segunda-feira, 28 de setembro de 2020

ITAGUAÍ - RIO DE JANEIRO

Itaguaí é um município da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil. Localiza-se a 73 quilômetros de distância da capital do estado. Ocupa uma área de 271.563 km², e sua população foi estimada no ano de 2019 em 133.019 habitantes pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, sendo o 25º mais populoso do estado e o primeiro de sua microrregião.
Etimologia
O topônimo "Itaguaí" tem origem na antiga língua tupi e significa "rio da enseada da pedra", através da junção dos termos itá (pedra), kûá (enseada) e 'y (rio).
História
Primórdios
O território no qual está instalada a cidade de Itaguaí foi desbravado no século XVII, aproximadamente, pelos índios Jaguaremenon. A tribo dos Y-tingas se desenvolveu, prosperou e passou a rechaçar a presença dos jesuítas, o que produziu vários conflitos. Num deles, um pequeno índio de dez anos foi ferido e pego por futuros brasileiros, sendo batizado com o nome de José Pires Tavares.
Tavares cresceu entre os futuros brasileiros mas sempre pensou em defender seu povo. Quando fez trinta anos, já casado com uma índia, embarcou rumo a Portugal buscando uma carta de proteção para aldeia Y-tinga junto à Coroa Portuguesa. Foi recebido no Paço Real pela rainha Dona Maria I. Os futuros brasileiros, sabendo da alta chance de o indígena conseguir a proteção régia, não perderam tempo: atacaram a aldeia durante sua viagem, não distinguindo sexo ou idade. Os sobreviventes foram amarrados a barcos com furos e lançados ao mar, morrendo todos afogados.
José Tavares retornou de Portugal juntamente com o Conde de Resende tendo como ordem da Rainha dona Maria I que restituísse as terras dos indígenas. José Pires ainda reivindicou a posse efetiva das terras indígenas em 1804, tendo em vista a possível arrematação do Engenho de Taguay localizado dentro das mesmas. Morreu em 1805. O Engenho de Taguay foi arrematado por proprietários, entre eles Antônio Gomes Barroso (primeiro alcaide-mor de Itaguaí). Mesmo com esse fato, os nativos ainda permaneceram ali por algum tempo.
Vila de Itaguaí
Após a barbárie, foi fundada pelos colonos a Vila de Itaguaí, que passou a ser uma rota de viagem padrão para os viajantes para São Paulo e para as Minas Gerais, o chamado "Caminho do Ouro" devido ao terreno pouco acidentado e transitável durante todo o ano, com poucos alagadiços e com bastante água para os animais. Por volta de 1725, iniciou-se a construção deste caminho que ligava o Rio de Janeiro a São Paulo com o objetivo de encurtar a viagem exaustiva e perigosa que era feita por mar de Paraty ao porto do Rio, pois habitavam na Ilha Grande uma grande quantidade de corsários que assaltavam as embarcações que por ali passavam, o que quase sempre representava prejuízos à Coroa Portuguesa.
No século XIX, na famosa viagem onde seria dado o Grito de Independência do Brasil, Dom Pedro I parou na vila para pernoitar, alimentar e saciar seus cavalos, onde hoje chama-se Praça Dom Luís Guanela, próximo a Igreja Matriz de São Francisco Xavier.
Em 1844, foi fundado o distrito de Seropédica, cujo nome deriva da sericultura - criação do bicho da seda. Foi o início da primeira fábrica de tecidos de seda do Brasil.
Cidade de Itaguaí
Depois da Independência do Brasil, Itaguaí desenvolveu a sua agricultura, sendo, em tempos diversos, o maior produtor de milho, quiabo, goiaba, laranja e banana do Brasil. Recebeu inicialmente o uso de trabalho escravo de negros, que foi gradualmente substituído por mão de obra estrangeira, mais especificamente de japoneses, em 1938 e, em menor número, de alemães. Ainda hoje, é uma das maiores colônias japonesas do estado do Rio de Janeiro.
Em 1938, começou a ser construída a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro no distrito de Seropédica, utilizando-se as instalações de uma antiga fábrica de seda.
Até a década de 1950, a má administração pública gerou diversos problemas sociais, resultando em surtos recorrentes de malária, cólera e outras doenças erradicadas das cidades vizinhas. Tal fato trouxe má fama à cidade, que ganhou o apelido de "Município Abandonado".
A partir da década de 1960, a cidade começou a se industrializar com a construção de fábricas como a Ingá Mercantil (zinco), a Nuclep (material termonuclear) e de outras empresas no Distrito Industrial de Santa Cruz. Em 1960, o distrito de Paracambi foi emancipado da cidade e, em 1995, o distrito de Seropédica também se separou. Muitas partes do município também foram perdidas para Mangaratiba e para a cidade do Rio de Janeiro.
Na década de 1970, a cidade passou a ter ligação mais fácil com o litoral através da construção da Rodovia Rio-Santos.
Itaguaí hoje
Itaguaí, hoje, é um município em grande crescimento. A Companhia Siderúrgica do Atlântico, que fica em Santa Cruz, bairro do Rio vizinho à cidade, promete dinamizar a economia local, além dos investimentos no Porto de Itaguaí. Novos portos privados, como o Porto Sudeste, com investimentos de mais de 2.000.000.000 de reais, estão por se instalar na cidade, além de estaleiros civil e militar. A Marinha brasileira pretende construir submarinos em Itaguaí, inclusive atômico, em parceria com o governo francês e estabelecer uma base naval.
Na história recente, são destaques os problemas advindos da falida fábrica de zinco Ingá Mercantil, cujos dejetos químicos abandonados causam graves problemas ecológicos. A compra do terreno da Ingá Mercantil pela siderúrgica Usiminas promete dar fim a este passivo ambiental.
Clima
O clima da região é classificado como Aw (verão chuvoso com inverno seco) segundo a classificação de Köppen(1938). O período de maior pluviosidade concentra-se entre dezembro e janeiro, podendo estender-se até março, enquanto o período seco estende-se de maio a setembro, sendo a pluviosidade média de 1 500 milímetros por ano. A umidade relativa média anual é de 75 por cento, com insolação total média anual de 2.162,7 horas. A nebulosidade mensal varia de 4,3 a 7,1 em escala que vai de 0 a 10, segundo a estação de Ecologia Agrícola em Seropédica. A temperatura durante o ano varia entre 20ºC e 32ºC.
Relevo e hidrografia
O relevo de Itaguaí é caracterizado por duas regiões distintas: a das montanhas e a das planícies. O município está totalmente inserido na Bacia da Baía de Sepetiba. Ao norte e a oeste, encontram-se as grandes elevações, estendendo-se a região plana ao sul e a leste onde predominam terrenos alagadiços e pantanosos. A Serra do Mar delimita o município com Rio Claro, Piraí e Paracambi. As principais serras são as de Itaguaí, Caçador, Matoso, Guarda Grande, Pouso Frio e Mazomba. Nos limites com o município de Rio Claro, localiza-se o ponto culminante do município, com 1.136 metros de altitude.
A região hidrográfica de Itaguaí abrange duas bacias, a do Rio Mazomba e a do Rio da Guarda. A Bacia do Rio Mazomba-Cação abrange cerca de 96 quilômetros quadrados, confronta-se a leste com a Bacia do Rio da Guarda e a oeste com bacias da região hidrográfica do Litoral Oeste. O Rio Mazomba nasce a 1.080 metros de altitude, na Serra da Mazomba, e corre por cerca de 26 quilômetros, passa a ser denominado de Rio Cação à montante de seu desvio pela margem esquerda, onde tem início o Canal de Arapucaia ou do Martins. O fluxo do rio segue pelo Rio Cação até desaguar em um manguezal situado na face oeste da ilha da Madeira.
Vegetação
Dentre os tipos de vegetação nativa remanescentes em seu território e os diferentes usos do solo, estão floresta densa e em estágio médio de regeneração, floresta em estágio inicial de regeneração; comunidades vegetais de afloramento rochoso, comunidades vegetais de restinga; vegetação de mangue; vegetação de mangue degradado; campo/pastagem; áreas inundadas e inundáveis; reflorestamento; áreas agrícolas; solos exposto e áreas urbanas.
O Parque Estadual Cunhambebe abrange parte do seu território. A unidade de conservação foi criada em 2008.
Economia
O setor terciário é o mais relevante da economia de Itaguaí. De todo o produto interno bruto da cidade, 2.085.652 mil reais é o valor adicionado bruto da prestação de serviços. O setor secundário vem em seguida. 221.187 mil reais do produto interno bruto municipal são do valor adicionado bruto da indústria. Por sua vez, a agropecuária rende 13 550 mil reais ao produto interno bruto itaguaiense. No município, destaca-se a produção de banana, cana-de-açúcar, feijão, mandioca e milho, além da criação de caprinos, galináceos, muares, ovinos e suínos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2010 o município possuía um rebanho de 11.277 bovinos, 510 equinos, 1.160 suínos, 118 caprinos, 7 asininos, 138 muares, 40 bubalinos, 205 ovinos, 4.000 galinhas, galos, frangos e pintinhos. Ainda no mesmo ano, Itaguaí produziu 1.163.000 de litros de leite, 10.000 dúzias de ovos de galinha e 5.000 quilos de mel.
Indústria
O município de Itaguaí tem experimentado um crescimento econômico com a ascensão do Porto de Itaguaí e de empreendimentos na vizinhança, que tem atraído novos moradores. Desde a inauguração do então Porto de Sepetiba, a localização de Itaguaí adquiriu um caráter estratégico, sobretudo para aquelas atividades voltadas diretamente para a exportação. Um trabalho do Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro apontou Itaguaí como o terceiro município mais bem localizado do estado, justamente por ofertar uma série de vantagens locacionais às empresas ali instaladas.
Itaguaí reúne aspectos favoráveis para a produção industrial de alimentos, para a fabricação de produtos eletrônicos, cimento, peças de amianto, material elétrico leve, mobiliário e produtos químicos. A instalação do porto também vem abrindo novas possibilidades na área de serviços portuários.
Em Itaguaí, encontra-se instalada, também, a Nuclep, única empresa nacional capaz de produzir componentes de grande porte e alta tecnologia para geração de energia nuclear. A própria Nuclep justifica sua localização em Itaguaí pelas excelentes condições logísticas oferecidas: próxima à Rio-Santos, cortada pelo ramal ferroviário de Mangaratiba e com acesso ao mar tanto através de seu próprio porto como pelo Porto de Itaguaí.
Comércio
Concentrado principalmente no Centro, no entorno da Rua Doutor Curvelo Cavalcanti, o comércio do município tem apresentado grande crescimento nos últimos anos devido ao aumento de renda da população.
A cidade conta com dois shoppings: o Itaguaí Shopping Center, fundado em 1999; e o PátioMix Costa Verde, fundado em 2010, às margens da rodovia Rio-Santos. Ainda há um terceiro em construção: o Shopping Park Estrela do Céu.
Educação
A demanda por profissionais qualificados com a chegada dos novos empreendimentos industriais fez com que fosse criada mais uma unidade de ensino técnico e graduação do CEFET-RJ em Itaguaí com cursos diretamente voltados para a área portuária - Técnico em operações portuárias, Técnico em Mecânica e graduação em Engenharia Mecânica e Engenharia de Produção. Também foi inaugurado um novo centro de formação profissional do SENAI em parceria com a siderúrgica Thyssenkrupp, instalada próxima à região.
Cultura
Turismo e eventos
Durante a semana do dia 5 de julho, ocorre a Expo de Itaguaí, que é uma exposição agropecuária da região que inclui comidas típicas, e shows diários, incluindo banda gospel e artistas do momento atraindo não somente moradores de cidades vizinhas como Mangaratiba, Seropédica e de bairros da zona oeste do Rio de Janeiro, como também de todo o estado. Apesar de não possuir os mesmo potencial turístico que os outros municípios da Costa Verde, as praias da Ilha da Madeira, Coroa Grande e a Ilha do Martins são muito visitadas principalmente no verão. E, apesar de incipiente, Itaguaí oferece diversas atividades ligadas ao ecoturismo. Dentre elas, caminhadas e banhos de cachoeira como a dos rios Mazomba, Itinguçú e Itimirim. Outra boa opção de diversão é fazer trilhas pelas serras, como a Serra da Calçada com as famosas placas de bronze e o Mirante do Imperador, porém recomenda-se que essas trilhas sejam feitas apenas com a companhia de guias e conhecedores dos lugares. Existem outros potenciais, como o turismo de negócios, explorado apenas pelos Hotéis Pierre e Charles e o turismo histórico: a cidade tem construções que datam do século XVIII.
Os famosos sítios de lazer: Jonosake, Bumerangue, Cantinho da Roça, Caminho da Roça, Recanto da Serra e dos Netinhos, são alguns exemplos de lazer e entretenimento estabelecidos na cidade que de outubro a dezembro, recebem mais de 10 mil pessoas diariamente. Essa força econômica proporciona trabalho e renda para a população local, reforçando assim o Turismo Rural.
Carnaval
No carnaval, cujo Itaguaí veem engatinhando, existem as escolas de samba Acadêmicos de Itaguaí, recentemente fundada no ano de 2015 e apadrinhada da Acadêmicos de Santa Cruz, em que muitos Itaguaienses desfilam[40] e ainda Renascer de Itaguaí e Marreco de Vila Geni, mas o carnaval forte mesmo são os desfiles dos blocos de rua em diversos pontos do município.
Esportes
No campo dos esportes, a cada ano surgem, em Itaguaí, adeptos de esportes nada populares em terras brasileiras, o rúgbi representado pelo Itaguaí Rugby e o beisebol representado pelo Bunka, ambos com equipes estaduais e este último com estádio próprio. A cidade é celeiro de jogadores de futebol, como: Gilson Gênio, Gilcimar Wilson Francisco, Júlio César da Silva e Souza e Reinaldo da Cruz Oliveira Nascimento. E já foi destaque no voleibol, chegando a conquistar o campeonato juvenil de clubes no ano de 1986 com a equipe do professor Joaquim Inouê. O futsal é outro esporte que também se destaca no município. Durante o ano Itaguaí conta com diversos campeonatos, organizados pela prefeitura do município através da secretaria de esportes. As principais equipes de futsal da cidade são: Areal, Ito e Kinder (campeão municipal 2013). A principal equipe de futebol da cidade é o Itaguaí Atlético Clube, agremiação esportiva fundada em 18 de dezembro de 1947, que estreou na Terceira Divisão de Profissionais do Carioca em 1987.
Referência para o texto: Wikipédia .

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

GUARATINGUETÁ - SÃO PAULO

Guaratinguetá é um município brasileiro do estado de São Paulo, localizada na região do Vale do Paraíba, sede de microrregião, uma das sub-sedes da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte. É conhecida na região pela tradição da comemoração do carnaval, iniciado no município pela tradição portuguesa do entrudo. Atualmente, o município possui desfiles de escolas de samba e blocos carnavalescos.
Etimologia
De origem tupi, a palavra "Guaratinguetá" significa "muitas garças", pela junção de gûyrátinga (garça: literalmente, "pássaro branco", pela junção de gûyrá, pássaro e tinga, branco) e etá (muitos). Recebeu esse nome pela grande quantidade de garças existente nos domínios do município.
Apelidos
Guaratinguetá, durante seus 387 anos de existência, recebeu diversos apelidos, tais como:
Capital do Fundo do Vale - É como é chamada na sua região, por ser um importante polo comercial e industrial, abastecendo comercialmente municípios vizinhos e do sul de minas. Além disso, o município é um dos maiores da região, tanto em população como em importância econômica. O alto indicador social também contribuiu para tal título.
-  Atenas do Vale do Paraíba - Foi o título dado ao município principalmente ente 1920 e 1960, por causa da instalação da Escola Normal, na época uma das poucas do interior do Brasil. Com isso, outras instituições de ensino se instalaram no município, trazendo professores e estudantes para o município. Outro fator que influenciou esse apelido foi a grande quantidade de eventos culturais que havia na época na cidade, como: o Clube Literário, as serenatas, cabarés, o Centro Social, os grêmios, os hipódromos, os teatros e os cinemas.
Cultura - É como Guaratinguetá é conhecida por muitos. Por ser o município mais velho do Vale do Paraíba e terra natal de muitas personalidades artísticas, como Dilermando Reis e Bonfiglio de Oliveira, Guaratinguetá é considerado o município mais rico em cultura na região. Por isso, recebeu esse apelido.
Guará - Como o nome do município é grande, os moradores preferem, muitas vezes, utilizar-se de sua abreviatura: "Guará". O que, muitas vezes, gera confusão com o município de Guará, no nordeste do estado.
Garça do Vale - Garça do Vale é o apelido dado o município de Guaratinguetá pela grande quantidade de garças brancas no município. Hoje, esse apelido também está ligado ao time de futebol do município.
História
Desde o início de seu povoamento, em 1600, Guaratinguetá teve, em seu território, uma grande quantidade de garças que marcavam a paisagem. Os índios dominavam as terras do município até a chegada dos brancos; estes chegaram ao município em 1628, através da doação a Jacques Félix e seus filhos, de terras no Vale do Paraíba. Foi em torno da antiga capela de Santo Antônio, hoje a catedral do município, que se desenvolveu o município de Guaratinguetá. No ano de 1651, foi elevada a vila pelo capitão Domingos Luiz Leme.
Século XVIII
Por sua localização, Guaratinguetá era ponto de passagem para Minas Gerais e para as vilas de Taubaté e São Paulo, além de ser ponto de partida para Parati. Durante as primeiras décadas do século XVIII, o município teve importante participação no ciclo do ouro em Minas Gerais. Foi o principal centro abastecedor do território mineiro, e para lá mandou vários bandeirantes, juntamente com os bandeirantes de Taubaté e de Pindamonhangaba. Nessa época o município recebeu uma Casa de Fundição de Ouro, que mais tarde foi transferida para Parati. A economia não era desenvolvida e estava voltada para o comércio de beira de estrada.
Morgado de Mateus, governador da capitania na época, no ano de 1765 nomeou Guaratinguetá para ser sede do Segundo Grupo de Infantaria e do Segundo Corpo de Dragões de Guaratinguetá e Vilas do Norte.
Em 1739, nasceu, em Guaratinguetá, Antônio Galvão de França, o Frei Galvão, primeiro santo católico brasileiro.
Nesse século, novos templos religiosos se ergueram na cidade como é o caso da "Igreja de Nossa Senhora do Rosário".
No final do século XVIII, Guaratinguetá perdeu uma grande parte de seu território, com a emancipação do município de Cunha. Ainda assim, a economia do município começou a se desenvolver, junto com o plantio da cana-de-açúcar e produção de açúcar, que passou a ser a principal fonte de renda de Guaratinguetá. Por consequência, Guaratinguetá se tornou uma das principais vilas da Capitania de São Paulo.
Século XIX
O café foi, no século XIX, a principal atividade econômica do município, do Vale do Paraíba e Brasil, ocasionando o declínio dos engenhos de cana-de-açúcar. O desenvolvimento do café atinge em 1886, apenas em Guaratinguetá, 350 mil arrobas anuais. Junto com o progresso do café, vem o desenvolvimento econômico, político, social e urbano à vila, que em 1844 era elevada a categoria de cidade, e, logo depois, no ano de 1852 à categoria de comarca.
Dentre os cafeicultores, destaca-se a figura de Francisco de Assis e Oliveira Borges, único titular da cidade, visconde com grandeza de Guaratinguetá, bem como o capitão Manuel Marcondes dos Santos, que se casou com Maria do Carmo de Oliveira, filha do visconde de Guaratinguetá.
A população da cidade aumentou com a vinda de escravos, que trabalhavam nas plantações. A cidade começou a viver um período de embelezamento com a iluminação das ruas através dos lampiões, e perto da igreja Matriz, foi instalado um gasômetro para a iluminação do templo.
Nessa época, chegaram, na cidade, as primeiras escolas para moças. Em 1858, foi inaugurado o jornal O Mosaico, tornando Guaratinguetá a primeira cidade do Vale do Paraíba a ter um jornal.
O comércio teve grande desenvolvimento, trazendo mercadorias importadas da Europa para a cidade, mercadorias trazidas através do porto de Parati.
Por duas vezes, a cidade foi visitada pela família imperial brasileira: em 1868 e em 1884. Em 1860, a cidade enviou, para a Guerra do Paraguai, voluntários, guardas nacionais e escravos.
Em 1869, Guaratinguetá recebeu a Santa Casa de Misericórdia, regida na época pela Irmandade dos Passos. A irmandade já tinha, em 1855, dado origem ao Cemitério dos Passos.
A estrada de ferro chegou à cidade em 1877, ligando Guaratinguetá à corte no Rio de Janeiro e a São Paulo. Data da mesma época a criação de um Clube Republicano, junto à intensa atividade abolicionista.
Fundou-se, em 1882, o Clube Literário de Guaratinguetá e a Banda Municipal da União Beneficente.
Com a abolição da escravatura, o município busca a colaboração estrangeira para o cultivo do solo. Em 1892, ocorreu a instalação da Colônia do Piaguí, com a integração de mão de obra de imigrantes italianos, austríacos, alemães, suecos, belgas, franceses e poloneses.
No final do século XIX, a cidade contava com duas agências consulares: uma da Itália e a outra de Portugal.
Nesta mesma época, ocorreu a inauguração do Teatro Carlos Gomes (atual prédio da prefeitura), a construção da ponte metálica, que ligava a cidade ao bairro do Pedregulho, a inauguração do Banco Popular e do Mercado Municipal, inaugurado em 7 de novembro de 1889 com estilo imitando uma galeria clássica toscana. Foi instalada a Caixa d’Água e a rede de esgoto urbano. Nessa mesma época, foi fundado o primeiro grupo escolar, no Edifício Doutor Flamínio Lessa.
Século XX
O século XX iniciou-se com o alteamento das torres da catedral. Em 1901, foi construída a Igreja de Nossa Senhora da Piedade no distrito de Roseira, que, na ocasião, fazia parte de Guaratinguetá.
No ano de 1902, ocorreu a instalação da Escola Complementar e, depois, da Escola Normal, para a formação de professores. Nesta época, também houve a criação do Ginásio Nogueira da Gama e do seu internato. As escola de comércio, farmácia e odontologia foram fundadas. Com a abertura das escolas, principalmente, da Escola Normal, Guaratinguetá tornou-se, na época, um importante centro de cultura, pois atraía para a cidade estudantes e professores vindos de diversas regiões do estado e de Minas Gerais
A rede de energia elétrica foi inaugurada na cidade em 1905, e com isso foi instalada uma linha de bonde elétrico, ligando Guaratinguetá até o seu antigo distrito de Aparecida. O bonde deixaria de funcionar em 1952.
Por volta de 1915, foram inauguradas na cidade mais duas casas de espetáculos, o "Parque Cinema" e o "Cine Homero Ottoni". Ocorreu também a criação do "Cine Teatro Central", a formação da Associação Esportiva de Guaratinguetá e a criação do "Clube de Regatas" (onde hoje é a Câmara Municipal), além de um Derby e um Jockey Clube.
No século XX, também ocorreu o declínio da produção de café no Vale do Paraíba. A cultura cafeeira cedeu lugar à prática da agropecuária extensiva. Começou a pecuária leiteira no município, e em poucas décadas, Guaratinguetá se tornou uma das maiores bacias leiteiras do Brasil.
No ano de 1928, Guaratinguetá perdeu os territórios de Aparecida e de Roseira, e no ano de 1991, perdeu seu último distrito, o de Potim.
O desenvolvimento da economia do município, fez com que surgissem na cidade as primeiras associações de classe, como a Associação dos Empregados do Comércio, a Associação Comercial e Industrial de Guaratinguetá, a União Produtora de Laticínios, a Cooperativa de Laticínios de Guaratinguetá e a Associação Agropecuária, além da fundação de uma loja maçônica e de uma caixa rural.
Em 1914, a cidade começou seu processo de industrialização, com a fundação da Fábrica de Cobertores e Companhia de Fiação e Tecidos de Guaratinguetá. Seis anos depois, Monsenhor Filippo, fundou a União dos Operários Católicos e a Sociedade Operária de Guaratinguetá.
Em 1932, na Revolução Constitucionalista de 1932, a cidade foi palco de batalhas entre tropas paulistas e tropas federais lideradas por Getúlio Vargas. Em setembro de 1932, no último mês do conflito, Guaratinguetá foi a última linha defensiva dos soldados paulistas, cujas trincheiras localizavam-se no atual bairro Engenheiro Neiva, nos arredores da Estação Ferroviária Engenheiro Neiva e alinhadas sentido noroeste-sudeste. Trata-se do local da "Última Trincheira" a que Guilherme de Almeida fez referência em seu poema "Oração ante a última trincheira". O poeta e imortal da Academia Brasileira de Letras foi combatente nesse setor durante aquele conflito e escreveu o poema quando da retirada geral das tropas paulistas dessa localidade. Consta também que o município foi muito visado pela artilharia e pelos aviões "vermelhinhos" das tropas federais.
A partir da década de 1950, a atividade industrial cresceu em Guaratinguetá com a abertura da Rodovia Presidente Dutra, em 1951 e com a chegada de famílias mineiras, vindas da Mantiqueira, as antigas propriedades rurais transformam-se em fazendas de pecuária. No parque industrial da cidade, juntamente com as indústrias de laticínios, de fiação e de tecelagem, desenvolvem-se indústrias de produtos químicos, de mecânica pesada, de papel, entre outras.
Na área educacional, chegaram à cidade o SENAC "Nelson Antônio Mathídios dos Santos", a FATEC (Faculdade Tecnológica), ocorreu a criação dos museus Frei Galvão e "Rodrigues Alves. Também nesta década foi criada a Escola de Especialistas de Aeronáutica, dando grande impulso à economia da cidade.
Século XXI
No início do século, com a canonização de Frei Galvão, em 2007, a atividade turística começou a aumentar no município
Geografia
Clima
O clima é tropical de altitude com inverno seco (Köppen: Aw), com temperatura média mínima de 14 °C e máxima de 26 °C, sendo a temperatura média de 20 °C. As massas de ar equatorial continental, tropical atlântica e frente intertropical influenciam o clima da região. Guaratinguetá é considerada a cidade mais quente do Vale do Paraíba.
Relevo
Guaratinguetá está assentada sobre terreno arqueano, formado do grande galho da Serra do Mar que parte do espigão principal nas cabeceiras do Rio Paraíba do Sul. Para margem do Rio Paraíba do Sul o que se estende pelo município está sobre formação moderna considerada como terciária com uma sobrecapa de quaternário. A cidade cresceu a beira do Rio Paraíba do Sul, também se estendeu sobre colinas e morros que recortam o município.
Guaratinguetá localiza-se a 530 metros de altitude em relação ao nível do mar.
A área urbana se localiza praticamente toda em região de planície. Morros recortam a cidade entre as Zonas Norte e Oeste, entre o Centro Expandido e a Zona Sul e entre a Zonas Sul e Leste.
Meio ambiente
Nas montanhas mais altas como a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira, a vegetação é formada por uma mata densa nas áreas mais altas, contrastando com a vegetação da parte mais baixa repleta de plantas miúdas e retorcidas, típicas de áreas frias.
A região onde hoje se encontra a cidade era composta pela mata ciliar do Rio Paraíba hoje, praticamente devastada em muitas partes. Também havia ocorrência de áreas de campos, com uma vegetação mais espaçada.
A vegetação no município foi muito devastada desde a época do café. Hoje com a ajuda da iniciativa privada,[39] a cidade vem passando por um processo de reflorestamento da mata ciliar do Rio Paraíba e de alguns ribeirões.
Na Zona Leste de Guaratinguetá, existe uma Área de Preservação Ambiental, denominada, "Mata Viva". A área cobre aproximadamente 28 km de margem do Rio Paraíba. Na cidade há também o Ribeirão de Guaratinguetá, de onde é retirada a água que abastece o município, ao contrário das outras cidades do Vale, que utilizam a água do Rio Paraíba. No Ribeirão de Guaratinguetá, a Empresa Basf, que está situada no município, fez um projeto e reflorestou as margens do Ribeirão, ajudando na preservação do mesmo.
Hidrografia
O município é recortado pelo Rio Paraíba do Sul, e pelo Ribeirão de Guaratinguetá, o último responsável pelo abastecimento de água do município. Alguns dos principais afluentes do Rio Paraíba do Sul, são os ribeirões de Guaratinguetá, dos Lemes, dos Motas, Gomeral, São Gonçalo, e Pilões; todos, influem no traçado urbano de Guaratinguetá, delimitando zonas e separando bairros. A empresa SAAEG (Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Guaratinguetá), que fornece o abastecimento de água na cidade utiliza a água desse afluente, que segundo estudos é mais limpa que a do Rio Paraíba, tornando a água da cidade de Guaratinguetá a mais limpa do Vale do Paraíba.
Economia
Pioneira na industrialização do Vale do Paraíba Paulista, hoje Guaratinguetá mantêm sua importância econômica.
Foi eleita a 90.ª melhor economia do Brasil, a 24.ª do estado de São Paulo e a segunda melhor do Vale do Paraíba.
Localizada no eixo Rio - São Paulo, Guaratinguetá é considerada a segunda melhor economia do Vale do Paraíba para se investir e a segunda em importância na região.
Setor primário
Agricultura
A agricultura e a pecuária estão ligadas ao setor econômico de Guaratinguetá desde de o começo da história do município, hoje, ainda contribuem para a economia do município, mas de forma menos expressiva.
Na agricultura, destaca-se a plantação de arroz, que se concentra no entorno das Zonas Norte e Leste, no chamado Cinturão Verde da cidade. Nessas regiões, e também na Zona Rural, vem ocorrendo um aumento na quantidade de frutas, verduras e legumes produzidos, ou seja, a agricultura aponta uma tendência de crescimento no setor de hortifrutigranjeiros.
Pecuária
Já na pecuária a produção de bovinos, suínos, equinos e ovinos, ganham destaque. Com a pecuária extensiva que começou no município nos anos 1950, Guaratinguetá, chegou a ser uma das principais bacias leiteiras do país.
Setor secundário
Indústria
No fim do século XIX, já estão instaladas Guaratinguetá algumas pequenas fábricas, mas elas começam a surgir, com mais frequência, nas primeiras décadas do século XX, algumas se perpetuam até os tempos de hoje. O processo de industrialização pode ser marcado em 1920, pela criação da "União dos Operários Católicos", pelo monsenhor João Filippo, e pela "Sociedade Operária de Guaratinguetá".
A industrialização se concretiza com a inauguração da Rodovia Presidente Dutra, em 1950. Marco arquitetônico da rodovia foi a construção do Hotel Clube dos 500, com o projeto assinado por Oscar Niemeyer e plano urbanístico de Prestes Maia, tendo seu restaurante enriquecido por um grande afresco de Di Cavalcanti.
A vocação industrial de Guaratinguetá esteve e esta voltada para o setor alimentício e de laticínios, mas há um pequeno número de indústrias de outros ramos como, têxtil, química, e metalomecânico.
Setor terciário
A cidade possui mais de setenta hotéis, com 2,5 mil leitos.
Considerada a segunda cidade mais importante do Vale do Paraíba, Guaratinguetá abastece o comércio de sua microrregião administrativa e de todo fundo do vale. A cidade de Guaratinguetá, desde de o seu início, apresenta uma vocação comercial. Hoje, o comércio que antes era feito na beira de estrada, se modernizou com o passar dos anos. O setor de serviços também cresce na cidade, e pela qualidade dos serviços de saúde, educação, entre outros, Guaratinguetá é procurada por moradores de cidades vizinhas, como Aparecida e Potim. Algumas avenidas da cidade vivem o processo de comercialização, como é o caso da Avenida João Pessoa, e a Avenida Juscelino Kubitschek.
Turismo
O turismo na cidade de Guaratinguetá se desenvolveu com o passar dos anos, e é hoje, um dos principais meios lucrativos do município. O turismo religioso é talvez o principal e o que mais atrai visitantes para a cidade, houve um aumento ainda maior nesse setor após a canonização de Frei Galvão. Os turismos urbanos, históricos e ecológicos também atraem visitantes e lucro para o município.
O desenvolvimento desse setor teve início no final do século XX, mas ganhou força no século XXI. Em parceria com o Sebrae e as cidades de Aparecida e Cachoeira Paulista, Guaratinguetá lançou um pacote de turismo, chamado de Circuito da Fé, envolvendo visitas a pontos turísticos dos três municípios.
O turismo urbano e histórico prevalece na região central da cidade, com visitas a antigos casarões construídos na época do café, visitas a "Estação Ferroviária de Guaratinguetá" e ao "Mercado Municipal". No turismo ecológico, os bairros do "Gomeral", das "Pedrinhas", do "Taquaral" e dos "Pilões" são os roteiros principais, já que ficam nas bases de montanhas como a Serra da Mantiqueira e da Serra do Mar.
O turismo religioso envolve visitas à casa de Frei Galvão, ao seminário do Santo, à Gruta Nossa Senhora de Lourdes e a Igrejas como a "Catedral de Santo Antônio" e a "Igreja de Frei Galvão"
Educação
Guaratinguetá conta com 67 escolas públicas e particulares. As escolas de Guaratinguetá são responsáveis por absorver não só os alunos do município, mas os alunos das cidades vizinhas também. Em Guaratinguetá existe o "Colégio Técnico Industrial de Guaratinguetá Professor Carlos Augusto Patrício Amorim", conhecido também como COTEC, pertencente a Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá. O CTIG é a mais concorrida escola de Guaratinguetá e um dos principais centros de ensino técnico e médio do Vale do Paraíba. A UNESP tem sede em Guaratinguetá, e por causa da grande e crescente procura, está aumentando seu espaço físico para poder absorver mais alunos.
A cidade abriga ainda a Escola de Especialistas de Aeronáutica, conhecida como “Berço dos Especialistas”, escola é o maior centro de ensino técnico militar da América do Sul.
A EEAR forma anualmente mais de 1 mil militares especialistas em diversas áreas, considerados engrenagens para o cumprimento da missão da Força Aérea Brasileira.
A escola foi fundada em 25 de março de 1941 em decorrência das necessidades surgidas na II Guerra Mundial de incrementar a formação de técnicos, em número suficiente para atender à demanda. Inicialmente, foi instalada na Ponta do Galeão, no Rio de Janeiro (RJ). Nessa mesma época, em São Paulo (SP), foi criada a Escola Técnica de Aviação, passando a completar a formação de especialistas. Em 1950, houve a fusão das duas escolas e sua sede mudou para Guaratinguetá, interior de São Paulo, onde se localiza até hoje. 
Ensino superior
- Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Campus Júlio de Mesquita Filho. Conhecida como Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá (FEG), se localiza na Zona Norte da Cidade. Entre os cursos de Graduação se destacam: Engenharia de Materiais, de Produção Mecânica, Mecânica, Civil, Elétrica e Bacharelado em Física. Oferece também Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado e Doutorado) em Engenharia Mecânica, Produção Mecânica e Física, e cursos de especialização em diversas áreas, como: Gestão da Produção, Logística Internacional, entre outros.
- Universidade Metodista - Campus de Guaratinguetá, alguns dos cursos são Pedagogia, Administração Comércio Exterior e Sistema de Informação.]
- Faculdade de Tecnologia de Guaratinguetá (FATEC) - oferece cursos de Tecnologia em: Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Gestão da Tecnologia da Informação, Gestão Empresarial (Processos Gerenciais), Gestão Financeira e Logística. Localiza-se na Zona Norte da cidade.
- Faculdade Nogueira da Gama – Guaratinguetá - oferece cursos em diversas aéreas[66] destacando-se Linguagem e Comunicação, Didáticas do Ensino Superior, Metodologia da Pesquisa Científica e Gerenciamento de Sistemas de Informação.
Cultura
Guaratinguetá entre as décadas de 1920 e 1960, era conhecida em todo Brasil, como a “Atenas do Vale do Paraíba”. Este título estava relacionado a instalação da "Escola Normal" uma das primeiras na época, instaladas no interior do Brasil, polo de atração de professores e estudantes para a cidade. Enquanto as outras cidades do Vale do Paraíba viviam na época um período de estagnação econômica e social, Guaratinguetá se revitalizava com os estudantes, pensões, bares, serenatas, pequenos e grandes jornais, com o "Clube Literário e Recreativo", Centro Social, Grêmios, Teatros, Cinemas, Hipódromo, entre outras estabelecimentos, que deram a Guaratinguetá, o título de "Capital Cultural do Interior".
O "Teatro Municipal de Guaratinguetá", atual sede da prefeitura, foi considerado o mais belo Teatro do Interior Paulista. Os assentos da plateia tinham a forma de uma ferradura, as cadeiras eram feitas de palhinha austríaca, existiam quinhentos lugares, na parte superior ficavam os camarotes de primeira e de segunda classe. A frontaria do palco, apresentava nas colunas laterais os emblemas da música e da comédia e no frontão um escudo com a divisa de Jean-Baptiste Poquelin, mais conhecido como Molière, "Ridendo Castigat Mores", que significa "Corrige os costumes rindo". O pano de boca apresentava a figura de um jardim de um palácio. A caixa do Teatro era a maior do Brasil na época, e foi à única no país que possibilitou a representação completa da "Ópera Zazà" de Ruggero Leoncavallo. Quando o Teatro foi transformado em prefeitura, as pessoas tradicionalistas da cidade foram contra tal ato, e condenaram o feito como um "crime contra a cultura".
Guaratinguetá conta com a "Biblioteca Municipal Doutor Diomar Pereira da Rocha", instalada no Centro expandido da cidade. Outras bibliotecas de porte menor estão instaladas nas "Pirâmides do Conhecimento", distribuídas nas demais regiões da cidade.
Museus
A cidade possui três importantes museus, e alguns centros de artes, além de alguns pequenos museus, criados pelos moradores do município.
Museu Frei Galvão - Praça Conselheiro Rodrigues Alves – Centro Histórico
- Museu Histórico Pedagógico Conselheiro Rodrigues Alves - Centro Histórico
Espaços artísticos
- Exposição Internacional de Presépio - no Seminário Franciscano Frei Galvão (renovada anualmente, conta com presépios de mais de 20 países). A visitação é gratuita e pode ser feita diariamente, inclusive nos finais de semana e feriados.
- Exposição Franciscana - no Seminário Franciscano Frei Galvão (a sala conta com uma estrutura esculpida em isopor, dando-nos a impressão de que estamos num castelo medieval. Pode-se apreciar mais de 100 representações de São Francisco de Assis). A visitação é gratuita e pode ser feita diariamente, inclusive nos finais de semana e feriados.
- Espaço VivArte - Zona Oeste da cidade
- Sede Histórica do Itaguará Country Club (onde ocorrem apresentação musicais) – Zona Oeste
- Auditório do Museu Frei Galvão - Centro Histórico
- Casa do Artesão - Centro Histórico
- Casa E - Zona Oeste
- Estação Cultura - Centro Histórico
Esporte
Guaratinguetá possui diversas quadras poliesportivas, as principais localizadas, no Estádio Municipal Professor Dario Rodrigues Leite, no Itaguará Country Club e no Ginásio da Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá.
A cidade é bem representada em diversos esportes como tênis, natação, basquete e futebol de salão. Cidade natal de Geraldo Cesar Meirelles Freire, piloto de automóveis, recordista mundial de resistência em circuito fechado, Autódromo de Interlagos - outubro e novembro de 1964, em destaque a marca dos 21 dias, rodados 48.977,139Km, à média de 97,180 Km/h.
Guaratinguetá já possuiu diversos clubes recreativos, como o antigo Clube de Regatas de Guaratinguetá à beira do rio Paraíba na época que ele era próprio para o banho, o clube ficava onde hoje é a Câmara Municipal.
O Clube Literário e Recreativo, com sede no centro e depois uma unidade esportiva na Vila Paraíba. O antigo Clube Aliança que depois foi reaberto como Clube Centro Social, famoso na cidade pelos seus saraus e por suas comemorações carnavalescas. Hoje o Itaguará Country Club, a SABAP e a Sociedade Hípica de Guaratinguetá são os clubes de maior porte e mais famosos da cidade. E uma boa opção para quem busca qualidade de vida é a prática de Yoga.
Em 2007, o Guaratinguetá Esporte Clube disputou a série A1 do Campeonato Paulista de Futebol, conquistando o título de Campeão do Interior do Estado de São Paulo. Em 2011, o nome do clube foi alterado para Guaratinguetá Futebol Ltda. Em 2016, o time disputou a série A3 do Campeonato Paulista.
O kartódromo que funciona em Guaratinguetá, é um kartódromo internacional, que se localiza na Zona Leste da cidade as margens da Rodovia Presidente Dutra. Ele possui boxes cobertos, e várias possibilidades de trajeto, abrigando diversos tipos de competições e campeonatos, além de ser usado pelos moradores da cidade e região como forma de diversão.
Parques e praças
A principal praça da cidade se localiza no Centro Histórico, a Praça Conselheiro Rodrigues Alves, que nos tempos antigos, era o principal ponto de encontro da cidade. A praça hoje é um dos principais pontos de comércio popular da cidade. Existem no município diversas praças, tais como: a segunda maior do município, praça Dr. Benedito Meirelles Freire, médico benemérito, onde encontra-se a erma do mesmo; a praça Dr. Homero Ottoni, onde encontra-se a Prefeitura Municipal; a praça Antônio Geraldo de Carvalho (Zona Oeste), a praça Seitaro Honda (Zona Norte), a praça Joaquim Vilela de Oliveira Marcondes (Zona Sul) e a praça Francisco Marques Azevedo (Zona Leste).
Destacam-se entre os parques, o "Parque Ecológico Municipal Anthero dos Santos", na Zona Norte da cidade, que conta com áreas verdes e playgrounds, e o "Parque Ambiental Santa Luzia", na Zona Oeste, que foi construído no lugar do antigo depósito de lixo da cidade, e hoje conta com grande área verde, quadras poliesportivas e dois playgrounds.
Na cidade há também o "Bosque da Amizade", localizado entre as Zonas Sul e Norte, às margens do Rio Paraíba, o bosque conta com áreas para caminhadas, bancos, pequenos quiosques e um parquinho para as crianças
Eventos e datas comemorativas
Em Guaratinguetá, são destaques as festas de origem religiosa, a saber: Festa do Divino Espírito Santo.; Festa de São Benedito; Festa de São Benedito e Santa Cruz (Campo do Galvão); Festa de Santo Antônio, padroeiro da cidade.
Carnaval
A "Banda Mole", fundada em 1975, é um dos destaques no sábado de Carnaval. A concentração acontece no centro da cidade e o desfile sai a partir das 19 horas, quando o prefeito entrega a chave da cidade ao Rei Momo e sua Côrte.
Os "Blocos de Embalo" são agremiações carnavalescas que desfilam pela cidade. A característica destes blocos é o uso de uma camiseta relacionada ao tema do ano.
As Escolas de Samba, em número de seis, apresentam seus enredos, com carnavalescos, cantores, mestres-salas e porta-bandeiras. As agremiações "Bonecos Cobiçados" (1957) e a "Embaixada do Morro" (1944) são as mais antigas da cidade.
A Prefeitura incentiva o Carnaval apoiando a "Organização das Escolas de Samba de Guaratinguetá" (OESG), fundada em 2002.
Referência para o texto: Wikipédia .

terça-feira, 22 de setembro de 2020

BRAGANÇA - PARÁ

Bragança é um município brasileiro do estado do Pará. Sua população estimada em 2017 era de 125.184 habitantes.
História
Franceses liderados por Daniel de La Touche, senhor de La Lavandière, foram os primeiros europeus a conhecer a região do Caeté, tendo saído de São Luis em 8 de julho de 1613 com destino à região do Turiaçu, Gurupi e Caeté. Era habitada pela nação tupinambá.
Em 1622 o território de Bragança pertencia à Capitania de Gurupi. A área foi doada por Filipe II de Portugal a Gaspar de Souza, governador-geral do Brasil. Em 1627, foi fundada a povoação de Vera Cruz, em Viseu e apenas em 1634 foi fundado um povoado (Sousa do Caeté) nas margens do Rio Caeté por Álvaro de Souza e transferido para a outra margem devido às dificuldades encontradas com a comunicação do povoado com Belém. Em 1854 um decreto imperial criou o município de Bragança.
Economia
A cidade de Bragança é o maior polo pesqueiro do Estado do Pará, exportando sua produção principalmente para as capitais do Nordeste e do estado do Pará. Há grande atividade pecuária, agricultura e extrativismo de caranguejos.
Clima
O clima que é quente e úmido, com a temperatura média anual em torno de 26° C. De outubro a dezembro, registram-se máximas absolutas de 37° C. De março a abril a temperatura cai, e em julho ocorrem mínimas absolutas em torno de 22° C.
Saúde
O município de Bragança conta com rede pública e privada de saúde que atende toda a população bragantina e de municípios vizinhos dentre os quais estão: Hospital Santo Antônio Maria Zacaria; Hospital Geral de Bragança; Hospital das Clínicas de Bragança.
Transporte
- Aéreo - Aeroporto Santos Dumont. Com extensão de 1.200 metros.
- Fluvial - Realizado por barcos pesqueiros, além de pequenas embarcações que executam o transporte de cargas e passageiros para as principais localidades ribeirinhas situadas nas bacias hidrográficas da região, principalmente nas bacias dos rios Caeté e Urumajó, além de localidades situadas na Baixada Maranhense.
- Urbano - A cidade possui empresas que fazem a ligação entre o centro da cidade aos demais bairros: Expresso Nogueira, Trans Pinheiro, Trans Montenegro, Transportes São Paulo e Trans Ajuruteua entre outras.
Rodoviário - O acesso principal a Bragança é feito pela rodovia federal BR-308 (Capanema-Viseu) e pela rodovia estadual PA-112, conhecida como Rodovia Transmontenegro, ligando a sede à BR-316. Outro acesso é a rodovia estadual PA-458, que liga a sede do município ao distrito litorâneo de Ajuruteua. Além das linhas interurbanas de ônibus, o Terminal Rodoviário de Bragança é atendido pela Viação Boa Esperança, possuindo viagens diárias para a capital Belém e para as cidades paraenses de Salinópolis e Viseu.
Ferroviário - De 1908 a 1965, o município de Bragança foi a ponta terminal da Estrada de Ferro de Bragança, que realizava o escoamento de toda a produção agrícola do nordeste do estado em direção aos portos fluviais de Belém e de Bragança, além do transporte de passageiros entre o Centro da cidade e a capital. Bragança possuía um entroncamento ferroviário entre a Linha Tronco da ferrovia (Belém-Bragança) e o Ramal de Benjamin Constant, um curto ramal ferroviário que ligava a sede do município ao distrito homônimo.
Apesar de sua importância e de possuírem grandes demandas, os trens de passageiros e de cargas da EFB circularam pela última vez no município no dia 31 de dezembro de 1964. Pouco tempo depois, os trilhos foram retirados da cidade no início de 1965. Atualmente, o antigo trajeto da histórica ferrovia faz parte da Rota Turística Belém-Bragança, por onde corta-se todo o nordeste do estado, do qual Bragança faz parte.
Praças e avenidas
Destacam‐se a praça Fernando Guilhon, a praça das Bandeiras localizada no centro da cidade, a praça Antônio Pereira, a Estação Cultural Armando Bordallo, e a praça Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. A principal avenida da sede do município é a Nazeazeno Ferreira, que começa no Trevo da cidade, no bairro homônimo, e termina no bairro do Perpétuo Socorro, passando pelos bairros do Alegre, Riozinho, Centro e Padre Luís, cortando a sede do município no sentido centro oeste-norte. Outra a avenida importante é a Santos Dumont, que começa na divisa dos bairros do Perpétuo Socorro e Padre Luís, e termina no bairro da Vila Sinhá, cortando a cidade no sentido leste-oeste e a Avenida Governador Mendonça Furtado a BR-308 que futuramente será terminada e será a principal ligação entre o Pará e Maranhão a Transoceânica.
- Construções históricas -  Catedral Nossa Senhora do Rosário; Palácio Episcopal da Catedral Nossa Senhora do Rosário; Igreja de São Benedito; Instituto de Santa Teresinha; Forte do Caeté; Palacete Augusto Corrêa; Mercado de Carne; Sociedade Beneficente Artística Bragantina; I Unidade Regional de Educação; Escola Mâncio Ribeiro; Casa da Cultura; Praça/Coreto Pavilhão Senador Antônio Lemos.
- Principais eventos - Círio de Nazaré; Jogos da Semana da Pátria; Festividade de São Benedito; Quadra Junina; Festividade de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro; Festividade do Sagrado Coração de Jesus; Congresso de Missões; Marujada de São Benedito
- Instituições de Ensino Superior - UFPA Campus Bragança; IFPA Campus Bragança; UNIPLAN; SENAI; UCB; UNINTER; UAB Campus Bragança; UNIASSELVI; Faculdade FAEL; Estácio; FABRA; FAMAC UNOPAR; Cruzeiro do Sul Faculdade EAD.
Relevo e vegetação
O relevo da sede do município é bastante variado. Há exemplos tanto de áreas planas (como nos bairros da Vila Sinhá e Perpétuo Socorro) como de relevo bastante íngreme e acidentado, com moradias muito abaixo do nível da rua (como no bairro do Riozinho). A vegetação do município é bastante variada, com destaque para a amazônica, a de mangue e a de campos.
Campos naturais
Estão localizados a aproximadamente 30 minutos do centro da cidade, por via rodoviária, em estradas não pavimentadas, mas em perfeitas condições de trafegabilidade. Devido à proximidade do mar, é uma área constantemente ventilada. As palmeiras de buriti e babaçu são a vegetação mais frequente. Há a predominância de fazendas com criação de gado zebu, nelore e o búfalo, além de cavalos mestiços. Estão divididos em Campos de Baixo, Campos do Meio e Campos de Cima.
Praias
- Praia do Grilo: Praia com águas calmas e mangues. É um dos melhores locais para a pesca. Abriga uma vila de pescadores
- Praia do Boiçucanga: Praia de enseada com areia clara e fina e mangues. Abriga um farol e uma vila de pescadores. Não possui infraestrutura
- Praia do Pilão: Praia com águas claras e areia branca e fina. Possui dunas. Seu acesso é feito por barco.
- Praia Chavascal: Praia com águas claras e ondas fortes no verão. Seu acesso se faz por barco ou atravessando a pé o canal durante a maré baixa.
- Praia da Vila: Praia com ondas fracas e estreita faixa de areia clara e fina com dunas. Seu acesso se faz a pé a partir de Ajuruteua, na maré baixa, ou de barco, na alta.
Hidrografia
A hidrografia do município apresenta dois rios principais, são eles o rio Caeté (que margeia a cidade) e o rio Cereja (que corta a sede do município em duas partes). Além disso o município é intensamente recortado por igarapés. A vegetação é formada por manguezais, campos aluviais e campos bragantinos; mas a geografia do município é denominada em rios e igarapés. Neste cenário destaca-se o Rio Caeté que nasce no município de Nova Timboteua ao sul do território bragantino, desaguando no atlântico.
Rio Caeté
O Rio Caeté apresenta trechos com poucos aprofundados. Seu trajeto pelo município de Bragança é aproximado de 60 km para onde navegam pequenas embarcações. O rio pela margem direita, recebe as águas dos rios: Jequi, Cajueiro e Curi e pala outra margem os afluentes dos pequenos igarapés.
Principais Ilhas
- Ilha do Canela: santuário ecológico que possui o maior ninhal de guarás do mundo. A Ilha do Canela é uma opção alternativa, que está sendo descoberta pelos apreciadores de paisagens paradisíacas devido à grande quantidade de aves registrada na ilha. Habitada apenas por pescadores da própria região, a Ilha do Canela ainda não dispõe de infraestrutura turística. Entretanto, nem por essa característica tem deixado de atrair visitantes, em especial, fotógrafos, cinegrafistas, pesquisadores e adeptos do turismo de aventura, sobretudo, por ser um dos maiores ninhais de guarás (Eudocimus ruber) do mundo.
O acesso à Ilha pode ser realizado em viagem de barco, com duração de aproximadamente duas horas e meia, a partir do Porto do Castelo ou do Taperaçu-Porto.
- Ilha de Boiuçucanga.
- Ilha de Mucum.
- Ilha de Caeté.
Referência para o texto: Wikipédia .

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

COLATINA - ESPÍRITO SANTO

Colatina é um município brasileiro no interior do estado do Espírito Santo, Região Sudeste do país. Sua população estimada em 2018 era de 121.580 habitantes, sendo assim o oitavo município mais populoso do estado. É uma das principais cidades do interior capixaba e sua influência abrange também municípios do leste mineiro.
História
Toda a área do norte do Espírito Santo era dominada por várias tribos indígenas que foram apelidadas pelos colonizadores de Botocudos, em razão do uso do botoque no lábio inferior ou nos lóbulos da orelhas. Os Botocudos viviam em conflito com outras tribos como Pataxós, Cumanachos, Malalis, entre outros. Além dos conflitos armados, a região do vale do Rio Doce foi tardiamente colonizada, pois temia-se que invasores pudessem utilizar o rio para chegar até Minas Gerais e ameaçar as riquezas do período da Mineração. Toda essa região fazia parte do município de Reis Magos, atual município da Serra, mas no início do século XIX várias iniciativas de colonização foram sendo incentivadas. Linhares foi um dos primeiros povoados nesse período.
Em 1833 Linhares alcançava a categoria de Vila, época quando o trecho entre o rio Guandu e Regência começou a ser loteado, pois a navegação do rio por Barcos a vapor passou a ser muito utilizada, e o comércio foi se instalando na região.
Em 1876, italianos, alemães, suíços, poloneses e também brasileiros, foram se instalando em lotes em Santa Teresa, rumo ao rio Doce, formando propriedades agrícolas. Em 1888, já era elevada à Vila a antiga sede do Núcleo Colonial "Senador Antonio Prado", passando esta para as margens do rio Santa Maria do Rio Doce, logo abaixo da barra do rio Mutum. Estava nascendo o povoado de Mutum, hoje Boapaba. O novo Núcleo "Antonio Prado" já estava com seus lotes demarcados pelo engenheiro Gabriel Emílio da Costa, então chefe da Comissão de Colonização.
Dos diversos povoados que formavam o Núcleo "Antonio Prado", um ficou mais conhecido, o "Barracão de Santa Maria" devido a facilidades de comunicação fluvial com outros povoados, de Baixo Guandu a Linhares e Regência. Em 1890, depois da chegada de várias levas de imigrantes italianos, foi instalado um "barracão" para o Governo, no bairro hoje conhecido como Colatina Velha, localizado atrás da igreja de São Sebastião. Em 1892 começaram a ser construídas as primeiras casas da cidade de Colatina.
O Barracão do Rio Santa Maria do Doce, em Colatina Velha, cresceu e se tornou um povoado, levantado pelos imigrantes liderados pelo engenheiro Gabriel Emílio da Costa. O distrito de Baunilha começou quase que na mesma época do Barracão de Santa Maria, principalmente após a implantação, em 1906, da Ferrovia Vitória a Minas.
Em 9 de dezembro de 1899, o povoado de Colatina Velha recebe o nome de Vila de Colatina, subordinado ao município de Linhares, em homenagem à dona Colatina, esposa do então presidente do Estado, Muniz Freire. Retratando a diversidade étnica presente no Espírito Santo, a região de Colatina tem população multifacetada, predominantemente descendentes de africanos e indígenas de diversas etnias e de europeus italianos, alemães e portugueses.
A ocupação das áreas onde hoje situam-se o município de Colatina tem relação com a lógica da reprodução da expansão da lavoura cafeeira para as terras de rarefeita ocupação vizinhas ou ao norte do Rio Doce. Colaboraram também em tal processo a pouco disponibilidade de terras agricultáveis na região Centro-serrana do Espírito Santo, que privava muitas famílias da tradição da herança. Isso tornou imperioso a posse de novas terras.
Tal movimento foi potencializado pela primeira estação da Estrada de Ferro Diamantina, hoje conhecida como Estrada de Ferro Vitória a Minas em Colatina e com a comunicação direta com Vitória efetivada, em virtude da construção da primeira ponte sobre o Rio Doce em solo capixaba, inaugurada em 1928. O eixo logístico formado pela conjugação da ponte com a EFVM determinou uma centralidade no que tange ao norte do Espírito Santo e áreas dos estados vizinhos (leste de MG e sul da Bahia) que até nos dias atuais rendem a Colatina a liderança em oferta de serviços de educação, saúde e comércio varejista.
A crescente vida econômica de Colatina abalou Linhares, tanto administrativa, quanto politicamente. Todo o comércio de grande parte de Minas Gerais e do Espírito Santo, que era feito em Linhares, passou a ser feito em Colatina.
Então surge um movimento em favor de Colatina, liderado pelo Coronel Alexandre Calmon, "o Professor Xandoca", que fez com que Colatina passasse a ser a sede do município, transportando todos os arquivos para Colatina. Em 1907 Colatina torna-se, legalmente, a sede do município, que anteriormente era Linhares. Colatina continuava como Vila, com a Câmara Municipal de Linhares e a sede da Comarca com todo o aparelhamento judiciário. Linhares continuava a ser a sede do município e da Comarca, apenas nominalmente. Toda a sua administração concentrava-se em Colatina. Com a Revolta do Professor Xandoca, parentes dele passaram a morar em Colatina, exercendo liderança política, como Virgínio Calmon Ferreira Fernandes, que foi o primeiro prefeito do município, em 1921, Xenócrates Calmon de Aguiar e Augusto Pedrinha Du Pin Calmon, pai do ex-senador colatinense João de Medeiros Calmon.
A 30 de dezembro de 1921 foi criado o município de Colatina, separado de Linhares, com território que compreendia toda a área então pertencente ao município de Linhares, inicialmente compreendendo as terras dos atuais municípios de Alto Rio Novo, Baixo Guandu, Governador Lindenberg, Linhares, Marilândia, Pancas, São Domingos do Norte e São Gabriel da Palha. Linhares acabava de perder sua categoria de sede municipal, passando a ser Vila subordinada a Colatina. Só em 1945 Linhares foi desmembrado de Colatina.
Distrito de Itapina
O nome do município é uma homenagem a Colatina Soares de Azevedo, neta materna de Joaquim Celestino de Abreu Soares, barão de Paranapanema, e esposa de José de Melo Carvalho Muniz Freire, presidente do Espírito Santo de 1892 a 1896 e de 1900 a 1904.
Em meados do século XX, assentado nos êxitos da lavoura cafeeira, junto ao Rio Doce e atravessado pela Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), Itapina teve notório crescimento econômico e populacional, chegando a rivalizar com a sede do município. Possuía agências bancárias, cinema e um vigoroso comércio. Em virtude da crise da economia cafeeira (décadas de 1960 e 70), com a política de erradicação dos cafezais, Itapina decaiu.
Geografia
De acordo com a divisão regional vigente desde 2017, instituída pelo IBGE, o município pertence às Regiões Geográficas Intermediária e Imediata de Colatina. Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, fazia parte da microrregião de Colatina, que por sua vez estava incluída na mesorregião do Noroeste Espírito-Santense.
Colatina possui seis distritos: Ângelo Frechiani, Baunilha, Boapaba, Graça Aranha, Itapina e a sede.
Hidrografia
O rio Doce, maior do estado, corta o município. Os principais afluentes do rio Doce que têm sua foz localizada em Colatina são os rios Santa Joana, Santa Maria do Doce e Laje pela margem direita e o rio Pancas pela margem esquerda.
Relevo
Apresenta uma configuração irregular, suavemente ondulado. Poucas cotas altimétricas superam os 600 m de altitude. Destacam-se por todo o município muitos afloramentos rochosos, graníticos, constituindo-se alguns como áreas de extração desta rocha ornamental.
Clima
O clima é tropical seco com cerca de 900mm de precipitação anual e grande amplitude térmica anual e diária. A máxima média no mês mais quente é de 33 °C, sendo uma das maiores do Espírito Santo, porém a mínima média no inverno, chega a 14 °C, em altitudes de 70m.
Ordenamento Territorial
A cidade possui um bairro denominado Centro, situado na margem sul do Rio Doce, onde estão concentrados a maior parte da oferta de comércio e serviços. Os bairros Esplanada e Vila Nova possuem característica similar ao Centro, porém com grande concentração de estabelecimentos da área médica (hospitais e clínicas).
O bairro Colatina Velha, a leste do Centro, possui como principal característica a chamada Avenida Nova, um espaço livre de uso público de grande extensão (cerca de 55mil m²). Neste espaço está contida uma área de eventos onde são realizados os eventos de grande vulto, como shows musicais, parques-de-diversão, circos e outros eventos.
A norte do Rio Doce, estão principalmente os bairros São Silvano, Honório Fraga e Maria das Graças. A maior parte da população reside nesta margem do rio.
A ponte Florentino Avidos, conhecido também como 1ª Ponte, liga o bairro Centro a margem norte, sendo a principal via de acesso ao Centro. Como o fluxo de veículos é elevado em horários de pico, há ocorrência cotidiana de engarrafamentos sobre a ponte. Além desta, a chamada 2ª Ponte faz a ligação entre as margens do Rio Doce, estando a jusante da ponte mais antiga.
Economia
A economia de Colatina baseava-se num primeiro momento na exploração predatória de madeiras nobres da Mata Atlântica, como o jacarandá e a peroba. Os espaços resultantes foram preenchidos com uma agricultura baseada na monocultura do café arábica e a pecuária de corte.
Nos anos 60, o café arábica foi substituído pelo tipo "robusta" (café conillon), mais adaptado as condições climáticas locais. No período compreendido entre o final da década de 1950 e início da de 1970, a região foi a principal produtora mundial deste tipo de café, que é usado no "blend" dos cafés produzidos comercialmente.
Na época, Colatina era então o município mais extenso do Espírito Santo, bem como mais populoso, com 156.495 habitantes em 1957. Mais de 30 linhas de ônibus já ligavam a sede municipal aos distritos mais distantes, a outros municípios e à Capital do estado. Àquela época, Colatina, juntamente com outros quatro municípios, classificou-se como município de maior progresso no Brasil, num concurso promovido pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal e a revista "O Cruzeiro".
O café ainda é importante, com destaque também para a indústria - como é o caso do Café Meridiano, mas seu papel de protagonista na economia local foi substituído ainda nos anos 70 pela indústria de confecções e outros projetos industriais, sendo que a indústria de confecções tornou-se um importante vetor de desenvolvimento, existindo na região muitas fábricas, inclusive com parte da produção voltada para o mercado externo.
Indústria
Sobre o aspecto industrial, conforme dados da Federação das Indústrias do estado do Espírito Santo (Findes) o parque apresentava, no final da década de 1980, cerca de 337 empresas, com um total de sete mil empregados. As micro e pequenas empresas chegam a 6% do total das indústrias. As empresas de confecção medem o percentual de 36,8%, artefatos de madeira 21,6% e construção civil 10%. O ramo de confecções abocanha uma significativa parcela do mercado. Chega a quase 200 empresas, empregando aproximadamente 5 mil pessoas. O consumo de matéria-prima organiza uma produção de 700 mil peças mensalmente (8,5 milhões ao ano) gerando um faturamento médio de 100 milhões de dólares. O consumo de matéria-prima gasta 700 mil metros de tecido. Emendados, dariam um imenso tapete da mesma dimensão com pouco menos de dois metros de largura.
Os salários médios dos empregados atingem o patamar de 125 dólares. As maiores fábricas são a Cherne, Guermar, Uniroupas, PW Brasil, UOT, etc... O destaque maior da confecção colatinense é a marca, famosa nacionalmente, conhecida como Lei Básica. As dez maiores absorvem 50% da mão de obra. A origem das indústrias de confecção datam da década de 1960. Havia necessidade de suprir a demanda de roupas para trabalhadores na colheita. Surgiram então os primeiros fabricantes. São as confecções Otto e Valdemar Marino. Antes da erradicação do café, eles já trabalhavam no ramo de confecções. Por dedução, as primeiras unidades produtivas surgiram antes de 1967. Atualmente, cobrem grifes de renome internacional (Yes Brasil, Vide Bula, Ellus e Dijon).O setor industrial esta em amplo crescimento com novas grandes empresas se instalando como a Tecnovidro, Bertolini, uma indústria de medicamentos, entre outras.
O setor industrial responde pela maior parte do ICMS recolhido na cidade e contribui para a diversificação da economia colatinense. Os ramos industriais mais significativos são os setores moveleiro, metalúrgico, alimentar e de confecções. E no setor de confecções encontra-se sua grande expressão industrial, que respondem por mais de 40% da mão-de-obra empregada. O setor de confecções mantém um Centro de Pesquisa da Moda para dar apoio e informações aos associados. O Polo de Confecções de Colatina opera com uma filosofia bastante definida: qualidade máxima em todo o processo de produção da aquisição da matéria-prima ao produto final. Este processo de melhoria contínua da qualidade tem sido responsável pela crescente aceitação das confecções de Colatina bem como da competitividade que o setor apresenta no mercado nacional.
Serviços
Assentada às margens do Rio Doce, Colatina tornou-se município chave de todo o sistema de transporte ferroviário e rodoviário da região noroeste do ES, como traço de união entre o promissor noroeste do estado e Vitória, a dinâmica capital do Espírito Santo.
Tudo isto, propiciou intensa atividade comercial que elevou Colatina à categoria de polo regional de distribuição de mercadorias com área de influência num raio de 200 quilômetros.
Exportadores de café, atacadistas e as lojas de pronta-entrega dinamizam o comércio local que atende aos municípios do norte-noroeste capixaba, leste de Minas Gerais e sul da Bahia, representando um universo de mais de 400 mil consumidores.
Diariamente, através da ponte do Rio Doce, passam centenas de pessoas, que, tendo deixado suas cidades de origem, aportam em Colatina, atraídas pelos preços competitivos, variada oferta de produtos e opções dos supermercados e comércio lojista.
Transporte Ferroviário
Colatina é atendida pela Estrada de Ferro Vitória a Minas, administrada pela Vale. A Estação Colatina, situada no bairro do Acampamento, próximo ao Centro da cidade e a Estação Itapina, localizada no distrito de Itapina, possibilitam o transporte diário de passageiros por meio das composições que circulam entre as regiões metropolitanas de Vitória e Belo Horizonte, cortando várias cidades da região do Vale do Rio Doce. Dentre as alternativas de transporte coletivo regulares, a EFVM possui grande importância para os moradores da região e se destaca por ser uma via de viagem mais barata e segura possível para várias cidades que contam com estações.
O transporte ferroviário em Colatina se faz presente desde os seus primórdios, com a inauguração das primeiras estações da localidade: Baunilha, no distrito homônimo, em 30 de agosto de 1906 e Colatina, na região central do município, em 28 de outubro do mesmo ano. O município também ganharia outras estações ao longo dos anos como a de Itapina, no distrito de Itapina em 20 de outubro de 1919 e a de Santa Joana, no distrito de Santa Joana, na zona rural da cidade, em 1 de fevereiro de 1922.
Nos anos 1940, uma alteração do traçado da ferrovia, devido a uma retificação desta, levaria a desativação das estações Baunilha e Colatina. Por volta da mesma ocasião, uma segunda estação ferroviária foi construída no bairro Esplanada, sendo inaugurada em 1949 e coincidindo com a demolição da primeira estação de 1906, onde atualmente está localizada a Praça Municipal. A segunda estação de Colatina, ao longo dos anos, também receberia obras de ampliação. Com a retificação da ferrovia, o desvio que se seguia ao distrito de Baunilha acabou suprimido, resultando na desativação de sua estação ferroviária, que ficaria fechada por alguns anos. Desde 1954, o prédio da antiga estação Baunilha abriga uma lanchonete em seu interior. Anos depois, o seu antigo leito ferroviário daria lugar à um trecho da BR 259.
Nos anos 1970, o município de Colatina apresentava um grande desenvolvimento urbano. Porém, devido a isto, começavam a surgir os primeiros transtornos envolvendo a ferrovia e o fluxo intenso de carros e pedestres, que dividiam o trânsito com os trens em uma mesma rua no Centro do município. Este fator fez com que a Companhia Vale do Rio Doce (atual Vale), construísse uma variante fora do perímetro urbano, resultando na construção de uma terceira estação ferroviária, na retirada dos trilhos da região central e na desativação da segunda estação de Colatina, no ano de 1975. Atualmente, em seu prédio abrigam-se os escritórios das Secretarias Municipais e em seu antigo leito ferroviário, está situada a Praça Sol Poente. No mesmo ano de 1975, com a inauguração da então nova variante, foi inaugurada a terceira e atual estação ferroviária de Colatina, no bairro Acampamento, distante à 2,5 km a oeste da área central da cidade, na margem direita ao sul do Rio Doce.
A estação Santa Joana, localizada no distrito homônimo, também seria desativada e consequentemente demolida ao longo dos anos, não sobrando dela vestígio algum. O local onde ela se situava, ainda se encontra às margens da ferrovia. Já a estação Itapina, no distrito de Itapina, se mantém ativa até os dias atuais.
Agricultura
Em destaque fica o café conillon, também conhecido como robusta que se constitui na principal fonte de renda das propriedades de até cem hectares. A comercialização do produto no norte do estado, concentra se no município. Além do café, o município também possui lavouras de arroz, feijão, milho e mandioca. Essas não possuem expressão comercial, oriundas da rotação de culturas, são destinadas ao mercado interno e são um complemente de renda ao produtor. Dentre as frutas de clima tropical, o cultivo de mamão apresenta destaque e tem a maior parte de sua produção comercializada no Rio de Janeiro. Quanto à olericultura, destacam-se o tomate, o pimentão a berinjela e o jiló. A maior parte da produção, 70%, é encaminhada à CEASA (Centrais de Abastecimento do Espírito Santo S/A). O restante permanece no próprio Município. A agropecuária também é bastante forte, com atenção ao frigorífico, Frisa, que a cidade possui.
Turismo
A cidade oferece um grande potencial para o ecoturismo, pois há no campo belas paisagens e fazendas bem cuidadas. Destaque para São Pedro Frio, a 600 metros de altitude, a 40 quilômetros do Centro, que oferece clima de montanha aos visitantes. Vale a pena conhecer as lagoas do Limão, Pau Gigante, Coroa Verde, Barbados, Óleo, Patrão Mor. Além das cachoeiras do Oito, Onze, Vinte e Onça.
Toda tarde, quando o sol se aproxima do horizonte montanhoso, o céu e o leito do Rio Doce se mesclam de dourado e vermelho e compõem um pôr-do-sol magnífico, um verdadeiro espetáculo para os olhos. O famoso pôr-do-sol da cidade, que é conhecida como Princesa do Norte, representa o cartão-postal, junto com o monumento do Cristo Redentor, que tem 33 metros de altura, localizado na parte alta do município, no bairro Bela Vista. De diversos pontos é possível ver a estátua do Cristo, que a todos transmite uma maravilhosa sensação de paz. O por do sol de Colatina é o segundo mais belo do mundo.
As festas também acontecem durante o ano inteiro. No aniversário de emancipação do município, em agosto, a comemoração atende todos os gostos. Há eventos culturais e musicais dos mais variados. Durante o ano ocorrem os mais animados bailes, um deles, o do Cafona, que ocorre sempre no segundo sábado de maio, é conhecido não só no Espírito Santo, mas também em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Pará.
Alguns pontos turísticos da Princesinha do Norte: Cachoeira do Oito; Cristo Redentor de Colatina; Avenida Beira-Rio; Praça do Sol Poente; Biblioteca Municipal; Distrito de Itapina; Comunidade São Pedro Frio; Cais Sol Poente; Mirante.
Educação
Possui uma rede de ensino fundamental e médio, cursos técnicos, bem como faculdades reconhecidas regionalmente. Está preparada para entrar em um novo ciclo de crescimento, com o anúncio de implantação de novas plantas industriais. Possui um Centro Universitário (Unesc) que é o único do interior estado a possuir um curso de Medicina, atraindo assim um grande número de universitários para a cidade .Além do Unesc, Colatina possui a Funcab (Fundação Castelo Branco), situada no bairro Maria das Graças. Além das faculdades particulares, Colatina possui ainda dois campi do IFES (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo). Um campus fica localizado na sede do município, no bairro Santa Margarida, e outro no Distrito de Itapina, às margens da BR 259 km 70. O primeiro, Campus Colatina (antigo CEFETES), possui cursos na área de tecnologia, como Sistemas de Informação (Bacharel), Saneamento Ambiental (tecnólogo) e Informática (curso técnico); Edificações (técnico) e Arquitetura e Urbanismo (bacharel); Comércio e Segurança do Trabalho (Técnicos). Já o segundo, Campus Itapina (antiga EAFCOL), possui cursos técnicos e superiores na área de ciências agrárias (Técnicos Integrados em Agropecuária, Zootecnia) e Cursos Superiores (Agronomia, Licenciatura em Ciências Agrícolas e Pedagogia) e Pós-Graduação em Agricultura Sustentável.
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