sexta-feira, 4 de junho de 2021

PONTA PORÃ - MATO GROSSO DO SUL

Ponta Porã é um município brasileiro do estado de Mato Grosso do Sul, Região Centro-Oeste do país. Faz divisa com a cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Constitui uma área conurbada internacional com a cidade Pedro Juan Caballero, capital do departamento de Amambay, no Paraguai. O símbolo da cidade é uma cuia de chimarrão e outra de tereré, que representa duas culturas que se tornam apenas uma.
Ponta Porã está distante 1.346 km de Brasília, a capital federal, e 324 km de Campo Grande, capital do estado, e ligada por meio de rodovias federais que dão acesso aos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso. A população do município é de mais de 110 mil habitantes. A cidade que foi capital do extinto Território Federal do mesmo nome (1943-1946) está situada ao sudoeste do Estado e possui clima temperado com temperatura de 20°. A cidade possui uma boa rede hoteleira, tanto do lado brasileiro como do paraguaio. A economia do município está voltada para a agricultura e pecuária. A lavoura é uma das pujantes do território nacional produzindo, principalmente, soja, trigo e milho.
Etimologia
Antes de chamar-se Ponta Porã, o município e toda a região de Pedro Juan Caballero era chamada de Punta Porá. A Serra e alguns capões de mata que existiam caracterizavam a geografia da região, que passou a ser denominado de Ponta Porã, que em guarani quer dizer Ponta Bonita.
A origem do nome Ponta Porá, provavelmente também estaria ligada às três culturas: guarani, espanhola e portuguesa. Na região de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, adotou-se a terminologia da língua "Portunhol", pois os moradores dessa região se comunicam em Português e Espanhol; há ainda o termo "Guaraportunhol", para aqueles que se comunicam em Guarany, Português e Espanhol.
História
A origem de Ponta Porã começa com a formação de um povoado denominado inicialmente Punta Porá, que surgiu dentre os campos de erva-mate. Antes da Guerra do Paraguai, Punta Porá era apenas uma região deserta no interior do Paraguai habitada somente por algumas tribos de índios, como os Nhandevas e os Caiuás, descendentes do povo Guarani, que viviam em harmonia com a natureza, caçavam, coletavam frutos e pescavam, além do cultivo de pequenas roças. A região era também local de parada de carreteiros que faziam o transporte de erva-mate. Em 1777 uma expedição militar chegou a esta região, tendo como objetivo, explorar o solo. Em 1862 chegou o grupo do tenente militar Antônio João Ribeiro que se fixou na cabeceira do rio Dourados (onde hoje é o município de Antônio João) e fundaram ali a Colônia Militar dos Dourados. Em 1864, época da Guerra da Tríplice Aliança, a Colônia Militar dos Dourados foi destruída pelos paraguaios, onde veio a falecer o tenente Antônio João Ribeiro.
Em 1872, após o fim da Guerra do Paraguai, houve a fixação da região fronteiriça do Brasil com o Paraguai, na qual também constavam os respectivos limites com o Brasil, e que segundo Hélio Vianna, respeitava os convênios da época colonial e reivindicava ao Brasil somente as terras já ocupadas ou exploradas por portugueses e brasileiros. A partir daí a região de Ponta Porã passa a ser possessão territorial brasileira. Em 1880 chega na região o senhor Nazareth, um militar que vem com a missão de comandante e ergue seu acampamento junto à lagoa do Paraguai, onde hoje é a cidade de Pedro Juan Caballero. Em 1882 Tomás Laranjeiras já explora e industrializa a erva-mate em Ponta Porã e a exporta para a Argentina. Em 1892 chegou ali a Guarnição da Colônia Militar de Dourados para proteger a região. Nesse mesmo ano Ponta Porã começa a tomar seus primeiros impulsos de progresso econômico, com a chegada até ali de muitos migrantes gaúchos, que vieram com a finalidade de cultivar a terra e criar gados. Em 1897 surge o primeiro destacamento policial em Ponta Porã e nomeado seu comandante o senhor Nazareth.
Em 1900 Ponta Porã torna-se distrito de Bela Vista. Em 18 de julho de 1912 foi criado o Município de Ponta Porã, deixando de ser distrito de Bela Vista. No ano seguinte foi instalado o município e toma posse seu primeiro prefeito, Ponciano de Matos Pereira. Em 1915 o Governador do Estado de Mato Grosso, Caetano de Albuquerque eleva o município de Ponta Porã para a categoria de comarca no ano seguinte, 1916 toma posse o primeiro Juiz de Direito da Comarca de Ponta Porã, Possidônio de Souza Guimarães e o primeiro Promotor de Justiça é Henrique Carlos Guatemozim. Em 1919 é criado em Ponta Porã o 11º RC (Regimento de Cavalaria) e instalado no ano seguinte, sendo seu primeiro Comandante o Capitão Hipólito Paes Campos. Em 1943, o Presidente Getúlio Vargas cria o Território Federal de Ponta Porã, tendo como capital a cidade de Ponta Porã e formado também por outros municípios vizinhos. Em 1947 o território é extinto. Em 1977 é criado o estado de Mato Grosso do Sul, a qual Ponta Porã faz parte atualmente.
Geografia física
Solo
Latossolo vermelho escuro com predominância de latossolo roxo, em suas imediações.
Relevo
Está a uma altitude média de 755 m. Ponta Porã está situada na Serra de Amambai, que é uma continuidade da Serra de Maracaju. Apresenta uma topografia plana e levemente ondulada, sendo o ponto culminante a Serra de Maracaju, iniciando a elevação máxima no distrito de Cabeceira do Apa a 850 metros acima do nível do mar.
Clima
Apesar de se situar acima do Trópico de Capricórnio, portanto acima da zona temperada do globo terrestre, predomina em Ponta Porã o clima subtropical úmido, do tipo Cfa, de acordo com a classificação climática de Köppen-Geiger, com índice pluviométrico de 1700 milímetros (mm), apresentando diminuição de chuvas no inverno, mas não o suficiente para classificá-lo como Cwa (clima subtropical com inverno seco).
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1961 a 1984 e a partir de 2000, a menor temperatura registrada em Ponta Porã foi de −3 °C em 18 de julho de 1975 e a maior atingiu 38,4 °C em 26 de setembro de 2004. O maior acumulado de precipitação em 24 horas atingiu 172,4 mm em 28 de fevereiro de 2008.
Hidrografia
Está sob influência da Bacia do Rio da Prata, sendo atendido principalmente pelo rio Dourados.
Vegetação
Tem em sua vegetação a predominância dos campos limpos como característica do município, formado por grandes áreas de gramíneas rasteiras, constituindo as famosas pastagens naturais.
Geografia política
Fuso horário
Está a -1 hora com relação a Brasília e -4 horas com relação ao Meridiano de Greenwich (Tempo Universal Coordenado)
Área
Ocupa uma superfície total de 5 328,621 km² e a superfície urbana é de 13,715 km².
Subdivisões
Ponta Porã tem três distritos: Cabeceira do Apa, Nova Itamarati e Sanga Puitã.
Arredores
Faz divisa ao norte com Antônio João, Bela Vista, Jardim e Guia Lopes da Laguna; ao sul com Aral Moreira e Laguna Carapã; ao leste com Dourados e Maracaju e ao oeste com a República do Paraguai.
Educação
Ensino Superior
Atualmente o município conta com duas universidades, a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e mais quatro faculdades: Faculdades Integradas de Ponta Porã/Magsul; Faculdade de Ponta Porã/Uniesp; Faculdade Anhanguera de Ponta Porã e Instituto Federal de Mato Grosso do Sul.
Os índios caiuás
Os índios Caiouás habitavam toda a parte sul de Mato groso do Sul, isto é, toda região de Ponta Porã, Dourados, Amambaí e vizinhanças. Caçavam, pescavam e colhiam frutos e raízes, cultivavam o milho e a mandioca, apenas para o consumo da tribo. Atualmente o número de índios é muito pequeno. Vivendo em aldeias, suas casas são de taquara e cobertas com folhas de coqueiro. Estas aldeias hoje estão dentro das reservas. As reservas são áreas de terra reservadas para os índios pelo Governo Federal. Eles fabricam arcos, chocalhos e outros produtos que vendem nas cidades vizinhas e nas margens das rodovias e vivem praticamente entrelaçados com a sociedade brasileira. Vestem roupas e compram utensílios nos comércio da cidade. Dos costumes antigos ainda cultivam a dança tradicional, usam enfeites e pintam o corpo para as festas tradicionais, também fabricam uma bebida chamada chicha, que é feito de milho fermentado. Hoje a maior festa indígena é a Festa do Índio em que os fazendeiros doam vacas.
Economia
Tem como atividades econômicas a pecuária, agricultura, extração de madeiras. O trabalho é sempre relacionado com o comércio, a indústria, a prestação de serviços e os serviços públicos.
Contexto regional
Ponta Porã, com 94 mil habitantes e 3 relacionamentos diretos, é um Centro de Zona A. Nível formado por cidades de menor porte e com atuação restrita à sua área imediata; exercem funções de gestão elementares. Ponta Porã é uma das 192 cidades no Brasil com a classificação Centro de Zona A. A cidade exerce influência sobre os seguintes municípios: Centros de Zona B - Bela Vista; Centros Locais - Antônio João e Aral Moreira
Potencial de consumo
O índice de potencial de consumo (IPC Maps, divulgado divulgado pela IPC Marketing Editora) mapeia o potencial de consumo dos municípios brasileiros baseado em dados divulgados por várias instituições oficiais, sendo utilizado atualmente por mais de 700 empresas e elabora um ranking classificando os 500 maiores municípios relativo ao poder de consumo, contemplando o perfil de consumo urbano e rural dos 5.565 municípios brasileiros. O município de Ponta Porã é o quinto maior share de consumo do Estado, crescendo 11,12%, o que passou de R$ 1,061 bilhão em 2013 para R$ 1,179 bilhão de previsão para 2014. Ponta Porã cresceu 16 posições no ranking saltando de 392 (0,03534) para 376 (0,03614).
Agropecuária
O município hoje tem uma área produtiva de 217.000 hectares e conta com um rebanho de 318.910 cabeças de gado. Recentemente foi ativado o frigorífico Frigoforte, que gera 120 empregos diretos e inicia o processo de transformar a cidade além de polo produtor, também num polo industrial. Com a criação do assentamento da Fazenda Itamarati, beneficiando mais de 3000 famílias, espera-se nos próximos anos um avanço na economia local, estimulada pela produção do projeto. Há também uma fecularia, estimulando e transformando a produção de mandioca em geração de trabalho e renda.
Indústria
As principais indústrias da cidade são a indústria de beneficiamento de madeira (serrarias), de óleo, de móveis, de tijolos, de erva-mate, de carvão, entre outros. Ponta Porã vem buscando consolidar o seu perfil de produção, atraindo indústrias de transformação para agregar valor à economia local, baseada na agricultura e pecuária. A Prefeitura criou o Indusporã, programa que oferece incentivos aos investidores que operem no município, gerando novas fontes de renda e oportunidades de trabalho.
Comércio
O comércio de Ponta Porã é dos mais variados, possuindo supermercados, lojas de tecidos, de móveis de eletrodomésticos, farmácias, padarias, sorveterias, livrarias, discotecas, entre outros, sem contar com o comércio de Pedro Juan Caballero, para onde grande parte dos moradores compram produtos, principalmente eletrodomésticos, tv, rádios, computadores e celulares.
Turismo
O município de Ponta Porã vem focando a interação entre a população local e os seus visitantes, tendo como objetivo central a expansão do turismo na fronteira de forma equilibrada respeitando a natureza de toda região. As opções de lazer vão desde o turismo de compras com uma fronteira seca (Pedro Juan Caballero, que possui um comércio diversificado), além do Cassino Amambay. Possui passeios ecológicos como riachos, quedas de água, muito verde, cercado de serros no lado paraguaio.
- Museu da Erva Mate: Museu que narra a história do ciclo da Erva Mate no estado do Mato Grosso do Sul.
- Parque Estadual dos Ervais: O principal parque urbano de Ponta Porã, um dos maiores parques urbanos no interior de Mato Grosso do Sul.
- Parque Nacional de Cerro Corá: Local com estrutura para acampamentos, banhos de rio, passeios e visitas aos monumentos dos combatentes da Guerra Del Chaco.
- Linha Internacional: há uma grande concentração de lojas na fronteira que atraem vários turistas à procura de produtos com preços baixos.
Cultura
O município de Ponta Porã faz divisa com a cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, com quem mantém um forte laço comercial, social e cultural, permitindo aos dois povos uma convivência pacífica, consolidando a harmonia dos seus habitantes, através da manutenção de suas diversidades culturais. Possui também uma rica variedade gastronômica e a língua utilizada pelos moradores é o idioma portunhol, pois não se fala puramente o guarani, nem o espanhol e nem o português. Esta população aceita a cultura de outros estrangeiros que fazem comércio (chineses, coreanos, japoneses, libaneses, árabes).
A arquitetura também exibe suas diferenças. No lado paraguaio pode-se encontrar, ainda, residências de madeira e sapé ao lado de uma grande construção com arquitetura moderna. No lado brasileiro as pessoas não escondem o orgulho de compartilhar da cultura paraguaia que se mistura com a contaminante cultura gaúcha.
Chopin
Dança bem animada e antiga muito conhecida na região. Consiste em no casal ficar de frente para o outro, viram-se em círculos e dão se as mãos.
Lenda da origem da Erva-Mate
A bebida mais consumida atualmente em Ponta Porã é o Tereré (feito com erva-mate verde, água e gelo). As rodas de tereré então são vistas em qualquer parte da cidade, unindo brasileiros e paraguaios. Por isso, as duas cidades (Ponta Porã e Pedro Juan Caballero) são consideradas cidades gêmeas por causa de sua proximidade cultural: a cultura fronteiriça.
Sobre a erva-mate, uma das lendas de sua origem refere-se a uma das passagens de Cristo pela terra americana. Jesus, Pedro e João, cansados e com fome chegaram a um riacho onde um velho alquebrado pelos anos, mas filósofo e humano pela vivência, recebe-os. Ele abriga-os, dando de beber a eles e prepara-lhes uma saborosa comida com a sua última galinha. Refeitos e dispostos, os três se erguem para reiniciar a caminhada.
Cristo, desejando então marcar o seu agradecimento à bondade, à humanidade e à fraternidade, dirigiu-se ao idoso hospedeiro dizendo-lhe que sua filha já falecida, tão bela e querida renasceria em um arbusto verde e encorpado, de folhas vigorosas, vivificantes, saborosas e restauradoras e guardaria vitalidade, disposição, saúde, amizade, e esperança para sempre. Alguns meses depois, ela a filha singular do velho rancheiro sepultada, ressurge da terra na forma de uma erveira.
Referência para o teto: Wikipédia .