segunda-feira, 23 de abril de 2018

Imagens do Brasil - Ponta Grossa - Paraná


Ponta Grossa é um município brasileiro do estado do Paraná, distante 103 quilômetros da capital Curitiba.
Etimologia - O nome Ponta Grossa é a toponímia de uma grande colina coberta por um capão de mato que podia ser vista de longa distância pelos viajantes.Relata-se que os tropeiros, quando se aproximavam do lugar, a ele se referiam: “Estamos próximos ao capão da ponta grossa”. Entretanto, Manoel Cirillo Ferreira escreveu que Miguel da Rocha Carvalhães, proprietário de terras na região, teria mandado seu capataz Francisco Mulato escolher um local para sediar sua fazenda. Ao desincumbir-se, o capataz teria assim assim descrito o lugar: "Fica encostado naquele capão, que o senhor bem sabe, que tem a ponta grossa”. Outro escritor, Nestor Victor, relata que Miguel da Rocha Carvalhães doou as terras necessárias para a origem do povoado no lugar, que passou a ser assim chamado, devido a um capão próximo aos seus terrenos que formava uma ponta grossa”.
De todo modo, o nome descreve a colina e características da vegetação do local.
História - Ponta Grossa teve seu território palmilhado a partir do século XVI , quando os Campos Gerais foram cruzados por expedições espanholas que demandavam do litoral catarinense até Assunção, no Paraguai. Mais tarde foi sucessivamente movimentada por conta das bandeiras seiscentistas, notadamente as da preia indígena. Mas a posse efetiva da terra, com fins de ocupação e colonização, que resultou na fundação da cidade de Ponta Grossa, deu-se a partir de 1800, período em que os Campos Gerais estavam sob a jurisdição da Vila Nova de Castro.
Os primeiros povoadores que se estabeleceram em Ponta Grossa, foram fazendeiros paulistas, vindos especialmente pela abundância de pastos naturais e beleza dos Campos Gerais. Fixaram-se nas imediações dos rios Rio Verde e Pitangui, lançando as sementes de povoação do lugar. Pouco tempo depois beneditinos do Mosteiro dos Santos obtinham concessão destes campos, que chamaram Fazenda Bárbara. No entanto, em 1813, o governador interino da Província de São Paulo, D. Matheus Abreu Pereira, doava estas mesmas terras ao alferes Atanagildo Pinto Martins, bandeirante paranaense que perlustrou o caminho dos Campos de Palmas. Os beneditinos protestaram, alegando direitos adquiridos, apresentando o Termo de Concessão, mas de nada valeram os apelos, fincando a imensa área com o alferes Atanagildo.
Não demorou muito, e era senhor dos Campos Gerais, o capitão-mor José Góes e Moraes, que doou parte de suas terras aos jesuítas que nas proximidades do Ribeirão São Miguel, afluente do Rio Pitangui, ergueram a Capela de Santa Bárbara do Pitangui, onde estabeleceram o Curato da Companhia de Jesus que em pouco tempo conheceu extraordinário progresso. Paralelamente, os campos iam sendo sistematicamente ocupados, com o surgimento de grandes fazendas de gado. Neste período destaca-se a Fazenda Bom Sucesso, do sargento-mor Miguel da Rocha Ferreira Carvalhães, cujo limite abrangia área que hoje constitui o perímetro urbano de Ponta Grossa.
Onde hoje se encontra a Catedral Metropolitana, existia um rancho de pousada, erguido por tropeiros, junto a uma centenária figueira, sob a qual plantaram uma cruz. Era ali o ponto de parada de tropas e viajantes. Outro ponto de referência nesta época era a Casa-de-Telhas, construída pelos jesuítas para se relacionarem com povo da região. Nesta casa celebravam-se os ofícios do sacramento e festas religiosas. Em pouco tempo, em torno da Casa-de-Telha surgiram as primeiras choupanas.
O fazendeiro Miguel da Rocha Ferreira Carvalhães, antevendo o futuro do lugar, procurou incentivar seu progresso. Convocou os vizinhos, e também os fazendeiros Domingos Ferreira Pinto, Domingos Teixeira Lobo, Antonio da Rocha Carvalhães e Benedito Mariano Fernandes Ribas e expôs a necessidade de se efetivar uma povoação, visto que resolveriam as dificuldades das questões eclesiásticas e lides civis, pois estavam jurisdicionados à Vila Nova de Castro. Relata-se que Carvalhães teria ordenado a seu capataz, Francisco Mulato, que procurasse na invernada Boa Vista, de sua propriedade, um local apropriado para se começar uma nova povoação. O local escolhido teria sido o atual subúrbio da Boa Vista. Ao cumprir a missão Francisco Mulato teria dito "Sinhô sabe bem porque é encostado naquele capão que tem a ponta grossa".
Tendo aprovado o nome mas não a localização, o grupo de fazendeiros resolveu que o lugar do futuro povoado seria onde um pombo branco com um laço vermelho no pescoço, solto nas pradarias, viesse a pernoitar.
Depois de muitas revoadas, a ave pousou exatamente na cruz do rancho dos tropeiros, debaixo da centenária figueira lá existente, tendo esse fato sido interpretado como de bom augúrio e predestinação, para a efetiva povoação de Ponta Grossa. Algumas fontes dão o nome Estrela, como primitiva denominação de Ponta Grossa, "...porque podia ser vista de algumas léguas de distância, situada no meio dos campos, sobre uma eminência como a cidade atual ainda está" (Terra do Futuro - Nestor Victor).
A partir de então a povoação progrediu extraordinariamente. Em 15 de setembro de 1823, através de Alvará Imperial, foi criada a Freguesia de Estrela, sendo primeiro vigário da localidade o padre Joaquim Pereira da Fonseca. Em 1840 o patrimônio foi aumentado, por área denominada Rincão da Ronda e doada por Domingos Ferreira Pinto. Pela Lei Provincial nº 34, de 7 de abril de 1855, foi criado o município de Ponta Grossa, com território desmembrado do município de Castro, sendo devidamente instalado em 6 de dezembro do mesmo ano.
Em 1878, por iniciativa de Augusto Ribas, se iniciou a colonização russo-alemã no município.
A cidade conheceu grande progresso a partir de 2 de março de 1894, quando foi inaugurada a Estrada de Ferro Curitiba-Ponta Grossa, e dois anos depois teve inicio a construção da Ferrovia São Paulo-Rio Grande do Sul.
Em 1904 quando era prefeito Ernesto Guimarães Villela, foi inaugurado o sistema de iluminação elétrica fornecido pela a empresa Ericksen & Filho do próprio Guimarães e foi implantado o sistema de água e esgotos projetado e supervisionado pelos engenheiros Alvaro Souza Martins e Jacob Schamber.
Ponta Grossa foi berço de grandes nomes da política paranaense, sendo conhecida como "Capital Cívica do Paraná". Atualmente Ponta Grossa destaca-se como um dos mais industrializados municípios do Estado, sem contar a importância no setor turístico, com Furnas, Lagoa Dourada e a mística Vila Velha. Ponta Grossa é o maior parque industrial do interior do estado. A cidade, também conhecida como "Princesa dos Campos" e "Capital Cívica do Paraná".
Economia - A economia de Ponta Grossa teve três grandes impulsos durante o século XX. O primeiro em meados de 1900 com a instalação da ferrovia, o segundo na década de 70 com a instalação de grandes indústrias da área alimentícia e moageira, e o terceiro na segunda metade da década de 1990 com a instalação de grandes empresas nacionais do setor logístico e de produção e investimentos de grandes redes do setor de serviços.
O município está próximo dos principais mercados consumidores do país, São Paulo e Curitiba, e é ponto de passagem para a exportação de produtos pelo Porto de Paranaguá e pelo Corredor do Mercosul, rodovia que liga o Sudeste do Brasil aos países do Mercosul. É a quarta principal cidade exportadora paranaense e a décima do Sul, em especial, para o Japão e a Europa.
Indústrias - A cerca de dez quilômetros do centro da Ponta Grossa está o Distrito Industrial Ciro Martins. O complexo, localizado próximo à região do Bairro Cara-Cará, é o maior do interior do estado, atrás apenas de Curitiba e sua região metropolitana. A cidade tem indústrias nos seguintes ramos: extração de talco, pecuária, agroindústria (em particular a soja, que conferiu ao município o título de Capital Mundial da Soja), madeireiras, metalúrgicas como a MBR Indústria Metalúrgica Ltda fabricante de Sistemas de Armazenagem, Automação industrial, alimentícias, têxteis.
Algumas das plantas industriais instaladas em Ponta Grossa são: Ambev, DAF/Paccar, Frísia, Madero, MARS, Kurashiki, LP Masisa, Braslar Eletrodomésticos, Makita, Cervejarias Heineken, Continental, Tetra Pak, Beaulieu do Brasil, Cargill, Bunge, Louis Dreyfus Commodities, Nidera, Cooperativa Batavo, Batavia[desambiguação necessária], Sadia, CrownCork Embalagens, BO PACKAGING BRASIL Embalagens, entre outras, principalmente do ramo moageiro alimentício. Na região do Distrito Industrial também está instalado o armazém graneleiro da CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), o maior complexo armazenador de grãos do Brasil, com capacidade estática para 420 mil toneladas.
A posição geográfica estratégica garante a proximidade para o transporte para portos (de Paranaguá ou mesmo Santos, aeroportos (Curitiba e o projetado dos Campos Gerais) e países vizinhos, como Argentina e Paraguai.
O processo de industrialização aconteceu na cidade no período entre 1975 e 2005 impulsionado pela boa infraestrutura de transporte, mão-de-obra qualificada e barata, com a presença da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e, a partir de 1991, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), além de faculdades particulares.
Atualmente, mais um Complexo Industrial está se desenvolvendo na região norte da cidade, com a implantação de indústrias alimentícias e automobilísticas de alto padrão, o que irá impulsionar o crescimento da cidade no futuro.
Serviços - Por tratar-se de um grande tronco rodoferroviário, Ponta Grossa é conhecida como capital dos caminhões. O setor que atua nesta área é amplamente desenvolvido e diversificado, atraindo frotistas e caminhoneiros de todo pais para efetuar reparos em seus veículos, este setor esta concentrado nas regiões das avenidas Souza Naves e Presidente Kennedy e também na rodovia PR-151.
No setor de serviços, a cidade conta com grandes redes de supermercados, como a ponta-grossense Tozetto, as paranaenses Super Muffato e Condor, shoppings centers, redes de fast-food: Mc Donald's, Bob's, Burger King, Habib's e Subway além de grandes lojas nacionais e regionais de lojas de departamentos, eletro eletrônicos e varejo.
Turismo - As principais atrações turísticas de Ponta Grossa incluem: A Taça do Parque de Vila Velha; a Região dos Arenitos no Parque Estadual de Vila Velha; o Prédio da antiga estação ferroviária de Ponta Grossa; o Parque Estadual de Vila Velha; o Buraco do Padre; a Cachoeira da Mariquinha e a Represa dos Alagados.
Em viagens de um dia, atrações da região dos Campos Gerais também estão disponíveis. O destaque é para o Canyon Guartelá, em Tibagi, e a vila holandesa e seu moinho em Castrolanda e o Museu do Tropeiro, ambos em Castro.
Os esportes radicais mais comuns na região são a escalada/rapel, na área rural de Ponta Grossa, como nos paredões da Cachoeira da Mariquinha e Buraco do Padre, e o slalom/canoagem nas águas no rio Tibagi.
Edifícios históricos - do ponto de vista arquitetural, o município conta com um patrimônio interessante. Construções como a Mansão Vila Hilda (atual sede da Secretaria Municipal de Cultural), as antigas estações de trem Casa da Memória Paraná, Estação Arte e Estação Saudade, o Museu Campos Gerais, o Museu Época, o Cine-Teatro Ópera, Hotel Planalto Palace, entre outras, nos remetem ao século XIX ] e começo do século XX , quando a cidade chegou a ser a terceira maior da região sul. Entre as atrações religiosas históricas estão o Mosteiro da Ressurreição, Igreja do Rosário, a Capela de Santa Bárbara do Pitangui e o Cemitério São José. A cidade conta ainda com outros poucos prédios e casas centenárias sobretudo no eixo das ruas XV, Vicente Machado e arredores. A cidade sofreu com o surto de modernização da área central, sobretudo na década de 1970, que se prolonga até os dias atuais.
Nas construções modernas e de vanguarda estão a Catedral Santana e vários edifícios particulares.
Turismo de Negócios e Hospedagem - O turismo de negócios evoluiu muito entre as décadas de 1990 e 2000 com ampliação e construção de novos hotéis, que somam cerca de 2.000 leitos ofertados em Ponta Grossa. A cidade oferece três grandes áreas para eventos, o Centro de Eventos Cidade de Ponta Grossa, os Centros de Convenções do Hotel Slaviero Executive Ponta Grossa e do Shopping Palladium. Outros hotéis, como o Hotel Planalto Palace e Bristol Vila Velha, ofertam espaços para eventos de pequeno e médio porte.
Atrações culturais e eventos - espetáculos teatrais e musicais acontecem regularmente em espaços como o Cine-Teatro Ópera e Teatro Marista. Atualmente a cidade conta com quatro salas de cinema. Há também eventos anuais, o principal deles é a Festa Nacional do Chope Escuro, a Münchenfest, com público médio de 100 mil pessoas para ver atrações musicais nacionais e internacionais, além de bandas típicas alemãs e parque de diversões. Também merecem destaque a Festa da Uva, Rodeio dos Rodeios, Exposição Feira Agropecuária, Industrial de Ponta Grossa (Efapi), Congresso Internacional de Administração - ADM (atrai mais de 2 mil pessoas sempre no mês de setembro) entre outros.
Educação
Ensino superior - A cidade conta com duas instituições públicas de ensino superior: Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Ambas instituições atraem estudantes de graduação e pós-graduação de diversas regiões, sobretudo do sul do país.
A cidade também abriga instituições particulares de ensino superior como: UNOPAR; Faculdades Santa Amélia (Secal); Faculdade Sant'Ana; Faculdade Sagrada Família (FASF); Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (Cescage); Centro Universitário Campos de Andrade (Uniandrade) e Faculdades Ponta Grossa Unicesumar.
Cultura - Ponta Grossa conta com três teatros (além de auditórios), somando quase três mil assentos, salas de cinema, galerias de arte, áreas para exposições e espaços alternativos através de projetos do poder público e da iniciativa privada. No campo da produção são ofertados cursos superiores de artes visuais e música, ambos pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). A cidade conta também com a Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa e o Conservatório Maestro Paulino Martins.
Museus - Museu Campos Gerais; Museu Época; Museu de Arqueologia; Casa da Memória Paraná e Museu de Geologia e Paleontologia.
Teatros - Cine-Teatro Ópera; Teatro Marista; Cine-Teatro Pax; Auditório da Reitoria da UEPG e Auditório do Centro de Cultura.
Galerias de arte - Centro de Cultura Cidade de Ponta Grossa; Pinacoteca Cidade de Ponta Grossa.
Bibliotecas - UEPG; Biblioteca Pública Municipal Professor Bruno Enei>
Referência para o texto - Wikipédia.