Garanhuns é um município da Microrregião de Garanhuns, na Mesorregião do Agreste Pernambucano, no estado de Pernambuco, no Brasil.
Etimologia - A origem do topônimo Garanhuns é muito controversa, havendo várias versões. O lexicógrafo José de Almeida Maciel, em seu livro "Questões de Toponímia Municipal" refere-se a guirá-nhum, os pássaros pretos, nome de uma tribo existente no local. Segundo o professor João de Deus Oliveira Dias (citado na Documentação Territorial Brasileira, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o termo vem do nome de uma tribo cairu, da nação cariri ou quiriri, corruptela de Guiranhu ou Unhannhum, derivados de guirá ou guará (ave vermelha pernalta, aquática) e anhu ou anhum (anum, pássaro preto), espécies que habitavam o vale do rio Mundaú, perto da sua nascente, local da primitiva aldeia. Por outro lado, o lexicógrafo Sebastião de Vasconcelos Galvão, em seu "Dicionário Corográfico, Histórico e Estatístico de Pernambuco", diz que é uma palavra de origem indígena que significa "sítio de guarás e anuns", formado de guarás (espécie de cão selvagem) e anuns (ave tida como agoureira).
O escritor Ademilson Antônio Macedo, em seu "Dicionário de Nomes, Origens e Significados dos Municípios Brasileiros", além dessas expressões, traduz ainda como "homem do campo". Segundo o escritor Mário Melo, o topônimo é uma corruptela de guirá-nhum, com derivação para guará-nhum, indivíduo preto, referente ao quilombo da serra, "... pois ainda hoje os índios carijós de Águas Belas conhecem Garanhuns como claiô, no sua língua yatê: claí (branco), iô (não): não branco, escuro, preto. Convém, ainda, notar que a serra de Garanhuns era conhecida pelo nome da tribo Garanhuns, de origem cariri, que a habitava." O tupinólogo Eduardo de Almeida Navarro diz que o topônimo é originário da expressão tupi antiga agûará nhũ, que significa "campo (nhũ) dos lobos-guarás (agûará)".
Originalmente, suas terras eram ocupadas pelos índios do ramo dos cariris, quando, por volta do século XVII, brancos e negros fugidos da sujeição dos holandeses ocuparam as regiões de brejos, lá estabelecendo-se em aldeias esparsas. Em 29 de setembro de 1658, o mestre de campo Nicolau Aranha Pacheco, o capitão Cosmo de Brito Cação, Antonio Fernandes Aranha e Ambrósio Aranha de Farias receberam, do governador na época em exercício, André Vidal de Negreiros, uma sesmaria com cerca de 20 léguas de extensãoː um dos lotes da sesmaria se localizava nos campos de Garanhuns e outro lote se localizava em Panema. Nesse mesmo ano, foi fundado o Sítio Garcia, situado na região onde atualmente se localiza o distrito sede do município.
História - O início do povoamento de origem europeia das terras onde se situa o município de Garanhuns data do século XVII. Fugindo ao jugo flamengo e à escravidão, brancos e negros se deslocaram para a região, primitivamente habitada por indígenas, presumivelmente um ramo dos cariris.
Posteriormente, novas levas de escravos foragidos se estabeleceram nos brejos, em aldeamentos esparsos. Em 29 de setembro de 1658, o mestre de campo Nicolau Aranha Pacheco, o capitão Cosmo de Brito Cação, Antonio Fernandes Aranha e Ambrósio Aranha de Farias obtiveram, do então governador da capitania de Pernambuco, André Vidal de Negreiros, uma sesmaria de 20 léguas de terras em dois lotes, sendo um nos campos dos Garanhuns e outro no Panema. No primeiro lote, foi fundada uma fazenda, nesse mesmo ano, com a denominação de Sítio Garcia, no local onde atualmente se encontra a sede municipal. Tudo indica que a fazenda se encontrava em franco desenvolvimento quando, por volta de 1670, ela foi totalmente destruída durante conflitos com quilombolas do Curica, no Alto do Magano, passando a ser conhecida, daí por diante, como Tapera do Garcia, denominação depois simplificada para Tapera. "Tapera" é uma palavra tupi antiga que significa "aldeia que foi, aldeia extinta, aldeia destruída" e que, no português atual, significa "casa em ruínas, casa abandonada".
A Guerra dos Palmares (segunda metade do século XVII) prejudicou sensivelmente o progresso da região, pois as fazendas ali localizadas estavam sob a ameaça constante de depredações, saques e morticínios, que obrigavam seus proprietários a abandoná-las, juntamente com a população branca. Terminada a Guerra dos Palmares, em 1696, a região desenvolveu-se de maneira tão rápida que, já em 1699, era expedida uma carta régia criando varas de juízo, ou julgados, em diversas freguesias do sertão, entre elas Garanhuns, sede da "capitania do Sertão do Ararobá", como era conhecida toda a zona compreendida entre o Cimbres e o Pajeú das Flores.
Em 1704, a Tapera do Garcia foi comprada pelo coronel Manuel Pereira de Azevedo, passando por conta de sua morte, alguns anos depois, a ser administrada por sua viúva dona Simoa Gomes de Azevedo. Em 1756, sua viúva fez doação de um trecho de terras de meia légua em quadro à Confraria das Almas da matriz de Garanhuns, no local onde mais tarde se ergueu a cidade. Com a criação da Vila de Cimbres, em 1762, e sua instalação no ano seguinte, Garanhuns ficou apenas como sede da freguesia de Santo Antônio de Garanhuns, perdendo a condição de sede da capitania do Sertão do Ararobá. Em 1796, a capela local deixou de ser curato e passou à condição de sede do vicariato; em 15 de agosto de 1800, foi criada a paróquia de Santo Antônio da povoação de Garanhuns.
Ao final do século XIX, com a construção da linha férrea que liga o município à capital pernambucana, o setor da prestação de serviços ocasionou o apogeu do crescimento econômico e populacional de Garanhuns, quando graças à diminuição do tempo gasto na viagem entre as cidades do litoral pernambucano e interior, a quantidade de hotéis e pousadas cresceu com muita rapidez, aumentando também o número de pessoas que buscavam, no município, o turismo rural. Na década de 1990, a criação do festival de inverno da cidade consolidou o turismo como principal gerador de renda da região.
Até o início de 2014, o município comemorava o dia da sua emancipação em 4 de fevereiro, data que foi alterada após uma pesquisa realizada pelo presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Garanhuns no Museu do Tombo, em Portugal. Ao entrar em contato com os arquivistas do museu, o presidente, que buscava por documentos acerca do ataque de Domingos Jorge Velho à cidade, encontrou a Carta Régia do município, assinada por Dom João IV, que elevava Garanhuns à categoria de vila. A carta encontrada foi decisiva para a adequação do município à lei constitucional que proíbe um município possuir mais de quatro feriados municipais. A partir do fato, o dia da emancipação passa a ser celebrado como uma data magna, nunca caindo em um dia útil.
Ecologia e meio ambiente - O município possui dois tipos de vegetações nativas e predominantes: a mata atlântica e a caatinga. Com o objetivo de diminuir o impacto ambiental sofrido pela urbanização na cidade, o poder público, sobretudo o municipal criou políticas públicas voltadas para a criação de áreas verdes e espaços de convivência, lazer e contemplação para melhorar a qualidade de vida dos habitantes. A cidade de Garanhuns dispões de três parques municipais: o Parque Euclides Dourado, o Parque Ruber van der Linden e o Parque Natuaral das Nascentes do Rio Mundaú. Os dois primeiro são classificados como unidades de uso sustentável e o último de conservação integral.
O Parque Municipal Euclides Dourado (também conhecido como "Parque dos Eucaliptos") é a principal unidade de uso sustentável e foi o primeiro criado na cidade. Antes da atual situação, a área de 8 hectares formava o horto dos Eucaliptos, até quando foi convertida em parque municipal e jardim zoológico, na segunda metade da década de 1920, o que posiciona o parque como o quinto mais antiga do país. O parque foi idealizado e construído por Euclides Dourado e seu filho, Luiz Souto Dourado, tendo o último concluído a obra do primeiro. Em 1943, após o falecimento do autor do projeto, o governo municipal atribuiu ao parque sua atual denominação. A unidade se localiza a uma pequena distância do centro de Garanhuns, no bairro Heliópolis, e sua área é majoritariamente composta por eucaliptos centenários, constituindo uma das riquezas naturais do município. Ao passar dos anos foram adicionados ao parque novas funções de lazer, esportivas e de recreação infantil. O local anualmente é uma das sedes, no Município, de um dos principais eventos artísticos-culturais de Pernambuco, o Festival de Inverno de Garanhuns.
O Parque Municipal Ruben van der Linden foi assim nomeado em homenagem a um ilustre cidadão garanhuense formado em Engenharia Elétrica que elaborou e executou o Plano de Abastecimento de Luz e Água da cidade, assumindo o cargo de Gerente Geral da Companhia. A criação do parque transformou o sítio Pau-Pombo — local de bela paisagem, com grandes árvores e uma nascente — num parque de visitação pública. Ao longo de muitos anos o local foi melhorado afim de atender à visitação dos habitantes e turistas que o buscavam como local de lazer, diversão e turismo.
O Parque Natural Municipal Nascentes do Mundaú está localizado entre a zona urbana e rural da cidade, no bairro da Várzea, onde está sendo desenvolvido o projeto municipal da sementeira, local onde que é usado para a produção de mudas frutíferas arbóreas e ornamentais. O espaço tem 34 hectares e assegura a preservação de 65 espécies de flora e 66 espécies de fauna, segundo catalogado pelos profissionais ligados à antiga Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente e o Conselho Municipal de Defesa ao Meio Ambiente.
A vegetação da parte norte e oeste do município, onde predomina a caatinga, é composta por espécies hiperxerófilas, com a forte presença de arbustos com galhos retorcidos e com raízes profundas. As espécies mais encontradas são os cactos, caroá, aroeira, angico, juazeiro, mandacaru e xique-xique. Ao contrário do que muitos pensam, a fauna da caatinga é bastante rica, tendo centenas de espécies vivendo nesse bioma, como: veado-catingueiro, preá, gambá, sapo-cururu, cutia, tatu-peba, ararinha-azul, asa-branca, sagui-de-tufos-brancos, entre outros.
Já a parte sul e leste, onde predomina a mata atlântica, é constituída por árvores de médio e grande porte, formada por floresta densa e fechada. Sendo muito rica em biodiversidade. As árvores de grande porte formam um microclima dentro da mata, com sombra e muita umidade. As espécies mais comuns são: palmeiras, bromélia, begônias, orquídeas, cipós, briófitas, pau-brasil, jacaranda, peroba, jequitibá-rosa, cedro, andira, ananas e figueiras. Muitas espécies animais que fazem parte desse bioma estão ameaçados de extinção, tais como: mico-leão-dourado, bugio, tamanduá-bandeira, tatu-canastra, arara-azul-pequena e onça-pintada.
Economia
Setor primário - O setor primário é o menos representativo na economia garanhuense.
A região de Garanhuns se destaca pela produção artesanal, semi-artesanal e industrial de derivados do leite. Sua bacia leiteira atende desde a indústria de laticínios à produção de queijo coalho, mussarela, manteiga e ricota, além de outros derivados do leite, como achocolatados, iogurtes e doces. A Parmalat é a principal empresa atendida pela bacia, a unidade é responsável pelo abastecimento de toda região norte e nordeste do país, produzindo produtos como o leite longa vida (UHT), pasteurizado, aromatizado, leite condensado, creme de leite e leite em pó. Toda sua demanda é atendido por 192 produtores do agreste meridional pernambucano.
Setor secundário - A indústria vem sendo a segunda maior geradora de riqueza de Garanhuns. Até o primeiro trimestre de 2014, a cidade não possuía nenhum distrito industrial, o que dificultava a chegada de novas indústrias ao município. Uma das poucas significativas indústrias contidas na cidade está uma unidade fabril da Unilever, além de indústrias direcionadas ao setor alimentício, principalmente laticínios, como as unidades da Parmalat e da marca Bom Gosto, ambas do grupo LBR.
Setor terciário - No ano de 2010, segundo dados do Atlas do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, 6,59% das pessoas maiores de 18 anos ocupadas trabalhavam no setor da construção civil, 1,30% nos setores de utilidade pública, 21,27% no comércio e 43,64% no setor de prestação de serviços. Em números absolutos, em 2012 cerca de 6.577 pessoas estavam empregadas no comércio e um total de 4.856 pessoas estavam ocupadas na atividade de serviços. De acordo com as Contas Regionais do IBGE no ano de 2011, o setor terciário era o maior gerador de riquezas no município, correspondendo a 75,44% da economia garanhuense, com um valor bruto de R$ 793.327 mil.
O comércio garanhuense é bastante diversificado, característica principal da sua função centralizadora no agreste meridional de Pernambuco. Seu pólo comercial é servido por uma grande variedade de redes nacionais e internacionais, possuindo lojas como: Casas Bahia, Cacau Show, Subway, Lojas Americanas, Eletro Shopping, Insinuante, Magazine Luiza, Farmácia Pague Menos, Todo Dia, Don Pastello, Magazine Pérola, entre outras. No ano de 1876, foi na cidade que o maior varejista de materiais de construção, a Ferreira Costa Home Center, foi fundado pelo imigrante português João Ferreira da Costa.
O grupo Tenco construiu o primeiro shopping do tipo regional no município, localizado às margens da BR-423 no quilômetro 93. A inauguração do Shopping ocorreu em agosto de 2015.
Educação - Existe importante instituição educacional na cidade, o campus do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), unidade Garanhuns, ofertando cursos técnicos nas modalidades integrado e subsequente. Os cursos ofertados são: Eletroeletrônica, Informática e Meio Ambiente. Tais cursos abrangem, tanto estudantes da cidade quanto estudantes de cidades polarizadas por Garanhuns, contribuindo para o desenvolvimento tecnológico e ambiental da região do Agreste Meridional. No ano de 2017, o IFPE começou a ofertar, também, o curso superior em Engenharia Elétrica.
Na área do Ensino Superior Garanhuns dispõe de um campus de uma das principais universidades do estado, a Universidade de Pernambuco (UPE), que disponibiliza, na unidade, cursos de graduação para licenciatura em computação, licenciatura em letras, em matemática, em pedagogia, e em história. Além de contar com uma unidade da Universidade Federal Rural de Pernambuco, disponibilizando cursos de graduação em Agronomia, Ciências da Computação, Engenharia de alimentos, licenciatura em letras e pedagogia, Medicina veterinária e Zootecnia, oferecendo também cursos de pós-graduação: Mestrado em Sanidade e Reprodução de Ruminantes, Mestrado em Produção Agrícola e o Programa de Pós-graduação em Ciência Animal e Pastagens. O Campus IFPE possui o curso de Engenharia Elétrica . O município possui ainda a Faculdade das Ciências da Administração de Garanhuns - FAGA; a Faculdade de Direito de Garanhuns - FDG; a Faculdade de Ciências Exatas de Garanhuns - FACEG; a Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas e Humanas de Garanhuns - FAHUG.
Cultura - Entre os filhos garanhuenses mais ilustres está o cantor, compositor e instrumentista José Domingos de Morais, popularmente conhecido como Dominguinhos, que iniciou a sua carreira com apenas 6 anos, quando tocava pandeiro com seus irmãos Moraes (na sanfona) e Valdomiro (na zabumba) e formavam o trio "Três Pinguins". O trio se apresentava em feiras e pelas portas dos hotéis da cidade, até que em 1948 o cantor Luiz Gonzaga assistiu a uma de suas exibições e prometeu-lhe uma sanfona de presente caso um dia ele resolvesse ir à cidade do Rio de Janeiro.
Artes cênicas e eventos - A cidade possui poucos espaços destinados às artes cênicas, sendo o Teatro Luiz Souto Dourado, localizado no Centro Cultural Alfredo Leite, o seu maior e mais antigo espaço. Porém, além do teatro mencionado, outros espaços servem como palco para os eventos artísticos realizados por entidades públicas e filantrópicas, como o Espaço Colunata, Espaço Luiz Jardim, Centro de Atividades do SESC Garanhuns e nas diversas praças e parques espalhados pela cidade.
Anualmente a Unidade de Serviço Social do Comércio (SESC), realiza o Festival SESC de Artes Cênicas de Garanhuns, neste evento a população conta com diversos espetáculos de dança, teatro, vídeo-dança, performances e ações formativas. A edição IV, no ano de 2013, foi marcado pela descentralização dos pólos culturais, que passaram a atuar também nos municípios que formam todo Agreste Meridional de Pernambuco, atendendo a cidades vizinhas a Garanhuns, tais como Saloá, Jupi e Canhotinho. As apresentações ocorrem também durante o período em que ocorre o Festival de Inverno de Garanhuns.
Desde 2004, é realizado anualmente na cidade o Festival de Jazz de Garanhuns, que foi criado como uma alternativa para os turistas que desejam passar o período carnavalesco no agreste pernambucano. No festival, se apresentam diversos músicos pernambucanos e brasileiros, além de bandas e artistas estrangeiros. Na 7ª edição do evento, o festival atraiu cerca de 30 mil pessoas à cidade, movimentando e gerando uma riqueza de aproximadamente R$ 2,5 milhões na economia municipal. Estima-se que o evento gere mais de 800 empregos diretos e 500 indiretos, além aquecer a rede hoteleira garanhuense, que é formada por 22 empreendimentos e que registra até 100% de ocupação durante este período.
Atrativos e eventos - O Festival de Inverno de Garanhuns é o principal evento realizado no município e o Maior Evento Multicultural Da America Latina, atraindo mais de 500 mil visitantes por ano e sendo o segundo mais importante atrativo do inverno pernambucano, após as festas juninas de Caruaru. No festival, a música, o cinema, as artes cênicas, a cultura popular e todas outras formas de expressão se encontram e movimentam o setor hoteleiro de Garanhuns entre os dias 17 e 26 de julho, desde o ano de 1990. O festival oferece aos turistas desde os grandes shows aos cortejos da cultural popular pernambucana e brasileira, do espetáculo teatral ao recital de poesias nas feiras livres, tendo toda riqueza e diversidade cultural abrangida. O festival atua mais além da divulgação da cultura, nele são postas em práticas várias ações de difusão e de formação cultural, sendo esta umas das principais característica que consolidam o FIG como um período em que as várias políticas públicas desenvolvidas pelo governo pernambucano, tendo como o intermediário e organizadora a Secretaria de Cultura, a Fundarpe, e as instituições que contribuem para a realização do evento.
Nos dezessete pólos de folia espalhados pela cidade, diversos grupos e artistas de renome, assim como estreantes patrimônios vivos e destaques da atualidade atraem milhares de turistas. Uma das principais praças da cidade, a Praça Mestre Dominguinhos (Esplanada Guadalajara), segue servindo de palco para artistas bastante admirados pelo país, tendo participação de cantores como Vanessa da Mata, Luiz Caldas, Zé Ramalho, Fábio Júnior, Alceu Valença, Ângela Maria, Otto, Marcelo Jeneci; e bandas como Titãs e Nação Zumbi. A programação é apresentada em períodos diurnos, oferecendo aos visitantes espetáculos de circo, amostras literárias, de cinema e fotografia, apresentação da arte popular, exposição de artesanato, artes visuais, design e moda, também oficinas e debates culturais.
O Festival de Jazz de Garanhuns (FJG) foi criado em 2007, como uma alternativa mais tranquila durante o período carnavalesco. O evento é realizado nos mesmos dias em que ocorrem os tradicionais blocos de rua em cidades como Recife e Olinda, e oferece, ao visitante, diversos shows em palcos descentralizados, workshops e oficinas musicais, proporcionando conforto e horários democráticos. No período em que se realiza o festival, aproximadamente 30 mil visitantes chegam à cidade, injetando cerca de 2,5 milhões de reais na economia do município. Estima-se que o festejo gere cerca de 800 empregos diretos e 500 indiretos.
A rede hoteleira garanhuense, que é constituída por 22 empreendimentos, entre hotéis e pousadas, atinge até 100% de ocupação durante o evento. Além da rede hoteleira, existe a Associação de Pais e Amigos Excepcionais (APAE), que oferecem serviço de hospedagem (do tipo albergue) a baixo custo. A superestrutura do festival é planejada com o intuito de manter o conforto e a segurança dos espectadores. Nos palcos, a área reservada aos shows possuem cobertura e iluminação especial, contando com mesas e cadeiras de uso gratuito. Conta-se também com minipraças de alimentação formadas pelos mais movimentados bares e restaurantes da cidade.
O FJG é considerado um dos maiores festivais de jazz e blues do país, recebendo elogios de bandas musicais e críticos de várias partes do mundo. Nos aos de 2008 e 2009, o festival foi pioneiro, vencendo o II Prêmio Mestre Salustiano, que é concedido pelo governo pernambucano aos mais notáveis trabalhos que fomentam o turismo nos municípios pernambucanos.
Arquitetura e monumentos - A cidade de Garanhuns é uma importante rota para o público religioso, possuindo desde esculturas cristãs a igrejas de ricos traços arquitetônicos. Um bom exemplo disso é a réplica da via-sacra, construída no Alto do Columinho, e sendo composta por 15 estações ilustradas que perfazem todo o trajeto até um santuário formado por duas paredes perpendiculares, tendo a imagem de Jesus Cristo crucificado ao centro. Do alto onde se localiza o monumento, ainda pode-se ter uma visão panorâmica da cidade. Ainda entre as sete colinas que circundam Garanhuns, está o Cristo do Magano, uma escultura que representa a crucificação de Cristo, construída por Renato Pantaleão no ano de 1954. O local coincide com o ponto culminante do município, com uma altitude de 1 030 metros acima do nível do mar. O Cristo do Magano é considerado a imagem cristã de maior altitude do país, se for levado em consideração a sua relatividade com o nível do mar.
Com as obras iniciadas em 1957, e concluídas em 8 de dezembro de 1962, a Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro teve seu traçado arquitetônico desenhado pelos engenheiros Albert Reithler e Pierre Reithler, tendo a ajuda de milhares de garanhuenses anônimos na doação de materiais de construção e mão de obra. As formas da igreja ainda passaram por aperfeiçoamentos após a construção. Situado na região central da cidade, o Seminário São José atualmente funciona como uma casa de abrigo para seminaristas da Congregação Diocesana, construída em 1926 e apresentando rica arquitetura, o Seminário cumpre rigorosamente as missas programadas. Ainda na região central, encontra-se o Mosteiro de São Bento, erguido com a mesma arquitetura dos antigos mosteiros beneditinos, tendo como principais elementos os vitrais e o painel, nos quais estão representando o Apocalipse. O mosteiro ainda abriga uma fábrica de hóstias e de produtos artesanais.
Iniciado em 1914, o Movimento Apostólico de Schoenstatt foi criado por jovens cristãos durante a Primeira Guerra Mundial. Ao movimento houve a adesão de homens, mulheres, jovens, casais e sacerdotes, todos munidos do mesmo propósito: colaborar com a renovação religiosa e moral do mundo. A este movimento, ainda que tardio, foi dedicado a construção do Santuário Mãe Rainha no ano de 2002, tendo suas obras concluídas em 2004. O local é muito visitado por religiosos de todo o mundo e é administrado pelas Irmãs de Maria de Schoenstatt. Entre outras importantes construções está o Castelo João Capão, que nada mais foi que a realização do um desejo de infância do seu proprietário.
Referência para o texto: Wikipédia.