Mineiros é um município brasileiro do interior do estado de Goiás, Região Centro-Oeste do país. Localizado no sudoeste goiano a 420 km de Goiânia, 500 km de Cuiabá e 550 km de Campo Grande e 650 km de Brasília. Em seu município se encontra a maior área do Parque Nacional das Emas. Sua população, conforme estimativas do IBGE de 2021, era de 69 477 habitantes. Sua área é de 12.060,091 km², o que faz do município um dos maiores de Goiás em questão de território. Geograficamente situado em uma das maiores altitudes goianas, com variação de 700 a 1.100 m, na Serra dos Caiapós, no município brotam inúmeras nascentes d'água, algumas subterrâneas, como o aquífero Guarani, formando vários rios, dentre eles o Rio Araguaia, Rio Verde, Formoso e Jacuba. História Segundo pesquisas do mestre Martiniano J. Silva, expedições provenientes da região do Triângulo Mineiro de Minas Gerais começaram a desbravar a região conhecida como Sudoeste Goiano, influenciados pelo romance "Inocência", de Visconde de Taunay, que narrava uma aventura nessa região. A partir daí, famílias de fazendeiros começaram a instalar-se na região onde hoje existe a Vila do Cedro. Com o crescimento do povoado, ergueu-se a primeira igreja, que hoje é a Matriz do Divino Espírito Santo. As famílias se instalaram próximas ao Córrego Moita Redonda, hoje conhecido por Córrego Mineiros. Através da lei nº 257 de 24 de maio de 1905, Mineiros foi elevado à condição de povoado. Em 31 de Outubro de 1938, ocorreu a emancipação da localidade, dando origem ao município de Mineiros. Em 14 de novembro de 1963 o distrito de Córrego da Porteira foi emancipado, tornando-se o município de Portelândia, que está completamente rodeado pelo município de Mineiros. Geografia Território O território municipal tem uma condição peculiar possuindo um enclave e um exclave. O município de Portelândia é um enclave de Mineiros, e Mineiros tem um exclave territorial situado entre os municípios de Chapadão do Céu e Costa Rica. Clima Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temperatura mínima registrada em Mineiros foi de -1 °C, ocorrida no dia 18 de julho de 1975, enquanto que a máxima foi de 38,4 °C, observada no dia 17 de setembro de 2010. O maior acumulado de chuva registrado na cidade em 24 horas foi de 135,0 mm, em 8 de novembro de 1981. Turismo No município existem cerca de 120 cachoeiras catalogadas. Pode-se destacar a Cachoeira da Pinguela, do Sucuri e a dos Dois Saltos. Existe também um conjunto de serras, cortadas pelos rios Formiguinha, Diamantino e Matrinchã. Mineiros possui uma rica variedade de fauna, flora, piscinas naturais, grutas e abrigos, destacando-se o morro da Pedra Aparada e o Parque Nacional das Emas. Outro lugar de grande atrativo é a comunidade do Cedro, onde se mantêm tradições do povo negro. Ali existe um laboratório de plantas medicinais do cerrado. Também se desta a região dos Três Pilões, por sua água sulfurosa e barro medicinal (lama negra). Educação Mineiros conta com Centro Universitário de Mineiros (UNIFIMES), primeiro Centro Universitário Municipal do Interior de Goiás e com a Faculdade Morgana Potrich (FAMP), instalada (campus I) no prédio do antigo Instituto Presbiteriano Rev. Eudóxio Mendes (IPREM) da Igreja Presbiteriana de Mineiros e na Avenida Antonio Carlos Paniago (Campus II). Há também um campus da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e outro da Universidade Aberta do Brasil (UAB), além de uma extensão da Universidade Norte do Paraná, em funcionamento no Educandário Nascentes do Araguaia (ENA), e de alguns cursos superiores do COC oferecidos no Colégio Ágape. Estes últimos como cursos à distância. No ensino básico (fundamental e médio) Mineiros conta com várias escolas, sendo as mais conhecidas o Colégio Estadual Deputado José Alves de Assis, Colégio Estadual Polivalente Antônio Carlos Paniago (Integral) e o Colégio Estadual Professora Alice Pereira Alves, todas com ensino fundamental (2º fase - 6º ano ao 9º ano) e médio (1º ao 3º ano) . Saúde Na área da saúde, Mineiros consolidou seu status de "Cidade Saúde", pelo bom desempenho no atendimento médico hospitalar, resultando em importante papel no desenvolvimento do município. A cidade conta hoje com quatro ótimos hospitais na rede privada e um na rede pública, além de diversas clínicas e um Centro Diagnóstico com exames de alta complexidade. - Hospitais particulares - Hospital das Clínicas Dr. Neves; Hospital Nossa Senhora de Fátima; Hospital Escola Samaritano- FAMP; Hospital São Lucas. - Hospitais públicos - Hospital Municipal Dr. Evaristo Vilela Machado; UPA Dr Filgueiras Jr. Transporte Mineiros é cortada pelas rodovias BR-364, GO-194, GO-341, GO 306, GO 461 e GO O 542. Economia Indústrias A economia predominantemente é a agricultura, sobretudo voltada para o plantio de soja, milho, algodão, feijão. Também se destacam a pecuária de corte (contando com uma unidade da empresa MARFRIG) e de leite, e desde a década de 2000 a avicultura, desde a instalação de um polo da Perdigão. Nesse período também houve a instalação de uma usina sucro-alcooleira da Odebrech Agroindustrial. A rotação e a diversidade de culturas está sendo substituído lentamente pela monocultura da cana-de-açúcar. Comércio O comércio em Mineiros está concentrado nas avenidas e ruas mais movimentadas do centro, na Avenida Antônio Carlos Paniago, Quarta Avenida e nas ruas próximas às praças José Alves de Assis, onde se encontra a Câmara de vereadores e os principais Bancos públicos e privados, e Coronel Carrijo, onde está localizada a Prefeitura Municipal. Mineiros também conta com vários bares e restaurantes, sendo os mais frequentados no centro da cidade.
Esportes
Na década de 2000 a cidade teve
destaque no cenário esportivo pelo desempenho de seu time de futebol, o
Mineiros Esporte Clube, que chegou ao 3º lugar no Campeonato Goiano de
Futebol de 2005, garantindo-lhe a participação na Copa do Brasil de
2006. Na competição nacional a equipe chegou à segunda fase, onde
enfrentou o Clube Atlético Mineiro, da 1ª divisão nacional, vencendo por
3 a 2 na primeira partida (em casa, no Estádio Odilon Flores), mas
perdendo a partida de volta, no Estádio Mineirão, por 4 a 1. Referência para o texto: Wikipédia .
Brumado é um município brasileiro no interior do estado da Bahia, região Nordeste do país. Encontra-se localizado no Centro-Sul Baiano, a 540 quilômetros da capital estadual, Salvador. Sua área territorial é de 2.207,612 quilômetros quadrados,
A cidade é conhecida como a "Capital do Minério" por possuir em seu subsolo variados tipos de minerais, que é a base de sua economia e acolher empresas de mineração que realizam suas atividades extrativistas na serra das Éguas, onde se localiza a terceira mina de magnesita do mundo (entre as minas a céu aberto) e a segunda maior mina de talco do Brasil; é também um dos pontos turísticos do município, por formar paisagens montanhosas. História Origens e povoamento Etimologia A origem do nome brumado ou o seu étimo é atribuída à palavra "bromo"; palavra essa que, à época do garimpo no rio Brumado, era empregada pelos mineiros e bandeirantes para distinguir perda ou engano, mistificação ou desaparecimento do ouro na lavra ou córrego que se supunha rico desse minério. Segundo Teodoro Fernandes Sampaio, o nome tem origem numa expressão tupi: Itimbopira (Y – timbó – pyra), que significa enevoado, coberto de bruma. O topônimo "Brumado", de acordo com José Dias Ribeiro da Silva, um antigo padre da região, origina-se da serra Geral e da Chapada Diamantina, que ao norte, ao amanhecer, desce das serras brumas, cobrindo a cidade. De acordo com a ortografia antiga, denominava-se "bromado" qualquer lugar onde a formação do ouro era aparentemente boa, enganando os mineiros que, decepcionados, deixavam o local à procura de outro mais promissor. Segundo o dicionarista Rafael Bluteau, o termo "bromado" tem sua origem no castelhano: "broma". "Bromar" e "embromar" eram verbos do dialeto regional. Segundo o escritor mineiro Nélson de Serra, 'bromado é o que virou ogó (mineral formado por grânulos de zirconita misturados com monazita, de uma coloração amarela, semelhante à do ouro, ou pouco ouro no meio de material mineiro sem valor), por ter sumido da mina, do córrego ou do rio'. Outra possível inspiração para o topônimo é que à época da mineração, no então rio Bromado, usava-se o bromo, metal de cor vermelho-escuro, que tingia dessa cor a água do rio. Ao notar que a água mudava de cor, geralmente em época de estiagem, os habitantes ribeirinhos diziam: "O rio bromou!" Essa expressão também teria dado origem ao nome do rio Brumado. Ou simplesmente, o nome Brumado seria apenas uma alusão ao rio Brumado, que descendo da cidade de Rio de Contas forma uma cachoeira no território de Livramento de Nossa Senhora, depois passando em território brumadense. Povoamento No século XVIII, o capitão Francisco de Souza Meira já se encontrava nas terras de Bom Jesus, área onde hoje é a sede do município de Brumado. Emancipação No princípio, a área do atual município de Brumado estava subordinada à vila Nova de Nossa Senhora do Livramento de Minas do Rio de Contas. Em 1810, quando Caetité se emancipou politicamente de Rio de Contas, essa mesma área integrava à então vila Nova do Príncipe e Santana do Caetité. Em 19 de junho de 1869, foi criado formalmente o distrito de Bom Jesus dos Meiras, pelo decreto-lei provincial n° 1.091 subordinando-o a Caetité. A emancipação política se deu em 11 de junho de 1877, com a criação da lei provincial n° 1.756, sendo elevado à categoria de vila, denominada vila de Bom Jesus dos Meiras. Em 1919, em harmonia com a lei municipal nº 9, de 19 de agosto, foi estabelecido o distrito de Gameleira dos Machados (mais tarde denominado São Pedro, depois Aracatu), que foi anexado a Bom Jesus dos Meiras. Em 1815, Antônio Pinheiro Pinto (da família Canguçu), o segundo senhor do Sobrado do Brejo (morto em 1822), contribuiu financeiramente e com mão de obra (cedendo escravos) para construção da Capela do Bom Jesus, atendendo aos pedidos dos habitantes; hoje, a antiga capela é a Igreja Matriz de Brumado, que naquela época fora chamada de Igreja Senhor do Bonfim, em homenagem ao padroeiro da cidade, Bom Jesus, e teve como primeiro vigário o padre José Mariano Meira Rocha. Criou-se a primeira Câmara de Bom Jesus dos Meiras, em 13 de fevereiro de 1878, composta das seguintes pessoas relacionadas abaixo e seus respectivos cargos: presidente: coronel Exupério Pinheiro Canguçu (consequentemente, tornando-se o primeiro intendente); secretário: Belarmino Jacundes Lobo; procurador: Rufiniano de Moura Amorim; fiscal: Plácido Guedes d’Oliveira e porteiro: Francisco Alves Piranha. Entre 1930 e 1933, foi nomeado como intendente o padre José Dias Ribeiro da Silva. Na sua gestão, durante a Era Vargas, Bom Jesus dos Meiras finalmente teve seu nome mudado para Brumado, em cumprimento do decreto estadual n° 7.455, de 23 de junho de 1931 e pelo decreto estadual nº 7.479, de 8 de agosto do mesmo ano. A iniciativa para a mudança do nome não passou por consulta popular, foi uma decisão do vice-presidente provincial do estado, Antônio Ladislau de Figueiredo Rocha. Em 1935, foi criada a Comarca de Brumado, que abrangia também o município de Ituaçu, então chamado vila do Brejo Grande. Em 1936, em cumprimento da lei estadual nº 119, de 5 de novembro daquele ano, o distrito de Cristais foi adicionado ao município, e em 1937, de acordo com a divisão territorial de 31 de dezembro do mesmo ano, mais três distritos foram anexados ao território: Olhos d'Água, Santa Bárbara dos Casados e São Pedro (atual município de Aracatu). Em 1938, em cumprimento do decreto federal nº 11.089, de 30 de novembro do referido ano, os distritos de Santa Bárbara dos Casados, Olhos d'Água e São Pedro tiveram seus topônimos mudados para Ubiraçaba, Itaquaraí e Aracatu, respectivamente. O intendente naquela época era Marcolino Rizério de Moura. Em 1943, foi levantado o decreto-lei estadual nº 141, de 31 de dezembro, com o objetivo de mudar o nome do distrito de Cristais para Cristalândia e, finalmente, isso se concretizou em 1944, com a criação do decreto estadual nº 12.978, de 1 de junho. Sendo assim, Brumado passou a compor-se de cinco distritos. Em 16 de junho de 1945, Duarte Barreto de Aragão Moniz tornou-se o primeiro juiz do município. Em 1948, Armindo dos Santos Azevedo tomou posse como o primeiro prefeito eleito por voto direto. O comerciante e pecuarista foi eleito em três mandatos: 1948 – 1950, 1955 – 1958 e 1963 – 1966. Em suas gestões, o município atingiu notáveis avanços, como abastecimento de água, energia elétrica e pavimentação de muitas ruas e praças do centro da cidade. A energia, nas décadas de 1940 a 1970, funcionava apenas até às 22 horas, foi a partir de então que começou a funcionar de forma integral. De 1967 a 1970, foi eleito a prefeito o médico Juracy Pires Gomes, com apoio do parceiro Armindo dos Santos Azevedo. Em seu mandato foram realizadas obras importantes, como a nova sede da prefeitura, o novo mercado municipal, a primeira biblioteca pública da cidade; a principal delas foi uma barragem no rio do Antônio, que viria abastecer a cidade até o ano de 2010. Expansão econômica No início do século XX, a economia era baseada na agropecuária: plantio de algodão em larga escala, café, cereais e criação de gados caprinos, ovinos e bovinos, que favoreciam a exportação de peles cruas ou curtidas, de cabras e ovelhas; couro seco e salgado, além do algodão em pluma e em caroço e do gado em vida. O algodão foi a cultura que mais contribuiu para o desenvolvimento econômico do município. Entre 1930 e 1955, a produção foi tão grande que os produtores passaram a beneficiá-lo no campo mesmo, usando máquinas artesanais. Diante do sucesso da cotonicultura, foram instaladas na cidade usinas modernas para beneficiamento do algodão. O município chegou a ter seis usinas em operação. A partir de 1980, a cultura entrou em declínio, devido a vários fatores, como corte de subsídios agrícolas (como seguro safra), ataque do bicudo-do-algodoeiro (peste que destrói a lavoura), altos juros cobrados pelo financiamento da produção e do beneficiamento. Atualmente, tem se destacado a produção de maracujá, no distrito de Itaquaraí, uma das localidades de maior produção no Brasil. Em 1930, dois importantes acontecimentos marcaram a história econômica do município: a chegada da mineradora Magnesita S.A. (hoje, RHI Magnesita), fundada por dois amigos franceses naturalizados brasileiros e residentes no Brasil, Miguel Pierre Cahen e Georges Louis Minviele — em parceria com Antônio Mourão Guimarães, um político da época — e a construção da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), que facilitaria o transporte do minério recém-descoberto para o porto de Aratu, em Salvador. Ambos acontecimentos ocorreram em 1939. A empresa Magnesita foi autorizada a funcionar em 1940, através do decreto n° 6.220 e, desde então, explora a maior parte das reservas de magnesita e talco contidas na serra das Éguas. Na década de 1970, chegou a Brumado a mineradora Indústria Brasileira de Artigos Refrartários (IBAR S.A.). A empresa interessada em extrair magnesita fixou suas instalações na parte norte da serra das Éguas. Nos anos seguintes, o município presenciou notáveis mudanças, como crescimento populacional em grande escala, construção de casas e estabelecimentos comerciais. Diante desse atrativo, pessoas de outras cidades foram chegando, o comércio se fortaleceu, e a cidade foi ficando conhecida pelos acontecimentos recentes. Ao lado sul da antiga fazenda Serra das Éguas formou-se uma espécie de condomínio fechado: a Vila Catiboaba; também se formou ao redor da empresa a Vila Presidente Vargas, frutos do fluxo de operários que vinham dos mais variados lugares para trabalhar nas minas de magnesita e talco. Em 1980, foi a vez da Xilolite S.A., que também se fixou no lado norte da serra e, desde então, explora magnesita e talco, em uma das minas que foi adquirida em 1973. Em 1993, chegou a empresa Matsulfur, uma fábrica de cimento, posteriormente adquirida pela Lafarge, com o nome de Cimento Brumado, hoje Cimpor (Cimento de Portugal), que pertence à Mover Participações (antiga Camargo Corrêa). A Cimpor encerrou suas atividade na cidade em 2019 História recente Em 2001, a cidade ganhou o primeiro campus de uma universidade pública: a Universidade do Estado da Bahia (Uneb), inicialmente com cursos de licenciatura em Letras e Pedagogia. Finalmente, outro acontecimento importante e positivo aconteceu em 2005: a construção da barragem de Cristalândia no rio de Contas, que entrou em operação em 2010. Em 2010, o Governo Federal, através da Valec e Grupo Andrade Gutierrez iniciou a construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, e o município de Brumado foi beneficiado com o lote de número 3. Em abril de 2016, o Governo Federal, através da Enel Green Power, deu início às obras de um parque eólico, no distrito de Cristalândia, o sexto a ser construído no Estado. Geografia De acordo com a divisão do IBGE, vigente desde 2017, o município pertence às regiões geográfica intermediária de Vitória da Conquista e geográfica Imediata de Brumado. Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, o município fazia parte da microrregião de Brumado, que por sua vez estava incluída na mesorregião do Centro-Sul Baiano. Brumado se localiza na região Centro-Sul (ou Sudoeste) da Bahia, na região geograficamente conhecida como Polígono das Secas, na serra Geral, sob as coordenadas: 14° 12' 13", latitude sul; 41° 39' 55" longitude oeste, a 454 m de altitude e está a 654 quilômetros a sudoeste de Salvador. Não há informações se existe um ponto mais alto do que o pico da serra das Éguas, considera-se este como sendo o mais alto do município, com 1.100 metros. O município faz limites com Livramento de Nossa Senhora e Dom Basílio, a norte; Rio de Contas, Ituaçu e Tanhaçu, a nordeste; Aracatu, a leste; Rio do Antônio e Lagoa Real, a oeste; Malhada de Pedras a sudoeste e Caraíbas, a sul. A taxa de urbanização é de 69,86%, densidade demográfica de 30,5 habitantes por quilômetros quadrados. O município de Brumado é caracterizado por formações montanhosas típicas da serra do Espinhaço, que é a cadeia montanhosa que ocupa boa parte do sudoeste do Estado e a qual pertence o relevo do município. O relevo é muito acidentado, apresentando áreas montanhosas denominadas montanas e/ou altomontanas, como a serra das Éguas e o morro da Pedra Preta. Ocorrem também áreas de patamares, que são formas planas e/ou onduladas, que fazem transição entre as áreas mais elevadas e áreas mais baixas, formando assim, espécies de degraus. Apresenta também predplanos, formas de relevo aplainado.[62] De modo geral, o relevo brumadense é bastante acidentado, levemente ondulado e apresenta erosões por conta das enxurradas. Essas características favorecem a biodiversidade regional, contribuindo para uma ampla variedade de espécies, tanto na flora como na fauna. Geologia Geologicamente, Brumado está situado no Cráton São Francisco, precisamente no bloco Geológico do Gavião, no Greenstone Belts Umburanas. Nessas áreas, as rochas são formadas por sequências metavulcânicas, ou seja, de ações vulcânicas muito antigas, o que favoreceu a formação de rochas metamórficas de uma considerável quantidade de minerais, metais e ametais, como ferro, manganês, esmeralda, quartzo, granitos e diversos outros tipos de pedras ornamentais. Apesar dos poucos estudos realizados, alguns trabalhos e pesquisas de exploração mineral foram desenvolvidos na localidade, principalmente pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e tem-se notado potencial para exploração, também, de ouro (Au), liga natural níquel-cobre (Ni-Cu), liga natural cobre-zinco (Cu-Zn) e cromo, (Cr). Entre estes minerais citados, o cobre foi que mais se mostrou presente, em seguida, ouro. O ponto principal onde os estudos foram realizados foi a serra das Éuas. Em estudos de geocronologia verificou-se que as formações rochosas mais antigas da América do Sul, com a idade de 3,4 a 3,5 bilhões de anos, estão entre os municípios de Brumado e Vitória da Conquista. Na escala geológica, o solo é da era do Paleoproterozoico ou do Proterozoico Inferior, equivalente a 1,6 e 2,5 Gigaannum. Foi neste intervalo que se formaram as rochas mais antigas e os solos mais ricos em todo e qualquer tipo de minério. Isso explica por que a serra das Éguas é tão rica em minerais. Além de magnesita, contém também todos esses minerais já citados acima, o que faz concluir que seja um dos mais ricos solos do Brasil e um dos mais antigos do mundo, o que lhe faz ser um dos mais estudados pelos geólogos. O gráfico ao lado mostra as principais ocorrências de minerais no subsolo brumadense e seus correspondentes percentuais. Hidrografia O município de Brumado está inserido na bacia do rio de Contas e na microbacia do rio do Antônio, que abrange ainda os municípios de Caculé, Rio do Antônio (incluindo os distritos de Umbaúba e Ibitira), Licínio de Almeida, Guajeru e Malhada de Pedras. As principais drenagens da bacia do rio de Contas são: rio Brumado, rio São João, riacho Santa Maria, rio do Antônio e rio Gavião; os principais afluentes do rio do Antônio são: rio do Paiol, rio do Salto e o riacho do Quirino. A microbacia do rio do Antônio tem uma área de 6.540 quilômetros quadrados. Dois dos maiores afluentes nascem em localidades muito distintas: o rio Brumado, afluente do Contas, nasce na serra das Almas, e o rio do Antônio na serra Geral, no município de Licínio de Almeida. No rio de Contas está inserida a barragem de Cristalândia, que abastece a cidade, e no rio do Antônio, a barragem do rio do Antônio, que abasteceu a população urbana até 2010. Clima O clima predominante é o semiárido, classificado como Bsh (quente e seco) segundo a Classificação climática de Köppen-Geiger. Entretanto, ocorrem temperaturas bem menos elevadas no cume dos montes, citando sempre como exemplo a serra das Éguas e morro da Pedra Preta, um dos pontos mais altos do município. O tempo chuvoso concentra-se entre outubro e março, enquanto no restante do ano as chuvas são escassas. Mesmo com a escassez de chuvas, a cidade já sofreu com o excesso delas, como em 1968, quando o rio do Antônio sofreu uma grande enchente, ao ponto da água alcançar o centro da cidade, após passar por cima da ponte do bairro São Félix, que ficou ilhado. Segundo dados da estação meteorológica automática do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) no município, em operação desde o final de abril de 2008, a menor temperatura registrada em Brumado foi 9,1 °C em 13 de julho de 2008 e a maior alcançou 41,4 °C em 10 de outubro de 2020. O maior acumulado de precipitação chegou a 98,8 milímetros (mm) em 18 de dezembro de 2014. A rajada de vento mais forte atingiu 23,8 m/s (85,7 km/h) em 23 de novembro de 2013. Biodiversidade Ao longo do município, encontram-se quatro tipos de vegetação existentes em toda extensão territorial brasileira: Mata Ciliar, Cerrado, Campo Rupestre e Caatinga, que é a vegetação predominante. Nos cumes dos montes e serras, como serra das Éguas e morro da Pedra Preta e às margens dos rios encontram-se florestas tropicais fechadas e de pequeno porte, denominadas "gerais". Os Campos Rupestres, vegetação típica de ambientes montanos e altomontanos, ocorrem em altitudes acima dos 900 m, como é o caso novamente da serra das Éguas e morro da Pedra Preta; é caracterizado pela predominância de plantas arbustivas e/ou herbáceas, sobretudo nos cumes litólicos das serras. As espécies ocorrentes na Caatinga são muito diversificadas, algumas com importante valor comercial e ecológico, como aroeira (Astronium urundeuva) e braúna (Schinopsis brasiliensis), angico-preto (Anadenanthera macrocarpa) e o umbuzeiro (Spondias tuberosa), uma das árvores mais queridas e de muito valor ecológico que é protegida pela lei municipal nº 1.030 de 1992. Outras espécies, também notáveis, são o juazeiro e o jatobá e ainda outras espécies: cassutinga (Caesalpinia microphylla), maria-preta (Vitex sp.), umburana ou cumaru-nordestino (Amburana cearensis), jurema-branca (Mimosa ophthalmocentra) e jurema-preta (Mimosa hostilis), dentre muitas outras plantas rasteiras e arbustivas. Embora o município possua pequenas ilhas de floresta de pequeno porte denominadas Matas Ciliares, localizadas frequentemente às margens dos rios e córregos da região, a fauna é composta de animais adaptados à Caatinga. A biodiversidade animal acaba muitas vezes tendo seu habitat natural ameaçado por caçadores, empresas de mineração e fazendeiros, que visam o comércio ilegal de animais, exploração das riquezas naturais e expansão territorial, respectivamente, consequentemente, acarretando uma atividade predatória desenfreada e sem controle algum com relação ao desequilíbrio ecológico que essa ação pode causar. Brumado tem uma biodiversidade muito ampla, tanto vegetal como animal, que vai de pequenos exemplares até animais de médio porte ameaçados de extinção. Na fauna, prevalece uma razoável quantidade de mamíferos; foram catalogadas pelo menos 148 espécies no interior do município e nas regiões circunvizinhas, praticamente todas ameaçadas de extinção. Estão distribuídas entre Cerrado e Caatinga; como destaque tem-se o puma concolor conhecida como onça-parda ou suçuarana, por ser uma das espécies mais ameaçadas de extinção, e o mocó (Kerodon rupestris), por ser endêmico (exclusivo da região). Outros exemplos são: veado-da-caatinga, tatu-peba ou tatupeba (Euphractus), paca (Agouti paca), gambá (Conepatus semistriata), raposa ou guaxaim (Dusicyon thous), gato-mourisco ou Herpailurus yagouaroundi (raposa-de-gato), furão (Galictis vittatus), quati (Nasua nassua) dentre outros. A caça desordenada desses animais para consumo alimentar é o fator que mais contribui para colocá-los na lista de extinção Há também uma infinidade de aves que faz parte da fauna; a maioria delas é visada por criadores e colecionadores, favorecendo o tráfico desses animais. Dentre as mais comuns e conhecidas estão: canário, codorna, perdiz, cardeal-do-nordeste (Paroaria dominicana), bacuruzinho-da-caatinga (Chordeiles pusillus), gralha-cancã (Cyanocorax cyanopogon), bigodinho (Sporophila lineola), garça-vaqueira (Bubulcus ibis), garça-branca-grande (Casmerdius albus), garrincha-de-bigode (Thryothorus genibarbis), seriema (Cariama cristata), sanhaço-de-fogo (Piranga flava), pássaro-preto ou coqui (Gnorimopsar chopi), anu-branco (Guira guira), anu-preto (Crotophaga ani), pica-pau (Dryocopus lineatus), trinca-ferro (Saltador simillis), vi-vi ou fim-fim (Euphonia clorotica), periquito-da-caatinga (Aratinga cactorum), corrupião ou sofrê (Icterus jamacaii), canário-do-reino, canário-da-terra, sabiá e muitos outros. Devido ao porte, as codornas e as perdizes são caçadas constantemente no interior do município. As espécies de anfíbios e répteis presentes na fauna local são animais pequenos, como calango (Tropidurus torquatus). Dessas espécies, o calango-verde (Ameiva ameiva), é o que mais se vê, por não ter valor comercial, não ser comestível, nem ser peçonhento. Já o teiú (Tupinambis merianae) e o tatu são animais bastante caçados. As espécies de cobra mais conhecidas são: cascavel (Crotalus durissus) e jararaca (Bothrops jararaca), ambas são peçonhentas. Economia O comércio é uma das principais fontes de renda. A cidade conta com oito instituições bancárias: Itaú, Bradesco, Banco do Nordeste, Banco do Brasil, Caixa, Sicoob, Santander e Banco do Povo. A partir da descoberta das minas de magnesita e talco, a cidade começou a se desenvolver, e com isso o comércio se fortaleceu.
Setor primário O setor primário, que engloba as atividades extrativistas e agropecuária, é o setor de menor participação no Produto interno bruto (PIB) do município. Não é uma base tão forte economicamente. Em 2006, a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) divulgou dados, onde a agropecuária apareceu naquele ano com apenas 5,04% do PIB municipal. Embora esse setor tenha uma mínima contribuição, pode-se destacar algumas atividades importantes. Na agricultura, têm destaque cultivos como o de algodão, com 800 hectares plantadas e colhidas; feijão com 2.000 hectares plantadas e colhidas; mamona, 200 hectares plantadas e colhidas; mandioca, 200 hectares plantadas e colhidas; melancia, 350 hectares, plantadas e colhidas; e umbu, que se cultiva naturalmente, sem intervenção humana, por ser nativo, portanto, presente em toda extensão do município. Outros cultivos de pequena produtividade são: manga, com 25 hectares plantadas e colhidas e o coco-da-baía com 20 hectares plantadas e colhidas. Esses dados são do IBGE, em 2014. A mineração é a maior fonte de riqueza e gera emprego para a maioria da população. Brumado conta com ricas jazidas de magnesita, talco e outros minerais, como vermiculita, dolomita, cristal de rocha e granitos dos mais variados tipos, porém, apenas magnesita e talco são explorados, tendo-se o primeiro como principal produto da indústria de mineração, colocando o município como maior produtor do País e o segundo produtor de talco. Segundo a SEI (Superintendência de estudos Econômicos e Sociais da Bahia), em 2006, o município foi responsável por 94% da produção total no Brasil, e a produção de talco alcançou os 38% de todo o talco bruto produzido. Setor secundário O setor secundário está intimamente ligado ao setor primário. Visto que há poucas indústrias de transformação no município, grande parte do percentual do setor primário é, consequentemente, integrado ao setor secundário, por conta do extrativismo mineral — visto que as próprias indústrias de mineração fazem parte dos dois setores — uma vez que elas extraem minério e fabricam vários produtos advindos de sua própria extração, juntamente com outras pequenas indústrias, inclusive metalúrgicas, contribuindo para que este setor tenha muita capacidade. Portanto, o potencial de extrativismo mineral não é acrescentado aos 5,04% do setor primário, mas a transformação dessa matéria-prima é integrada ao setor secundário; caso contrário, o setor primário teria um percentual maior. As mineradoras, além de extrair os recursos primários, fabricam alguns produtos para consumo direto, como talco medicinal, talco cosmético e talco para fabricação de celulose e uma infinidade de produtos para consumo em agronegócio. Visto que os 52,31% do PIB municipal está mesclado à extração e transformação, subentende-se que esse percentual se divide, tecnicamente falando, entre o setor secundário e primário. Setor terciário O comércio desempenha um papel importante para o desenvolvimento econômico da cidade. Muitos dos comércios são associados à Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da cidade. Existem em todo município mais de 1.800 empresas registradas, sendo que 1.775 são ativas; entre indústrias, lojas e prestadoras de serviços. As empresas de prestação de serviços que executavam obras federais e estaduais a partir de 2011 empregavam grande quantidade de pessoas, inclusive de outros municípios. As maiores empregadoras dessas empresas eram Grupo Andrade Gutierrez e Valec, responsáveis pela construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). Até 2013 foram essas empresas e suas terceirizadas que desempenharam um papel importante para a economia local, além das mineradoras que entre 2011 e 2015 investiram em suas instalações, gerando emprego para a população da cidade e também para outras cidades vizinhas. A prestação de serviço tem uma maior parcela absorvida pela indústria de mineração, quer pelos serviços constantes, quer por serviços temporários resultantes de investimentos casuais. A construção civil também tem contribuído muito para o crescimento econômico, desde 2009. Infraestrutura Saúde A principal instituição de saúde em Brumado é o Hospital Municipal Professor Magalhães Neto (HMPMN), o que possibilita a realização de procedimentos cirúrgicos de alta complexidade, beneficiando cerca de 160 mil pessoas da região imediata do município, além da Policlínica Regional de Brumado, instituição que atende cerca de 318 mil habitantes da região, realizando exames de alta complexidade e pequenas cirurgias. A cidade possui apenas um hospital público, entretanto, conta com vários postos de saúde, distribuídos entre os bairros. Possui 23 unidades com cobertura do Sistema Único de Saúde (SUS) que realizam atendimentos de pequena à média complexidade. Por outro lado, a cidade pode-se considerar bem servida por clínicas que realizam os mais diversos tipos de exames e tratamentos específicos. Educação O ensino superior é realizado em boa parte por universidades particulares, com a maioria dos cursos à distância. Conta com um campus da Universidade do Estado da Bahia, a única universidade pública na cidade; Instituto Federal da Bahia (Ifba), que atualmente oferece um curso superior, o de Engenharia de minas e outros cursos técnicos profissionalizantes. O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o antigo Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães (Ceep), também oferecem cursos técnicos e profissionalizantes, além de outras escolas técnicas particulares. Cultura e lazer A própria prefeitura, através da Secretaria de Educação e Cultura, é a entidade responsável por elaborar, organizar e, algumas vezes, custear (em parte ou integralmente) eventos tradicionais do município, como as festas juninas, carnaval e outros eventos em geral. A cultura brumadense é diversificada e está intimamente ligada às raízes sertanejas, como São João, São Pedro e Folia de Reis. Outras entidades privadas com fins lucrativos ou não, também contribuem para a cultura musical e/ou literária da cidade, como por exemplo, a Lira Ceciliana Brumadense e a Academia de Letras e Artes de Brumado. Literatura Brumado é a terra natal de Mário Rizério Leite, escritor folclorista, romancista e cronista, que foi membro da Academia Goiana de Letras e escreveu várias obras sobre temas relacionados às crenças e costumes dos habitantes do sertão da Bahia e de Goiás, onde viveu maior parte da sua vida. Foi um dos fundadores da Universidade Federal de Goiás (UFG). Mário escreveu livros como: Lendas de Minha Terra, Poeira no Ar, Mãe Mariinha, Xuruê, Muçurana e O Vaqueiro Ciriaco.
Brumado também é berço do cordelista José Walter Pires, membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel e do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros. Zé Walter, como conhecido, é, também, educador, advogado e autor de diversos títulos de Literatura de cordel entre outras obras. Embora não seja natural de Brumado, Zé Walter optou por morar nesta cidade, onde realiza suas atividades profissionais.
Como cenário literário, Brumado é descrito nas obras dos escritores Licurgo Santos Filho, no livro Uma Comunidade Rural do Brasil Antigo (Aspectos da Vida Patriarcal no Sertão da Bahia nos Séculos XVIII e XIX) e Sinhazinha, de Afrânio Peixoto, ambos relatando a história das famílias existentes no século XVIII, sendo que o livro de Afrânio se ocupa mais com a ficção do que com a realidade. Cinema Na cidade já foram inauguradas três salas de cinema. O Cine Cairu foi a primeira, inaugurada em meados de 1950; seu dono era o senhor Eufrásio Torres. O cinema contava com apenas 203 cadeiras. Em 1964, outra sala foi inaugurada com o nome de Cine Teatro Fátima, que mais tarde, na década de 1980, teve seu nome mudado para Cine Teatro Regina. A nova sala era mais moderna, mais espaçosa e comportava até 500 pessoas sentadas. Além de exibir filmes, no espaço ainda eram realizados outros tipos de eventos, como competições musicais, entre outros. O Cine Teatro Fátima foi um marco importante na cultura brumadense. Foi inaugurado em 23 de dezembro de 1964, com a exibição do filme Ursus nella terra di fuoco (Ursus na Terra do Fogo); por fim, foi fechado em 1988 com o nome de Cine Teatro Regina.[36] Futuramente, em meados dos anos 2000, seria inaugurado o Cine Sophiplex (com duas salas), porém, a concorrência com as novas tecnologias audiovisuais, como DVDs e telões de plasma daquela época, aliadas à grande quantidade de locadoras, obrigariam o fechamento do cinema anos depois. Porém, em 6 de abril de 2019, a sala foi reinaugurada com o nome de Cinemas Premier, exibindo o filme Captain Marvel (Capitã Marvel). Lazer, turismo e eventos A cidade tem certo potencial turístico desenvolvido pela realização de festas tradicionais, como São João e São Pedro. Além desses atrativos, quem visita a cidade pode fazer passeios pela serra das Éguas, com autorização das mineradoras que lá estão. Dentro do território da empresa RHI Magnesita há as ruínas do Sobrado do Brejo e a fazenda Condado, este último ainda existente; ambos do início do século XIX, possuem um rico valor histórico, mas não foram tombados por terem sido adquiridos pela empresa Magnesita. As belezas naturais do município são pouco divulgadas, como as grutas na serra das Éguas e suas nascentes. O povoado de Cristalândia é um dos atrativos. Alguns pontos considerados turísticos são: Igreja Matriz, Mercado de Artes, Arquivo Histórico Municipal, fazenda Condado, ruínas do Sobrado do Brejo, minas de magnesita e talco, o rio de Contas, serra das Éguas, praça e anfiteatro Coronel Zeca Leite, barragem de Cristalândia e a Ponte Pênsil. Esportes As realizações esportivas na cidade são, em sua maioria de nível amador, como a Maratoninha, para crianças de até 12 anos, que é realizada anualmente no dia 12 de outubro e os torneios de futebol nos bairros e na zona rural. Os eventos esportivos mais importantes da cidade são os campeonatos de futsal e a Corrida Ecológica Brumado a Rio de Contas, uma das mais importantes competições ciclísticas da Bahia, que é disputada em várias categorias, contando com participação de atletas de toda parte do País. A competição é interestadual e é reconhecida pela Federação Baiana de Ciclismo e pela Confederação Brasileira de Ciclismo, e a pontuação serve para definição no ranking nacional. O futsal brumadense é um dos principais esportes praticado na cidade, esporte em que o Brumado Futsal é tetracampeão baiano. Outro evento esportivo muito comum são as rodas de capoeira. São realizados batizados, momento em que os atletas são graduados com cordões coloridos, respectivos à sua graduação. Feriados Há na cidade 15 feriados, sendo dez nacionais, três municipais, um estadual, e um ponto facultativo.
Os feriados nacionais são: 1 de janeiro (Confraternização internacional); Paixão de Cristo; 21 de abril (Tiradentes); 1 de maio (Dia Mundial do Trabalho); Corpus Christi; 7 de setembro (Independência do Brasil); 12 de outubro (Dia de Nossa Senhora de Aparecida); 2 de novembro (Dia de Finados); 15 de novembro (Proclamação da República) e 25 de dezembro (Natal).
Os feriados municipais são: 11 de junho (emancipação do município); 20 de janeiro (Dia de São Sebastião, patrono da cidade) e 6 de agosto (Dia de Bom Jesus, padroeiro da cidade).
Feriado estadual, apenas um: 2 de julho (Independência da Bahia).
Ponto facultativo: a Quarta-feira de cinzas (até as 14h). Referência para o texto: Wikipédia .
Horizonte é um município do estado do Ceará, Brasil. Localiza-se na microrregião de Pacajus, Região Metropolitana de Fortaleza a 40,1 km da capital cearense. Segundo o IBGE, Horizonte foi a cidade no Estado do Ceará que mais cresceu em população entre 2000 e 2010 - 65%. A população de Horizonte em censo do IBGE de 2019 era composta por mais de 55.154 pessoas. A BR-116 é a principal via de acesso ao município, que conta também com um anel viário que liga a rodovia às BR-020 e 222. Horizonte encontra-se próximo ao um ponto estratégico para travessias pelo Oceano Atlântico e dispõe de um excelente acesso à América do Norte e Central, estando a 43,9 km do Aeroporto Internacional Pinto Martins, 47,8 km do Complexo Portuário do Mucuripe e 89,9 km do Porto de Pecém. O município, antes distrito de Pacajus, era conhecido como Olho d'água. A cidade possui um clube de futebol: o Horizonte Futebol Clube, que manda seus jogos nos estádios Clenilsão e Domingão, sendo os dois localizados em Horizonte e de propriedade da prefeitura. Um dos atrativos migratórios é o grande polo industrial presente no município, o que faz com que Horizonte tenha uma população mista, com pessoas vindas de várias partes do Ceará em busca de melhores condições de emprego e renda. Por se localizar na região metropolitana, Horizonte acaba sendo um ponto de referência para quem busca a capital mas não possui condições diretas de habitar a capital, então muitas dessas pessoas acabam se instalando em Horizonte. Etimologia A nomeação do município para Horizonte foi sugerida pela professora Raimunda Duarte Teixeira que ocorreu através do Decreto-Lei nº 1.114, de 30 de dezembro de 1943, e tem significado referente a “lugar que a vista não alcança”, dando uma dimensão figurada à cidade. Sua denominação original era Olho d’Água, fazendo referência às inúmeras fontes hídricas existentes na região, depois Olho D'água do Venâncio, pois ficava numa das propriedade de Venâncio Raimundo de Sousa e desde 1988, Horizonte. História A região às margens dos rios: rio Acarape e Mal Cozinhado era habitada por índios como os Jenipapo e Kanyndé. Com a missão dos jesuítas e expansão da pecuária surge o povoado. Os primeiros habitantes da região foram os índios Paiacus, grupo que vivia da caça, da pesca e do plantio nas terras daquela região. No começo do século XVII, os índios foram aldeados por jesuítas e o território recebeu a denominação de Monte-mor-o-Velho e, posteriormente, Monte-mor-o-Novo, atual cidade de Pacajus. A localidade, que depois se tornou vila e, posteriormente, o município denominado Guarani, foi extinta em 1920, vindo a representar um distrito de Aquiraz. Em 1938, Guarani, que logo depois recebeu o nome de Pacajus, voltou à categoria de município, tendo seu território dividido em 4 distritos: Guarani, Currais Velho, Lagoa das Pedras e Olho d’Água do Venâncio. O último viria a se tornar Horizonte, tendo recebido essa denominação pelo fato da região ser rica em fontes hídricas, sendo o olho d’água na fazenda do Venâncio a mais conhecida. Economia O município conta hoje com mais de 40 indústrias, no qual predominam os setores têxteis, de calçados, de granito e de automotivos, e mais de mil estabelecimentos comerciais, gerando juntos cerca de 20 mil empregos diretos. A Agricultura é uma das principais fontes de renda, tendo como principais atividades a cajucultura e produtos agrícolas, além da pecuária. Esporte A cidade possui um clube de futebol: o Horizonte Futebol Clube, que manda seus jogos nos estádios Clenilsão e Domingão, sendo os dois localizados em Horizonte e de propriedade da prefeitura. Geografia Desertificação O Município de Horizonte tem baixas chances de sofrer com a desertificação e a seca. Hidrografia e recursos hídricos As principais fontes de água são: Rio Pacoti, Riachos: Ereré e Mal Cozinhado. Açudes: Pacoti/Riachão e do Malcozinhado. Relevo e solos O relevo é plano e de baixas altitudes, nunca ultrapassando 100 m de altitude. Acidentes Geográficos: Serrote João Conceição, no bairro Catolé, com 127 metros acima do nível do mar, ponto mais alto da cidade. Vegetação Cerrado e Complexo vegetacional da zona litorânea Clima Tropical quente subsumido com pluviometria média de 1.500 mm com chuvas concentradas de janeiro a junho. As temperaturas máximas podem chegar a 32°C e as mínimas a 18°C A umidade relativa do ar é elevada. Pequenos nevoeiros são registrados no interior de Horizonte. A temperatura mais alta já registra em Horizonte foi de 39 °C em 1987 e a mais baixa foi de 5 °C em 1975. Referência para o texto: Wikipedia .
Pesqueira é um município brasileiro no agreste do estado de Pernambuco. Situado no Vale do Ipojuca, está distante a 215 km da capital do estado, Recife. É sede da Diocese de Pesqueira, cuja Sé episcopal está na Catedral de Santa Águeda. História A história de Pesqueira começa volta de 1671/1672 com a fundação de uma missão da Congregação do Oratório pelo padre João Duarte do Sacramento. Tal missão fora fundada junto ao povo indígena cariri pertencente à etnia chamada Xukuru, que desde aquela época habitava a serra do Ororubá (ou Urubá, ou até Ararobá, como aparece nos registros mais antigos). O local foi batizado pelo padre como Missão de Nossa Senhora das Montanhas, também chamada de Missão de Ararobá, que depois se tornou Monte Alegre e finalmente Cimbres, quando foi elevada à categoria de vila em 3 de abril de 1762. Antes disso, segundo carta de sesmaria datada de 24 de janeiro de 1691, o lugar já era sede da Capitania de Ararobá e tinha como capitão-mor o sesmeiro Matias Sicio, que seria substituído ainda naquele mesmo ano por João de Oliveira Neves, segundo carta assinada por ele em agosto de 1691. Pelo menos até 1721, segundo documento de 4 de abril daquele ano, um manifesto em apoio a Antônio Vieira de Melo, Oliveira Neves, fazendeiro que vivia na região, ainda era capitão-mor de Ararobá. Ao que parece, a dita capitania foi transferida para os Campos dos Garanhuns por volta de 1727 e não em 1700, como alguns apontam. A capitania voltaria para Monte Alegre em 1762, com a elevação da povoação à categoria de vila e sede de município. A partir do começo do século XIX, uma fazenda começou a ser instalada ao pé da serra por Manoel José de Siqueira, que recebeu as terras do "sítio Pesqueiro" como dote de casamento com Clara Coelho, filha do então capitão-mor de Cimbres Antônio dos Santos Coelho da Silva, da fazenda Jenipapo (hoje distrito do município de Sanharó). A fazenda recebeu o nome de "Pesqueira" (ou "Pesqueira", como também se encontra nos registros mais antigos) e começou a progredir com rapidez, tanto que a 13 de maio de 1836, Pesqueira já era uma povoação vistosa e foi elevada a vila com o simplório nome de "Pesqueira". Junto com a elevação a vila, Pesqueira recebeu a sede do Município de Cimbres (que no alto da serra, já não era tão viável para assuntos políticos e o comércio). Em 1880 a vila foi elevada a cidade com o nome de "Santa Águeda de Pesqueira", que não vingou e ficou conhecida pelo nome de "Pesqueira" simplesmente. A vila de Cimbres foi a ela anexada e, juntas, Cimbres e Pesqueira formaram o Município de Cimbres até 1913, quando "Pesqueira" passou definitivamente a ser o nome do Município, passando a antiga sede a mero distrito. Geografia Localiza-se a uma latitude 08º21'28" sul e a uma longitude 36º41'45" oeste, estando a uma altitude de 654 metros. Sua população, estimada em 2017, era de 66.881 habitantes. Possui uma área de 1036,45 km². Pesqueira está inserido na unidade geoambiental das encostas ocidentais do Planalto da Borborema, formada por maciços e outeiros altos, com altitude variando em média entre 650 a 1.000 metros, com destaques para as Serras do Mimoso e do Ororubá, esta última que passa facilmente dos 1.000 metros em alguns pontos. Ocupa uma área de arco que se estende desde o sul de Alagoas até o Rio Grande do Norte. O relevo é geralmente movimentado, com vales profundos e estreitos dissecados. Com respeito à fertilidade dos solos é bastante variada, com certa predominância de média para alta. O município encontra-se inserido nos domínios das bacias hidrográficas dos rios Ipanema e Ipojuca, cujos cursos de água são intermitentes. Clima Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1961 a 2015, a menor temperatura registrada em Pesqueira foi de 9,8 °C em 31 de julho de 1976, e a maior atingiu 38,8 °C em 6 de janeiro de 2003. O maior acumulado de precipitação observado em 24 horas foi de 148,7 mm em 16 de março de 1967. Povos indígenas Na Serra do Ororubá vivem os índios Xukuru, em 24 aldeias, o município de Pesqueira se consolida como o maior reduto indígena do Nordeste. São 9.335 indígenas Xucuru ,que residem no município, segundo o Censo 2010. A terra indígena, homologada em 2001, ocupa uma área de 27,5 mil hectares, onde os índios desenvolvem atividades agrícolas e bordados tipo renascença. Referência para o texto: Wikipédia .
Formiga é um município brasileiro no interior do estado de Minas Gerais, Região Sudeste do país. Localiza-se no oeste mineiro e sua população em 2018 era de 67.540 habitantes. História Os primeiros registros de desbravamento da região são relacionados à criação da Picada de Goiás, em 1737. Também chamada de Caminho de Goiás, era uma das Estradas Reais, que ligavam minas e permitiam explorar e escoar o ouro. Com o tempo, a Coroa proibiu, sob pena de morte, a criação de caminhos que levassem às minas. A Picada de Goiás ligava São João del-Rei ao rio São Francisco. Até 1748, Goiás era uma simples comarca da capitania de São Paulo. Em 1744, os portugueses da comarca de São João del-Rei, a mando de Gomes Freire, tomaram da Vila de Pitangui, comarca de Sabará, o Arraial do Tamanduá. [carece de fontes] Dali para frente, até o rio São Francisco, tudo ficava "entre a capitania de Minas Gerais e de Goiás", inclusive o Quilombo do Ambrósio, que, conforme sempre afirmou o historiador Leopoldo Corrêa, ficava ao norte da atual Cristais-MG. A capitania de São Paulo foi extinta em 1748, quando passou a ser subordinada à do Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, foram criadas as capitanias de Goiás e de Mato Grosso. Nessa ocasião, Gomes Freire usurpou da extinta São Paulo o que é o atual Sudoeste de Minas Gerais. Contudo, ele não teve o mesmo êxito na tentativa de agregar o Triângulo, então goiano, à capitania mineira. Inconformado por não ter conseguido destruir os quilombos em 1746 — o que causou a extinção do imposto de capitação —, Gomes Freire mandou invadir, em 1759, o Triângulo e subjugar os rebeldes do Sudoeste. Desse modo, Inácio Correia Pamplona, segundo ele mesmo declarou em processo de justificação de 1803, foi contratado pelo próprio Gomes Freire para continuar a empreitada de tomar de Goiás o atual Triângulo Mineiro, o que teria feito a partir de 1766, passando sempre, no seu ir e vir, por Formiga e região (como consta no diário e roteiro da suposta expedição que, em 1769, empreendeu a mando do conde Valadares). Desde então, Inácio Correia Pamplona passou a parasitar política e administrativamente toda a região, sempre tentando distorcer os fatos de maneira a puxar, para a sua história, fatos e feitos de outras pessoas, como Antônio João de Oliveira, Bartolomeu Bueno do Prado, Inácio de Oliveira Campos, João de Godoy Pinto da Silveira e muitos outros. Com o passar do tempo, vários sesmeiros começaram a se instalar pelo caminho, dando origem a diversas fazendas. Foram concedidas 25 sesmarias aos desbravadores, para que pudessem desenvolver a região. Com a instalação dessas fazendas, também deu-se início à fuga de escravos. Registra-se, à época, uma carta a D. Maria I relatando a imensa quantidade de escravos fugidos na região. Houve várias expedições para capturar os fugitivos e destruir os quilombos formados. A mais célebre, registrada em documentos da época, foi a investida do capitão Manoel de Sousa Portugal contra o Quilombo do Ambrósio. A respeito do Quilombo do Ambrósio e os demais quilombos da Caminho de Goiás, Luiz Gonzaga da Fonseca, em "História de Oliveira", narra os ataques dos quilombolas: "Não há dúvida que esta invasão negra fora provocada por aquele escandalosa transitar pela picada, e que pegou a dar na vista demais. Goiás era uma Canaã. Voltavam ricos os que tinham ido pobres. Iam e viam mares de aventureiros. Passavam boiadas e tropas. Seguiam comboios de escravos. Cargueiros intérminos, carregados de mercadorias, bugigangas, miçangas, tapeçarias e sal. Diante disso, negros foragidos de senzalas e de comboios em marcha, unidos a prófugos da justiça e mesmo a remanescentes dos extintos cataguás, foram se homiziando em certos pontos da "Picada de Goiás". Essas quadrilhas perigosas, sucursais dos quilombolas do Rio das Mortes, assaltavam transeuntes e os deixavam mortos no fundo dos boqueirões e perambeiras, depois de pilhar o que conduziam. Roubavam tudo. Boiadas. Tropas. Dinheiro. Cargueiros de mercadorias vindos da Corte (Rio de Janeiro). E até os próprios comboios de escravos, matando os comboeiros e libertando os negros trelados. E com isto, era mais uma súcia de bandidos a engrossar a quadrilha. E do combate a essa praga é que vai surgir a colonização do território e região." Em 1764, o então governador de Minas Luís Diogo Lobo da Silva, parte em viagem pelo centro-oeste e sudoeste do atual estado, passando por Itapecerica (à época Tamanduá), pela Fazenda do Pouso Alegre e pelo Quilombo de Formiga, onde residia sesmeiro, Antônio José, o Torto, sob o comando do qual criou uma Esquadra de Cavalaria Auxiliar. Dali, prosseguiu sua viagem de 365 léguas visando a consolidar o abocanhamento do atual Sudoeste de Minas que, até 1748, pertencera à extinta Capitania de São Paulo. Objetivando desenvolver os povoados da região, a fim de diminuir o número de pessoas desocupadas no estado, ele convida Inácio Correia Pamplona para se instalar na região. Em 1767, o governador concede a Inácio Correia Pamplona e seus acompanhantes 20 sesmarias na região. A de Inácio, posteriormente, deu origem ao município de Bambuí. A região, que mais tarde se tornaria os município de Formiga e Córrego Fundo, foi entregue a Domingos Antônio da Silveira. Entre a concessão das 25 semarias da Picada de Goiás e a concessão das 20 sesmarias por Luís Diogo Lobo da Silva; houve a abertura de mais uma picada entre Tamaduá e Piumhi. Essa picada, visava um encurtamento de caminho entre os povoados. Esse caminho, que foi aberto pelos primos Estanislau de Toledo Pisa e Feliciano Cardoso de Camargos, seguia um antigo caminho feito por índios e escravos fugidos. A Picada de Tamanduá a Piumí, como ficou conhecida, foi a que deu origem ao povoamento de Formiga. A origem do nome Segundo a tradição popular, o nome da cidade surgiu graças à denominação dada ao rio que a corta. Conta-se que um grupo de tropeiros passando pelo caminho, resolve fazer paragem à beira do rio. Durante a noite, seu carregamento de açúcar é atacado por formigas. Dado esse episódio, resolveram nomear o rio de Rio Formiga. A origem do nome também é atribuída a Inácio Correia Pamplona, que equiparou os penedos da região, aos Ilhéus das Formigas, nos Açores. A versão histórica mais aceitável, é que a origem do nome da cidade é proveniente dos índios e escravos fugidos que passavam pelo local. Considerando que a Picada de Tamandua a Piumí visava a redução do caminho, é de se pensar que havia trânsito constante também de índios e escravos fugidos pelo caminho. Foram estes então, que deram nome ao rio que, posteriormente, deu nome ao povoado que se ergueu. Padre Doutor Salvador Natural de São João del-Rei, Salvador Godoy dos Passos, nascido em 1734, veio ainda moço para Formiga. O título de Padre Doutor deve-se ao seu comércio de boticário no arraial. Figura histórica ilustre no município, seus restos mortais foram sepultados na ainda Igreja de São Vicente Ferrer, aonde serviu como padre durante muitos anos. Caso o padre boticário citado por Saint-Hilaire fosse o Padre Doutor, este, em 1819, estaria com 85 anos de idade, fato que jamais deixaria de ser mencionado pelo ateciosíssimo sábio francês. Realmente, segundo concluiu o Historiador de Formiga, Dr. Leopoldo Corrêa, "nada provava (ou prova) ser o padre de nossas pesquisas". Anotou, ainda, que o Padre Doutor, cujo nome completo era Salvador Pais Godoi dos Passos, era mencionado em documentos como "Revmo. Dr.", ou seja, reverendíssimo doutor. E ele era mesmo formado em Cânones, ou seja, era mais que um bacharel em Direito, por isto, o seu título de Doutor. Convidado pelo Padre Gaspar Alves Gondin, vigário de Tamanduá, para ser capelão de Formiga, foi também o primeiro juiz de sesmarias da Comarca do Rio das Mortes na região de Formiga-MG, Cristais-MG e Candeias-MG. Segundo o Historiador José Gomides Borges, de Candeias-MG,o Padre Doutor, foi o Juiz de Sesmarias que demarcou judicialmente a Sesmaria do Capitão Domingos Rodrigues Lima Tendais, o primeiro sesmeiro da atual cidade Candeias, em 1 de setembro de 1766. Antes da Demarcação Judicial da Sesmaria de Candeias, o Padre Doutor, demarcara uma outra, a mais antiga da região: A Sesmaria do Quilombo do Ambrósio, nome oficial com que datou todos os atos judiciais que praticou no processo da demarcação da sesmaria de Constantino Barbosa da Cunha, o primeiro sesmeiro da atual cidade de Cristais, concluído em 2 de julho de 1766, como provou documentalmente o Historiador Tarcísio José Martins, no site Mgquilombo, com tombamento oficial da toponímia "Primeira Povoação do Ambrósio" pela Lei Municipal nº 1.504 de 10/11/2009, aprovada pelo Poder Legislativo, sancionada e promulgada pelo Poder Executivo dessa vizinha cidade. Esse fato é a prova final de que o Quilombo do Ambrósio atacado em 1746 pelos capitães Antônio João de Oliveira e Manuel de Sousa Portugal, ficava mesmo em território da atual Cristais-MG. O Padre Doutor nasceu em São João Del Rei, mas era filho de pais paulistas. Faleceu com testamento redigido aos 12 de dezembro de 1812 e aberto aos 22 de junho de 1814. Sem herdeiros necessários, deixou legados para vários irmãos e sobrinhos, bem como, para a Capela. Um povoado do município, na zona rural, leva seu nome. Vila Nova da Formiga Pela Lei Provincial n.º 134, de 16 de março de 1839, o distrito foi elevado à categoria de vila. Sua instalação se deu em 29 de setembro de 1939 . Como já existia uma Vila das Formigas, Cônego Manuel Júlio de Miranda, sugere o nome Vila Nova da Formiga. O que é acatado por todos.
Emancipação Em 6 de junho de 1858, através da Lei provincial 880, Vila Nova de Formiga é elevada a município, com o nome de Formiga. Geografia De acordo com a divisão regional vigente desde 2017, instituída pelo IBGE, o município pertence às Regiões Geográficas Intermediária de Divinópolis e Imediata de Formiga. Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, fazia parte da microrregião de Formiga, que por sua vez estava incluída na mesorregião do Oeste de Minas. Rios e Lagoas Além de ser banhado pelo lago de Furnas, o Município de Formiga possui os seguintes rios e lagoas: - Rios: Formiga, Mata Cavalo, Pouso Alegre, Lambari, Santana. - Lagoas: Fundão, Timboré, Tabuões, Neves, Campo do Pasto e Lagoa do Josino. Clima Segundo dados da estação meteorológica automática do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) no município, em operação desde agosto de 2006, a menor temperatura registrada em Formiga foi 3,6 °C em 5 de agosto de 2011 e a maior atingiu 37,8 °C em 3 de outubro de 2020. O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 134,8 milímetros (mm) em 6 de março de 2011. Turismo O município faz parte do circuito turístico Grutas e Mar de Minas.[34] Pontos turísticos Formiga tem como principais pontos turísticos: Igreja Matriz São Vicente Ferrer; Museu Municipal; Monumento do Cristo Redentor; Parque Municipal Dr. Leopoldo Corrêa; Terminal Rodoviário; Praça da Bomba; Horto Florestal; Lago de Furnas (Balnerários); Centro de Artesanato; Cachoeiras e Lagoas. Museu Histórico Municipal O Museu Histórico Municipal Francisco Fonseca foi inaugurado em 5 de junho de 2003, na gestão do prefeito Juarez Carvalho. Ele tem exercido as funções de guardar e preservar a cultura, material de diversas famílias que residem em Formiga ao longo de sua história, interagindo com a comunidade. Em 20 de abril de 1908, inaugurou-se com grande festa, o trecho da via férrea denominada Linha Tronco entre Formiga e Arcos, da Estrada de Ferro Oeste de Minas e ponto inicial da Estrada de Ferro Goiás. Nesta época foi também construída a Estação Ferroviária de Formiga, que durante várias décadas foi ponto central do município, responsável pelo escoamento de seus produtos para todo o país e por onde chegaram vários passageiros de várias as gerações, que fizeram história e o desenvolvimento do município. No início dos anos 80, com o desenvolvimento da indústria automobilística, a Estação Ferroviária foi desativada para o transporte de passageiros, com a ferrovia estando restrita ao transporte de cargas. Chegando aos anos 90, o prédio já estava em estado irregular de conservação. No dia 27 de março o Prédio foi completamente restaurado à população formiguense, no qual hoje se encontra o Museu Municipal de Formiga, com todas as dependências reformadas, móveis funcionais e, principalmente, mantendo as características originais, que fizeram do local um dos pontos mais tradicionais de nosso município e onde se encontra também um "vagão" que foi reformado e funciona agora uma Biblioteca Pública. Atualmente o museu dispõe de um acervo de cerca de 1.000 peças. Seu espaço é dividido em exposição permanente e temporária e são realizados todo ano. O museu está cadastrado no Museu de Estado de MG, SBM - Sistema Brasileiro de Museus e na Associação Brasileira de Museologia. Igreja São Vicente Ferrer A Igreja Matriz de São Vicente Férrer é uma obra do séc. XVIII. Em 1749, iniciou-se sua construção, quando ainda era a Primeira Capela do município de Formiga. Em 1765, é concluída a primeira fase de sua construção. Em 1873, foi feita uma ampliação, construindo o altar-mor, onde está localizada a imagem do padroeiro São Vicente Férrer. Sua construção é de adobe, toras de aroeira e o alicerce em grandes blocos de pedra. O seu estilo arquitetônico sofreu influências dos períodos Barroco e Rococó. A sua construção foi na transição destes períodos. Entalhes e pinturas originais de seus altares foram trabalhos de Ângelo Pagnaco, artista veneziano, que foi auxiliado por artistas e artesãos do município.[38] A 14 de julho de 1.832, o Decreto da Regência elevava à Paróquia diversos Curatos da Província de Minas Gerais, dentre eles o de Formiga. É importante salientar que nesse período vigorava no Império do Brasil o regime do Padroado, esse regime facultava ao soberano o direito de: criar dioceses, paróquias e também escolher os bispos. O decreto de criação da Paróquia São Vicente Férrer dizia: “A Regência, em nome do Imperador o Senhor D. Pedro II, tem sancionado, e manda que se execute a Resolução seguinte da Assembleia Geral da Província de Minas Gerais. Província de Minas Gerais Resolução seguinte da Assembleia Geral da Província de Minas Gerais: (...) Art. 8º – O Curato de Formiga do Tamanduá,” (Excerto do Decreto da Regência Imperial). É importante destacar que tanto a provisão da capela, nos idos de 1.765 quanto na criação da paróquia houve por parte das autoridades eclesiásticas de São Bento do Tamanduá (Itapecerica), certa resistência, e não fosse a disposição dos moradores do sítio de São Vicente Férrer da Formiga, os processos teriam se arrastado ainda mais. Segundo alguns historiadores o processo para a ereção da paróquia se arrastou de 1.814 a 1.832. Além da suntuosidade de seus altares, a igreja possui um órgão de rara beleza. Em 1937, o Sr.Franz Stangelerger, sobrinho-neto de Schubert fez vir da Alemanha um órgão com 958 tubos, sendo o 5º maior do Brasil. O órgão se encontra na Matriz São Vicente Ferrer, e foi construído, todo em madeira, da Fazenda Bela Vista, de País, doada pelo Sr. Franz. Curiosidades - Em 1907, chegava a Formiga a energia elétrica, através da Usina da Charqueada. A Usina do rio Pouso Alegre data de 1923, a Usina do Ribeirão dos Monteiros de 1955 e a CEMIG, até hoje utilizada, veio para Formiga em 1961. - Em 20 de abril de 1908, inaugura-se, com grande festa, o trecho da via férrea entre Formiga e Arcos, da Companhia da Estrada de Ferro de Minas, e ponto inicial da Estrada de Ferro Goiás. - Em 6 de junho de 1908, é fundada a Corporação Musical São Vicente Férrer, iniciativa dos trabalhadores da recém inaugurada ferrovia. - Em 1918, inaugurava-se o Grupo Escolar Rodolfo Almeida. Sua criação se deu pelo Decreto no 3.937, de 10 de julho de 1913, e foi a primeira escola pública a se instalar em Formiga, mais de 60 anos após a emancipação político-administrativa do Município. - Em 1927, era finalmente inaugurada a agência dos Correios e Telégrafos em Formiga, (o serviço teve início em Minas Gerais em janeiro de 1798), embora desde 1840, através de decreto editado em 7 de março, funcionasse precariamente na Vila Nova da Formiga. - Em 1928, era inaugurada a Escola Normal Estadual (atual Escola Estadual Jalcira Santos Valadão). - Ninguém poderia fazer a história de Formiga, silenciando D. Ana Jacinta de S.José ou melhor (D.Beja). Em seu testamento gentilmente mostrado por Pedro Afonseca e Silva a Dr. Leopoldo Corrêa, médico e escritor formiguense, D.Beja declara ser da cidade de Formiga, filha natural de Maria Bernardo dos Santos. - Formiga foi também pioneira, em toda a América do Sul, na utilização de um aparelho de Raio X, como método de diagnóstico. Em 1895, o médico mineiro José Carlos Ferreira Pires soube dos Raios X ao ler uma revista alemã e acabou encomendando um aparelho. O Raio X foi embarcado para o Brasil e chegou a Formiga em lombo de burro e carro de boi. - Nomes que Formiga já teve: Sítio ou Rancho de Formiga; Arraial de São Vicente Férrer; e Vila Nova de Formiga. - Formiga é conhecida como a cidade das "Areias Brancas" e "Princesa d'Oeste". Referência para o texto: Wikipédia.
Cabedelo é um município da Região Metropolitana de João Pessoa, no estado da Paraíba. Tem uma área de 29,873 quilômetros quadrados, com medidas singulares: 18 quilômetros de extensão por apenas três quilômetros de largura. Sua população em 2021 foi estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 69.773 habitantes. Em mapas holandeses do século XVII, aparecia como uma ilha por causa dos rios Jaguaribe e Mandacaru. É a maior, mais rica, urbanizada e principal civilização peninsular num raio de centenas e centenas de km. Sua idade geofísica também diverge dos municípios vizinhos que tendem a ter platôs sedimentares mais antigos e portanto altitude média e clima divergentes. Atualmente, encontra-se conurbada com a capital paraibana, João Pessoa, e serve como uma extensão de certas atividades terciárias da sede a exemplo do turismo mas também da educação privada superior, etc. Os trens urbanos da CBTU e a [[BR-230] são as principais ligações entre as duas cidades. É o município mais rico do estado em produto interno bruto per capita, pois possui um produto interno bruto superior a 2,2 bilhões de reais segundo dados atualizados de 2007, ou seja, mais da metade da economia de Campina Grande (outra grande cidade do estado) numa área muito menor e com população também bastante inferior. Possui um dos maiores produtos internos brutos proporcionais do Nordeste, comparável a cidades como Ipojuca e Guamaré. Topônimo Segundo o Dicionário Aurélio, "cabedelo" é um pequeno cabo formado pela acumulação de areia na foz de um rio. História Por volta do ano 1000, a região onde atualmente está assentado o município de Cabedelo era terra dos índios tapuias, que migraram para o interior do continente devido à chegada de povos tupis procedentes da Amazônia. No século XVI, quando chegaram os primeiros europeus, a região constituía a fronteira entre os territórios das tribos tupis dos potiguares (que se localizavam ao norte) e dos tabajaras (que se localizavam ao sul)[10]. Estes últimos se aliaram aos colonizadores portugueses, enquanto que os primeiros se tornaram ferrenhos adversários dos mesmos. Cabedelo foi fundada em 4 de novembro de 1585, em torno de uma fortaleza construída por portugueses a fim de defender a entrada do estuário do rio Paraíba e a cidade de Filipeia de Nossa Senhora das Neves, atual João Pessoa. Na época da dominação holandesa, entre 1634 e 1654, a cidade passou a se chamar Margaretha (Margarida). Cabedelo conquistou e perdeu autonomia por algumas vezes para a cidade de João Pessoa. Através da Lei 283, de 17 de março de 1908, obteve autonomia, ficando o povoado elevado à condição de vila. Perdeu os foros de vila e município, pela Lei Estadual 676, de 20 de novembro de 1928, a qual anexou o seu território ao município da capital. Em divisão administrativa de 1933, voltou a figurar como distrito do município de João Pessoa. Com a Lei Estadual 1.631, de 12 de dezembro de 1956, mais uma vez voltou Cabedelo à categoria de município, compondo-se de um único distrito. Aquele diploma legal criou a comarca, por desmembramento da capital. A instalação do novo município estava prevista para 4 de abril de 1959, sendo, contudo, instalado a 31 de janeiro de 1957. Geografia O município está localizado na zona fisiográfica do litoral paraibano. Insere-se na unidade geoambiental dos Tabuleiros Costeiros e apresenta uma altitude média de apenas três metros acima do nível do mar. A geoquímica do solo tende a ser mais silicatídea que as áreas vizinhas - a quantidade de carbono varia com a densidade cumulativa da vegetação de cada região do município. Possui aproximadamente 15 quilômetros de costa com praias urbanizadas. Tem, ainda, todo o estuário do rio Paraíba, com mangues. A Ilha da Restinga é parte integrante do município. Cabedelo está inserido nos domínios da bacia hidrográfica do Rio Paraíba, região do Baixo Paraíba. O principal curso d’água é o Rio Mandacaru. Todos os rios têm regime permanente. Há ainda reservas marinhas, mata atlântica e barreiras de corais. A vegetação é bastante diversificada, apresentando a predominância de faixas de Mata Atlântica (floresta subperenefólia com faixas subcaducifólia), coqueirais e manguezais, bem como vegetação de transição entre a restinga e a mata atlântica, com vegetação de dunas próxima ao mar. Clima O clima de Cabedelo é tropical chuvoso com verão seco, com temperatura máxima de 30 °C e mínima de 22 °C. O índice pluviométrico é de aproximadamente 1 900 milímetros anuais, com chuvas concentradas entre os meses de março e julho. Quilômetro Zero da Transamazônica (BR 230) Características da Transamazônica A BR-230 ou Transamazônica é uma rodovia transversal, considerada a terceira mais longa rodovia do Brasil com 4 223 km de extensão, ligando cidade portuária de Cabedelo na Paraíba ao município de Lábrea, no Amazonas cortando algumas das principais cidades do estado do Pará: Marabá, Altamira e Itaituba. Na Paraíba representa o principal eixo de circulação de pessoas e mercadorias entre seus municípios, tendo como referencial o porto de Cabedelo e as cidades de João Pessoa, Campina Grande, Patos, Pombal, Sousa e Cajazeiras, os maiores pólos econômicos do estado. Percorre o solo paraibano por 521 km, com boa condição de tráfego até a divisa com o estado do Ceará. O segmento de 147,6 quilômetros de extensão entre Cabedelo - onde se encontra o seu marco 0 - e Campina Grande, passando pela Grande João Pessoa e outros municípios, foi duplicado nos governos FHC e Lula. É esperado uma duplicação adicional entre os municípios de Campina Grande e Patos-PB. Turismo e urbanização A principal atração turística de Cabedelo são seus dez quilômetros de praias. Na seção de praias, Cabedelo pode ser dividida em duas, a parte das praias de Intermares, Poço e Camboinha é muito verticalizada e o principal ponto de turismo são as praias cabedelenses mais próximas de João Pessoa, o Bairro de Intermares é o bairro mais rico da cidade com muitos prédios, escolas, supermercados, restaurantes, que ficam cheios praticamente todo o ano, além de uma orla bonita e organizada. É separada do bairro do Bessa, em João Pessoa, pelo Maceió do Rio Jaguaribe. Um dos problemas é que existem muitas ruas sem calçamento que provoca uma inconveniência na época de chuvas. A Praia de Intermares, também conhecida como Mar do Macaco, é uma das praias de surfe do litoral norte, onde são realizadas várias etapas de campeonatos de surfe. Nela, o Projeto Guajiru acompanha a desova das tartarugas marinhas. A Praia do Poço conta com boa estrutura turística para passeios e lazer, barcos e jangadas que levam à Areia Vermelha. Lá, é realizado o Fest Verão Paraíba. A parte menos estruturada é a que podemos chamar de o "Coração da Cidade" , onde fica o Centro da cidade, o Mercado Público , o Porto de Cabedelo, o Grande Moinho Tambaú e o Forte de Santa Catarina do Cabedelo. Nessa região, fica uma parte da Praia de Areia Dourada, Praia Formosa, Praia de Miramar e a Praia de Ponta de Matos. Em Areia Dourada e Formosa, existem as barracas de praia e predominam os casarões de praia. Com apenas poucos edifícios, estas regiões chegam a não ter movimento algum em outras épocas do ano fora o verão. Em Formosa, também se localiza a Câmara Municipal de Cabedelo. As praias de Miramar e Ponta de Matos são as mais "esquecidas": o movimento é maior nos restaurantes e, até no verão, quase não existe movimento, apesar de serem praias muito bonitas, com vista para a cidade de Lucena, do outro lado da foz Rio Paraíba. O mar nessas praias é mais agitado e é muito próximo do porto. A Praia de Ponta de Matos tem, ao seu lado, o Dique do Porto de Cabedelo, com uma grande profundidade, o que aumenta o risco de afogamentos. Outro ponto turístico da cidade é a Praia fluvial do Jacaré, que conta com muitos restaurantes à beira do Rio Paraíba e com um lindo pôr do sol ao som do Bolero de Ravel. Existe também o balsa estilo ferry-boat que atravessa o Rio Paraíba até Lucena. O trajeto dura cerca de 15 minutos e é o principal meio de ligação com Lucena já que, através das rodovias, seriam cerca de 50 quilômetros de distância. A balsa também serve para o transporte das pessoas que trabalham entre essas cidades. A Forte de Santa Catarina do Cabedelo reúne muito da cultura, a origem da cidade e de seu povo. As visitas são sempre acompanhadas por guias turísticos que contam, com detalhes, as nuances do lugar. Praias As principais praias de Cabedelo são: Praia de Miramar; Praia Ponta de Matos; Praia de Areia Vermelha; Praia Formosa; Praia de Areia Dourada; Praia de Camboinha; Praia do Poço; Ponta de Campina; Praia de Intermares; Praia fluvial do Jacaré Referência para o texto: Wikipédia .
Januária é um município brasileiro do estado de Minas Gerais situado na região do Médio São Francisco, localizada ao lado esquerdo do rio do mesmo nome. Conta com uma população de 68.065 habitantes (Estimativa IBGE 1° Julho/2014), sendo a 3º em população geral do Norte de Minas, sendo também a 54º maior do estado. Januária, considerada uma cidade universitária, conta com um campus do IFNMG, Unimontes, Unopar, Unip, FUNAM e Funorte Campus Januária. Sua economia concentra-se na agricultura, na pecuária e nos serviços gerais. Januária é uma das principais cidades do Norte de Minas, sendo cidade-polo da microrregião do alto médio São Francisco. História Existem três versões que dão conta do surgimento do município. De acordo com a primeira versão, o nome do município é uma alusão ao atuante fazendeiro Januário Cardoso de Almeida, que morava na região e era proprietário da fazenda Itapiraçaba, localizada onde hoje se encontra o município. Outras versões, porém, atribuem o nome a uma homenagem à princesa Januária, irmã do Imperador Dom Pedro II e, ainda, à escrava Januária que, fugindo do cativeiro, teria se instalado no Porto do Salgado (atual município de Januária), estabelecendo ali uma estalagem, onde os barqueiros e tropeiros do povoado se encontravam. O município se situa às margens do rio São Francisco, que oferece excelentes praias fluviais temporárias, pesca, cachoeiras, destacando-se também grutas de formação calcária, com algumas pinturas rupestres. A presença do casario colonial no município pode ser observada na avenida São Francisco e ruas transversais. "Refere Diogo de Vasconcelos que, ao tempo em que Januário Cardoso de Almeida vivia em Morrinhos, e, com sua gente, dominava todo o médio São Francisco, apareceu-lhe um português aventureiro, de nome Manuel Pires Maciel. Tratava-se de um cruel 'fascinoroso', que passou a gozar de inteira confiança do Cel. Januário. E deste obteve a promessa de que lhe seria dada em partilha a aldeia de Tapiraçaba, a maior que havia ali (Itapiraçaba é como se lê na Rev. A. P. M., XI, 378, que esclarece: ita = pedra; bira = pontuda, çaba = coisa comum). Manuel Pires Maciel, com sua gente armada e com outros índios, caíram de surpresa sobre a aldeia, produzindo terrível carnificina; com os prisioneiros que fez, fundou novo arraial, uma légua para cima, em local não sujeito a inundações. Aí construiu a capela dedicada a N. Srª do Amparo, ao redor da qual se formou a vila de N. Srª do Amparo, depois vila, depois cidade de Januária". O Distrito foi criado com a denominação de Brejo do Amparo pela Resolução Régia de 02-01-1811. Foi elevado à categoria de vila com a denominação de Brejo do Amparo pela Resolução de 30-06-1833, com sede na antiga povoação de Brejo do Amparo. As Leis Provinciais n.° 54, de 09-04-1836, n.º 472, de 31-08-1850, e n.º 3.297, de 27-08-1885, transferem a sede do município da povoação de Brejo do Amparo para a povoação de Brejo do Salgado ou arraial de Nossa Senhora do Amparo. Levada daí para Brejo do Amparo, em virtude da Lei Provincial n.° 472, de 31 de maio de 1850, retornou a Porto do Salgado, em razão da Lei n.° 654, de 17 de junho de 1853. Foi elevado à condição de cidade com a denominação de Porto do Salgado pela Lei Provincial n.° 1.093, de 07-10-1860. Pela Lei Provincial n.º 3.194, de 13-09-1884, o município de Brejo do Amparo passou a chamar-se Januária. Januária, com seus três séculos de história, encanta os visitantes e a população local, não só por seus atrativos históricos e culturais, mas também por suas belíssimas e variadas belezas naturais. Terra de gente hospitaleira, já teve grande importância como porto e entreposto comercial nos tempos áureos da navegação a vapor no "Velho Chico". O município busca o seu desenvolvimento na prestação de serviços, no artesanato, na produção da cachaça de alta qualidade, no extrativismo de frutos e essências do cerrado, e, principalmente, no incremento da atividade turística. Brejo do Amparo Antigo Brejo do Amparo foi o núcleo do povoado do município de Januária. Possui casario colonial e uma joia do barroco mineiro: a Igreja da Nossa Senhora do Rosário, datada de 1688, construída em um quilombo orientado pelos jesuítas. Este templo foi um dos primeiros em Minas Gerais, e tem proporções médias, sendo que no interior há um coro ao fundo e à esquerda a tribuna, cercada com guarda-corpo, em ripas trabalhadas. O piso é em campas de madeira. A nave possui dois altares, a capela-mor tem o forro pintado com motivos religiosos e altar-mor, de confecção popular, possui vários arcos com colunas torcidas, tendo ao fundo nichos para imagens. Nos arredores localiza-se a principal zona produtora de cachaça de Januária, a comunidade denominada Sítio. Lá os visitantes tem a oportunidade de conhecer o roteiro dos alambiques e todo o processo de fabricação artesanal da cachaça. O distrito conta com trilhas e ruas propícias para a prática do ecoturismo, e também com uma belíssima gruta,a Gruta dos Anjos. Geografia A cidade tem topografia plana com leves ondulações, uma característica típica do norte e nordeste de Minas Gerais. O subsolo da região é composto por rochas sedimentares do grupo bambuí, arcósios, siltitos, calcários e dolomitos, em partes revestido por sedimentos mais recentes, arenitos, conglomerados, da formação urucuia e também por uma cobertura de detrítico-laterífica. A área territorial de Januária é de 6.691,17 Km2. A altitude máxima é de 794 m, no Morro do Itapiraçaba, e mínima, 444 m, na Foz do Rio Peruaçu. Graças à deficiência de água no solo e ao forte calor, a vegetação de Januária é xeromorfa, ou seja, tem formas adaptadas à seca, e é composta pelo cerrado de mata seca, caatinga e veredas cobertas de buritis. A última é uma palmeira-leque cujo fruto é uma noz amarela muito usada na indústria de cosméticos. Outras espécies típicas da região estão aroeira, tingui, murici, pequizeiros, jatobá, araticum e a mais imponente árvore da região é a embaré, também chamada de barriguda. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1931 a 1969, 1975 a 1984 e a partir de 1986 a menor temperatura registrada em Januária foi de 7,2 °C em 28 de junho de 1940 e a maior atingiu 41,5 °C em 13 de novembro de 2015 e 8 de outubro de 2020. O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 295,7 milímetros (mm) em 5 de fevereiro de 2007. O índice mais baixo de umidade relativa do ar foi registrado na tarde do dia 18 de outubro de 2015, de apenas 9%. Educação Escolas - Escolas estaduais: Cônego Ramiro Leite; Bias Fortes; Maria da Abadia; Boa Vista; Caio Martins; Claudemiro Alves Ferreira; Mons. João Florisval Montalvão; Nossa Senhora de Fátima; Olegário Maciel; Pio XII; Princesa Januária; Prof. Onésimo Bastos; Profª. Zina Porto; Simão Vianna da Cunha Pereira. - Escolas municipais: Joana Porto; Santa Rita; Segredo; Pré. E. M. Boa Vista; Pré E.M. Joana Porto; Pré E. M. Maternal Dona Judite Jacques. - Escola Federal: IFNMG e FUNAM. - Escolas particulares: Colégio Betel, Instituto Educacional Piagetiano (URIM). Ensino superior No ensino superior, Januária abriga as seguintes instituições: Centro de Educação Integrada do Vale do São Francisco (CEIVA); Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), campus Januária; Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), campus Januária; Universidade do Norte do Paraná (UNOPAR); Escola Técnica Alto Médio São Francisco (FUNAM); Universidade Paulista (UNIP) e Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), polo UAB. Cultura Cachaça Januária possui ótimas referências na produção de cachaça. O segredo está na umidade natural do solo e no clima do distrito de Brejo do Amparo. O município produz a cana-de-açúcar desde o seu surgimento. São mais de trinta engenhos nas imediações do povoado. Parte da produção da cachaça é exportada para outros estados e para todos os países europeus e asiáticos, dado o alto grau de qualidade da cachaça ali produzida. A cachaça de Januária é considerada uma das melhores do Brasil.
Artesanato O artesanato da região é passado de geração em geração como forma de sobrevivência. De origem indígena, tem características primitivas, conservando sua forma pura. A matéria-prima utilizada é extraída da natureza. São utilizados barro, fibras vegetais, madeira, flandres ou folha de zinco, couro, algodão. O artesanato pode ser encontrado na Casa do Artesão,Casa da Memória,Centro de Artesanato e Mercado Municipal. Culinária A culinária regional apresenta vários pratos saborosos, como o arroz com pequi, carne de sol, moquecas de surubim, pão de queijo, angu com quiabo, paçoca, papudo, manué, galinha ao molho pardo, feijão tropeiro com torresmo, beiju, rapadura, panelada, picado de arroz, dourado assado, vários pratos feitos com o tradicional surubim do Rio São Francisco, e ainda saborosas frutas do cerrado e da caatinga, como umbu, pinha, tamarindo, fruta do conde, coquinho, cagaita, caju, cajuí, maxixe, cabeça-de-nego, buriti, babaçu, fava-d'anta, jenipapo, anajá, banana-caturra, utilizados na produção artesanal de sucos, licores e doces. Maior destaque cabe ao famoso fruto do cerrado, rico em vitamina "A" e excelente no combate dos radicais livres, o "pequi" é encontrado com grande fartura na região e largamente usado na culinária em pratos diversificados como, o picado de arroz com pequi, frango com pequi e mandioca, farofa de pequi e até o fruto cozido, podendo acrescentar sal ou açúcar. A polpa e o óleo do pequi, também muito utilizado na culinária januarense, podem encontrados durante todo o ano em pequenas fabriquetas artesanais. Do pequi ainda se extrai a castanha que é vendida no mercado municipal e na feira livre aos sábados. A castanha é muito saborosa e também é usada na culinária, devendo ser reidratada antes do consumo, pois é vendida seca. Folclore É bastante expressivo o folclore de Januária, e muitas das expressões folclóricas continuam puras, preservadas de influência externa, destacando-se Cavalhada, Reisado e Folia de Reis Manifestações religiosas Uma das manifestações mais tradicionais e festejadas pela comunidade religiosa do município de Januária, acontece anualmente no dia 3 de maio, festejos de Santa Cruz. Acontece sempre na praça Santa Cruz (largo de santa cruz) com celebrações e novena culminando com procissão, missa festiva, leilão e apresentações folclóricas. Ao final do leilão é escolhido o festeiro do ano seguinte.[12] Por volta dos anos 1800 a 1890, a Praça Santa Cruz era um local de muita alegria e felicidade, com muitas crianças de diversas famílias residentes, que brincavam no local onde mais tarde seria construída a praça que veio a se chamar " Santa Cruz", nome este que teve como precursores as crianças que corriam e saltitavam fazendo cercados com madeira de São João ao redor de uma cruz, flores de: fedegoso, São João, malva, etc. Entoando cantos, rezas, ladainhas cantadas na Igreja pelos mais velhos. Mais tarde, os devotos e fiéis construíram na praça um cruzeiro de tijolos e uma cruz com um galo no topo, local onde passaram a fazer suas preces e orações, acender velas para as almas e até fazer novenas com caminhada penitencial para chover em tempo de seca e calor. Os moradores reuniram e mandaram celebrar uma missa iniciando-se assim os festejos de Santa Cruz. O festejo de Santa Cruz tinha como objetivo imediato a fé católica de veneração a cruz trazida pelos portugueses com a celebração da primeira missa no Brasil em 26 de abril de 1500 pelo Frei Henrique de Coimbra, e posteriormente arrecadar fundos para construir a Igrejinha que está entre as mais antigas de Januária. A igrejinha de Santa Cruz era pequena, e, tinha o Coro, o Sacrário era de ouro, o Sino de bronze, pinturas de anjos na parede, a imagem (escultura) de São Miguel Arcanjo, - que foi roubada mais tarde - e alguns poucos bancos. Construída por moradores no final do século XIX, com recursos próprios conseguidos através de promoções na comunidade, ergueram-na com trabalho em mutirão. A Igreja constantemente ficava fechada, por ocasião da morte de algum morador era aberta e numa demonstração de sentimento e respeito usava toque de sino. Com o passar do tempo, a igrejinha foi abandonada e começou a ruir com frequentes cheias, cupim e formigueiros. Literatura O escritor Eliezer Moreira, nascido em Cocos, Bahia, mas que cresceu em Januária, em seu romance de estreia A Pasmaceira (Um Homem Querendo Vender Sua Morte na edição portuguesa) reconstitui minuciosamente a ambiência da cidade na década de 1960, embora sob um nome ficcional, Candeias. “Assim, cresci naquela vasta região de Minas situada entre as fronteiras de Bahia e Goiás onde no passado – e ainda hoje, sob outras formas – se davam as velhas guerras por domínio territorial e político, envolvendo os coronéis e seus jagunços, a mesma região mítica que Guimarães Rosa imortalizou no seu ‘Grande sertão: veredas’.” Referência para o texto: Wikipédia e ENCICLOPÉDIA dos municípios brasileiros. Rio de Janeiro: IBGE, 1959. v. 25. p. 341-345.
Caicó é um município brasileiro pertencente ao estado do Rio Grande do Norte. Principal cidade da região do Seridó, localiza-se na zona central do estado, distante 282 km da capital estadual, Natal. Seu território ocupa uma área de 1.228,584 km², o equivalente a 2,33% da superfície estadual, posicionando-o como o quinto município com maior extensão do Rio Grande do Norte. Sua população em 2021, de acordo com estimativas do IBGE, era de 68.726 habitantes, o que a coloca como a sétima cidade mais populosa do estado, sendo a segunda mais populosa do interior do Rio Grande do Norte, com uma densidade populacional de 55,9 habitantes por quilômetro quadrado. Situada na confluência dos rios Seridó e Barra Nova, na microrregião do Seridó Ocidental, exibe uma altitude média de 151 metros acima do nível do mar. No âmbito do turismo, sua atração principal é a Festa de Sant'Ana, realizada no mês de julho, que em 2010 foi tombada como patrimônio imaterial do Brasil. Caicó também é lembrada por seus bordados típicos, sua rica culinária típica, além de seu singular carnaval. Conhecido centro pecuarista e algodoeiro, Caicó apresenta o quinto maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do interior e semiárido nordestino, alcançando um dos maiores índice de longevidade do Rio Grande do Norte.
Etimologia Existem várias versões sobre a origem e adoção do nome do município de "Caicó". Uma teoria é que o topônimo municipal deriva da tribo indígena que povoava a região na época da chegada dos desbravadores - Os Caicós da família indígena dos Cariris. Segundo alguns indianistas a palavra significaria "macaco esfolado" e seria alcunha dada à tribo local por outra, sua inimiga. No dicionário da língua tupi-guarani, Lemos Barbosa diz que a palavra Caicó deriva da língua cariri e que significa "mato ralo", em referência ao aspecto da natureza física regional. Segundo o pesquisador Olavo de Medeiros Filho, o topônimo vinha de uma ave agourenta, comedora de cobras e que havia em abundância no curso d'água que passava próximo a casa-forte do cuó, chamado rio Acauã. Os topônimos "acauã" e "cuó" seriam sinônimos, sendo a primeira forma em tupi e a segunda em tarairiu e ambas as formas designavam o pássaro que dava nome ao rio e à região. Considerando a partícula "quei" como sendo "rio", rio Acauã seria o mesmo que "Queicuó", posteriormente Caicó. Outra versão é defendida por Câmara Cascudo, que refere sua gênese a partir dos termos "Acauã" e "Cuó", que servem à designação de acidentes geográficos (rio e serra, respectivamente). "Acauã" pertence à língua Tupi e "Cuó", ao dialeto dos tapuias e tarairius. Tais tribos ainda identificavam o rio pelo termo "quei", o que sugere que Caicó seja uma corruptela de "Queicuó", o mesmo que rio do Cuó. História Pré-história Entre o fim do Pleistoceno e início do Holoceno, começaram a ser ocupadas áreas por grupos de caçadores que se estabeleceram próximo aos rios e fontes d’água, adaptando-se, assim, às árduas condições dos sertões. As mais antigas datações radiocarbônicas de enterramentos humanos da região do Seridó são de aproximadamente 10 mil anos atrás, encontrada no município de Parelhas. Nessa época, os grupos humanos coabitavam com espécimes hoje extintas de megafauna, como tigres dentes-de-sabre, mastodontes, paleolamas, preguiças gigantes e tatus gigantes. As pinturas rupestres encontradas na região são agrupadas em uma sub tradição, que é a representação visual de um universo simbólico primitivo, não necessariamente pertençam aos mesmos grupos étnicos podendo estar separados por cronologias distantes; sendo chamada de sub tradição Seridó, caracterizada por figuras de pirogas (embarcações rudimentares), objetos e ornamentos corporais e representação de plantas, dando ideia de paisagem. São constantes ainda temas como a caça, envolvendo animais como veados, emas, tucanos, onças, araras e capivaras; dança ritual em torno de árvore e o lúdico, na forma de “jogos”. A sociedade da Sub tradição Seridó era estritamente hierárquica, caracterizada pelas representações de antropomorfos com cocares sobre a cabeça, identificadores de sua alta posição social. Hoje ainda são encontradas na região figuras da Tradição Itaquatiara ou Itaquatiaras, aparecendo em blocos ou rochas ao lado dos cursos d’água, nelas aparecem, comumente, grafismos puros e sinais como tridígitos, círculos, linhas e quadrados, como os encontrados no sítio arqueológico da Gruta da Caridade. Tais registros reforça a hipótese de que o seu território foi povoado por diversas levas de povos pré-históricos, em diferentes épocas. Esse povoamento, feito através de diferentes grupos humanos, deu origem às tribos indígenas. Colonização e povoamento A região da Ribeira do Seridó era habitada pelos índios cariris e tarairiús, divididos em cinco grandes grupos: canindés, cariris, jenipapos, sucurus e pegas. O primeiro contato e tentativa de colonização se deu pelos flamengos, no entanto, não obteve sucesso devido à Guerra dos Bárbaros ou Confederação Cariri. Em 1687, chega às terras o coronel Antônio de Albuquerque da Câmara, para combater os gentios, usando a Casa Forte do Cuó como base militar. No entanto o ambiente continuava tenso, a ponto do então governador-geral do Brasil, Matias da Cunha em 1688, convocar os serviços do bandeirante Domingos Jorge Velho, que combateu vindo a prender o cacique Canindé, que em 1692 firmou um acordo de paz com os portugueses. O povoamento se deu inicialmente por paraibanos e pernambucanos à procura de terras para criação de gado, uma vez que a Carta Régia de 1701 proibia o criatório de gado a menos de 10 léguas do litoral para não interferir na produção de cana-de-açúcar. Foram concedidas sesmarias como recompensa por feitios militares, como a expulsão dos holandeses e para padres, com a construção da capela em honra a Sant'Ana em 1695. Já em 1700 se deu a fundação do Arraial de Queiquó, por Manuel de Souza Forte. No entanto as primeiras famílias a se instalarem plenamente se deu a partir de 1720, por portugueses vindos principalmente do norte de Portugal e Açores. Em 7 de julho de 1735, o arraial foi elevado a condição de "Povoado de Caicó". No intuito de interiorizar o povoamento do nordeste, o Marquês de Pombal elevou à condição de Vila, batizando-a de Vila Nova do Príncipe, em homenagem ao então príncipe e futuro rei Dom João VI. Tornando-se assim sede da Freguesia da Gloriosa Senhora Sant'Ana do Seridó, desmembrada em 1748 da Freguesia de Nossa Senhora do Bom Sucesso de Piancó, atual cidade de Pombal, no estado da Paraíba. E aos 15 de dezembro de 1868 o governador da Província, Manuel José Marinho, assinou a Lei Provincial nº 612, elevando a mesma à categoria de cidade com o nome de “Cidade do Príncipe”. Até que, em 1890, o Governo Provisório alterou o nome para "Cidade do Seridó". Tal decreto revogado em 7 de julho do mesmo ano, alteraria o nome da cidade para Caicó, nome indígena pelo qual era conhecida desde a fundação. A adoção do nome Caicó se deu com objetivo de expurgar as marcas do Império presentes na terminologia "Cidade do Príncipe", estando inserida no contexto da nova política nacional republicana. Demarcação do território e integração ao Rio Grande do Norte Em 1735, a elevação do arraial do Queiquó a povoação e, posteriormente, a sede de freguesia, provocariam uma crise com a província da Paraíba, devido aos limites do território seridoense reivindicado por ambas as províncias. Caicó, judicial e religiosamente, pertencia à comarca e à freguesia de Nossa Senhora do Bonsucesso do Piancó, atualmente cidade de Pombal, no sertão da Paraíba. A disputa pelos limites administrativos entre as duas províncias decorria, em parte, pela ausência de autonomia do Rio Grande. A capitania esteve subordinada juridicamente à Paraíba até 1818, quando foi criada a Comarca de Natal. A interação do sertão com a sede política da Capitania e da Província do Rio Grande foi escassa na Colônia e no Império, no entanto, em 1812, com a formação das Juntas Constitucionais das capitanias por ordem das Cortes de Lisboa, ocorreu a nomeação de dois seridoenses para a Junta Constitucional Provisória da capitania do Rio Grande: o acariense Capitão-mor Manuel de Medeiros Rocha, sendo sucedido pelo Padre Francisco de Brito Guerra, vigário do Príncipe (Caicó), que assumiu sua primeira legislatura, como deputado geral, entre os anos de 1831 e 1833 e foi senador vitalício do Império em 1837. O Padre Brito Guerra procurando objetivar os limites da Vila Nova do Príncipe propôs ao Senado a demarcação do território da vila, representando o interesse potiguar. Seu projeto foi ratificado pelo Decreto de 25 de outubro de 1831. Três anos após o decreto publicado, a insatisfação paraibana permanecia. Em 1834, a Assembleia Provincial paraibana, em conjunto com a Câmara da Vila de Patos, representavam à Câmara Nacional, solicitando a revogação do decreto de 1831. No mesmo ano em que a Paraíba formalizou seu protesto, a Assembleia do Rio Grande do Norte enviou sua representação "contra as pretensões da Província da Paraíba, que trabalha por destruir a lei de 25 de outubro de 1831. Ocorreram abaixo-assinados remetidos pelos "juízes de paz, inspetores, guardas nacionais e proprietários", enviados pelas câmaras das Vilas de Acari e Príncipe - onde se mostravam "contentes em pertencer à Província do Rio Grande do Norte"-, percebemos que os móveis do descontentamento respondiam pela Freguesia de Patos e pelas pretensões da Vila de Pombal. Os limites de Caicó estavam estabelecidos, então delimitou-se a enquadrar-se seu espaço no território do Rio Grande do Norte. Ciclo do algodão No final do século XIX, popularizou-se o plantio de algodão nas terras do Seridó, que até então era dominado pela pecuária. Caicó, assim como toda a região do Seridó, se orgulhava em produzir uma das melhores variedades de algodão do mundo, o algodão Mocó ou algodão Seridó, variedade que resistia às secas e fornecia capuchos de fibras longas, resistentes, de brancura única e poucas sementes. O algodão seridoense abastecia inicialmente as indústrias têxteis da Inglaterra, que, até esse momento, se abastecia do algodão estadunidense, mas que, por motivo da independência estadunidense, teve seu fornecimento bloqueado. Foi, então, preciso buscar matéria-prima em outros locais. Quando a Inglaterra retomou o comércio com os Estados Unidos, o algodão seridoense ficou em segundo plano, mas a produção já tinha destino substitutivo: as indústrias paulistas que começavam a surgir. Em 1905, o algodão superou o status do açúcar no estado, que, com o crescimento econômico, fez surgir políticos seridoenses, assim como uma elite agrária local. Ao assegurarem o controle político do estado, buscou-se realizar as melhorias adequadas para o cultivo e escoamento do algodão. Em 1924, foi criado o Departamento de Agricultura, posteriormente o Serviço Estadual do Algodão (1924) e o Serviço de Classificação do Algodão (1927), além de outras melhorias como a construção de rodovias ligando o Seridó à capital. Mas em meados de 1918, os paulistas começam a investir em sua produção própria, após uma geada que destruiu as plantações de café e gradativamente deixaram de comprar o algodão seridoense; aliados a falta de investimentos em tecnologia, secas prolongadas e a inserção de pragas, como o bicudo que dizimou vastos algodoais, iniciou-se então a decadência do ciclo algodoeiro. Com interesses políticos, Assis Chateaubriand se uniu a grupos de indústrias têxteis nacionais, como a Fábrica de Tecidos Bangu e a Companhia de Tecidos Rio Tinto, no intuito de levar o algodão do Seridó para alta costura, entrou em contato e patrocinou visitas ao Brasil de estilistas europeus, como Jacques Fath, Marcel Rochas e Elsa Schiaparelli. Jacques Fath apresentou uma coleção com 25 peças confeccionadas com Algodão Seridó na França, em sua mansão em Coberville em 3 de agosto de 1952. Mesmo com essa situação de decadência, foi em Caicó no ano de 1984, que se deu o primeiro registro da colheita de algodão de fibra colorida, dando a partir daí todo o processo de melhoramento genético dessa linhagem. Período republicano Caicó foi uma das cidades pioneiras a lutar pela instalação da República, sendo a primeira do Rio Grande do Norte a possuir um núcleo republicano organizado chamado "Centro Republicano Seridoense", fundado em 1886 por Janúncio da Nóbrega. Com o Período Republicano e a cotonicultura, a cidade viveu um momento de rápido desenvolvimento com o deslocamento do centro político e econômico do estado da região litorânea (açúcar-têxtil) para o Seridó (algodão-pecuária), e com isso derrubar a Oligarquia Maranhão, que dominava o estado desde 1892. Quando em 1923, o então presidente Artur Bernardes conduziu o caicoense José Augusto Bezerra de Medeiros para o governo do estado, abrindo caminho para outros seridoenses, como Juvenal Lamartine e Dinarte Mariz. Nessa época, Caicó viveu uma fase de intenso desenvolvimento e modernização, com a melhoria de sua infraestrutura, através da construção da ponte sobre o rio Seridó, instalação de telégrafo e rede telefônica, asfaltamento de rodovias, construção de aeródromo, "Grande Hotel", cinemas, hospital e colégios. Através de políticas higienistas sanitárias, se deu a ampliação da rede de abastecimento e saneamento, além da criação de um código de uso e ocupação do solo urbano. Geografia Sua altitude varia de cem a duzentos metros. A sede do município se localiza na depressão Sertaneja, terrenos baixos situados entre as partes altas do planalto da Borborema e da chapada do Apodi. As serras e picos mais altos do município pertencem ao planalto da Borborema. Tais picos são conhecidos por campos de inselbergs, originários de processos tectônicos remotos e pela erosão diferencial em função das propriedades das rochas que a compõe. O ponto mais elevado do município é um inselberg conhecido como Serra de São Bernardo, exibindo 638 metros de altitude. Segundo o conceituado geógrafo Aziz Ab'Saber, tais formações formam a área que apresenta as mais bizarras e rústicas paisagens morfológicas e fitogeográficas do Brasil. O solo predominante é o bruno não cálcico vértico, de fertilidade natural alta, textura arenosa/argilosa e média/argilosa, moderadamente drenado com relevo suave e ondulado. Como ocorrências minerais, encontram-se: barita, calcário, talco, ouro e tungstênio; também há existência de recursos minerais associados como rochas ornamentais,especialmente: migmatitos, brita, rocha dimensionada, mármore e gnaisse. A vegetação característica da área é a de Caatinga, de transição entre a Caatinga Hiperxerófila e Caatinga Subdesértica. Suas folhas caem durante o período seco e renascem após as primeiras chuvas. Trata-se da vegetação mais seca do Rio Grande do Norte, cujos componentes predominantes são cactos, árvores e arbustos dotados de microfilia, com um estrato herbáceo efêmero de rápida floração no período chuvoso. Segundo o Plano Nacional de Combate a Desertificação, Caicó está inserido em área susceptível à desertificação em categoria "Muito Grave". O município encontra-se totalmente inserido nos domínios da bacia hidrográfica do rio Piranhas-Açu e é banhado pelos rios Seridó, que nasce na Serra dos Cariris, na Paraíba; Rio Sabugi, que nasce na Serra dos Teixeiras, na Paraíba; e Barra Nova, que nasce na Serra do Equador, em Parelhas, no RN. Todos os cursos d'água encontrados no município são de natureza intermitente. Ainda existe uma concentração de pequenas lagoas e açudes de pequeno e grande porte, sendo os mais importantes o Açude Itans com capacidade para 81.750.000 m³ de água, a Barragem Passagem das Traíras com capacidade para 49.702.393,65 m³, a Barragem das Carnaúbas com capacidade para 30.000.000 m³ e o Açude Mundo Novo da EMPARN, com capacidade para 3.000.000 m³. Clima O clima de Caicó é semiárido (do tipo Bsh na classificação climática de Köppen-Geiger), com temperatura média compensada anual de 28 °C e índice pluviométrico de 630 milímetros (mm) anuais, concentrados de janeiro a maio. As precipitações ocorrem sob a forma de chuva e, mais raramente, de granizo. O tempo de insolação é de aproximadamente 2.800 horas/ano. Economia Setor Primário Caicó teve no setor primário a base de sua economia até o início dos anos 70. Atualmente, apenas 8,5% da população vive no meio rural. O meio rural sobrevive da agricultura familiar e da produção de leite, carne-de-sol e do queijos de manteiga e de coalho. Caicó possui o maior rebanho de bovinos e a maior produção leiteira do Rio Grande do Norte, fornecendo matéria-prima para a produção mensal de mais de 72 toneladas de queijo de manteiga, 27 toneladas de queijo coalho e mais de 6 mil litros de manteiga-de-garrafa em suas 93 unidades fabris. Sua principal unidade produtora de leite pasteurizado fornece 265 mil litros por mês. A produção de cachaças já se destaca em nível nacional, tendo sua qualidade atestada pela imprensa especializada, a cachaça (Samanaú envelhecida) produzida em Caicó, é considerada a melhor do mundo em avaliação de revista dos Estados Unidos. No ano de 2000 o rebanho bovino da cidade era de 30508 cabeças, seguido pelo número de 36442 aves, 2094 caprinos e 11898 ovinos. A agricultura comercial destaca-se com o plantio de feijão, milho, girassol e arroz, mas não exercendo grande representatividade na economia municipal. Setor Secundário Em 1980, Caicó contava com 100 unidades industriais; em 1991, passou a contabilizar 141 estabelecimentos, o que representou um crescimento relativo de 41%, e, no ano de 2009 foram notificados 381 estabelecimentos, obtendo uma variação percentual no crescimento, entre 1991 e 2009, da ordem de 170%. A cidade destaca-se ainda por ser o maior polo de produção de bonés do Nordeste do Brasil. Tradicionalmente a cidade se destaca pela produção de bordados artesanais típicos que são valorizados no mercado interno e externo. A indústria têxtil vem se consolidando como a vocação da cidade e vem crescendo paulatinamente, principalmente o ramo de confecção de camisetas e underwear. A cidade ainda possui várias indústrias de beneficiamento de alimentos, como de laticínios (leite pasteurizado, queijos e iogurte); café, arroz e milho (torrefação, moagem e embalamento), sorvetes e panificação. No setor secundário ainda se destaca a produção de produtos à base de argila, como tijolos, lajotas e telhas, Caicó produz em média 1200 milheiros mensais. Quanto à produção de cal, a cidade fornece mais de 245 toneladas por mês. A principal matriz energética do município é o uso da lenha extraída de espécies da caatinga, isso se deve a inexistência de um gasoduto que reduzisse o impacto ambiental. Setor Terciário A cidade polariza os serviços da região do Seridó Potiguar e Paraibano, com serviços médicos, jurídicos, escolares e bancários; funcionalismo público; a presença das Forças Armadas - (1º Batalhão de Engenharia de Construção - Batalhão Seridó); além de seu intenso e diversificado comércio realizado com as cidades da região. Outro segmento que cresce no município é o turismo, onde observa-se a cada dia aumentar o número de restaurantes, pousadas, hotéis e a consequente especulação imobiliária. Infraestrutura Educação Caicó conta com importantes universidades públicas e privadas: A Faculdade Católica Santa Teresinha oferece cursos de Administração, Ciências Contábeis, Serviço Social. A cidade conta com um Polo da Universidade Potiguar que oferece cursos de graduação ofertados na modalidade semipresencial em Administração, Ciências Contábeis, Enfermagem, Educação Física, Engenharia Civil, Marketing, Nutrição, Pedagogia e Serviço Social. Além disso, Caicó conta também com o Centro Regional de Ensino Superior do Seridó - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, oferecendo cursos presenciais de Contabilidade, Direito, Geografia, História, Pedagogia, Matemática, Sistemas de Informação e Medicina em uma estrutura multicampi. A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Campus Caicó) dispõe dos cursos de Enfermagem, Filosofia e Odontologia. O Instituto Federal do Rio Grande do Norte oferece graduações em Física e Tecnologia em Design de Moda, e ainda oferta cursos técnicos na área de Eletrotécnica, Informática, Têxtil e Vestuário, ainda atendendo a três mil alunos com cursos de qualificação e requalificação. O município dispõe com instituições de ensino técnico como SENAC, SENAI, SEBRAE, SESI, além de cursos privados oferecidos por franquias e escolas de idiomas. Caicó dispõe ainda da Biblioteca Municipal Olegário Vale sediada em um prédio histórico da cidade, que detém um acervo de aproximadamente 8 mil livros. A mesma teve sua estrutura renovada, com rampas de acessibilidade, laboratórios de informática, videoteca, salas de estudo e pesquisa, sala infanto-juvenil e hemeroteca. Parques e espaços públicos A Ilha de Sant'ana trata-se de um complexo turístico rodeado pelo Rio Seridó dispondo de ginásio, praça, anfiteatro, área de Caatinga conservada, ciclovias, pontos geológicos de importância como a Pedra da Baleia, espaço para eventos, dentre outros. Atualmente está em curso o projeto de transformação das margens do Açude do Recreio em unidade de conservação. Ainda no início de 2014 foram iniciados estudos para a criação de mais três unidades de conservação (UC) no município através da Secretaria do Meio Ambiente, UFRN e Idema. As áreas escolhidas foram a Serra de São Bernardo, o açude Itans e um sítio privado. Cultura Culinária A culinária caicoense trata-se da gastronomia tipicamente praticada na região do Seridó. Conhecida principalmente pelo consumo de derivados bovinos, como a carne-de-sol e os queijos típicos (manteiga e coalho), é grande parte baseada na culinária oriunda dos colonizadores portugueses, sofrendo influência dos costumes indígenas locais, judaicos e dos escravos africanos. Conhecida por chefs de cozinha por sua qualidade, exclusividade e valor nutritivo. Arquitetura O patrimônio arquitetônico de Caicó vai do colonial ao moderno. A arquitetura colonial presente no município foi construído após tal período, no entanto, houve preservação dessa linha, como pode ser vista na Casa de Pedra do português Gama, considerada primeira residência caicoense, e na antiga cadeia, atual Museu do Seridó. Com o enriquecimento da cidade, mediante a expansão da cotonicultura, Caicó investiu em sua urbanização inspirada nas cidades maiores de Pernambuco e Paraíba, de onde foram trazidos mestres para a elaboração de fachadas e beirais; Assim como sofreu inspiração europeia, trazida pelos arquitetos italianos "Irmãos Giffoni", que se estabeleceram na cidade durante a segunda metade do século XIX. Nessa época vigorou a arquitetura eclética, vista em residências espalhadas pelo centro da cidade e no Mercado Público Municipal. A partir da década de 40 do século XX, iniciou-se a transição do ecletismo para o proto-modernismo e modernismo, visto em algumas residências e no Centro Educacional José Augusto. O casario rural do município também merece destaque, como nas casas-sede das fazendas com sua arquitetura austera e simplificada, exibindo amplos alpendres e sotãos, assim como um dos elementos típicos da região, as cercas de pedra que delimitam as propriedades. Grande parte da arquitetura antiga do município vem sendo destruída ou alterada devido a inexistência de legislação municipal de proteção a esses bens. Artes O artesanato é uma das formas mais espontâneas da expressão cultural caicoense. A cidade é nacionalmente conhecida pela qualidade da confecção de bordados, mas ainda possui destaque seus trabalhos em couro e cerâmica. Em várias partes do município é possível encontrar uma produção artesanal diferenciada, feita com matérias-primas regionais e criada de acordo com a cultura e o modo de vida local. Alguns grupos reúnem diversos artesãos da região, disponibilizando espaço para confecção, exposição e venda dos produtos artesanais. Normalmente essas peças são vendidas em feiras, exposições ou lojas de artesanato. Na cidade destaca-se a Feira de Artesanato dos Municípios do Seridó, que é realizada desde 1983 e ocorre durante os festejos da padroeira de Caicó. Quanto à música, a cidade possui desde 1907 a Filarmônica Recreio Caicoense sob administração municipal, também apelidada de "A Furiosa"; e o Coral Sertão Encanto pertencente a UFRN. Atrações turísticas e eventos Caicó possui diversos pontos turísticos espalhados por seu território, como o Museu do Seridó, o Castelo de Engady, o Largo de Santana, os Balneários do Iate Clube, a Estação de Psicultura do Açude Itans, o Mosteiro das Clarissas, o Centro Cultural Deputado Adjuto Dias, o Poço de Sant'Ana, a Ilha de Sant'Ana, a Casa de Pedra, o Sobrado Padre Guerra - Casa da Cultura, a Catedral de Sant'Ana, o Colégio Diocesano Seridoense, o Mercado Público Municipal, o Santuário do Rosário, o Arco do Triunfo, a Praça da Liberdade (ou Praça Senador Dinarte Mariz), a Praça Dr. José Augusto - Praça da Alimentação, o Antigo Casario Caicoense. Caicó também realiza uma diversa quantidade de eventos todos os anos. Entre eles, destacam-se: o Carnaval (em fevereiro), o Caicó Fest (no mês de maio), as Vaquejadas, o Curta Caicó (Festival de Cinema, realizado no mês de junho), a Festa de Sant'Ana (padroeira caicoense, realizada no mês de julho), os Jogos Escolares do Rio Grande do Norte - JERN's - (que acontecem em agosto), a Festa do Rosário (realizada no mês de outubro), e a festa de emancipação política de Caicó, celebrada no mês de dezembro. Museus e espaços culturais - Museu do Seridó: é uma instituição da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), sendo uma unidade de preservação, conservação e divulgação da memória e da história seridoense. Sediado no antigo prédio do Senado da Câmara e cadeia pública da Vila do Príncipe, concluída em 1812. O acervo existente foi contextualizado a partir de um tema central - Seridó, terra nossa de cada dia, dividido em cinco núcleos expositivos: Seridó, terra e homem pré-cabralino; Sociedade, produção e trabalho; Devoção e arte no Seridó; Ofício e arte do Seridó; e Indústria alimentícia de subsistência. O museu ainda conta com exposições provisórias de artistas locais. - Centro Cultural Dep. Adjuto Dias: foi inaugurado em 2002,possui 447 poltronas, 2 camarotes, uma sala de projeção de cinema, 4 camarins, 5 salas para oficinas, estacionamento para 300 carros, além de ar condicionado central. Ele está localizado no bairro Paraíba e ocupa uma área de 1.770 m². Destina-se a apresentação de expressões artísticas, como teatro, música, dança e artes plásticas. - Casa da Cultura: localizada no sobrado do Padre Brito Guerra, prédio histórico da cidade, o local é dos mais atuantes quanto a presença de manifestações culturais. Contando atualmente com duas exposições permanentes: Brinquedos Populares e Galeria dos Imortais Caicoenses. Referências culturais e históricas A cidade é citada na série de composições "Bachianas Brasileiras" de Heitor Villa-Lobos, mais precisamente no terceiro movimento da "Bachianas Brasileiras nº 04", na forma de Cantiga, recolhida do folclore brasileiro por Teca Calazans, a mesma já foi gravada por Milton Nascimento, Alceu Valença, Pena Branca e Xavantinho, Elba Ramalho e Ney Matogrosso, sendo ainda utilizada como tema de abertura da série 3% da Netflix, em uma versão estilizada. Caicó ainda foi tema da canção intitulada "A Prosa Impúrpura do Caicó" também conhecida como "Caicó Arcaico", composta por Chico César, onde faz um trocadilho com o título do filme de Woody Allen: "A Rosa Púrpura do Cairo", na canção ele descreve as contradições, realidade e fantasia, existentes na cidade. A cidade também é citada na canção "Forrobodó" de Luiz Fidélis, conhecida pela interpretação da banda de forró Mastruz com Leite. A canção instrumental "Rock de Caicó" composta por Aroldo Macedo, em homenagem a cidade-natal de sua esposa, lançada no disco "A Banda da Carmen Miranda", considerada uma mistura de frevo com rock, se tornou um dos hinos de carnaval do trio elétrico de Armandinho, Dodô e Osmar. Aroldo criou, em parceria com o luthier Elifas Santana, um modelo de guitarra baiana denominada "Série Caicó". Frei Caneca descreve Caicó em seu diário durante a Confederação do Equador em 26 de Novembro de 1824, como uma vila de povo liberal, com uma igreja não pequena, nova e bem paramentada; Elogia o Sobrado do vigário e as casas da vila, descreve o terreno como plano porém pedregoso, relata sobre suas fontes de água e ressalta a pouca ou inexistência de comércio na época. O escritor Mário de Andrade cita Caicó em sua série de crônicas chamada "O Turista Aprendiz" publicadas em 1929 no Diário Nacional, relata a frustração de não ter encontrado os Negros do Rosário, se diz assombrado com as casas novas e bem arrumadas, sentindo progresso em contraste com outras cidades do semiárido. Ainda destaca o solo pedregoso e as cercas das fazendas com seus muros intermináveis de pedra. Destaca a região como a mais progressista do estado pela valorização do algodão mocó e açudagem particular abundante. O poeta modernista Manuel Bandeira cita o algodão produzido na região na poesia "Não sei dançar" do seu livro intitulado Libertinagem, em meio a um elogio hiperbólico irônico de representações nacionais ufanistas. O Barão de Serra Branca, Felipe Néri de Carvalho e Silva, faleceu nos arredores de Caicó, enquanto voltava de uma viagem a Juazeiro do Norte. Esportes O esporte mais popular no município é o futebol, onde os jogos profissionais são sediados no estádio Senador Dinarte Mariz, casa do Atlético Clube Corintians de Caicó, que junto com o Caicó Esporte Clube formam as únicas equipes profissionais de Caicó. A cidade realiza anualmente a Corrida de Santana, principal evento de atletismo, além de possuir tradição em sediar eventos de outros esportes, como MMA, motocross, e uma das etapas do Rally dos Sertões. Tradicionalmente há a realização de vaquejadas muito procuradas pela população local. Caicó ainda conta com um Clube de Tiro. A cidade sedia anualmente os JERN's - Jogos Escolares do Rio Grande do Norte, onde congrega os municípios da região polarizados por Caicó. Em 2013, houve a Virada Esportiva, realizada no aniversário da emancipação política do município. Feriados municipais Caicó apresenta em seu calendário dois feriados municipais, oito feriados nacionais e três pontos facultativos. Os feriados municipais são no dia 16 de dezembro, data de aniversário do município (apesar de que essa data de 16 de dezembro é referente a ereção da Vila Nova do Príncipe à Cidade do Príncipe, posteriormente nominada de Caicó, sendo 31 de julho de 1788 a real data de emancipação política da Cidade, que foi definida por meio da Lei nº 5.408, de 21 de Julho de 2022, mas o tradicional feriado do dia 16 de dezembro continuou normalmente para se manter as tradições) e um feriado móvel em honra à padroeira da cidade, Sant'Ana, geralmente a última quinta-feira do mês de julho, de acordo com a lei municipal nº 3.096 de 12 de junho de 1987. Referência para o texto: Wikipédia .