sábado, 1 de fevereiro de 2025

SANTANA DO PARAÍSO - MINAS GERAIS

Santana do Paraíso é um município brasileiro no interior do estado de Minas Gerais, Região Sudeste do país. Localiza-se no Vale do Rio Doce e pertence à Região Metropolitana do Vale do Aço, estando situado a cerca de 240 km a leste da capital do estado. Ocupa uma área de pouco mais de 276 km², sendo 11 km² em área urbana, e sua população em 2022 era de 44.800 habitantes.
O desbravamento da região da atual cidade teve início no século XIX, em expedições a mando de Dom João VI de Portugal que tinham como objetivo ocupar a região, o que só foi possível após a catequização dos indígenas locais por Guido Marlière, após 1819. Ele também foi o responsável pela abertura de estradas, que passaram a ser utilizadas por tropeiros. Na Cachoeira do Engenho Velho, próxima ao atual Centro da cidade, estabeleceu-se um ponto de descanso, que mais tarde se tornaria uma fazenda e um centro comercial, ao redor dos quais se formou o povoado conhecido como Taquaraçu, transformado no distrito de Santana do Paraíso em 1892.
O local registrou novos períodos de desenvolvimento sob influência dos complexos industriais do atual Vale do Aço entre as décadas de 40 e 50, sendo escolhido para a construção do Aeroporto de Ipatinga em 1959, que ainda é o único da região. O fácil acesso a Ipatinga, sede da Usiminas, incentivou o desenvolvimento urbano e a formação de um novo núcleo urbano em uma conurbação com a cidade vizinha, paralela à sede original do antigo distrito. Sob o status de cidade dormitório e em face de investimentos recentes na área da indústria em seu território, a emancipação ocorreu em 1992. A manutenção da atividade industrial na região contribuiu para a formação da Região Metropolitana do Vale do Aço, que corresponde a um dos principais polos urbanos do interior do estado.
Além da importância econômica e demográfica, o município também abriga diversas trilhas, matas, lagoas e cachoeiras abertas à visitação. Na cidade, um dos principais marcos é a Igreja Matriz de Santana, mantida pela paróquia local. O grupo de congado, o artesanato e eventos festivos, tais como o aniversário da cidade e as comemorações religiosas da Festa do Divino e do dia de Santa Ana, padroeira municipal, são algumas das principais manifestações culturais.
História
Colonização da região

A área do atual município de Santana do Paraíso não reportou uma significativa colonização até meados do século XIX, exceto representantes dos Nack-ne-nuck, descendentes dos botocudos. Expedições à procura de metais preciosos também estiveram na região nas áreas próximas ao rio Doce, porém o desbravamento teve início somente após 1809, a mando de Dom João VI de Portugal, que visava a civilizar os indígenas do Vale do Rio Doce. Dessa forma, as terras foram repassadas a Antônio Rodrigues Taborda, que comandou as operações de ocupação, no entanto a resistência dos nativos, a mata densa e a proliferação de doenças tropicais desincentivavam a exploração.
Em 1819, o francês Guido Marlière foi nomeado administrador da região do rio Doce, tendo conquistado a pacificação dos índios e a abertura de estradas, muitas das quais passaram a ser utilizadas por tropeiros. Uma dessas estradas, que ligava Antônio Dias e Coronel Fabriciano a Ferros, passava pela Cachoeira do Engenho Velho, próxima ao atual Centro de Santana do Paraíso, onde se estabeleceu um ponto de parada. Esse local ficou conhecido como Taquaraçu, que significa "grande bambu", e se transformou em um ponto de referência e centro comercial, dando início ao surgimento de um povoamento.
Expansão populacional e econômica
O primeiro ponto comercial de Taquaraçu foi a Fazenda da Cachoeira do Engenho, que com o passar do tempo equipou-se com moinho, máquinas de limpar café e arroz e armazéns de cereais. A produtividade das terras, a farta caça e a variedade de cursos hídricos propícios à pesca incentivaram a locação de novos moradores. Expedições foram realizadas seguindo o curso do ribeirão do Achado e seus afluentes sob o contexto de explorar as terras locais, por volta de 1845. Em 16 de agosto de 1885, um grupo de moradores fez uma doação de terras em nome de Santa Ana, onde seriam construídas residências destinadas aos pobres. Nessa mesma ocasião, ocorreu a consagração da primeira igreja do povoado, dedicada a São Vicente.
Dado o desenvolvimento do povoado, pela Lei Municipal nº 26, de 16 de novembro de 1892, houve a criação do distrito, com a denominação de Ipanema e subordinado a Itabira. Pela Lei Estadual nº 556, de 30 de agosto de 1911, o distrito recebeu a denominação de Santana do Paraíso e passou a pertencer a Ferros, no entanto foi transferido para o município de Mesquita pela Lei Estadual nº 843, de 7 de setembro de 1923. A denominação "Santana do Paraíso" é uma referência à padroeira Santa Ana e aos atrativos naturais, que lembram um "paraíso". O local registrou novos períodos de desenvolvimento sob influência da instalação da Acesita em Timóteo, na década de 1940, e da Usiminas em Ipatinga, na década de 1950.
A proximidade de Santana do Paraíso com o chamado Vale do Aço, aliada ao fácil acesso a Ipatinga por meio da MG-232, favoreceu a expansão do núcleo urbano original do distrito. Por outro lado, uma nova zona de desenvolvimento se estabeleceu em outro trecho do território municipal, próximo à divisa com Ipatinga, cortado pela BR-381 e BR-458. Às margens dessas rodovias se estabeleceram diversos loteamentos, em especial após a década de 1980, tendo em vista também a instalação do Aeroporto de Ipatinga em território paraisense em 1959, próximo à BR-381. Com a locação desses novos bairros, surge uma conurbação com a zona urbana de Ipatinga paralela à sede original de Santana do Paraíso, incorporando o atual município à aglomeração urbana do Vale do Aço.
Emancipação e século XXI
Pelo fato de ser limítrofe com o perímetro urbano de Ipatinga e o fácil acesso a este, Santana do Paraíso observa as maiores taxas de evolução populacional do Vale do Aço entre as décadas de 90 e 2000. A estruturação de um Distrito Industrial na região do Aeroporto de Ipatinga também incentivou a instalação de empresas no território municipal. Tal desenvolvimento levou à emancipação mediante a Lei Estadual nº 10.704, de 27 de abril de 1992 e publicada em 28 de abril de 1992, instalando-se a 1º de janeiro de 1993. Nas áreas antes utilizadas para a agricultura e pecuária, aos poucos houve uma substituição pelo cultivo do eucalipto destinado a alimentar as usinas de produção de celulose da Cenibra, em Belo Oriente, cujos domínios de reflorestamento dominavam mais de 40% do território paraisense ao começo da década de 2010.
Sob o status de cidade dormitório e a proximidade da Usiminas, o município veio a receber investimentos e receitas da empresa, a exemplo das operações do aeroporto e da construção do aterro industrial juntamente ao aterro sanitário da Central de Resíduos do Vale do Aço (CRVA), inaugurado em 2003. Na década de 2000, também houve um projeto de construir uma unidade industrial no município, no entanto o projeto não foi procedido em decorrência da crise financeira de 2008–2012.
Paralelo ao desenvolvimento econômico do município, a conurbação com o aglomerado do Vale do Aço com ou sem relação com as empresas locais gerou, a partir da década de 1990, um crescimento de ocupações desorganizadas, desmatamento e loteamentos precários, em especial na periferia da cidade. Tendo em vista o súbito aumento populacional e a emancipação relativamente recente, Santana do Paraíso ficou carente de recursos e estrutura para promover as políticas públicas necessárias. Dessa forma, o crescimento urbano do município não foi acompanhado pelo desenvolvimento econômico e social que fosse capaz de suprir às necessidades da população.
Geografia
A área do município é de 276,067 km², representando 0,1713 % do estado de Minas Gerais, 0,1087 % da Região Sudeste do Brasil e 0,0118 % de todo o território brasileiro. Desse total 11,02 km² constituem a zona urbana. De acordo com a divisão regional vigente desde 2017, instituída pelo IBGE, o município pertence às Regiões Geográficas Intermediária e Imediata de Ipatinga. Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, fazia parte da microrregião de Ipatinga, que por sua vez estava incluída na mesorregião do Vale do Rio Doce.
Relevo e hidrografia
A composição do relevo é resultado de uma dissecação fluvial atuante nas rochas granito-gnáissicas do período Pré-Cambriano. As altitudes médias variam entre 200 metros, a sul do território municipal, nas áreas próximas ao curso do rio Doce; a 850 metros na região da Serra do Achado, a noroeste, atingindo 1.100 metros na região da nascente do ribeirão do Achado. A sede da cidade, por sua vez, situa-se a 300 metros de altitude. Pode-se inferir que as áreas a sul apresentam planícies e terrenos ligeiramente ondulados, enquanto que à medida que se aproxima da Serra do Achado, na extremidade noroeste, o relevo se torna fortemente acidentado.
Santana do Paraíso se encontra na bacia do rio Doce, o qual divide o município dos territórios de Caratinga e Ipaba. De forma geral, o território municipal é abrangido por quatro sub-bacias, cujos cursos principais correm para o rio Doce, sendo elas a dos córregos Bueiro e Entre Folhas e ribeirões Achado (144,4 km²) e Garrafa (45,7 km²), dentre as quais apenas as duas últimas citadas abrangem parcelas do perímetro urbano. O ribeirão do Achado nasce em uma área acidentada e além de conter centenas de outras nascentes em sua sub-bacia, abriga diversas cachoeiras em seu curso.
Municípios limítrofes e região metropolitana
Santana do Paraíso faz limites com os municípios de Belo Oriente a norte, Ipaba a leste, Caratinga a sudeste, Ipatinga a sul e Mesquita a oeste. O intenso crescimento da região tem tornado inefetivas as fronteiras políticas entre seus municípios, formando-se a Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA), envolvendo Santana do Paraíso juntamente com as cidades de Coronel Fabriciano, Ipatinga e Timóteo, além dos outros 24 municípios que fazem parte do chamado colar metropolitano. Conforme já citado, Santana do Paraíso configura-se como uma cidade dormitório para a RMVA, ao passo de sediar o único aeroporto da região e de ser o município com a maior disponibilidade de áreas propícias ao crescimento urbano. A região se tornou conhecida internacionalmente em virtude das grandes empresas que sedia, a exemplo da Cenibra (em Belo Oriente), Aperam South America (em Timóteo) e Usiminas (Ipatinga), todas com um considerável volume de produtos exportados, e apesar de seu povoamento recente, corresponde a um dos principais polos urbanos do interior do estado.
Clima
O clima paraisense é caracterizado como tropical quente semiúmido (tipo Aw segundo Köppen), com temperatura média anual de 24 °C e pluviosidade média de 1.150 mm/ano, concentrados entre os meses de outubro e abril. A estação chuvosa compreende os meses mais quentes, enquanto que a estação seca abrange os meses mornos. Outono e primavera, por sua vez, são estações de transição. A passagem entre os períodos seco e chuvoso é marcada por tempestades e amplitude térmica elevada, sobretudo entre o fim do inverno e a primavera.
As precipitações caem principalmente sob a forma de chuva e, esporadicamente, de granizo, podendo ainda vir acompanhadas de descargas elétricas e fortes rajadas de vento. De acordo com o Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (ELAT/INPE) em 2018, o município apresenta uma densidade de descargas de 2,007 raios por km²/ano, estando na 513ª posição a nível estadual e na 3.966ª a nível nacional. Nevoeiros ocorrem quando há combinação de alta umidade e baixas temperaturas. No entanto, baixos índices de umidade podem ser registrados durante a estação seca ou em longos veranicos. Nesses períodos, o ar seco em associação à poluição favorece a concentração de poluentes na atmosfera, contribuindo com a piora da qualidade do ar.
O vento dominante é originado na direção leste e, no período mais ventoso do ano, entre os dias 1º de agosto e 29 de novembro, a velocidade média é de 10,7 quilômetros, tendo uma ligeira concentração entre setembro e outubro. Na época mais calma, de março a junho, a velocidade média varia entre 8 e 9 quilômetros por hora. No Aeroporto de Ipatinga, há registros de valores extremos de temperatura que vão de 6 °C em 19 de maio de 2022 a 40 °C nos dias 31 de outubro de 2012 e 18 de novembro de 2023. Em 16 de outubro de 2015, a umidade relativa do ar mínima chegou a 17%.
Ecologia e meio ambiente
A vegetação nativa pertence ao domínio florestal Atlântico (Mata Atlântica), restando poucas regiões fragmentadas em meio a áreas reflorestadas, pastagens e ao perímetro urbano. O predomínio, no entanto, é da monocultura de reflorestamento com eucalipto, que ocupa área maior que o bioma original, tendo como finalidade a produção de matéria-prima para a fábrica de celulose da Cenibra. Em 2009, os plantios de eucalipto ocupavam 9 608,59 hectares ou 34,97% do território de Santana do Paraíso. Nesse mesmo ano, 187,36 hectares (0,68%) eram cobertos por cursos hídricos e 742,89 hectares (2,7%) eram áreas urbanizadas. Em 2014, as plantações de eucalipto ocupavam 140,830 km² (50,72% da área do município), enquanto que a Mata Atlântica nativa abrangia 10,220 km² (3,62% da área total).
Santana do Paraíso conta com uma área de proteção ambiental (APA), que aliada a áreas de preservação vizinhas, como a Serra dos Cocais em Coronel Fabriciano e outras APAs em Ipatinga e Belo Oriente, constitui um corredor ecológico até o Parque Estadual do Rio Doce (PERD), que por sua vez é o maior remanescente de Mata Atlântica e um dos principais sistemas lacustres do estado. Parte das APAs locais, no entanto, é usada para pastagens ou cultivo de eucalipto. A APA de Santana do Paraíso, criada pelo Decreto Municipal nº 066, de 10 de maio de 1999, conta com 19,12 km² e abriga, além de remanescentes de Mata Atlântica, diversas lagoas e cachoeiras que são abertas à visitação.
Alguns dos principais problemas ambientais que a cidade sofre são as enchentes, que no período chuvoso provocam grandes estragos nas áreas mais baixas e populosas, e os deslizamentos de terra nos morros e encostas. As causas desses embaraços muitas vezes são as construções de residências em encostas de morros e zonas de risco, além do lixo e do esgoto despejado nos córregos e ribeirões. A região central da cidade e o bairro Águas Claras, que se estabeleceram às margens de cursos hídricos, normalmente são algumas áreas das mais atingidas por enchentes. As queimadas florestais destroem a mata nativa, comprometendo a qualidade do solo e prejudicando ainda a qualidade do ar, sendo que a cidade também é afetada pela poluição atmosférica gerada nas usinas do Vale do Aço.
Economia
No Produto Interno Bruto (PIB) de Santana do Paraíso, destacam-se as áreas da indústria e de prestação de serviços. De acordo com dados do IBGE, relativos a 2020, o PIB a preços recorrentes do município era de R$ 776.863,19 mil. R$ 85.736,02 mil eram de impostos sobre produtos líquidos de subsídios a preços correntes e o PIB per capita era de R$ 21.964,52. Em 2010, 67,30% da população maior de 18 anos era economicamente ativa, enquanto que a taxa de desocupação era de 10,39%. Cabe ressaltar, no entanto, que em 2010, cerca de 50% da população se deslocava para outro município para trabalhar, dada a localização e o fácil acesso aos complexos industriais situados nos demais municípios da Região Metropolitana do Vale do Aço.
Em 2014, salários juntamente com outras remunerações somavam 93.725 mil reais e o salário médio mensal de todo município era de 1,9 salários mínimos. Havia 556 unidades locais e 545 empresas atuantes. Segundo o IBGE, 67,93% das residências sobreviviam com menos de salário mínimo mensal por morador (5.361 domicílios), 26,62% sobreviviam com entre um e três salários mínimos para cada pessoa (2.101 domicílios), 2,31% recebiam entre três e cinco salários (182 domicílios), 0,72% tinham rendimento mensal acima de cinco salários mínimos (57 domicílios) e 2,41% não tinham rendimento (190 domicílios).
Agropecuária
Em 2020, a pecuária e a agricultura acrescentavam 5.903,17 mil reais na economia de Santana do Paraíso, enquanto que em 2010, 6,45% da população economicamente ativa do município estava ocupada no setor. Segundo o IBGE, em 2014 o município possuía um rebanho de 5.715 bovinos, 177 equinos, 29 ovinos, 617 suínos e 5.885 aves, entre estas 1.368 galinhas. Neste mesmo ano, a cidade produziu 3.132 mil litros de leite de 2.174 vacas, 11 mil dúzias de ovos de galinha e 18.798 quilos de mel de abelha.
Na lavoura temporária, são produzidos principalmente a mandioca (2.044 toneladas produzidas e 137 hectares cultivados), a cana-de-açúcar (600 toneladas produzidas e 15 hectares cultivados) e o feijão (56 toneladas e 75 hectares), além do amendoim e do milho. Já na lavoura permanente, destacam-se a banana (420 toneladas produzidas e 30 hectares cultivados), a laranja (50 toneladas e 15 hectares) e o coco (13 hectares).
Indústria e prestação de serviços
A indústria, em 2020, era o segundo setor mais relevante para a economia do município. 226.288,83 mil reais do PIB municipal eram do valor adicionado bruto do setor secundário. Grande parte dessa renda é originada no Distrito Industrial da cidade, que é administrado pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), foi estruturado em 2000 e conta com área de cerca de 920.965 m².
Dentre outros ramos, fazem-se presentes em Santana do Paraíso a fabricação de móveis e artefatos mobilísticos, a produção de alimentos e bebidas, a fabricação de produtos oriundos da metalurgia e a fábrica da Cimentos Cauê, além da extração de eucalipto destinado a abastecer a usina de celulose da Cenibra, situada no município de Belo Oriente. Em 2012, de acordo com o IBGE, foram extraídos 22.002 metros cúbicos de madeira em tora, sendo 100% desse total destinado à produção de papel e celulose. Segundo estatísticas do ano de 2010, 0,40% dos trabalhadores do município estavam ocupados no setor industrial extrativo e 21,48% na indústria de transformação.
Em 2010, 12,97% da população ocupada estava empregada no setor de construção, 1,35% nos setores de utilidade pública, 11,99% no comércio e 36,17% no setor de serviços e em 2020, 308.427,54 mil reais do PIB municipal eram do valor adicionado bruto do setor de serviços e 150.507,63 mil reais do valor adicionado da administração pública. O movimento comercial em Santana do Paraíso possui pouca representatividade se comparado aos demais municípios da Região Metropolitana do Vale do Aço, no entanto o município tem como principais vias de articulação econômica um trecho que compreende as avenidas Getúlio Vargas e Minas Gerais e a Rua Sagrados Corações, no Centro, região onde se concentram serviços públicos, estabelecimentos comerciais, instituições de ensino e unidades de saúde.
Infraestrutura
Saúde

A rede de saúde de Santana do Paraíso inclui 12 unidades básicas de saúde e um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), segundo informações de 2018. A cidade não conta com hospitais e leitos e isso obriga os atendimentos aos casos mais graves e as internações a serem realizadas nos municípios vizinhos. Havia, em 2010, 0,33 enfermeiros, 0,37 dentistas e 0,2 médicos para cada mil habitantes, abaixo das médias nacionais de 0,69, 0,54, e 1,5, respectivamente. Em 2017, foram registrados 169 óbitos por morbidades, dentre os quais as doenças do sistema circulatório representaram a maior causa de mortes (29,58%), seguida pelos tumores (19,52%). Ao mesmo tempo, foram registrados 673 nascidos vivos, sendo que o índice de mortalidade infantil no mesmo ano foi de 2,97 óbitos de crianças menores de um ano de idade a cada mil nascidos vivos. Cabe ressaltar que, em 2010, 3,35% das meninas de 10 a 17 anos tiveram filhos.
Educação
Segundo dados de 2013, havia curso de capacitação na área de gestão, tecnologia e informática ofertado no Centro Vocacional Tecnológico (CVT), unidade de ensino profissional mantida sob recursos do governo federal. No mesmo ano, também havia um campus do Centro Universitário de Caratinga (UNEC) que ofertava curso superior em pedagogia.
Transportes
O transporte aeroviário é possível por meio do Aeroporto de Ipatinga (IATA: IPN, ICAO: SBIP), denominado Aeroporto Regional do Vale do Aço, que se encontra no território de Santana do Paraíso. Construído pela Usiminas, está localizado a cerca de 3 km do Centro da cidade vizinha e beneficia a toda a Região Metropolitana do Vale do Aço com voos diários para a Região Metropolitana de Belo Horizonte, apesar de já ter ofertado outros destinos no passado. O município também é cortado pelas linhas da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), a qual possibilita o transporte ferroviário de passageiros através da estação localizada em Ipaba do Paraíso.
O município é cortado pelas rodovias federais BR-381, principal acesso à capital mineira e ao Espírito Santo; e BR-458, ligação do Vale do Aço até a BR-116. No entanto, apenas a MG-232 atende diretamente ao Centro da cidade, ligando-o a Ipatinga e até à MG-010, próxima à Região Metropolitana de Belo Horizonte. A Viação Univale fornece linhas diretas que ligam os principais bairros do município a Ipatinga.
Cultura
Santana do Paraíso conta com um conselho municipal de cultura, de caráter deliberativo e paritário e que foi criado em 2006. Também há legislações municipais de proteção ao patrimônio cultural material, ministradas por um setor da prefeitura que atua como órgão gestor da cultura no município.
Artes e folclore
Dentre os espaços culturais, destaca-se a existência de uma biblioteca mantida pelo poder público municipal e estádios ou ginásios poliesportivos. Há existência de equipes artísticas de teatro, dança, coral, folclore e grupos musicais. O artesanato também é uma das formas mais espontâneas da expressão cultural paraisense, sendo que, as principais atividades artesanais desenvolvidas são o bordado e trabalhos com materiais recicláveis. Na zona rural a agricultura familiar se destaca com a produção de linguiça, mel, café, doces, biscoitos, pães, requeijão e biscoito de polvilho, dentre outros alimentos caseiros. Por vezes, a produção artesanal do município é exportada para os municípios vizinhos.
A cidade possui um folclore rico e diversificado. Uma de suas principais manifestações culturais é o Congado de Nossa Senhora do Rosário, um tradicional grupo de marujada que canta marchas em homenagem à Nossa Senhora do Rosário em ocasiões festivas da cidade. Foi fundado por um grupo de agricultores década de 1960 e apesar de ter ameaçado se desestruturar com a morte de Albertino Daniel, um de seus pioneiros, a equipe persistia com cerca de 20 integrantes, segundo informações de 2011. Sob intermédio da Lei de Incentivo à Cultura, a Usiminas, em parceria com a prefeitura, ocasionalmente leva a Santana do Paraíso uma programação diversificada que envolve a realização de oficinas, espetáculos culturais e cinema. Esses eventos ocorrem tanto nas escolas quanto nas principais praças da cidade, abertos para a população em geral.
Marcos e eventos
Santana do Paraíso faz parte do Circuito Turístico Mata Atlântica de Minas Gerais, que foi oficializado em 2010 pela Secretaria de Estado de Turismo com o objetivo de estimular o turismo na região. Os principais atrativos naturais do município são as diversas trilhas, matas, lagoas e cachoeiras existentes na zona rural, alguns equipados com infraestrutura para os frequentadores. Dentre as cachoeiras mais frequentadas estão a do Engenho, de Cima, Bela Vista e da Bitinga. Muitos de seus pequenos rios são propícios à prática de esportes radicais, como aqua-trekking, e há formações rochosas utilizadas para escaladas e saltos de voo livre.
Um dos locais utilizados para saltos de voo livre é a Serra da Viúva, que atinge os 900 metros de altitude. Na formação geográfica está localizada a Rampa de Voo Livre José Paulino dos Santos, que é uma referência para a prática do esporte na região e já atraiu praticantes de outros estados e países. A serra é aberta à visitação e também possibilita a contemplação da paisagem.
Na zona urbana, destacam-se os bens que são tombados como patrimônio cultural pela prefeitura, sendo eles a Igreja Matriz de Santana, que está localizada na Praça da Matriz, no Centro de Santana do Paraíso, e é mantida pela Paróquia Santana; a gameleira da Avenida Minas Gerais, que é um marco situado no acesso à cidade pela MG-232; além do Casarão de Ipaba do Paraíso, que serviu como residência a ferroviários que trabalharam na locação da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) pela região e posteriormente também foi utilizado como escola e posto de saúde.
Dentre os principais eventos realizados regularmente em Santana do Paraíso, que configuram-se como importantes atrativos, destacam-se a Festa do Divino, que é realizada com a participação do Congado de Nossa Senhora do Rosário em janeiro; as festividades do aniversário da cidade, que é comemorado em 28 de abril mas tem programação que envolve dias seguidos de exposições, concursos, eventos religiosos, corrida rústica e espetáculos musicais com bandas regionais, além do bolo que simboliza a contagem de anos em metros; e a festa de Santa Ana, padroeira municipal, que ocorre anualmente em julho com barraquinhas com comida, apresentações musicais, celebrações religiosas especiais e o show pirotécnico que atraem milhares de pessoas em algumas edições.
Feriados
Em Santana do Paraíso há dois feriados municipais e oito feriados nacionais, além dos pontos facultativos. Os feriados municipais são o dia do aniversário da cidade, comemorado em 28 de abril; e o dia de Santa Ana, padroeira municipal, celebrado em 26 de julho.
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