Boituva é um município do estado de São Paulo, no Brasil. Situa-se na Região Metropolitana de Sorocaba, na Região Intermediária de Sorocaba e na Região Imediata de Sorocaba. Localiza-se a uma latitude 23º17'00" sul e a uma longitude 47º40'20" oeste, estando a uma altitude de 637 metros. Possui uma área de 248,954 km² e sua população, conforme estimativas do IBGE de 2019, era de 60.997 habitantes.
Toponímia
"Boituva" é um vocábulo de origem tupi que, segundo Silveira Bueno e Eduardo de Almeida Navarro, significa "local de muitas cobras", "ajuntamento de cobras". Da língua tupi mboy, mboîa: cobra; e tyba: grande quantidade, abundância, ajuntamento.
História
A julgar pelas datações relativas obtidas nos sítios arqueológicos Colina da Castelo 4 e Colina da Castelo 5, localizados em Porto Feliz, grupos indígenas não-ceramistas já habitavam as terras entre os rios Sorocaba e Tietê desde pelo menos 2.000 anos Antes do Presente. Nesses sítios arqueológicos foram encontradas lascas e outros fragmentos de ferramentas feitas em silexito, arenito, quartzo, quartzito e outras rochas, sendo alguns deles identificados como percutores.
Populações agricultoras e ceramistas só teriam alcançado a região no início da Era Cristã, aparentemente. Segundo algumas fontes primárias do período colonial, as terras do médio curso do rio Tietê seriam habitadas pelos Guaianá (ou Guaianazes) e Carijó, povos falantes de idioma relacionado aos troncos Macro-Jê e Tupi-Guarani, respectivamente[9]. Segundo consta, a região era conhecida como M’Boituva por indígenas falantes de idiomas tupi-guarani, nome ligeiramente modificado e que seguiu em uso até os dias atuais.
A partir do século XVIII, a região provavelmente era atravessada de forma ocasional por viajantes que faziam o trajeto entre as vilas de Porto Feliz e Sorocaba. Da mesma forma, Boituva abrigava ranchos, pousadas para viajantes, fazendas e sítios ao longo dos caminhos terrestres e nas proximidades de cursos d’água como o rio Sorocaba e o Ribeirão Pau D’Alho. Alguns mapas do período colonial e da primeira metade do século XIX indicam que essas ocupações estavam distribuídas pelos bairros Corumbá, Pau D’Alho, Sítio Grande e Pinhal. De fato, há registro de diversas sesmarias na região de Boituva ao longo do século XVIII, sendo José de Campos Bicudo um dos primeiros a receber terras em 1726. Outra grande sesmaria concedida em Boituva, esta no ano de 1766, pertenceu a João Fernandes Maciel.
Identificado em 2021, o sítio arqueológico Vale Verde é um exemplo desse processo de ocupação rural ocorrido na região, o qual se estendeu por todo o século XIX e início do XX. Além de fragmentos de louças, cerâmicas, vidros e telhas, o sítio Vale Verde também conta com alguns poucos vestígios de uma ocupação indígena anterior, provavelmente relacionada ao período em que Guaianazes e Carijós ainda habitavam as terras de M’Boituva.
Por sua vez, a formação do município de Boituva é parte do processo de mudança da economia do estado de São Paulo para a produção de café e implantação de uma malha ferroviária para a exportação desta mercadoria. O local onde se formou o núcleo povoador que daria origem à cidade teve origem na propriedade de João Rodrigues Leite, que foi doador do terreno em que a Estrada de Ferro Sorocabana construiu, em 1882, a estação ferroviária e suas dependências. Entre 1882 e 1889, a estação de Boituva foi a última parada do ramal ferroviário, sendo posteriormente transformado em ponto de partida do ramal de Tatuí – mais tarde conhecido como ramal de Itararé, o segundo maior da E. F. Sorocabana e que seguia em direção ao estado do Paraná. Nos arredores da estação de Boituva começaram a se fixar funcionários da ferrovia e a serem construídos armazéns de abastecimento e demais edificações de apoio ao transporte de carga e passageiros e para os novos moradores do local, como alguns pequenos hotéis, restaurantes, pensões e outros comércios.
Nesse período já havia grandes propriedades cafeicultoras na região, até então em terras sob administração dos municípios de Sorocaba e Porto Feliz. De acordo com a história oficial de Boituva, alguns dos fazendeiros mais notáveis foram Eugênio Corte Real, Nicolau Vercelino, Coronel José de Campos Arruda Botelho e suas famílias. Coube ao Coronel Arruda Botelho a criação do distrito policial local, transferindo a freguesia de Boituva da paróquia de Porto Feliz para a de Tatuí, o que também motivou a criação de um distrito de paz.
De todo modo, o distrito de Boituva só foi criado oficialmente em 1906, pertencendo nesse momento a Porto Feliz. Curiosamente, apesar do protagonismo da ferrovia na formação de Boituva, a ligação ferroviária entre o então distrito e o centro urbano de Porto Feliz só foi concluída em 1920, sendo até então ligados somente por caminhos de terra. A criação do município se deu na década de 1930, com o Decreto Estadual n° 3.045, de 6 de setembro de 1937, sendo instalado em 1938.
Alguns anos antes, em 1933, foi construído uma nova estação ferroviária em Boituva no lugar do prédio original de 1882. Data desse período a progressiva diminuição do uso da linha e da estação, entretanto, culminando na desativação da ligação ferroviária entre Porto Feliz e Boituva em 1962. Após o encerramento das atividades da estação de Boituva, a construção serviu diversas funções ao longo das décadas de 1990 e 2000. Sendo uma das mais significativas construções históricas de Boituva, a estação foi alvo de obras de restauro em 2020.
Paraquedismo e balonismo
O município de Boituva é nacionalmente reconhecido como um polo para as práticas de paraquedismo e balonismo. Por conta dessa reputação, a cidade de Boituva sediou alguns eventos ligados à essas duas práticas, incluindo duas edições do Campeonato Brasileiro de Balonismo: 30º Edição do Campeonato Brasileiro de Balonismo; 33º Edição do Campeonato Brasileiro de Balonismo; Campeonato Brasileiro de Swoop.
Além disso, o município têm se tornado um grande polo para o paraquedismo e balonismo turístico, atingindo um marco histórico no ano de 2021, data em que a cidade completou 50 anos do início das práticas de paraquedismo, que ocorreu em 1971. O Projeto de Lei 7.387/2017, de autoria do deputado federal Capitão Augusto, tem como objetivo condecorar a cidade com o título de Capital Nacional do Paraquedismo e do Balonismo Turístico.
Hidrografia
A hidrografia de Boituva é caracterizada pelo Rio Sorocaba.
Clima
O clima em Boituva é quente e temperado. Existe uma pluviosidade significativa ao longo do ano. Mesmo o mês mais seco ainda assim tem muita pluviosidade. A classificação do clima é Cfa de acordo com a Köppen e Geiger. Em Boituva a temperatura média é 20.9 °C. 1397 mm é a pluviosidade média anual.
Boituva está no Hemisfério Sul. Os dias bálsimos do Verão começam no final de Janeiro e terminam em Dezembro. Este período engloba os meses: Dezembro, Janeiro, Fevereiro, Março. O momento mais oportuno para visitar são Fevereiro, Março, Abril, Outubro, Novembro, Dezembro.
Referências para o texto: Wikipédia e Climate Data .
Toponímia
"Boituva" é um vocábulo de origem tupi que, segundo Silveira Bueno e Eduardo de Almeida Navarro, significa "local de muitas cobras", "ajuntamento de cobras". Da língua tupi mboy, mboîa: cobra; e tyba: grande quantidade, abundância, ajuntamento.
História
A julgar pelas datações relativas obtidas nos sítios arqueológicos Colina da Castelo 4 e Colina da Castelo 5, localizados em Porto Feliz, grupos indígenas não-ceramistas já habitavam as terras entre os rios Sorocaba e Tietê desde pelo menos 2.000 anos Antes do Presente. Nesses sítios arqueológicos foram encontradas lascas e outros fragmentos de ferramentas feitas em silexito, arenito, quartzo, quartzito e outras rochas, sendo alguns deles identificados como percutores.
Populações agricultoras e ceramistas só teriam alcançado a região no início da Era Cristã, aparentemente. Segundo algumas fontes primárias do período colonial, as terras do médio curso do rio Tietê seriam habitadas pelos Guaianá (ou Guaianazes) e Carijó, povos falantes de idioma relacionado aos troncos Macro-Jê e Tupi-Guarani, respectivamente[9]. Segundo consta, a região era conhecida como M’Boituva por indígenas falantes de idiomas tupi-guarani, nome ligeiramente modificado e que seguiu em uso até os dias atuais.
A partir do século XVIII, a região provavelmente era atravessada de forma ocasional por viajantes que faziam o trajeto entre as vilas de Porto Feliz e Sorocaba. Da mesma forma, Boituva abrigava ranchos, pousadas para viajantes, fazendas e sítios ao longo dos caminhos terrestres e nas proximidades de cursos d’água como o rio Sorocaba e o Ribeirão Pau D’Alho. Alguns mapas do período colonial e da primeira metade do século XIX indicam que essas ocupações estavam distribuídas pelos bairros Corumbá, Pau D’Alho, Sítio Grande e Pinhal. De fato, há registro de diversas sesmarias na região de Boituva ao longo do século XVIII, sendo José de Campos Bicudo um dos primeiros a receber terras em 1726. Outra grande sesmaria concedida em Boituva, esta no ano de 1766, pertenceu a João Fernandes Maciel.
Identificado em 2021, o sítio arqueológico Vale Verde é um exemplo desse processo de ocupação rural ocorrido na região, o qual se estendeu por todo o século XIX e início do XX. Além de fragmentos de louças, cerâmicas, vidros e telhas, o sítio Vale Verde também conta com alguns poucos vestígios de uma ocupação indígena anterior, provavelmente relacionada ao período em que Guaianazes e Carijós ainda habitavam as terras de M’Boituva.
Por sua vez, a formação do município de Boituva é parte do processo de mudança da economia do estado de São Paulo para a produção de café e implantação de uma malha ferroviária para a exportação desta mercadoria. O local onde se formou o núcleo povoador que daria origem à cidade teve origem na propriedade de João Rodrigues Leite, que foi doador do terreno em que a Estrada de Ferro Sorocabana construiu, em 1882, a estação ferroviária e suas dependências. Entre 1882 e 1889, a estação de Boituva foi a última parada do ramal ferroviário, sendo posteriormente transformado em ponto de partida do ramal de Tatuí – mais tarde conhecido como ramal de Itararé, o segundo maior da E. F. Sorocabana e que seguia em direção ao estado do Paraná. Nos arredores da estação de Boituva começaram a se fixar funcionários da ferrovia e a serem construídos armazéns de abastecimento e demais edificações de apoio ao transporte de carga e passageiros e para os novos moradores do local, como alguns pequenos hotéis, restaurantes, pensões e outros comércios.
Nesse período já havia grandes propriedades cafeicultoras na região, até então em terras sob administração dos municípios de Sorocaba e Porto Feliz. De acordo com a história oficial de Boituva, alguns dos fazendeiros mais notáveis foram Eugênio Corte Real, Nicolau Vercelino, Coronel José de Campos Arruda Botelho e suas famílias. Coube ao Coronel Arruda Botelho a criação do distrito policial local, transferindo a freguesia de Boituva da paróquia de Porto Feliz para a de Tatuí, o que também motivou a criação de um distrito de paz.
De todo modo, o distrito de Boituva só foi criado oficialmente em 1906, pertencendo nesse momento a Porto Feliz. Curiosamente, apesar do protagonismo da ferrovia na formação de Boituva, a ligação ferroviária entre o então distrito e o centro urbano de Porto Feliz só foi concluída em 1920, sendo até então ligados somente por caminhos de terra. A criação do município se deu na década de 1930, com o Decreto Estadual n° 3.045, de 6 de setembro de 1937, sendo instalado em 1938.
Alguns anos antes, em 1933, foi construído uma nova estação ferroviária em Boituva no lugar do prédio original de 1882. Data desse período a progressiva diminuição do uso da linha e da estação, entretanto, culminando na desativação da ligação ferroviária entre Porto Feliz e Boituva em 1962. Após o encerramento das atividades da estação de Boituva, a construção serviu diversas funções ao longo das décadas de 1990 e 2000. Sendo uma das mais significativas construções históricas de Boituva, a estação foi alvo de obras de restauro em 2020.
Paraquedismo e balonismo
O município de Boituva é nacionalmente reconhecido como um polo para as práticas de paraquedismo e balonismo. Por conta dessa reputação, a cidade de Boituva sediou alguns eventos ligados à essas duas práticas, incluindo duas edições do Campeonato Brasileiro de Balonismo: 30º Edição do Campeonato Brasileiro de Balonismo; 33º Edição do Campeonato Brasileiro de Balonismo; Campeonato Brasileiro de Swoop.
Além disso, o município têm se tornado um grande polo para o paraquedismo e balonismo turístico, atingindo um marco histórico no ano de 2021, data em que a cidade completou 50 anos do início das práticas de paraquedismo, que ocorreu em 1971. O Projeto de Lei 7.387/2017, de autoria do deputado federal Capitão Augusto, tem como objetivo condecorar a cidade com o título de Capital Nacional do Paraquedismo e do Balonismo Turístico.
Hidrografia
A hidrografia de Boituva é caracterizada pelo Rio Sorocaba.
Clima
O clima em Boituva é quente e temperado. Existe uma pluviosidade significativa ao longo do ano. Mesmo o mês mais seco ainda assim tem muita pluviosidade. A classificação do clima é Cfa de acordo com a Köppen e Geiger. Em Boituva a temperatura média é 20.9 °C. 1397 mm é a pluviosidade média anual.
Boituva está no Hemisfério Sul. Os dias bálsimos do Verão começam no final de Janeiro e terminam em Dezembro. Este período engloba os meses: Dezembro, Janeiro, Fevereiro, Março. O momento mais oportuno para visitar são Fevereiro, Março, Abril, Outubro, Novembro, Dezembro.
Referências para o texto: Wikipédia e Climate Data .