segunda-feira, 15 de julho de 2019

Diadema - São Paulo

Diadema é um município do estado de São Paulo, na Região Sudeste do Brasil. Distante apenas 17 km da capital paulista, Diadema faz parte da região do Grande ABC e tem população de aproximadamente 400 mil habitantes. Embora não seja muito extenso, com 31 km², o município alcançou grande desenvolvimento econômico e se mostra um dos polos industriais mais importantes de São Paulo.
História
A história da cidade está ligada às missões jesuítas para a catequização dos índios no século XVII. Nessa época, os religiosos partiram de São Vicente e reuniram grandes lotes de terra no local onde se desenvolveu Diadema. No território, foi construída uma capela em homenagem à Nossa Senhora da Conceição, santa que deu nome à pequena vila formada ao redor da igreja.
Ainda no século XVII, os portugueses saem de São Vicente com o objetivo de catequizar os indígenas, reunindo grandes lotes de terra na região que, hoje, corresponde ao Centro de Diadema. Nessa região, antiga Vila da Conceição, hoje Avenida Manuel de Nóbrega, foi construída uma casa feita de taipa conhecida como "Casa Grande", constituída de uma capela dedicada à Imaculada Conceição. Mais tarde, Diadema passou a ser um trajeto por onde passavam tropeiros em direção à mina do Embu, então recém-descoberta. Mais tarde, o tráfego dessa mesma passagem se tornou cada vez mais escasso, em uma rota no sentido Santo Amaro-Mogi das Cruzes, devido ao declínio da mineração.
No século XIX, o local passou a ser caminho de bandeirantes que iam em direção a Embu na corrida pelo ouro. Esses desbravadores acabaram criando, próxima à região, a parada de Pirapora. No início do século XX, a rota passou por um processo de urbanização e industrialização. Uma serraria a vapor foi instalada no vilarejo e sua produção abastecia uma indústria de móveis em São Bernardo do Campo. Em 1948 a área, já conhecida como Diadema, tornou-se um distrito desse município e, 5 anos mais tarde, alcançou o status de cidade.
Após o abandono das terras pelos jesuítas, a posse dessas terras foi legalizada com 650 alqueires pelo Barão do Tietê, entre 1813 e 1815. Após sua morte, essas terras foram divididas entre seus herdeiros, que deram origem a duas glebas: uma na parte leste, denominada "Curral Grande"; e outra na parte oeste, localizada próxima à atual Igreja Matriz, com o nome de "Curral Pequeno". Mais tarde, os bandeirantes criaram, em suas rotas, a parada de Piraporinha, originada pela gleba do Curral Grande. Com o grande aumento populacional da região, um personagem chamado José Pedroso de Oliveira construiu uma capela, Bom Jesus da Pedra Fria, em 1830, que contou com um pequeno número de devotos. Trinta anos depois (1860), uma pequena capela localizada próxima à capela Bom Jesus da Pedra Fria (Senhor Bom Jesus de Pirapora) é arquitetada e construída.
Com o vilarejo, veio também o progresso, ativado em 1900, com a construção de uma serraria a vapor, tendo Antônio Piranga como proprietário, filho de José Pedroso. No início do século XX, a antiga rota dos tropeiros (Estrada da Vila Conceição) começa a passar por um processo de industrialização e urbanização. A serraria a vapor funcionou durante vinte anos (até 1920), abastecendo uma indústria que produzia móveis em São Bernardo do Campo. Em 1926, a atual região correspondente ao bairro de "Eldorado" foi inundada, formando a "Baía do Eldorado". No mesmo terreno onde a serraria havia sido construída, ocorreu a criação de lotes de terra, originando a Vila Conceição, com uma área de 165 alqueires, que foram loteados por volta da década de 1940. As antigas vilas de Eldorado, Conceição e Piraporinha foram os três primeiros núcleos habitacionais. Dispersos, eles eram ligados apenas por caminhos precários. Cada um tinha sua vida própria. Piraporinha era próximo a São Bernardo. O Taboão era ligado pela proximidade a São Bernardo e a São Paulo pela Avenida Água Funda. Hoje, esses três vilarejos são representados por três torres na bandeira municipal.
Em 1925, com a criação da Represa Billings, a região do Eldorado passou a despertar o interesse de moradores da capital que buscavam opções de lazer. Nos anos 1930, os irmãos Camargo, donos das terras, resolveram melhorar a ligação com a Vila Conceição (Centro) por meio da abertura da atual Avenida Alda até o Parque 7 de Setembro.
O trajeto até o Centro foi completado por Alberto Simões Moreira. Nessa estrada, passaram a transitar carros de boi, cavalos, automóveis e a primeira jardineira, que fazia o itinerário Eldorado - Vila Conceição - Praça da Árvore (SP).
Em 1936, os povoados de Vila Conceição e Piraporinha se uniram para formar a cidade de Diadema. O nome era uma referência à coroa da padroeira da cidade, Nossa Senhora da Conceição.
Apesar da proximidade geográfica com a capital estadual, até os anos 1950 a cidade pouco sentiu os efeitos das transformações produzidas pela industrialização em São Paulo. Até então, Diadema não tinha nenhuma importância econômica regional. Foi nas cidades localizadas ao longo da ferrovia Santos-Jundiaí, principal via de circulação de mercadorias na época, que ocorreu a expansão industrial paulista até a década de 1940, especialmente em São Caetano do Sul, Santo André e Mauá.
Por meio da lei estadual n° 233, de 24 de dezembro de 1948, o distrito de Diadema, na época pertencente a São Bernardo do Campo, é criado. Em 18 de fevereiro de 1953, Diadema torna-se município de São Paulo, desmembrando-se de São Bernardo do Campo. Hoje, o município é formado pelo distrito sede, antigo distrito de Diadema.
Após a década de 1950, o sistema de escoamento da produção, feito até então pelos eixos ferroviários, entra em declínio e o governo passa a optar pelos circuitos rodoviários. A Via Anchieta, inaugurada em 1947, representa uma nova fase da industrialização paulista e da implantação do capitalismo no Brasil. Em São Bernardo, ao longo dessa estrada, instalaram-se grandes indústrias multinacionais; e em Diadema, principalmente pequenas e médias empresas nacionais que produziam, na sua maioria, objetos complementares para as multinacionais.
A Vila Conceição liderou o movimento pela emancipação local. Além de contar com as lideranças políticas mais interessadas na questão, o vilarejo encontrava-se bastante isolado de São Bernardo, sentindo particularmente a falta de infraestrutura e serviços básicos. Os moradores de Piraporinha, Taboão e Eldorado eram, na sua maioria, desfavoráveis ao movimento.
Foi a conjugação de vários fatores que determinou a emancipação político-administrativa de Diadema, como a expansão urbana e industrial paulista em direção ao ABC, a articulação de políticos da localidade, como o professor Evandro Caiaffa Esquivel, Américo Maffia entre outros proprietários de chácaras na Vila Conceição, e com lideranças de influência no âmbito estadual, como o jurista Miguel Reale e a intensa participação dos moradores da Vila Conceição na Campanha da Emancipação.
Em 1959, realizaram-se as primeiras eleições para os poderes Executivo e Legislativo do município de Diadema. E, no dia 10 de janeiro de 1960, com a posse do primeiro prefeito, Evandro Caiaffa Esquivel e Américo Maffia como vice-prefeito e vereadores, instalou-se oficialmente o novo município.
Economia
A economia de Diadema é voltada para os setores industrial, comercial e de serviços. O município, assim como outras cidades do ABC, é considerado um grande polo de autopeças, devido à instalação de muitas montadoras na região metropolitana da capital paulista. Além disso, destaca-se economicamente por ter desenvolvido um forte mercado no segmento de cosméticos. Vista como uma cidade promissora, Diadema apresenta uma grande tendência à expansão, sobretudo, nos setores de construção civil e imobiliário, que vêm recebendo grandes investimentos.
No setor secundário, Diadema é um dos grandes e importantes centros industriais do estado de São Paulo. A industrialização começou na década de 1950, ainda quando distrito de São Bernardo do Campo, o que motivou o desejo de emancipação do distrito e a consequente criação do município. Nos dias atuais, Diadema integra a Região do Grande ABC, juntamente com os municípios de Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul, e é um grande polo industrial de autopeças e cosméticos, além da grande expansão das indústrias de borracha, de material de transporte, metalúrgica e química. De acordo com dados do IBGE, em 2011 o Produto Interno Bruto municipal do setor secundário era de R$ 4.554.841 mil reais.
Já o PIB do setor terciário era de R$ 5.365.070 mil. Conforme um estudo publicado em 2010 pela revista Você S/A, Diadema encontra na 79ª posição dentre os cem melhores municípios brasileiros para se construir uma carreira profissional. A taxa de atividade da população acima dos dezoito anos era de 71,53% e a de desocupação era de 8,96% (2010). Existiam ainda 10.207 unidades de empresas locais, sendo 9 945 atuantes. Um importante centro comercial da cidade é o Shopping Praça da Moça, localizada no Centro, administrada pela AD Shopping, construído em uma área de 125.144 m² e inaugurado em maio de 2009, contando com 160 lojas, além de restaurantes, praças de alimentação e salas de cinema e oferecendo várias opções de entretenimento e lazer tanto à população local quanto de outras localidades, sendo visitado anualmente por mais de nove milhões de pessoas.
Com o crescimento imobiliário na região surgiram diversos empreendimentos, entre eles o Cores Diadema que contribuíram para a geração de empregos na construção civil da cidade.
Educação
A educação é outra área que tem atenção especial do poder público municipal. O programa Diadema Mais Educação, desenvolvido em parceria com o Governo Federal, oferece atividades esportivas, culturais, ambientais, de matemática e letramento. Por meio dele, os alunos da rede pública não só recebem conhecimento em sala de aula como também participam de atividades desenvolvidas em parques, praças, empresas, cinema, teatro, jardim botânico, entre outros.
Há ainda três instituições de ensino superior; são elas a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), ao Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec) e Faculdade Diadema (FAD), além de instituições de ensino técnico, como a Fundação Florestan Fernandes, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a Escola Técnica Estadual (ETEC).
Lazer e cultura
O lazer e a cultura são outros pontos positivos de Diadema. A cidade conta com muitas atrações interessantes, como o Museu de Arte Popular, que reúne mostras de cultura de vários lugares brasileiros; o Observatório Astronômico, de onde é possível visualizar astros e estrelas; o Borboletário, onde são preservadas borboletas das espécies caligo e ascia; e o Jardim Botânico, que possui trechos de mata nativa e cerca de 200 espécies de plantas para paisagismo.
A Secretaria de Cultura é um órgão responsável por estabelecer e atuar na área cultural de Diadema, com o objetivo de promover o estímulo e acesso aos bens culturais, respeitando a diversidade e incluindo a inclusão etária e social. Essa instituição engloba, ao todo, nove bibliotecas, dez centros de memória, em um total de vinte e cinco equipamentos, que são promovidos em todo o município.
Artesanato e principais eventos
O artesanato é uma das formas mais espontâneas da expressão cultural diademense. Em várias partes do município é possível encontrar uma produção artesanal diferenciada, criada de acordo com a cultura e o modo de vida local e feita com matérias-primas, como principalmente o bordado e a madeira, além de materiais recicláveis. Alguns grupos regionais, como a Associação dos Artesãos e Artistas Plásticos de Diadema, reúnem diversos artesãos, disponibilizando espaço para confecção, exposição e venda dos produtos artesanais. Normalmente essas peças são vendidas em lojas de artesanato, exposições ou feiras, como a Feira de Artesanato de Diadema, realizada semanalmente aos sábados, no Centro, desde 2006, contando com barracas de vendas de comidas caseiras, utensílios domésticos, sabonetes, bonecas de biscuit, objetos para decorações, camisetas, bijuterias, ervas medicinais e flores feitas de garrafas pet.
Além da feira de artesanato, o município conta com inúmeros eventos, que ocorrem durante o ano inteiro, como o Carnaval, realizado antes do início da Quaresma, e a Festa da Imaculada Conceição, padroeira do município, no dia 8 de dezembro.
Pontos turísticos
Diadema conta com quatro importantes pontos turísticos:
Borboletário: primeiro borboletário da Região Metropolitana de São Paulo, criado em 2005 e com 190 metros quadrados de área. Foi construído com o objetivo é contribuir com um projeto de educação ambiental, desenvolvido pela Secretaria do Meio Ambiente. No local, são liberados entre cinquenta e 250 borboletas semanalmente, além viverem duas espécies adultas de insetos e cerca de trinta espécies de plantas;
Jardim Botânico: principal cartão-postal de Diadema. Possui mais de duzentas espécies nativas diferentes de plantas, principalmente de Mata Atlântica, desde as de porte pequeno (como as forrações) às de grande porte (arbóreas). É também utilizado em atividades de educação ambiental de escolas municipais e/ou de outras localidades;
Museu de Arte Popular (MAP): foi inaugurado em 2007. Nele, estão, reunidas, centenas de obras de importantes artistas populares nacionais, como Aécio de Andrade e João Cândido da Silva. Está localizado no localizado no Centro Cultural de Diadema, sendo considerado o primeiro museu de gênero do ABC paulista;
Observatório Astronômico: foi inaugurado em 1992, no Bairro Inamar, e é onde ocorre a observação de astros, planetas, estrelas e outros corpos do Sistema Solar. Conta com um telescópio do modelo MEADE, que está instalado em uma torre com nove metros de altura, três andares, numa altitude em 830 metros.
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Referência para o texto: abcdoabc.com.br ; Wikipédia.