Campo Verde é um município brasileiro do estado de Mato Grosso. Sua população de acordo com o censo do IBGE, de 2022, era de 44.585 habitantes. Possui uma área de 4782,118 km².
História
Antes de ser criada a cidade de Campo Verde, o primeiro núcleo de povoamento no território campoverdense foi no Capim Branco ou Coronel Ponce. Generoso Paes Leme de Souza Ponce foi um político que governou o Estado no início do século XX.
A denominação Capim Branco foi a primeira, sendo que até os dias de hoje, os mais antigos moradores se referem ao lugar por este nome. Burity dos Borges é ponto histórico da região. Ali existe uma casa construída de “adobes”, abrigando diversos cômodos. Não fica muito longe de Capim Branco, sendo o lugar onde os membros da família Borges Fernandes se fixaram. Esta família, liderada por Diogo Borges, chegou à região na década de 1880, procedente de Uberaba, Minas Gerais – fugiam de perseguições políticas, causadas por idéias monarquistas e republicanas. Campo Verde recebeu status de município pela Lei Estadual nº 5314, de 4 de julho de 1988, com território desmembrado dos municípios de Cuiabá e Dom Aquino.
As primeiras famílias a se estabelecerem na região que hoje forma o município de Campo Verde foram os Borges e os Fernandes. Vindas de Uberlândia (MG) em 1886 e lideradas por Diogo Borges e Zeca Camilo Fernandes, as famílias formaram a Fazenda Buriti dos Borges, que por muitos anos foi referência geográfica da região, e a Fazenda Deputado.
Em 1896 foi inaugurada na localidade de Capim Branco uma das primeiras estações telegráficas de Mato Grosso, construída sob o comando do major Gomes Carneiro, que tinha como seu ajudante de ordens o então alferes e futuramente marechal, Cândido Mariano da Silva Rondon. Tanto a casa construída por Diego Borges como algumas construções centenárias em Capim Branco ainda resistem ao tempo, destino diferente do que teve a estação telegráfica, destruída pela ação do tempo e do homem. Uma réplica da antiga construção foi construída para abrigar o Museu da História de Campo Verde, que tem um acervo formado por fotos antigas e utensílios utilizados pelos primeiros moradores da região. Por quase um século, a região viveu um período de estagnação, sem nenhuma atividade econômica de destaque. Apenas a agricultura e a pecuária de subsistência eram praticadas pelos moradores. A partir da segunda metade da década de 1960, esse cenário começou a mudar. Com a chegada das primeiras famílias vindas do Sul do Brasil, o cerrado inóspito e improdutivo ganhou um novo impulso com o cultivo do arroz de sequeiro.
Em 1974, o gaúcho Otávio Eckert instalou um posto de combustível no entroncamento BR-070 com a MT-140. O empreendimento foi e embrião da futura cidade. Visionário e confiante no potencial da região, Eckert criou o loteamento Campo Real. Com a expansão da atividade agrícola e o crescimento populacional, em 1988 o então distrito de Posto Paraná, como a localidade passou a ser chamada, se emancipou de Dom Aquino. Um plebiscito realizado entre os moradores mudou o nome do lugar para Campo Verde.
Por muitas décadas a região viveu apenas da pecuária e da agricultura de subsistência, até que na década de 1970, com a chegada de migrantes vindo do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Campo Verde deu os primeiros sinais de progresso. Primeiro foi o cultivo de arroz que impulsionou a economia local, depois à soja ocupou o cerrado e trouxe mais riquezas para o futuro município.
Em 1974, chegou à região o Senhor Otávio Eckert, gaúcho de Carazinho, que adquiriu terras e fundou a Fazenda Campo Real. No ano seguinte abriu o Posto Paraná, às margens da BR-70, o primeiro grande estabelecimento comercial do lugar. Por muitos anos o povoado ficou conhecido pelo nome de Posto Paraná. Eckert anteviu o surgimento de uma grande cidade neste lugar. Olhou para o lado e animou-se com o regular aumento populacional do bairro Jupiara. Surgiu então o Loteamento Campo Real. Não demorou muito e parte de suas terras estavam loteadas. A partir daí iniciou-se a venda de lotes urbanos a quem quisesse construir casas na futura Campo Verde. O processo colonizador fortaleceu-se com a instalação de rede de energia elétrica da Fazenda Olvebra até o Posto Paraná. Em seguida Eckert mandou furar um poço artesiano, construiu um posto telefônico e uma escola com três salas de aula.
Em 4 de julho de 1988, por Otávio Eckert, Campo Verde conquistou a tão sonhada emancipação político administrativa. Localizado na região sul do estado, numa altitude de 736 metros acima do nível do mar, Campo Vede tem clima tropical, com temperaturas variando entre 18 e 24 graus, com a mínima oscilando entre 10 e máxima 34 graus. A precipitação pluviométrica entre 9 e 225 milímetros, sendo que a estação chuvosa vai de dezembro a maio. A vegetação predominante é o cerrado com 97% da área, e 3% de mata. O município é banhado pelos rios: Rio São Lourenço, Rio das Mortes, Rio Aricá Mirim, Rio Cumbica, Rio Roncador, Rio Ximbica, Rio Galheiros e Rio da Casca.
A Lei nº. 5.314, de 04 de julho de 1988, de autoria dos deputados Moisés Feltrin e Hermes de Abreu, criaram o município de Campo Verde, com território desmembrado dos municípios de Cuiabá e Dom Aquino.
O município é banhado pelos rios: Rio São Lourenço, Rio das Mortes, Rio Aricá Mirim, Rio Cumbica, Rio Roncador, Rio Ximbica, Rio Galheiros e Rio da Casca.Campo Verde é considerado a capital nacional do algodão, pois com o clima e o solo favoráveis, o município é o maior produtor de algodão em pluma do Brasil, com uma produtividade média de 250 arrobas por hectare.
Campo Verde foi o primeiro destino preparado para o turismo tecnológico. Aqui pulsa o agronegócio em harmonia com o ecoturismo. É um novo segmento que ajuda o mercado de vendas de produtos turísticos. O turismo tecnológico tem atraído turistas, principalmente estrangeiros, todavia atinge estudantes, graduados em áreas afins, empresários e investidores.
Geografia
Localiza-se a uma latitude 15º32'48" sul e a uma longitude 55º10'08" oeste, estando a uma altitude de 736 metros.
Clima
Em Campo Verde, o verão é longo, quente, abafado, com precipitação e de céu quase encoberto; o inverno é curto, agradável e de céu quase sem nuvens. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 16 °C a 31 °C e raramente é inferior a 10 °C ou superior a 36 °C.
Baseado no índice de turismo, a melhor época do ano para visitar Campo Verde e realizar atividades de clima quente é do início de maio ao início de setembro.
Economia
Avicultura de Postura
A criação de aves de postura é outra atividade economicamente forte em Campo Verde e que encontrou no município as condições ideais para se desenvolver. Implantada no início dos anos 90, a atividade é explorada hoje em quatro grandes granjas que utilizam tecnologia de ponta no manejo das aves e no processo de produção dos ovos.
Com um plantel formado por 2,3 milhões de aves, a produção diária de ovos chega a 5,1 mil caixas com 30 dúzias cada, o que representa 1,84 milhão de ovos/dia. Toda o sistema de coleta e embalagem dos ovos, e também o abastecimento dos comedouros, é automatizado, o que garante a sanidade das aves e a qualidade do produto final. Campo Verde é o segundo maior produtor de ovos de Mato Grosso.
Agricultura Familiar
Campo Verde conta com seis assentamentos da reforma agrária e um do extinto Banco da Terra, além duas comunidades rurais tradicionais onde vivem 2.097 famílias em 1.197 propriedades. As principais atividades desenvolvidas nas propriedades, que têm entre 12 e 25 hectares, são ligadas à agricultura familiar. Os pequenos produtores cultivam em suas áreas verduras, legumes e frutas. Também criam pequenos animais – como suínos e frango semicaipira – e criam gado de leite.
Os assentamentos existentes em Campo Verde, dada a grande produtividade de hortifrutigranjeiros e à organização social, são considerados exemplos de Reforma Agrária. Um dos mais produtivos é o Santo Antônio da Fartura, que, de acordo com as estimativas, produz 70% dos produtos hortifrutigranjeiros consumidos em Cuiabá e Várzea Grande.
Algodão
O algodão começou a ser implantado em Campo Verde em 1996, com as primeiras áreas sendo cultivadas ainda de forma experimental. O bom desenvolvimento das lavouras, a ótima produtividade alcançada e a excelente qualidade da fibra, fizeram com que o cultivo do algodão se expandisse e se transformasse em uma das principais bases de sustentação da economia do município.
Os resultados obtidos na cotonicultura, graças às características climáticas – com períodos de seca e de chuva bem definidos, ao solo e ao alto grau de tecnologia aplicada no cultivo das lavouras, colocam Campo Verde entre os 3 maiores produtores da fibra em Mato Grosso. Em termos de Brasil, o município é o 4ª maior produtor. Na safra 2021, de acordo com o IBGE, foram cultivados em Campo Verde 72,5 mil hectares com algodão, com uma produtividade média de 3,7 mil quilos por hectare.
Industrialização
A partir do final dos anos de 1990 e o início da década de 2000, Campo Verde começou seu processo de transição do setor primário para o secundário, com a implantação de empresas ligadas a cadeia produtiva da cotonicultura e a outros segmentos.
Passados pouco mais de duas décadas, o processo de fortalecimento do setor industrial no município avança num ritmo constante. Em Campo Verde estão instaladas empresas que atuam no setor de beneficiamento de algodão, madeira, fiação, tecelagem, ração animal, pré-moldados de concreto, confecção, produtos químicos, biodiesel, fertilizante foliar, adubo orgânico, metalurgia e metal-mecânico.
O município é o maior polo têxtil de Mato Grosso, com 15 usinas de beneficiamento de algodão e cinco fiações instaladas. Uma das fiações é a mais moderna da América Latina e no auge de sua capacidade, produzirá 1,7 mil toneladas de fio/mês. A produção de fios em Campo Verde, que atualmente está em torno de 2,5 mil toneladas por mês, deve dobrar com os investimentos que estão sendo feitos no setor.
Soja
Depois do arroz, cultivado nas décadas de 1960 e 1970, a soja foi a segunda lavoura a ocupar as terras na região do futuro município de Campo Verde. A cultura foi introduzida na década de 1980 e os bons resultados obtidos fizeram com que a área cultivada com a leguminosa aumentasse a cada ano.
De acordo com os números anualmente são cultivados 235 mil hectares de soja em Campo Verde, com produtividade média de 3,6 mil quilos por hectare. Há registro de média superior a 60 sacas em áreas isoladas.
A soja é responsável por fomentar vários setores da economia local. No setor comercial, movimenta os segmentos de máquinas, implementos e insumos agrícolas. A construção civil e o mercado imobiliário são outros beneficiados pelos excelentes resultados das lavouras.
Suinocultura
A criação de suínos em Campo Verde teve início em meados da década de 1990, com a implantação das primeiras granjas. Favorecida pela abundância de matéria-prima para produção de ração, a atividade se consolidou no município
Atualmente, nas granjas de Campo Verde são criados 65,5 mil animais, com um plantel de 5,7 mil matrizes. Com cinco granjas comerciais, o município é 9° maior produtor de suínos em Mato Grosso.
A partir da metade da década de 2000, a suinocultura entrou no processo de verticalização, com criadores fazendo o que se chama de ciclo completo, ou seja, criam, engordam, abatem os animais, processam e comercializam a carne.
Milho
O milho safrinha, hoje chamado milho de segunda safra, que no início era cultivado apenas para ocupar o solo no período de entressafra da soja, é hoje uma importante cultura e contribui significativamente com a economia de Campo Verde.
Graças à produtividade das lavouras, que é de 110 sacas por hectare, podendo, excepcionalmente, superar 140 sacas em áreas isoladas, a área com milho safrinha em Campo Verde tem aumentando ano a ano, chegando a 95 mil hectares cultivados na safra 2021.
O milho produzido no município é exportado para outros países e absorvido pelas indústrias de ração de Mato Grosso e de outros estados brasileiros. A grande oferta de milho em Campo Verde favorece ainda a exploração de outras atividades, como a avicultura de postura e a criação de suínos e outros animais.
Campo Verde é uma pequena cidade que se destaca pelo elevado potencial de consumo e pela alta regularidade das vendas no ano. O desempenho econômico e o pequeno número de novas oportunidades claras de negócios são os pontos de atenção.
De janeiro a julho de 2024, foram registradas 6,9 mil admissões formais e 5,6 mil desligamentos, resultando em um saldo de 1267 novos trabalhadores.
Até agosto de 2024 houve registro de 242 novas empresas em Campo Verde, sendo que 14 atuam pela internet.
Turismo e Lazer
Campo Verde é um daqueles lugares onde a natureza reuniu clima e solo favoráveis à agricultura e belezas naturais capazes de formar um cenário de rara beleza. São morros, serras, rios, riachos, lagos, cavernas e formações rochosas que encantam moradores e visitantes.
Capim Branco: história e belezas
Um dos mais belos cenários está na região da comunidade histórica de Capim Branco, que, além de casas centenárias, construídas durante o processo de ocupação da região, ainda no século 19, é cercada pelos morros da Cruz e da Rapadura.
No primeiro, uma cruz de madeira erigida em 1933 por um morador conhecido como “Pedro Boleiro”, tornou-se símbolo de fé e ponto de peregrinação da comunidade. No morro da Rapadura, um pequeno sítio arqueológico, formado por inscrições rupestres, comprava que o homem já habitava a região há mais de 4,5 mil anos.
Na comunidade está instalado o Museu da História de Campo Verde, em um prédio que é réplica da primeira estação telegráfica do interior de Mato Grosso, construída pelo Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon e inaugurada em 1896. Seu acervo é formado por fotos e utensílios utilizados pelos pioneiros.
Capim Branco, que tem no seu entorno várias cachoeiras, conta com uma pequena estrutura capaz de oferecer conforto aos visitantes, como restaurantes, pesque e pague e um balneário dotado de piscina e área de descanso. As cachoeiras estão em áreas particulares e a visitação só pode ser feita com autorização dos proprietários.
Fazenda Água Fria
Distante 49 quilômetros do centro de Campo Verde é na Fazenda Água Fria que está localizada a Caverna “Aroe Jari”, também conhecida como “Caverna do Francês”. Com cerca de 1,5 mil metros de extensão, tem em seu interior a “Lagoa Azul”, que ganhou esse nome devido à coloração azulada da água causada pela incidência dos raios do sol em determinadas épocas do ano.
Na Fazenda Água Fria estão também a “Ponte de Pedra”, a “Pedra do Monjolo” e a cachoeira Almiscarada. Com cerca de 10 metros de altura, a queda d água é uma das mais belas da região. Outro atrativo da propriedade é a caverna “Kiodo Brado”. Com cerca de 200 metros de extensão e 50 de altura, o atrativo se assemelha a uma grande catedral.
Na Fazenda Água Fria, o visitante encontra uma estrutura pronta para recebê-lo, como trilhas, pontes suspensas, chuveiros, banheiros, restaurantes, área para descanso e guias treinados.
Cidade de Pedra
Localizada em uma fazenda a cerca de 25 quilômetros de Campo Verde, na região da Agrovila João Ponce de Arruda, a “Cidade de Pedra” tem esse nome devido às formações rochosas que afloram em meio ao cerrado. O lugar conta também com um cânion com 600 metros de cumprimento, 80 metros de largura e 50 metros de profundidade. O atrativo está em uma propriedade particular onde a entrada só é permitida com autorização e não conta com infraestrutura para receber turistas.
A região da Agrovila é rica em cachoeiras. São Pelo menos 10 localizadas em propriedades particulares, algumas delas com mais de 15 metros de altura, e várias outras de porte menor, além de corredeiras de águas cristalinas.
Referências para o texto: Wikipédia ; Weather Spark ; Caravela ; Site da Prefeitura Municipal ; Site da Câmara Municipal .
História
Antes de ser criada a cidade de Campo Verde, o primeiro núcleo de povoamento no território campoverdense foi no Capim Branco ou Coronel Ponce. Generoso Paes Leme de Souza Ponce foi um político que governou o Estado no início do século XX.
A denominação Capim Branco foi a primeira, sendo que até os dias de hoje, os mais antigos moradores se referem ao lugar por este nome. Burity dos Borges é ponto histórico da região. Ali existe uma casa construída de “adobes”, abrigando diversos cômodos. Não fica muito longe de Capim Branco, sendo o lugar onde os membros da família Borges Fernandes se fixaram. Esta família, liderada por Diogo Borges, chegou à região na década de 1880, procedente de Uberaba, Minas Gerais – fugiam de perseguições políticas, causadas por idéias monarquistas e republicanas. Campo Verde recebeu status de município pela Lei Estadual nº 5314, de 4 de julho de 1988, com território desmembrado dos municípios de Cuiabá e Dom Aquino.
As primeiras famílias a se estabelecerem na região que hoje forma o município de Campo Verde foram os Borges e os Fernandes. Vindas de Uberlândia (MG) em 1886 e lideradas por Diogo Borges e Zeca Camilo Fernandes, as famílias formaram a Fazenda Buriti dos Borges, que por muitos anos foi referência geográfica da região, e a Fazenda Deputado.
Em 1896 foi inaugurada na localidade de Capim Branco uma das primeiras estações telegráficas de Mato Grosso, construída sob o comando do major Gomes Carneiro, que tinha como seu ajudante de ordens o então alferes e futuramente marechal, Cândido Mariano da Silva Rondon. Tanto a casa construída por Diego Borges como algumas construções centenárias em Capim Branco ainda resistem ao tempo, destino diferente do que teve a estação telegráfica, destruída pela ação do tempo e do homem. Uma réplica da antiga construção foi construída para abrigar o Museu da História de Campo Verde, que tem um acervo formado por fotos antigas e utensílios utilizados pelos primeiros moradores da região. Por quase um século, a região viveu um período de estagnação, sem nenhuma atividade econômica de destaque. Apenas a agricultura e a pecuária de subsistência eram praticadas pelos moradores. A partir da segunda metade da década de 1960, esse cenário começou a mudar. Com a chegada das primeiras famílias vindas do Sul do Brasil, o cerrado inóspito e improdutivo ganhou um novo impulso com o cultivo do arroz de sequeiro.
Em 1974, o gaúcho Otávio Eckert instalou um posto de combustível no entroncamento BR-070 com a MT-140. O empreendimento foi e embrião da futura cidade. Visionário e confiante no potencial da região, Eckert criou o loteamento Campo Real. Com a expansão da atividade agrícola e o crescimento populacional, em 1988 o então distrito de Posto Paraná, como a localidade passou a ser chamada, se emancipou de Dom Aquino. Um plebiscito realizado entre os moradores mudou o nome do lugar para Campo Verde.
Por muitas décadas a região viveu apenas da pecuária e da agricultura de subsistência, até que na década de 1970, com a chegada de migrantes vindo do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Campo Verde deu os primeiros sinais de progresso. Primeiro foi o cultivo de arroz que impulsionou a economia local, depois à soja ocupou o cerrado e trouxe mais riquezas para o futuro município.
Em 1974, chegou à região o Senhor Otávio Eckert, gaúcho de Carazinho, que adquiriu terras e fundou a Fazenda Campo Real. No ano seguinte abriu o Posto Paraná, às margens da BR-70, o primeiro grande estabelecimento comercial do lugar. Por muitos anos o povoado ficou conhecido pelo nome de Posto Paraná. Eckert anteviu o surgimento de uma grande cidade neste lugar. Olhou para o lado e animou-se com o regular aumento populacional do bairro Jupiara. Surgiu então o Loteamento Campo Real. Não demorou muito e parte de suas terras estavam loteadas. A partir daí iniciou-se a venda de lotes urbanos a quem quisesse construir casas na futura Campo Verde. O processo colonizador fortaleceu-se com a instalação de rede de energia elétrica da Fazenda Olvebra até o Posto Paraná. Em seguida Eckert mandou furar um poço artesiano, construiu um posto telefônico e uma escola com três salas de aula.
Em 4 de julho de 1988, por Otávio Eckert, Campo Verde conquistou a tão sonhada emancipação político administrativa. Localizado na região sul do estado, numa altitude de 736 metros acima do nível do mar, Campo Vede tem clima tropical, com temperaturas variando entre 18 e 24 graus, com a mínima oscilando entre 10 e máxima 34 graus. A precipitação pluviométrica entre 9 e 225 milímetros, sendo que a estação chuvosa vai de dezembro a maio. A vegetação predominante é o cerrado com 97% da área, e 3% de mata. O município é banhado pelos rios: Rio São Lourenço, Rio das Mortes, Rio Aricá Mirim, Rio Cumbica, Rio Roncador, Rio Ximbica, Rio Galheiros e Rio da Casca.
A Lei nº. 5.314, de 04 de julho de 1988, de autoria dos deputados Moisés Feltrin e Hermes de Abreu, criaram o município de Campo Verde, com território desmembrado dos municípios de Cuiabá e Dom Aquino.
O município é banhado pelos rios: Rio São Lourenço, Rio das Mortes, Rio Aricá Mirim, Rio Cumbica, Rio Roncador, Rio Ximbica, Rio Galheiros e Rio da Casca.Campo Verde é considerado a capital nacional do algodão, pois com o clima e o solo favoráveis, o município é o maior produtor de algodão em pluma do Brasil, com uma produtividade média de 250 arrobas por hectare.
Campo Verde foi o primeiro destino preparado para o turismo tecnológico. Aqui pulsa o agronegócio em harmonia com o ecoturismo. É um novo segmento que ajuda o mercado de vendas de produtos turísticos. O turismo tecnológico tem atraído turistas, principalmente estrangeiros, todavia atinge estudantes, graduados em áreas afins, empresários e investidores.
Geografia
Localiza-se a uma latitude 15º32'48" sul e a uma longitude 55º10'08" oeste, estando a uma altitude de 736 metros.
Clima
Em Campo Verde, o verão é longo, quente, abafado, com precipitação e de céu quase encoberto; o inverno é curto, agradável e de céu quase sem nuvens. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 16 °C a 31 °C e raramente é inferior a 10 °C ou superior a 36 °C.
Baseado no índice de turismo, a melhor época do ano para visitar Campo Verde e realizar atividades de clima quente é do início de maio ao início de setembro.
Economia
Avicultura de Postura
A criação de aves de postura é outra atividade economicamente forte em Campo Verde e que encontrou no município as condições ideais para se desenvolver. Implantada no início dos anos 90, a atividade é explorada hoje em quatro grandes granjas que utilizam tecnologia de ponta no manejo das aves e no processo de produção dos ovos.
Com um plantel formado por 2,3 milhões de aves, a produção diária de ovos chega a 5,1 mil caixas com 30 dúzias cada, o que representa 1,84 milhão de ovos/dia. Toda o sistema de coleta e embalagem dos ovos, e também o abastecimento dos comedouros, é automatizado, o que garante a sanidade das aves e a qualidade do produto final. Campo Verde é o segundo maior produtor de ovos de Mato Grosso.
Agricultura Familiar
Campo Verde conta com seis assentamentos da reforma agrária e um do extinto Banco da Terra, além duas comunidades rurais tradicionais onde vivem 2.097 famílias em 1.197 propriedades. As principais atividades desenvolvidas nas propriedades, que têm entre 12 e 25 hectares, são ligadas à agricultura familiar. Os pequenos produtores cultivam em suas áreas verduras, legumes e frutas. Também criam pequenos animais – como suínos e frango semicaipira – e criam gado de leite.
Os assentamentos existentes em Campo Verde, dada a grande produtividade de hortifrutigranjeiros e à organização social, são considerados exemplos de Reforma Agrária. Um dos mais produtivos é o Santo Antônio da Fartura, que, de acordo com as estimativas, produz 70% dos produtos hortifrutigranjeiros consumidos em Cuiabá e Várzea Grande.
Algodão
O algodão começou a ser implantado em Campo Verde em 1996, com as primeiras áreas sendo cultivadas ainda de forma experimental. O bom desenvolvimento das lavouras, a ótima produtividade alcançada e a excelente qualidade da fibra, fizeram com que o cultivo do algodão se expandisse e se transformasse em uma das principais bases de sustentação da economia do município.
Os resultados obtidos na cotonicultura, graças às características climáticas – com períodos de seca e de chuva bem definidos, ao solo e ao alto grau de tecnologia aplicada no cultivo das lavouras, colocam Campo Verde entre os 3 maiores produtores da fibra em Mato Grosso. Em termos de Brasil, o município é o 4ª maior produtor. Na safra 2021, de acordo com o IBGE, foram cultivados em Campo Verde 72,5 mil hectares com algodão, com uma produtividade média de 3,7 mil quilos por hectare.
Industrialização
A partir do final dos anos de 1990 e o início da década de 2000, Campo Verde começou seu processo de transição do setor primário para o secundário, com a implantação de empresas ligadas a cadeia produtiva da cotonicultura e a outros segmentos.
Passados pouco mais de duas décadas, o processo de fortalecimento do setor industrial no município avança num ritmo constante. Em Campo Verde estão instaladas empresas que atuam no setor de beneficiamento de algodão, madeira, fiação, tecelagem, ração animal, pré-moldados de concreto, confecção, produtos químicos, biodiesel, fertilizante foliar, adubo orgânico, metalurgia e metal-mecânico.
O município é o maior polo têxtil de Mato Grosso, com 15 usinas de beneficiamento de algodão e cinco fiações instaladas. Uma das fiações é a mais moderna da América Latina e no auge de sua capacidade, produzirá 1,7 mil toneladas de fio/mês. A produção de fios em Campo Verde, que atualmente está em torno de 2,5 mil toneladas por mês, deve dobrar com os investimentos que estão sendo feitos no setor.
Soja
Depois do arroz, cultivado nas décadas de 1960 e 1970, a soja foi a segunda lavoura a ocupar as terras na região do futuro município de Campo Verde. A cultura foi introduzida na década de 1980 e os bons resultados obtidos fizeram com que a área cultivada com a leguminosa aumentasse a cada ano.
De acordo com os números anualmente são cultivados 235 mil hectares de soja em Campo Verde, com produtividade média de 3,6 mil quilos por hectare. Há registro de média superior a 60 sacas em áreas isoladas.
A soja é responsável por fomentar vários setores da economia local. No setor comercial, movimenta os segmentos de máquinas, implementos e insumos agrícolas. A construção civil e o mercado imobiliário são outros beneficiados pelos excelentes resultados das lavouras.
Suinocultura
A criação de suínos em Campo Verde teve início em meados da década de 1990, com a implantação das primeiras granjas. Favorecida pela abundância de matéria-prima para produção de ração, a atividade se consolidou no município
Atualmente, nas granjas de Campo Verde são criados 65,5 mil animais, com um plantel de 5,7 mil matrizes. Com cinco granjas comerciais, o município é 9° maior produtor de suínos em Mato Grosso.
A partir da metade da década de 2000, a suinocultura entrou no processo de verticalização, com criadores fazendo o que se chama de ciclo completo, ou seja, criam, engordam, abatem os animais, processam e comercializam a carne.
Milho
O milho safrinha, hoje chamado milho de segunda safra, que no início era cultivado apenas para ocupar o solo no período de entressafra da soja, é hoje uma importante cultura e contribui significativamente com a economia de Campo Verde.
Graças à produtividade das lavouras, que é de 110 sacas por hectare, podendo, excepcionalmente, superar 140 sacas em áreas isoladas, a área com milho safrinha em Campo Verde tem aumentando ano a ano, chegando a 95 mil hectares cultivados na safra 2021.
O milho produzido no município é exportado para outros países e absorvido pelas indústrias de ração de Mato Grosso e de outros estados brasileiros. A grande oferta de milho em Campo Verde favorece ainda a exploração de outras atividades, como a avicultura de postura e a criação de suínos e outros animais.
Campo Verde é uma pequena cidade que se destaca pelo elevado potencial de consumo e pela alta regularidade das vendas no ano. O desempenho econômico e o pequeno número de novas oportunidades claras de negócios são os pontos de atenção.
De janeiro a julho de 2024, foram registradas 6,9 mil admissões formais e 5,6 mil desligamentos, resultando em um saldo de 1267 novos trabalhadores.
Até agosto de 2024 houve registro de 242 novas empresas em Campo Verde, sendo que 14 atuam pela internet.
Turismo e Lazer
Campo Verde é um daqueles lugares onde a natureza reuniu clima e solo favoráveis à agricultura e belezas naturais capazes de formar um cenário de rara beleza. São morros, serras, rios, riachos, lagos, cavernas e formações rochosas que encantam moradores e visitantes.
Capim Branco: história e belezas
Um dos mais belos cenários está na região da comunidade histórica de Capim Branco, que, além de casas centenárias, construídas durante o processo de ocupação da região, ainda no século 19, é cercada pelos morros da Cruz e da Rapadura.
No primeiro, uma cruz de madeira erigida em 1933 por um morador conhecido como “Pedro Boleiro”, tornou-se símbolo de fé e ponto de peregrinação da comunidade. No morro da Rapadura, um pequeno sítio arqueológico, formado por inscrições rupestres, comprava que o homem já habitava a região há mais de 4,5 mil anos.
Na comunidade está instalado o Museu da História de Campo Verde, em um prédio que é réplica da primeira estação telegráfica do interior de Mato Grosso, construída pelo Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon e inaugurada em 1896. Seu acervo é formado por fotos e utensílios utilizados pelos pioneiros.
Capim Branco, que tem no seu entorno várias cachoeiras, conta com uma pequena estrutura capaz de oferecer conforto aos visitantes, como restaurantes, pesque e pague e um balneário dotado de piscina e área de descanso. As cachoeiras estão em áreas particulares e a visitação só pode ser feita com autorização dos proprietários.
Fazenda Água Fria
Distante 49 quilômetros do centro de Campo Verde é na Fazenda Água Fria que está localizada a Caverna “Aroe Jari”, também conhecida como “Caverna do Francês”. Com cerca de 1,5 mil metros de extensão, tem em seu interior a “Lagoa Azul”, que ganhou esse nome devido à coloração azulada da água causada pela incidência dos raios do sol em determinadas épocas do ano.
Na Fazenda Água Fria estão também a “Ponte de Pedra”, a “Pedra do Monjolo” e a cachoeira Almiscarada. Com cerca de 10 metros de altura, a queda d água é uma das mais belas da região. Outro atrativo da propriedade é a caverna “Kiodo Brado”. Com cerca de 200 metros de extensão e 50 de altura, o atrativo se assemelha a uma grande catedral.
Na Fazenda Água Fria, o visitante encontra uma estrutura pronta para recebê-lo, como trilhas, pontes suspensas, chuveiros, banheiros, restaurantes, área para descanso e guias treinados.
Cidade de Pedra
Localizada em uma fazenda a cerca de 25 quilômetros de Campo Verde, na região da Agrovila João Ponce de Arruda, a “Cidade de Pedra” tem esse nome devido às formações rochosas que afloram em meio ao cerrado. O lugar conta também com um cânion com 600 metros de cumprimento, 80 metros de largura e 50 metros de profundidade. O atrativo está em uma propriedade particular onde a entrada só é permitida com autorização e não conta com infraestrutura para receber turistas.
A região da Agrovila é rica em cachoeiras. São Pelo menos 10 localizadas em propriedades particulares, algumas delas com mais de 15 metros de altura, e várias outras de porte menor, além de corredeiras de águas cristalinas.
Referências para o texto: Wikipédia ; Weather Spark ; Caravela ; Site da Prefeitura Municipal ; Site da Câmara Municipal .