Santo André é um município brasileiro da Região do Grande ABC, localizado na Zona Sudeste da Grande São Paulo, parte da Região Metropolitana de São Paulo, em conformidade com a lei estadual nº 1.139, de 16 de junho de 2011 e, consequentemente, com o Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana de São Paulo (PDUI).
História
Fundação e ocupação
O nome do município remonta à antiga vila de Santo André da Borda do Campo, que existiu na região do Grande ABC. Esta vila foi fundada por João Ramalho, que se uniu à índia Bartira, filha do cacique Tibiriçá, da tribo dos Guaianases. Em 8 de abril de 1553, o seu pedido de transformar a região em que vivia em Vila foi atendido pelo governador-geral Tomé de Sousa.
Em 1558, Ramalho passou a governar a vila como alcaide-mor. Em 1560, devido às rivalidades entre os padres jesuítas de Piratininga e o alcaide, além dos conflitos com os povos indígenas da Confederação dos Tamoios, o governador-geral Mem de Sá decidiu transferir a vila para os campos de Piratininga, onde, desde 1554, já se localizava o Colégio de São Paulo - erguido no atual Pátio do Colégio.
O povoado que viria a constituir a cidade de Santo André surge com a inauguração da estação de trem São Bernardo, da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, em 16 de fevereiro de 1867. Esta estação se situava na então Freguesia de São Bernardo, vinculada à cidade de São Paulo. Atualmente esta estação é denominada Estação Prefeito Celso Daniel-Santo André.
Emancipação
O nome "Santo André" ressurge em 1910, com a criação de um distrito às margens da São Paulo Railway ou Estrada de Ferro Santos Jundiaí. Nesta época, a região constituía o Bairro da Estação, do município de São Bernardo. A seguir, por força da Lei nº 1.222-A de 14/12/1910, é criado o Distrito de Paz de Santo André, compreendendo o Bairro da Estação.
Em 1938, o interventor federal Ademar de Barros determina, pelo Decreto nº 9.775 de 30/11/38, que o Distrito de Santo André passa a ser a sede do município, e não mais a vila de São Bernardo, o que se justificaria pela maior prosperidade do Distrito de Santo André, em virtude da proximidade com a ferrovia. O próprio nome do município é alterado para Santo André e a antiga sede municipal passa a ser considerada como o Distrito de São Bernardo, que posteriormente reobtém sua autonomia, em 1944.
Áreas verdes
Dentre os parques, há o Parque Celso Daniel, na Avenida Dom Pedro II, no Bairro Jardim, e o Parque Central, na Rua Gamboa, no bairro Paraíso. O Parque Prefeito Celso Daniel era uma chácara pertencente à empresa General Electric. Encampada pela administração municipal, a chácara chamou-se Parque Duque de Caxias e depois Parque Prefeito Celso Daniel em homenagem ao prefeito assassinado em janeiro de 2002. Possui pistas para caminhadas, lagos com peixes, quadras poliesportivas e uma atração especial: uma figueira enorme com mais de 150 anos.
O Parque Central era um terreno muito extenso pertencente à Rede Ferroviária Federal e depois à Light, antiga companhia de energia elétrica do estado de São Paulo. Milhares de árvores, garças e outras aves, cinco lagos com peixes, pistas para caminhadas, ciclovias, parque de diversões para as crianças, espaço para aeromodelismo e uma concha acústica para espetáculos musicais são o destaque do parque.
Para as crianças, há também o Parque Regional da Criança "Palhaço Estremilique", na região da Avenida Itamarati, no segundo subdistrito de Santo André. O local conta com brinquedos para várias idades e em especial para menores no Projeto Guri. Também fica no parque a EMIA (Escola de Municipal de Iniciação Artística), que oferece cursos gratuitos para várias idades em diversas expressões artísticas.
A cidade conta ainda com uma associação voltada ao estudo e à divulgação das espécies vegetais da família das orquídeas, a Sociedade Orquidófila de Santo André - SOSA. Fundada em 1° de maio de 1956, foi reconhecida como de utilidade pública pela Prefeitura Municipal em 1982 e é a principal organizadora do Festival de Flores de Santo André, que faz parte do calendário de festividades em comemoração ao aniversário da cidade.
Economia
Como ocorreu com a maior parte dos municípios do ABC Paulista, região à qual a cidade de Santo André é integrante, a partir da segunda metade dos anos 1980, a economia da região que era marcada pela indústria metalúrgica, começou a enfrentar outra realidade. Com a "guerra fiscal", principalmente promovida por outras cidades do interior paulista, que ofereciam terrenos praticamente de graça e tributos bem menores, muitas empresas metalúrgicas começaram a sair da cidade. A maior parte destas empresas de Santo André produzia componentes para montadoras automobilísticas da região, como a Volkswagen, a Scania, Ford, Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, e General Motors, em São Caetano do Sul.
Além do setor de autopeças, os de componentes para refrigeração, eletroeletrônicos, e produtos de borracha, como pneus, também formavam a característica industrial de Santo André. Mas o cenário econômico de Santo André, que se baseava na indústria, mudou bastante. Outros fatores, além da guerra fiscal, também fizeram com que este cenário mudasse: mão-de-obra mais barata em cidades do interior e mudança no perfil de consumo merecem destaque na análise da mudança do comportamento econômico de Santo André. A partir dos anos 1990, o setor de comércio e serviços começou a crescer e ser opção para o crescente desemprego na região, no período transitório da indústria para o setor de serviços. Vários galpões de fábricas tradicionais se transformaram em shopping centers, lojas de automóveis e até mesmo grandes templos de igrejas evangélicas. Exemplos são o terreno da Black & Decker, que atualmente é o Grand Plaza Shopping, na avenida Industrial, Bairro Jardim; onde era a empresa metalúrgica Festo, hoje é o supermercado Coop, na Avenida Pereira Barreto, Vila Gilda; o terreno antes ocupado pela KS Pistões, também na Avenida Pereira Barreto, Bairro Paraíso, hoje é um conjunto residencial de classe média, entre outros vários exemplos.
Uma maior abertura econômica ao capital externo, iniciada no governo de Fernando Collor de Mello contribuiu para a mudança do cenário econômico de Santo André e do ABC Paulista. A cidade busca parceria com outros entes federativos, como a Universidade Federal do ABC (UFABC), inaugurada em 2006, e o projeto do Parque Tecnológico de Santo André começar a ser implantado. Com o crescimento imobiliário na região, surgiram diversos empreendimentos que contribuíram para a geração de empregos na construção civil da cidade.
Cultura
Patrimônio
Para o turismo histórico, além do Museu Municipal e da Casa do Olhar, na região central de Santo André, uma opção é a Vila de Paranapiacaba. No Museu Ferroviário é possível saber da história do crescimento do estado de São Paulo através dos trilhos da SPR - São Paulo Railway, que ligam Santos, no litoral paulista, a Jundiaí, no interior do Estado. A época era a do café e da imigração, principalmente da Europa. A Vila de Paranapiacaba, com construções tipicamente inglesas, foi criada para ser uma vila de ferroviários. Além das exuberantes construções de madeira de lei, é possível conferir o sistema funicular de tração de trens do século retrasado e máquinas e composições em exposição, como o Locobreque. Há histórias de personagens simples, que através de atos heroicos em meio às dificuldades da época chegaram a salvar centenas de vidas. Em Paranapiacaba, também é possível realizar turismo ecológico, através das trilhas em meio à Mata Atlântica preservada, que reservam paisagens não comuns ao meio urbano, como cachoeiras, animais em extinção e vegetação nativa.
Teatro, música e cinema
O Teatro Municipal de Santo André, à direita, localizado no Paço Municipal, recebe constantemente diversas peças e apresentações de danças, além de ser a casa da Orquestra Sinfônica de Santo André. No bairro de Santa Terezinha no Teatro Conchita de Mores, se situa a primeira Escola Livre de Teatro do Brasil, a ELT, referência internacional na formação do ator e no seu método pedagógico colaborativo.
Muitos dos antigos salões de cinema em Santo André se transformaram em igrejas evangélicas ou foram demolidos para estacionamentos e mercados, como é o exemplo do Cine Tangará, do Studio Center e do Cine-Teatro Carlos Gomes, este último recuperado e tombado pelo município em 1998. Os cinemas agora ficam por conta dos shoppings. O Shopping Grand Plaza, na Avenida Industrial, e o Atrium Shopping, na Rua Giovanni Battista Pirelli, na Vila Homero Thon contam com a rede Cinemark e Shopping ABC, nas antigas instalações do Mappin, na Avenida Pereira Barreto, no bairro Paraíso, possuem salas de exibição da rede Playarte.
A música também é um lazer na cidade acompanhada por um grande números de jovens e adultos que formam suas bandas e se apresentam em festivais organizados por estúdios em bares no Bairro Jardim e no centro da cidade. Renomadas bandas e artistas nacionais e internacionais se apresentaram nas casas noturnas do município. Deep Purple tocou no Clube Atlético Aramaçan em 1997, enquanto os Ramones tocaram duas vezes neste mesmo local. Legião Urbana, de Renato Russo, também se apresentou no local. Há ainda a Concha Acústica da Praça do Carmo e o Saguão do Teatro Municipal que recebem regularmente grandes bandas nacionais e festivais gratuitos, além de exposições renomadas de artes plásticas. A Orquestra Sinfônica de Santo André, que apresenta temporadas regulares de concerto no Teatro Municipal da cidade, está entre as melhores do estado.
No carnaval da cidade, o ponto alto são os desfiles de escolas de samba, tais como Leões do Vale, Seci e a atual campeã Tradição de Ouro.
Referência para o texto: Wikipédia.