terça-feira, 31 de agosto de 2021

SERRA TALHADA - PERNAMBUCO

Serra Talhada é um município brasileiro do estado de Pernambuco. É conhecido como a capital do xaxado e fica a 415 km da capital pernambucana, Recife. A cidade é a segunda cidade mais importante do Sertão de Pernambuco e o principal município da Mesorregião do Sertão Pernambucano; polo em saúde, educação e comércio. É a terra natal do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva (Lampião). Sua população, conforme estimativas do IBGE de 2020, era de 86 915 habitantes.
Serra Talhada era uma fazenda de criação pertencente ao português Agostinho Nunes de Magalhães e recebeu este nome, Serra Talhada, devido ao fato de que perto do local há uma montanha cujo formato dá a ideia de que foi cortada a prumo. Seu crescimento se deu em função de sua posição estratégica, no cruzamento das estradas de acesso à Paraíba, Bahia e Ceará.
Administrativamente, o município é formado pela sede e pelos distritos de Bernardo Vieira, Pajeú, Tauapiranga, Caiçarinha da Penha, Logradouro, Luanda, Santa Rita e Varzinha.
Os times de futebol da cidade são o Serrano Futebol Clube, Ferroviário Esporte Clube também o extinto Comercial Esporte Clube e o principal, Serra Talhada Futebol Clube.
História
A cidade teve seu início em meados do século XVIII, com a chegada do capitão-mor da esquadra portuguesa, Agostinho Nunes de Magalhães, que arrendou a sesmaria à Casa da Torre, às margens do Rio Pajeú e no sopé da Serra Talhada, instalou a fazenda de criar gado que denominou Fazenda da Serra Talhada, numa alusão direta à serra que lhe emprestava o nome.
Agostinho Nunes de Magalhães, juntamente com seus filhos Joaquim, Pedro, Damião, Manoel e Filadephia, como tantos outros portugueses, migrou para o Brasil na esperança de instalar um engenho de cana-de-açúcar, e só depois de desembarcarem é que descobriram não possuir capital suficiente para tal empreitada, assim, seguindo os passos de outros compatriotas seus, adentraram nos sertões para explorar a criação de gado. A posição privilegiada dos currais de Agostinho Nunes, nos caminhos que levavam ao Ceará, Paraíba e Bahia, logo passaram a ser ponto de encontro de vaqueiros e peões que transportavam seu gado para estes estados, e assim, despretensiosamente começa a formar-se um ajuntamento de feirantes, negociando principalmente animais, dentre outros bens. Isto aconteceu por volta de 1789/1790, na mesma época em que era erigida uma capela para a fazenda sob bênçãos de Nossa Senhora da Penha. Nascia aí também a vocação mercantilista do município. A feira de Serra Talhada hoje tem aproximadamente 220 anos, sendo que desde a primeira vez que aconteceu (segunda-feira), continua até hoje sendo realizada neste mesmo dia da semana.
Com o comércio surgido pelo ajuntamento dos vaqueiros, peões e tropeiros, a fazenda começa a tomar ares de povoado e logo se transforma em Villa Bella, nome adotado quando de sua emancipação de Flores, até então cabeça de comarca, em 6 de Maio de 1851. A partir dessa data passa a ter um intendente, o Coronel da Guarda Nacional Manoel Pereira da Silva Comendador da Ordem da Rosa e de Cristo neto do fidalgo da Casa da Torre José Carlos Rodrigues e sua esposa Ana Joana Pereira da Cunha, fundadores das históricas Fazendas Sabonete, Carnaúba, patriarcas da poderosa família Pereira que foram senhores e barões de toda ribeira do Pajeú; verdadeiros ícones do coronelismo brasileiro.
Em 1893 é instalada a primeira Câmara Municipal de Serra Talhada e eleito seu primeiro prefeito, Andrelino Pereira da Silva, o Barão do Pajeú. Somente em 1939, por um decreto do então governador Agamenon Magalhães, Villa Bella recebe de volta seu nome de origem e passa a chamar-se Serra Talhada – “Terra de cabras Macho”.
A história da cidade é uma das mais ricas de todo o estado de Pernambuco. Seus fundadores participaram ativamente da história de Pernambuco e do Brasil, e seus descendentes, como Agamenon Magalhães, figuram entre as principais lideranças políticas brasileiras. A cidade é rica também pelos seus artistas e intelectuais destacando-se como referência no cenário cultural do estado. Berço de figuras polêmicas, como Virgulino Ferreira da Silva (Lampião), a cidade começa a se destacar também no cenário turístico, explorando aí, além de sua beleza plástica, a figura do Rei do Cangaço, principalmente na dança criada pelo seu bando: o xaxado.
Atualmente, com o slogan de “Capital do Xaxado”, Serra Talhada tem sido referência neste assunto para todo país, conseguindo reunir em museu toda a história da saga “lampiônica”, transformando-se, conforme dizer de especialistas “num verdadeiro museu a céu aberto”. Para se conhecer um pouco das histórias dos bravos sertanejos que povoaram os sertões quando da colonização, nos longínquos anos do século XVIII, se fez necessário conhecer um pouco da história de Serra Talhada, rica em casos e acontecimentos.
A casa do Rei do Cangaço
Se a figura do Lampião e José Bastor Campos representa a Rota do Cangaço e do Lampião, Serra Talhada não pode ficar de fora do roteiro.
Localizada a 415 km da capital, a terra de Virgulino Ferreira da Silva é cortada pela BR-232. É lá que estão guardados vários pertences do Rei do Cangaço: as armas, roupas de couro. É onde se pode assistir a uma apresentação de xaxado, cujo nome foi dado devido ao som do ruído que as sandálias dos cangaceiros faziam ao arrastarem sobre o solo durante as comemorações celebradas nos momentos de glória do grupo de "Lampião".
A imponente Serra Talhada marca a paisagem da cidade, onde está o cruzeiro da cidade, que proporciona belas vistas como a do mirante do Talhado do Urubu. O centro do município tem a Igreja de Nossa Senhora da Penha, com seus belos vitrais, e o casario do entorno.
Clima
O clima de Serra Talhada é do tipo semiárido; a precipitação pluviométrica é de 686 mm/ano; a temperatura média anual é de 25 °C e o período chuvoso é de janeiro a abril
Conforme dados da estação meteorológica automática do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) no município, em operação desde 9 de julho de 2008, a menor temperatura registrada em Serra Talhada foi de 14,8 °C em 18 de julho de 2017, superando o recorde anterior de 15 °C em 20 de julho de 2010, e a maior chegou aos 40 °C em 9 de outubro de 2013. Em 24 horas o maior acumulado de precipitação atingiu 125 milímetros (mm) em 9 de abril de 2010.[9] A maior rajada de vento atingiu 23,9 m/s (86 km/h) em 4 de maio de 2011. O menor índice de umidade relativa do ar (URA) foi apenas 9% em 16 de outubro de 2020.
Economia
A cidade de Serra Talhada é a mais próspera do Sertão do Pajeú e polo econômico dessa microrregião pernambucana. A importante infraestrutura urbana de Serra Talhada a coloca numa posição privilegiada, sendo um centro em pleno desenvolvimento na área de comércio, lazer e cultura.
Educação
Serra Talhada é também um polo educacional. Além de um grande número de escolas públicas (escolas de tradição no interior pernambucano), escolas particulares, escolas de tempo integral (dois turnos diários) e escolas técnicas, a cidade possui várias instituições de nível superior.
Instituições de Nível Técnico
- Centro Tecnológico do Pajeú.
- Escola Técnica Estadual Clóvis Nogueira Alves (Antiga Escola Fazenda).
- Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano (IF-Sertão).
Instituições de Nível Superior
Universidades para ensino presencial - Faculdade de Formação de Professores de Serra Talhada (FAFOPST); Faculdade de Ciências da Saúde de Serra Talhada (FACISST); Faculdade de Ciências Humanas e Sociais de Serra Talhada (FACHUSST); Colégio de Aplicação da Faculdade de Formação de Professores de Serra Talhada (CAFAFOPST); Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST) da UFRPE; Faculdade de Integração do Sertão (FIS); Universidade de Pernambuco (UPE) – (Campus Serra Talhada); Faculdade de Ciências Medicas Aggeu Magalhães (FAMA).
Turismo
Trata-se de um atrativo turístico de grande relevância para o local, devido à sua formação rochosa, granítica, sua altura e estrutura, e propícia à prática de esportes radicais como rapel e escalada. Sua vegetação, a caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, permite ainda a abertura de trilhas ecológicas, corridas de aventura, interpretação do próprio bioma, estudos científicos, observação de pássaros, turismo fotográfico, entre outros.
- A Serra que deu origem ao nome da cidade - Esta, além de uma estética fascinante, possui trilhas, para aqueles que gostam de se aventurar, e ao chegar ao topo, no cruzeiro, se deslumbram com a vista de toda a cidade e de parte do Vale do Pajeú. Quando em época de chuva, pode-se aproveitar pequenas cachoeiras que se formam nos rochedos. Existem grupos na cidade que aproveitam as formações rochosas para praticar rapel.
- Rota do Cangaço - Serra Talhada é o destaque principal da Rota do Cangaço: No início do século XX bandos de cangaceiros circulavam pelas terras do Sertão despertando admiração e medo nas cidades por onde passavam. A imagem do cangaceiro ajudou a formar o imaginário popular do nordestino. Mais que isto, virou uma marca do povo sertanejo. A rota do Cangaço e Lampião conta um pouco da história dos bandoleiros nômades, a perseguição das volantes policiais e mantém viva a memória de Virgulino Ferreira da Silva, o maior ícone do cangaço, morto em 1938. A rota percorre as cidades de Triunfo, Flores, Santa Cruz da Baixa Verde, *Serra Talhada, Afogados da Ingazeira, São José do Belmonte, São José do Egito e Tabira. A Rota do Cangaço e Lampião é um mergulho na mitologia do Nordeste. Um lugar perfeito para turismo histórico, de aventura e técnico científico.
- Igreja Matriz de Nossa Senhora da Penha - Uma monumental obra, linda de todos os ângulos, uma das mais belas de todo o estado de Pernambuco. Chama a atenção por seu estilo eclético com um pequeno tom de neogótico, e por seu tamanho e altura imponente.
Igreja Nª Senhora do Rosário - pequenina, porém bela, foi construída à mão de obra escrava. Foi ao seu redor que se deu início a cidade de Serra Talhada, na época chamada de Vila Bela.
- Casa da Cultura - Uma bela construção antiga, que já foi sede do cartório, hoje abriga peças de toda a história de Serra Talhada, desde Lampião, filho ilustre da cidade, fotos de pessoas importantes do município e de suas "misses", que em três anos consecutivos levaram o prêmio de Miss Pernambuco, objetos do Padre Jesus, figura importante na construção da Igreja Matriz, e outras peças históricas.
- Sítio Passagem das Pedras - Fica a 42 km do centro da cidade, local onde nasceu o cangaceiro Lampião, no local ainda há um pequeno museu onde existe um grande acervo de fotos e objetos do cangaço;
- Museu do Cangaço - Esse fica localizado na Estação do Forró, instalado em um prédio da antiga estação ferroviária da cidade;
- Estação do Forró - Local onde ocorrem as festas juninas do município, lá você encontra uma pequena cidade cenográfica, com casas de madeira e de barro, além, é claro, do antigo prédio da estação, neste local durante todo o ano, ocorrem apresentações culturais, uma das mais famosas é o Encontro Nordestino de Xaxado, onde se apresentam grupos de todo o nordeste e também grupos locais, como "Os Cabras de Lampião", grupo que já fez apresentações em todo o Brasil e no exterior.
- Açude Jazigo -  Em épocas de cheias, esse açude forma em seu paredão uma imensa cortina de água, que faz parar quase todos que passam pela rodovia BR-232.
- Açude Cachoeira - Tem esse nome por que, quando cheio, seu bebedouro transborda e forma uma bela cachoeira, onde um grande número de pessoas aproveitam para o banho. Independente da época, lá há um mirante de onde se pode ver um belo pôr-do-sol. É possível também praticar a pesca e passear de barco ou canoa.
- Barragem de Serrinha - Uma das maiores barragens de Pernambuco, você poderá apreciar as pequenas ilhas e praias de água doce.
Mirantes - como o Talhado do Urubu, com magnífica visão da Chapada do Araripe, do Vale do Pajeú e do Açude do Saco.
- Ponte sobre o Rio Pajeú - Esta ponte liga o centro da cidade ao bairro Cachixola, dela tem-se uma bela vista do Rio e da Serra; o Rio Pajeú nasce na Serra do Balanço, Município de Brejinho, Divisa Pernambuco-Paraíba. Percorre uma distância de 347 km até desaguar no Rio São Francisco no lago da Barragem de Itaparica.
- Casa do Artesão - Está localizada na praça da Igreja do Rosário, conhecida como Concha Acústica, neste ambiente existe um grande número de peças artesanais feitas por diversos artesãos da cidade.
Festas e comemorações
- Carnaval.
- Aniversário (emancipação política): ocorre no dia 6 do mês de maio.
- Encontro Nordestino de Xaxado: acontece na estação do forró, se apresentam grupos culturais de todo o nordeste.
- São João: ocorre na Estação do Forró, ponto turístico da cidade.
- ExpoSerra: uma das maiores feiras comerciais do nordeste, sempre conta com apresentações musicais de nível nacional.
- Festa da Padroeira Nossa Sra. da Penha: conhecida como Festa de Setembro, atrai pessoa de toda a região e também de fora do estado.
- Natal e Fim de Ano: com ornamentação na Praça Sérgio Magalhães.
Esportes
No futebol, os clubes de maior destaque são o Serra Talhada Futebol Clube, fundado em 25 de fevereiro de 2011, e o Serrano Futebol Clube, fundado em 1 de outubro de 1983, o primeiro chegou a lograr um título no Campeonato Pernambucano - Série A2 de 2011, e o segundo chegou a conquistar um quarto lugar no Campeonato Pernambucano de Futebol - Série A1 de 2005, melhor posição até então de um clube da cidade de Serra Talhada na elite do futebol pernambucano. Dentre os clubes de Serra Talhada o Serrano Futebol Clube é o que tem o maior número de participações na elite do futebol pernambucano. Outros clubes que tiveram destaque no Campeonato Pernambucano de Futebol foi o Comercial Esporte Clube fundado em 13 de março de 1973 e extinto em 1982, e também o Ferroviário Esporte Clube, fundado em 1 de setembro de 1979, detém um título do Campeonato Pernambucano - Série A2 de 1997, e está licenciado das competições profissionais desde 2005.
Referência para o texto: Wikipédia .

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

GURUPI - TOCANTINS

Gurupi é um município brasileiro do Estado do Tocantins. Localiza-se no sul do Estado, às margens da BR-153 (Rodovia Belém-Brasília), a 238,1 km de Palmas, a capital do Estado, e a 742 km de Brasília. Fica no divisor de águas entre os rios Araguaia e Tocantins, a uma latitude 11°43'48" sul e a uma longitude 49°04'08" oeste, estando a uma altitude de 287 metros. Sua população estimada em 2020 foi de 87.545 habitantes.
Gurupi é a terceira maior cidade do Tocantins, sendo o polo regional de toda a região sul do estado.
As principais fontes de renda do município são a pecuária e a agricultura, havendo também grande destaque como centro regional de comércio e serviços. Em Gurupi, a educação superior conta com muitos campus e polos de ensino. Há cinco universidades de relevância regional, sendo que, três destas são públicas: Universidade Federal do Tocantins, Instituto Federal do Tocantins e a Universidade de Gurupi (esta última, autarquia municipal). Há muitas instituições privadas, sendo que os principais polos são da Universidade Católica de Brasília e UNOPAR.
Etimologia
De acordo com o tupinólogo Teodoro Sampaio, historiador do século XIX, o termo gurupi vem da tupi e significa “rio das roças” ou “das plantações”.
História
É impossível falar de Gurupi sem associá-la à BR-153, porque a história do município está intimamente ligada à construção da Belém-Brasília, marco do surgimento e desenvolvimento de muitas outras cidades, ao longo de sua extensão no antigo Norte goiano
Dados históricos dão conta que o fundador de Gurupi, Benjamim Rodrigues, chegou a procurar o engenheiro da rodovia, Bernardo Sayão, em Goiânia, para uma exposição de motivos de a mesma cortar as férteis terras recém-habitadas pela sua família e outros aventureiros.
A instalação definitiva do fundador de Gurupi na região se deu em 1952, ocasião em que concluiu a picada da rodovia projetada por Bernardo Sayão, até a estrada que ligava o município de Peixe a Porangatu; fez todo o levantamento da planta do município e construiu o primeiro comércio de Gurupi. A partir daí a paisagem do agreste foi dando lugar aos barracos de taipa dos novos moradores de várias outras localidades. A notícia do primeiro caminhão ao local já denominado de Gurupi é de setembro do mesmo ano, de propriedade do senhor Buta, que veio abastecer o comércio de Benjamim Rodrigues. A vocação para o comércio começou a partir desta data, e em pouco tempo a notícia se espalhou pelas regiões mais distantes e, com isso, atraiu interesses de moradores de outras localidades, como Porto Nacional, Peixe, Cristalândia, Dueré e Formoso do Araguaia.
Em 1954, com a invasão das matas mais próximas ao povoado, foram lançadas as primeiras raízes para a formação de uma base agropecuária, destinada a dar vida própria ao local. Até então os moradores compravam arroz e outros alimentos em Cristalândia. Neste mesmo ano é rezada a primeira missa, pelo Bispo Dom Alano, de Porto Nacional, e iniciado o alicerce para construção da primeira igreja, mais tarde denominada de Matriz de Santo Antônio.
Em poucos anos de povoamento do local, já era visível o progresso nos ramos da agricultura, pecuária, e a abundante colheita de cereais transformou o povoado em um pequeno pólo exportador. Em 1955, por sugestão de um dos pioneiros houve a votação para escolha do padroeiro do município, Santo Antônio, e iniciado o movimento político no sentido de elevá-lo à categoria de distrito. No mesmo ano, o Bispo Dom Alano, auxiliado pelo engenheiro Bernardo Sayão, fundou a escola Paroquial. Foram iniciados ainda os primeiros serviços médicos, embora bastante rudimentares, providências na época, além do primeiro consultório dentário.
Os próximos anos foram de muito progresso e, graças ao grande surto imigratório, o povoado passa à posição de distrito de Porto Nacional, que culmina com a sua emancipação política e instalação do município de Gurupi, em janeiro de 1959. Com isso expandem-se as construções, ruas, praças e avenidas, forçando cada vez mais a aceleração dos serviços de melhoramento urbano. O primeiro prefeito nomeado de Gurupi foi Melquiades Barros dos Santos, mais conhecido como "Doca Barros". Para o cargo de primeiro juiz, foi nomeado Clemente Luiz de Barros.
No ano seguinte é instalada a Câmara Municipal com a posse dos vereadores Raimundo de Sousa Camelo(Presidente), Moisés Avelino Lustosa Brito, Joaquim Gomes de Oliveira (Ozico), João Manoel dos Santos (João Paraibano), Nelson Dias Fernandes, Francisco Santana e Antônio Luiz Leitão Brito.
Ainda em 1961, foi instalado o primeiro cartório do segundo ofício e realizada a primeira eleição para escolha do primeiro prefeito Francisco Henrique Santana e Luiz Brito Aguiar para vice. A partir daí, com o advento de firmas de maior porte, Gurupi desponta como uma das cidades mais progressistas do Norte de Goiás e assume o papel de liderança sobre as demais da região.
O Município dos Benjamins
A passagem da Coluna Prestes, ou os revoltosos, como eram conhecidos pela região, quebrou o silêncio e apressou o povoamento do Vale do Leste, e, consequentemente, das matas do Gurupi. Os ribeirinhos ou beradeiros da margem direita do Tocantins, aterrorizados com a chegada das tropas, fugiram, atravessando o caudaloso rio e se instalando nas margens esquerdas do Tocantins. Alguns embrenharam mata adentro, alcançando a serra do Santo Antônio. Mas não ousaram atravessar a tal serra, pois do outro lado pairava a ameaça do lendário Cacique Gurupi, índio destemido e valente, de tribo desconhecida, que dominava a região.
Entre o medo e o pavor, foram ficando, chefiados por Benjamim Carvalho de Lima, o Bião, vaqueiro forte e afeito aos gerais, aventureiro e destemido. Por onde passava, Bião e sua comitiva iam nomeando rios e riachos.
Encantado com a região resolveu se instalar às margens do Pouso do Meio, e desenvolver suas atividades agropecuárias.
Turismo
O turismo de negócio é dos destaque, a cidade possui uma boa infraestrutura com uma rede ampla de hotéis e restaurantes, sendo dois hotéis padrão 4 estrelas.
O Carnaval de Gurupi é muito procurado por goianos e brasilienses, porém esse ano já começa a chamar pessoas do Brasil inteiro. Em 2006, o Carnaval gurupiense bateu alguns recordes em concentração de pessoas. tem ainda o Parque de Exposições Agropecuário que atrai milhares de pessoas durante os 10 dias de festa, no mês de maio, com várias artistas regionais e de nível nacional.
O município localiza-se próxima o municípios históricos como Porto Nacional, Natividade e especificamente a 225 km da capital do Tocantins, Palmas.
O visitante deve conhecer também o Parque Mutuca que é considerado um cartão postal do município e é utilizado pelos moradores do município como um lugar para sair à noite e para fazer caminhadas.
O Parque Mutuca é banhado ainda pelo córrego Mutuca.
Cultura
Compõem o Complexo da Fundação Cultural de Gurupi o Centro Cultural Mauro Cunha, Cine Teatro (em implantação) e a Biblioteca Pública Municipal Professora Deusina Martins Ribeiro, com acervo de 10.360 livros. A biblioteca funciona no horário das 8 às 22 horas, de segunda às sextas-feiras.
No Centro Cultural Mauro Cunha existe um amplo salão para a realização de feiras, palestras, seminários, conferências, exposições de fotografias, artesanatos e artes plásticas, lançamento de livros, apresentações cênicas, de dança e musicais, entre outros eventos. O Centro Cultural Mauro Cunha é o local para onde convergem os principais eventos culturais de Gurupi. Entre as principais atividades culturais realizadas naquele local, está o Coral Municipal Uirapuru e a Banda de Música Ciney Santos Miranda.
Movimentos Culturais
Gurupi sempre se destacou pelos movimentos culturais, unindo artistas das mais diferentes vertentes na realização de eventos culturais. Está na rota dos grandes artistas brasileiro, principalmente cantores sertanejos, A CDL Câmara de Dirigentes de Gurupi, vem fazendo todo fim de ano a Campanha Natal Premiado, para aumentar as vendas no comércio local, o que tem dado certo, em 2013 foram sorteados para os clientes que compraram nas lojas participantes, 20 motos a estrear e 1 carro Gol também com 0 km.
No campo das letras Gurupi também é destaque. Foi o primeiro município do interior tocantinense a fundar, uma academia literária. Trata-se da atuante Academia Gurupiense de Letras, (fundada em 30 de novembro de 1999), que frequentemente realiza saraus lítero-musicais, apoia e incentiva a realização de concursos e eventos literários, lançamentos de livros, além de incentivar, também o surgimento de novos talentos no mundo das letras.
A classe artística também está unida em torno da Associação de Artes de Gurupi, da Associação dos Músicos e Compositores de Gurupi, e do Clube do Samba. O município conta com um expressivo número de músicos, muitos dos quais, com CDs gravados e vencedores de festivais de música pelo Brasil afora, como é o caso de João Bolo, Chico Chocolate, Paulo Albuquerque, Palmares, Wesley Simon, Diomar Fontoura Banda Skema Brasil e Banda Balança-í.
Nas artes cênicas vários grupos são atuantes, mostrando o talento e a vitalidade de nossos artísticas com uma produção teatral vibrante e de qualidade, tendo como destaque a Cia de Teatro Sorria Meu Bem. O mesmo ocorre nas artes plásticas, no artesanato, na dança de rua e em outras manifestações culturais.
Economia
O trecho urbano e suburbano da rodovia BR-153 que corta o município virou um grande canteiro de obras. Vários empreendimentos se instalaram, como é o caso do Grupo Auto Posto Décio, considerado o maior posto de serviços da região norte do país. Também está sendo construído no município um confinamento para mais de cem mil cabeças de gado, bem como, a instalação das empresas Noma Carrocerias, Distribuidora Coca-Cola, MCM Rodóviario Caminhões Scania e Teti Caminhões, só para citar algumas. Ainda no Parque Agroindustrial está instalado a Cooperfrigu, que é o segundo maior frigorífico do Tocantins, exportando carne bovina para vários países.
O Parque Agroindustrial de Gurupi (PAIG) também está recebendo vários benefícios, como a ampliação da rede de energia elétrica, iluminação pública, pavimentação asfáltica nos trechos que ainda não receberam esse benefício, bem como a construção de um Posto Policial. A atenção especial dispensada ao PAIG pela Prefeitura Gurupi, não visa apenas atrair novos empreendimentos, mas também, criar mecanismos que facilitem o desenvolvimento das empresas ali já instaladas. Incentivos fiscais e a doação de áreas para novos empreendimentos fazem parte da política de atrativos disponibilizados pela Prefeitura de Gurupi e que tem chamado a atenção de empresários de todo o Brasil, inclusive do Grupo DLR (Douglas L. Rocha) que atua na área de móveis versáteis, vem conquistando muito sucesso no setor econômico da cidade provando que é possível crescer e criar frutos mesmo com um sol de 40ºC.
Infraestrutura
Educação
Em Gurupi, a educação superior conta com muitos campus e polos de ensino. Há cinco universidades de relevância regional, sendo que, três destas são públicas: Universidade Federal do Tocantins, Instituto Federal do Tocantins e a Universidade de Gurupi (esta última, autarquia municipal). Há muitas instituições privadas, sendo que os principais polos são da Universidade Católica de Brasília e UNOPAR.
Espaços Verdes
Parques
Gurupi conta com inúmeras praças, muitas delas recém reformadas, além do Parque Mutuca, cartão postal da cidade onde os moradores costumam praticar caminhadas, ciclismo e lazer.
A criação de outros parques foi discutida na última gestão, porém ainda não houve início das obras.
Na cidade destaca-se o Parque Mutuca.
Referência para o texto: Wikipédia .

terça-feira, 24 de agosto de 2021

CANDEIAS - BAHIA

Candeias é um município brasileiro do estado da Bahia.
História
As origens de Candeias remontam ao século XVI, quando a região que hoje faz parte do município, abrigava importantes sesmarias, que são terrenos que os reis de Portugal cediam aos novos povoadores. A região abrigava os engenhos de Caboto, Pitanga e Freguesia. O nome do então distrito faz referência ao culto a nossa Senhora das Candeias, e ainda pelo fato de que a região era rica em uma madeira de nome Candeia. Nas proximidades do Engenho da Freguesia, estabeleceu-se a comunidade do Caboto, região praieira da localidade, de onde a cana de açúcar era transportada para o porto da capital.
Já em meados do século XX, a notícia de um milagre faz do então Arraial de Nossa Senhora das Candeias um local de romaria. De acordo com a crença popular, uma criança cega teria voltado a enxergar depois banhar os olhos nas águas da fonte próxima à colina onde se localiza a igreja. A romaria iniciada ali tem força até hoje, quando é realizada em janeiro a festa de Nossa Senhora das Candeias.
Em 1941, de Candeias saiu o primeiro poço comercial de Petróleo do Brasil. O local receberia anos depois a visita do então presidente Getúlio Vargas. O progresso oriundo da descoberta do petróleo foi fundamental para a emancipação da cidade. E em 1958, enfim Candeias deixaria de ser um distrito de Salvador para ganhar sua emancipação política.
Economia
Com o décimo maior PIB do estado da Bahia, suas maiores atividades econômicas giram em torno de um consolidado parque industrial, um dos mais importantes portos do Brasil, o Porto de Aratu, além de fazer parte do Centro Industrial de Aratu, e estar próxima a segunda maior refinaria do país, a Refinaria Landulfo Alves - Mataripe (RLAM).
Geografia
Localiza-se a uma latitude 12º40'04" sul e a uma longitude 38º33'02" oeste, estando a uma altitude de 97 metros. Sua população estimada pelo IBGE em 2017 era de 89.707 habitantes. Possui uma área de 265,555 km².
Hidrografia
Sua bacia hidrográfica é composta pelos rios: Joanes, São Francisco, São Paulo, Imbiruçu, Jacarecanga.
Turismo
A festa religiosa de Nossa Senhora das Candeias, que tem seu ponto alto no dia 2 de fevereiro, atrai milhares de fiéis todos os anos, regado a muita oração, alegria e animação.
Dentre os atrativos culturais, destaque para as construções seculares, palco de fé e religiosidade, como a Igreja Matriz de Nossa Senhora das Candeias, o Engenho Freguesia e a própria Fonte Milagrosa de Nossa Senhora das Candeias.
É também conhecida como a capital brasileira do Arrocha.
Os principais pontos de interesse do município são: Fonte dos Milagres; Santuário de Nossa Senhora das Candeias; Museu Wanderley de Pinho; Igreja de Nossa Senhora da Encarnação de Passé; Engenho e Capela de Nossa Senhora de Nazaré; Casa de engenho Pindobas e Capela Santo Antônio; Casa do Coronel Horácio Pinto; Casa de Engenho do Matoim.
Referência para o texto: Wikipédia .

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

LUIS EDUARDO MAGALHÃES - BAHIA

Luís Eduardo Magalhães é um município brasileiro no estado da Bahia, Região Nordeste do país. Localiza-se no extremo oeste baiano e sua população em 2020 era de 90.162 habitantes.
Fica localizada na região econômica do MATOPIBA (acrônimo para os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), que é descrita como região de alto potencial em agricultura.
Luís Eduardo Magalhães é descrito por muitos economistas e políticos como a Capital do MATOPIBA.
História
Século XIX
Originalmente toda a região do oeste baiano, denominada Comarca do Rio de São Francisco, pertencia a Pernambuco até o ano de 1824, quando D. Pedro I transferiu a comarca para a Província de Minas Gerais como punição pela Confederação do Equador. Três anos depois, a região foi anexada provisoriamente à Província da Bahia, em 1827, permanecendo assim desde então. Este caráter provisório é um dos maiores vetores para a criação do Estado do Rio São Francisco chegando haver propostas protocoladas no Congresso para desmembrar o território da antiga comarca em um novo estado, todavia sem sucesso.
A área onde está localizada a cidade de Luís Eduardo Magalhães pertenceu ao município de Cotegipe (antes Campo Largo) até 1890, em 1891 deste território emancipou Angical.
Século XX
No final da década de 1970 chegaram à Região Oeste os primeiros desbravadores do cerrado, vindos do sul do Brasil. No início dos anos de 1980 foram estes aventureiros que encontraram uma imensidão de terras de cerrado, iniciando o núcleo de povoamento que em um curto período de tempo transformaria o cenário da região, contribuindo consideravelmente para a economia regional. Com uma agricultura mecanizada e baseada nos avanços tecnológicos de ponta, começaram a surgir as primeiras indústrias que foram fatores importantes para a criação do município mais novo do estado.
No entroncamento da BR-242 com a BR-020, bem próximo a casa do único morador da época (conhecido como Enedino) surgiu o povoado de Mimoso do Oeste em 2 de abril de 1982 com a construção do Posto Mimoso (Posto de Combustível), onde posteriormente, com o loteamento, começaram a construir as primeiras casas no povoado. Dois anos depois chegaram, Luís Hashimoto, agricultor, Eduardo Massao Yamashita, engenheiro agrônomo do Paraná, e o gaúcho Constantino Catarino de Souza, este até então radicado em Pérola, cidade paranaense, que em busca de expandir sua capacidade de produção agrícola e pecuária, adquiriu uma grande área de terra, onde iniciou a produção de grãos e a criação de gado. No mesmo ano se estabelece a Colonizadora e Administradora Vale do Rio Grande (CARIG).
Em 3 de dezembro de 1997, o pequeno povoado de Mimoso do Oeste passou a ser distrito de Barreiras.
Século XXI
Através da Lei n° 395/1997, de 3 de dezembro de 1997, passou a ser distrito e em 17 de novembro de 1998 passou a denominação atual, após referendo articulado pelo deputada estadual Jusmari de Oliveira, homenageando Luís Eduardo Magalhães, filho do Senador Antônio Carlos Magalhães, morto em 21 de Abril de 1998.
A criação do município foi alvo de muitas críticas, como a que afirmava ser a lei 7.619/00 inconstitucional, sendo também o referendo que autorizou a criação do município, tendencioso e parcial, já que não foram consultadas todos os moradores envolvidos. Em 2007 o STF declarou a inconstitucionalidade da criação do município, dando ao legislador federal prazo de 2 anos para legalizar a situação. Mediante Emenda Constitucional o Congresso Nacional avalizou a criação do Município.
Geografia
De acordo com a divisão regional vigente desde 2017, instituída pelo IBGE, o município pertence às Regiões Geográficas Intermediária e Imediata de Barreiras. Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, fazia parte da microrregião de Barreiras, que por sua vez estava incluída na mesorregião do Extremo Oeste Baiano.
O município de Luís Eduardo Magalhães está localizado na porção oeste do estado, à latitude 12°05'31" sul e à longitude 45°48'18" oeste, estando à altitude de 720 metros, portanto uma das cidades mais altas da Bahia. Seu território tem, como limites, as cidades de: Barreiras e São Desidério (em território baiano) e Ponte Alta do Bom Jesus, Taguatinga e Aurora do Tocantins em (território tocantinense). Localiza-se a uma distância de 947 quilômetros a oeste da capital estadual, Salvador, ocupando uma área total de 3.940,537 km².
Segundo dados da estação meteorológica automática do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) no município, em operação desde abril de 2002, a menor temperatura registrada em Luís Eduardo Magalhães foi de 8,1 °C em 23 de julho de 2006 e a maior atingiu 38,4 °C em 5 de outubro de 2015. O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 106,4 milímetros (mm) em 26 de abril de 2009.
Economia
Agricultura
Sua agricultura é pujante, diversificada e de grande produtividade, possuindo grandes áreas irrigadas. Sua pecuária é de alta qualidade tanto na área genética como tecnológica. No ano de 2007, entrou em funcionamento um grande e moderno frigorífico de aves e a fábrica de ração para sustentar os produtores integrados de mais de um milhão de aves por mês.
A cultura da soja foi introduzida de forma acelerada. Novos cultivos são testados, diversificando a base produtiva agrícola e unidades industriais foram atraídas para a região. Em consequência, consolida-se um espaço dos mais promissores do Nordeste, com uma agricultura mecanizada, operada em moldes empresariais e com integração às cadeias agroindustriais. O Oeste da Bahia passa a ser o mais importante espaço nordestino receptor de imigrantes. Os vales, antes caracterizados pela pequena exploração agrícola familiar em minifúndios, começam a serem identificados como áreas bastante promissoras para o cultivo de frutas. Esta nova dinâmica possibilitou as potencialidades, em sua grande parte ainda inexploradas, e expôs a região a crises características dos períodos iniciais das áreas e expansão de fronteira econômica.
O município possui grandes áreas inexploradas, próprias para agricultura e pecuária. O Instituto Agronômico de Campinas (IAC), em convênio com órgãos públicos e privados, pesquisa variedades de cana de açúcar para encontrar a mais produtiva e que melhor se adapta na região.
Indústria
O parque industrial é composto por empresas líderes em seus segmentos, inclusive quase vinte multinacionais. Entre as empresas pioneiras que se instalaram no município, temos a Cooperativa Agrícola de Cotia, posteriormente Cooperativa Agropecuária do Oeste da Bahia (COOPROESTE), a Ceval, indústria de esmagamento de soja, mais tarde incorporada pela Bunge Alimentos e também a Cooperativa do Oeste de Minas Gerais.
Comércio
Seu comércio é suficiente para atender toda a demanda de seus habitantes, tanto na área de alimentos como produtos e implementos agropecuários e construção civil
Turismo
O município é um dos cinco do Brasil que sediam um dos maiores eventos de equipamentos de alta tecnologia destinados ao agronegócio, a Agrishow.
Atualmente sedia também o Bahia Farm Show, que teve a sua primeira edição na cidade de Ribeirão Preto, e conta entre outras com a de Rondonópolis (MT) e Cascavel (PR).
Esporte e Lazer
A cidade conta com bares, restaurantes e pizzarias de boa qualidade. Praças foram construídas em bairros populosos como o Jardim Paraíso, Santa Cruz, Jardim das Acácias, Centro e Mimoso I.
No ano de 2013 foi entregue a população o Estádio Municipal Coronel Aroldo, o Aroldão, com capacidade para 5.000 pessoas
Referência para o texto: Wikipédia .

terça-feira, 17 de agosto de 2021

QUIXADÁ - CEARÁ

Quixadá é um município brasileiro do estado do Ceará. É a maior cidade do sertão central, com uma população estimada em 2019 de 87.728 habitantes. Possui uma área de 2.019,834 km² e uma densidade demográfica de 43,43 hab/km².
Conhecida como "Terra da Galinha Choca", "Terra dos Monólitos" ou "Cidade Rainha do Sertão Central", uma de suas características mais marcantes são formações rochosas, os monólitos, nos mais diversos formatos que "quebram" a aparente monotonia da paisagem sertaneja. É também conhecida por ser a terra de escritores como Jáder de Carvalho e Rachel de Queiroz que, apesar de ter nascido em Fortaleza, a capital do Ceará, possuía uma relação muito forte com a cidade, visitando-a constantemente, quando se hospedava em sua Fazenda Não Me Deixes, que herdou de seu pai, Daniel de Queiroz.
Toponímia
Apenas uma definição é consenso quanto à origem do nome Quixadá. É uma palavra derivada de alguma das línguas indígenas faladas no território cearense antes do descobrimento. Exceto isto, há grandes controvérsias. Em alguns documentos antigos figura como Queixadá, Quixedá, Quixeda e Quixadá. Para Paulino Nogueira, em seu livro Vocabulário Indígena em Uso na Província do Ceará (1887), presume que o nome vem da tribo Tapuia dos Quixaras, também conhecida com Quixadás. Segundo Carl von Martius, é derivada de Quixeurá, que significa "Oh! Eu sou o Senhor, Qui = oh, Xé = eu e Uará = senhor, tendo-se corrompido em Quixadá.
Para Teodoro Sampaio, em seu livro O Tupi na Geografia Nacional, disse que a palavra pertence a língua cariri e que, por não haver qualquer registros, não é possível afirmar significado exato. Thomaz Pompeu Sobrinho atribuiu, em princípio, a esse topônimo a origem tupi como Quichaitá, com a seguinte interpretação: Qui = ponta, Chai = gancho ou torcida e Ita = pedra, donde se conclui: pedra da ponta encurvada ou torcida. Essa interpretação estão relacionadas à paisagem quixadaense onde existem pedras singulares como por exemplo, a "Galinha Choca", conhecida anteriormente como "Bico de Arara", além disso, segundo o autor, também pode ser a corruptela da palavra queixada ou quintal de rocha. Eusébio de Sousa também diz ser o vocábulo de origem tupi-guarani que significa pedra da ponta curvada. Os antigos habitantes falavam em Curral de Pedra, haja vista a localização da cidade que de fato, está cercada de pedras.
História
Originalmente, a região foi habitada pelos índios Canindés e Jenipapo pertences ao grupo dos Tapuias, resistindo à invasão portuguesa no início do século XVII, sendo (pacificados) em 1705, quando Manuel Gomes de Oliveira e André Moreira Barros ocuparam as terras de Quixadá. Estes grupos indígenas resistiram até 1760, pois os conflitos entre índios e colonos, ocasionados pelo desenvolvimento da pecuária desde 1705, praticamente extinguiram essas tribos.
A colonização da área compreendida atualmente pelo município de Quixadá ocorreu através da penetração pelo rio Jaguaribe, seguindo seu afluente o rio Banabuiú e depois o rio Sitiá, cujo objetivo principal era a conquista de terras para a pecuária de corte e leiteira.
A primeira escritura pública da região foi a do Mosteiro Beneditino, hoje Casa de Repouso São José, na Serra do Estêvão, onde hoje é o distrito de Dom Maurício, em 1641. Manuel da Silva Lima, alegando ter descoberto dois olhos d'água, obteve uma sesmaria. Essas terras, inicialmente de Carlos Azevedo, eram o "Sítio Quixedá" adquirido por compra conforme escritura de 18 de dezembro de 1728.
Em seguida, a propriedade foi vendida a José de Barros Ferreira em 1747 por duzentos e cinquenta mil réis. Oito anos depois, José de Barros, construiu casas de morada, capela e curral, lançando assim as bases da atual cidade de Quixadá, sendo considerado, portanto, o legítimo fundador da cidade. A fazenda prosperou e se transformou em distrito do município de Quixeramobim.
A partir do século XIX, com a instalação da estrada de ferro que ligava o Cariri à Fortaleza ocorreu forte urbanização do município. Esta também foi fortemente influenciada pela produção de algodão exportado para a Inglaterra, que nesta época vivia a Revolução Industrial. A Freguesia de Quixadá foi criada pela Lei provincial n.° 1.305, de 5 de novembro de 1869. Em de 27 de outubro de 1870 a Lei provincial n.° 1.347 criou o Município de Quixadá desmembrando-o de Quixeramobim e sendo elevado à categoria de vila.
Com o projeto e a construção do Açude do Cedro, a vila passa a receber ainda mais imigrantes vindo de diversas regiões (estimados em 30.000), além disso diversas estradas foram construídas. Este processo acelera a urbanização, fazendo com que em 17 de agosto de 1889 a vila recebesse foros de cidade pela Lei provincial n.º 2.166.
Deste sua emancipação até hoje, teve cinquenta e três governos municipais, sendo o fazendeiro Laurentino Belmonte de Queiroz, o primeiro gestor no período de 1871 a 1873.
Geografia
A maior parte do território faz parte das depressões sertanejas com maciços residuais, como a serra do Estêvão. Notabiliza-se também pela geografia rica em inselbergs, ou monólitos (formações rochosas isoladas na paisagem), que dominam boa parte da área do município, dos quais o mais famoso é a "Pedra da Galinha Choca", que tem este nome por conta do curioso formato. Os solos são pouco profundos em sua maior parte e têm como principal característica encharcar na estação chuvosa e ressecar facilmente nos períodos de estiagem. Os lençóis de água são geralmente salinizados devido às características geológicas da região.
Quixadá está localizado em sua maior parte na bacia hidrográfica do rio Sitiá. Uma outra parte do seu território está nas bacias de dois outros rios: o rio Piranji e o rio Choró. O município conta com uma grande quantidade de pequenos reservatórios que estão espalhados em todo o território. No entanto, possui dois grandes reservatórios, ambos localizados no leito rio Sitiá, são os açudes do Cedro, com capacidade de 126.000.000 m³, e o Açude Pedras Brancas, com capacidade de 434.049.000 m³.
A vegetação característica da maior parte do município é a caatinga arbustiva densa ou aberta, caracterizada pela presença de cactos e vegetação rasteira com árvores baixas e cheias de espinho. Nas áreas mais elevadas da serra do Estêvão ocorre a floresta caducifólia espinhosa, ou Caatinga arbórea. O município possui as seguintes unidades de conservação: Monumento Natural dos Monólitos de Quixadá, com área de 16.635,59 ha, criado pelo decreto estadual n° 26 805 de 31 de outubro de 2002,
e a Reserva Particular do Patrimônio Natural Fazenda Não Me Deixes, com área de 300 hectares, criado pela portaria Nº 148/98 do IBAMA em 5 de novembro de 1998. Apesar disso, sua cobertura vegetal tem sofrido grande intervenção, através de desmatamentos e queimadas com o objetivo de preparar o solo para a agricultura e a pecuária extensiva, além da extração de ilegal de madeira para lenha e carvoarias.Quixadá é um dos centros comerciais mais expressivos do Ceará, para onde afluem as comunidades das cidades vizinhas. A maior fonte de empregabilidade é a administração pública, com mais de 2 mil funcionários. As principais atividades econômicas estão relacionadas à prestação de serviços e ao comércio. Em seguida vem a avicultura e a ovinocaprinocultura.
Economia
Quixadá é um dos centros comerciais mais expressivos do Ceará, para onde afluem as comunidades das cidades vizinhas. A maior fonte de empregabilidade é a administração pública, com mais de 2 mil funcionários. As principais atividades econômicas estão relacionadas à prestação de serviços e ao comércio. Em seguida vem a avicultura e a ovinocaprinocultura. 
Comércio
A economia de Quixadá depende principalmente no setor terciário (comércio e serviços) que é responsável por mais de 70% do PIB municipal além de ocupar aproximadamente 59% da população economicamente ativa (deste montante, 51% são trabalhadores autônomos, do chamado setor informal). O comércio do município está concentrado no Centro da cidade onde recebe semanalmente centenas de moradores das áreas rurais e de municípios vizinhos como Choró, Banabuiú, Ibicuitinga e Ibaretama.
Dentre as empresas deste setor, destacam-se os atacadistas que abastecem os pequenos estabelecimentos comerciais dos distritos e dos municípios vizinhos. Os estabelecimentos de comércio varejista está voltado, basicamente, para os moradores da cidade e da zona rural.
Outra importante atividade para o comércio municipal é a realização de feiras que ocorrem em dias específicos. Às quintas-feiras, ocorre a feira de animais no Parque de Exposição no bairro do Campo Novo, às sextas-feiras, de frutas nas proximidades do Terminal Rodoviário, e diariamente de frutas e utilidades domésticas, na rua Dr. Eudásio Barroso nas proximidades da Câmara Municipal.
Pecuária
Representada principalmente pela avicultura, bovinocultura leiteira, ovinocultura e caprinocultura.
A ovinocaprinocultura local está associada à presença de agentes expressivos na região, como, por exemplo, a Associação de Criadores de Caprinos e Ovinos do Estado do Ceará (Acocece), composta pelos médios e grandes produtores, um frigorífico com tecnologia para beneficiar a carne dos ovinos e caprinos e ainda aspectos climáticos da região. A Expoece, tradicional feira de caprinos e ovinos, é considerada uma das maiores do Ceará e uma das mais importantes do Nordeste, movimentando no ano de 2009, volume superior a R$ 1 milhão somente nas vendas do leilão. Além disso, o evento envolve toda a cadeia produtiva caprina e ovina da região.
Avicultura
A avicultura, juntamente com o comércio, é o principal setor da economia quixadaense. São quatro granjas de grande e médio porte: Granja Feliana Ltda, Granja Abrigo Ltda, Quixadá Alimentos Avículas Ltda (QUIAVE) e Carneiro Avícola Ltda (CARVIL).
A produção é de cerca 80 mil frangos por semana, movimentando em torno de 1 milhão e 200 mil reais por mês. São gerados 400 empregos diretos e aproximadamente 2 mil indiretos.
A CARVIL é a única que também produz ovos, 90 mil unidades por dia. A produção é voltada para o consumo em todo o estado do Ceará e também Piauí e Maranhão.
Indústria
O município possui pequenas indústrias alimentícias, tecelagens e calçadistas. Entre as grandes instalações industriais existe uma fábrica de calçados além de uma usina de biodiesel (com previsão de início de operações em agosto de 2008) com capacidade 157 mil litros/dia, ou 57 milhões litros/ano localizada no distrito de Juatama.
Turismo
Embora pouco explorado, o município apresenta grande potencial turístico, especialmente para o ecoturismo devido à beleza de suas paisagens, além para a prática de esportes radicais como voo livre (parapente e asa-delta), off-road, trekking, orientação, montanhismo e rapel.
Em 30 de janeiro de 2015, a Barragem do Cedro foi adicionada à Lista Indicativa do Patrimônio Mundial da Unesco
Atrações turísticas
As principais atrações turísticas de Quixadá são: Açude do Cedro; Pedra da Galinha Choca; Santuário N. Sra. Imaculada Rainha do Sertão; Chalé da Pedra; Lagoa dos Monólitos; Morro do Urucu; Pedra do Cruzeiro; Serra do Estevão; Trilha da Barriguda; Trilha do Olho d'Água; Trilha do Boqueirão; Trilha Cabeça do Gigante; Fazenda Magé; Museu Histórico Jacinto de Sousa; Fazenda Não Me Deixes e Memorial Cego Aderaldo.
Educação
Ensino Superior/Técnico

O município possui cinco instituições de ensino superior, uma de ensino superior e técnico, e duas somente de ensino técnico. São elas:
- Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central (Unidade acadêmica da UECE), que oferece os cursos de licenciaturas em Ciências Biológicas, Física, História, Letras, Matemática, Pedagogia e Química.
- Centro Universitário Católica de Quixadá, que oferece os cursos de Administração, Arquitetura e Urbanismo, Biomedicina, Ciências Contábeis, Design Gráfico, Direito, Educação Física, Enfermagem, Engenharia de Produção, Farmácia, Filosofia, Fisioterapia, Gestão de Recursos Humanos, Odontologia, Psicologia, Sistemas de Informação, Sistemas para Internet e Teologia.
- Campus avançado da Universidade Federal do Ceará, que oferece os cursos de Sistema de Informação, Engenharia de Software, Redes de Computadores, Ciência da Computação, Engenharia da Computação e Design Digital. Além da Fazenda Lavoura Seca, uma das três fazendas experimentais da universidade.
- Universidade Estadual Vale do Acaraú, com duas coordenações, que oferece cursos de, Recursos Humanos- Tecnólogo, Letras Português - Licenciatura, Pedagogia e História - licenciaturas.
- Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, que oferece os cursos técnicos concomitante e integrados de Meio Ambiente, Edificações e Química, e superiores em Bacharelado em Engenharia Ambiental e Sanitária, Bacharelado em Engenharia de Produção Civil, Bacharelado em Engenharia Civil, Licenciatura em Geografia e Licenciatura em Química.

- Instituto Educacional Superior e Tecnológico Faculdade Cisne, oferece cursos de bacharelado em Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Nutrição, Serviço Social e Medicina Veterinária. Entre seus cursos tecnológicos estão: Publicidade e Propaganda, Designer de Interiores, Designer de Moda, Gestão de Recursos Humanos e Gestão Comercial.
- Escola Estadual de Educação Profissional Maria Cavalcante Costa, desenvolve uma educação de qualidade, reconhecida a nível Municipal, Estadual e Nacional, pela excelência das ações executadas com base nos pressupostos da Tecnologia Empresarial Sócio-Educacional. Oferta em sua grade curso técnico de Comércio, Agroindústria, Enfermagem e Informática.
Cultura
Equipamentos culturais
Quixadá possui um museu, o Museu Histórico Jacinto de Sousa, um centro cultural, o Centro Cultural Rachel de Queiroz, com dois pavimentos, um teatro e um anfiteatro. O centro cultural oferece oficinas de audiovisual, música, teatro e artes plásticas.
E a então inaugurada Memorial Rachel de Queiroz onde fica o atual chalé da pedra, um ambiente restaurado e equipado com peças e artefatos da escritora.
E recentemente foi inaugurado o Cinema, localizado no Pinheiro Supermercado .
Eventos religiosos
Um dos principais eventos religiosos do município é a romaria de Nossa Senhora Imaculada Rainha do Sertão.
É seguido pelo mais novo evento que já acontece desde 2011, a Via Sacra, organizada por membros da Fundação Rachel de Queiroz, tem seus acontecimentos realizados na Praça da Cultura, localizada no centro da cidade. No distrito de Califórnia também são realizadas as festas em homenagem ao seu padroeiro São Francisco de Assis. Festa de Nossa Senhora do Carmo Comunidade Croa Grande Califórnia Quixadá
Filmes
Os seguintes filmes tiveram como base cenográfica o município de Quixadá.
- O cangaceiro Trapalhão - filme brasileiro de 1983 do grupo de comediantes brasileiros Os Trapalhões e inspirado na história do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, também conhecido como Lampião, o assim chamado "Rei do cangaço". Gravado em Juatama distrito de Quixadá.
- O Quinze - de Rachel de Queiroz, Sinopse:1915, sertão central do Ceará. Uma grande seca dizimou boa parte da população local. A jovem professora Conceição (Karina Barum), que trabalha em Fortaleza, passa as férias na fazenda de sua avó, Mãe Inácia (Maria Fernanda Meirelles), no município de Quixadá. Lá ela convive com os problemas da seca, além de se envolver com seu primo Vicente (Juan Alba). Ele é fazendeiro e está apaixonado pela prima, mas no momento concentra sua atenção no combate a uma praga de carrapatos e em salvar o gado da fome. No município também vive Chico Bento (Jurandir Oliveira), que trabalha como vaqueiro na fazenda de Dona Marocas. Quando recebe ordem de se retirar do local, Chico negocia com Vicente sua pequena criação em troca de uma burra velha e uma quantia em dinheiro. Ele então parte com sua família rumo a Fortaleza, enfrentando as dificuldades do percurso.
- O Auto da Camisinha - é um média-metragem de ficção de 2009, com 52 minutos de duração e rodado em 35mm. Tem como um dos atores principais Chico Anysio. O filme tem uma importante mensagem de cidadania ao tratar de assuntos como a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Ele promete chamar a atenção de todos com a forma com que vai tratar desses assuntos, por meio de uma linguagem lúdico educativa que deve agradar o público e ao, mesmo tempo, conscientizá-lo do assunto. Também gravado na Juatama - Quixadá.
- Área Q - com a participação dos globais, Tânia Kalil e Murilo Rosa, é uma parceria entre as produtoras Reef Pictures Inc., ATC Entretenimentos e Estação Luz Filmes. O projeto reúne vários profissionais já conhecidos do cinema brasileiro, dentre eles destacam-se Glauber Filho (diretor do filme “Bezerra de Menezes: O Diário de um Espírito”), como produtor executivo; Márcio Ramos, responsável pelos efeitos especiais. Já entre seus produtores está o cearense Halder Gomes, que foi responsável pelos curtas “Cine Holiúdi – O Astista Contra o Caba do Mal” e “Loucos de Futebol.
- Gato Preto - dirigido pelo quixadaense Clébio Ribeiro é um longa-metragem com orçamento total estimado em R$1,5 milhão. Utilizando pontos turísticos da cidade como o Açude do Eurípides e o histórico Açude do Cedro, a produção levanta questões sobre presença cigana na década de 1970 e questões espirituais.
Referência para o texto: Wikipédia .

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

BARRA DO CORDA - MARANHÃO

Barra do Corda é um município brasileiro do estado do Maranhão. A cidade é sede da Região de Planejamento dos Guajajaras, estando localizada no centro geográfico do Maranhão, na confluência dos Rio Corda e Rio Mearim.
A religião predominante é a Católica, tendo como padroeira da cidade Nossa Senhora da Conceição, que se comemora no dia 8 de Dezembro, sendo feriado municipal devido as comemorações por toda a cidade e nos povoados vizinhos, a igreja de Nossa Senhora da Conceição é a mais visitada, fica localizada na praça da matriz, conhecida como praça Melo Uchôa nome dado em homenagem ao fundador da Cidade.Em Barra do Corda existem vários templos de diversas religiões, sendo os católicos e protestantes com maior número e em menor quantidade podemos citar os de origem africana (terreiros de umbanda) e os de origem afro-indígena conhecido como Terecô.
Barra do Corda também é conhecida por seu potencial turístico, sobretudo por ser banhada por dois rios com várias cachoeiras e corredeiras de águas limpas. O carnaval é considerado um dos maiores do Maranhão, com turistas que visitam a cidade nesse período, atraídos principalmente pelas tradicionais blocos de ruas e balneários por toda a cidade, com destaque ao balneário guajajaras, um dos mais frequentados devido ao encontro das água claras e escuras dos rios Mearim e Rio Corda, formando um espetáculo da natureza.
Em Barra do Corda passa a BR-226, ela atravessa a ponte sobre o Rio Mearim, denominada de Ponte Nova e pela Avenida Rio Amazonas, onde se encontra o Espaço Cultural, local onde é realizado o Carnaval, outras festividades e shows diversos. Nas proximidades encontra-se o Mercado Municipal, a Igreja Matriz Santa Giana Bereta, Igreja São Francisco e o Ginásio Municipal Edson Lobão, além de bares, restaurantes e lanchonetes.
 
História 
Pouco se sabe com absoluta certeza a respeito do povoamento do território do atual Município. Segundo versão das mais antigas, considera-se como fundador de Barra do Corda o cearense Manoel Rodrigues de Melo Uchoa. 
O território constituía domínio de tribos canelas, do tronco dos gês e guajajaras, da linha Tupi. Nos anos que se seguiram à Independência, Melo Uchoa, por questões de família, foi a Riachão, no Estado do Maranhão. Em suas viagens a São Luís, estabeleceu boas relações de amizade com cidadãos de prol, entre os quais o Cônego Machado. Orientado por este, ao que parece, foi levado a escolher um local, entre a Chapada, hoje Grajaú, e Pastos Bons, para lançar as bases de uma povoação, ou mesmo com finalidades políticas, para evitar que os eleitores dispersos na região tivessem que percorrer grandes distâncias. 
Em 1835, impondo a si e a sua própria família os maiores sacrifícios, Melo Uchoa embrenhava-se na mata, por muito tempo, acompanhado apenas de um escravo e, mais tarde, por alguns índios canelas, chamados “mateiros”. Melo Uchoa, por certo margeou o rio Corda, ou “das Cordas”, até a sua embocadura, chegando ao local que escolheu para fundar a nova cidade, atendendo não só às condições topográficas como as comodidades relativas ao suprimento de água potável e ainda à possibilidade de navegação fluvial até São Luís. 
Sua esposa, D. Hermínia Francisca Felizarda Rodrigues da Cunha, fazendo-se acompanhar de seu compadre Sebastião Aguiar, foi a sua procura, viajando até a fazenda “Consolação”, onde, devido ao adiantado estado de gestação em que se encontrava, viu-se obrigada a permanecer; Sebastião Aguiar ordenou ao escravo Antônio Mulato que prosseguisse na busca de Uchoa. O encontro não tardou muito e, em breve, estavam todos reunidos. Melo Uchoa relatou suas aventuras, informando sobre a planície cortada por dois rios, considerando-a o lugar apropriado para a povoação desejada.
Ao dar sua esposa à luz uma menina, Melo Uchoa exclamou: “Feliz é a época que atravesso. A providência acaba de me agraciar com duas filhas risonhas e diletas – a Altina Tereza e a futura cidade, que edificarei”. Ao voltar ao local onde pretendia construir a nova cidade, já agora acompanhado de sua família, alguns amigos e índios, levantou um esboço topográfico, detalhando os contornos da última curva do Corda e mais acidentes locais. Mais tarde, levou o “croquis” ao conhecimento do Presidente da Província, Antônio Pedro da Costa Ferreira, por intermédio de outro prestimoso amigo, o Desembargador Vieira. Assim teve início a fundação de Barra do Corda, em 1835.
Melo Uchoa tinha o posto de Tenente de Primeira Linha e foi precursor da abertura de estradas e da proteção aos índios, no século passado, sendo o primeiro encarregado desse serviço. Construiu a primeira estrada entre Barra do Corda e Pedreiras, com 240 quilômetros de extensão. Faleceu paupérrimo, em Barra do Corda, segundo consta, em 7 de setembro de 1866, deixando sete filhos.
Colaborando com o fundador, após sua morte, empenharam-se no desenvolvimento de Barra do Corda, entre outros, Abdias Neves, Frederico Souza Melo Albuquerque, Isaac Martins, Frederico Figueira Fortunato Fialho, Anibal Nogueira, Vicente Reverdoza e Manoel Raimundo Maciel Parente.
Este último, um dos baluartes do desenvolvimento de Barra do Corda, é considerado, por alguns, como o seu fundador, mas é fora de dúvida que tal prerrogativa pertence a Melo Uchoa que tem seu nome na principal praça da cidade, num povoado e na maior aldeia de índios guajajaras.
O território do Município recebeu sucessivamente as denominações de Missões, Vila de Santa Cruz, Santa Cruz da Barra do Corda e Barra do Rio das Cordas. Fato de grande repercussão ligado à história do Município foi o massacre da colônia Alto Alegre pelos índios, em 13 de março de 1901, no qual pereceram mais de 200 pessoas, entre as quais frades e freiras. Mais recentemente teve Barra do Corda sua vida conturbada por ocasião dos movimentos revolucionários de 1924 e 1930.
Geografia
Barra do Corda possui de acorda com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ,tem uma extensão territorial de 5.190,339 quilômetros quadrados.
Clima
O clima de Barra do Corda é classificado como tropical tipo Aw, de acordo com a classificação climática de Köppen. Possui verões quentes e chuvosos e invernos amenos e secos. O índice pluviométrico é de 1.180 milímetros (mm) anuais, com tempo de insolação de aproximadamente 2 300 horas/ano.
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), desde 1961 a menor temperatura registrada em Barra do Corda foi de 10,8 °C em 4 de agosto de 1966, e a maior atingiu 40,9 °C em 23 de setembro de 1962. O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 198,4 mm em 14 de novembro de 1971. Outros grandes acumulados foram 138,6 mm em 8 de dezembro de 1988, 126,5 mm em 19 de fevereiro de 2007, 126,4 mm em 28 de dezembro de 2001 e 122,8 mm em 24 de dezembro de 1999. Abril de 1985, com 603,8 mm, foi o mês de maior precipitação.
Demografia
Sua população, conforme estimativas do IBGE de 2018, era de 87.794 habitantes.
Barra do Corda na Proclamação da República.
A Proclamação da República do Brasil ocorreu em 15 de novembro de 1889, no entanto desde 1888 na cidade de Barra do Corda já havia pessoas que divulgavam os ideias republicanos como Isaac Martins dos Reis que foi chamado de “Chefe do Partido Republicano dos sertões do Maranhão”, Dunshee de Abranches, Frederico Figueira, entre outros que participaram do Clube Republicano de Barra do Corda. Esse grupo tinha como objetivo divulgar os ideais da proclamação da República no Maranhão em especial nos sertões, esses republicanos se reuniam todas as noites e publicaram manuscritos que eram distribuídas pelas redondezas para disseminar a semente da República. No que se refere ao estado do Maranhão, esses ideais partiram do interior, e de uma forma organizada da cidade de Barra do Corda. Esse grupo organizado produziu em 12 de novembro de 1888 o jornal O Norte, que na verdade deveria ter o nome de Republicano, porém devido à ausência de tipos para impressão, decidiram nomeá-lo O Norte.
Esse grupo oriundo de Barra do Corda teve força para divulgar em outras vilas e cidades as vantagens da República, a repercussão foi tanta que os mesmos foram denunciados na capital da província por deputados favoráveis a continuidade da Monarquia. Quando finalmente ocorreu a Proclamação da República, Isaac Martins não se encontrava em Barra do Corda, e a população em geral soube do ocorrido no dia 20 de novembro. Como a cidade era palco de muitas atividades republicanas houve muitas comemorações nas ruas. Idealistas e autoridades locais se reuniram na Câmara Municipal onde decidiram a primeira Junta Provisória Republicana de Barra do Corda, que foi substituída por outras, até que se estabelecessem eleições de acordo com a Constituição que seria promulgada.
A Proclamação da República teve grande destaque no cenário da nossa cidade e com o jornal O Norte que liderou a campanha contra o Império na região Centro Sul do Maranhão, Barra do Corda foi tida como a “Capital dos Altos Sertões”.
Referência para o texto: Wikipédia .

terça-feira, 10 de agosto de 2021

POMBAL - PARAÍBA

Pombal é um município brasileiro do estado da Paraíba. É a quarta cidade mais antiga do estado, o primeiro núcleo de habitação do sertão paraibano e a segunda maior do estado da Paraíba em questão territorial, possuindo 889km², o que representa 1,58% da superfície total do estado.
História
Foi fundada no fim do século XVII, sendo elevada a vila em 1766 e em 1862 elevou-se a cidade. O município destaca-se pela bela arquitetura de seu centro histórico. Foi a primeira civilização do sertão paraibano.
A colonização de Pombal ocorreu às margens do Rio Piancó durante a penetração no sertão paraibano deu-se por fins agrícolas e pastoris.
Por volta de 1698, o bandeirante Teodósio de Oliveira Ledo, depois de muitos combates com os nativos, atingiu o local onde estão os marcos de fundação do Arraial de Piranhas, à margem direita do rio Piancó.
O sertão, até então inexplorado, era ocupado pelas tribos da família Cariri: os Pegas e os Panatis.
A cidade recebeu três denominações. A primeira Arraial de Piranhas (1696); o segundo nome de povoação de Nossa Senhora do Bom Sucesso do Piancó (1698). Em 1711, o Rei autoriza o Governador, João da Maia Gama, a criação do Julgado do Piancó (Pombal), o primeiro marco de organização judiciária no sertão da Paraíba, assim, foi nomeado Juiz Ordinário o coronel Manoel Araújo de Carvalho, além de Escrivão e Tabelião. No dia 24 de janeiro de 1721, teve início no Arraial, a construção da segunda igreja, dedicada também a Nossa Senhora do Bom Sucesso, padroeira da cidade. Que mais tarde com a construção da nova igreja matriz, a igrejinha veria a ser denominada igreja do Rosário, consagrada a Nossa Senhora do Rosário.
Por carta régia de 22 de julho de 1766 foi elevada a categoria de vila, com o nome de Pombal. Homenagem ao o Marquês de Pombal primeiro-ministro do rei de Portugal D. José I. Elevada a categoria de vida deu-se a instalação oficial a 4 de maio de 1772.
Em 1784, Catolé do Rocha já era povoação e termo da Vila de Pombal, quando foi lavrado um Auto de Vereação do Senado da Câmara, sob a presidência de Pedro Soares Barbosa, juiz ordinário.
A Rainha de Portugal, em provisão de 8 de outubro e 11 de dezembro de 1792, reconhecia como médico, Manoel de Arruda Câmara, formado na Universidade de Montpelier na França. Junto com seu irmão Francisco Arruda Câmara, homônimo do pai, foram os primeiros pombalenses a receberem os títulos de médicos.
O padre José Ferreira Nobre, vigário da freguesia de Pombal, um ativista dos ideais libertários, foi preso em 1817 com outros dez revolucionários da cidade, os quais foram enviados para os cárceres de Pernambuco e Bahia, viajando o percurso a pé ou montados em burros e alguns acorrentados.
A Vila tornou-se Distrito em 15 de outubro de 1827 e, em 21 de julho de 1862 foram concedidos documentos que a regulam como cidade.
No dia 15 de julho de 1829 foi criada a agência do Correio Público, regulamentada através da Diretoria Geral dos Correios do Império.
Em 1847, é iniciada a construção da Cadeia Velha que até hoje mantém sua arquitetura original. Hoje em dia, é conhecida como a casa da cultura da cidade.
Em 1860, começa a construção do Cemitério Público, à custa de recursos particulares, hoje, denominado de Cemitério de Nossa Senhora do Carmo.
A comarca de Pombal foi criada em 1831 tendo sido suprida em 1882 e restaurada pela Lei Estadual n° 330, de 11 de novembro de 1898, com sede em Catolé do Rocha.
Foi nomeado como primeiro prefeito da cidade no dia 19 de Julho de 1895, o coronel João Leite Ferreira Primo. No primeiro domingo de outubro ocorreu a primeira Festa do Rosário de Pombal, em uma solenidade simples, o que anos depois se tornaria um grande evento.
No dia 8 de setembro de 1897 é inaugurada a nova Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso, a partir dai passa a ser a padroeira da antiga Igreja Matriz, Nossa Senhora do Rosário, fica denominada de Igreja do Rosário.
Em 1919 é iniciada a construção do Mercado Público, no centro da cidade, o qual só foi concluído no ano de 1942.
Foi concluído em 1932 o primeiro centro educacional do Município, denominado de Grupo Escolar João da Mata localizado próximo da Cadeia Velha. Nesse mesmo ano a estrada de ferro é concluída e o trem chega à Pombal, depois, ligando a cidade a João Pessoa-PB, Fortaleza-CE, Recife-PE e Natal-RN.
Em 1938 foram iniciadas, pelo prefeito Sá Cavalcanti, as construções: Açougue Público, Praça Getúlio Vargas, Coluna da Hora, Coreto e Praça do Bar Centenário; concluídas em 1940.
A comarca de Pombal é de 2ª Entrância, abrangendo as cidades de Lagoa-PB, Cajazeirinhas-PB, São Domingos-PB e São Bentinho-PB.
Pombal foi a 1ª Vila do alto sertão paraibano, e hoje se destaca culturalmente como a quarta cidade mais antiga da Paraíba.
Em 1956 é construída no bairro dos Pereiros a igreja de São Pedro, que mais tarde se tornaria Paróquia em 24 de abril de 1966.
Geografia
O município está na área geográfica de abrangência do semiárido brasileiro, definida pelo Ministério da Integração Nacional em 2005.Esta delimitação tem como critérios o índice pluviométrico, o índice de aridez e o risco de seca.
Clima
Em condições normais, a estação chuvosa começa em meados de janeiro e dura até o fim do segundo decêndio de maio. Dados do Departamento de Ciências Atmosféricas, da Universidade Federal de Campina Grande, mostram que Pombal apresenta um clima com média pluviométrica anual de 724,9 mm e temperatura média anual de 27,0 °C.
Economia
Destaca-se na área da indústria a produção de bolsas maternidade, com destaque para a fábrica de bolsas Ruah e Arte Pura. Na área de serviços podemos destacar a presença de grandes empresas, como o provedor de internet Brisanet, provedor de internet líder da região nordeste.
Cenário cultural
Monumentos e edifícios históricos
Há vários monumentos e edifícios históricos na cidade, como a casa da cultura, onde era a antiga cadeia, onde houve várias torturas a negros e pessoas que desobedeciam a lei. No centro da cidade podemos encontrar a igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso e de Nossa Senhora do Rosário, e há outros apenas simbólicos, como a Praça Centenária, a Coluna da Hora, o Cruzeiro, e o Coreto, onde hoje no andar de baixo é um bar conhecido como "O Bar Centenário", e no andar de cima é um pequeno clube chamado A.E.U.P (Associação dos Estudantes Universitários de Pombal).
Festas e eventos anuais
Festa do Rosário, que ocorre anualmente em outubro, sempre nas primeiras semanas do mês, estendendo-se aproximadamente até o dia das crianças. Existem as festas da Padroeira, Nossa Senhora do Bom Sucesso, em Maio; São Pedro, em junho; a rejeitada, no domingo antes ao domingo do Rosário.
Saúde em Pombal
Pombal é uma das maiores cidades do sertão e conta hoje com o Hospital Regional Senador Ruy Carneiro e uma UPA-Unidade de Pronto Atendimento 24 horas que está situada na Rua Prefeito Jairo Vieira Feitosa no bairro dos Pereiros.
Educação
A cidade conta com a UFPB Virtual (Universidade Federal da Paraíba - Polo Pombal e a UFCG - Universidade Federal de Campina Grande - Campus Pombal, que oferece os cursos de Engenharia Ambiental, Agronomia, Engenharia de alimentos e Engenharia Civil.  
Referência para o texto: Wikipédia .

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

PARANAVAÍ - PARANÁ

Paranavaí é um município brasileiro localizado no Noroeste do estado do Paraná, principal centro da microrregião local. Sua altitude e de 425 m e sua área total é de 1.202,266 km². Em 2020, a sua população foi estimada em 88 922 habitantes, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
História
Entre as mais jovens regiões do estado do Paraná a serem povoadas e colonizadas, como decorrência do ciclo do café, está a imensa zona situada a noroeste, nas bacias dos rios Ivaí e Paranapanema, nos limites do Paraná com o Mato Grosso do Sul.
Período pré-colonial e colonial
No início do século XVI, espanhóis e portugueses fizeram suas primeiras penetrações, quase ao mesmo tempo, desencadeando as primeiras lutas pela posse efetiva da terra. Assim, o descobrimento, o desbravamento e o povoamento das terras que constituem hoje o estado do Paraná foram obra de castelhanos, portugueses e bandeirantes paulistas que, a partir de 1602, começaram a fazer suas primeiras "entradas" no "Sertão guairenho", trilhados ou caminhos fluviais e as "picadas" íngremes do sertão. Data do início dessas penetrações a abertura dos primitivos caminhos através do sertão conhecido pelas denominações de caminho de Peabiru, caminho fluvial do Rio Cubatão, de Itupeva e do "Arraial" e de Sorocaba a Viamão, por onde transitaram, no século XVI, expedições das mais diversas.
A partir de 1554, já existiam nas bacias dos rios Paranapanema, Ivaí, Tibagi, Piquiri e Paraná as "reduções" jesuíticas e as cidades da República do Guairá.
De qualquer forma, durante quase quatro séculos, a zona setentrional do Paraná ficou esquecida e abandonada, sendo visitada apenas por viajantes, bandeirantes e exploradores europeus.
Primeiro núcleo populacional
A região onde hoje se encontra o município de Paranavaí pertenceu em épocas sucessivas do povoamento às comarcas de Tibagi, Londrina, Rolândia, Apucarana e Mandaguari. Até o ano de 1920, a zona era completamente desabitada, constituída de terras devolutas de propriedade do Estado. A partir desta data foi que iniciou o povoamento e colonização da região. O único meio de comunicação até então existente era uma estrada antiga que, partindo de Presidente Prudente, no estado de São Paulo, cruzava o rio Paranapanema, em sentido leste-oeste, atingindo a localidade, onde surgiu, mais tarde, o município de Paranavaí. O primeiro núcleo populacional surgiu na antiga "Fazenda Montoia", que se situava no mesmo local onde hoje se encontra a "Fazenda Experimental do Estado". Aí, em 1930, já existia um Cartório de Registro Civil, o que significa que Montoia, naquela época, já era Distrito judicial.
Fazenda Velha Brasileira
A partir de 1930, o povoamento deslocou-se rapidamente para a "Fazenda Velha Brasileira" (atual zona urbana de Paranavaí), em cujas terras virgens e férteis foi plantado nada menos que um milhão de pés de café. A inesgotável exuberância da terra da "Fazenda Velha Brasileira" atraiu, em curto lapso de tempo, pessoas de todos os quadrantes do país, que vieram, de uma ou outra forma, contribuir para o progresso e desenvolvimento da cidade nascente. A "Fazenda Velha Brasileira" - surgindo sob inspiração de Dr. Lindolfo Collor, um dos líderes da Revolução de 1930 e autor da legislação trabalhista brasileira, veio a pertencer-lhe. Posteriormente foi transferida à "Companhia Braviaco".
Colônia Paranavaí
Algum tempo mais tarde, por conta do "Decreto No. 800" de 8 de abril de 1931, assinado pelo General Mário Tourinho, então Interventor Federal do Paraná, as terras de Paranavaí voltaram ao domínio do Estado, sendo autorizado o seu loteamento. Data dessa época o início da decadência da povoação e da localidade. Devido à burocracia existente, verificou-se um verdadeiro êxodo na população, que abandonava o patrimônio para fixar-se noutra localidade. Somente a partir de 1944, reiniciou-se o loteamento sob orientação do Dr. Francisco de Almeida Faria, quando, então se acredita, a localidade recebeu a denominação de "Colônia Paranavaí", neologismo formado pela junção dos nomes dos rios Paraná e Ivaí.
Estrada boiadeira
Considerando que a colônia estava ligada unicamente ao Estado de São Paulo, o interventor Manoel Ribas resolveu determinar a abertura de um picadão que, partindo de Arapongas, ligasse Paranavaí ao resto do estado. Esse caminho foi novamente aberto e melhorado em 1939 pelo Capitão Telmo Ribeiro, e desde a sua abertura foi conhecida pela denominação de Estrada Boiadeira. Em virtude da Companhia Colonizadora haver retirado o apoio à localidade, caiu o desanimo sobre a população, ao ponto de desaparecer completamente e ser extinto o Distrito de Montoia. Assim, em 1944, a população de Montoia era inferior à existente em 1930.
Retomada do desenvolvimento
A partir de 1944, Paranavaí ressurgiu num surto de realizações e progresso sem interrupção, nem mesmo com as catastróficas geadas de 1953 e 1955. Para construir a primeira capela, foi derrubada a mata virgem. A primeira missa foi celebrada na casa de Waldomiro de Carvalho, nas proximidades da antiga estação Rodoviária. O fato ocorreu no dia 25 de dezembro de 1944, sendo celebrante o padre João Guerra.
Criação do município
O município foi criado com o desmembramento de Mandaguari, pela Lei Estadual No. 790 de 14 de dezembro de 1951, e solenemente instalado em 14 de dezembro de 1952, com a posse do seu primeiro prefeito municipal, o médico José Vaz de Carvalho, e instalação da Câmara Municipal. Na época de sua autonomia, o município de Paranavaí era formado apenas por dois distritos: Catarinenses e Porto São José.
Comarca de Paranavaí
A administração de José Vaz de Carvalho imprimiu tal progresso no município que, já em 1953, pela Lei Estadual No. 1542, de 14 de dezembro, era elevado à categoria de Comarca, sendo instalada como Comarca de 2ª entrância em 1 de março de 1954, tendo como primeiro Juiz de Direito, Sinval Reis e primeiro Promotor Público, Carlos Alberto Manita. Em 2012 foi elevada para Comarca de Entrância Final, mais alto grau da estrutura judiciária Paranaense e conta com dois varas cíveis, 2 varas criminais, uma vara do juizado especial e uma vara de família e anexos, bem como com os cartórios de Registro de Imóveis, Protesto, Registro Civil e o Tabelionato Oscar Tomazoni, Tabelionato Carlos Gomes Roque e Tabelionato Itajana Barreto Costa.
Diploma de honra
Em 1956, no concurso promovido pela Associação Brasileira de Municípios, Paranavaí foi classificada, recebendo o "Diploma de Honra", como um dos cinco municípios de maior progresso e desenvolvimento em todo o Brasil sendo entregue pelo então presidente da república Juscelino Kubitschek.
Ensino superior e técnico
A cidade é considerada um polo da educação superior da região Noroeste do Paraná, com instituições como a Universidade Estadual do Paraná[6], que possui sete campi. Em 2013, o governador Beto Richa apresentou o projeto de lei 144/2013 que previa a efetiva criação da universidade e a definição da cidade de Paranavaí, como sede da reitoria da Unespar. O projeto foi aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa (por 46 votos a zero).
Instituições de ensino - Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR) - Campus Paranavaí; Universidade Paranaense (UNIPAR) - Campus Paranavaí; Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná (UNIFATECIE); Universidade Aberta do Brasil (UAB); Instituto Federal do Paraná (IFPR) - Campus Paranavaí; Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) - Campus Paranavaí; Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) - Unidade de Paranavaí e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) - Unidade de Paranavaí.
Economia
A citricultura é uma das mais recentes alternativas agrícola da região. Apesar de nova, ela veio com muita força e transformou Paranavaí no maior produtor de laranjas do Paraná. A safra 2002/2003 produziu 6 milhões de caixas de laranja (estimativa baseada na quantidade vendida para as duas indústrias instaladas no município). A multinacional Louis Dreyfus Commodities e a Indústria, Comércio e Exportação LTDA (Citris), são as responsáveis pela transformação da laranja. Dois outros subprodutos da laranja, óleo essencial e o D'limoneno, também são exportados. No mercado interno, o suco abastece as indústrias de refrigerantes.
A região de Paranavaí também produz mandioca, algodão, café, bicho-da-seda, pecuária, abacaxi e soja. Dessas, a produção de mandioca é a mais significativa. É a segunda maior do estado e ocupa 30 mil hectares. A produtividade da região é duas vezes superior que a média nacional. Na região se colhe, em média, 30 toneladas por hectare. A média brasileira é de 13 toneladas por hectare. Boa parte da produção é processada em indústrias da cidade como a multinacional General Mills do Brasil e outras fecularias.
O café ocupa 14 mil hectares de lavouras. Este número aumenta a cada dia com a implantação do sistema de café adensado, que está trazendo de volta a cafeicultura para o Noroeste do estado.
O bicho da seda é uma cultura que gera muitos empregos. São duas mil toneladas de casulos de bicho da seda produzidos na região, comercializados nas indústrias de fiação de seda.
A principal atividade da região é a pecuária de corte. As pastagens ocupam 75% da área da região. O rebanho é de aproximadamente 1 milhão e 100 mil cabeças e a raça predominante é a nelore.
Na região, também é forte a criação de búfalos. É o segundo maior rebanho de bubalinos do Paraná.
Para atender um segmento deste, Paranavaí conta com dois grandes frigoríficos com capacidade de abate de 1400 bois por dia. São aproximadamente 450 toneladas de carne por dia, que abastecem os estados do Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Juntos, os frigoríficos geram mais de 650 empregos diretos e estão prontos para colocar seus produtos no Mercado Comum Europeu.
Paranavaí conta com uma estrutura de pesquisas e difusão de tecnologia, Instituto Paranaense de Assistência Rural (IAPAR) e a Estação Experimental de Cana-de-Açúcar da Universidade Federal do Paraná representam um avanço tecnológico para a agricultura da região.
Cultura
Paranavaí conta com um dos mais modernos teatros do Paraná. O Teatro Municipal Dr. Altino Afonso Costa, que foi inaugurado na noite de primeiro de abril de 2003 com o espetáculo "O Segundo Sopro", do Balé Teatro Guaíra. O Teatro está no Centro Cultural Rodrigo Ayres, possui 357 lugares, palco em estilo italiano, três camarins e ar condicionado central. A obra tem ainda um elevador para pessoas deficientes e um moderno sistema de som.
O Festival de Música, Poesia e Contos de Paranavaí (Femup) é um dos únicos do gênero no Brasil, realizado desde a década de 1960. E ainda o projeto Ler para Crescer, que é uma feira onde são expostos vários livros e trabalhos para todo tipo de idade.
Além do Teatro Municipal, a cidade conta com uma Casa de Cultura, um pequeno teatro para apresentações e eventos menores. Paranavaí possui duas salas de cinema.
Indústria e comércio
No setor industrial, Paranavaí conta com mais de 340 empresas nacionais e multinacionais. O parque industrial tem uma área de mais de 100 hectares. O comércio de Paranavaí responde com 45% do valor da economia, enquanto a indústria corresponde com 32% do bolo. O restante, cerca de 23%, é formado pelos produtos primários da agricultura e da pecuária. A cidade possui um comércio atrativo que conta com grandes redes nacionais, além de diversas franquias de vários seguimentos. Paranavaí conta com supermercados, hipermercados e um Shopping Center, que faz da cidade referência no setor de comércio, serviços e lazer.
Esporte
Paranavaí é um dos polos esportivos do Estado, possuindo uma equipe de futsal, a São Lucas, que disputa a elite do futsal paranaense. Possui também a equipe de atletismo, equipe de ciclismo e equipe de xadrez, time de handebol, estas com destaque em cenário nacional e internacional. Ainda possui vários esportes amadores pela cidade, que são organizados através de associações. A principal equipe esportiva da cidade é o Atlético Clube Paranavaí, campeão paranaense de 2007 e vice de 2003.
Em Janeiro de 2009, Paranavaí sediou o Campeonato Paranaense Absoluto de Xadrez.
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