Nova Iguaçu é um município brasileiro do estado do Rio de Janeiro, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Pertence à Mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro.
Historicamente uma "cidade dormitório", Nova Iguaçu vem mudando seu perfil sócio-econômico nos últimos anos. Recentemente, instalaram-se no município importantes empresas, como a Companhia de Canetas Compactor; as Indústrias Granfino, do ramo de alimentos; a Cimobras, do ramo siderúrgico; a Niely Cosméticos; a Embelleze e a Aroma do Campo, do ramo de cosméticos. Possui centros de ensino e pesquisa, tais como o CEFET/RJ, SENAI, UFRRJ, UGB, UNESA, UNIABEU, UNIG. e Unigranrio.
Além da importância econômica, Nova Iguaçu é um notável centro turístico da Região Metropolitana. A Reserva Biológica do Tinguá e o Parque Municipal configuram-se como grandes áreas de preservação ambiental, enquanto que a Serra do Vulcão, com a prática de voo livre, é um relevante ponto de visitação localizado na zona suburbana. O patrimônio histórico é constituído pelas ruínas de Iguaçu Velho e da Fazenda São Bernardino.
Nova Iguaçu possui importantes centros de cultura, lazer e entretenimento. Há eventos culturais realizados no Espaço Cultural Sylvio Monteiro, órgão responsável por projetar a vida cultural iguaçuana. O Nova Iguaçu Futebol Clube é um orgulho da cidade, que ainda possui como destaques os Polos Gastronômicos da Via Light, o Baixo Iguaçu e a rua que ficou conhecida como Rua da Lama.
Etimologia - O vocábulo "Iguaçu" é um termo proveniente do tupi, originalmente 'y-gûasu . Seu significado é "rio grande" ou ainda "água grande", através da junção dos termos 'y (rio, água) e gûasu (grande). É uma referência dos índios jacutingas, naturais da região, ao Rio Iguaçu, outrora um rio caudaloso.
Quando foi aportuguesado, o termo grafava-se, à época, Iguassú . Em 1891, a sede de município foi transferida para o arraial de Maxambomba, às margens da Estrada de Ferro Dom Pedro II, e, em 1916, passou a se chamar Nova Iguassú, em oposição à antiga sede, que ficou conhecida como Iguassú Velho . Com o Acordo Ortográfico de 1945, o nome foi alterado, finalmente, para Nova Iguaçu.
História
Primeiras ocupações - Antes de os portugueses chegarem ao Rio de Janeiro (em 1503), os índios jacutingas já habitavam a margem ocidental do rio Iguaçu. Esses índios ajudaram os franceses quando eles chegaram à região.
Em 1575, o então governador da capitania do Rio de Janeiro, Antônio Salema, reuniu um exército português apoiado por uma tropa de índios catequizados, com o objetivo de exterminar o domínio franco-tamoio que já durava vinte anos no litoral norte da capitania. Temendo perder seus territórios, os índios tamoios, ainda aliados aos franceses, foram praticamente dizimados por conta da insurreição denominada "Guerra de Cabo Frio". As tropas vencedoras exterminaram e escravizaram indígenas.
Após o final da "Guerra de Cabo Frio" e do massacre verificado, não houve interesse da metrópole em colonizar a região do Cabo Frio, entretanto os colonizadores decidiram povoar o Recôncavo Fluminense (região em torno da Baía de Guanabara). Começaram a se fixar às margens dos grandes rios da região, em especial os rios Iguaçu, Meriti, Sarapuí, Saracuruna, Jaguaré, Pilar, Marapicu, Jacutinga, Mantiqueira e Inhomirim.
Ainda em 1575, o capitão-mor Belchior Azeredo construiu uma ermida em louvor a Santo Antônio, no sopé de uma colina a 750 metros da maior curva do Rio Santo Antônio, atual Rio Sarapuí, em terras jacutingas. A construção, erguida em taipa, foi determinante para que Belchior Azeredo conquistasse as terras dos índios jacutingas em forma de sesmaria, através do governador Cristóvão de Barros, batizando-as como Engenho Santo Antônio da Aldeia dos Jacutingas. O capitão-mor ainda concedeu a si mesmo uma sesmaria próxima ao Rio Majé, onde construiu um engenho. Nas décadas posteriores, a pequena ermida foi alçada à categoria de capela-colada, de capela-curada e, finalmente, de igreja-matriz (freguesia), neste local permanecendo por mais de 130 anos, até a década de 1700.
Uma vez a ocupação da bacia dos rios Iguaçu, Sarapuí e Meriti efetivada, o que ocorreu a partir do final do século XVI, as tradicionais trilhas indígenas viraram estradas. Uma delas, a longa trilha dos indígenas jacutingas, foi transformada na Estrada Geral, que ligava a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Marapicu (atual Marapicu) à Freguesia de Santo Antônio da Aldeia dos Jacutingas (atual Belford Roxo, próxima à fábrica da Bayer). O leito da estrada é, atualmente, ocupado pela rodovia RJ-105. A velha ponte sobre o Sarapuí era o ponto de junção entre a Estrada Geral e a Estrada Real (atual Avenida Pastor Martin Luther King Júnior). A Estrada Real seguia em direção à Igreja de Nossa Senhora da Candelária, no Centro do Rio de Janeiro, passando antes pela Freguesia de São João do Orago do Rio Merity, pelo porto da Pavuna, por Inhaúma e pela Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação do Irajá.
Esses caminhos constituíram, por longo tempo, a melhor opção terrestre para adentrar o Recôncavo Fluminense, já que o acesso era difícil devido à grande quantidade de pântanos e de rios caudalosos e de considerável largura. Para estabelecer a rota da Estrada Real, foram considerados os melhores pontos para a transposição dos rios Meriti e Sarapuí, observando locais onde estes rios formavam vaus.
A colonização da região exigia rotas para o escoamento da produção dos engenhos. Inicialmente, isso foi possível graças às vias fluviais, quando os rios serviam de estradas, uma vez que as trilhas indígenas (e as estradas derivadas delas) eram rústicas e os rios eram o modo mais fácil de adentrar no Recôncavo Fluminense para a sua colonização.
Logo que passou a ser explorado, o ouro das Minas Gerais era levado por terra até o porto de Parati e daí, por via marítima, até a cidade do Rio de Janeiro, de onde seguia para Portugal. Como a rota do litoral entre Parati e o Rio de Janeiro era infestada por corsários e piratas, foi necessário a abertura de caminhos terrestres mais curtos e seguros para trazer o ouro das Minas Gerais até o Rio de Janeiro.
No século XVII, Garcia Rodrigues Paes ligou Paraíba do Sul ao porto do Pilar do Iguaçu para o escoamento do ouro trazido de Minas Gerais. Essa ligação foi chamada Caminho do Pilar ou, mais comumente, Caminho Novo das Minas, pois substituiu o antigo Caminho de Paraty. Do Rio Pilar, podia-se navegar até o Rio Iguaçu, que tem sua foz no interior da Baía de Guanabara, área com fortificações e mais protegida dos ataques de piratas e corsários.
Posteriormente, foram também abertos o Caminho da Terra Firme e a Variante do Proença, visando a facilitar o escoamento do ouro, já que o trânsito no Caminho do Pilar tinha diversos problemas. Com a redução de seu uso, o Caminho Novo logo passou a ser chamado de Caminho Velho.
O Arraial de Nossa Senhora da Piedade do Iguaçu (à época, grafava-se "Iguassú") nasceu ao redor de um porto fluvial nas margens do Rio Iguaçu. Em 1699, a localidade já tinha uma capela curada. Na época do Marquês do Pombal, em 1750, foi elevada à categoria de freguesia. O Porto de Piedade de Iguaçu prosperou em razão da intensa movimentação dos tropeiros pelo Caminho Novo.
Até o início do século XIX, Piedade do Iguaçu tornou-se o principal povoado da região, mas era dependente administrativa e politicamente da cidade do Rio de Janeiro, embora já demonstrasse um bom desenvolvimento econômico, além do aumento da população e do crescimento do comércio.
Os povoados da região concentravam-se principalmente às margens dos rios, mas também havia alguns nos entroncamentos das estradas. Piedade do Iguaçu cresceu ainda mais com a abertura da Estrada Real do Comércio, primeira via aberta no Brasil para o escoamento do café do interior do país.
Graças à Estrada Real do Comércio e às ótimas condições para a criação de um entreposto comercial, foi necessária a criação de um município. Em 15 de janeiro de 1833, portanto, foi criada a Vila de Iguaçu a partir de decreto assinado pelo regente Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, em nome do imperador dom Pedro II. Em 29 de julho do mesmo ano, foi instalada a câmara dos vereadores, com sete representantes.
O novo município foi formado pelas freguesias de Nossa Senhora da Piedade do Iguaçu (definida como capital do município), Santo Antônio de Jacutinga, Nossa Senhora do Pilar, São João de Meriti e Nossa Senhora da Conceição do Marapicu. Inicialmente, a Freguesia de Nossa Senhora da Piedade do Inhomirim também faria parte, contudo os moradores desse distrito não aceitaram a incorporação, especialmente devido à distância.
A Assembleia Legislativa da província do Rio de Janeiro extinguiu o município de Iguaçu em 13 de abril de 1835 (Lei Número Catorze), mas o restaurou em 10 de dezembro de 1836 (Lei Número 57), já sem a Freguesia de Inhomirim. Em 1846, o município ainda perdeu mais uma parte de seu território ao ser criada a Vila da Estrela, que assumiu a Freguesia do Pilar.
Apesar do grande progresso em seus primeiros anos de independência administrativa (embora até 1919 as funções de executivo fossem de responsabilidade do intendente, representado pelo presidente da câmara), a Vila de Iguaçu entrou em decadência na segunda metade do século XIX. Alguns fatores podem ser citados, como a criação das estradas de ferro, a construção de uma ponte sobre o Rio Iguaçu e epidemias de cólera, varíola e malária.
A abolição da escravatura também ajudou no declínio da economia do município, que se sustentava na exploração dos escravos negros na agricultura da cana-de-açúcar. Havia canaviais por todo o município, além de plantações de milho, feijão, mandioca, café e arroz.
Maxambomba - Maxambomba é o nome de um mecanismo de tração, operado sobre um ou dois trilhos, utilizado na época do Brasil colonial pelos senhores de engenho para assentar uma carga com segurança sobre a embarcação destinada para fazer o transporte fluvial da produção do Engenho. O mecanismo de grua permitia locomover para baixar a carga sobre a canoa chalana, observando o centro de gravidade da embarcação para a distribuição uniforme do peso da carga, evitando que o carregamento gerasse oscilações que pudessem acidentalmente lançar a carga ao rio durante o carregamento.
Assim vemos que um mecanismo de grua serviu para nomear o rio que atravessava as terras do Engenho Maxambomba. Este Rio Maxambomba era chamado de Apeterei pelos índios Jacutingas (antigos donos da terra). Apeterei, em língua tupi, significa "Rio do Meio". Atualmente, o rio está canalizado sob os quarteirões situados entre as ruas Luis Guimarães/Nilo Peçanha e a Otávio Tarquínio. A Serra de Madureira (Serra do Engenho do Madureira) também foi denominada de Serra de Maxambomba (Serra do Engenho Maxambomba). O Rio Maxambomba nasce na Serra de Maxambomba e atravessa as terras do antigo Engenho Maxambomba e era designado como Apeterei (Rio do Meio), porque localiza-se entre dois rios maiores: Rio das Botaes (Riachão) e o Rio Caxoeira (atual Rio da Prata).
Uma canoa de fundo chato, conhecida como chalana ou chalupa, era o transporte mais apropriado para navegar o talvegue raso do curso d´água (um afluente de rio) utilizado pelo engenho como via fluvial para transporte.
A produção do Engenho Maxambomba escoava através de um portinho existente no Rio da Prata, afluente do Rio Sarapuí. O carregamento também seguia através do Rio Maxambomba, principalmente quando o Rio da Prata estava obstruído por árvores caídas ou por desmoronamentos das margens, o que provocava assoreamento acidental.
A produção de cana-de-açúcar seguia as diretrizes de Portugal para o Brasil Colônia. As raízes fracas e finas da cana provocam a erosão dos terrenos desmatados e o consequente assoreamento dos rios. Porque, ao ser desmatada a terra e removidas as árvores com raízes fortes que seguravam a terra, substituídas pelo plantio da cana, com raízes fracas e finas que não seguravam a terra, esta era levada pelas chuvas torrenciais e depositadas no fundo dos rios, sedimentando-os e diminuindo-lhes a profundidade.
Através do portinho existente no Rio Maxambomba, a produção escoava até o Porto dos Saveiros (em Tinguá) ou via Rio da prata até o Porto do Rio Sarapuí, onde era reembarcada em saveiros ou faluas, embarcações maiores, com destino ao Cais dos Mineiros, no Rio de Janeiro (que situava-se ao lado do Arsenal de Marinha, na atual Rua 1º de Março).
Para carregar as chalanas, o engenho contava com dois portinhos fluviais: um deles localizava-se no atual Bairro da Vila Nova (instalado no Rio da Prata); o outro existia à montante do Rio Maxambomba (atual Centro de Nova Iguaçu). Na periferia do Engenho Maxambomba, ao redor do portinho do Rio Maxambomba, gradativamente foi-se assentando um pequeno comércio, seguido por um pequeno núcleo populacional que foi prosperando até se transformar no pequeno Arraial de Maxambomba.
Assim, na periferia das terras do Engenho Maxambomba, nasceu o Arraial Maxambomba. Desenvolveu-se e prosperou ao redor do portinho que existiu próximo à atual Rua Floresta Miranda. O transporte fluvial e marítimo foi utilizado até 1728, quando o Caminho do Tinguá foi concluído pelo mestre de campo Estêvão Pinto. Esse caminho, que ficou conhecido como Caminho de Terra Firme, fugia da planície inundada e pantanosa para transpassar a muralha da Serra do Mar a caminho das Minas Gerais. Passava no antigo Engenho Maxambomba, de propriedade de Martim Corrêa Vasques. O Caminho de Terra Firme foi o único que deixou vestígios, pois, sobre parte de seu percurso, foram assentados, em 1858, os trilhos da Estrada de Ferro Dom Pedro II, (atualmente sob concessão à Supervia).
O Engenho de Maxambomba integrava a jurisdição (distrito) da Freguesia de Santo Antônio de Jacutinga. No século XVII, o Engenho Maxambomba surgiu em razão do desmembramento do Engenho de Santo Antônio de Jacutinga, localizado nas terras da antiga aldeia dos índios Jacutingas. A sesmaria do Engenho Santo Antônio foi concedida pelo Governador Cristóvão de Barros, para um de seus capitães, de nome Belchior de Azeredo, homem de confiança de Cristóvão de Barros que era o quarto governador do Rio de Janeiro. O engenho ficou séculos nas mãos da família Azeredo, passando para José de Azeredo e seu filho Antônio de Azeredo (descendentes de Belchior), até ser desmembrado e extinto no século XIX, com as terras integradas ao Engenho do Brejo (Belford Roxo) e Engenho Maxambomba (Nova Iguaçu).
No século XVII, o Engenho Maxambomba era propriedade de Salvador Correia de Sá e Benevides, neto paterno de Salvador Correia de Sá (o Velho), que era o maior latifundiário do Rio de Janeiro, dono de vários engenhos e de mais de setecentos escravos e que foi governador do Rio de Janeiro por três mandatos intercalados. Ele morava na Rua Direita, atual Rua 1º de Março, no Centro do Rio de Janeiro. Na primeira metade do século XVIII, pertenceu a Martim Corrêa Vasques. Na segunda metade do mesmo século, o Engenho Maxambomba passou para o Padre José Vasques de Souza, cujo irmão inteiro era o capitão Manuel Correia Vasques, proprietário do Engenho Caxoeira (atual município de Mesquita). Ambos eram descendentes diretos de Salvador Correia de Sá e Benevides, de Mem de Sá e de Estácio de Sá.
A sede colonial do Engenho Maxambomba situava-se no cume da alta colina em cuja encosta setentrional localiza-se, atualmente, o Bairro Califórnia e em cuja encosta meridional está assentado o Bairro da Vila Nova. A sede do Engenho Maxambomba estava a 1,65km (um quarto de légua) de distância da Matriz da Freguesia de Santo Antônio de Jacutinga (atual Igreja da Prata). A localização é dada com exatidão por Monsenhor Pizarro, no relatório das suas visitas pastorais no ano de 1794. Ele descreve com clareza solar a direção do engenho (poente) e a equidistância, em léguas, levando em consideração, como ponto de partida, a atual Igreja de Santo Antônio da Prata, que, em 1794, era a Matriz de Santo Antônio de Jacutinga.
Escravos fugitivos do Engenho Jacutinga, do Engenho do Brejo e do Engenho Maxambomba utilizavam o leito do Rio da Prata para chegar às encostas da Serra Maxambomba (atual Serra do Madureira), onde, no atual bairro do K-11, fundaram o Quilombo de Cauanza. K-11 é uma corruptela de Cauanza, o nome africano do quilombo.
Os pequenos rios, vias fluviais que serviam os engenhos, foram perdendo sua capacidade de manter talvegue apropriado para serventia e, em razão de assoreamentos, obstruções e contínuo desmatamento das margens, gradativamente foram substituídos por estradas ou carreteiras (estradas para carroças).
A Estrada Geral é uma das mais antigas da região, caminho utilizado bem antes do período colonial. Já era uma antiquíssima trilha dos índios Jacutingas (um apékatu, que, em língua tupi, significa: "bom caminho"). A Estrada Geral ligava a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Mariapicu à Freguesia de Santo Antônio da Aldeia dos Jacutingas (atual Centro de Belford Roxo). Hoje, a Estrada Geral está dividida em duas: Estrada Doutor Plínio Casado e Estrada Abílio Augusto de Tavora (antiga Estrada do Engenho do Madureira), que, em 1930 foi reformada.
A carreteira mais extensa construída pelo colonizador na Freguesia de Santo Antônio de Jacutinga, em linha quase reta, iniciava no atual Centro de Nova Iguaçu, na Rua Floresta Miranda, seguindo pela Rua Comendador Francisco Soares, Rua do Encanamento, atravessando a atual Rodovia Presidente Dutra (que não existia na época), seguindo por Heliópolis (Rua Maria/Avenida Heliópolis), passando pelo Bairro Baby até chegar ao Porto dos Saveiros (Tinguá). Outras carreteiras importantes foram melhoradas quando as vias fluviais deixaram de ser utilizadas, como é o caso da atual Rua Barros Júnior, que se conecta com a Estrada do Iguaçu (atravessando a Via Presidente Dutra). Estas carreteiras eram a serventia para transporte da produção do Engenho do Madureira, Engenho da Posse, Fazenda Caioaba e Fazenda Filgueiras (atual bairro Filgueiras, em Nova Iguaçu). O escoamento destinava as produções dos engenhos para embarque nos portos fluviais de Piedade de Iguaçu.
A importância que o Rio Iguaçu tinha para a comunicação entre a vila e o Rio de Janeiro diminuiu com a implantação das estradas de ferro, que eram um meio de transporte mais rápido, barato e seguro.
À época do Segundo Império, a população da Vila Maxambomba assistiu entusiasmada à chegada das locomotivas a vapor, popularmente conhecidas por "maria-fumaças". Em 29 de março de 1858, a Estrada de Ferro Dom Pedro II (atual Estrada de Ferro Central do Brasil) foi inaugurada pelo próprio Imperador Pedro II e ligou o Campo da Aclamação (no Rio de Janeiro) ao Pouso dos Queimados (atual Município de Queimados) e, no ano seguinte, chegou a Belém (atual Japeri). Na parada ferroviária de Maxambomba, a produção da Fazenda Maxambomba passou a ser embarcada para a corte. A implantação da estrada de ferro aumentou o comércio estabelecido na região. A atividade no arraial prosperou tanto que isso fez com que, em 1862, a Matriz da Freguesia de Santo Antônio de Jacutinga fosse transferida para perto da estação.
Outra estrada de ferro importante foi a Rio do Ouro, que começava no bairro do Caju, no Rio de Janeiro) e seguia até a localidade de Rio d'Ouro, em Nova Iguaçu. Sua construção foi iniciada em agosto de 1876 e concluída em 1883. Em 1886, foi adaptada para o transporte de cargas e passageiros e contava com três ramais em seus 53 quilômetros: Xerém, Tinguá e São Pedro (Jaceruba). Nos anos 60, contudo, a estrada de ferro foi, aos poucos, desativada. Segundo os responsáveis por sua manutenção, ela não dava lucro.
A ponte construída sobre o Rio Iguaçu em 1886 na localidade de São Bento acabou de vez com a importância do rio para o desenvolvimento da região, pois impediu o tráfego dos saveiros e faluas. A chegada da ferrovia na região, a proclamação da Lei Áurea no dia 13 de maio de 1888 (que causou a ruína a considerável parte da aristocracia rural) e as epidemias de cólera, varíola e malária fizeram com que a população da Vila de Iguaçu abandonasse o local, transferindo-se para o Arraial de Maxambomba.
Devido, especialmente, a esses fatores, em 1º de maio de 1891, através de decreto assinado por Francisco Portela, a sede do município foi transferida definitivamente para Maxambomba, que foi elevada à categoria de vila. A antiga Vila de Iguaçu passou a ser conhecida por Iguaçu Velha.
No limiar da década de 1950, época da inauguração da Rodovia Presidente Dutra, as terras remanescentes do antigo engenho colonial Maxambomba foram desapropriadas pelo presidente Getúlio Vargas, que urbanizou a antiga Fazenda Maxambomba, transformando-a em bairro modelo, com o objetivo de oferecer moradias à classe dos marítimos, uma categoria de servidores do estado, transformando a Fazenda Maxambomba no Bairro Califórnia.
Nova Iguaçu - A Vila de Maxambomba recebeu oficialmente o nome de "Nova Iguassú" através da Lei 1.331, de 9 de novembro de 1916, de autoria do deputado estadual Manuel Reis. A grafia do nome da cidade só mudou para "Nova Iguaçu" tempos depois, após reformas ortográficas da língua portuguesa.
Após o declínio da agricultura da cana-de-açúcar, a cultura da laranja passou a ser a mais importante para o município. Vinda de São Gonçalo, a laranja encontrou solo ideal em Nova Iguaçu. Apenas para citar um exemplo, todo o bairro da Posse era, antigamente, uma grande fazenda produtora de laranjas.
Praticamente toda a produção de laranjas era exportada, trazendo para o município um grande desenvolvimento econômico. A exportação começou a ocorrer no ano de 1891, juntamente com o desmatamento (lenha e carvão, madeiras de lei).
O auge da citricultura em Nova Iguaçu foi dos anos 30 a 1956. De 1930 a 1940, a cidade de Nova Iguaçu era chamada de "Cidade Perfume", porque as laranjeiras, em floração, perfumavam todo o roteiro das ferrovias.
A construção de casas de beneficiamento e embalagem da produção na segunda metade do século XX trouxe novo fôlego para a exportação. Porém, durante a Segunda Guerra Mundial, houve interrupção do transporte marítimo, impedindo a exportação das laranjas. Com isso, as áreas dos antigos laranjais começaram a ser loteadas e novos bairros surgiram.
A partir da "crise da laranja", Nova Iguaçu passou a se concentrar num processo de industrialização, beneficiado pela facilidade de escoamento da produção graças, especialmente, às rodovias que cortam o município, entre elas a BR-116 (Rodovia Presidente Dutra). Além disso, nessa época era possível encontrar com facilidade amplos terrenos a preço baixo e mão de obra barata. Nova Iguaçu passou então a contar com um significativo parque industrial e uma grande atividade comercial.
Emancipações
O município de Nova Iguaçu possuía uma área territorial, quando de sua fundação, muito maior do que na atualidade. Somando-se a área de todos os municípios que eram integrantes do território iguaçuano, tem-se que, à época de sua criação, o então município de Iguaçu possuía uma área de 1.318,244 km2 , ou seja, mais de duas vezes e meia a área atual. Porém, as diversas emancipações de distritos que queriam sua independência administrativa marcaram a história do município.
O primeiro desmembramento ocorreu em 31 de dezembro de 1943, quando foi ratificada pela Câmara dos Vereadores a emancipação de Duque de Caxias, quando foram desmembrados do município de Nova Iguaçu os distritos de Caxias, Meriti (que, por sua vez, alcançaria a independência administrativa em 1947 sob o nome de São João de Meriti[43]), Bonfim e Imbariê (ex-Estrela).
Em 1947, foi a vez do então distrito de Nilópolis se emancipar. Contudo, as emancipações que mais marcaram a economia de Nova Iguaçu foram as ocorridas no início dos anos 1990.
Antes de iniciar seu ciclo de industrialização, Nova Iguaçu era uma cidade-dormitório, designação dada aos municípios cuja maior parte da população trabalha em outra cidade (no caso, o Rio de Janeiro). Além disso, praticamente não havia infraestrutura urbana, já que a cidade acabara de sair de um período dedicado apenas à citricultura.
Mesmo com as emancipações dos anos 1940, Nova Iguaçu tornou-se, ao longo dos anos, uma das principais cidades do estado, tanto em população quanto em geração de renda. Em 1989, a cidade chegou a ter 1 700 000 habitantes, sendo a sexta mais populosa do Brasil na época. Mas essa realidade foi abalada após as emancipações de importantes distritos.
Em abril de 1990, houve a emancipação do então distrito de Belford Roxo (segundo menor distrito, porém um dos mais populosos), seguido, em dezembro, pelo então distrito de Queimados (no qual estava localizado o Polo Industrial de Nova Iguaçu que, logicamente, passou a ser administrado pelo novo município). Em 1991 foi a vez do então distrito de Japeri se emancipar. Em 1999, Mesquita, distrito de apenas 35km², também se emancipou.
As emancipações trouxeram uma decadência econômica para o município de Nova Iguaçu, que teve população e, consequentemente, arrecadação reduzidas, apesar de ter mantido praticamente o mesmo volume de gastos públicos.
Economia
Comércio e serviços - A principal fonte de arrecadação do município é sem dúvida o comércio e os serviços, possuindo um dos centros comerciais mais importante do estado, contando com as principais lojas e serviços do país.
Nova Iguaçu conta com grande infraestrutura comercial além do centro, nos bairros de Miguel Couto, Cabuçu, Comendador Soares, Austin, Posse, Cerâmica e Rancho Novo.
Indústria - A indústria na cidade tem uma grande relevância econômica. A cidade conta com indústrias nos ramos alimentício, de siderurgia e de cosméticos.
Agricultura - O plantio de café e a agricultura em geral em Tinguá e áreas próprias na cidade de Nova Iguaçu estão sendo retomados por projetos e iniciativas iguais a do líder político iguaçuano Luis Carlos Magalhães, que, no dia 6 de agosto de 2005, apresentou projeto para reativar a agricultura em grande escala no município de Nova Iguaçu.
O projeto foi apresentado na segunda conferência das cidades, realizada na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em Seropédica.
Dentro do projeto, além da reativação da agricultura em áreas não povoadas e abandonadas de domínio do estado e/ou particular, está a iniciativa da criação de uma nova central de abastecimento nos moldes da Ceasa, central essa que comercializará principalmente os produtos plantados na região da Baixada Fluminense e atenderá comerciantes, feirantes e o público alvo dos produtos oferecidos.
Hoje, comerciantes da Baixada Fluminense em geral vão à Ceasa localizada no município do Rio de Janeiro para efetuar suas compras, sendo que diversos produtos negociados lá são produzidos na própria Baixada Fluminense.
Este desencontro por si só já elevam os preços dos produtos se levarmos em conta somente um item. Transporte = Frete. Uma vez que o produto é levado da Baixada Fluminense para o Ceasa e o consumidor Fluminense precisa ir a Ceasa buscá-lo e voltar a sua origem.
Nova Iguaçu já foi grande exportadora de laranjas, que lhe garantiu à época o apelido de "Capital da laranja" no sudeste.
Turismo - Na área de turismo, destacam-se: Tinguá, a maior área de preservação da região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, onde uma opção é visitar as ruínas da Fazenda de São Bernardino, uma das construções mais antigas e conhecidas de toda a cidade; Shopping Nova Iguaçu e o TopShopping.
Educação
Educação básica - A primeira instituição de ensino regular de Nova Iguaçu foi o Colégio Leopoldo, fundado em 1930 por Leopoldo Machado. Existe ainda hoje, como instituição privada.
Outras instituições de ensino, voltadas ao Ensino Fundamental foram criadas no município durante o século XX, das quais se destacam o Instituto Iguaçuano de Ensino, Instituto de Educacao Santo Antonio (IESA), Instituto de Educação Paulo de Tarso (IEPT), Colégio Gonçalves Dias, Colégio Silva Pinto, Colégio Antonio Huback, Colégio Souza Duarte, Colégio-Curso Tamandaré, Instituto Olavo Bilac, Instituto Educacional Teixeira Carelli e Leite, Colégio Novo Horizonte, entre outros.
No início dos anos 60, foi fundado pelo prefeito Sebastião de Arruda Negreiros o Colégio Monteiro Lobato. Essa é, atualmente, a principal escola municipal da cidade, sendo sede inclusive da Vila Olímpica de Nova Iguaçu.
Existe também a Sociedade Filantrópica São Vicente, entidade fundada em 1958 e que até hoje atende com excelência crianças de zero a seis anos.
Em destaque e mais disputada de acordo com o site Mátricula Fácil no bairro Comendador Soares em Nova Iguaçu está a escola CIEP 117 - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, escola pública estadual bilíngue com parceria com os Estados Unidos, na escola os alunos usam o sistema 90/10 onde aprendem 90% Inglês e 10% Português.
Ensino superior - A primeira instituição de Ensino Superior de Nova Iguaçu foi a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Nova Iguaçu, fundada em 1970. Seus primeiros cursos foram Letras, Matemática, Física, Ciências Biológicas e Pedagogia. Em 1974, implantou a Faculdade de Direito.
À medida que se ampliou a oferta de cursos, o conjunto de faculdades passou a denominar-se Sociedade de Ensino Superior de Nova Iguaçu (Sesni). Em 1993, foi oficializada como universidade, passando a denominar-se Universidade Iguaçu.
Em Nova Iguaçu também há cursos do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ), da Escola Técnica Estadual João Luiz do Nascimento da FAETEC (a qual oferece diversos Cursos Técnicos Concomitantes e Subsequentes), além de campi de instituições particulares do Rio de Janeiro, como a Universidade Estácio de Sá e o Centro Universitário Geraldo Di Biase (UGB).
Em 2010, foi inaugurado um campus da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, cujo primeiro vestibular ocorreu no fim de 2005. Até a conclusão das obras, os universitários tiveram suas aulas no Colégio Monteiro Lobato.
Em 2011, foi inaugurado outra instituição particular de ensino superior no Instituto Iguaçuano, a Universidade do Grande Rio, conhecida como Unigranrio, que oferece cursos de graduação e de Pós-graduação.
Há também no município uma unidade do Centro de Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro, que oferece vários cursos, creditados pela Universidade Federal Fluminense, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, entre outras.
Cultura
Espaços culturais - Nova Iguaçu conta com espaços culturais, tais como: Movimento Enraizados: referência em cultura urbana em todo o Brasil; Espaço Sylvio Monteiro: sala de teatro, galerias de arte, biblioteca e audioteca (municipal); SESC Nova Iguaçu: sala de teatro, galeria de arte e biblioteca
Espaço Nós da Baixada: curso de artes cênicas e apresentações de teatro (expansão do Projeto Nós do Morro); Escola Livre de Cinema: cursos de cinema e apresentações de videos amadores (Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu); Espaço Fama: espaço de cursos e apresentações teatrais; Espaço Cultural Cássia Wood : espaço com cursos e com grandes apresentações de dança e teatrais; Centro de Artes Villelarte Produções: Espaço com cursos de teatro, canto, desenho, violão, moda, Maquiagem, interpretação para tv, entre outros.
Comunicação - O jornal mais antigo de Nova Iguaçu, ainda em circulação, é o Correio da Lavoura, fundado em 22 de março de 1917. Embora sua periodicidade atualmente seja semanal, ainda é um importante periódico da região. Os únicos jornais diários da cidade atualmente em circulação são o Jornal de Hoje e o Jornal Hora H.
Também há várias rádios comunitárias, divulgadas principalmente através de alto-falantes instalados nos principais centros comerciais da cidade, além da Rádio Tropical 830khz , que funciona na faixa AM.
EncontrArte - Com uma década de existência o Encontro de Artes Cênicas da Baixada Fluminense (EncontrArte) traz espetáculos de qualidade gratuitamente para a população da região. Antes da abertura das peças acontecem performances de teatro e danças com artistas da Baixada com o intuito de realizar uma divulgação cada vez maior do ‘fazer artístico’ das cidades que compõem os 13 municípios e que juntos somam quase 4 milhões de habitantes. Habitantes esses que anseiam por melhorias no saneamento, saúde e educação, como também buscam por esta cultura, que lhes é oferecida por cerca de 10 dias, geralmente no mês de setembro. O Encontrarte também desenvolve oficinas com intuito de explicar e instruir os participantes da mesma sobre diversos temas abordados (todos os temas são ligados a cultura).
Carnaval - O município conta com várias entidades carnavalescas, que foram filiadas a Associação de Blocos e Escolas de Samba de Nova Iguaçu, sendo 16 escolas de samba mais Leão de Nova Iguaçu e Império da Uva de Nova Iguaçu, que desfilam no Carnaval Carioca. além dos blocos Afoxé Maxabomba e Trem de Harmonia. em 2012, com o racha no carnaval, foi administrados por duas ligas. em 2013, as escolas desfilavram como hour-concurs e voltando a desfilar na Avenida Amaral Peixoto. no ano de 2014, foi criada a Lubesni para substituir a ABESNI, fazem com que todas as entidades retornassem a essa liga.
Fonte para o texto: Wikipédia