quarta-feira, 11 de abril de 2018

Imagens do Brasil - Campina Grande - Paraíba


Campina Grande é um município brasileiro no estado da Paraíba. Considerada um dos principais polos industriais da Região Nordeste bem como principal polo tecnológico da América Latina segundo a revista americana Newsweek, foi fundada em 1 de Dezembro de 1697, tendo sido elevada à categoria de cidade em 11 de outubro de 1864.
Campina Grande é um importante centro universitário, contando com vinte e uma universidades e faculdades, sendo três delas públicas. É a cidade com proporcionalmente o maior número de doutores do Brasil, 1 para cada 590 habitantes, seis vezes a média nacional. Além de ensino superior, o município é destaque também em centros de capacitação para o nível médio e técnico. Uma evidência do desenvolvimento da cidade nos últimos tempos é o ranking da revista Você S/A, no qual Campina Grande aparece como uma das 100 melhores cidades para se trabalhar e fazer carreira do Brasil, única cidade do interior entre as capitais escolhidas no país. O município é ainda considerado a cidade mais dinâmica do Nordeste e a 6ª mais dinâmica do Brasil segundo "A Gazeta Mercantil" e foi apontada como uma das 20 metrópoles brasileiras do futuro.
O município sedia ainda variados eventos culturais, destacando-se os festejos de São João, que acontecem durante todo o mês de junho (chamado de "O Maior São João do Mundo"), encontros religiosos como o Encontro da Nova Consciência (ecumênico) e o Encontro para a Consciência Cristã (cristão), realizados durante o carnaval, além do Festival de Inverno e outros 20 eventos.
História
A urbanização do município tem um forte vínculo com suas atividades comerciais desde os primórdios até hoje. Primeiramente o município foi lugar de repouso para tropeiros, em seguida se formou uma feira de gado e uma grande feira geral (grande destaque no Nordeste). Posteriormente, o município deu um grande salto de desenvolvimento devido às atividades tropeiras e ao crescimento da cultura do algodão, quando Campina Grande chegou a ser a segunda maior produtora de algodão do mundo. Atualmente, o município tem grande destaque no setor de informática e desenvolvimento de softwares. Abaixo, seguem-se as etapas da urbanização do município de Campina Grande, passando pelos estados de "sítio", vila e município. Os estrangeiros deram forte contribuição ao desenvolvimento do Município, destacando-se os árabes, alemães, italianos e dinamarqueses, que influenciaram a política durante 20 anos no século XX.
Ocupação pelos índios Ariús - Normalmente a origem de Campina Grande é creditada à ocupação pelos índios Ariús no sítio de Campina Grande, liderados por Teodósio de Oliveira Lêdo, Capitão-mor dos Sertões, em 1 de dezembro de 1697. Entretanto, alguns autores não concordam com essa versão, sugerindo que o local já era povoado (com o nome de Campina Grande) na chegada de Teodósio com os Ariús. O Capitão-mor teria, nessa última versão, consolidado o povoado (que já encontrava-se povoado) e seu desenvolvimento, integrando o sertão com o litoral, levando em consideração que o posicionamento geográfico de Campina Grande é privilegiado, sendo passagem dos viajantes do oeste para o litoral paraibano.
Em 1750, Campina Grande é elevada a freguesia Nossa Senhora dos Milagres. Em 1787, Antônio Felipe Soares de Andrade Preterades resolve homenagear a Rainha de Portugal, D. Maria I, nomeando o local de Vila Nova da Rainha, e estabelecendo a primeira rua do núcleo urbano, com casas de taipa. A igreja construída no alto da ladeira deu origem a várias casas em seus arredores, no que é atualmente a Catedral de Campina Grande. O largo da Matriz, a rua onde foi construída a igreja, posteriormente tornou-se uma das ruas mais importantes da cidade: a Avenida Floriano Peixoto. A economia do povoado era sustentada pela feira das Barrocas, por onde passavam vários boiadeiros e tropeiros.
Surgimento da vila No fim do século XVIII, a Coroa pretendia criar novas vilas na província. Em 1787, o ouvidor da província da Paraíba, Antônio F. Soares, pediu ao governador de Pernambuco a criação de três vilas na capitania. Duas dessas vilas o ouvidor criaria em Caicó e em Açu, onde já havia povoamentos que, nesta época, faziam parte da Capitania da Paraíba. A outra, pretendia criar na região do Cariri. Campina Grande e Milagres eram as duas freguesias candidatas a virarem vila que estavam naquela região.
Assim, em abril de 1790, Campina Grande foi escolhida pelo Ouvidor Brederodes para se tornar vila, devido às suas terras cultivadas produzirem mais riquezas e principalmente devido à sua melhor localização, estando entre a capital no litoral e o sertão.
No dia 6 de abril, Campina Grande passou a ser chamada oficialmente de Vila Nova da Rainha, em homenagem à Rainha Dona Maria I.
O município - Em 11 de outubro de 1864, de acordo com a Lei Provincial nº 127, Campina Grande é elevada à categoria de município. Neste momento, a Paraíba tinha dezesseis vilas e mais seis cidades: Parahyba (atual João Pessoa), Mamanguape, Areia, Sousa e Pombal.
Na época, o município de Campina Grande tinha três largos, quatro ruas e cerca de trezentas casas. Possuía, ainda, duas igrejas: a da Matriz (hoje a Catedral) e a Igreja Nossa Senhora do Rosário, que veio a ser destruída mais tarde pelo prefeito Vergniaud Wanderley (hoje existe outra igreja com o mesmo nome). Possuía também uma cadeia e uma Câmara Municipal, Paço Municipal de Campina Grande entre outras construções.
Crescimento com o ouro branco - O algodão, no início do século XX, foi para Campina Grande a principal atividade responsável pelo crescimento da cidade, atraindo comerciantes de todas as regiões da Paraíba e de todo o Nordeste. Até a década de 1940, Campina Grande era a segunda maior exportadora de algodão do mundo, atrás somente de Liverpool, na Inglaterra. Por isto, Campina Grande já foi chamada de a "Liverpool brasileira". Devido ao algodão, nesses anos, Campina Grande viu crescer sua população de vinte mil habitantes, em 1907, para cento e trinta mil habitantes, em 1939, o que representa um crescimento de 650% em 32 anos. João Pessoa só chegou a possuir uma população equivalente na década de 1950.
É importante ressaltar que a cidade nunca produziu algodão, seu sucesso na atividade se deve ao fato de que Campina Grande era a única cidade do interior do Brasil a possuir uma máquina de beneficiamento de algodão, a matéria prima necessária para a produção vinha de cidades produtoras vizinhas.
O beneficiamento do algodão teve um impulso importante com a chegada das linhas ferroviárias para a cidade. Com o uso do trem, houve uma grande mudança na economia local: Campina Grande pôde mais facilmente exportar sua produção de algodão beneficiado (o "ouro branco"), assim como outros produtos para os portos mais próximos, principalmente o de Recife.
Tech City - Há muito tempo o município apresenta forte participação na área tecnológica. Em 1967, a cidade recebe o primeiro computador de toda a Região Nordeste do Brasil, que ficou no Núcleo de Processamento de Dados da Universidade Federal da Paraíba, Campus II (hoje Universidade Federal de Campina Grande). Hoje, tantos anos depois, Campina Grande é referência em se tratando de desenvolvimento de Software e de indústrias de informática e eletrônica.
Campina Grande possui cerca de setenta e seis empresas produtoras de software, o que representa mais de 500 pessoas de nível superior faturando, ao todo, 25 milhões de reais por ano, o que representa 20% da receita total do município.
O mais importante vínculo criado na cidade foi com o TecOut Center, em 2004, que fez aliança com a Fundação Parque Tecnológico da Paraíba, que desde 1984, em sua fundação em Campina Grande, deu origem a mais de 80 empresas de tecnologia. O TecOut Center surgiu com o objetivo de aproximar as empresas de tecnologias brasileiras das chinesas, propiciando uma interação tecnológica entre o Brasil e a China, gerando empregos e fortalecendo o desenvolvimento local.
Economia
As principais atividades econômicas do município de Campina Grande são: extração mineral; beneficiamento e de desenvolvimento de software; comércio varejista; culturas agrícolas; pecuária; indústrias de transformação, atacadista e serviços.
O município é grande produtor de software para exportação.
A posição privilegiada de Campina Grande contribui para que seja um centro distribuidor e receptor de matéria-prima e mão-de-obra de vários estados.
Setores - Em 2003, Campina Grande possuía aproximadamente 1229 fábricas (atividade industrial), 200 casas de comércio atacadista e 3200 unidades de comércio varejista. No setor de prestação de serviços, Campina Grande é um importante centro econômico, especialmente para as dezenas de cidades que fazem parte do Compartimento da Borborema. A área de informática movimenta anualmente cerca de 30 milhões de dólares (o que ainda é bem pouco perto do grande potencial dos softwares), com cerca de 50 empresas de pequenas, médio e grande porte. Na agricultura, destaca-se o algodão herbáceo, feijão, mandioca, milho, sisal, além de outros produtos de natureza hortifrutigranjeira que representam 6000 toneladas mensalmente comercializadas. A pecuária atua em função da bacia leiteira. Já em 1934, era inaugurada a primeira usina de pasteurização do município.
É uma cidade conhecida por Educação, que conta com mais de 7 IES, públicas e privadas.
Turismo e lazer
Campina Grande possui diversos pontos de atração turística, de lazer e eventos, dentre os quais podem ser mencionados.
Cidade cenográfica do São João de Campina Grande - Herdeira da cultura nordestina, Campina Grande luta por manter vivo o rico patrimônio representado pelas manifestações culturais e populares dessa região. A quadrilha junina, o pastoril, as danças folclóricas, o artesanato, etc., são alguns exemplos de manifestações da cultura popular que ainda encontram lugar na cidade.
Historicamente, Campina Grande teve, e continua tendo, papel destacado como polo disseminador da arte dos mais destacados artistas arraigados na cultura popular nordestina, a exemplo dos "cantadores de viola", "emboladores de coco", poetas populares em geral. Especialmente na música, é inegável a importância desta cidade na divulgação de artistas do quilate de Luiz Gonzaga, Rosil Cavalcante, Jackson do Pandeiro, Zé Calixto, dentre muitos, e até pelo surgimento de outros tantos como Marinês, Elba Ramalho, etc.
Eventos como "O Maior São João do Mundo", Festival de Violeiros, "Canta Nordeste", as vaquejadas que se realizam na cidade, além de programações específicas das emissoras de rádio campinenses, contribuem fortemente para a preservação da cultura regional. Campina Grande também é a sede do maior encontro de apologia cristã do mundo, o Encontro para a Consciência Cristã, que reúne milhares de pessoas das mais diversas denominações cristãs durante o carnaval, para debater temas ligados à fé, ética e sociedade. O evento foi incluído do calendário oficial da cidade em 2007 e no calendário turístico do Estado da Paraíba em 2015.
Áreas verdes e Parques- Destacam-se, entre outras: Açude de Bodocongó; Mata Florestal; Açude Velho; Açude Novo; Louzeiro; Parque das Pedras; Pirâmide do Parque do Povo; Parque do Povo; Arena Unifacisa; Praça Clementino Procópio; Praça da Bandeira; Outras áreas verdes que incluem o Parque da Criança, o Parque das Pedras, a Praça do Trabalho, Parque da Liberdade, dentre outras.
Cultura
Principais teatros - Teatro Municipal Severino Cabral; Teatro Paulo Pontes (anexo do Municipal); Teatro Raul Prhyston; Teatro Rosil Cavalcanti; Teatro Elba Ramalho; Teatro do Hotel Garden; Teatro do Espaço Clutural; SESC Centro; Teatro Facisa; Teatro Ariano Suassuna ; Colégio Motiva Ambiental
Museus - Museu Histórico e Geográfico de Campina Grande; Museu de História Natural; Museu de Artes Assis Chateaubriand; Museu Luiz Gonzaga; Museu de História e Tecnologia do Algodão; Museu Geológico da UFCG; Museu do Semiárido Nordestino da UFCG; Museu do Maior São João do Mundo; Museu de Esporte Plínio Lemos; Museu Vivo do Nordeste; Museu de Arte Popular da Paraíba; SESI Museu Digital.
Centros culturais - Centro Cultural Lourdes Ramalho; Espaço Cultural do SESC Centro; Espaço Cultural Casa Severino Cabral e o Centro de Cultura Hare Krisna.
Artesanato - A Vila do Artesão foi construído na gestão do então prefeito Veneziano Vital do Rêgo Neto. É um complexo com 77 lojas, 04 restaurantes, 04 lanchonetes e 06 galpões, onde, mais de trezentos artesãos e artesãs produzem e comercializam seus produtos.
Bibliotecas - Biblioteca Átila Almeida da UEPB; Biblioteca Central da Universidade Federal de Campina Grande; Biblioteca do Museu Histórico e Geográfico de Campina Grande; Biblioteca do SESC Açude Velho; Biblioteca José Alves Sobrinho Museu Assis Chateaubriand; Biblioteca do SESC Centro (Campina Grande); Biblioteca Municipal Félix Araújo; Biblioteca Central UNIFACISA; Biblioteca do Seminário Diocesano São João Maria Vianney; Núcleo Bibliotecário Campinense.
Academia de letras - A cidade tem sua academia de letras, denominada Academia Campinense de Letras, entidade literária máxima em Campina Grande.
Ensino Superior
Universidades e Faculdades - Universidade Federal de Campina Grande; Universidade Estadual da Paraíba; Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas - UNIFACISA; Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande - FCM; Escola Superior de Aviação Civil - ESAC; Faculdade Maurício de Nassau - UNINASSAU; Centro de Educação Superior Reinaldo Ramos - CESREI; Faculdade Anglo-Americano; Faculdade de Teologia e Filosofia da Católica - CATÓLICA; Universidade Corporativa da Indústria da Paraíba - UCIP; Instituto Campinense de Ensino Superior - ICES; União do Ensino Superior de Campina Grande - UNESC; Faculdade Paulista de Tecnologia; Universidade Estadual Vale do Acaraú UVA- UNAVIDA; Universidade Paulista - UNIP Universidade Norte do Paraná - UNOPAR; Fundação Universitária de Apoio ao Ensino, à Pesquisa e à Extensão - FURNE; Faculdade SENAI de Tecnologia; Faculdade Rebouças de Campina Grande - FRCG; Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ.

Referência para o texto: Wikipédia.