº. 768, tomando posse do município as autoridades nomeadas pelo Governador do Estado.
Em 10 de outubro de 1920, Elmano Soares lança, com Bernardo de Oliveira Bicca, o primeiro número da Gazeta do Comércio, o primeiro jornal semanal do então estado de Mato Grosso. Através de sua maneira polêmica e politizada de escrever, Elmano Soares sofre perseguição política por seus artigos, tendo de se afastar de seu jornal e de Três Lagoas algumas vezes para preservar sua vida. O jornal, no entanto, torna-se um dos mais respeitados na região.
A vila de Três Lagoas recebe foros de cidade pela Resolução nº. 820, de 19 de outubro de 1920, durante o governo de Dom Francisco de Aquino Corrêa. Comemora-se, no entanto, em 15 de junho, a emancipação política de Três Lagoas. Ainda no início da década de 1920, a área restante do município, cerca de três mil e seiscentos hectares, é doada pelo governador do então estado de Mato Grosso, Celestino da Costa. O terreno é demarcado em 1921 pelo engenheiro Sampaio Jorge e loteada como área suburbana.
Guerras civis
Em A Coluna Prestes, de Neil Macaulay, é dito que "1.500 soldados rebeldes" marchavam pelo interior brasileiro após um "movimento militar revolucionário" fracassado. Tais tropas rebeldes, tendo ao seu comando Isidoro Dias Lopes, haviam atacado São Paulo em 5 de julho de 1924 e ocupado a cidade por vinte e três dias, exigindo a renúncia do então presidente Artur Bernardes. A data havia sido escolhida em comemoração ao aniversário de dois anos da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana. De qualquer maneira, após o bombardeio de regiões como Mooca, Brás e Perdizes, as tropas revoltosas foram repelidas pelo Exército legalista. Desde então, encontravam-se sem destino, vagando pelo estado de São Paulo.
Ainda segundo Neil Macaulay, "Em Bauru, Izidoro [Dias Lopes] soube que havia uma grande tropa federal em Três Lagoas(…). Os rebeldes arremeteriam contra a concentração governista [na cidade] (…). O ataque seria conduzido por Juarez Távora. Em Porto Epitácio (…), seu batalhão reforçado por 570 (quinhentos e setenta) homens(…) embarcou em dois vapores rumo às vizinhanças de Três Lagoas. Ao amanhecer do dia seguinte(…), os soldados de Juarez movimentaram-se para atacar [a cidade] (…). Os comandados de Juarez podiam ouvir o resfolegar das locomotivas da Estrada de Ferro Noroeste(…). O encontro em Três Lagoas deixou um terço do batalhão morto, ferido, aprisionado ou desaparecido. Juarez tinha perdido a mais sangrenta batalha da Revolta Paulista. Talvez tenha sido, também, a batalha decisiva da revolução".
Foi durante essas lutas que teria sucumbido o soldado José Carvalho de Lima, cujo túmulo no Cemiterinho hoje é objeto de devoção. Segundo Lúcio Queirós Moreira em seu livro Do Sonho à Realidade, "conta-se que um soldado, gravemente ferido (…), rastejou em busca de socorro, vindo a falecer onde hoje se ergue o túmulo. O nome do soldado seria José Carvalho de Lima. Outra versão diz que ali tombaram vários combatentes. O túmulo se encontra na confluência das ruas Quinzinho de Campos e Jamil Jorge Salomão. Seria aquele o túmulo de um soldado ou de soldados que tombaram naquela "refrega". 
Palco da grande vitória legalista em 1924, o isolamento geográfico da região três-lagoense, no entanto, favorecia sentimentos revolucionários. Já nos anos 1920, nota-se a falta de um sentimento de pertencimento, por parte dos cidadãos três-lagoenses, em relação ao estado de Mato Grosso. Identificam-se muito mais com o estado de São Paulo, por ser fisicamente mais próximo, mesmo antes da conclusão da Ponte Francisco de Sá e, portanto, do pleno funcionamento da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil.
Na participação de Três Lagoas na revolta tenentista de 1932, é possível notar, também, o tipo de relação entre as cidades do sul do então estado de Mato Grosso e o norte. Como cidades independentes, as cidades do sul-mato-grossense participaram do movimento de maneira independente do governo do estado e sem a certeza de apoio por parte umas das outras. Não havia uma identidade comum, nem muita infraestrutura, além da ferrovia, para aproximá-las, mas a aversão ao norte as unia. O habitantes das cidades do atual estado de Mato Grosso do Sul sentiam-se isolados da então capital, Cuiabá, assim como já notavam que o sul contribuía muito mais com impostos que o norte, economicamente estagnado. A proposta recebida dos rebeldes paulistas seria a de que, vencendo a revolução, os sul-mato-grossenses finalmente se separariam do norte. Sob a liderança de Bertoldo Klinger, comandante da Circunscrição Militar em Mato Grosso, que funcionava em Campo Grande, as tropas sul-mato-grossenses então se rebelaram e estabeleceram um governo dissidente naquela cidade, para o qual foi nomeado Vespasiano Martins, prefeito da mesma. O novo estado então criado se chamou Maracaju e duraria três meses, até o fim da revolução.
Assim, na Revolução Constitucionalista de 1932, Três Lagoas novamente se tornaria palco de luta armada. Desta vez, no entanto, a cidade não seria uma aconchegante parada para as tropas governistas, mas consideraria estas últimas como inimigas. Tais tropas governistas, que lutaram com o Exército debelado de Três Lagoas, chegaram principalmente pelo norte, estabelecendo-se na região do Ribeirão Beltrão, em terras de Jovino José Fernandes, Francisco Salles da Rocha e do Capitão Benevenuto. Daí, partiram rumo ao Rio Sucuriú, cercando a cidade. Entre os mortos destes conflitos esteve a própria esposa de Jovino José Fernandes, Zulmira Maria de Jesus, primeira três-lagoense de ascendência europeia, que morreu devido à falta de cuidados médicos resultante da falta de comunicação com a cidade, em 22 de julho de 1932, um dia antes de Santos Dumont ter cometido suicídio por causa da mesma guerra civil.
Governo Militar
Na década de 1960, inicia-se a construção, pela CESP, da Usina hidrelétrica Engenheiro Sousa Dias (Jupiá). Localizada no Salto de Urubupungá, quando de sua finalização, no ano de 1974, era a maior usina hidrelétrica do Brasil. Em 1978, foi ultrapassada por Ilha Solteira e, em 1982, também por Itaipu. Hoje, continua sendo a terceira maior usina hidrelétrica do Brasil, sendo considerada muito eficiente, uma vez que sua área alagada é pequena em relação à energia por ela produzida.
Sua posição estratégica e sua proximidade a uma fonte de energia elétrica tão importante para o país foram motivos para que o município de Três Lagoas, durante a ditadura militar, fosse considerado "Área de Segurança Nacional" pelo Decreto-Lei n° 1.105, de 20 de maio de 1970. Os prefeitos passaram a ser nomeados pelo governador do estado, mediante aprovação do presidente da República. Não havia a figura do vice-prefeito e, caso ocorresse a vacância da Prefeitura, assumia interinamente de acordo com a Lei Orgânica dos municípios o presidente da Câmara Municipal, até que o novo prefeito fosse nomeado e empossado. Os três-lagoenses somente voltaram a eleger seus prefeitos em 1985.
Durante a ditadura militar, os governos municipais, como o de Lúcio Queirós Moreira, sofreram com as várias mudanças de rumo por parte dos governos do estado e também com problemas orçamentais. Um exemplo desta era é o Programa de Complementação Urbana (P.C.U.), um programa do então governador Marcelo Miranda e originariamente chamado de Projeto Cura-Comunidade Urbana para Recuperação Acelerada. Tal programa era bastante abrangente e, caso implementado em todas as cidades-pólo de desenvolvimento no Mato Grosso do Sul, traria reflexos para o estado como um todo. Mas isso nunca ocorreu. Durante o governo de Pedro Pedrossian, houve outro programa, chamado de Pró-Cidade, que teve os recursos bloqueados e nunca se tornou realidade.
Geografia
Geologia
O município de Três Lagoas está inserido em litologias dos Grupos São Bento e Bauru, da Bacia do Paraná, e de coberturas cenozoicas. As coberturas cenozoicas detrito lateríticas compõem-se de dois tipos: coberturas detrítico lateríticas terciárias e quartenárias e aluviões recentes.
O solo é composto, principalmente, dos tipos latossolo vermelho escuro e podzólico vermelho escuro, com teor de acidez entre 4,3 e 6,2 de pH. Trata-se de solos minerais, não hidromórficos, altamente intemperizados, apresentando horizonte B latossólico e podendo ser profundos ou muito profundos, bem drenados ou acentuadamente drenados, friáveis e muito porosos. Os outros tipos de solo que podem ser encontrados em Três Lagoas são latossolo roxo distrófico (em regiões cobertas por faixas de Mata Atlântica), podzólico vermelho amarelo, planossolo álico, glei pouco húmico distrófico, areias quartzosas álicas e solos litólicos distróficos.
No perímetro urbano, o solo altamente poroso é um empecilho às grandes construções, pois não oferece sustentação suficiente a pesadas estruturas. Este é um dos motivos para os poucos prédios que se encontram na cidade.
Clima
O município de Três Lagoas pertence à zona climática designada pela letra A, sendo seu tipo climático o Aw, de acordo com a classificação de Köppen. O tipo Aw caracteriza-se como clima tropical quente e úmido. A temperatura média local é de 24 °C. Possui estação chuvosa no verão e seca no inverno. O total anual das precipitações em áreas de influência direta do tipo Aw está compreendido entre 900 mm e 1.400 mm.
O trimestre de maior precipitação reflete o verão austral (novembro, dezembro e janeiro), dezembro sendo o mês de maior precipitação, com tempestades de verão sempre vindas do sul. A chuva é abundante e, na maioria das vezes, acontece nos fins das tardes, limpando-se o céu ainda antes do anoitecer.
Hidrografia
A hidrografia da região é rica. Além dos já citados rios e lagoas, podem-se encontrar vários córregos e riachos. Os rios subterrâneos da região são facilmente achados, às vezes somente a vinte metros da superfície, às vezes a cem.
Três Lagoas localiza-se na Bacia Hidrográfica do Rio Paraná, que possui 700.000 km² e trata-se da quinta maior bacia hidrográfica do mundo. Possui, ainda, duas sub-bacias importantes: a do Rio Verde e a do Rio Sucuriú. A rede hidrográfica treslagoense compõem-se dos rios Paraná, Pombo, Sucuriú e Verde; além dos ribeirões Baguaçu, Bonito, Brioso, Campo Triste, Imbaúba, Palmito, Piaba, Prata e Beltrão; e dos córregos Azul, Boa Vista, Cervo, Estiva, Jacaré, Lajeado, Moeda, Pontal, Porto, Pratinha, Taboca e Urutu.
O município também se situa sobre o maior lago subterrâneo do planeta, o Sistema Aquífero Guarani. Assim como com os rios subterrâneos, a água do sistema Aquífero Guarani facilmente vêm à tona em escavação. É do aquífero a água do Ribeirão Palmito, naturalmente muito quente, mas não muito apropriada para consumo, devido ao seu gosto.
A água potável de Três Lagoas, retirada de seus rios subterrâneos, é considerada a melhor de todo o Brasil. Por isso e pela quantidade de recursos hídricos ao seu dispor, a cidade tem o apelido de Cidade das Águas.
Vegetação
Três Lagoas possui um conjunto fitogeográfico uniforme, uma vez que apresentam-se em sua paisagem campos limpos, e florestas perenifólias, subperenifólias e mesofólias. A vegetação predominante é o Cerrado (gramíneo lenhosa, arbórea densa e arbórea aberta). Há também faixas de Mata Atlântica, que se alternam perpendicularmente às margens do Rio Paraná com a vegetação do Cerrado, até que estas listras de floresta se afinam e desaparecem conforme se distanciam do rio.
Fuso horário
Está a -1 hora com relação a Brasília e -4 com relação ao Meridiano de Greenwich (Tempo Universal Coordenado).
Meio ambiente
Com sua diversidade de biomas, ecossistemas e espécies animais e vegetais, a situação do meio-ambiente três-lagoense espelha o que ocorre no restante do Brasil. Embora não possua uma grande população, devido a sua importância econômica é grande a manipulação do território pelo homem, nem sempre seguindo considerações ambientais.
Assim, desrespeita-se as normas de desflorestamento de matas ciliares em rios, como é o caso dos ranchos às margens do Rio Sucuriú; não se trata a maior parte do esgoto da cidade, em sua maioria depositado em fossas sépticas; já foi desmatada grande parte da Mata Atlântica, ao leste do município, e do Cerrado, a oeste; desaloja-se e caça-se animais silvestres, como onças, devido ao fato de que seus hábitos alimentares vão contra interesses de fazendeiros pecuaristas; e a rede hidrográfica do município já foi altamente modificada para a construção de usinas como a do Jupiá.
De qualquer maneira, o evento mais grave a já acontecer em território três-lagoense foi o enchimento da barragem da Usina hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta (Porto Primavera), que consumiu considerável parte do território três-lagoense, afogou milhares de animais e vegetais em extinção, acabou com a maior e melhor reserva de argila da América do Sul e diminuiu enormemente a riqueza do ecossistema municipal, sendo este episódio considerado o maior desastre ecológico da história do Brasil.
Entre os novos desafios para a política ambiental municipal encontra-se a chegada da International Paper e do Grupo Votorantim, uma vez que a fabricação de papel é conhecida como sendo muito poluente. Outras indústrias que lidam com processos químicos potencialmente prejudiciais ao ambiente já estão no município ou têm previsão de lá se instalar.
Economia
Três Lagoas é o centro do chamado Bolsão Sul-mato-grossense, região rica em arrecadação de impostos do estado de Mato Grosso do Sul e cuja principal atividade econômica é a pecuária. Com a crise no setor, no entanto, a indústria e o turismo despontam como alternativas ao município e à região.
Agropecuária
A agropecuária de Três Lagoas tem despontado fortemente. No município há um total de 936 empresas de agropecuária, segundo o CAGED. Desde seu início, Três Lagoas demonstrou vocação para a pecuária, sendo esta a principal atividade desenvolvida pelos pioneiros do local com exceção de poucos, como Jovino José Fernandes, que se dedicou à agricultura. A concentração das atenções municipais na criação bovina extensiva iniciou seu auge na década de 1990, quando portas se abriram para a exportação. O município de Três Lagoas foi notório, então, pela exportação de carne bovina para diversos países e locais, como Israel e Europa. O resultado do crescimento das exportações de carne bovina pode ser visto na evolução do PIB per capita do município entre 1999 e 2005, como demonstra a tabela. A renda gerada pela pecuária também sempre movimentou outros setores da economia municipal, como os setores de comércio e serviços.
Extrativismo e indústria
Três Lagoas possui no total de 433 empresas de cunho industrial e 11 empresas extrativas, segundo o CAGED.
Já em seus momentos iniciais, seletos pioneiros três-lagoenses souberam fazer uso dos recursos minerais disponíveis na região. Martins Rocha, por exemplo, com a retirada de argila do Jupiá, no Rio Paraná, estabeleceu uma importante olaria no município, a MR. Desde então, Três Lagoas se tornou a maior produtora de peças de cerâmica do Brasil, seguindo a tradição oleira iniciada por Martins Rocha. Entre os recursos minerais, também destacam-se outros materiais utilizados no setor de construção, como cascalho e areia. Outros tipos de indústria, no entanto, eram raros na cidade.
Em meados da década de 1990, um artigo da Revista Exame apontou Três Lagoas como um dos maiores polos de desenvolvimento do Brasil. A cidade receberia bilhões de dólares em investimentos e cresceria de forma surpreendente. A partir deste momento, começaram a surgir especulações de que a cidade seria a nova São Paulo, por Três Lagoas possuir posicionamento estratégico com fácil acesso aos mercados do Sudeste, Sul, Centro-Oeste e América do Sul, além de ter a sua disposição os transportes rodoviário, fluvial e ferroviário, todos os tipos de matéria-prima e mão-de-obra.
Sendo assim, as administrações municipais focaram suas atenções em permitir o desenvolvimento da indústria na cidade. Desde os anos 1990, muitas foram as indústrias que ali se instalaram, entre elas Mabel, Cortex, Metalfrio, um curtume para melhor aproveitamento do couro bovino que antes era descartado no frigorífico local e várias outras. Devido à qualidade de sua água, companhias de águas minerais e bebidas também se expandem no município. Já a Petrobrás instalou na cidade uma usina termelétrica.
Entre todos esses investimentos, no entanto, um dos maiores será feito pelas companhias International Paper e Grupo Votorantim. US$ 1,15 bilhão será investido para a construção de fábrica com capacidade para produzir quinhentas mil toneladas de papel branco ao ano em Três Lagoas, a partir do primeiro trimestre do ano de 2009. A pedra fundamental da obra idealizada pelo senador Ramez Tebet foi lançada no dia 19 de dezembro de 2006.
Principais Indústrias: Suzano Papel e Celulose; Eldorado Brasil; Petrobras; CESP; China Three Gorges Corporation; Bemis Company; International Paper; Metalfrio; Cargill e Grupo JSL.
Comércio
Três Lagoas possui no total de 1.496 empresas de cunho comercial, sendo 1.409 empresas varejistas e 87 empresas atacadistas, segundo o CAGED.
Em dezembro de 2019 foi inaugurado o primeiro shopping da cidade (Shopping Três Lagoas), com 82 lojas e 4 salas de cinema.
Turismo
Na indústria do turismo, Três Lagoas faz parte da chamada Costa Leste de Mato Grosso do Sul e apesar de seu potencial turístico, tanto em termos de atrações como instalações e infraestrutura, o governo municipal e empresários de Três Lagoas somente nos últimos anos têm se esforçado com maior organização para fazer da cidade e da região um polo de turismo. 
A cidade possui especial vocação para esportes aquáticos. No ano de 2006, pela segunda vez Três Lagoas sediou o Brasil Open de Jet Ski, no Rio Sucuriú. O município ainda recebe turistas de diversas partes do Brasil, mas principalmente de Rio de Janeiro e São Paulo, que se deslocam à região para atividades relacionadas à pesca, entre outras, uma vez que possui uma colônia de pescadores em Jupiá.
Três Lagoas oferece, ainda, uma alternativa a turistas buscando conhecer o Pantanal sul-mato-grossense. Para aqueles que dirigem das regiões nordeste, sudeste e sul do Brasil, a cidade pode ser considerada como o portal do Pantanal, por ter ricos ecossistemas e oferecer variados roteiros de passeios. É fácil (e recomendável) uma visita a Bonito antes do destino final desta viagem.
Devido ao fato de o turismo rural e o ramo de hotéis-fazenda ainda não terem sido explorados, os principais atrativos turísticos de Três Lagoas estão concentrados no perímetro urbano ou em suas imediações, entre eles:
Patrimônio
- Igreja de Santo Antônio: foi erguida pela colônia portuguesa em 1914 e declarada monumento público em 1931. Recebeu a visita, no natal de 1914, do D. Pedro de Alcantara de Orleans e Bragança, filho de Princesa Isabel e de Gastão de Orleans, Conde d'Eu;
Catedral do Sagrado Coração de Jesus;
- Cemitério do Soldado: o jazigo é uma homenagem ao soldado José Carvalho de Lima, morto em episódio do Tenentismo de 1924 e a quem se atribui milagres. É muito visitado por devotos;
- Estátua do Cristo;
- Escola João Ponce de Arruda;
- Estação Ferroviária da Novoeste (antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil - N.O.B.);
- Ponte Francisco Sá, sobre o Rio Paraná: demorou 15 anos para começar a ser construída. Inaugurada em 1926 pela antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, mede 1024 metros de comprimento. Liga os estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo;
- Obelisco: tombado em 1982 pela prefeitura. Simboliza um sonho da cidade: a construção de uma feira de gado, o que, por questões políticas, não foi realizado;
- Relógio Central: construído em 1936 pelo português Manuel Alves, natural de Paradela de Guiães (Vila Real), é chamado de "o senhor do tempo". Localizado no Centro da cidade, tem uma altura de dez metros. Em 1982, a prefeitura realizou seu tombamento. Mantido por Joaquim Silva Torres e seus descendentes.
Natureza
- Jupiá: às margens do rio Paraná, local ideal para pescaria;
- Praias de areias brancas do Rio Sucuriú: lá estão localizados o Balneário Municipal e muitos ranchos particulares;
- Jatobá: possivelmente a primeira árvore tombada como patrimônio público em Mato Grosso do Sul, por Lúcio Queirós Moreira;
- Cascalheira: local utilizado para a extração de cascalho durante a construção da Usina do Jupiá e que hoje abriga o Parque das Capivaras e lagos artificiais;
Fora dos limites do município, mas a uma distância muito pequena, encontram-se ainda lagoas termais.
Eventos locais
Junho: Festa do Folclore, Bon Odori, Expotrês, Campeonato Aloha Street Skate e Expo Mulher;
Julho: Fantazém (Festa à Fantasia) e Festa do Queijo e do Vinho;
Agosto: Três Lagoas Moto Show e Encontro Folclórico do Bolsão Sul-mato-grossense;
Setembro: Cavalgada Sul-mato-grossense e Três Lagoas Folia;
Setembro: Três Lagoas Florestal (Maior encontro do setor de celulose da América Latina)
Outubro: Expo flores, Festa do Hawai e Quermesse de Nossa Senhora Aparecida.
Áreas verdes
Praça da Bandeira, principal praça;  Cascalheira; Lagoa Maior; Parque das Capivaras; Quarta lagoa.
Cultura
A cultura três-lagoense é mormente composta de influências originárias dos estados e países de seus povoadores. Entre as principais destas influências estão as culturas baiana, mineira, paulista, gaúcha e de países como Itália, Síria, Líbano, Japão e Paraguai. Sendo sul-mato-grossense, ainda, a cidade partilha da cultura, em conotação mais geral, desse estado.
Ademais, apesar de ser Três Lagoas um ambiente urbano, é grande a interação com a zona rural. Os cidadãos residentes na cidade costumam, aos fins de semana, deslocar-se a ranchos e casas de veraneio às margens de rios como o Sucuriú e o Paraná a fim de lazer. Também os moradores da área rural possuem residências na cidade, onde vêm com frequência. A proximidade do campo é visível em Três Lagoas na facilidade com que se encontra produtos alimentícios frescos, como laticínios, doces, carnes e outros, principalmente na feira semanal organizada por pequenos produtores à avenida Clodoaldo Garcia. De qualquer maneira, a cidade oferece amenidades bastantes de forma que seja também possível ter uma vida completamente urbana.
Costumes
Entre os costumes mais indicativos da cultura três-lagoense estão eventos como a Festa do Folclore e a exposição agropecuária anual. A cidade também possui uma tradição em rodeios e festas de peões. Por outro lado, a popularidade de festas como Bon Odori aponta para o grau de disseminação da cultura japonesa na cidade.
Em termos musicais, estilos como forró, chamamé e músicas caipira e sertaneja são apreciados pelos três-lagoenses. Entre as gerações mais jovens, há forte infiltração da cultura pop estadunidense. Também é presente a Música Popular Brasileira.
Ainda, um costume característico da cidade é o consumo da bebida tereré (mate gelado) nos fins de tarde, especialmente em grupos jovens.
Artesanato
Em Três Lagoas, entre o artesanato que pode ser encontrado à venda, entre outros lugares, na Casa do Artesão, encontram-se peças de cerâmica que podem ser pintadas de forma colorida, ou não, muitas vezes representando animais da região e do Pantanal. Estes trabalhos muitas vezes apresentam detalhes em madeiras típicas da região. Também é possível encontrar peças, como vasos, que possuem utilidade mais que puramente decorativa. Artesãos da cidade ainda produzem rendas de alta qualidade e outros tipos de tecelagem, como tapetes feitos de trapos. Isto sem citar peças em tricô e crochê. A tecelagem manual também está presente entre o melhor do artesanato três-lagoense.
Gastronomia
A gastronomia popular três-lagoense apresenta uma confluência de estilos. Dada a abundância do gado bovino na região, o churrasco é um prato semanal, sempre acompanhado de mandioca, arroz e molho de tomates. No entanto, tratando-se também de uma região propícia à pesca, o prato considerado típico da cidade é a famosa "tilápia com provolone", constantemente servido nos restaurantes tradicionais da região.
Em termos de doces, são muito produzidos doces de leite, compotas de frutas, geleias, mocotós e outros, além de produtos feitos à base de milho, como curais e pamonhas, estes de influência mineira.
Em se tratando de cozinha internacional, os três-lagoenses preparam muitos alimentos de origem árabe, como quibes, tabules e esfirras; japonesa, como o yakisoba; e portuguesa, como o bacalhau com batatas.
Vida cultural
Três Lagoas, por seu tamanho médio, possui grupos de teatro e até de cinema experimentais que trabalham de maneiras alternativas. No entanto, ainda não há na cidade uma vida noturna que seja muito rica. Entre suas bibliotecas, anfiteatros, auditórios, centros de convenções e cinemas estão:
- Biblioteca Pública Municipal Rosário Congro: é a biblioteca do município, que também possui o Centro Cultural Irene Marques Alexandria;
- Biblioteca da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, aberta ao público;
- Anfiteatro da Associação de Ensino e Cultura de Mato Grosso do Sul, com 100 lugares;
- Anfiteatro da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Campus 1, com 390 lugares;
- Auditório do Centro Cultural Irene Marques de Alexandria;
- Centro de Convenções Municipal, com 240 lugares.
- Cine Três Lagoas: possui 1 sala com 200 lugares.
- Arena multe eventos - "Arena MIX", com capacidade para 40 mil pessoas, e pista de motocross.
Esportes
Devido a suas características, como seu relevo plano e seu planejamento urbanístico, com muitas praças, áreas verdes, ginásios de esportes e estádios, Três Lagoas apresenta boas condições para praticantes de esportes, tendo tido muitos esportistas reconhecidos nacional e internacionalmente. Entre eles, Zequinha Barbosa é o mais destacado. A cidade possui:
Estádio municipal - Estádio Benedito Soares Mota ou "Madrugadão", possui 10 mil lugares.
Ginásios
Ginásio Municipal Professora Cacilda Acre Rocha; Ginásio poliesportivo da AABB - Associação Atlética Banco do Brasil; Ginásio poliesportivo Eduardo Milanez.
Rugby
Guaicurus Três Lagoas Rugby Clube (GTLRC). Único time de rugby da cidade, fundado em 19 de fevereiro de 2012 conta com aproximadamente 30 atletas somando os times feminino e masculino. Com apenas 6 meses de existência o time foi reconhecido pela Federação Sul-mato-grossense de Rugby e já participou de seu primeiro campeonato estadual de XV. Em novembro de 2012, os atletas da equipe organizaram, juntamente com a Federação Sul-mato-grossense de Rugby, o primeiro campeonato estadual de sevens (modalidade do esporte praticada com 7 jogadores de cada lado por dois tempos de 7 minutos - a mesma modalidade que será disputada nos jogos olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro).
Times de futebol - Comercial Esporte Clube; Misto Esporte Clube e Três Lagoas Futsal
Referência para o texto: Wikipédia - Três Lagoas .

terça-feira, 27 de outubro de 2020

VALINHOS - SÃO PAULO

Valinhos é um município brasileiro do estado de São Paulo. Está localizado, estrategicamente, na Região Metropolitana de Campinas e já foi distrito de Campinas. Sua população, conforme estimativas do IBGE de 2019, era de 129.193 habitantes e sua área territorial é de 148,538 km².
Conhecida como a Capital do Figo Roxo, Valinhos é hoje também lembrada pela grande produção de goiaba, bem como por ser a cidade natal do compositor, cantor e ator Adoniran Barbosa. Nascido no dia 6 de agosto de 1910, Adoniran Barbosa foi um dos artistas mais consagrados e de referência no âmbito do samba, tendo feito história na cidade de São Paulo com a composição da música Trem das Onze; cidade na qual viria a falecer em 23 de novembro de 1982.
História
O primeiro marco na história de Valinhos registra a concessão de uma sesmaria a Alexandre Simões Vieira no dia 2 de dezembro de 1732, que foi outorgada pelo presidente de São Paulo, Antônio Luís de Távora, o conde de Sarzedas. Conta a história que Alexandre Simões Vieira abriu um caminho novo de Jundiaí aos Goiases, tendo como paragem um ribeirão chamado Pinheiros. Este trajeto novo tinha por objetivo substituir o então caminho da Vila de Jundiaí até a paragem chamada Campinas do Mato Grosso, por este ser ruim e muito longo. Até então, o caminho era conhecido como Estrada de Goiás e passou a ser bastante utilizado a partir de 1722, com a descoberta de ouro em Goiás.
O Pouso de Pinheiros, pelos registros históricos, foi o primeiro marco oficial de uma área dentro do atual município de Valinhos e teve existência quase centenária. Segundo o professor Mário Pires, em seu livro “Valinhos: Tempo e Espaço”, a localização deste Pouso provavelmente é o atual bairro Capuava, o qual o historiador considera a “célula mater” de Valinhos.
No período em que a sesmaria foi outorgada, Campinas ainda era chamada de bairro de Mato Grosso das Campinas, pertencente ao município de Jundiaí. No ano de 1741, Francisco Barreto Leme, juntamente com sua família, fixou-se na região e deu início a um povoado. Em 1774, o então bairro de Jundiaí foi elevado à categoria de Distrito e, em 16 de novembro de 1797, Campinas tornou-se município.
A partir daí, não se sabe precisar quando foi fundada a vila de Valinhos. Porém, na área onde está localizado o município hoje, já naquele período se constatava o desenvolvimento através de grandes fazendas. A fazenda Dois Córregos, hoje bairro Dois Córregos, pertenceu ao brigadeiro Luís António de Sousa Queirós, tido como o homem mais rico da capitania, que chegou a possuir, só em Campinas, dezesseis engenhos de açúcar, e ainda pertenceu a Joaquim Policarpo Aranha, barão de Itapura, também abastado fazendeiro em Campinas.
Outro evento importante foi a epidemia de febre amarela que arrasou Campinas no ano de 1889. Segundo cálculos feitos àquela época, a população de Campinas, que era de vinte mil pessoas, foi reduzida a quatro mil. Não que a maioria tenha morrido, mas sim que muitos, com medo da doença, fugiram da cidade.
Em abril daquele ano, a então Valinhos foi palco de uma importante reunião da Câmara Municipal de Campinas, que cobrou do governo Provincial a convocação da Assembleia Legislativa para que a mesma, em sessão extraordinária, tomasse providências sobre o saneamento da cidade visando evitar novas epidemias.
Embora não tenha sido atingida pela epidemia em 1889, Valinhos não escaparia da febre amarela. No ano seguinte, uma nova epidemia, dessa vez em menor proporção, atingiu Campinas e alcançou Valinhos, Rebouças (hoje Sumaré), Santa Bárbara e Boa Vista, entre outras.
Em função da epidemia da febre amarela de 1889, a Sexta Secção Eleitoral de Campinas foi transferida para Valinhos, onde muitos dos campineiros buscaram refúgio, desenhando o futuro distrito. No ano de 1893, o Diário Oficial do estado do dia 1º de setembro publicou, em sua página 7840, dentro do Expediente da Secretaria dos Negócios da Justiça, ato de criação do “Distrito Policial de Valinhos”.
O tráfego ferroviário pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro de Jundiaí a Valinhos teve início em 28 de março de 1872. Com a precariedade das estradas, as cargas sendo transportadas no lombo de mulas e burros, os trens passaram a ter grande importância, servindo inicialmente para o transporte das sacas de café em grãos, com destino ao Porto de Santos.
Conforme relato do historiador Benedito Otávio, em 1907, ao inaugurar-se a a Cia. Paulista, o tráfego ainda era pequeno na Vila de Valinhos, crescendo após a lei de 13 de maio de 1888, que extinguiu a escravidão. Com a abolição, havia falta de mão de obra e os primeiros imigrantes italianos começaram a chegar em 1888, dando um novo impulso à agricultura.
As inúmeras fazendas cafeeiras, que proliferavam em toda a região, motivaram a construção da ferrovia. Em 28 de maio de 1896, a pequena, mas próspera vila de Valinhos foi elevada à categoria de Distrito de Paz, que utilizava as mesmas divisas do Distrito Policial, criado em 1893, para definir os limites do novo distrito.
No dia 30 de dezembro de 1953, o governo do estado promulga a Lei nº 2.456, criando o município de Valinhos. A primeira eleição acontece no dia 3 de outubro de 1954, sendo eleito Jerônymo Alves Corrêa o primeiro prefeito, com 1832 votos. O município é oficialmente instalado no dia 1 de janeiro de 1955, quando tomam posse o prefeito e os 13 vereadores
Hidrografia
A rede hidrográfica do município é composta pelos rios Atibaia e Capivari, pelos ribeirões Pinheiros, Bom Jardim e Samambaia e pelos córregos da Invernada, da Santa Escolástica, Santana dos Cuiabanos, Dois Córregos e da Fazenda São Pedro. A gestão dos recursos hídricos está atrelada à Fundação Agência das Bacias PCJ, que abrange a Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI) dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, sendo composta por 57 municípios.
Clima
Valinhos tem o clima classificado como subtropical úmido (Cwa), pela Classificação de Köeppen, segundo o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (CEPAGRI), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A temperatura média anual é de 21 °C, a máxima média é de 27,3°C e a mínima média de 14°C. A precipitação é irregularmente distribuída ao longo do ano, sendo o verão úmido e o inverno seco.
Economia
Indústria
Valinhos possui importantes indústrias, como Eaton, Rigesa e Unilever (que até 2001 era denominada de Gessy Lever), cuja unidade na cidade decorreu da aquisição, em 1960, da valinhense Gessy pelos irmãos Lever. O nome da empresa do sapateiro veneziano José Milani tem origem no sabonete Gessy, que chegou ao mercado em 1913 e fez grande sucesso, passando depois a batizar toda uma linha de produtos de higiene pessoal e, em 1932, a própria fábrica transformada em Sociedade Anônima. Dada a importância da indústria para a cidade, Valinhos possui uma avenida denominada Gessy Lever.
Turismo
O município de Valinhos persegue sua vocação turística desde a década de 1920, quando o então prefeito de Campinas, Orozimbo Maia se torna proprietário da Fazenda Cachoeira e, em 12 de julho de 1921, inaugura a Fazenda Hotel Fonte Sônia. Comprovando as propriedades benéficas da água da fonte para os males dos rins, bexiga e outros órgãos e visando desfrutar financeiramente da descoberta, Maia transforma metade da casa da fazenda em hotel e dá início à produção comercial do líquido. A Fonte Sônia também ficou famosa pela produção de doces como figada e a goiabada e por suas belezas naturais, como as cascatas e matas nativas. Em 2013 ela foi fechada para visitação e entre 2015 e 2016 foi objeto de um projeto imobiliário.
Em vários momentos da história a imprensa valinhense levantou a questão da vocação do município para o turismo, sendo que o primeiro jornal de Valinhos, editado no ano de 1939 por Gedeão Menegaldo, trouxe um artigo com o título “Valinhos enquanto estância termo climática”, que falou mais diretamente sobre esta vocação. No âmbito institucional, em 1996, o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) concedeu a Valinhos o Selo de Cidade com Potencial Turístico.
No final da década de 1990, produtores de frutas de Valinhos descobriram uma nova fonte de renda: o agro turismo. Ele é realizado na região dos bairros da Reforma Agrária, Macuco e Capivari e visa explorar o potencial turístico das mais de 400 chácaras produtoras de uma grande diversidade de frutas, além de valorizar o trabalho do homem do campo. Tal iniciativa está relacionada com a criação do Circuito das Frutas, que abrange os municípios de Atibaia, Indaiatuba, Itatiba, Itupeva, Jarinu, Jundiaí, Louveira, Morungaba, Valinhos e Vinhedo.
Cultura
Valinhos possui 2 grandes locais para eventos e shows. O primeiro e mais antigo é o Parque Municipal Monsenhor Bruno Nardini, onde é realizado anualmente a Festa do Figo e Expogoiaba. O parque oferece infraestrutura para comportar grandes shows. Um dos últimos shows da Banda Mamonas Assassinas foi realizado nesse local com a presença de 80 mil espectadores. Outro local utilizado para eventos culturais da cidade é o CACC (Centro de Artes Cultura e Comércio) “Adoniran Barbosa”, que fica ao lado da rodoviária. O CACC foi inaugurado em 16 de Agosto de 2008, após a recuperação da estrutura metálica existente ao lado da rodoviária, que ficou por mais de 10 anos abandonada. O local possui palco e camarins e é destinado a atividades culturais, religiosas, feiras e exposições.
O município conta ainda com o Centro Cultural 'Vicente Musselli' (antiga Casa da Cultura), que oferece diversos cursos gratuitos para os moradores nas áreas de dança, música e artes visuais e cênicas. Anualmente é organizado o Festival de Artes de Valinhos, com atividades desenvolvidas pelos alunos no Auditório Municipal, outro espaço cultural do município inaugurado em 2008, no antigo Cine Saturno.
Alguns artistas valinhenses receberam destaque recentemente. Em 2014, Alexandre Filiage pintou o painel da marquise do Parque Ibirapuera para o evento Viva a Mata 2014 - Encontro Nacional pela Mata Atlântica. Em 2015, a bailarina Nathália Lisiê Pozzuto e o professor e coreógrafo Danilo Coelho, ambos do Centro Cultural ‘Vicente Musselli’, embarcaram para Nova York para o ‘Valentina Koslova International Ballet Competition’, competição de ballet clássico e contemporâneo que reuniu bailarinos de 22 países, sendo que apenas 25 bailarinos do Brasil foram convidados a participarem deste evento, considerado um dos principais em todo o mundo.
Sistema Ferroviário
O município é cortado por uma das mais importantes ferrovias do estado e do Brasil, a Linha Tronco da antiga Companhia Paulista de Estradas de Ferro, que o liga às cidades de Colômbia, Campinas e Jundiaí e que atualmente se encontra concedida ao transporte de cargas. O transporte de passageiros pela ferrovia cessou suas atividades no ano de 2001, porém a cidade já não era mais atendida pelos trens de passageiros de longa distância da antiga Fepasa desde 1978. Atualmente, a Estação Ferroviária de Valinhos abriga o Museu da Cidade, enquanto que o seu pátio ferroviário recebe o tráfego de trens cargueiros.
Referência para o texto: Wikipédia .

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

SÃO FÉLIX DO XINGÚ - PARÁ

São Félix do Xingu é um município brasileiro do estado do Pará. Localiza-se a 1.050 quilômetros da capital do estado. Possui área de 84.213 km². Sua população estimada em 2017 era de 124.806 habitantes.
História
A História do município de São Félix compreende tradicionalmente o período entre a colonização no início do século XX e os dias atuais.
Anteriormente à colonização o território do município de São Félix do Xingu era habitado por diversos povos indígenas, dentre os quais destacam-se os Caiapós, Araras, Arauetés, Paracanãs e Asurinis. Segundo o Museu Goeldi, suas presenças, e de diversos outros povos tradicionais nestas terras, data de muito tempo, ao menos 9.500 anos.
Estes povos, muito embora ainda possuam grandes áreas sob seus domínios, foram pilhados, mortos e forçados ao trabalho pelo elemento colonizador que atravessou pela área do município ao longo do tempo.
Colonização
A primeira colonização efetiva de São Félix do Xingu, isto é, aquela que procurou estabelecer-se nesta região foi encabeçada pelo coronel da Guarda Nacional, Tancredo Martins Jorge. O coronel Martins Jorge deslocou-se da Bahia com seus familiares em busca de oportunidades econômicas. Seu grupo aportou primeiramente em Altamira, depois continuou a subir o Xingu até chegar á jusante do Rio Fresco.
De frente à confluência destes rios o coronel decidiu erguer seu acampamento e em 20 de novembro de 1900 inaugurou uma pequena capela em homenagem a Félix de Valois, na Ilhota São Félix (pequena ilha no rio Xingu), orago do qual era devoto. Tal data que é reconhecida como a fundação do povoado.
O povoado da Ilhota desenvolveu-se basicamente graças ao extrativismo vegetal, com destaque à extração efetuada na Hevea brasiliensis e na Castilla ulei. Era o período áureo da borracha e a casa comercial do coronel Martins Jorge funcionava como um barracão de aviamento.
Transferência da colônia e emancipação
Em 1914 os seringalistas mudaram a colônia da Ilhota para a margem esquerda do rio Xingu na confluência com o rio Fresco, na região denominada de Boca do Rio. A localidade passou a ser conhecida pelo nome de "São Félix da Boca do Rio".
As atividades relacionadas à borracha tiveram uma forte queda com a crise que atingiu o setor durante a década de 1910, deixando assim a vila em sérias dificuldades econômicas. Tal fato deu espaço ao surgimento de outros segmentos como o da exploração da castanha-do-brasil, da extração de gemas e metais preciosos e da pequena pecuária.
Com o crescimento populacional e econômico de São Félix, em 31 de dezembro de 1936, foi elevado á condição de distrito do município do Xingu (hoje Altamira).
Em 29 de dezembro de 1961, durante o governo de Aurélio do Carmo, por meio da Lei nº 2.460, foi criado o município de São Félix do Xingu, com área desmembrada do município de Altamira. O município só foi formalmente instalado em 10 de abril de 1962, data em que é comemorado seu aniversário.
Abertura da PA-279
Na década de 1970 é pela primeira vez proposta a ligação rodoviária de São Félix com o restante do território nacional, como parte da doutrina de segurança nacional e de ocupação dos vazios demográficos, vigentes durante a ditadura militar no Brasil. A proposta culminou na inauguração em 1976 da rodovia estadual PA-279, ligando Xinguara á São Félix do Xingu, além das localidades ao longo do percurso.
A inauguração da rodovia trouxe um imenso fluxo de pessoas para a região, que causou dentre outras coisas uma intensa especulação em torno da posse da terra. Vários conflitos entre posseiros e grileiros, pequenos proprietários rurais e latifundiários se sucederam em consequência da abertura da rodovia.
Várias atividades econômicas foram trazidas no âmbito da PA-279, entre as quais vale destacar a exploração madeireira e a agropecuária. Ambas tornaram-se desde a década de 1980 o motor econômico do município.
Fatos recentes
Em 2011 São Félix participou ativamente com todo o sudeste do Pará, da consulta plebiscitária que definiu sobre a divisão do estado do Pará. Desde a sua fundação São Félix insere-se como parte da proposta do estado do Carajás, tanto que o município é filiado ao principal organismo de luta pela causa na região, a "AMAT Carajás".
Embora a expressiva votação favorável no plebiscito em São Félix, tendo alcançado entre a população local mais de 90% de aprovação pela criação do estado do Carajás, o peso da região de Belém se fez maior, e se sobrepôs ao anseio local. Entretanto, mesmo com a derrota na votação, o município continua, juntamente com a região, a pleitear a separação para criação do estado do Carajás.
Em 2019 foi cooficializada a língua caiapó no município.
Hidrografia
São Félix do Xingu é rodeado por vários rios. Os dois principais são os rios Fresco e o Xingu que são atrações turísticas do município.
Estes também são usados para pesca e transporte no período da cheia.
Clima
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de setembro a 1972 a dezembro de 1996 e a partir de novembro de 2003, a menor temperatura registrada em São Félix do Xingu foi de 8,6 °C em 29 de julho de 1975, e a maior atingiu 38,4 °C em 23 de setembro de 2011. O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 377,9 milímetros (mm) em 2 de setembro de 1991.
Infraestrutura
Transportes
O município é servido pela rodovia PA-279, asfaltada até o perímetro urbano da sede, no final de 2013. Esta rodovia liga o município às cidades de Tucumã, Ourilândia do Norte, Água Azul do Norte e Xinguara.
O principal aeródromo municipal é o aeroporto de São Félix do Xingu, que faz voos comerciais somente para localidades paraenses.
Em relação ao transporte hidroviário, São Félix dispõe de dois portos de médio porte na sede municipal, sendo o principal o porto do Rio Fresco, que se liga com o porto da Balsa-Fresco, ambos na margem do rio Fresco, que dá acesso à vicinal PA Tancredo Neves. O outro porto da sede municipal é o porto de São Félix, que se liga na margem oposta com o porto da Balsa-São Félix, ambos no rio Xingu, que dá acesso à vicinal PA Xada. Esses portos são especializados em embarque e desembarque de produtos alimentícios, pesqueiros e translado de veículos e pessoas.
Educação
O município abriga um dos campus da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), a principal instituição pública de ensino superior do sul e sudeste do Pará.
Economia
A base da economia do município é a pecuária de corte, sendo que o o território xinguense possui o maior rebanho bovino do Brasil, com mais de 1,7 milhões de cabeças.
Outro vetor de crescimento econômico encontra-se na produção agrícola, centrada nas lavouras permanentes de banana e cacau, além das lavouras temporárias de milho, feijão e mandioca.
Já no aspecto industrial, o principal gerador de divisas está na mineração industrial, centrada na extração de cassiterita, níquel e cobalto. Já a mineração artesanal (ou garimpo) existe de maneira irregular na região, visto que os órgãos reguladores consideram a atividade um crime ambiental. O garimpo foca-se na extração do ouro.
Referência para o texto: Wikipédia .

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

TATUÍ - SÃO PAULO

Tatuí é um município brasileiro do estado de São Paulo, dá o nome à sua Microrregião e localiza-se na Mesorregião de Itapetininga e na Região Metropolitana de Sorocaba. Fundado em 11 de agosto de 1826, foi elevado a município em 20 de setembro de 1861. Antes dessa data, pertencia ao município de Itapetininga.
Possui uma área de 525,44 km² e sua população, conforme estimativas do IBGE de 2018, era de 120.533 habitantes. É reconhecida como "Capital da Música" por lei estadual.
O Conservatório Dramático e Musical Doutor Carlos de Campos, o Conservatório de Tatuí, é a maior escola de música da América Latina e a mais tradicional do Brasil, mantido pela Secretaria de Estado da Cultura do Governo do Estado de São Paulo.
Topônimo
A palavra "Tatuí" é de origem tupi e significa "rio do tatu", através da junção dos termos tatu ("tatu") e 'y ("água, rio") Para chegar na sua forma atual, o vocábulo nasceu "Tatuhuvú", passou para "Tatuhú", "Tatuhibi", "Tatuhy" e, finalmente, "Tatuí".
História
É possível que no local houvesse uma importante concentração de índios tupiniquins, na confluência das bacias do Rio Sorocaba e Tatuhuvú (hoje Bairro do Barreiro). Nessa localidade, têm sido encontrados urnas funerárias pré-colombianas de índios tupiniquins.
Os primeiros povoadores de origem europeia da região foram os bandeirantes. Os primeiros povoadores se localizavam no bairro de São João do Benfica, onde construíram uma capela. Mais tarde, algumas pessoas mudaram-se para o sítio chamado de Tatuhuvu, atual localização da cidade. Em 1680, Pascoal Moreira Cabral e seu irmão Jacinto Moreira Cabral acompanharam o frei Pedro de Sousa em busca de metais nas explorações do Morro do Araçoiaba (hoje chamado de Morro do Ipanema), onde construíram uma capelinha em homenagem à Nossa Senhora Del Pópolo. Anos depois, os dois irmãos, junto com Manuel Fernandes e Martins Garcia Lumbria, autorizados por Carta Régia datada de 5 de fevereiro de 1682, levantaram a Fábrica de Ferro de Ipanema onde hoje está sediada a cidade de Iperó e fundaram a povoação de Nossa Senhora Del Popolo, que obteve o título de paróquia. Com a fundação da Usina de Ferro de Ipanema, uma ordem régia proibiu o corte de madeira por pessoas estranhas à fábrica.
Com ajuda de frades de São João do Benfica, que queriam ver a vila transposta para o território onde hoje se encontra a cidade, Tatuí teve sua demarcação realizada pela Câmara de Itapetininga e concluída em 11 de agosto de 1826, data que passou a ser adotada como de sua fundação. Elevada a vila em 13 de fevereiro de 1844, tornou-se cidade em 20 de julho de 1861 e Comarca de Tatuí em 7 de maio de 1877.
No começo do século XIX, muitos lavradores dirigiram-se para as terras da antiga sesmaria dos frades do Convento de Itu, às margens do Rio Tietê. Em 1823, a cidade passou por um surto de progresso, passando a contar com 12 800 prédios na zona urbana e várias indústrias.
Tatuí foi fundada em 11 de agosto de 1826 pelo brigadeiro Manoel Rodrigues Jordão, um importante defensor da Independência do Brasil. Nesse dia, iniciou-se a divisão das terras doadas pelo brigadeiro Jordão para a criação da vila, que tinham o perímetro de 112,5 alqueires. Nos primeiros tempos, Tatuí não apresentava quase progresso, pois não possuía lavouras, vias de comunicação e comércio. Somente mais tarde, Antônio Rodrigues da Costa abriu uma estrada que ligava Tatuí à cidade de Porto Feliz, ajudando, assim, o desenvolvimento de Tatuí.
Logo, surgiu a Estrada de Ferro Sorocabana, inaugurada em 1884 e chegando em Tatuí o primeiro trem no mesmo ano. [8] No dia 11 de julho de 1888, inaugurou-se a Estrada de Ferro Sorocabana, com estação em Tatuí. No dia 28 de janeiro de 1890, foi nomeada a Primeira Intendência, composta de Antônio Moreira da Silva, Nicola Magaldi, Francisco Carlos Baillot e José Pinto Moreira Drumond.
O primeiro grupo escolar da cidade, o João Florêncio, foi fundado em 1895. Nesse ano, também foi fundada a Santa Casa de Misericórdia. A energia elétrica chegou à cidade em 1909. O Mercado Municipal da cidade foi inaugurado em 1914. O primeiro jornal da cidade foi "O Progresso de Tatuí", publicado a partir de 15 de julho de 1934.
Atualmente, Tatuí, além das atividades agrícolas e de serviços, vem se destacando no campo industrial, atraindo novas indústrias, principalmente do ramo automotivo. É também conhecida como a cidade dos doces caseiros.
Hidrografia
A bacia hidrográfica de Tatuí é composta pelo Rio Tatuí, o Rio Sarapuí e o Rio Sorocaba.
Educação
Escolas Técnicas
Existem em Tatuí diversas Escola Técnicas, a saber: Conservatório Dramático e Musical de Tatuí "Dr. Carlos de Campos"; Escola Técnica Doutor Gualter Nunes; Escola Técnica Estadual Sales Gomes; SENAI e Colégio Cenep.
Ensino superior
Com relação ao Ensino Superior em Tatuí, são destaques: Centro Universitário Internacional - UNINTER; Centro Universitário UNISEB - UNISEB; Faculdade de Desenho de Tatuí (FDT) - com sede na Assetta Faculdades de Tatuí; Faculdade de Ensino Superior Santa Bárbara - FAESB; Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Tatuí - FAFICILE - com sede na Assetta Faculdades de Tatuí; Faculdade de Tecnologia de Tatuí - Prof. Wilson Roberto Ribeiro de Camargo - FATEC TATUÍ; Faculdade Ideal Paulista - FIP; Faculdade Sudoeste Paulista - FSP; Universidade Luterana do Brasil - ULBRA, com sede no Colégio Ideal e Universidade Paulista - UNIP, com sede na Assetta Faculdades de Tatuí.
Esportes
Tatuí conta com diversas equipes amadoras desportivas de futebol filiadas a LITAFU, as principais são: XI de Agosto; São Martinho; Clube de Campo e Santa Cruz;
Além do futebol, Tatuí conta com equipes de futsal, atletismo, basebol, natação, basquete, voleibol, futebol americano, rugby, tênis e campeonatos de Skate.
Tatuí sedia anualmente corridas de motocross e rodeio.
Tatuí conta ainda com diversas academias de artes marciais, além de vários clubes recreativos, como a Associação Atlética XI de Agosto, o Clube de Campo de Tatuí e o CAT-SESI Wilson Sampaio.
Em 1945 a equipe de polo do Esporte Clube São Martinho conquistou o título de campeão brasileiro na modalidade. Porém, atualmente, esse esporte não vem sendo praticado em Tatuí.
Estádios de Futebol
Os estádios de futebol existentes em Tatuí são: Estádio Ás de Ouro (Santa Rita); Estádio Complexo Magalhães Padilha (Estádio Municipal); Estádio Dr. Gualter Nunes (XI de Agosto)
Estádio J.R. do Amaral Lincoln (São Martinho); Estádio Lupércio Bernardo (Itatibão) (Clube de Campo); Estádio Menotti de Campos (Santa Cruz); Estádio Simeão Sobral de Oliveira (Vila Jurema); Estádio Sindicato dos Metalúrgicos (Sindicato dos Metalúrgicos); Estádio Toca da Coruja (Jardim Lírio & São Joaquim) e Estádio do Terrão (Atrás do Bombeiro).
Referência para o texto: Wikipédia .

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

TUCURUÍ - PARÁ

Tucuruí é um município brasileiro do estado do Pará. Localizado no norte brasileiro. Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2018 o município possuía 112.148 habitantes e 2.086 km² de área.
É conhecido por abrigar a maior usina hidrelétrica totalmente brasileira e a quarta do mundo: a Usina Hidrelétrica Tucuruí, construída e operada desde 22 de novembro de 1984 pela Eletronorte.
É a mais antiga localidade ainda existente no sudeste do Pará (região do Carajás), sendo fundada como colônia militar portuguesa em 1779.
Toponímia
"Tucuruí" é um termo derivado da língua tupi antiga: significa "gafanhotos verdes", através da junção de tukura (gafanhoto) e oby (verde).
História
A história de Tucuruí compreende tradicionalmente o período de instalação de vários assentamentos com a função de servir de guarda e passagens entre o baixo e o médio Tocantins, muito embora o território do município fosse habitado por povos indígenas deste tempos muito antigos.
Período pré-colonial
A região do município, em suas raízes, era habitada por povos indígenas das tribos dos assurinis-do-tocantins, paracanãs e gaviões. Essas tribos de hábitos nômades diferenciavam-se entre si por seus troncos étnicos e linguísticos.
Mesmo com as várias expedições de navegação na região já deste o século XVI, destacando-se as tentativas dos franceses, foi somente no século XVIII que os portugueses preocuparam-se em ocupar definitivamente a região.
Fundação e colonização
Os primeiros fatos históricos e registros da cidade, no entanto, datam apenas de 1779, quando o governador Telo de Menezes fundou a Vila de São Bernardo da Pederneira, em resposta ao crescimento da Confederação do Itapocu; em 1780 mudando de nome para Alcobaça. A fundação realmente se efetivou com a construção em 1782 do Forte de Nossa Senhora da Fachina (posteriormente Forte de Nossa Senhora de Nazaré), construído com mão de obra escrava e indígena. O forte tinha a finalidade de fiscalizar a navegação no Rio Tocantins, servir como contraponto aos vários quilombos que surgiram na região e o contrabando de ouro vindo de Goiás e Mato Grosso feito pelo rio.
Da localidade, de Baião e de Cametá partiam as principais expedições contra os negros fugidos da escravidão, bem como para captura de índios para o trabalho escravo.
Entre os anos de 1809 e 1814 e 1821 e 1823 a região foi integrada nominalmente a capitania de São João das Duas Barras[9], numa altura de uma forte disputa territorial pela navegação do rio Tocantins.
No século XIX o Forte de Nossa Senhora da Fachina passa a ser entreposto para incursões nas matas da região para exploração de drogas do sertão, muito apreciadas na praça de Santa Maria de Belém do Grão-Pará.
Em 1870, o governador do Pará criou a freguesia de São Pedro no lugar de Pederneiras, integrada ao município de Baião, até então o mais próximo núcleo populoso desse trecho do Tocantins. Em 1875, a freguesia de São Pedro de Pederneiras muda de denominação, passando a se chamar São Pedro de Alcobaça, situando-se onde hoje é a cidade.
De 1890 a 1940
Em 1894, instalou-se, em Alcobaça, a Companhia de Navegação Férrea Fluvial/Araguaia-Tocantins, com objetivo de construir a Estrada de Ferro Tocantins (EFT) ligando Alcobaça até a Praia da Rainha no município de Itupiranga (175 km), vencendo o trecho de corredeiras do rio Tocantins e melhorando, assim, o intercâmbio com o estado de Goiás e melhorando o escoamento da produção de castanha de Marabá. Em 1895, inicia-se a construção da estrada e inúmeras pessoas deslocam-se para a região em busca de trabalho, principalmente nordestinos, mocajubenses e cametaenses.
As obras enfrentavam grandes dificuldades: a malária vitimava um grande número de trabalhadores e os desníveis e a grande quantidade de igarapés da região atrapalhavam a execução do projeto. Os índios, entretanto, desde os primeiros tempos foram pacificados e não causaram grandes problemas. O projeto da estrada margeava o rio, devido ao receio dos engenheiros em adentrarem a floresta. Talvez esteja, aí, o motivo do fracasso do projeto, que somente em 1946 recebeu sua primeira locomotiva, mais de cinquenta anos depois do início de sua construção, e que, na década de 1970, teve sua operação interrompida.
A memória dessa estrada não foi devidamente preservada: a estação virou mercado e a única locomotiva restante encontra-se em frente ao Centro Cultural da Eletronorte, na Vila Permanente. A via férrea por onde passava hoje é a Rua Santo Antônio.
A vila de Alcobaça acabou envolvendo-se nos acontecimentos que levaram a anexação do sudeste do Pará ao estado do Goiás em 1908. Os líderes do vilarejo se uniram aos líderes de Marabá, Conceição do Araguaia e Breu Velho na declaração de emancipação e desligamento formulada em 1808 e protocolada junto ao parlamento goiano. O episódio ocorreu em meio aos conflitos que ocorriam no meio norte brasileiro desde 1907, a segunda revolta de Boa Vista.
O governo goiano reconheceu o documento da "declaração de Marabá", e formalmente anexou a região ao seu estado. Desta forma entre 1908 e 1909 a região permaneceu em litígio, sendo sua posse disputada Grão-Pará e pelo Goiás. O episódio quase desencadeou uma guerra civil na região. A consequência de tais acontecimentos refletiu na organização política da região, que até então era insipiente.
A intenção para com a proposta de anexação ao Goiás, era a elevação da povoação à categoria de cidade, desligando-se de Baião, que nenhuma assistência fornecia a vila.
Como parte dos acontecimentos, em 1910 os líderes de Alcobaça formularam uma proposta conjunta com os líderes dos principais vilarejos da época (Marabá, Conceição do Araguaya, São João do Araguaya e Breu Velho), de emancipação da região formando uma nova entidade política estadual, o estado do Itacaiúnas. Esta proposta é a precursora do atual projeto do estado do Carajás.
1940 - 1970
No governo de Magalhães Barata, em 1943, a cidade passa à categoria de povoado e recebe a denominação de Tucuruí (que permanece até hoje). No dia 31 de dezembro de 1947, Tucuruí é desmembrada de Baião e é elevada à categoria de município. A primeira eleição é realizada em 13 de maio de 1948, tendo sido eleitos: Alexandre José Francês, prefeito, e Nicolau Zumero, vice-prefeito. O município é instalado em 29 de maio de 1948, com a posse dos vereadores e do prefeito, porém, por não ter sido instalado por um juiz de direito, contrariando a lei vigente, é reinstalado em 26 de junho de 1948 por um juiz da comarca de Cametá.
Nessa época, a base econômica da cidade era a extração da castanha-do-pará e o comércio de madeira, tornando o local um movimentado entreposto comercial na região do Araguaia-Tocantins.
Desde 1970
Em 1970 Tucuruí e o sul do Pará passam por uma profunda transformação política, econômica e social, em função da estratégia do ditadura militar de integrar a região, por meio do Projeto Grande Carajás.
O município é integrado por estradas, a PA-263 e a BR-422, deixando de ter uma ligação majoritariamente fluvial com o resto do território nacional. Na esteira dessas artérias rodoviárias uma leva de migrantes vindos do Nordeste e do Centro-Sul do Brasil chegam a Tucuruí, alterando definitivamente os costumes e a cultura local, de uma cidade ribeirinha para um grande centro industrial.
Ocorre também a instalação de uma das maiores plantas hidrelétricas do mundo, a Usina Hidroelétrica de Tucuruí. A instalação deste megaempreendimento fez explodir a população do município, com Tucuruí saltando de uma pequena localidade com menos de 5.000 habitantes na década de 1960, para mais de 100 mil habitantes já na década de 2000 durante a instalação das Eclusas de Tucuruí.
Os primeiros estudos para a construção de uma hidrelétrica que aproveitasse o potencial do rio Tocantins iniciaram-se por volta de 1957 e seguiram durante a década de sessenta. Com o início da ditadura militar no Brasil (1964–1985), foi implantado, no sul do estado, o Projeto Grande Carajás, visando ao desenvolvimento da Amazônia oriental através da atividade minero metalúrgica e de projetos agropecuários-florestais. No entanto, para a consolidação desse projeto, Tucuruí tornava-se ponto decisivo.
Na década de 1970, iniciaram-se os trabalhos para a construção da hidrelétrica e o município começou a ganhar a infraestrutura necessária. Foram construídos um aeroporto e vilas para abrigar os operários, engenheiros e demais funcionários da obra (Vilas Permanente e Temporárias I e II). As vilas da Eletronorte são verdadeiros condomínios fechados, contando com água e esgoto tratados, ruas pavimentadas, supermercados, escolas, creches, clubes, entre outras comodidades.
A usina teve sua primeira etapa concluída em 1984 e foi inaugurada pelo presidente João Figueiredo, com potência instalada de 4.000 megawatts. A segunda etapa é concluída apenas em meados de 2007 elevando a capacidade para 8.000 megawatts.
Em 2011 Tucuruí participou ativamente com todo o sudeste do Pará, da consulta plebiscitária que definiu sobre a divisão do estado do Pará. Desde a sua fundação Tucuruí insere-se como parte da proposta do estado do Carajás, tanto que o município é filiado aos principais organismos de luta pela causa na região.
Embora a expressiva votação favorável no plebiscito em Tucuruí, o peso da região de Belém se fez maior, e se sobrepôs ao anseio local. Entretanto, mesmo com a derrota na votação, o município continua, juntamente com a região, a pleitear a separação para criação do estado do Carajás.
Geografia
Hidrografia
O maior acidente geográfico de Tucuruí é o Rio Tocantins. As cabeceiras do Tocantins estão numa altitude aproximada de 1.100 metros, na Serra do Paranã, cerca de 60 quilômetros ao norte de Brasília. Nasce com o nome de Rio Maranhão e toma o nome de Tocantins após a confluência com o Rio Paranã. Após um percurso total de cerca de 2.400 quilômetros, desemboca na baía de Marapatá (Rio Pará), nas proximidades da cidade de Belém.
Os últimos 360 quilômetros do Tocantins apresentam o trecho do lago de Tucuruí, encobrindo antigos desníveis que ali existiam, seguindo pelo trecho até a foz, com declividade insignificante, sofrendo, inclusive, a influência das marés.
O imenso lago artificial formado ao se barrar o rio Tocantins possui 2.875 quilômetros quadrados de área e criou um novo ecossistema na região, com 1.700 ilhas, sendo toda esta área, até 200 metros em seu entorno, pertencente à Eletronorte, ou seja, ao Governo Federal. Hoje, são necessários 35 dias para que toda a água do lago da Usina Hidrelétrica Tucuruí – um total de 45,8 bilhões de metros cúbicos – seja renovada.
Clima
O clima é equatorial quente e úmido apresentando temperaturas médias mensais entre 22 °C e 34 °C, com média anual de 27 °C. A umidade relativa do ar é relativamente elevada e a o índice pluviométrico é superior a 2.000 milímetros (mm) anuais. O período mais chuvoso compreende os meses de janeiro a abril, e o mais seco vai de junho a outubro.
Economia
Além da usina hidrelétrica, principal fonte econômica do município, a economia também desenvolve-se em outros setores. No setor primário predominam o extrativismo vegetal, a agricultura rudimentar, a pecuária extensiva e a pesca (recentemente foi implantado um projeto de tanques rede na região do lago). No setor secundário, ainda pouco expressivo, destaca-se a construção civil e a indústria de laticínios, que abastece a região com leites, iogurtes e queijos. O setor terciário, predominante no município, apresenta comércio diversificado ( supermercados, farmácias, lojas de eletrodomésticos, de informática e de vestuário, entre outras) e serviços como agências bancárias, casa lotérica e estabelecimentos de ensino e saúde.
Usina hidrelétrica
A Usina Hidrelétrica de Tucuruí mudou radicalmente a base econômica, a população e as perspectivas da cidade, que pode ter sua história dividida em dois momentos muito distintos: o antes e o depois da hidrelétrica. Essa usina hidrelétrica formou um lago imenso, onde foram formadas ilhas com a mais diversa quantidade de espécies. É praticado, desde 2009, sempre no último final de semana do mês de maio, o Torneio de Pesca Esportiva de Tucuruí, cujo objetivo é a pesca do maior tucunaré, um peixe muito valorizado na pesca esportiva. São distribuídos vários prêmios aos participantes, que vêm de diferentes partes do país e até de outros países para pescar.
Praças
Tucuruí conta com as seguintes praças: Praça do Rotary; Praça da Bandeira; Praça da Bica.
Praça do Mangal; Praça da Mangueira (conhecida também como: Praça do Skate ou Praça do Half); Praça Jardim Paraíso; Praça Padre Pedro Hermans.
As Universidades presentes em Tucuruí são: Universidade do Estado do Pará; Instituto Federal do Pará; Universidade Federal do Pará; Universidade Anhanguera-Uniderp; Faculdade Ciências Religiosas Gamaliel; UNIUBE e UNOPAR
Referência para o texto: Wikipédia .

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

PAÇO DO LUMIAR - MARANHÃO

Paço do Lumiar é um município brasileiro do estado do Maranhão. Pertence à Região Metropolitana de São Luís e junto com Raposa, São José de Ribamar, Alcântara, Santa Rita, Rosário, Bacabeira e São Luís formam a maior metrópole do estado do Maranhão (também conhecida como Grande São Luís). Sua população, conforme estimativas do IBGE de 2018, era de 120.621 habitantes.
História
O município tem sua ocupação iniciada em 22 de maio de 1625, quando chegou à capital da província do Maranhão, o governador Francisco Coelho de Carvalho, o jesuíta Luís Figueira já possuía uma légua de terra no sítio chamado Anindiba que, por escritura pública, fora-lhe doada por Pedro Dias e sua mulher Apolônia Bustamante.
Em virtude da Carta Régia de 11 de junho de 1761, o Governador Joaquim de Melo e Póvoas deslocou-se, no ano seguinte, para aquela povoação e elevou-a à categoria de Vila, como a denominação de Paço do Lumiar, em razão de sua semelhança como uma localidade de idêntica denominação existente na freguesia do Lumiar, nos arrabaldes de Lisboa, Portugal.
No século XX, Paço do Lumiar foi distrito de São Luís, passando logo para o distrito de São José de Ribamar.
Paço do Lumiar tem sua emancipação pela lei n°1.890, de 7 de dezembro de 1959. Instalado em 14 de janeiro de 1961, teve como seu primeiro prefeito, Pedro Ferreira da Cruz.
Geografia
Foi criado a partir do desmembramento do município de São José de Ribamar. É caracterizado por ser uma cidade dormitório. A maioria dos seus mais de 100 mil habitantes trabalha em São Luís. Os principais bairros são Maiobão, Maioba, Mocajituba, Iguaíba e Porto do Mocajutuba. O município possui extensas áreas verdes ainda não ocupadas por atividades humanas e é um lugarejo que ainda conserva aspecto de cidadezinha do interior.
Como é cercado de rios e cursos d'águas, muitos com influência das marés, como o rio Paciência, ocorre a presença dos mangues que são fontes de renda para parte de sua população, através do extrativismo.
Com uma morfologia natural de rios e cursos d'água, há em algumas localidades, a presença dos mangues.
O município possui extensas áreas verdes ainda não ocupadas por atividades humanas. 
Cultura
Belezas naturais e um rico patrimônio da cultura popular como o sotaque de Matraca representado pelos batalhões da Maioba e do Iguaíba que dão brilho cultural na cidade mais bonita do litoral norte maranhense.
Economia
Com a economia em crescimento, diversas atividades são desenvolvidas no município como o extrativismo, pesca, agricultura familiar e ainda o desenvolvimento do comércio atacadista e varejista, além de atividades ligadas ao Ecoturismo, que também movimentam a economia local.
O município diante do cenário nacional vive um desafio que é se fazer uma cidade moderna com foco em seu maior patrimônio: sua gente. Paço do Lumiar está em desenvolvimento e avanço constante nas áreas social e econômica.
Referência para o texto: Wikipédia e Prefeitura Municipal de Paço do Lumiar .

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

SERTÃOZINHO - SÃO PAULO

Sertãozinho é um município brasileiro do estado de São Paulo, localizado na Região Metropolitana de Ribeirão Preto. 
Sua economia é baseada no comércio, prestação de serviços, indústrias diversas e agricultura, tendo um campo industrial muito forte, Sertãozinho é considerada a capital mundial do setor sucroalcooleiro, a cidade possui a tradicional e inovadora feira Fenasucro & Agrocana.
História
Em 1876, Malaquias fez a doação de 12 alqueires de suas terras, em torno de sua residência. Bem próximo de sua casa, no lugar atualmente denominado Praça 21 de Abril (o marco zero da cidade), Antônio Malaquias ergueu uma capela em homenagem a Nossa Senhora Aparecida. Hoje essa capela é a Igreja Nossa Senhora Aparecida, matriz de Sertãozinho.
Outras doações de terras aumentaram o patrimônio, que chegou a 148 alqueires e cuja posse foi efetivada pelos sertanejos Antônio José Rodrigues e Manoel Jacinto de Pontes e pelo negro africano conhecido como Pai Chico, no dia 21 de julho de 1880 através de uma escritura pública outorgada no 1º Cartório de Ribeirão Preto.
O núcleo de povoação foi elevado ao Distrito de Paz, com o nome de "Freguesia da Aparecida de Sertãozinho". Já o município, criado em 5 de dezembro de 1896, foi instalado no dia 21 de abril de 1897.
A primeira denominação de Sertãozinho foi "Capela", passando posteriormente para "Engenho Nossa Senhora Aparecida de Sertãozinho", "Aparecida de Sertãozinho" e, finalmente "Sertãozinho". O primeiro prefeito foi o Dr. José Onofre Muniz Ribeiro.
A comarca foi criada em 26 de outubro de 1906 e sua instalação ocorreu em 12 de dezembro do mesmo ano.
Antônio Malaquias Pedroso faleceu em Sertãozinho em 1883, em sua propriedade agrícola.
Geografia
O município possui uma área de 402,803 km² e está situado no domínio geomorfológico do planalto Cerrado. Com aproximadamente 135 mil habitantes, a cidade é a terceira maior do nordeste de São Paulo, atrás apenas de Ribeirão Preto e Franca. Sua altitude é de 579m. O relevo do município é bem diversificado, verificando-se desde uma topografia com declives suaves até o relevo de aclives mais vigorosos.
A vegetação que cobria o município era a tropical, campo cerrado. Devido à extensa atividade cafeeira e outras atividades, como a constante colheita da cana-de-açúcar foi devastada.
O município de Sertãozinho está situado na bacia do rio Mogi-Guaçu. Pelo município passa também o rio Pardo.
Sertãozinho faz parte da região metropolitana de Ribeirão Preto.
Clima
O clima é tropical de altitude com inverno seco (Köppen: Aw). Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1961 a 1967 e 1969 a 1977 (até 30 de abril), a menor temperatura registrada em Sertãozinho foi de -2 °C em 6 de agosto de 1966 e 7 de julho de 1975, e a maior atingiu 39 °C em setembro de 1961, nos dias 14, 18 e 27, e em 20 de novembro de 1974. O maior acumulado de precipitação observado em 24 horas foi de 120,5 mm (milímetros) em 3 de janeiro de 1966. Outros grandes acumulados foram 105 mm em 18 de dezembro de 1967, 103,5 mm em 26 de novembro de 1975 e 100 mm em 24 de janeiro de 1964. O menor índice de umidade relativa do ar foi de 15%, nos dias 5 de setembro de 1965, 14 de agosto de 1967, 11 de setembro de 1974 e 12 de setembro de 1975
Hidrografia
A hidrografia de Sertãozinho está assim composta: Rio Pardo; Rio Mogi-Guaçu; Rio Ribeirão da Onça (Rio da Onça); Córrego Água Vermelha; Córrego Norte; Córrego Sul; Córrego da Vendinha; Riacho Boa Vista (Distrito de Cruz das Posses); Riacho Tabocas (Distrito de Cruz das Posses).
Economia
Sertãozinho hoje tem um perfil industrial ativo, possuindo unidades de produção de várias empresas multinacionais. Em contrapartida, o setor agrícola mantém-se ativo, com a produção de leite e lacticínios, cana-de-açúcar e laranjas, entre outros produtos.
Na cidade está localizado o maior centro de negócios do Interior de São Paulo, o Centro Empresarial Zanini. A cidade tem enfrentado no momento uma forte crise financeira, pois ofertas de emprego em Sertãozinho e poucas casas para comprar e alugar, construtoras da região estão investindo em imóveis no município.
Indústria
O Governo do estado de São Paulo implantou o Laboratório de Caracterização, Seleção e Análise de Falha para a Indústria Metal-Mecânica de Sertãozinho e Região e que servirá para micro, pequenas e médias empresas do polo de indústria metal-mecânica.. Em Sertãozinho está situado um dos maiores polos industriais do país, tendo nele pouco mais de 500 indústrias se estendendo ao longo das rodovias Armando de Salles Oliveira e Atillio Balbo, e possuindo também três polos isolados denominados distritos industriais, com mais de 90 indústrias e crescendo cada dia mais.
Comércio
Polo e Referência Comercial, Sertãozinho é uma das poucas cidades médias a possuir tantas opções comerciais. O ponto principal do comercial se dá na Rua Barão do Rio Branco, no Largo da Matriz, com ruas afluentes como Epitácio Pessoa, Washington Luis indo até o na Avenida Antônio Paschoal. Em 2013 foram anunciados projetos de 2 novos shoppings centers na cidade. 
Turismo
Os principais pontos de interesse turístico são: Catedral Nossa Senhora Aparecida (Matriz); Museu da cidade e CEMM, Centro Municipal de Memória; Parque do Cristo Salvador; Parque Ecológico Gustavo Simioni; Museu Histórico de Sertãozinho; Engenho Central e Museu; Praça 21 de Abril; Biblioteca Antônio Furlan Jr.; Teatro Municipal de Sertãozinho; Estádio Frederico Dalmaso; Memorial do Imigrante Italiano; Ginásio de Esportes "Docão"; Centro Olímpico Maria Zeferina Baldaia; Poliesportivo Patinódromo
Eventos
Acontecem anualmente na cidade diversos eventos, tais como a Festa da Paz, o Rodeio de Sertãozinho, a Feira Nacional do Livro de Sertãozinho, Fest cana, Grito Rock, Saci Rock, Mostra Mix de Música, Carnaval Comunitário, Fenasucro, Agrocana, ForInd, Feirão de Sertãozinho, Festa do Peão de Cruz das Posses. Dentre os eventos mais conhecidos, estão a "Fenasucro", feira tecnológica e agropecuária e sucroalcooleira, considerada a maior feira do setor sucroenergético do mundo, reunindo empresas de armazenamento, agricultura, produção industrial, caldeiraria, automação, logística e, mais recentemente, ajudou a conferir à cidade o título de "Capital brasileira do Etanol".
Entre os dias 30 de Outubro e 2 de Novembro de 2015 a cidade foi sede décima edição do torneio esportivo universitário "INTERFATEC", que reuniu estudantes das FATEC's de todo o estado de SP.
Educação
Sertãozinho possui um dos melhores níveis de educação do Brasil, tendo diversas escolas que servem de modelo nacional.
As principais faculdades e universidades da cidade são: FATEC Sertãozinho; Faculdade Brasiltec; Faculdade Interativa COC (atual UniSeb Interativo); Faculdade Anhanguera; ULBRA Universidade Luterana do Brasil; Unicastelo; Universidade Corporativa do Setor Sucroenergético (UNICEISE).
Dentre as instituições federais estão: Instituto Federal de São Paulo (Campus Sertãozinho) e UFSCar/Ceise (Pós-graduação)
Saúde
Sertãozinho é um dos municípios escolhidas a título de referência nacional em saúde devido a alta qualidade de seus serviços e a aprovação da população.
A Santa Casa
A Irmandade da Santa Casa de Sertãozinho tem seu marco inicial na promessa do Sr. Elpídio Gomes, em que doaria a quantia de 20 contos de réis para a cidade que primeiro conseguisse constituir como pessoa jurídica a Irmandade de Misericórdia que construiria e manteria a Santa Casa.
Um grupo de moradores de Sertãozinho atingiu esse objetivo antes de Ribeirão Preto. Entre os dias 05 de julho e 15 de outubro de 1896, o tenente Francisco José dos Anjos Gaia e mais outros 52 moradores de conseguiram realizar a assembleia para a eleição da mesa diretora, empossar a mesma, publicar o compromisso de constituição da Irmandade de Misericórdia de Sertãozinho no Diário Oficial e registrá-la em cartório de Ribeirão Preto.
A posse da primeira mesa diretora da Irmandade de Misericórdia de Sertãozinho ocorreu no dia 05 de setembro de 1896 e ficou assim constituída: Dr. Onofre Muniz Ribeiro, provedor; tenente Francisco José dos Anjos Gaia, mordomo; Octacílio de Oliveira Tupaberaba, secretário; Antônio Augusto de Souza Amaral, procurador; Francisco Pereira da Costa, tesoureiro; José Leite de Abreu, Eduardo Pedreschi, José Marques da Motta Guimarães, Euzébio Augusto Machado, João Pedro de Andrade Júnior, Aprígio Rello de Paula Araújo, José Antônio de Carvalho, Pedro Bauch, tenente Francisco José Ferreira Júnior, José Marciano de Aguiar, Gustavo Syllos e Antônio José Fernandes, mesários.
A data de 05 de setembro, que marca a posse da primeira diretoria, foi escolhida como a de inauguração da Irmandade de Misericórdia de Sertãozinho, mantenedora da Santa Casa, que mantém a saga de ter sido construída, reformada e mantida à custa de doações, de eventos e de muita dedicação dos irmãos, através de trabalho voluntário.
O recebimento da herança de Elpídio Gomes foi oficializado em 12 de agosto de 1904, mas a Santa Casa já funcionava em prédio improvisado. O edifício próprio da Santa Casa foi inaugurado no dia 13 de maio de 1903. Ele tinha um gradil de madeira na frente, que delimitava um belo jardim. Havia um pomar no quintal. O prédio, concluído em 1906, possuía oito compartimentos: um salão para assembleia, uma sala de espera, um consultório, dois quartos ocupados pela família do administrador, uma cozinha e duas espaçosas enfermarias. Uma delas recebeu o nome de Elpídio Gomes e a outra, o de Aprígio de Araújo, em reconhecimento aos relevantes serviços que ambos prestaram à instituição.
Evolução da Santa Casa
Durante quase 50 anos a Santa Casa permaneceu em estado deficitário. Houve um período em que teve de fechar suas portas e, durante essa época, as pessoas mais necessitadas foram socorridas pelo Dr. Antônio Furlan Júnior na Casa de Saúde Santa Terezinha, de sua propriedade. Por isso, esse médico recebeu o apelido de pai dos pobres.
A Santa Casa começou a melhorar com a chegada, por volta de 1950, das irmãs de caridade da Congregação Jesus Maria José que, juntamente com os integrantes da Irmandade de Misericórdia e grande parte da comunidade, imprimiram uma nova dinâmica ao único hospital público da cidade.
Dali em diante, a Santa Casa acompanhou os diferentes ciclos econômicos de Sertãozinho. As dificuldades foram sempre superadas pelo esforço das diversas diretorias, mas atingiram um grau insuportável no final de 1992. No ano seguinte, ao assumir novamente o cargo de prefeito, o médico Dr. Waldyr Trigo convidou um engenheiro civil e empresário do ramo de supermercados para assumir a provedoria da Santa Casa.
Reunindo um grupo de colaboradores, com a ajuda da população, de empresários, de prestadores de serviços de saúde, das irmãs, dos funcionários e da própria Irmandade de Misericórdia deu-se a recuperação do hospital.
No ano de 1996, quando a iniciativa do Ten. Gaia completou seu primeiro centenário, a Santa Casa de Sertãozinho inaugurou o Ambulatório Médico que recebeu o nome de João Maciel de Lima, a UTI Neonatal (Dr. Walfrido Ismael Assan), a Pediatria, o Banco de Sangue e outras benfeitorias.
Graças a isso, a Santa Casa tornou-se um modelo de eficiência totalmente diferente da situação enfrentada pela maioria dos centros médicos semelhantes de todo o País.
Em 2002, com verbas dos governos Estadual e Municipal, a UTI GERAL foi equipada e inaugurada, iniciando suas atividades em setembro do mesmo ano. Com essas adequações a Santa Casa de Sertãozinho passou então a ser referência da microrregião composta pelas cidades de Barrinha, Pontal e Pitangueiras.
No mês de agosto de 2007, a Santa Casa de Sertãozinho, com sua excelente estrutura para atendimentos, transformou-se em centro de referência da região para atendimentos SUS (Sistema Único de Saúde), como foi determinado pelo Departamento Regional de Saúde (DRS XIII). A partir daí, passou a integrar o “Horizonte Verde”, como referência para mais oito municípios: Barrinha, Dumont, Jaboticabal, Guariba, Monte Alto, Pitangueiras, Pontal e Pradópolis, totalizando mais de 378 mil habitantes.
Em fevereiro de 2011, a Santa Casa de Sertãozinho inaugurou sua primeira UTI Pediátrica. Construída com recursos municipais, estaduais e do próprio hospital, o centro de terapia intensiva recebeu o nome do saudoso secretário estadual de saúde, "Dr. Luiz Roberto Barradas Barata", que sempre se mostrou receptivo e se empenhou em atender as solicitações da Santa Casa
No dia 05 de setembro de 2016 a Santa Casa de Sertãozinho completou 120 anos de existência, adquirindo cada vez mais experiência e profissionalismo, além de passar por diversas evoluções e benfeitorias para garantir sempre o melhor atendimento, com qualidade e respeito a todos.
Hospitais
A rede hospitalar de Sertãozinho está assim constituída: Hospital Netto Campelo; Santa Casa de Misericórdia de Sertãozinho; Hospital de Olhos de Sertãozinho
Cultura
Sertãozinho tem destacada participação cultural, como por exemplo a realização da Mostra Nacional de Teatro realizada todos os anos por uma comissão organizadora designada para este fim, no mês de abril; projeto Teatro A Gosto, evento nacional no mês de agosto; mostras de dança e seu rico carnaval. No Teatro destacam-se os Grupos de Teatro Rabugentos Cia Teatral, criado pelos atores Gilberto Bellini, Arthur Zanini, Fernanda Cornetta, Rogéria Saiani e Manoela de Carvalho, que atua ainda na produção de eventos e editando obras de autores locais como om poeta Zéluiz de Oliveira, atual presidente da Academia Sertanezina de Letras, Dalapagarapa, idealizado por Toninho Costa e Juliano José, Grupo de Iniciação ao Teatro, coordenado por Américo Rosário de Souza e o Gravata Prosa e Verso. Mais recentemente temos o Ponto de Cultura ParaVoar que atua na formação de atores e produção de espetáculos e a ContraCena Cia Teatral, criada por Otávio Sarti.
A cidade conta também com a atuação da Academia Sertanezina de Letras, na Literatura; nas artes visuais a cidade produziu grandes artistas como por exemplo Rodrigo Mazer, Edivaldo de Abreu, Fernando Corneta, Tiago Peixoto e outros. Na Dança várias academias cumprem o papel de difundi-la, no setor público destaque deve ser dado ao Ballet Municipal. O Município mantém também uma excelente banda marcial, que reúne jovens da cidade toda que compõem a banda marcial da juventude, trazendo vários títulos em concursos de bandas e fanfarras do estado de São Paulo.
Sertãozinho também conta com o Museu da Cidade, um museu histórico, público e com entrada gratuita.
Esportes
O município é conhecido como a "capital brasileira do hóquei sobre patins", um esporte popularizado localmente graças ao principal clube de hóquei sobre patins da cidade, o Sertãozinho Hóquei Clube. Clube que foi o pioneiro no profissionalismo do esporte no Brasil e conquistou vários títulos estaduais e nacionais, além de três sul-americanos e dois mundialitos. Sertãozinho também já foi sede de vários campeonatos nacionais e mundiais de hóquei sobre patins, incluindo o XXVII Campeonato Mundial.
No futebol, a cidade é representada pelo Sertãozinho Futebol Clube, clube fundado em 6 de agosto de 1944. Durante a década de 2000, o clube foi conquistado diversos acessos, após o vice-campeonato da Série A2 de 2006, o Sertãozinho estreou na elite do estadual sendo derrotado pelo São Paulo em 2007. A equipe, porém, acabou sendo rebaixada em 2008. Em 2009, voltou a conquistar o acesso após um empato por 0x0 na cidade de Araras, contra equipe local, o União São João de Araras, entretanto, sofreu dois rebaixamentos consecutivos nos anos de 2010 e 2011. Em 2016, o Sertãozinho conquistou o título da Série A3, após quatro anos disputando a divisão.
Sertãozinho também se destaca pelo moderno complexo esportivo que possui, com quadras de futebol, tênis, basquete, vôlei, piscinas olímpicas e uma das melhores pistas de atletismo do país. Isso permitiu que a cidade fosse escolhida como a sede dos Jogos Olímpicos Regionais por três vezes. Uma das atletas de destaque da cidade é a campeã da Corrida de São Silvestre, Maria Zeferina Baldaia.
No município também nasceu o tenista João Pedro Sorgi. O atleta fez parte da equipe brasileira que representou o Brasil, nos jogos da Copa Davis, em Santo Domingo, na República Dominicana, em fevereiro de 2018. Sorgi, foi fundamental no confronto ao vencer a quinta e decisiva partida contra o dominicano Roberto Cid Subervi, por 2 sets a 1. As parciais foram 6/7(10), 6/1 e 6/4. Na ocasião, o local, ocupava a posição de número 365 do ranking da ATP, Associação de tenistas profissionais. O resultado obtido pelo tenista foi excepcional, por marcar a estreia do atleta na competição e colocar o Brasil na luta para voltar a elite do tênis mundial.
Referência para o texto: Wikipédia .