Itamaraju é um município do sul do estado da Bahia, no Brasil. Com 2.580 km² de área, sua população, conforme estimativas do IBGE de 2021, era de 64.423 habitantes. Emancipou-se em 5 de outubro de 1961, desmembrado do município de Prado. Itamaraju possui o quarto maior centro comercial do extremo sul do Estado, com um comércio forte e sólido de paiol (palha), e tem o que há de melhor em piaba, um povo amigo e hospitaleiro. Promove até os anos atuais a maior festa regional de São João, mantendo a sua tradição junina de origem. Topônimo "Itamaraju" é uma palavra oriunda da língua tupi. Vocábulo tupi que significa ″rio das pedras″ ou ″pedra das árvores do jucurucu″.. O nome de Itamaraju foi criado pelo pioneiro do cacau Moisés Santos Almeida, considerado por muitos da região como um poeta alegórico, pelo qual a cidade ganhou a significação da palavra formada pela junção das seguintes sílabas: Ita, que na linguagem indígena significa pedra, simbolizada pela pedra cartão postal da cidade “Pedra do Monte Pescoço”; mara, significando uma região montanhosa simbolizada pela Pedra do Monte Pescoço e de matas representadas por suas galhas de árvores que se debruçam nas margens do Rio Jucuruçu; ju, primeira sílaba do rio que corta inteiramente o município Jucuruçu, que também é termo indígena, numa alegoria poética dos tupiniquins e pataxós. História Ao cair da tarde do dia 22 de abril de 1500, a frota portuguesa de Pedro Álvares Cabral ao ancorar na Paria da Barra do Cahy, no atual município de Prado, avistou o Monte Pascoal, hoje no limite do Parque Nacional do Monte Pascoal de Porto Seguro e avistou também as serras baixas descritas na carta de Pero Vaz de Caminha, que são os pães de açúcar do Monte Pescoço de Itamaraju. O município de Itamaraju é um pedaço destas terras que no passado pertenceu a Prado, que através da Lei Estadual nº 1.509 de 5 de outubro de 1961, foi obtida a emancipação político-administrativa do antigo distrito do Escondido, passando a chamar-se “Itamaraju”. A emancipação político-administrativa foi idealizada por José Gomes de Almeida e Antônio Fontes Mascarenhas, tendo sido o primeiro prefeito, o potiguar Bonifácio José Dantas, o "Chapéu de Couro". Em 1860, a região, habitada pelos índios pataxós, passou a atrair diversos exploradores para a atividade de extração de madeira, facilitada pelo acesso pelo Rio Jucuruçu, navegável por mais de cinquenta quilômetros em linha reta se medidos por terra, paralelamente ao curso do rio, para pequenas embarcações. Por volta de 1895, a atual cidade de Itamaraju nascia de um povoado denominado Dois Irmãos, em louvor aos Santos Padroeiros Cosme e Damião. Durante a Guerra do Paraguai, ali se esconderam alguns desertores, levando a localidade a receber o topônimo de Escondido. Tinha uma pequena rua, tortuosa (atual 5 de outubro) com menos de 150 casas, inclusive barracos, na sua maioria construídos de taipas, cobertas com telhas de tabica, palha, de tijolos e telhas de barro. Embora fizesse parte do município de Prado, existia uma sociedade particular que o administrava e cobrava aforamento aos seus habitantes. Fazia parte dessa sociedade Virgulino Pereira, Cândido Nascimento, José Guilherme da Rosa, Nestor Camão e outros, quase todos falecidos. A vila de Escondido que se tornaria Itamaraju mais tarde, se impulsionou com a febre do comércio de jacarandá, alto preço do cacau, onde surgiram novas fazendas, não só de cacau, tendo Arthur Fontes Mascarenhas como o maior incentivador, como também as fazendas de pecuária e muitos emigrantes, destacando-se a família Barros (Demétrio, Ruy e Ailton) e outros, que muito contribuíram para o desenvolvimento e aspecto urbano da vila. O então prefeito José Gomes de Almeida foi a alavanca propulsora desse desenvolvimento, construindo o campo de pouso para pequenos aviões (atual Praça 2 de julho), abertura de estradas para os povoados do Farol (Pirajá), Futuca (Pirají), Arraial do Almeida (São Paulinho), além dos melhoramentos na estrada Guarany-Rio Chay e Prado-Itamaraju, com os desvios das ladeiras da Atividade para o Tururim e do Ribeirão para mais acima, assim como limpeza periódica do Rio Jucuruçu e a construção de um mercado na atual Rua 5 de Outubro. Essa série de progresso, trouxe ainda na administração do prefeito José Almeida a ideia da emancipação do Escondido, surgindo, portanto, o município de Itamaraju. A história mais completa já contada sobre Itamaraju está contida no documentário “Itamaraju 60 anos”, disponível no Youtube, lançado em 2021 como parte das comemorações dos 60 anos de emancipação político-administrativa do município. Geografia Clima Dados do Departamento de Ciências Atmosféricas, da Universidade Federal de Campina Grande, mostram que Itamaraju apresenta um clima com média pluviométrica anual de 1.159,7 mm e temperatura média anual de 23,7 °C. Economia De acordo com a secretária de agricultura, irrigação e reforma agrária do estado da Bahia, em seus relatórios referentes a produção agropecuária nos anos de 2007-2008, o município apresenta o maior rebanho bovino do estado. É o segundo colocação dentre os maiores produtores cacau. Confira a seguir, a lista de variedade e sua produção no mesmo período (2007-2008): abacaxi - 575 toneladas; banana - 12.772 toneladas; cacau - 3.026 toneladas; café - 8.695 toneladas; mandioca - 28.600 toneladas e gado - 163.714 cabeças de gado Segundo a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), o município de Itamaraju possuía, em 2014, o maior rebanho bovino da Bahia, com 185.101 cabeças de gado. Com costumes típicos de municípios interioranos, Itamaraju tem sua renda direta gerada principalmente pelo setor agrícola e possui um dos maiores rebanhos bovinos da Bahia. O município é um dos maiores produtores de café no estado e tem na Cafénorte a principal empresa responsável por este cultivo, empresa esta a maior produtora mundial da variedade Conilon (Robusta). Turismo Seu principal ponto turístico é o Monte do Pescoço, que é exposto até na bandeira do município. Itamaraju possui a missão histórica de ser a cidade guardiã do "Monte Pascoal", primeira porção continental brasileira avistado por Pedro Álvares Cabral. Itamaraju faz partes das famosas "Serras Baixas" descritas na Carta de Pero Vaz de Caminha em 1500, por ocasião do descobrimento do Brasil. Era aqui o campo de caça dos índios encontrados por Cabral. Apesar de não ser muito divulgado, o município também faz parte da Costa das Baleias e tem, como datas festivas importantes, as festas juninas, a festa de Cosme e Damião, Cavalgadas etc. Esses eventos são responsáveis pela geração de emprego e renda nos períodos festivos. No centro da cidade, encontram-se algumas praças, como a Praça 2 de Julho e a Praça Castelo Branco, além da rua dos trailers, onde existem várias barraquinhas que vendem lanches todos os dias da semana. Para o lazer, Itamaraju tem Espaço de Eventos Armazém F, o clube do Arvo, Territorio (maior da cidade), BNB, onde conta com quadras de tênis, piscinas, campos de futebol. Educação As principais escolas particulares são a Escola Crescer, Escola Fênix, Colégio Presbiteriano 12 de Agosto e o Colégio São João Evangelista (pertencente a uma congregação de freiras). Os eventos mais importantes dessas escolas durante o ano são os Jogos Estudantis, competição que simula as Olimpíadas. Itamaraju conta também com o curso de inglês e espanhol CNA. As principais escolas públicas são o Colégio Complexo Integrado de Educação de Itamaraju (CIEI), Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães e o Colégio Estadual Luis Eduardo Magalhães (CELEM). Personalidades ilustres Um dos pesquisadores sobre o município é o poeta e escritor Itamarajuense Armando Azevedo que publicou o livro Itamaraju e o Monte Pascoal no ano de 2009. Muito utilizado nas escolas estaduais e nas universidades. O poeta também possui um acervo de fotos antigas sobre a vida de moradores notáveis da cidade. O mais antigo pau-brasil conhecido atualmente Em 2020, foi encontrado aquele que é considerado o mais antigo pau-Brasil atualmente, cujo tronco tem 7,13 metro de diâmetro e idade aproximada de 500 anos. O espécime supera em 2,83 metros a espessura do pau-Brasil até então tido como o mais antigo, cujo tronco tem circuferência de 4,3 metros. A descoberta foi registrada pelo botânico Ricardo Cardim, contatado pelo agricultor Manuel de Jesus, que a encontrou em sua propriedade, em Itamaraju. Referência para o texto: Wikipédia .
Itaberaba é um município do estado da Bahia, região Nordeste do Brasil. Localiza-se na região do Piemonte do Paraguaçu, próximo a Chapada Diamantina; Apesar de não fazer parte da Chapada, essa cidade funciona como um portal para a Chapada Diamantina.
Conforme estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município conta com 64.646 habitantes em 2020. Fica às margens da BR-242, uma importante rodovia federal que liga a Bahia ao Distrito Federal. Possui diversas indústrias e um forte comércio, o que a torna a cidade um dos maiores centros regionais do interior nordestino. Topônimo "Itaberaba" é um termo de origem tupi que significa "pedra brilhante", através da junção dos termos itá (pedra) e beraba (brilhante). História A região que hoje o município de Itaberaba ocupa já foi habitada pelos índios Maracás, do grupo dos Tapuias. Eram índios robustos e guerreiros, mas não eram antropófagos. Em 1561, dom Vasco Rodrigues adentrou o Rio Paraguaçu em setenta léguas. Mais tarde, passou por ali Gabriel Soares de Sousa. Em 1768, foi fundada a Fazenda São Simão pelo capitão Manuel Rodrigues Cajado. Hoje, Itaberaba é considerada mundialmente como a terra do abacaxi.[carece de fontes] Geografia Município de médio porte em relação aos demais municípios do estado. Fica localizado na região semiárida, apresentando algumas características dessa região, a exemplo da sua vegetação e clima.
Clima O município está inserido no domínio morfoclimático do semiárido brasileiro, com temperatura média anual de 29 °C, sendo os meses de junho, julho e agosto os mais frios. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1961 a 1970 e de 1973 a 2019, a menor temperatura registrada em Itaberaba foi de 7,8 °C em 26 de julho de 2008, e a maior atingiu 40,1 °C em 23 de janeiro de 1995. O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 165,8 milímetros (mm) em 28 de outubro de 2009. Economia Possui um comércio forte, bem como indústrias de calçados, móveis, alimentos e outras. É um dos principais centros regionais da Bahia, abrigando diversos órgãos estaduais e federais, a exemplo da Diretoria Regional de Educação, Diretoria Regional de Saúde, Departamento Estadual de Trânsito, Fundação Nacional de Saúde, Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola, Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional, Serviço de Atendimento ao Cidadão etc. A cidade conta com agências bancárias do Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Caixa Econômica Federal, Bradesco e Sicoob. Sazonalmente, são realizadas festas tradicionais, como o São João, micaretas etc., atraindo milhares de pessoas todo ano. Educação Possui inúmeras escolas regulares, duas universidade públicas, sendo o campus XIII da Universidade do Estado da Bahia, com os cursos de Pedagogia, História, Ciências Contábeis, Direito e Letras, além de um polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB) que oferta cursos EaD gratuitamente. Ainda conta com universidades privadas, a exemplo da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), a Faculdade de Tecnologias e Ciências (FTC), Faculdade Santa Cruz, Faculdade Uniasselvi e o Centro de Formação Técnica em Saúde, todos com cursos nas mais diversas áreas. Desde o ano de 2016, também passou a contar com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IF Baiano), que oferta cursos na área agrícola para os municípios do Território de Identidade do Piemonte do Paraguaçu. Referência para o texto: Wikipédia.
Lagoa Santa é um município brasileiro do estado de Minas Gerais, localizado na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Lagoa Santa encontra-se a 800 metros de altitude, possui 231,9 km² de área e uma população de 61.752 habitantes em julho de 2017. Está localizado a 35 km de Belo Horizonte. História Bandeira de Fernão Dias A colonização recente da região de Lagoa Santa se dá ao final do século XVII, associada a chegada da bandeira de Fernão Dias Paes Leme que subiu o Rio das Velhas em busca de metais e pedras preciosas. A Bandeira de Fernão Dias Paes Leme, partiu em julho de 1674 de São Paulo se instalando na região hoje conhecida por Sumidouro, onde chegaram por volta de 1675, desbravando durante 7 anos a região da cabeceira do Rio das Velhas, com rumo ao norte. Essa bandeira protagonizou eventos dramáticos como a execução de José Dias, levado à forca por ordem do pai, Fernão Dias, pela acusação de conspiração, e o assassinato do fidalgo Dom Rodrigo Castel Blanco, elevado pelo a “administrador geral das minas que se encontrassem descobertas e por se descobrir”. Castel Blanco entrou em confronto com Manuel da Borba Gato que com a morte de Fernão Dias seu sogro, se viu detentor de seus poderes e não estava disposto a se subjugar ao mesmo, visto por ele como um usurpador das conquistas obtidas pela bandeira de Fernão Dias. Origem da Cidade de Lagoa Santa A ocupação da região de Lagoa Santa próxima à lagoa natural chamada "Lagoa Santa" se dá por volta de 1733, quando Felipe Rodrigues se estabelece em seu entorno, erguendo ali um pequeno engenho para produção de aguardente. Foi Felipe Rodrigues o primeiro a citar os poderes curativos da água da Lagoa, relatando ao Frei Antonio de Miranda, de Sabará, que ao lavar os eczemas de sua perna, sentiu-se aliviado de suas dores e obteve a cicatrização de suas feridas. Até 1749 não se tem notícias de povoamento ostensivo, o que se altera a partir dessa data com relatos das mais diversas curas operadas pelas águas da Lagoa, registrados por João Cardoso de Miranda, em seu opúsculo “Prodigiosa Lagoa Descuberta nas Congonhas das Minas do Sabará, que tem curado várias pessoas dos achaques que nessa relação se expõe”, de 1749. A fama das curas operadas pelas águas da Lagoa Santa, cruzou o oceano atlântico chegando a capital portuguesa, Lisboa, onde sua comercialização em barris chegou a ocorrer, sendo posteriormente contestada pelo rei, em vista dos prejuízos decorrentes da disputa comercial com as águas de Caldas. A partir de 1749 com a chegada à Lagoa Santa de novos habitantes atraídos pela esperança da cura, surgiu à necessidade de se erguer uma capela dedicada a Nossa Senhora da Saúde, cuja provisão foi obtida em 2 de maio de 1749. Em torno de 1750 é chamado para vir à região o ouvidor de Sabará, Manuel Nunes Velho, responsável por demarcar o local para erguimento da capela, e a disposição do arruamento e dos locais para banho, designando para tal Faustino Pereira da Silva como executor de suas decisões. Desde então a cidade de Lagoa Santa se desenvolve em torno da Lagoa Santa e de seus mitos. A perenidade da lagoa é atestada pelos relatos dos naturalistas viajantes, desde o século XVII. Sua profundidade não ultrapassa três metros, sendo que, a aproximadamente 40 metros de sua base, encontra-se um aquífero que contribui para a sua existência. E também, em grande parte, alimentada por águas pluviais e de vários córregos (ribeirões). Seu formato é triangular e, no período das cheias, seu vertedouro lança suas águas no Rio das Velhas através do Córrego do Bebedouro. A freguesia de Nossa Senhora da Saúde de Lagoa Santa foi criada somente em 1823 separando-se então da Freguesia de Santo Antônio da Roça Grande. A construção da igreja matriz de Nossa Senhora da Saúde se dá em 1819, sendo que a criação do distrito se dá em 1891, inicialmente ligado ao município de Sabará e que posteriormente, a partir da Lei Estadual nº 843, de 1923, passaria a subordinar-se a Santa Luzia do Rio das Velhas, atual Santa Luzia. A elevação de Lagoa Santa à categoria de cidade se dá através Decreto-Lei nº 148, de 17 de dezembro de 1938, considerando apenas o distrito da cidade, sendo que através da Lei nº.1.039, de 12 de dezembro de 1953, incorporavam-se ao município os distritos de Lapinha e Confins. Em 1995 através da Lei estadual nº 12.030, se desmembra do município o distrito de Confins, que se eleva a categoria de município. Segundo divisão territorial datada em 1995 o município se constitui em dois distritos: Lagoa Santa e Lapinha, tendo posteriormente a criação do distrito de Lagoinha de Fora pela lei nº 1.334. Revolução de 1842 Em meados de região de Lagoa Santa foi palco de combates da Revolução Liberal de 1842. Nos dias de 4 e 5 de Agosto de 1842, no arraial de Lagoa Santa, a força insurgente liberal, resistiu tenazmente ao ataque dos legalistas que, apesar da vantagem numérica e de equipamentos, viram seu comandante Coronel Pacheco ser ferido ao início da batalha. Registros ainda revelam o movimento na cidade de Lagoa Santa “(...) a população apoiava abertamente os rebeldes, ajudando a distribuição de munição, durante as pelejas (...)". Após o ocorrido, em 6 de Agosto, o destacamento que tinha resistido tão bravamente no Arraial de Lagoa Santa se viu obrigado a se dispersar, em função da falta de provisões e reforços. Posteriormente, em 20 de agosto, após a derrota dos liberais na batalha de Santa Luzia, parte das tropas insurgentes se retiram tomando o caminho de Lagoa Santa, o que mostra o engajamento da população na causa liberal. As batalhas na região do município ocorreram nas proximidades da Lagoa Santa, na então Mata da Jangada (atual Horto). Peter Wilhelm Lund Nascido em Copenhague, Lund chegou ao Brasil pela primeira vez em 1825, em busca de ares mais puros para sua saúde debilitada. Durante sua primeira estadia, que durou até 1829, ele se dedicou ao ofício de naturalista nos arredores da cidade do Rio de Janeiro, coletando e estudando espécimes de formiga, moluscos e urubus (Piló e Neves, 2002). Após passar quatro anos na Europa, mostrando aos seus pares o resultado de suas pesquisas nos trópicos, Lund retornou ao Brasil. Entretanto, na segunda visita, ele não se alojou no litoral, mas sim no interior do Estado de Minas Gerais, na região de Lagoa Santa. As riquezas geológicas, paleontológicas e arqueológicas fascinaram-no de tal forma que se estabeleceu definitivamente na região, onde viria a morrer em 1880 (Hurt e Blasi, 1969; Piló e Auler, 2002; Luna, 2007). Entre 1835 e 1843, o naturalista dinamarquês e seu assistente e ilustrador, P. Andreas Brandt, visitaram mais de 800 cavernas, identificando material paleontológico em pelo menos 70 delas, em seis das quais também encontraram remanescentes esqueletais humanos. A partir desses achados foram identificados mais de 100 gêneros e 149 espécies de animais, sendo 19 gêneros e 32 espécies extintas (Cartelle, 1994). Entretanto, entre as inúmeras lapas, grutas e cavernas por eles exploradas, nenhuma foi tão importante como a gruta localizada na base do maciço da Lagoa do Sumidouro. Na maior parte do tempo, essa gruta fica alagada, tornando impossível qualquer tipo de exploração do seu interior. Ainda assim, durante eventos de seca intensa que ocorrem a cada 30 anos, o nível freático fica tão baixo que é possível entrar nela. Em 1842 e 1843, durante um desses grandes períodos de seca, Lund e Brandt escavaram os depósitos subterrâneos da gruta do Sumidouro, que já desconfiavam serem muito antigos (Neves et al., 2007a). Neles, Lund e Brandt encontraram ossos humanos de muitos indivíduos, associados a ossos de animais extintos, convencendo-os da antiguidade temporal do homem americano. Foi nessa mistura de espécies extintas e ainda vivas que apareceram os restos enigmáticos do cavalo e do homem, todos no mesmo estado de decomposição, de modo a não deixar nenhuma dúvida sobre a coexistência desses seres cujos restos foram enterrados juntos. Portanto, mais de três décadas antes que a comunidade norte-americana sequer começasse a cogitar a existência do Homem Glacial americano, e mais de meio século antes que as primeiras evidências nesse sentido fossem geradas, Peter Wilhelm Lund já estava convencido de que os primeiros americanos eram tão antigos que haviam convivido com os grandes animais extintos (Neves et al., 2007b). Peter Wilhelm Lund tinha como ilustrador oficial o norueguês Peter Andreas Brandt. Brandt nasceu em Trondheim. Chegou ao Brasil em 1835 onde assumiu o posto de ilustrador e assistente para o trabalho de Lund. Ele foi o primeiro a retratar a cidade de Lagoa Santa. Suas pinturas, desenhos e gravuras revelam um talento extraordinário e o colocam entre os melhores ilustradores de seu tempo. Ele ilustrou, redigiu e encadernou as teses de Peter W. Lund, além de organizar e catalogar o material encontrado por eles nos sítios arqueológicos no entorno da cidade. Peter Andreas Brandt fundou a primeira revista ilustrada na Noruega. Era professor de desenho e tem obras inéditas pintadas na região de Ringerike, obras estas que se encontram no Riksarkviet em Oslo. Ele nunca voltou a Noruega. Morreu em Lagoa Santa em 1864, deixando obra pequena mas de grande importância artística e científica para a cidade, bem como para a Dinarmarca e a Noruega. Patrimônio Arqueológico - Primeiras Ocupações Humanas A região de Lagoa Santa se destaca em função do seu rico patrimônio arqueológico e paleontológico, contando com mais de 180 anos de pesquisas, e registros de ocupações humanas que remontam a 11.500 anos atrás. São diversos os vestígios e achados arqueológicos na região, que teve seus primeiros estudos realizados pelo dinamarquês Peter Wilhelm Lund no século XIX. Dr Lund também conhecido como pai da paleontologia brasileira residiu em Lagoa Santa por 44 anos, onde desenvolveu série de estudos, tendo visitado diversas grutas e reunido um expressivo acervo de achados paleontológicos e arqueológicos. Suas pesquisas na região deram e ainda dão visibilidade ao município em escala internacional, principalmente pela quantidade e significância desses achados. Dr Lund foi responsável pela descoberta de grande parte da fauna pleistocênica da região, além do famoso Homem de Lagoa Santa, propondo teorias sobre a convivência entre ambos. Lund estava acompanhado do norueguês Peter Andreas Brandt, um exímio artista, que além de registrar as escavações e achados operados pelo dinamarquês, deixou também um belo registro das paisagens da região de Lagoa Santa no séc. XIX. Os estudos de Lund contribuíram de forma significativa para diversas áreas do conhecimento, como a Paleontologia, Espeleologia, Arqueologia e Antropologia. Suas pesquisas e análises também foram de enorme importância para a Teoria de Evolução das Espécies, publicada em 1859 por Charles Darwin. A abundância de vestígios fósseis, e a importância conotada a esses vestígios pelas pesquisas empreendidas por Dr. Lund, atraíram desde metade do século XIX a atenção de uma série cientistas e naturalistas para Lagoa Santa. Dentre eles Warming que viveu na região durante 3 anos (entre 1863 e 1866) exercendo a função de secretário de Lund, e desenvolvendo aqui estudos pioneiros sobre as espécies do cerrado brasileiro, sendo reconhecido pelo seu livro “Lagoa Santa” como o pai da ecologia vegetal.[28] Além de Warming diversos outros estudiosos e naturalistas passaram pela região no Século XIX, como Burmeister, Richard Burton, Agassiz, Riedel, dentre outros. No século XX várias pesquisas foram desenvolvidas na região por outros pesquisadores, como Cássio H.Lannari por volta de 1909 e Padberg Drenkpol. Drenkpol dirigiu expedições do Museu Nacional do Rio de Janeiro à região de Lagoa Santa em 1926 e 1929, com objetivo de verificar a veracidade das teorias desenvolvidas por Dr. Lund a cerca da contemporaneidade da extinta fauna pleistocênica com o “Homem de Lagoa Santa”. Em 1956 a missão americano-brasileira liderada por Wesley Hurt empreendeu pesquisas no sítio arqueológico da Cerca Grande em Lagoa Santa, concluindo em seus estudos que as ocupações antigas na região de estariam em torno de 10 mil anos (Hurt & Blasi,1969). Outras pesquisas foram realizadas pela Academia de Ciências de Minas Gerais, onde Harold Walter,[30] Arnaldo Cathoud e Anibal Matos escavaram varias grutas e abrigos desde 1933, reunindo significativa coleção e publicando sobre seus achados até 1970. No início da década de 1970 ocorreram na região pesquisas da missão franco-brasileira, coordenada pela arqueóloga francesa Annette Laming Emperaire, e com a participação de diversos paleontólogos e arqueólogos brasileiros e franceses, como André Prous e Niède Guidon. As pesquisas e escavações feitas por essa missão foram realizadas na Lapa Vermelha IV, e renderam um dos achados de maior destaque na região, um crânio humano que posteriormente seria conhecido na mídia como Luzia. Foram estudos realizados por Walter Neves, do Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos da USP/SP que revelaram características importantes das populações antigas de Lagoa Santa, demonstrando como sua morfologia craniana se assemelhava ao de grupos africanos e dos aborígenes australianos. Através desses estudos Walter Neves batizou o crânio encontrado pela missão franco-brasileira na década de 70, com datações de 11.500 anos, de “Luzia”. Segundo os indícios, as populações dessa primeira ocupação se caracterizavam como caçadores e coletores, apresentando um sistema de ocupação sazonal, e dieta que tomava como base a coleta de frutas e outros vegetais do cerrado, sendo complementada pela caça. Posteriormente as primeiras levas humanas foram absorvidas e/ou dizimadas com a chegada de novos grupos à região, esses grupos já apresentavam morfologia craniana semelhante as dos atuais asiáticos. Eles desenvolveram as indústrias líticas e cerâmicas, além da prática da arte rupestre. Diversas são as evidências dessas manifestações culturais na região de Lagoa Santa, presentes nos sítios arqueológicos da Lapa Vermelha, Cerca Grande e Sumidouro. Os estudos em torno da morfologia craniana das antigas populações de Lagoa Santa, contribuíram de forma definitiva, para a crítica ao tradicional modelo explicativo da povoação do continente americano, baseada nos achados do sítio de Clóvis, New México/USA. A partir dos achados e constatações, surgiu a hipótese dos dois componentes biológicos, desenvolvida por Walter Neves, trazendo novas teorias a cerca do povoamento e ocupação humana nas Américas. Entre 2001 e 2009, mais pesquisas foram desenvolvidas na região, através do projeto Origens e Microevolução do Homem na América: Uma Abordagem Paleoantropológica, realizadas pelo Laboratório de Estudos Evolutivos da USP, sob coordenação do Prof. Walter Neves. Essas pesquisas ocorreram no sítio arqueológico da Lapa do Santo, na região arqueológica de Lagoa Santa, onde foram encontrados 26 sepultamentos humanos com datações que chegam até 8.800 anos atrás. Nesse mesmo sítio foi encontrado um petróglifo com datação em aproximadamente 10.500 anos, sendo esse o mais antigo grafismo rupestre encontrado até o presente momento no continente americano. Dando sequência aos estudos, mais pesquisas foram realizadas no projeto Morte e vida na Lapa do Santo: uma biografia arqueológica do povo de Luzia, coordenado pelos pesquisadores André Strauss, do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE), e Rodrigo de Oliveira, do Instituto de Biociências. Escavações levaram à descoberta de 39 esqueletos humanos com idades entre 8 mil e 11 mil anos na Lapa do Santo em 2018. Os ossos revelam que os povos que viviam no local na altura eram complexos e tinham práticas funerárias elaboradas. De acordo com Strauss, todos os esqueletos tinham sinais de rituais mortuários — "alguns estavam queimados, outros pintados de vermelho e alguns combinavam crânios de crianças com corpos de adultos, ou dentes de uma pessoa com a arcada de outra". Os sinais mortuários variavam dependendo da idade arqueológica dos ossos, possivelmente indicando que a forma de tratar os corpos dos mortos foi mudando ao longo do tempo. De acordo com Strauss, isto é descoberta inédita na arqueologia brasileira. Essas pesquisas estão revelando aspectos desconhecidos nas populações antigas da região, com foco em as suas práticas funerárias, que apresentam ao contrário do que se pensava, uma complexidade e variabilidade muito alta. Os estudos já renderam diversos achados de destaque, incluindo o caso mais antigo de decapitação encontrado até hoje nas Américas. Também estão sendo feitas importantes constatações sobre o modo de vida, a dieta e a saúde dessas populações. As pesquisas na Lapa do Santo estão contribuindo de forma decisiva para se confirmar as antigas hipóteses sobre as populações de Lagoa Santa. Além disso estão abrindo novas possibilidades de interpretação dos achados, demonstrando que a complexidade e variabilidade cultural eram muito maiores do que se imaginavam. Possivelmente a região esteve ocupada por diferentes grupos em um mesmo momento, o que revela, que provavelmente não existia um povo de Luzia, mas sim vários “povos de Luzia”. Gruta da Lapinha A Gruta da Lapinha é atração turística da cidade, fica a 48 km da praça 7, em Belo Horizonte e possui linha de ônibus que faz o percurso, Belo Horizonte-Lapinha, diariamente. Está localizada no Parque Estadual do Sumidouro. Compreende um bloco de pedra calcária formado há 600 milhões de anos. Tem 40 metros de profundidade e 511 de extensão. A composição é de barros e resíduos endurecidos do fundo do mar que foram acumulados em camadas sobrepostas. Seu interior apresenta ornamentações formadas de calcita cristalizada, e que em suas várias formas dão nomes aos salões: Salão de Entrada, Sala da Catarata, Sala da Couve-flor, Salão da Catedral, Sala das Pirâmides, Canto do Abajur, Sala dos Carneiros e Galeria do Presépio. Além disso a Gruta possui grande área verde em seu entorno. Paleontologia A excelência da região calcária considerando o ambiente e o clima permitem a ocupação da região por uma fauna quaternária por volta de 25.000 BP. Os animais da megafauna que habitaram a região foram o Megatério ou preguiça gigante, mastodontes, o tigre-dente-de-sabre, o gliptodonte e o toxodonte, entre outros. O aparecimento desses fósseis atraiu o paleontólogo dinamarquês Peter Wilhelm Lund para desenvolver pesquisas nas grutas calcárias do vale do Rio das Velhas. Esses achados fósseis descobertos por Lund contribuíram significativamente para os estudos de Charles Darwin sobre a teoria da evolução. A excelência do ambiente cársico para conservação dos fósseis permitiu encontrá-los em boas condições milhares de anos depois do desaparecimento dos animais. O Homem de Lagoa Santa Ossadas humanas descobertas na região de Lagoa Santa estão desafiando as teorias a respeito da ocupação humana do continente americano por dois motivos. Primeiro, porque os fósseis encontrados são bem mais antigos do que as datas estabelecidas por essas teorias para a ocupação da América. Segundo, porque de acordo com o biólogo Walter Alves Neves, da USP, os humanos que habitavam essa região possuíam traços negróides, e não mongolóides do modo como são todos os povos indígenas americanos até então conhecidos. A ossada de uma mulher encontrada na gruta de Lapa Vermelha IV, em Lagoa Santa, ganhou o apelido de Luzia, dado por Walter Neves numa alusão ao fóssil Lucy, fêmea da espécie Australopithecus afarensis achada na Etiópia em 1974 (que tem 3,5 milhões de anos). Luzia é o mais antigo esqueleto humano já encontrado nas Américas. Ela viveu há 12.500 anos atrás, sendo uma legítima representante do Homem de Lagoa Santa, como ficaram conhecidos pela ciência os humanos que habitaram a região no passado (Neves et al., 2007b). O maior projeto de pesquisa do Brasil acontece em Pedro Leopoldo e é defendido por Walter Neves. Lagoa Santa por sua vez faz parte deste contexto sendo uma das cidades que se engloba neste projeto, ficando com o mérito da divulgação. Aeroporto Internacional Tancredo Neves Construído na década de 1980, com área em torno de 15 milhões de m², tem capacidade para atender 5 milhões de passageiros por ano. Tem uma das mais modernas infraestrutura do país, comparado aos melhores aeroportos do mundo, oferecendo excelentes espaços para realização de eventos. Na área do aeroporto também opera o centro de manutenção de aeronaves da Gol Linhas Aéreas. Fica a 38 km de Belo Horizonte, com acesso pela Linha Verde. O Aeroporto Tancredo Neves foi o primeiro a ser homologado pela Receita para operar como aeroporto industrial. Empresas instaladas na área do aeroporto internacional terão suspensão de impostos federais sobre importações e exportações e também do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na compra de insumos no mercado interno. O objetivo do empreendimento é incentivar o crescimento do comércio exterior brasileiro e de Minas Gerais, aumentando a competitividade no mercado internacional e, consequentemente, as exportações. Na época de sua construção, o aeroporto ficava inteiramente no município de Lagoa Santa. Atualmente, cerca de um terço do terreno do aeroporto permanece em Lagoa Santa, mas a maior parte está no município de Confins, desmembrado mais tarde. Unidades da Força Aérea Brasileira Fábrica de Aviões / Parque de Material Aeronáutico Lagoa Santa (PAMA-LS) Em 1 de setembro de 1935 é lançada no município, com presença do então presidente Getúlio Vargas e das demais autoridades militares, a pedra fundamental das instalações que serviriam ao que seria o primeiro núcleo para construção de aviões e hidroaviões no país. Essa data também marcou o primeiro pouso/decolagem de uma aeronave em Lagoa Santa, feito pelo WACO 108 da Armada. Em 1936 foi montada a partir de um consórcio ítalo-germânico a Sociedade de Construções Aeronáuticas S/A, sendo que em 1940 o Ministério da Aviação e Obras Públicas celebrou o contrato de concessão para construção e operação da Fábrica de Aviões durante 15 anos. A construção se iniciou em 1940, tendo fim em meados de 1944, período onde já passam a promover a montagem dos primeiro aeroplanos. A concessão definia que a fábrica produzisse 81 aviões T-6 , porem até 1947 apenas 19 aeronaves haviam sido montadas. Em vista da ineficiência e dos altos custos gerados o Ministério da Aeronáutica propôs em 1947 à justiça a rescisão do contrato e intervenção e ocupação da fábrica, o que acontece de fato em 1 de outubro de 1949. Em 1951 sob administração do Governo Federal foram produzidos os últimos exemplares dos 81 aviões T-6 encomendados. Em 28 de Janeiro de 1954 é criado pelo decreto nº 34.984 o Núcleo do Parque Aeronáutico de Lagoa Santa, que vinte anos depois através do decreto nº 74.102 viria ascender à Parque de Material Aeronáutico de Lagoa Santa (PAMA-LS). Atualmente o Parque de Material Aeronáutico de Lagoa Santa (PAMA-LS), é o responsável pela manutenção da frota da Força Aérea Brasileira. Todos os anos são promovidos pela Aeronáutica em Lagoa Santa, eventos abertos à população, em comemoração ao Dia do Aviador e Dia da Força Aérea.
Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica em Lagoa Santa No município está localizado o Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica em Lagoa Santa (CIAAR), responsável pela formação de oficiais da Força Aérea Brasileira. Estima-se que a partir de janeiro de 2019, passem a trabalhar no local, ao redor de 600 instrutores e funcionários, além de turmas de aproximadamente outros 600 alunos, por período de curso. Trata-se do mais avançado, em termos de construção e instalações, Centro da Aeronáutica no Brasil, contando com captação de água pluvial até mesmo edifícios inteligentemente construídos. Área de Proteção Ambiental Carste de Lagoa Santa Criada através do Decreto Federal de Nº 98881/90, a Área de Proteção Ambiental Carste de Lagoa Santa é Unidade de Conservação de uso sustentável. Tem o objetivo de garantir a conservação do conjunto paisagístico e da cultura regional, proteger as cavernas e demais formações cársticas, sítios arqueológicos e paleontológicos, a vegetação e a fauna. A criação da APA possibilitou a elaboração do Plano de Manejo visando o ordenamento para o uso racional dos recursos naturais nesta região. Dentro dos limites desta área todo empreeendimento de significativo impacto ambiental, estará sujeito a licenciamento, obedecendo ao Plano de Manejo, cujo zoneamento estabelece os tipos de uso permitidos e não permitidos e ainda à legislação específica que trata sobre essas áreas. O órgão ambiental gestor da APA é o ICMBIO - Instituto Chico Mendes para a Biodiversidade, e apesar de não ser ele, via de regra, o órgão licenciador, acaba intervindo necessariamente nos processos de licenciamento de empreendimentos na região. Portanto o desenvolvimento deverá acontecer de forma planejada, dentro dos princípios da sustentabilidade ambiental. Turismo A cidade de Lagoa Santa apresenta rico Patrimônio Natural, Histórico e Arqueológico e conta com diversidade de movimentos e atividades artísticas e culturais. Com localização próxima da capital mineira e do Aeroporto Internacional de Confins a cidade é opção turística para quem deseja desfrutar de lazer, história, natureza e cultura. Lagoa Santa integra o circuito turístico das Grutas e a Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais[48], contando com atividades turísticas desenvolvidas e oferecidas no município. Dentre os principais pontos turísticos se destacam: Lagoa Santa (incorretamente chamada de "Lagoa Central"), Cemitério Dr. Lund, Morro do Cruzeiro, Capela Nossa Senhora da Conceição, Capela Nossa Senhora do Rosário, Praça Dr. Lund (com o busto de Lund), Centro de Arqueologia Annette Laming Emperaire, réplica da "preguiça-gigante (na Estação Rodoviária), "paineiras" ("barrigudas") da Avenida Prefeito Joao Daher, Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde, Parque Estadual do Sumidouro, Gruta da Lapinha, Museu Peter Lund e Museu Arqueológico da Lapinha (Castelinho). Possui serviços de atendimento ao turista, contando com 20 meios de hospedagem que vão de grandes redes hoteleiras internacionais até pousadas de empreendedores locais. Estima-se que o município possua cerca de 2000 leitos. Lagoa Santa conta com gastronomia variada, oferecendo ao turista cardápio diverso, que inclui pizzarias, churrascarias, cafés, comida mineira e comida japonesa, entre outros. Pratos típicos da comida local são elaborados com ingredientes tradicionais como "arroz-vermelho", fubá, farinha de mandioca, cará, feijão-vermelho, "pequi", "ora-pro-nobis", "cansanção", "couve", galinha-caipira e carne de porco. Mas a tradição da culinária tradicional, de raízes portuguesa, paulista, indígena e africana, está se perdendo na modernidade. A cidade se insere também na Associação do Circuito Turístico das Grutas e na Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais, contando com uma série de atividades turísticas desenvolvidas e oferecidas no município. Dentre os principais pontos turísticos se destacam: Parque Estadual do Sumidouro, Gruta da Lapinha, Museu Peter Lund, Museu Arqueológico da Lapinha (Castelinho), Centro de Arqueologia Annette Laming Emperaire, Lagoa Santa, Cemitério Dr. Lund, Morro do Cruzeiro, Capela Nossa Senhora da Conceição, Capela Nossa Senhora do Rosário, Praça Dr. Lund (com o busto de Lund) e Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde. Pontos Turísticos Distrito da Lapinha O distrito da Lapinha destaca-se tanto pelas belezas naturais, como as grutas e paredões, quanto pela diversidade cultural e artística, principal referência para as festas populares da região. A Gruta da Lapinha, descoberta por Peter Lund no século XIX constitui a porta de entrada para o Parque Estadual do Sumidouro, além de integrar a Rota das Grutas de Lund. A cultura, por sua vez, mostra-se viva através de manifestações como o Congado, o Candombe, a Folia de Reis, as Festas religiosas (Nossa Senhora do Rosário e festa do Divino) e a produção artesanal de doces e quitandas que compõe a Rota das Doceiras. Parque Estadual do Sumidouro O Parque Estadual do Sumidouro foi criado no dia 3 de Janeiro de 1980, através do Decreto Estadual nº 20.375, alterado pelos Decretos nº 20.598, de 4 de junho de 1980, nº 44.935, de 3 de novembro de 2008, e definido através da Lei 19.998, de 29 de dezembro de 2011. Está situado nos municípios de Lagoa Santa e Pedro Leopoldo ao norte da região metropolitana de Belo Horizonte. Caracterizado como Unidade de Proteção Integral tem o objetivo principal de promover a preservação ambiental e cultural, possibilitando atividades de pesquisa, conservação, educação ambiental e turismo. O Parque Estadual do Sumidouro conta com diversos atrativos turísticos, entre eles a gruta da Lapinha, Museu Arqueológico da Lapinha, Museu Peter Lund e a Casa Fernão Dias. Além disso o Parque oferece também uma série de outras atividades ao ar livre, como escaladas e trilhas, onde é possível conhecer um pouco mais sobre o riquíssimo patrimônio natural, histórico, arqueológico da região. Gruta da Lapinha Descoberta em 1835 por Peter Lund, e eleita uma das 7 maravilhas da Estrada Real, a Gruta da Lapinha compõe o circuito turístico das grutas. Ela está localizada dentro do Parque Estadual do Sumidouro na Área de Proteção Ambiental da APA-Carste de Lagoa Santa, em um maciço calcário formado a cerca de 600 milhões de anos pelos restos de fundo de mar que cobriam toda a região da bacia do Rio das Velhas. A beleza dos grandes salões formados pela dissolução da rocha carbonática é adornada por belos espeleotemas de variadas formas. Com de extensão e de profundidade a gruta possui iluminação com tecnologia LEDs, que ajuda na diminuição da temperatura interna causando assim menor interferência no microclima local, além da valorização cênica do interior. Museu Peter Lund O Museu Peter Lund foi inaugurado em 2012, ele se insere dentro da Rota Lund e é um atrativo oferecido pelo Parque Estadual do Sumidouro. O museu se dedica à trajetória do naturalista Dinamarquês Peter Wilhelm Lund (1801-1880) e de seus estudos no século XIX. Lund realizou na região de Lagoa Santa diversos estudos pioneiros, responsável pela descoberta de grande parte da Mega fauna extinta da região, e do famoso Homem de Lagoa Santa. O prédio de 1.850 mil metros quadrados e três andares possui: fósseis vindos do Museu de história Natural de Copenhague; sala multiúso; salas com explicações sobre os Planos de Manejo do Parque e Espelológico; lanchonete/café e Eco Loja. Museu Arqueológico da Lapinha (Castelinho) Fundado em 1972 e organizado pelo autodidata húngaro Mihály Bányai. Localizado no Parque Estadual do Sumidouro o espaço oferece aos visitantes informações sobre a paleontologia e arqueologia. Caminhando por suas salas, o visitante pode- ver exemplares de animais em extinção e fósseis humanos de mais de 10 mil anos, como o conhecido Homem de Lagoa Santa.São mais de 2600 peças, entre ossadas de animais, fósseis, crânios e outros ossos humanos, além de uma série de objetos dos homens pré-históricos. Centro Arqueologia Annette Laming Emperaire (CAALE) O Centro Arqueologia Annette Laming Emperaire (CAALE), teve sua fundação em 1983. O CAALE desenvolve e coordena política de proteção do patrimônio arqueológico, assim como divulga a pré-história regional no programa de Educação Patrimonial. A instituição conta com a Reserva Técnica Professor Heinz Charles Kohler, onde faz a salvaguarda de material arqueológico procedentes da pesquisa no Estado de Minas Gerais. Disponibilizando seu acervo para pesquisadores, e divulgando o mesmo através de exposições. Dispõe de exposição permanente, e atende a demandas para realizar exposições itinerantes e palestras a nível regional. O CAALE tem um caráter de museu, que se consolidou como um local voltado para divulgação e preservação da arqueologia regional. O acervo da instituição é significativo, disponibilizando experiência de conhecimento enriquecedora, voltada para compreensão da pré-história e das antigas ocupações humanas na região de Lagoa Santa. Lagoa Santa Formada aproximadamente há 6.000 anos pelo deslizamento de terras causado por chuvas torrenciais[50] a Lagoa Santa é o símbolo e onde se desenvolve a formação da cidade de Lagoa Santa, famosa por sua beleza natural e pelas curas aqui registradas e relatadas desde o século XVIII. Foi ocupada inicialmente em 1733 por Felipe Rodrigues, que se estabeleceu no entorno da Lagoa Santa, desenvolvendo ali o cultivo de cereais, cana-de-açúcar e um pequeno engenho para produção de aguardente. Felipe Rodrigues foi o primeiro a relatar o poder curativo de suas águas, depois divulgado pelo Cirurgião João Cardoso de Miranda no livreto Prodigiosa Lagoa em 1749 e também pelo médico italiano Dr. Cialli. Desde então a cidade de Lagoa Santa se dá e se desenvolve em torno da Lagoa Santa e de seus mitos. A Lagoa foi tombada como Patrimônio Histórico e Paisagístico, em 2001, em âmbito municipal, pelo Decreto nº 234. A Lagoa Santa foi ponto de fuga da elite da Capital Mineira a partir dos anos 50, época em que surgem diversas casas de campo em seu entorno. Nos início dos anos 70, foi criada praia artificial em sua orla, o que atraiu diversos turistas para o local, esse movimento durou alguns anos, tendo fim na década de 80 com a emergência de nova consciência ambiental Devido à sua beleza cênica e importância histórica, é reconhecida culturalmente e encanta os moradores e turistas que visitam a cidade. Atualmente, a orla da Lagoa Santa é espaço para o lazer e entretenimento de moradores e visitantes, proporcionando excelentes passeios ciclísticos, caminhadas e prática de esportes ao longo dos seus 6.300 metros de margem. Abriga em seu entorno o Iate Clube, outro ponto turístico do município, e gastronomia diversificada, através dos diversos bares e restaurantes ao longo de sua extensão. O maior ponto de atração dentro da área urbana de Lagoa Santa ainda oferece deslumbrante vista do pôr-do-sol. Cemitério Dr. Lund Monumento dedicado ao pai da Paleontologia Brasileira, Peter W Lund, o túmulo Dr. Lund foi construído num local escolhido pelo próprio naturalista para abrigar seus restos mortais e de seus colaboradores Peter Andreas Brandt, Wilhelm Behrens e Johann Rudolph Muller. Lund registrou seu desejo de ser sepultado à sombra de um pequizeiro, num local aprazível onde costumava fazer suas leituras. O local ainda mantém o mesmo pequizeiro, e em 1935 foi erguido, por iniciativa da Academia Mineira de Letras, um monumento a Peter Lund e a Eugene Warming, botânico que, a convite do paleontólogo, também residiu em Lagoa Santa estudando o cerrado da região,que deu origem ao primeiro livro de Fitoecologia. O destaque do local são o busto de Lund, Homenagem da Academia Mineira de Letras esculpido pelo artista Antonio de Matos, e o de Eugene Warming considerado o Pai da ecologia mundial. Morro do Cruzeiro Um dos pontos mais altos da cidade, é constituído por um espaço de lazer com playground, academia livre e anfiteatro, além de um mirante com uma bela vista, de onde é possível contemplar a Lagoa Santa, as serras que circundam a região e parte de Belo Horizonte. O cruzeiro existente na praça deu nome à região, que é uma das mais antigas da cidade. É também na praça que se localiza a capela de Nossa Senhora da Conceição, construída no final do século XIX, sendo um importante marco cultural da época tombado pelo município em 2001 Capela Nossa Senhora da Conceição Situada na Praça Efigênia Guimarães no Morro do Cruzeiro, a Capela de Nossa Senhora da Conceição foi erigida no final do século XIX e representa um importante marco cultural da época. Unindo a proximidade construtiva com os princípios neoclássicos e planta tradicional das capelas mineiras primitivas, é composta por nave, capela-mor e sacristia lateral esquerda. Praça Dr. Lund Uma das principais referências da cidade, a praça apresenta o busto de Peter Lund; em seu entorno localiza-se a Escola Municipal Dr. Lund (construída no local onde fora a residência de Peter Lund) e a igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde, construída em 1819. Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde A primeira Igreja Matriz de Lagoa Santa foi construída no ano de 1819. Nos anos 60, a Igreja foi demolida e em seu lugar erigida outra edificação religiosa, com características modernas. A Igreja Matriz é um marco na história de Lagoa Santa, com sua moderníssima estrutura de concreto armado, o Santuário da Padroeira recebe anualmente milhares de fiéis que vem em busca de milagres, para cura de seus males físicos e espirituais. Além disso, a Igreja é símbolo da religiosidade da cidade. As festividades religiosas da Padroeira - com novenas, barraquinhas, jogos, parque de diversão, shows e leilões – realizam-se entre os dias 06 a 15 de agosto, anualmente Capela Nossa Senhora do Rosário Construída no início do século XIX, a capela do Rosário é capela de grande beleza arquitetônica que possui características típicas remanescentes do século XVIII. A capela foi construída originalmente por escravos auxiliados pelos senhores de terra da região, que tinham o interesse em separar os espaços de cultos religiosos entre brancos e negros. No teto da capela há o desenho de face da meia-lua e de estrela de oito pontas. Esses dois símbolos representam tanto a construção da capela no período noturno como a sua utilização neste mesmo período, haja vista que o período diurno destinava-se exclusivamente às tarefas do trabalho forçado, restando-lhes apenas a disponibilidade do período noturno, após o expediente obrigatório da escravidão. Assim, representa um grandioso simbolismo para a percepção da lógica escravista em Minas Gerais. A Capela também é palco de festas tradicionais da cidade como a Festa do Divino, que ocorre em maio e em junho, e os festejos de Nossa Senhora do Rosário, protetora dos negros e escravos, no mês de outubro. Tombada como patrimônio cultural através do Decreto n° 234/2001, a capela representa um dos mais importantes bens históricos da cidade de Lagoa Santa. Capela de Nossa Senhora de Sant'ana A capela de Sant’ana se situa na fazenda fidalgo, região diretamente ligada ao início da colonização de Minas Gerais. A ocupação da região da fazenda fidalgo segundo registros se inicia antes de 1728 pelo capitão João Ferreira dos Santos, este teria transferido a posse de suas terras para Manuel Seixeas Pinto. A edificação da Capela de Sant’ana data de 1745, relatada nos documentos de escritura da fazenda fidalgo, tendo sido promovida por seu proprietário Manuel Seixas Pinto por sua própria vontade. A capela é um dos bens de grande importância histórica e cultural para região, tendo sido tombada por meio do decreto municipal n°846, de 9 de julho de 2008 Manifestações Culturais Corporação Musical Banda Santa Cecília Fundada em 1842 por Peter Lund, a Banda Santa Cecília é um importante patrimônio de Lagoa Santa[53]. Ela se apresenta nas festas religiosas do município, eventos cívicos e em especial nas comemorações alusivas a Dr. Lund. Desta forma, a Banda Santa Cecília vem conseguindo, ao longo dos anos, manter viva a memória musical de Lagoa Santa. Corporação Musical Lira Nossa Senhora da Saúde Associação Musical Lira Nossa Senhora da Saúde foi fundada em 20 de agosto de 1959. É entidade sem fins lucrativos, com finalidade do desenvolvimento musical, artístico e cultural do município. Promove também excursões de caráter educativo e cultural com o objetivo de difundir a ordem e a disciplina, bem como desenvolver o interesse pela arte. Atualmente é presidida pelo senhor Dely Machado e tem como maestro o senhor Demétrius Nogueira Lemos. Rota das Doceiras - Lapinha A produção dos doces e quitandas artesanais do distrito da Lapinha em Lagoa Santa é tradição que desde o início do século XX, atende ao público turístico da Gruta da Lapinha e região. A rota das Doceiras é um projeto desenvolvido em 2017 onde o modo de produção artesanal de doces e quitandas da Lapinha foi registrado pelo Conselho Municipal de Cultura e Patrimônio Histórico – COMCEPH como Patrimônio imaterial do município de Lagoa Santa. A rota permite visitar as doceiras, e assim conhecer e saborear um pouco da produção artesanal dos doces e quitandas da região. Ela representa iniciativa de preservação e resgate das raízes e tradições da região, contribuindo de forma efetiva para perpetuação da prática centenária de produção artesanal de doces e quitandas do distrito da Lapinha. Congado Em Minas Gerais, o Congado está ligado à figura lendária de Chico-Rei, que teria sido o fundador, no século XVIII, da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, assim como da igreja dedicada à santa existente em Ouro Preto. O congado mistura elementos da cultura negra (danças, ritmo e instrumentos de origem africana) com representações inspiradas na tradição católica (como a simulação das lutas entre mouros e católicos, no período medieval e o hasteamento de bandeiras com a imagem dos santos de devoção da cultura negra, como Santa Efigênia, São Benedito e de Nossa Senhora do Rosário). Outro importante componente do Congado é a coroação do Rei e da Rainha (performance que remonta à lenda de Chico-Rei), que são escolhidos entre os membros atuantes anualmente. Geralmente as festas de Louvor à Santa do Rosário seguem linha similar estruturada em: preparação, novenas, levantamento de mastros, alvorada, tirada dos reis, almoço, procissão, missa conga, danças de combate e descida dos mastros. Dentro dessa estrutura há um dia de festividade que é público, onde a guarda de honra, recebe outras guardas convidadas assim como a comunidade em geral. Esse dia é o dia de confirmação da lealdade, formação e fortalecimento das alianças, onde se apresentam a todos os presentes as manifestações vivas da fé presente na guarda. Essa é a base sob a qual se desenvolvem as festas, tendo variações de acordo com o mandamento de cada grupo. Em Lagoa Santa, cidade que historicamente teve presença de populações escravas, essa importante manifestação cultural em louvor a Nossa Senhora do Rosário assumiu papel de destaque, sendo relatada inclusive por viajantes que por aqui passaram no Séc. XIX, a exemplo de Hermann Burmeister. Se em séculos passados as congadas e o seus louvores a Nossa Senhora do Rosário representaram uma das mais fortes e expressivas formas de manifestação sociorreligiosa de Lagoa Santa, no cenário contemporâneo, mesmo com alterações ao longo do tempo elas continuam vivas. Hoje no município esse traço cultural tem como referência o Moçambique de Santana do bairro da Várzea e a Guarda de Congo de Nossa Senhora do Rosário da Lapinha. Candombe Reconhecido como patrimônio imaterial da humanidade, o Candombe é manifestação religiosa de origem negra, assim como o Congado e o Moçambique. Assim como as outras manifestações, tem sua origem em narrativa mítica, que possui variações de acordo com o local onde é contado, embora as histórias sejam bastante parecidas. O Candombe toma os tambus (tambores) como elemento central de sua manifestação, pois eles representam a comunicação com o mundo sobrenatural. As danças assim são marcadas pelo ritmo dos tambus (tambores), com presença de cantos executados em roda, prestando homenagem a Nossa Senhora do Rosário. Em Lagoa Santa existem dois grupos de candombe: o Candombe de Nossa Senhora do Rosário da Várzea e o Candombe de Nossa Senhora do Rosário da Lapinha. O Candombe de Nossa Senhora do Rosário da Lapinha ficou fora de atividade por cerca de 30 anos, sendo reativado e integrado à Guarda de Nossa Senhora do Rosário da lapinha em 2006. Folia de Reis A folia de Reis representa uma das formas de expressão do catolicismo popular, ela esta diretamente ligada aos festejos de nascimento de Cristo, se desenvolvendo em torno da viagem dos três Reis Magos e na louvação e culto ao menino Jesus. A celebração assim se vincula diretamente a cena natalina, tomando o presépio como um dos principais elementos de representação. A estrutura do giro pode variar bastante de acordo com o grupo, mas basicamente se desenvolvem em uma sequência de chegada, marcada por cantos específicos para abertura da porta. Com a abertura da porta a bandeira fica em posse do dono da casa, dando início a uma sessão cerimonial prolongada, com a presença de cantorias. A bandeira percorre cada cômodo da casa retornando posteriormente para o presépio ou altar. Ocorre uma pausa para almoço, jantar ou lanche, sempre servido em banquete, retomando a cantoria pelos foliões logo após. Nesse ponto acontecem os agradecimentos pelo acolhimento, assim como pedido de esmolas e distribuição de bênçãos. Por fim a bandeira é beijada pelo dono(a) da casa retorna para a mão do foliões, que mais uma vez reiteram o agradecimento e encerramento da visita. Em Lagoa Santa atualmente se encontram três grupos de Folia de Reis em atividade, esses são: Folia de São Sebastião do Campo Belo, da qual fazem parte a Folia de Santos Reis do bairro Nossa Senhora de Lourdes e a Folia de Santos Reis do bairro Palmital. Outros grupos de Folia como o dos bairros Campinho, Várzea e do distrito da Lapinha, já atuaram, mas se encontram atualmente parados. O grupo do bairro Santos Dumont também já esteve em atuação e foi transferido posteriormente para Vespasiano. Pastorinhas As pastorinhas do menino Jesus compõem outra manifestação vinculada ao ciclo natalino, sendo expressão que teve origem na Europa, e que é praticada desde a época medieval.[60] Seu enredo diretamente ligado ao ciclo natalino leva como principal base a visita dos pastores com intuito de homenagear o menino Jesus. Na cidade de Lagoa Santa existem dois grupos de Pastorinhas, sendo um deles localizado no distrito da Lapinha e outro no bairro da Várzea. Porém atualmente apenas o grupo de pastorinhas da Várzea idealizado e coordenado por Dona Romildes Batista se encontra em atividade. Boi da Manta Em Lagoa Santa, o Boi da Manta foi introduzido na comunidade no ano de 1998, por Gercino Alves, morador do bairro Várzea. O Boi da Manta já teve outras edições no passado, mas nos anos 90 não havia mais nenhum praticante em atuação. A comemoração foi introduzida nas vésperas do carnaval e teve excelente aceitação entre os moradores locais. O Boi da Manta sai para as ruas no sábado de carnaval, geralmente na parte da tarde, atraindo os foliões. O Boi anda pelas ruas da área urbana de Lagoa Santa, acompanhado pelos músicos (percussionistas e cantores) e pelos demais personagens. As canções são estruturadas em jogos de improvisação: os percussionistas fazem perguntas e os músicos respondem por cantigas. Um aspecto burlesco do evento, muito apreciado pela comunidade, é a atuação das mulheres da pândega, pois elas correm pela multidão, procurando seus supostos maridos. As apresentações do Boi da Manta não ocorrem somente em fevereiro. Entre maio e junho, o boi costuma sair durante as festas do Divino, assim como na festa de São João. Eventos e Festividades Festa de Nossa Senhora da Saúde padroeira da Cidade - Festa de Agosto A festa da padroeira da cidade de Lagoa Santa Nossa Senhora da Saúde também conhecida como a festa de agosto, é tradição que ocorre a muitos anos na cidade, tendo se iniciado em 1823. A festa ocorre na primeira quinzena do mês de agosto e é composta por diversos atrativos, com novenas, barraquinhas, jogos, parque de diversão, shows e leilões. São oferecidas diversas atrações para todos os gostos e idades, sendo tradição de quase 200 anos que anualmente reúne um grande público, destacando os fieis que vem no intuito de saudar a padroeira da Cidade. Festa de Nossa Senhora da Conceição A festa de Nossa Senhora da Conceição acontece no morro do cruzeiro em homenagem a padroeira da capela local. Essa festa segundo depoimentos ocorre aproximadamente há 100 anos, contando com novenas, missa, procissão, música, e leilão de animais. A novena se inicia no dia 24 de novembro, tendo início no dia 30 o tríduo festivo com ofício, missa e ladainha. Festa de Nossa Senhora do Rosário O ciclo do Rosário de Lagoa Santa tem início no mês de setembro, em várias localidades. Na segunda quinzena, a Guarda de Congo de Nossa Senhora do Rosário da Lapinha promove os seus festejos. O Moçambique de Santana celebra Nossa Senhora do Rosário no Centro . Por fim, ocorre a Festa de Nossa Senhora do Rosário no bairro Campinho; contudo, como não há guarda responsável pela festa, geralmente as demais guardas do município participam de sua realização. Festival da Canção A cidade de Lagoa Santa apresenta um forte cenário musical com presença de diversos grupos e artistas locais. O Festival da canção é um evento que foi criado pela Prefeitura Municipal de Lagoa Santa, por meio da Secretaria Municipal de Turismo e Cultura, com intuito de valorizar e estimular esse rico panorama musical da cidade, reconhecendo e valorizando os talentos musicais do município. O concurso se pauta na apreciação das mais diversas estéticas musicais, fomentando e potencializando a criação e produção musical da região, a ideia é contribuir com visibilidade de novos artistas, estimulando a formação e difusão de novos talentos musicais. Festival de Cultura Regional O Festival de Cultura Regional é iniciativa da Secretaria Municipal de Turismo e Cultura e traz como principal marca a diversidade cultural. O festival conta com grande diversidade de elementos e influências culturais tendo como fundamento o diálogo entre a tradição e inovação. Ele já conta com 8 edições realizadas, oferecendo diversas atividades em sua programação, como shows, apresentações de música e teatro, além de oficinas: fotografia, teatro, circo, contação de histórias. O intuito é estimular a interação entre os diversos artistas e compositores locais através do encontro entre as múltiplas expressões culturais, sejam elas tradicionais ou contemporâneas. Feira de Artesanato da Orla da Lagoa A feira de artesanato Lagoartessanta acontece todos os sábados das 9h às 17h, na Avenida Getulio Vargas e reúne inúmeros artesãos e artistas plásticos da cidade. A feira é iniciativa da Prefeitura Municipal de Lagoa Santa, através da Secretaria Municipal de Turismo e Cultura, em parceria com a Associação de Artesãos Lagoartessanta que busca valorizar a riqueza da diversidade das manifestações artísticas e culturais da cidade. Nela encontra-se variedade de produtos produzidos pelos artistas locais. A feira foi criada em maio de 2010 e tornou-se ótima opção de compras de produtos da diversidade cultural local. Referência para o texto: Wikipédia .
Surubim é um município brasileiro do estado de Pernambuco, conhecido como a Capital da Vaquejada. Administrativamente, o município é formado pelos distritos sede e Chéus. Sua população, de acordo com estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2020, era de 65.647 habitantes. História de Surubim Topônimo A cidade tem este nome em homenagem ao boi Surubim que foi atacado e devorado por uma onça nas terras da fazenda de Lourenço Ramos, que deram origem ao município. Formação administrativa O município originou-se de uma fazenda de gado, pertencente a Lourenço Ramos da Costa. Em 1864, ele construiu um oratório dedicado a São José, onde o padre português Antônio Alves da Silva celebrava as missas dominicais. No entorno do oratório surgiram as primeiras casas. Em 1878, o oratório foi substituído por uma capela. Em 8 de junho de 1891, a lei provincial nº 1.585 criou a freguesia de São José de Surubim, instalada em 1885 e regida canonicamente pelo padre José Francisco Borges. Foi emancipado, através da lei estadual nº 1.931, de 11 de setembro de 1928; se desmembrando do Município de Bom Jardim. Filhos ilustres Surubim também é conhecida pelos seus ilustres filhos: José Abelardo Barbosa de Medeiros, conhecido como Chacrinha e Velho Guerreiro, comunicador de rádio e televisão brasileira, e Lourenço da Fonseca Barbosa (Capiba), compositor de frevo de Pernambuco. Geografia O relevo de Surubim está inserido nas Áreas Desgastadas da Província Borborema, unidade formada por maciços altos e outeiros, com altitudes variando de 650 a 1.000 m, ou seja, superfícies onduladas com relevos residuais altos. O relevo é geralmente movimentado, com vales profundos e estreitos. A altitude média de Surubim é de 394m. Surubim está inserido nos domínios da bacia hidrográfica do Rio Capibaribe e tem como principais tributários os rios Capibaribe e Caiai, além dos riachos do Brás, Maracajá, Pocoró, do Tanque Doce, Taepe e do Manso, todos de regime intermitente. O principal corpo de acumulação é a Barragem de Jucazinho com 327.035.818 m³. Em março de 2020, a barragem, que estava em estado de colapso desde 2016, atingiu 12,81% de sua capacidade após um período de chuvas na região. O município, assim como a maior parte da região no seu entorno, apresenta vegetação de caatinga hiperxerófila. Nas cristas residuais altas predominam os solos litólicos, nos topos e vertentes das ondulações, os solos brunos não cálcicos e nas baixas vertentes das ondulações os planossolos Os solos são pouco profundos e de fertilidade variando entre média e alta. Clima O clima do município é o semiárido, com verões quentes e secos, com máximas alcançando os 32 °C e mínimas de 21 °C. O inverno é mais chuvoso, com mínimas de 18 °C e máximas entre 26 °C e 28 °C. O índice pluviométrico é de 580 mm/ano, concentrados entre os meses de março e julho, sendo o pico normalmente observado em junho. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), desde 1961 a menor temperatura registrada em Surubim foi 10,2 °C em 4 de setembro de 1966 e a maior atingiu 36,5 °C, em 1998, nos dias 9 de janeiro e 7 de fevereiro. O maior acumulado de precipitação em 24 horas chegou a 158 mm em 20 de junho de 2020, superando o recorde anterior de 146,6 mm em 14 de junho de 1966. Turismo Conhecida como a Capital da Vaquejada por ter a mais antiga e tradicional festa de vaquejada do Brasil, o município realiza na terceira semana do mês de setembro, a Festa do Gado, que chega a atrair cerca de 100.000 visitantes. A cidade também ficou imortalizada nos versos da música do Quinteto Violado e da dupla de forró Sirano e Sirino. Hoje Surubim também conta com um tradicional carnaval, que acontece após a quarta-feira de cinzas e estende-se até o domingo pós-carnavalesco, quando a cidade recebe mais de 100.000 visitantes. Tem como filhos ilustres Capiba e Chacrinha.As festas são as principais atrações turísticas da cidade, que conta com grandes praças, belezas naturais entre outros. Economia A economia de Surubim está baseada na produção agrícola, com plantações de algodão, batata doce, coco, fava, feijão, goiaba, mandioca e milho. A pecuária também contribui para a economia de Surubim. Esporte A cidade de Surubim possuía um clube no Campeonato Pernambucano de Futebol, o Surubim Futebol Clube, que jogava no Estádio Carlos Alberto Gomes de Oliveira. O clube se licenciou em 2012 e não está disputando nenhuma competição. Também há times amadores na cidade como o Independência Futebol Clube. Referência para o texto: Wikipédia .
Montenegro é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul, pertencente à Região Metropolitana de Porto Alegre. Aspectos históricos As terras de Montenegro estavam entre as primeiras a serem desbravadas por portugueses e espanhóis após o descobrimento do Brasil. O rio Caí foi importante rota para mercadores espanhóis que subiam o rio da Prata e portugueses, vindos da Lagoa dos Patos pelo rio Jacuí. Os desbravadores faziam incursões terrestres, com o objetivo de explorar e dominar terras, além de procurar índios para usá-los como mão de obra na mineração e engenhos de açúcar nas capitanias do Norte. Os ibiraiaras Montenegro está na região que os indígenas denominavam Ibiaçá, que significa "Travessia do Caminho do Rio". Esta região abrangia desde a ilha de Santa Catarina até a margem esquerda do rio Jacuí. Nela estava incluída a região de Ibiá, que se estendia entre as bacias dos rios Taquari e Caí. Por volta de 1635 os índios ibiraiaras habitavam a região. Falavam diferentes línguas e tinham costumes diferentes dos tupis. Eram chamados de bilreiros, por usarem nos lábios botoques semelhantes a bilros. Usavam grandes tacapes, manejados com perícia. As bandeiras e a Colônia de Sacramento Aproximadamente em 1636 surgiram os bandeirantes paulistas, entre eles Antônio Raposo Tavares, e destruíram grande parte das aldeias. Isso obrigou os jesuítas a se retirarem para a margem direita do rio Uruguai. Em 1680 foi fundada a Colônia do Sacramento, no atual território do Uruguai, à margem esquerda do rio de mesmo nome, que viria a estimular o desenvolvimento da capitania de São Pedro do Rio Grande, a qual formaria depois o estado do Rio Grande do Sul. Atraídos pela riqueza e fartura das terras, os tropeiros, suas famílias e escravos se estabeleceram definitivamente. Criaram as invernadas, que se transformavam em estâncias. Os açorianos A colonização dos açorianos iniciou uma nova era de desenvolvimento no Rio Grande do Sul. Mostravam disciplina e dedicação ao trabalho, através da exploração da agricultura, pecuária, navegação e pesca. Dominavam a carpintaria, luminária e ferraria, além da alfaiataria e o tear. O couro era muito utilizado na confecção de cobertores, camas, parte interna das casas, cadeiras, botas e roupas de trabalho. Os portugueses Antônio de Sousa Fernando, Bartolomeu Gonçalves de Magalhães e Antônio José Machado de Araújo e suas famílias foram os primeiros a se instalar no município de Montenegro, à margem direita do rio Caí, na década de 1730 a 1740. A primeira moradia construída na sede foi a de Estêvão José de Simas, por volta de 1785, na colina onde se encontra hoje a Escola Delfina Dias Ferraz. A casa era de pedras, coberta com telhas - raras na época. Foi edificada por José de Araújo Vilela e, mais tarde, habitada por Tristão José Fagundes, genro de Simas e fundador da cidade. Alemães, italianos e franceses Após os primeiros colonizadores portugueses e paulistas, vieram os imigrantes alemães, italianos e franceses. Em 1824 chegou o primeiro grupo de imigrantes alemães em pequeno número, num total de 126 pessoas. Alguns meses depois vieram mais 157 famílias, com 909 pessoas. Em uma segunda etapa da imigração, por volta de 1857, aportaram aqui imigrantes alemães e italianos em quantidade considerável. Eles se destacaram pela economia agrícola e suinocultura. Os franceses vieram em menor número e desenvolveram principalmente o artesanato. O porto da cidade sobre o rio Caí era ponto de desembarque das famílias de imigrantes que vinham de Porto Alegre em direção as novas colônias. Eram conduzidas provisoriamente para um galpão grande, situado numa chácara onde hoje está instalado o Parque Centenário. Em função desta parada, muitas famílias não seguiram adiante, preferindo ficar na região. A Revolução Farroupilha Em 1835 os gaúchos se rebelaram contra a monarquia, dando início à mais longa guerra civil do Brasil, que durou 3466 dias. Durante a Revolução Farroupilha, o território de Montenegro tornou-se passagem obrigatória das tropas, causando grandes prejuízos às estâncias, que eram saqueadas e perdiam gado, cavalos e mantimentos. A ferrovia A cidade contava com uma linha da Rede Ferroviária Federal, vinda do braço de São Leopoldo, tendo sido inaugurada em 2 de julho de 1909. A linha férrea está relacionada com um aumento do desenvolvimento econômico da região na época. Foi a viação férrea que deu largo impulso a outros municípios da região, tais como Maratá, Salvador do Sul e Barão, que eram parte de Montenegro. A estação férrea de Montenegro expandiu-se, recebeu reformas e melhorias em 1932 e depois de novo em 1950. O movimento de cargas e passageiros nesta região do rio Caí foi desativado no final da década de 1960. Em 2006, foi restaurado o prédio principal da estação, que abriga o Museu de Artes de Montenegro. Em 2009, foi restaurado o 2° prédio do complexo, onde funcionava os telégrafos da estação. E em 2016 foi revitalizado o 3° prédio, o antigo restaurante da estação, que hoje se chama Espaço Braskem, onde se realizam eventos do município e região. O complexo Estação da Cultura conta com um amplo complexo de lazer e cultura com cerca de 45 mil metros quadrados. História política Sua primeira designação foi a de "Porto das Laranjeiras", integrando o 2º Distrito da Vila de Triunfo. A partir da Lei nº 630, de 18 de outubro de 1867, passou a se denominar freguesia de São João do Monte Negro. Em 1873 as 33 vilas existentes no Estado foram, por força da evolução da legislação e das Constituições, se transformando em municípios. Neste mesmo ano é criada oficialmente a Vila de São João do Monte Negro, no dia 5 de maio, através da Lei nº 885. Porém, a sua instalação como Vila e sede aconteceu somente no dia 4 de agosto de 1873, com o desmembramento da Vila de Triunfo. A primeira Câmara Municipal de Montenegro foi instituída em 1873, composta por sete vereadores eleitos, tendo como presidente da Intendência José Rodrigues da Rosa. Em 14 de outubro de 1913, pelo Decreto nº 2.026, a então vila de São João do Monte Negro foi elevada à categoria de cidade, já então com a denominação de São João de Montenegro. Em 31 de março de 1938, pelo Decreto nº 7.199 o município já denominado Montenegro foi dividido em onze distritos: Montenegro, Maratá, Harmonia, Barão, Bom Princípio, Estação São Salvador (atual Salvador do Sul), São Vendelino, Tupandi, Brochier, Poço das Antas e Pareci Novo. Geografia Localiza-se a 29º41'19" de latitude sul e 51º27'40" de longitude oeste, a uma altitude de 31 metros. Sua população, conforme estimativas do IBGE de 2021, era de 66.157 habitantes. O município de Montenegro é atravessado pelo rio Caí e por pequenos afluentes, alguns dos quais cortam a zona urbana do Centro do município, localizada na margem oeste do rio. Pertencer à região hidrográfica do Vale do Caí. Alguns dos afluentes são nomeados, como o arroio da Cria, arroio Montenegro, arroio Alfama e o arroio São Miguel. Topologicamente, o município é marcado pela presença de diversos morros, dentre os quais se destaca o Morro São João (172 metros), junto ao qual se encontra o Morro da Formiga (também conhecido em menor medida como Morro dos Fagundes). Na margem leste do Rio Caí, encontra-se o Morro da Mariazinha. Os morros pertencem à unidade geomorfológica (UG) fácies Gramado, enquanto as áreas mais planas e baixas, de depósitos sedimentares, pertencem à unidade geomorfológicas das Planícies Alúvio-Coluvionares[8]. O relevo intermediário pertence à formação Botucatu. As áreas planas de Montenegro são inundáveis, sendo comum a ocorrência de enchentes. O município de Montenegro é atravessado pelo rio Caí e por pequenos afluentes, alguns dos quais cortam a zona urbana do Centro do município, localizada na margem oeste do rio. Pertencer à região hidrográfica do Vale do Caí. Alguns dos afluentes são nomeados, como o arroio da Cria, arroio Montenegro, arroio Alfama e o arroio São Miguel. Pontos de interesse Cais do Porto Inaugurado em 7 de setembro de 1904, o porto da cidade sobre o rio Caí era ponto de desembarque das famílias de imigrantes que vinham de Porto Alegre em direção às novas colônias. Hoje, os adeptos de caminhadas e mateadas utilizam a infraestrutura do Cais do Porto. Ele recebeu bancos, quiosques e calçadão em quase toda a sua extensão. O rio Caí, considerado um cartão postal da cidade, também é o atrativo para os desportistas que praticam jet-ski e canoagem. Morro São João O Morro São João é avistado de longe pelos que chegam ao município. Localizado no centro da cidade, possui uma estrada de acesso e dois mirantes. Diz a lenda que o morro é um gigante adormecido. Casa da Atafona Atafonas são prédios destinados a produzir farinha de mandioca. A palavra é de origem árabe, de acordo com o Novo Dicionário Aurélio, 2ª edição, pág. 190: attahuna (at-tahunâ), significando moinho ou, ainda, pedra de moinho. Usina Maurício Cardoso Não há registro exato da data de construção da Usina Maurício Cardoso, mas o local ocupado pelo prédio, já foi a Praça Borges de Medeiros e hoje funciona como sede da Câmara de Vereadores e de diversos eventos artísticos e culturais. Inaugurada em 22 de maio de 1938, foi desativada de suas atividades iniciais em 1º de novembro de 1955, quando a Prefeitura firmou contrato com a CEEE, passando a administração da usina e o fornecimento de energia à cidade para a estatal. A Usina Mauricio Cardoso foi construída pelo engenheiro Eugen Wilhelm Thudium (1884-1938), alemão nascido em Stuttgart. A Usina abastecia Montenegro, Porto dos Pereiras, Porto do Maratá, Pareci Novo e São Sebastião do Caí, com um motor de 600HP da marca Deutz Otto. O motor era movido a gás pobre e acoplado a um dínamo de corrente alternada. Usava como combustível lenha e carvão. Dispunha de dois gasogênios, sendo um para lenha e outro para carvão. Antigos moradores locais contam que a construção tremia quando as máquinas funcionavam, parando somente aos sábados para a limpeza geral. Referência para o texto: Wikipédia .
Coroatá é um município brasileiro do estado do Maranhão. Situa-se no centro-leste do estado, no vale do Itapecuru, e dista cerca de 260 km de São Luís, capital estadual. Sua topografia é predominantemente plana. Sua população total é de 61.475 habitantes, segundo o senso do IBGE de 2010, sendo que 47.296 vivem na zona urbana. História Os primeiros habitantes a penetrarem neste município foram os portugueses, e, a eles, juntaram-se mais tarde habitantes das zonas vizinhas. A cidade de Coroatá originou-se de “depósitos” ou “paiós” (espécie de posto) de fazendeiros e de visitantes de outras regiões, notadamente do Mearim. Com o progresso do povoado, chegaram novos imigrantes destacando-se os sírio-libaneses que, desenvolvendo o comércio, contribuíram na independência da localidade. Em 5 de novembro de 1843, através da lei n° 173, foi criada a Vila Coroatá, sendo este território desmembrado do município de Caxias e Itapecuru-Mirim. Após 77 anos Coroatá foi elevada a categoria de cidade, considerando assim como a data de sua fundação o dia 8 de abril de 1920, favorecido pela lei n° 924, durante o governo do Dr. Urbano Santos de Araújo. O primeiro nome desta cidade foi Coroatá Grande, quando era ainda um arraial. Este nome derivou-se de uma planta existente na região chamada pelos moradores de piteira ou agave; a planta era originaria do México e os indígenas conheciam-na como Croatá-Açú. Mais tarde os habitantes começaram a se transportar para um lugar mais próximo do rio Itapecuru onde foi edificada a cidade. Posteriormente, foi ligada às demais regiões do estado com a construção da Ferrovia São Luís-Teresina, que a liga a capital maranhense São Luís e a capital do Piauí, Teresina. Bandeira A bandeira foi idealizada pelo professor Iran Lima Costa. O concurso para escolha da bandeira foi convocado no segundo semestre de 1988 pelo então Presidente da Câmara Municipal, Sebastião Carneiro Magalhães, na gestão do então Prefeito Luiz Montenegro Tavares. Uma banca composta por médicos, advogados, engenheiros, estudantes e populares foi incumbida de escolher dentre os trinta e três trabalhos inscritos, os três finalistas. Todos os três finalistas foram de autoria do Professor Iran. Finalmente, no dia 7 de setembro de 1988, em solenidade no salão nobre do INSS (Instituto Nacional de Segurança Social) de Coroatá, a Câmara de Vereadores aprovou e referendou uma escolha da banca, escolhendo, portanto a bandeira. O verde representa as matas; o branco, a paz; o vermelho, o sangue vibrante de um povo trabalhador; o azul, o céu cintilante; e a estrela, sobre o azul do céu, é um símbolo de verdade e de esperança. Em destaque as palavras "Trabalho e Justiça", entendidas pelos idealizadores como os pilares edificadores e sustentadores da cidade. Hino de Coroatá O hino coroataense foi oficialmente apresentado no dia 9 de novembro de 2012, durante sessão da Câmara Municipal de Coroatá. A música e letra é de autoria do Coroataense, cantor e compositor José Carlos Silva, de nome artístico "Daffé". Geografia O município de Coroatá, situa-se na mesorregião leste maranhense e na microrregião de Codó, integrando-se a 5ª microrregião homônima como polo de desenvolvimento regional. A sede do município se encontra em maior parte localizada a margem esquerda do rio Itapecuru, onde sua posição geográfica está na intersecção do paralelo 04° 07' 48" de latitude sul, com meridiano de 44° 07' 26" O longitude oeste de Greenwich. Educação No ensino superior, Coroatá conta com um campus da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Faculdade Do Maranhão (FACAM). Conta também uma unidade de ensino médio técnico em tempo integral do IEMA. Turismo Uns dos mais conhecidos cartões postais de Coroatá é o Morro do Machado, onde no topo se tem uma vista panorâmica da cidade. Na zona rural de Coroata, tem a barragem do rio Pirapemas, todos os finais de semana milhares de pessoas se dirigem a barragem à procura de diversão. A Catedral Diocesana Nossa Senhora da Piedade é um dos principais pontos turísticos da cidade. Referência para o texto: Wikipédia .
Itapema é um município do estado de Santa Catarina, no Brasil. Localiza-se à latitude 27º05'25" sul e à longitude 48º36'41" oeste, estando a uma altitude de 2 metros. Sua população foi estimada em 67.338 habitantes, conforme dados do IBGE de 2020. Topônimo Existem duas possibilidades etimológicas para o topônimo "Itapema": - Pode ser uma referência a um dos nomes populares do gavião-tesoura. - Pode ter origem na língua tupi antiga por meio da composição entre as palavras itá ("pedra") e pema ("anguloso"), significando "pedras angulosas". História Ocupação indígena Os primeiros habitantes conhecidos do litoral de Santa Catarina foram povos coletores, os quais foram derrotados, por volta do ano 1000, pelos índios carijós. Estes, a partir do século XVI, foram escravizados pelos colonos de origem europeia de São Vicente. Colonização açoriana Em meados do século XVIII houve a chegada de povoadores açorianos, a partir da baía de Porto Belo. Distante mais de 8 000 quilômetros de Santa Catarina, os açorianos que emigraram para o Brasil século XVIII (entre 1748-1756) têm suas origens nas ilhas Terceira, São Jorge, Pico, Faial, Graciosa e São Miguel. Os açorianos, já alocados nas comunidades de São Miguel e Santo Antônio, foram os responsáveis pelo povoamento da baía de Porto Belo, onde ajudaram a fundar a freguesia de Porto Belo em 18 de dezembro de 1824, depois transformada em vila em 13 de outubro de 1832. Os descendentes desses imigrantes, no início do século XIX, povoaram a região de Itapema, dando a ela, em 30 de dezembro de 1914, sua primeira estrutura administrativa, com a criação de seu Distrito Policial. Os açorianos continuaram, nos anos posteriores a sua vinda, sua tarefa povoadora, expandindo-se para além da fronteira estadual. Os terrenos de suas moradias obedeciam ao modelo açoriano do litoral, ou seja, em forma de "espinha de peixe", onde, em perpendicular a uma via central, se estendiam, originando um área retangular. Essa área, com os casamentos dos filhos, ia se subdividindo, organizando a família no interior desta área estreita e comprida. Uma das consequências desta forma de organizar o espaço estava no acesso que era dificultado pela presença seguida dos terrenos, sem vias de circulação entre eles, havendo a necessidade de um longo percurso, caso houvesse a necessidade de deslocamento para o “outro lado”. Tem-se que em 1852 já moravam em áreas do atual município de Itapema cerca de 980 descendentes portugueses e açorianos. Esse dado refere-se ao número de 51 engenhos de farinha de mandioca e de açúcar existente. Era muito comum as famílias possuírem os dois tipos de engenhos, considerando que no litoral catarinense, a cada 3,5 famílias, correspondia a um engenho e que cada família era formada por uma média de sete pessoas, chega-se a este número aproximado. Nomes A primeira denominação de Itapema foi Vila de Santo Antônio de Lisboa ou Tapera, termo que estava relacionado ao modelo de suas moradias. Sua economia baseava-se na subsistência, sendo a pesca no litoral, além do plantio da mandioca e a produção de farinha, aliados a outros produtos como: milho, feijão, café, arroz e melancia. O crescimento demográfico até meados do século XIX foi lento. A partir do fim deste mesmo século, Itapema recebe imigrantes de origem alemã, italiana e espanhola que logo acabam mesclando-se à população de origem açoriana. Esses outros povos exercem pouca influência cultural local, visto que as festividades, como a festa da padroeira – Nossa Senhora dos Navegantes – além das brincadeiras, como a Farra do Boi, Boi-de-Mamão e cantorias do Terno-de-Reis e festas do Divino foram trazidas e mantidas pelos açorianos. A evolução político-administrativa do Município de Itapema segue passos bastante comuns àqueles municípios não planejados, passados por fases hierárquicas de importância socioeconômica, até atingir a atual condição, ou seja, as pessoas de maior influência econômica acabam assumindo também cargos políticos representativos.[8] Evolução A primeira fase do município se estendeu do período em que era qualificado como arraial até 1915. A condição de arraial não tinha nenhum prestígio político-administrativo, ficando subordinado à sede da freguesia a qual pertencia, representada nesse momento por Porto Belo. A sede do arraial, conhecido como Vila de Santo Antônio de Lisboa ou Tapera, localizava-se no bairro hoje identificado como Canto da Praia ou Costão, bairro esse que ainda hoje abriga a maioria dos descendentes dos primeiros povoadores do município, carregando consigo as tradições locais. Tem-se como primeira referencia à existência da Tapera o ano de 1804 a qual é feita na planta hidrográfica da baía de Porto Belo elaborada pelo comandante da canhoneira Araguary, existente no Arquivo Nacional do Rio de Janeiro. No ano de 1832 identifica-se , através de um documento não especificado, o nome de José Antonio da Silva como residente na Tapera, tornando-se o morador mais antigo de que se conhece. No ano de 1912, o arraial da Tapera, a pedido de seus moradores, recebe uma nova denominação, passando então a chamar-se Itapema. Nos anos seguintes, com o aumento populacional em consonância com o aumento da importância econômica, Itapema foi elevada à categoria de distrito de paz (freguesia) em 2 de janeiro de 1915, através da Lei Municipal n° 28 da Câmara de Porto Belo, sendo seus primeiros juízes de paz eleitos em 14 de março de 1915. Emancipação Durante a fase de distrito, Itapema foi incorporada ao Município de Camboriú, no período de 1923 a 1925. Com o crescimento populacional no transcorrer da primeira metade do século XX, assim como da importância econômica, Itapema insere-se dentro das condições de ser nomeada município, fato esse que efetiva-se em 13 de janeiro de 1962, através da resolução número 62 da Câmara Municipal de Porto Belo, de autoria dos vereadores, então moradores de Itapema, Olegário Bernardes e Ernesto Francisco Severino. No dia 31 de janeiro do mesmo ano, assume o primeiro prefeito eleito em Itapema, Olegário Bernardes, que a partir de então seria a representação política de uma população inferior a 3.500 habitantes, número alcançado apenas no Censo de 1970. O processo de ocupação da orla foi se multiplicando no decorrer dos anos, exibindo contrastes entre as casas dos moradores locais, na maioria pescadores e, as casas de veraneio ou segunda residência, graças a procura cada vez mais elevada das pessoas de Itapema enquanto espaço de referencia no lazer de sol e mar. A partir da década de 1980, acontece um significativo crescimento no setor habitacional do país, tendo a construção civil como um dos principais agentes ativos desse setor econômico. Em consonância ao que acontece em escala nacional, Itapema também apresenta uma expansão desse setor, resultando mudanças significativas na paisagem local, vinculada a uma aceleração dos fluxos turísticos colocando o município em destaque no cenário catarinense. Cursos d'água A hidrografia de Itapema está assim constituída: Rio do Areal; Rio Bela Cruz; Rio Fabrício; Rio da Fita; Rio da Mata de Camboriú; Rio Perequê; Rio São Paulinho (ou rio Itapema) Parques Os principais parques de Itapema são: Parque Linear Calçadão e Reserva Ambiental Municipal Parque das Capivaras. Praias As praias para serem visitadas em Itapema são: Praia do Canto; Praia do Centro; Praia Grossa; Praia da Ilhota; Praia Mato de Camboriú e Meia Praia. Turismo A Capital dos Ultraleves Esse título deve-se ao fato de que, na área do município, tem-se o maior número de horas de voos de ultraleve do estado. Anualmente, é realizado na cidade o Encontro de Ultraleves, o evento atrai milhares de admiradores da aviação. A Associação de Pilotos de Itapema prepara várias surpresas para o dia do encontro, como manobras radicais, exposições de aeronaves, sorteios de voos, acrobacias, paraquedismo, aeromodelismo, revoadas sobre a cidade, entre outras atrações. No ano de 2013 o evento esteve em sua décima primeira edição. Referência para o texto: Wikipédia .
Tupã é um município brasileiro situado no interior do estado de São Paulo. Fica distante 435,9 km a Oeste-noroeste da capital São Paulo em linha reta e 514 km por via rodoviária, sendo uma das mais importantes cidades da antiga Zona da Mata paulista, atualmente chamada Alta Paulista, região que tradicionalmente se refere como a faixa de terras situada entre os rios Aguapeí e do Peixe, onde foi construído o Tronco Oeste da antiga Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Segundo pesquisa recente da Unesp de Tupã a população ja ultrapassa os 75 mil habitantes, e se mantém como o segundo mais populoso da região Alta Paulista.
Estância turística Tupã é um dos 29 municípios paulistas considerados estâncias turísticas pelo Estado de São Paulo, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por Lei Estadual. Tal status garante a esses municípios uma verba maior por parte do Estado para a promoção do turismo regional. Também, o município adquire o direito de agregar junto a seu nome o título de Estância Turística, termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais. História Colonizado a partir da década de 1930, Tupã teve um desenvolvimento inicial pujante, fortalecido pela expansão cafeeira, porém nas últimas décadas sua economia sofre de grande estagnação, ainda dependente de produção primária. Alguns motivos para esperança de melhor futuro surgiram nos últimos anos, entretanto. Rico em recursos hidrográficos e contando com um distrito (Varpa) com tradição de imigrantes da Letônia, o município foi recentemente declarado como estância turística pelo governo estadual, algo que pode vir a ser melhor explorado. Além disto, a cidade assistiu à implantação de uma unidade da Universidade Estadual Paulista e à ampliação de faculdades privadas locais. Origem do município A região onde se localiza a estância turística de Tupã não passava de floresta virgem. Luís de Sousa Leão, empreendedor de origem pernambucana, em meados da década de 1920, escolheu dita área localizada no espigão divisor das microbacias dos rios do Peixe e Feio (ou Aguapeí) no traçado projetado da Companhia Paulista de Estradas de Ferro (mais tarde FEPASA e logo após All atual Rumo Logística), para a edificação da futura cidade. O fundador previa a necessidade de se erigir um centro-chave entre as regiões Noroeste e Sorocabana do estado de São Paulo. A historiografia oficial esconde muitos dos fatos que marcaram os primeiros anos de desbravamento, entre eles o massacre dos indígenas caingangues da região, que foram homenageados com o nome da cidade e de suas vias planejadas. Os colonizadores encontraram muita resistência por parte dos nativos e o confrontamento foi inevitável, resultando na morte de muitos dos indígenas na região. Segundo os registros, no entanto, a paz foi alcançada com mediação de uma índia chamada Vanuíre. Por conta dessa importante influência indígena, Tupã sedia uma escola com o nome "India Vanuíre" em homenagem a ela e possui um dos mais importantes museus dedicados ao tema no país, o Museu Histórico e Pedagógico India Vanuíre. O plano de loteamento foi posto em prática após 12 de outubro de 1929, data considerada como fundação do município. Em 15 de novembro de 1941 inaugurou-se a estação ferroviária de Tupã, terminal do chamado Tronco Oeste da Companhia Paulista até abril de 1949, quando foram abertas as estações de Universo, Iacri, Parnaso e Osvaldo Cruz, dando prosseguimento ao imenso ramal da ferrovia até Panorama, na margem do Rio Paraná (1962). Isto garantiu o grande desenvolvimento inicial da povoação (preliminarmente com base na cafeicultura), durante oito anos como estação terminal da ferrovia e posteriormente já arraigada como polo de referência na região até hoje conhecida como Alta Paulista. Estrutura administrativa O distrito de Tupã foi criado junto ao município de Glicério através do Decreto Estadual nº 6.720 de 2 de Outubro de 1934. Pelo Decreto Estadual nº 9.775 de 30 de novembro de 1938, foi criado o município de Tupã. Sua instalação ocorreu em 1 de Janeiro de 1939. Atualmente, três distritos pertencem à estância turística de Tupã: Parnaso, Varpa e Universo. Geografia Clima O clima de Tupã é o Clima tropical de altitude (Cwa na classificação de Köppen) com temperatura média anual de 24,5 °C, tendo a média das máximas de 29,3 °C e a média das mínimas de 19,6 °C com as 4 estações do ano bem definidas. A precipitação pluviométrica média anual é de 1.364.9 mm. O mês mais quente é janeiro, com média das máximas de 33 °C e o mês mais frio é junho, com média das mínimas de 9 °C. Hidrografia A hidrografia de Tupã é assim composta: Rio do Peixe; Balneário 7 de setembro; Rio Feio; Cachoeiras de Varpa e Palma Turismo A estância turística de Tupã conta com diversos lugares e atrações de interesse geral (maioria fechados): Solar Luiz de Souza Leão; Anfiteatro Cley Alexandre da Silveira; Espaço das Artes; Museu Histórico Pedagógico Índia Vanuíre; Museu dos Pioneiros de Varpa “Janis Erdbergs”; Museu dos Tropeiros; Museu da Cachaça; Igreja Batista de Varpa; Igreja Boas Novas de Varpa; Artesanato Floresta; Geleia da D. Neusa; Loja da Associação de Varpa; Casarão e Acervo particular do Oto; Rancho dos Defumados e Apiário Bisu Medus; Apiário Puro Mel; Chácara Alvorada “Orquidário e Apiário Varpa”; Fazenda Palma; Circuito das Aguas Varpa; Cachoeiras de Varpa; Eco Thermas Park complexo piscinas e toboáguas; Recanto das Águas; Balneário 7 de Setembro; Clube CTA; Pista de Aeromodelismo (maior do pais); Complexo da CAMAP; Tupã Country Clube; Tupã Tênis Clube. Clube Marajoara Economia Indústria Representados por mais de 380 estabelecimentos industriais, destaca-se a indústria de transformação, a industrialização da carne, do amendoim, alimentos, metalúrgicas, do milho, das rações, a produção de calçados, de malas para viagem, de implementos agrícolas, de móveis, auto peças, fotografia, lentes ópticas, serralherias, carroçarias, produtos químicos, etc. Estima-se que mais de nove mil pessoas sejam empregadas pela indústria tupãense. Agricultura Tupã conta com aproximadamente mil propriedades agrícolas, sendo que cerca de cinco mil pessoas residem na zona rural. 730 tratores estão em operação. Há 6.597 hectares com culturas perenes e semi perenes e 9.095 hectares com culturas anuais. Hoje Tupã é a maior produtora de Amendoim do Brasil e da América Latina, sendo nomeada como capital do Amendoim, empregando milhares de funcionários e exportando para diversos países. Destacam-se as seguintes culturas: amendoim, milho, mandioca, seringueira, eucalipto, café. A sericicultura conta com 28 sirgarias e 272 hectares de amora para alimentação do bicho-da-seda. Recentemente houve um grande avanço da cultura de cana-de-açúcar, por conta da instalação de usinas de açúcar e etanol em municípios da região. Há ainda 1.153 hectares de matas nativas e perto de 480 hectares de áreas de cerradão. Outras culturas de certa forma desenvolvidas são: abacate, melancia, feijão, abóbora e manga, voltadas principalmente ao abastecimento local através de feiras livres. Funciona em Tupã um armazém e silo da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do estado de São Paulo (CEAGESP), com capacidade final projetada para 200 mil toneladas de grãos em granel. Pecuária Destacam-se os rebanho bovino, equino e suíno. Verifica-se também forte presenã na avicultura de postura e grande produção de pintos. A região de Tupã é uma das maiores produtoras de ovos do país. Comércio e prestação de serviços De acordo com o Sebrae, funcionam em Tupã cerca de 1.324 estabelecimentos comerciais (destaques para o varejo: mercados, mercearias, vestuário e materiais para construção) e cerca de 790 de prestação de serviços (com destaques para alimentação e assessoria a empresas). Educação Ensino superior Tupã possui 12 Faculdades, entre Campus Físicos e Polos a Distância: Unesp, Fap Fadap, Faccat, Instituto Federal - Campus Tupã, Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP), Universidade Brasil, Unicesumar, Anhanguera, Universidade Paulista (UNIP), Estácio, Uniasselvi (Em Implantação) e Uninter. Funcionam em Tupã a Faculdade da Alta Paulista (FAP), a Escola Superior de Educação Física da Alta Paulista (ESEFAP), a Faculdade de Ciências Contábeis e de Administração de Tupã (FACCAT) e a Universidade Brasil, escolas que recrutam universitários de vasta região paulista e outras do norte do Paraná, Mato Grosso do Sul e outros Estados. UNESP, uma das principais faculdades de Tupã. Foi criado oficialmente, em 2003, o Campus de Tupã da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), com o curso de Administração de Empresas, que conseguiu em 2006 a colocação de terceiro melhor curso de Administração de Empresas do estado de São Paulo. Agora também com o curso de Engenharia de biossistemas. A implantação do campus atrai anualmente 80 alunos provenientes de todas as regiões brasileiras e promove programas de intercâmbio. A unidade ainda mantém um curso preparatório pré-vestibular, voltado a população carente da região. Estima-se que a UNESP de Tupã seja responsável por 5% da renda anual do município. Perto de 5.700 estudantes frequentam cursos de ciências jurídicas e sociais, pedagogia, administração de empresas, ciências econômicas, ciências contábeis, educação física, letras, enfermagem, fisioterapia, psicologia, dentre outros. Em 5 de Fevereiro de 2015, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), iniciou suas atividades administrativas no município. As atividades didáticas foram iniciadas com a oferta de cursos Extensão (de curta e média duração) abertos à comunidade de Tupã e microrregião. Foram abertos na ocasião os cursos de Inclusão Digital e o de Atendimento ao Cliente. A partir de 2017, a instituição passou a receber as primeiras turmas dos Cursos Técnicos integrados ao Ensino Médio, nas áreas de Eletrônica e Eletrotécnica. Atualmente, o Campus Avançado Tupã conta com 22 docentes, 13 Técnicos Administrativos (TAE's) e cerca de 250 discentes. Ensino artístico e profissional Funcionam na estância duas instituições estaduais com cursos livres, além de três conservatórios musicais privados oferecendo oficialização estadual. Uma gama de cursos é oferecida a uma densa clientela, não apenas local mas também regional: decoração, magistério, artes culinárias, computação, enfermagem, mecânica e processamento de dados. Na estância também funciona o Centro Integrado de Formação Profissional, que viabiliza cursos de iniciação e aperfeiçoamento nas áreas de crochê, bordado a máquina, fotografia, datilografia, corte e costura, manicure, cabeleireiro, culinária, tecelagem, pintura e outros, recrutando um universo que supera 1.800 alunos. Esporte A cidade é representada no futebol profissional pelo Tupã Futebol Clube, fundado em 16 de fevereiro de 1936, que disputa a Segunda Divisão da Federação Paulista de Futebol (FPF); suas cores são vermelha, preta e branca, que seguem o padrão do São Paulo Futebol Clube, assim como seu distintivo. Conhecido como "o mais querido da Alta Paulista", é mandante dos seus jogos no Estádio Alonso Carvalho Braga, que já possuiu capacidade para 14.890 pessoas. O estádio conta também com cabines para rádios, camarotes, sala para filmagem, sala para convidados, sala com ar-condicionado para reuniões, quatro banheiros, dois bares, roletas com cartão magnético, vestiários amplos, sala da diretoria, sala de fotos e troféus, complexo de alojamentos, iluminação noturna por quatro torres de holofotes com doze refletores cada, placar, campo com gramado e dimensões profissionais. Fatos sobre Tupã - Em 1959, o então distrito de Lacri foi desmembrado do município de Tupã e elevado à categoria de município. A população, pelo censo de 1960, era de 13.117 habitantes. - Pela Lei Estadual nº 8.550 de 30 de dezembro de 1993 foi criado o município de Arco-Íris, desmembrando do território de Tupã a área do ex-distrito e passando Tupã a ter uma área territorial de 629,108 km². O município de Arco-Íris foi oficialmente instalado em 1 de janeiro de 1997, com uma população estimada em 2.087 habitantes. - Em 2002 a cidade passou ao status de estância turística. É conhecida nacionalmente como a "Capital Nacional da Fotografia" por possuir diversas empresas no ramo fotográfico. - A palavra Tupã se refere ao universo mítico dos povos originais indígenas do território brasileiro. - O complexo energético gerenciado pela Energisa possui uma estação rebaixadora com capacidade de potência instalada de 52.500 KVA. Possui também uma Cooperativa de Eletrificação Rural (CERT), com atendimento a mais de 800 propriedades rurais. - Há em Tupã 4 cemitérios (sem contar os cemitérios de carros espalhados pela cidade), sendo três municipais e um particular, sendo eles respectivamente: São Pedro, Saudade I, Saudade II e Parque das Palmeiras. Tupã tem mais mortos do que vivos e maioria dos vivos estão mudando pra outras cidades. - Funcionam em Tupã catorze repartições estaduais de âmbito regional, dezesseis repartições públicas estaduais de âmbito local, seis repartições públicas federais de âmbito regional e seis de âmbito local (ainda funcionam?). - A Companhia de Saneamento Básico do estado de São Paulo (SABESP) gerencia todo o complexo de saneamento básico local, cuja concessão se esgotará em 2005, conforme previsto em lei. A SABESP abastece 100% da estância (atingindo mais de 180 mil m³) e atende a 100% da coleta e tratamento de esgotos (153.000 m). - O Posto de Bombeiros está instalado desde 1977 com um efetivo que atende também aos municípios limítrofes. - O Poder Legislativo de Tupã é constituído por 15 (quinze) vereadores e realiza sessões ordinárias às segundas-feiras às 20:00 horas. - A estância conta com Escritórios Regionais de Desenvolvimento Agrícola e de Defesa Agropecuária, aos quais são subordinados os seguintes municípios: Arco-Íris, Bastos, Iacri, Herculândia, Inúbia Paulista, Osvaldo Cruz, Parapuã, Rinónolis, Sagres e Salmourão. - O silo horizontal da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do estado de São Paulo (CEAGESP) tem 14 andares de altura e capacidade para 20 mil toneladas. Também há um silo graneleiro, com capacidade para 60 mil toneladas. Ambos transformam Tupã em um centro armazenador do Oeste Paulista. Referência para o texto: Wikipédia .