quarta-feira, 5 de junho de 2019

Campos dos Goytacazes Rio de Janeiro

Campos dos Goytacazes é um município brasileiro no interior do estado do Rio de Janeiro, situado no norte fluminense.
História
Campos e sua região eram originalmente habitadas pelos índios goitacás. Após o fracasso da capitania de São Tomé, a grande baixada foi atacada pela tribo goitacá. Durante o século XVII, diversas tentativas de ocupação da planície foram feitas, entretanto, todos que entravam em confronto com os índios eram dizimados. Somente com a chegada dos jesuítas e beneditinos na região, e da pacificação junto aos índios, é que as terras passaram a ser conhecidas pelos colonizadores e senhores de engenhos. A colonização de origem portuguesa de fato só se iniciou a partir de 1627, quando o governador Martim Correia de Sá, em reconhecimento devido ao heroísmo nas lutas contras os índios, doou algumas porções de terra da capitania aos Sete Capitães, que, em 1633, construíram currais para o gado, próximos da Lagoa Feia e da ponta de São Tomé.
Os novos colonizadores pretendiam desenvolver a criação de gado na região, com o objetivo de aproveitá-los no trabalhos dos engenhos. Na enseada da Guanabara, não havia áreas para criação de gado, pois a área estava ocupada com a cana-de-açúcar. Desde então, começou a verdadeira ocupação de origem portuguesa da cidade de Campos. Os capitães, que moravam em seus engenhos no Rio de Janeiro e Cabo Frio, arrendaram quinhões de suas sesmarias, contribuindo assim para o crescimento da população. A criação do gado se multiplicou de forma assombrosa, tal como a diversificação de atividades. Algumas antigas lendas dizem que Campos recebera primeiro a energia elétrica do que o resto da América Latina, entretanto, o correto seria dizer que fora um de seus latifúndios, no caso, a atual Quissamã, local que pertencia à Campos na época de 1833.
Canaviais começaram a aparecer nas regiões mais elevadas da planície e a política, até então estável, foi quebrada com a chegada de latifundiários poderosos, entre eles Salvador Corrêa de Sá e Benevides, que abusou do poder e da posição (pois era o governador da capitania na época), estabeleceu parcerias com os religiosos, se beneficiavam na partilha da planície. Começaram, então, as lutas pelas terras. De um lado, herdeiros dos capitães, pioneiros, colonos, campeiros e vaquejadores; de outro, os Assecas, herdeiros de Salvador de Sá. Durante aproximadamente 100 anos, a capitania viveu em conflitos pela posse das terras, a Coroa chegou a retomar a terra várias vezes, mas, devido às crises vividas pela mesma, voltou para as mãos dos Assecas. Somente em 1752, com a compra da capitania e a contribuição pecuniária da própria população, é que a região foi finalmente pacificada.
No decorrer do domínio dos Assecas, a pequena propriedade predominava, mas também condicionada pelo meio natural, devido à inexistência de áreas contínuas de grande extensão, já que havia inúmeras lagoas. A partir do domínio da cana-de-açúcar, a região passou por um período de recuperação, mas continuava isolada da capital. No início dos anos 1800, toda a planície encontrava-se ocupada e partilhada, mas ainda restavam quatro latifúndios: Colégio dos Jesuítas e São Bento (correspondentes à cidade de Campos e seu entorno), Quissamã (primeira região da América Latina à receber energia elétrica), além da fazenda dos Assecas, onde surgiu o povoado da barra seca (atual município de São Francisco de Itabapoana). No ano de 1833, foi criada a Comarca de Campos e, em 28 de março de 1835, a Vila de São Salvador é elevada à categoria de cidade, com o nome de Campos dos Goytacazes. A pecuária e o cultivo da cana-de-açúcar se estenderam pela planície entre o Rio Paraíba do Sul e a Lagoa Feia. Em 1875, a cidade tinha 245 engenhos de açúcar, com 3 610 fazendeiros estabelecidos na região. A primeira usina foi construída em 1879, com o nome de Usina Central do Limão, pertencente ao doutor João José Nunes de Carvalho. Devido à sua importância, Campos recebeu a visita de D. Pedro II quatro vezes.
Durante toda a república, a economia regional viveu períodos de altos e baixos em função do preço do açúcar internacionalmente, mas sempre mantendo sua importância no mercado na economia estadual e nacional. Ao final dos anos 1980, os municípios de Campos, Macaé e Conceição de Macabu, tinham uma agroindústria açucareira expressiva. A ascensão de São Paulo como maior produtor nacional, seus altos níveis de produtividade, além da expansão da área cultivada no Nordeste do país, aliados à falta de modernização do complexo campista, fizeram com que a região passasse a ser coadjuvante no contexto nacional. O endividamento de algumas usinas, obrigou muitas delas a se fecharem, atingido consequentemente a economia da região Norte Fluminense. A descoberta do petróleo na bacia de Campos nos anos 1970 e a construção do Superporto do Açu tem contribuído para a recuperação da região nos dias de hoje.
Economia
A cidade é um importante centro comercial e financeiro que abrange o norte e noroeste fluminense e o sul capixaba. É a 50ª cidade mais rica do país e a que mais investe em recursos per capita do Brasil. Campos também é a segunda cidade no estado que tem crescido mais o setor hoteleiro em 2014ː só na área nobre da cidade, são 14 prédios comerciais e residenciais em construção.
No centro da cidade, há um forte e diversificado comércio popular. Na rua João Pessoa, está a maior concentração de lojas de roupas populares.
No bairro da Pelinca, na avenida de mesmo nome, podemos encontrar o segundo centro comercial e financeiro da cidade, onde estão as lojas mais renomadas e diversos shoppings. Por conter a maior parte dos bares e restaurantes da cidade, a Pelinca é considerada rica e sempre movimentada, principalmente à noite. Assim, se tornando um bairro nobre. Na região, também está localizado o Shopping Avenida 28, o Shopping Pelinca Square Center e a loja Leader.
Em abril de 2011, foi inaugurado o Boulevard Shopping, aquecendo mais ainda a economia na cidade, trazendo grandes lojas e marcas para o município, além de auxiliar no crescimento do parque rodoviário, bairro na cidade que tem sua principal via a Rodovia BR-101. Este mesmo bairro terá novos condomínios horizontais, Damha Campos e Royal Boulevard, que estão atualmente estão em construção. Ao lado do Boulevard Shopping, está, em construção, o hotel Tulip Inn Campos, o que vai movimentar ainda mais a economia e o desenvolvimento da região.
Ao largo de suas costas, no oceano Atlântico, há um forte polo de exploração de petróleo e gás natural pela Petrobras, na plataforma continental. A cidade é a maior produtora de petróleo do Brasil, além de concentrar a maior parte da indústria cerâmica fluminense. Das sete usinas de açúcar e álcool do estado, seis estão em Campos. Várias indústrias se fazem presentes; apenas em 2007, mais de cinco foram instaladas através do Fundecam (Fundo de Desenvolvimento de Campos).
Turismo
Atrativos naturais
Criada ao longo de milênios pelo generoso rio Paraíba do Sul, terra de aluvião, a planície goitacá encanta com a sua fauna e flora riquíssima e diversificada, vastidão de verdes de todas as tonalidades, varrida pelo vento nordeste. Os Campos dos Goytacazes se estendem até o oceano Atlântico, ponto inicial da colonização de origem portuguesa. Possui lindas praias, todas com ondas fortes e desertas. São frequentadas mais por surfistas, mas a população também vai. Em algumas praias, há colônias de pescadores.
Como atrativos naturais destacam-se: Região do Imbé; Região da Bela Joana; Região das Serras (pico São Mateus, pedra Lisa [pico de 726 metros] e pedra do Baú); Praia do Farol de São Tomé; Rio Preto; Lagoa de Cima; Senador Amaral (Cidade de Cayola Berola); Morro do Itaoca (morro do rato); Lagoa Limpa; Rio de Donana; Pedra do Garrafão (Santo Eduardo); Pedra da Lavadeira; Cachoeira de Rio Preto.
Solares
Destacam-se: Solar dos Airizes (situado na margem direita do rio Paraíba do Sul, próximo a Martins Laje, construído em meados do século XIX. Foi o primeiro imóvel de Campos tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional, em 1940 e serviu de inspiração e cenário para o escritor Bernardo Guimarães, autor do romance "A escrava Isaura", conhecido mundialmente); Solar do Colégio (em estilo barroco jesuítico, construído pelos jesuítas na metade do século XVII. No altar de sua capela, está sepultada Benta Pereira. Atual sede do Arquivo Público de Campos); Solar do Barão de Pirapetinga (construído entre 1861 e 1865); Solar Saturnino Braga (sua construção data da primeira metade do século XIX); Solar do Visconde de Araruama (construído em 1852); Solar da Baronesa (construído em 1823); Solar do Barão da Lagoa Dourada (construído em 1860 e atual sede do Liceu de Humanidades de Campos); Solar do Barão de Carapebus (construído em 1846 e atual Asilo do Carmo); Solar do Barão de Muriaé (construído na primeira metade do século XIX e é ocupado pelo Corpo de Bombeiros).
Histórico-cultural
Casarios
Destacam-se: Hotel Gaspar (construído por volta de 1830); Hotel Palace (construído por volta de 1850); Casa da Família Rodrigues (construída em 1870); Santa Casa de Misericórdia (obra entregue em 1944, hoje é um Hospital); Lira de Apolo (inaugurada em 1912); Villa Maria (construída em 1918).
Praças, jardins, edifícios, marcos históricos e culturais
Incluem-se: Academia Campista de Letras; Banco do Vovô (construído em 1872, localizado no centro de Campos); Barão do Rio Branco; Boulevard Francisco de Paula Carneiro; Correios e Telégrafos (sua primeira agência foi inaugurada em 1875); Fórum Nilo Peçanha (construído em 1935 com arquitetura inspirada ao Parthenon de Atenas)(hoje é a Câmara Municipal); Jardim do Liceu (em volta da Câmara Municipal); Villa Maria e o Liceu de Humanidades de Campos(umas das áreas mais bonitas de Campos); Liceu de Humanidades de Campos; Livraria Ao Livro Verde (livraria mais antiga do Brasil, construída em 1844, figura no Livro Guinness dos Recordes como a livraria mais antiga do Brasil); Obelisco de Campos dos Goytacazes (construído em 1911); Palácio da Cultura e Pantheon; Praça do Santíssimo Salvador;Praça Dr. Nilo Peçanha (atual jardim São Benedito); Torre da Fábrica de Tecidos (construída em 1885); Praça 4 Jornadas; Praça de Don'Ana; Praça do Flamboyant; Jockey Club de Campos dos Goytacazes (Hipódromo Lineo de Paula Machado) (Desativado, foi a leilão em 2011. Possui novo proprietário); Praça do Horto (Pertencente ao conjunto de casas ao lado do Horto Municipal, é o único conjunto de casas que não é condomínio fechado no bairro que foi urbanizado na década de 70).
Educação
Campos dos Goytacazes é referência na área universitária por abrigar instituições como Universidade Estadual Norte Fluminense (UENF), Instituto Federal Fluminense (IFF, antigo Cefet-Campos), Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional da Universidade Federal Fluminense (UFF), Faculdade de Medicina de Campos (FMC), Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO), Estácio de Sá, Universidade Candido Mendes (UCAM), Instituto Superiores do CENSA (ISECENSA), Centro Universitário Fluminense (Uniflu), Faculdade Batista Fluminense, e Faculdade Redentor (Facredentor) e por abrigar escolas de ensino médio na área particular como o Colégio João XXIII, pH Sistema de Ensino, Anglo Campos, CEFA Objetivo, Colégio Alpha, Centro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora,Colégio Externato Campista, Colégio Eucarístico, Colégio Pró-Uni, Instituto Dom Bosco Salesiano, Escola Adventista e na área pública como o Liceu de Humanidades de Campos, Escola Estadual Constantino Fernandes, Escola Estadual Thieres Cardoso, Escola Estadual João Barcelos Martins, IFF Campus-Centro, Instituto Superior de Educação Professor Aldo Muylaert (ISEPAM) e E.T.E. Agrícola Antônio Sarlo, Colégio Estadual Alcebíades Schwartz (CEAS).
Dentre as instituições de educação mais antigas da região, estão: Liceu de Humanidades de Campos (fundado em 1847); Faculdade de Direito de Campos (obras iniciadas em 1869), (Novo prédio obras iniciadas em 1998); Colégio Estadual Nelson Pereira Rebel - CENPR (Fundado em 1904); Colégio Estadual Alcebíades Schwartz - CEAS (Criado em 24 de março de 1905); Instituto Federal Fluminense (Antigo CEFET) (Construído em 1909, e fundado em 1910); Colégio Batista Fluminense (Hoje colégio e faculdade Batista, fundado em 1912); Colégio Bittencourt (Fundado em 1914); Centro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora (CENSA) (fundado em 1925); Faculdade de Medicina de Campos (Obras iniciadas em 1925); Colégio Eucarístico (Fundada em 1941); Externato Campista International School (Fundada em 1949); Instituto Dom Bosco Salesiano (Construído em 1959); Instituto Profissional Laura Vicunha; Colégio Santos Dumont.
Cultura
A cerâmica, o couro, a palha e a madeira são os materiais de destaque em seu artesanato.
Na culinária, além da cachaça e da goiabada cascão, o suspiro e o chuvisco são famosos. Havendo grande tradição cultural e política na região da chamada baixada Campista.
Vale destacar, também, a fundação da primeira sala de cinema de Campos construída pelo senhor Alamir, conhecida como Cine São José, sendo o prédio trazido da Europa pedra por pedra e reconstruído na cidade, e tendo como primeira exibição o filme Marcelino Pão e Vinho.
O Campos Folia, ganhou notoriedade por ser o último Carnaval brasileiro a ser realizado, desde 2010. sempre entre os meses de abril e junho.
Dentre os centros culturais incluem-se o Palácio da Cultura, abriga a Biblioteca Pública Municipal, localizado na Rua Barão de Miracema, Pelinca; o Museu Histórico de Campos dos Goytacazes, localizado na Praça São Salvador, Centro; a Casa de Cultura Olavo Cardoso, localizado na Avenida 7 de Setembro, Centro; a Casa de Cultura Villa Maria, localizada na Praça do Liceu; a Casa de Cultura Poeta Antônio Silva, localizado em Conselheiro Josino; Casa de Cultura José Cândido de Carvalho, Localizada em Goitacazes; Teatro Municipal Trianon; Teatro de Bolso Procópio Ferreira; Centro de Eventos Populares Osório Peixoto(CEPOP), localizado no bairro Jockey Club; Teatro SESC, localizado no Centro; Teatro SESI, localizado em Guarus.
Outro famoso atrativo local é o Farol de São Tomé, que foi projetado pelo engenheiro francês Gustavo Eiffel, responsável por projetar grandes obras como a Estátua da Liberdade, em Nova Iorque (EUA) e a Torre Eiffel, em Paris (França).
Bibliotecas
Uma Biblioteca Municipal, também é um dos lugares do turismo de uma cidade.
O município de Campos dos Goytacazes tem as seguintes bibliotecas municipais: Biblioteca Municipal Nilo Peçanha, a Biblioteca Pública Municipal do Farol de São Thomé e a Biblioteca Municipal Conselheiro Josino.

Referência para o texto: Wikipédia.