Seropédica é um município brasileiro da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro. Localiza-se a 75 quilômetros da capital do estado. Ocupa uma área de 283,634 km², e sua população foi estimada no ano de 2020 em 92.563 habitantes pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, sendo, então, o 31º mais populoso do estado. Faz limites com os municípios do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, Japeri, Queimados, Itaguaí e Paracambi.
Topônimo
O nome da cidade veio da antiga fazenda "Seropédica do Bananal", onde eram produzidos diariamente cerca de 50.000 casulos de Bombyx mori, o bicho-da-seda.
"Seropédica" é um neologismo formado por duas palavras: uma de origem latina, "sericeo" ou "serico", que significa "seda"; e outra grega, παιδεία, ας, translit. paideía, as, que significa "nutrição, criação, cultivo". Portanto, "Seropédica" significa "local onde se cultiva seda".
O nome da antiga fazenda de seda foi dado à cidade em 1875. Naquela época, a terra era conhecida como o "segundo distrito" de Itaguaí.
História
Ocupação indígena
O atual território brasileiro já era habitado desde pelo menos 10000 a.C. por povos provenientes de outros continentes (possivelmente da Ásia e da Oceania ou África). Por volta do ano 1000, a maior parte do litoral brasileiro, inclusive a região do atual município de Seropédica, foi invadida por povos tupis procedentes da Amazônia que expulsaram as tribos locais tapuias para o interior do continente.
Século XVI: a chegada dos europeus
No século XVI, a região de Seropédica era dominada pelos índios tamoios, também chamados tupinambás. Em 1536, com o crescente tráfico de peles e madeiras (principalmente pau-brasil) praticado, em sua maioria, por franceses, desde o litoral do atual estado de Pernambuco, onde montaram um fortim, até Cabo Frio, a coroa portuguesa instituiu uma forma de ocupar e defender as terras já há algum tempo descobertas. Para isso, criou as capitanias hereditárias, modelo já utilizado nas ilhas de Cabo Verde, e as distribuiu entre fidalgos, para que estes ocupassem os lotes cedidos, promovendo sua colonização e defendendo-os. O atual município de Seropédica está na área que pertencia à capitania de São Vicente, cujo donatário era Martim Afonso de Sousa.
Cristóvão Monteiro, ouvidor do Rio de Janeiro, enviou, em 1567, requerimento a Martim Afonso de Sousa, donatário da capitania, solicitando uma gleba de terras na margem direita do rio Guandu. A posse foi efetivada em 30 de dezembro daquele ano.
Em 7 de dezembro de 1589, a marquesa Ferreira, viúva de Cristóvão Monteiro, atendendo à vontade do finado marido, doou parte das terras aos jesuítas. A outra parte coube, por herança, a sua filha Catarina Monteiro. Então a região foi efetivamente explorada por, entre outros, Garcia Aires e pelo filho do bandeirante Fernão Dias Pais Leme, Garcia Paes Leme. A busca visava, principalmente, à descoberta de esmeraldas. Os dois exploradores ocuparam terras na margem esquerda do rio Guandu. Foram responsáveis, por exemplo, pela fundação do atual município de Nova Iguaçu.
Século XVII
Em 30 de maio de 1612, Catarina Monteiro e seu marido José Adorno transferiram, aos jesuítas, as terras herdadas em troca de terras na Capitania de Santo Amaro (em Bertioga, em São Paulo). Por essa ocasião, a região era conhecida por "Brejaes de São João Grande" (grafia da época), devido ao fato de, ali, se encontrarem grandes alagadiços, principalmente no período das fortes chuvas, responsáveis pelas cheias periódicas no rio Guandu.
Os jesuítas adquiriram, por doação, compra ou permuta, imensa quantidade de terras. Esta área compreende hoje aos seguintes municípios: parte do Rio de Janeiro (Santa Cruz e Campo Grande), Seropédica, Itaguaí, Mendes, Nova Iguaçu, Paracambi, Japeri, Engenheiro Paulo de Frontin, Piraí, Rio Claro, Vassouras e Volta Redonda.
Século XVIII
Em 25 de outubro de 1729, os jesuítas encarregaram uma equipe, liderada por Manuel Maia da Hora, de medir tão extensa propriedade. Tais medições só podiam ser realizadas entre junho e novembro, fora do período das chuvas. Em meados de novembro, subindo a margem direita do rio Guandu, a equipe encontra um vilarejo conhecido como Bananal. A ocupação do local se deu numa dessas explorações realizada no final do século XVI. Era comum que, para evitar serem acometidos pela fome em seus deslocamentos, os exploradores plantassem roças ao longo do caminho e deixassem alguém de vigília no local. Com o fim da expedição, muitos retornavam para os locais de roça e ali se estabeleciam. A palavra Bananal não se refere a uma plantação de bananas, como seria lógico deduzir, mas a um termo indígena, Mb’-a-nâ-n-á, que significa torcido, fazer voltas e é alusivo à correnteza do rio Guandu.
Por volta de 1758, o povoado do Bananal ganha em importância com a descoberta de ouro na região de Vila Rica, atual Ouro Preto. Por ali, passava uma pequena estrada que ligava o caminho velho de São Paulo (que deu origem à atual rodovia Rio-São Paulo) ao caminho das Minas ou estrada real (saindo da Baía da Guanabara, na altura de Duque de Caxias até Ouro Preto). Esta pequena estrada, após passar pelo povoado de Bananal, cruzava o rio Guandu e continuava por uma trilha árdua até atingir a Estrada Real. Ela ficou conhecida como "caminho das minas do Guandu", pois se acreditava que, nas serras próximas, havia ouro. Isto fazia, do lugar, uma importante rota de aventureiros em direção às Minas Gerais. Mais tarde, a estrada funcionou como uma alternativa para se retirar o ouro sem passar pelos postos de controle da Coroa portuguesa e, com isso, fugir dos pesados tributos, o que levou a coroa a instalar o registro do rio Itaguaí. Já nessa época, funcionavam, nas áreas do povoado do Bananal, duas feitorias da Fazenda de Santa Cruz. A feitoria do Peripery destinava-se à produção de arroz, feijão, milho, anil e aguardente. A feitoria do Bom Jardim, localizada nas margens do Ribeirão da Lages, destinava-se, principalmente, à extração de madeira para diversas finalidades.
Século XIX
Em 1817, foi erguida, no povoado de Bananal, uma capela em homenagem a Nossa Senhora da Conceição. A doação do terreno para a construção partiu de Francisco do Amor Divino e Maria Rosa do Nascimento Pereira de Sousa. Também foram doados terrenos para a construção de um cemitério e de um logradouro público.
Século XX
Em 1938, foi aberta a estrada Rio-São Paulo. Em 1938, começou a ser construída a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro utilizando-se um dos prédios da antiga fábrica de seda. Em 1948, a universidade transferiu seu campus para as margens da antiga Rodovia Rio-São Paulo, hoje BR-465, iniciando-se, então, o desenvolvimento urbano de Seropédica. Na mesma época a Companhia de Expansão Territorial lançou o loteamento Parque Campo Lindo, processo que iniciou a ocupação urbana na porção sudeste do atual município. A região permaneceu inexpressiva por muito tempo em vista das dificuldades de acesso, pois só era servido por uma linha férrea, com pouca movimentação de trens, sendo ligado ao município do Rio de Janeiro por uma estrada não pavimentada.
Emancipação do município
Em 1995, face à edição da Lei n.º 2.446, de 12 de outubro, Seropédica tornou-se município independente de Itaguaí, sendo inaugurado em 1º de janeiro de 1997. Com a emancipação, Seropédica teve sua economia movimentada e ganhou grandes obras de infraestrutura, assim como incremento do comércio local
Clima
A temperatura média anual compensada da região é de 24 °C e a precipitação média de 1.260 mm. O clima é tropical subsumido com pouco ou nenhum déficit hídrico e mesotérmico com calor bem distribuído o ano todo. É classificado como Aw segundo o modelo de Köppen. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), considerando-se o período de 1961 a 1983 e a partir de 1986, a menor temperatura registrada em Seropédica, no campus da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), foi de 6,5 °C em 1° de junho de 1979 e a maior atingiu 42,6 °C em 9 de setembro de 1997. O recorde de precipitação em 24 horas é de 162,6 milímetros (mm) em 12 de fevereiro de 2007. Desde maio de 2000, quando o INMET instalou uma estação meteorológica automática no mesmo lugar, a maior rajada de vento alcançou 39,9 m/s (143,6 km/h) em 6 de dezembro de 2009 e o menor índice de umidade relativa do ar (URA) foi de 10%, na tarde de 16 de outubro de 2002.
Economia
O município tem média autonomia econômica, sendo suas principais atividades a extração de areia, para uso na construção civil, o setor industrial com um polo que tem sido instalado as margens da rodovia Presidente Dutra, o comércio e outras coisas que são pagas a cidade como por exemplo a cidade recebe uma grande quantia devido a instalação do aterro sanitário, e dinheiro pago pela Petrobrás devido a um duto que passa pela cidade. [carece de fontes] A atividade extrativa é praticada por várias empresas mineradoras da região, provocando grandes danos ambientais, incluindo a formação de enormes crateras em antigas áreas mineradas, onde os veios de areia foram esgotados. O lençol freático formou lagos saturados de sedimentos minerais, que deixam a água de cor verde-esmeralda e incapaz de sustentar qualquer forma de vida.
Boa parte da economia do município também gira em torno da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, e da comunidade universitária. Dada a baixa oferta de emprego local, considerável parte da população economicamente ativa do município trabalha no Rio de Janeiro, o que caracteriza Seropédica como cidade-dormitório porém esse cenário tem mudado aos poucos.
A cidade conta com um polo industrial, situado às margens da BR 116, com uma área de aproximadamente 19 milhões de metros quadrados, destinado a empresas de médio e grande porte. Dentre elas, estão a Usina Termoelétrica Barbosa Lima Sobrinho e a alimentícia Panco.
Todavia, na avaliação de especialistas, Seropédica tende a se tornar um polo logístico, já que está situada a poucos quilômetros do Porto de Itaguaí, além de ser cortada, de leste a oeste, pela Rodovia Presidente Dutra, com acesso a Queimados e Paracambi. Além disso município também é atendido pela BR-465, antiga estrada Rio-São Paulo, que dá acesso à BR 116, à Rodovia Presidente Dutra e a Nova Iguaçu, chegando à Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, na altura de Campo Grande. A RJ 099 liga a cidade a Itaguaí ao sul, e, através da RJ 125, é possível o acesso a Japeri, ao norte. O município é, ainda, atravessado de norte a sul pelo ramal ferroviário Japeri-Mangaratiba. O Arco Rodoviário do Rio de Janeiro faz a ligação do Porto de Itaguaí à BR 101, em Itaboraí
Educação
A cidade abriga o maior campus da América Latina e uma das melhores universidades da América do Sul Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, que oferece cursos de graduação, pós-graduação, além de ensino médio e técnico ofertado através do Colégio Técnico da Universidade Rural (CTUR).
Cultura
Turismo
As principais atrações turísticas de Seropédica são: Parque de Pesquisa da EMBRAPA; Floresta Nacional Mário Xavier; Campus da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; CCS- Casa da Cultura de Seropédica e ONG LATINHASOCIAL
Feriados municipais
- Dia 13 de março - Data Histórica da Emancipação através de plebiscito, Lei N° 207 de 26 de fevereiro de 2003.
- Dia 2 de abril - Adoração de Cristo, Lei n° 282 de 25 de julho de 2005.
Em seu calendário de eventos, destacam-se a festa da Padroeira Santa Teresinha, em 1º de outubro e a festa de aniversário do Município, no dia 12 de outubro.
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