sexta-feira, 20 de abril de 2018

Imagens do Brasil - Quaraí - Rio Grande do Sul


Quaraí (originalmente Quarahy) é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul. É um dos maiores municípios gaúchos em área territorial, fazendo parte da Região da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, destacando-se na pecuária (bovinos e ovinos), na produção de arroz e no comércio.
A palavra Quaraí é uma composição de origem indígena que na linguagem tupi-guarani significa: "Rio das Garças", ou ainda "Rio do Sol". Antigamente na língua portuguesa a cidade se escrevia Quarahy, mas se pronunciava da mesma maneira que a atual.
História - Antes da chegada dos portugueses no Brasil, a ocupação do município era predominantemente Indígena. Os chamados Charruas habitavam esta Região dos Pampas.
As terras onde hoje está localizado o Município foram primitivamente habitadas por índios Guaicurus, alternando-se a sua posse, várias vezes, entre Portugal e Espanha. A fixação dos limites, que situava, no lado espanhol as Missões Orientais, e no português a Colônia do Sacramento (fundada em 1680), não satisfez as partes litigantes, dando início às lutas cisplatinas.
Por volta de 1817, o Príncipe Regente do Brasil, Dom João VI, concedeu a José Joaquim de Melo, uma sesmaria em local onde hoje se encontra a cidade. Três anos depois, aquela área foi comprada por João Batista de Castilhos, denominando-se, desde essa época, "Passo do Batista" o trecho do rio Quaraí em que mais tarde surgiram a cidade do mesmo nome e a de Artigas, na margem uruguaia. Entre 1835 e 1844, o território foi teatro de inúmeros combates por se ter incorporado ao grupo republicano durante a Revolução Farroupilha. Quando, em 1852, o Governo uruguaio determinou a fundação de San Eugenio, atual cidade de Artigas no Uruguai, o governo brasileiro apressou-se em fortificar a margem direita, para onde destacou uma guarnição militar sob o comando do Tenente-Coronel Simeão Francisco Pereira. Ao inspecionar a fortificação, em 1858, o Coronel José Vitório Soares Andrea, a pedido do comandante Simeão, mandou levantar a planta do terreno e traçou o projeto da futura povoação de Quaraí. Em conseqüência, a 15 de dezembro do ano seguinte, foi criada a freguesia de São João Batista de Quaraí. O distrito foi criado pela Lei provincial n.º 442, de 15 de dezembro de 1859, com território desmembrado do município de Alegrete. A Lei provincial n.º 972, de 8 de abril de 1875, criou o município, que foi instalado a 6 de outubro do mesmo ano.
O Ato n.º 149, de 26 de março de 1890, elevou a sede municipal à categoria de cidade.
História da criação do município
Freguesia - A lei provincial n° 442 de 15 de dezembro de 1859. Criava no 2° Distrito de Alegrete, a Freguesia de São João Batista de Quaraí. O 1° Vigário foi o Padre Augusto Martins da Cruz Jobim, apresentando por Carta Imperial, de 17 de janeiro de 1858 e, confirmado canonicamente em 25 de março de 1863.
Na época o Passo do Batista, local conhecido por esta denominação a atual cidade de Quaraí, tinha um oratório com a imagem de São João Batista no local onde hoje é a Igreja Matriz. A referida imagem veio da Bahia e era pintada a ouro. Foi encomendada por João Batista de Castilhos. Ao lado deste oratório ficava a casa, com teto de capim, que pertencia ao Capitão Bernardo José Maurício de Souza, na qual o Padre de Alegrete celebrava missas e batizados, quando vinha visitar a povoação.
Vila - A freguesia de São João Batista do Quaraí é elevada a condição de vila, por lei n° 972 de 8 de abril de 1875. Esta data assinala a emancipação do 4° Distrito de Alegrete, assim designado desde o ano de 1871. A instalação do poder legislativo registrada em 16 de outubro de 1875 é que realmente transforma Quaraí em vila.
A lei imperial de 1° de outubro de 1828 estabelecia que as cidades teriam 9 vereadores e as câmaras das vilas seria seria de 7 membros, também atribuía ao mais votado o direito de exercer a função de poder executivo.
Cidade - O ato n° 150 de 26 de março do ano de 1890, transforma a vila de São João Batista do Quaraí em cidade. A presença dos poderes executivo e judiciário além do já existente legislativo é que dão condições para a vila elevar-se a categoria de cidade. O 1° Prefeito de Quaraí foi Francisco de Macedo Couto, que renunciou ao mandato de 4 anos, em 1892, por motivos políticos. Era eminente a eclosão do movimento revolucionário, que realmente iniciou em 5 de fevereiro de 1893, após a conclamação de Joca Tavares, em Bagé e que ficou na história com o nome de Revolução Federalista. Como legado desta revolução ficou em Quaraí a figura do maragato, que por um século é o santo popular de Quaraí. Seu heroísmo virou lenda e aumentou a devoção, principalmente dos menos favorecidos socialmente.
Imigrantes e migrantes - Quaraí mesmo sendo pequena, é um tanto multicultural, atualmente, a cidade conta com pequenas populações de origens étnicas italiana, portuguesa, espanhola, alemã e árabe fora de seus países respectivos.
A cidade já contava com população afrodescendente no século XIX, por causa da escravidão no país, e com a abolição dela, os antigos escravos agora homens livres, permaneceram na cidade, e outros de várias regiões da província e depois do estado se mudaram para a cidade.
Como citado acima Quaraí possui uma pequena população de origem étnica árabe, como se pode ver em seus pequenos comércios, quase todos na Avenida 7 de Setembro, e na sua região; por terem se instalado ali, eles possuem até seu local de oração, como se pode ver no centro da cidade.
Relações internacionais e Intermunicipais - A política das cidades-irmãs tem como objetivo principal a integração, e é firmada com o objetivo de criar relações e mecanismos em nível econômico e cultural através dos quais as cidades estabelecem laços de cooperação entre si. Essa política tem como objetivo a criação de relações e protocolos, notadamente em várias esferas que serve para firmar laços entre as cidades.
Atualmente Quaraí tem uma cidade-irmã de acordo com dados conferíveis: Artigas, no Uruguai. Ela é separada de Quaraí pelo rio homônimo. Ambas as cidades são comunicadas através da Ponte Internacional da Concórdia e mantêm estreitos laços econômicos e sociais. Entre as duas cidades totalizam-se aproximadamente setenta mil habitantes (pelas estimativas sociais, lembrando que pelo que tudo indica Artigas é mais que o dobro do tamanho de Quaraí).
Historicamente desenvolveram contato íntimo uma cidade com a outra e com o rio, o qual atua como um elemento de união, e não como uma barreira física. Esta relação foi recentemente reforçado com a chegada de vários Free Shops na capital departamental.
Quaraí também possui 2 cidades gêmeas, com quase as mesmas propriedades que a sua cidade-irmã. São elas: Santana do Livramento e Alegrete.
Economia
A economia da cidade é fortemente baseada na antiga tradição sul-rio-grandense da pecuária, com grande destaque para a criação de ovinos. Na agricultura o destaque é para o plantio de arroz, que ocupa uma área superior a 8.500 hectares, mas o comércio e a indústria já são responsáveis por uma grande parcela do PIB municipal. O setor de serviços ainda é responsável pela maior parte da economia da cidade. Incluindo as mais diversas formas deste item.
Turismo - Os pricipais pontos turísticos de Quaraí são:
Cerro do Jarau - Encontra-se a 25 km da cidade, na direção de cidade vizinha de Uruguaiana, com 308 metros de altura. Em realidade é uma cratera de 5,5 quilômetros formado provavelmente por um meteorito que caiu ali, há cerca de 120 milhões de anos atrás, também é desse lugar de mistério, desertidão, e sublimidade, que se originou a lenda da Salamanca do Jarau, mito do folclore brasileiro.
Butiazal - A 19 quilômetros da cidade, se encontra a linda paisagem do Butiazal. O Lugar recebeu esse nome, devido a presença de árvores Butiás, árvores não nativas da região, e de origem indefinidas. Contam as "lendas", que os índios e os jesuítas, trouxeram as primeiras sementes, e plantaram elas aqui para assinalar local; já os antigos dizem que foram os “birivas”, os homens que vinham da serra trazendo erva-mate e fumo, e em troca levavam daqui mulas e gado. Outra lenda afirma que foram os índios Charruas que espalharam as sementes do Butiazal; O aparecimento dos butiás é envolvido por lendas e mistérios, não sabe-se ao certo quem e por que veio a ser plantado nesta área. O Butiazal é uma área desértica do Areal, limitada pelos arroios Quatepe e Salsal, e que possui aproximadamente 25 quilômetros de extensão, onde vivem pequenos produtores rurais.
Ruínas do Saladeiro - As Ruínas do Saladeiro são o que restou dos saladeiros de Quaraí, local onde era produzido o charque que posteriormente era exportado diretamente para Cuba, Itália e Reino Unido. Quaraí contou com dois saladeiros, o primeiro foi o “Novo Quaraí”, implantado em 1894, por uma firma anglo-uruguaia denominada Dicki son Hermanos, no local onde atualmente é parte da Cabanha Branca. Este estabelecimento contava com seis seções: manipulação de graxa, usina elétrica e ferraria, tornearia, galpões de secagem, depósito de carnes elaboradas e depósito de charque.
Em 1907, foi criado o São Carlos, segundo saladeiro do Quaraí, localizado entre a Picada do Perau e a Pedra Moura, pela firma Reverbel e Mendive, e em 1908, mais precisamente dia 22 de abril, ocorreu a inauguração do cabo aéreo que colocava a margem direita do Rio Quaraí em comunicação com a margem esquerda, projetado e construída pelo engenheiro inglês Henrique Holidja, facilitando o embarque do charque e seus produtos. Vinte anos depois da criação do Saladeiro São Carlos a lei federal de desnacionalização do charque, que proibia o trânsito do charque, que era levado aos portos brasileiros através do porto de Montevidéu, onerou o charque fazendo com que ficasse fora do mercado nacional, que era o maior consumidor. O Saladeiro São Carlos termina pedindo concordata ao Banco Nacional do Comércio em 1928.
No início do século XX, auge das charqueadas no Estado, o saladeiro São Carlos chegou a abater para fazer charque quase 700 mil cabeças de gado em um período de 10 anos. Também figurou como um dos principais agentes sociais da época, doando carne que não aproveitada para charque aos pobres de Quaraí e Artigas, no Uruguai, que formavam filas semanalmente nas dependências do saladeiro.
Referência para o texto: Wikipédia.