quinta-feira, 27 de outubro de 2022

BRUMADO - BAHIA

Brumado é um município brasileiro no interior do estado da Bahia, região Nordeste do país. Encontra-se localizado no Centro-Sul Baiano, a 540 quilômetros da capital estadual, Salvador. Sua área territorial é de 2.207,612 quilômetros quadrados,
A cidade é conhecida como a "Capital do Minério" por possuir em seu subsolo variados tipos de minerais, que é a base de sua economia e acolher empresas de mineração que realizam suas atividades extrativistas na serra das Éguas, onde se localiza a terceira mina de magnesita do mundo (entre as minas a céu aberto) e a segunda maior mina de talco do Brasil; é também um dos pontos turísticos do município, por formar paisagens montanhosas.
História
Origens e povoamento
Etimologia

A origem do nome brumado ou o seu étimo é atribuída à palavra "bromo"; palavra essa que, à época do garimpo no rio Brumado, era empregada pelos mineiros e bandeirantes para distinguir perda ou engano, mistificação ou desaparecimento do ouro na lavra ou córrego que se supunha rico desse minério. Segundo Teodoro Fernandes Sampaio, o nome tem origem numa expressão tupi: Itimbopira (Y – timbó – pyra), que significa enevoado, coberto de bruma. O topônimo "Brumado", de acordo com José Dias Ribeiro da Silva, um antigo padre da região, origina-se da serra Geral e da Chapada Diamantina, que ao norte, ao amanhecer, desce das serras brumas, cobrindo a cidade.
De acordo com a ortografia antiga, denominava-se "bromado" qualquer lugar onde a formação do ouro era aparentemente boa, enganando os mineiros que, decepcionados, deixavam o local à procura de outro mais promissor. Segundo o dicionarista Rafael Bluteau, o termo "bromado" tem sua origem no castelhano: "broma". "Bromar" e "embromar" eram verbos do dialeto regional. Segundo o escritor mineiro Nélson de Serra, 'bromado é o que virou ogó (mineral formado por grânulos de zirconita misturados com monazita, de uma coloração amarela, semelhante à do ouro, ou pouco ouro no meio de material mineiro sem valor), por ter sumido da mina, do córrego ou do rio'. Outra possível inspiração para o topônimo é que à época da mineração, no então rio Bromado, usava-se o bromo, metal de cor vermelho-escuro, que tingia dessa cor a água do rio. Ao notar que a água mudava de cor, geralmente em época de estiagem, os habitantes ribeirinhos diziam: "O rio bromou!" Essa expressão também teria dado origem ao nome do rio Brumado. Ou simplesmente, o nome Brumado seria apenas uma alusão ao rio Brumado, que descendo da cidade de Rio de Contas forma uma cachoeira no território de Livramento de Nossa Senhora, depois passando em território brumadense.
Povoamento
No século XVIII, o capitão Francisco de Souza Meira já se encontrava nas terras de Bom Jesus, área onde hoje é a sede do município de Brumado.
Emancipação
No princípio, a área do atual município de Brumado estava subordinada à vila Nova de Nossa Senhora do Livramento de Minas do Rio de Contas. Em 1810, quando Caetité se emancipou politicamente de Rio de Contas, essa mesma área integrava à então vila Nova do Príncipe e Santana do Caetité. Em 19 de junho de 1869, foi criado formalmente o distrito de Bom Jesus dos Meiras, pelo decreto-lei provincial n° 1.091 subordinando-o a Caetité. A emancipação política se deu em 11 de junho de 1877, com a criação da lei provincial n° 1.756, sendo elevado à categoria de vila, denominada vila de Bom Jesus dos Meiras. Em 1919, em harmonia com a lei municipal nº 9, de 19 de agosto, foi estabelecido o distrito de Gameleira dos Machados (mais tarde denominado São Pedro, depois Aracatu), que foi anexado a Bom Jesus dos Meiras. Em 1815, Antônio Pinheiro Pinto (da família Canguçu), o segundo senhor do Sobrado do Brejo (morto em 1822), contribuiu financeiramente e com mão de obra (cedendo escravos) para construção da Capela do Bom Jesus, atendendo aos pedidos dos habitantes; hoje, a antiga capela é a Igreja Matriz de Brumado, que naquela época fora chamada de Igreja Senhor do Bonfim, em homenagem ao padroeiro da cidade, Bom Jesus, e teve como primeiro vigário o padre José Mariano Meira Rocha. Criou-se a primeira Câmara de Bom Jesus dos Meiras, em 13 de fevereiro de 1878, composta das seguintes pessoas relacionadas abaixo e seus respectivos cargos: presidente: coronel Exupério Pinheiro Canguçu (consequentemente, tornando-se o primeiro intendente); secretário: Belarmino Jacundes Lobo; procurador: Rufiniano de Moura Amorim; fiscal: Plácido Guedes d’Oliveira e porteiro: Francisco Alves Piranha.
Entre 1930 e 1933, foi nomeado como intendente o padre José Dias Ribeiro da Silva. Na sua gestão, durante a Era Vargas, Bom Jesus dos Meiras finalmente teve seu nome mudado para Brumado, em cumprimento do decreto estadual n° 7.455, de 23 de junho de 1931 e pelo decreto estadual nº 7.479, de 8 de agosto do mesmo ano. A iniciativa para a mudança do nome não passou por consulta popular, foi uma decisão do vice-presidente provincial do estado, Antônio Ladislau de Figueiredo Rocha.
Em 1935, foi criada a Comarca de Brumado, que abrangia também o município de Ituaçu, então chamado vila do Brejo Grande. Em 1936, em cumprimento da lei estadual nº 119, de 5 de novembro daquele ano, o distrito de Cristais foi adicionado ao município, e em 1937, de acordo com a divisão territorial de 31 de dezembro do mesmo ano, mais três distritos foram anexados ao território: Olhos d'Água, Santa Bárbara dos Casados e São Pedro (atual município de Aracatu). Em 1938, em cumprimento do decreto federal nº 11.089, de 30 de novembro do referido ano, os distritos de Santa Bárbara dos Casados, Olhos d'Água e São Pedro tiveram seus topônimos mudados para Ubiraçaba, Itaquaraí e Aracatu, respectivamente.  O intendente naquela época era Marcolino Rizério de Moura. Em 1943, foi levantado o decreto-lei estadual nº 141, de 31 de dezembro, com o objetivo de mudar o nome do distrito de Cristais para Cristalândia e, finalmente, isso se concretizou em 1944, com a criação do decreto estadual nº 12.978, de 1 de junho. Sendo assim, Brumado passou a compor-se de cinco distritos. Em 16 de junho de 1945, Duarte Barreto de Aragão Moniz tornou-se o primeiro juiz do município. Em 1948, Armindo dos Santos Azevedo tomou posse como o primeiro prefeito eleito por voto direto. O comerciante e pecuarista foi eleito em três mandatos: 1948 – 1950, 1955 – 1958 e 1963 – 1966. Em suas gestões, o município atingiu notáveis avanços, como abastecimento de água, energia elétrica e pavimentação de muitas ruas e praças do centro da cidade. A energia, nas décadas de 1940 a 1970, funcionava apenas até às 22 horas, foi a partir de então que começou a funcionar de forma integral. De 1967 a 1970, foi eleito a prefeito o médico Juracy Pires Gomes, com apoio do parceiro Armindo dos Santos Azevedo. Em seu mandato foram realizadas obras importantes, como a nova sede da prefeitura, o novo mercado municipal, a primeira biblioteca pública da cidade; a principal delas foi uma barragem no rio do Antônio, que viria abastecer a cidade até o ano de 2010.
Expansão econômica
No início do século XX, a economia era baseada na agropecuária: plantio de algodão em larga escala, café, cereais e criação de gados caprinos, ovinos e bovinos, que favoreciam a exportação de peles cruas ou curtidas, de cabras e ovelhas; couro seco e salgado, além do algodão em pluma e em caroço e do gado em vida. O algodão foi a cultura que mais contribuiu para o desenvolvimento econômico do município. Entre 1930 e 1955, a produção foi tão grande que os produtores passaram a beneficiá-lo no campo mesmo, usando máquinas artesanais. Diante do sucesso da cotonicultura, foram instaladas na cidade usinas modernas para beneficiamento do algodão. O município chegou a ter seis usinas em operação. A partir de 1980, a cultura entrou em declínio, devido a vários fatores, como corte de subsídios agrícolas (como seguro safra), ataque do bicudo-do-algodoeiro (peste que destrói a lavoura), altos juros cobrados pelo financiamento da produção e do beneficiamento. Atualmente, tem se destacado a produção de maracujá, no distrito de Itaquaraí, uma das localidades de maior produção no Brasil.
Em 1930, dois importantes acontecimentos marcaram a história econômica do município: a chegada da mineradora Magnesita S.A. (hoje, RHI Magnesita), fundada por dois amigos franceses naturalizados brasileiros e residentes no Brasil, Miguel Pierre Cahen e Georges Louis Minviele — em parceria com Antônio Mourão Guimarães, um político da época — e a construção da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), que facilitaria o transporte do minério recém-descoberto para o porto de Aratu, em Salvador. Ambos acontecimentos ocorreram em 1939. A empresa Magnesita foi autorizada a funcionar em 1940, através do decreto n° 6.220 e, desde então, explora a maior parte das reservas de magnesita e talco contidas na serra das Éguas. Na década de 1970, chegou a Brumado a mineradora Indústria Brasileira de Artigos Refrartários (IBAR S.A.). A empresa interessada em extrair magnesita fixou suas instalações na parte norte da serra das Éguas. Nos anos seguintes, o município presenciou notáveis mudanças, como crescimento populacional em grande escala, construção de casas e estabelecimentos comerciais. Diante desse atrativo, pessoas de outras cidades foram chegando, o comércio se fortaleceu, e a cidade foi ficando conhecida pelos acontecimentos recentes. Ao lado sul da antiga fazenda Serra das Éguas formou-se uma espécie de condomínio fechado: a Vila Catiboaba; também se formou ao redor da empresa a Vila Presidente Vargas, frutos do fluxo de operários que vinham dos mais variados lugares para trabalhar nas minas de magnesita e talco. Em 1980, foi a vez da Xilolite S.A., que também se fixou no lado norte da serra e, desde então, explora magnesita e talco, em uma das minas que foi adquirida em 1973. Em 1993, chegou a empresa Matsulfur, uma fábrica de cimento, posteriormente adquirida pela Lafarge, com o nome de Cimento Brumado, hoje Cimpor (Cimento de Portugal), que pertence à Mover Participações (antiga Camargo Corrêa). A Cimpor encerrou suas atividade na cidade em 2019
História recente
Em 2001, a cidade ganhou o primeiro campus de uma universidade pública: a Universidade do Estado da Bahia (Uneb), inicialmente com cursos de licenciatura em Letras e Pedagogia. Finalmente, outro acontecimento importante e positivo aconteceu em 2005: a construção da barragem de Cristalândia no rio de Contas, que entrou em operação em 2010. Em 2010, o Governo Federal, através da Valec e Grupo Andrade Gutierrez iniciou a construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, e o município de Brumado foi beneficiado com o lote de número 3. Em abril de 2016, o Governo Federal, através da Enel Green Power, deu início às obras de um parque eólico, no distrito de Cristalândia, o sexto a ser construído no Estado.
Geografia
De acordo com a divisão do IBGE, vigente desde 2017, o município pertence às regiões geográfica intermediária de Vitória da Conquista e geográfica Imediata de Brumado. Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, o município fazia parte da microrregião de Brumado, que por sua vez estava incluída na mesorregião do Centro-Sul Baiano.
Brumado se localiza na região Centro-Sul (ou Sudoeste) da Bahia, na região geograficamente conhecida como Polígono das Secas, na serra Geral, sob as coordenadas: 14° 12' 13", latitude sul; 41° 39' 55" longitude oeste, a 454 m de altitude e está a 654 quilômetros a sudoeste de Salvador. Não há informações se existe um ponto mais alto do que o pico da serra das Éguas, considera-se este como sendo o mais alto do município, com 1.100 metros. O município faz limites com Livramento de Nossa Senhora e Dom Basílio, a norte; Rio de Contas, Ituaçu e Tanhaçu, a nordeste; Aracatu, a leste; Rio do Antônio e Lagoa Real, a oeste; Malhada de Pedras a sudoeste e Caraíbas, a sul. A taxa de urbanização é de 69,86%, densidade demográfica de 30,5 habitantes por quilômetros quadrados.
O município de Brumado é caracterizado por formações montanhosas típicas da serra do Espinhaço, que é a cadeia montanhosa que ocupa boa parte do sudoeste do Estado e a qual pertence o relevo do município. O relevo é muito acidentado, apresentando áreas montanhosas denominadas montanas e/ou altomontanas, como a serra das Éguas e o morro da Pedra Preta. Ocorrem também áreas de patamares, que são formas planas e/ou onduladas, que fazem transição entre as áreas mais elevadas e áreas mais baixas, formando assim, espécies de degraus. Apresenta também predplanos, formas de relevo aplainado.[62] De modo geral, o relevo brumadense é bastante acidentado, levemente ondulado e apresenta erosões por conta das enxurradas. Essas características favorecem a biodiversidade regional, contribuindo para uma ampla variedade de espécies, tanto na flora como na fauna.
Geologia
Geologicamente, Brumado está situado no Cráton São Francisco, precisamente no bloco Geológico do Gavião, no Greenstone Belts Umburanas. Nessas áreas, as rochas são formadas por sequências metavulcânicas, ou seja, de ações vulcânicas muito antigas, o que favoreceu a formação de rochas metamórficas de uma considerável quantidade de minerais, metais e ametais, como ferro, manganês, esmeralda, quartzo, granitos e diversos outros tipos de pedras ornamentais. Apesar dos poucos estudos realizados, alguns trabalhos e pesquisas de exploração mineral foram desenvolvidos na localidade, principalmente pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e tem-se notado potencial para exploração, também, de ouro (Au), liga natural níquel-cobre (Ni-Cu), liga natural cobre-zinco (Cu-Zn) e cromo, (Cr). Entre estes minerais citados, o cobre foi que mais se mostrou presente, em seguida, ouro. O ponto principal onde os estudos foram realizados foi a serra das Éuas.
Em estudos de geocronologia verificou-se que as formações rochosas mais antigas da América do Sul, com a idade de 3,4 a 3,5 bilhões de anos, estão entre os municípios de Brumado e Vitória da Conquista. Na escala geológica, o solo é da era do Paleoproterozoico ou do Proterozoico Inferior, equivalente a 1,6 e 2,5 Gigaannum. Foi neste intervalo que se formaram as rochas mais antigas e os solos mais ricos em todo e qualquer tipo de minério. Isso explica por que a serra das Éguas é tão rica em minerais. Além de magnesita, contém também todos esses minerais já citados acima, o que faz concluir que seja um dos mais ricos solos do Brasil e um dos mais antigos do mundo, o que lhe faz ser um dos mais estudados pelos geólogos. O gráfico ao lado mostra as principais ocorrências de minerais no subsolo brumadense e seus correspondentes percentuais.
Hidrografia
O município de Brumado está inserido na bacia do rio de Contas e na microbacia do rio do Antônio, que abrange ainda os municípios de Caculé, Rio do Antônio (incluindo os distritos de Umbaúba e Ibitira), Licínio de Almeida, Guajeru e Malhada de Pedras. As principais drenagens da bacia do rio de Contas são: rio Brumado, rio São João, riacho Santa Maria, rio do Antônio e rio Gavião; os principais afluentes do rio do Antônio são: rio do Paiol, rio do Salto e o riacho do Quirino. A microbacia do rio do Antônio tem uma área de 6.540 quilômetros quadrados. Dois dos maiores afluentes nascem em localidades muito distintas: o rio Brumado, afluente do Contas, nasce na serra das Almas, e o rio do Antônio na serra Geral, no município de Licínio de Almeida. No rio de Contas está inserida a barragem de Cristalândia, que abastece a cidade, e no rio do Antônio, a barragem do rio do Antônio, que abasteceu a população urbana até 2010.
Clima
O clima predominante é o semiárido, classificado como Bsh (quente e seco) segundo a Classificação climática de Köppen-Geiger. Entretanto, ocorrem temperaturas bem menos elevadas no cume dos montes, citando sempre como exemplo a serra das Éguas e morro da Pedra Preta, um dos pontos mais altos do município. O tempo chuvoso concentra-se entre outubro e março, enquanto no restante do ano as chuvas são escassas. Mesmo com a escassez de chuvas, a cidade já sofreu com o excesso delas, como em 1968, quando o rio do Antônio sofreu uma grande enchente, ao ponto da água alcançar o centro da cidade, após passar por cima da ponte do bairro São Félix, que ficou ilhado.
Segundo dados da estação meteorológica automática do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) no município, em operação desde o final de abril de 2008, a menor temperatura registrada em Brumado foi 9,1 °C em 13 de julho de 2008 e a maior alcançou 41,4 °C em 10 de outubro de 2020. O maior acumulado de precipitação chegou a 98,8 milímetros (mm) em 18 de dezembro de 2014. A rajada de vento mais forte atingiu 23,8 m/s (85,7 km/h) em 23 de novembro de 2013.
Biodiversidade
Ao longo do município, encontram-se quatro tipos de vegetação existentes em toda extensão territorial brasileira: Mata Ciliar, Cerrado, Campo Rupestre e Caatinga, que é a vegetação predominante. Nos cumes dos montes e serras, como serra das Éguas e morro da Pedra Preta e às margens dos rios encontram-se florestas tropicais fechadas e de pequeno porte, denominadas "gerais". Os Campos Rupestres, vegetação típica de ambientes montanos e altomontanos, ocorrem em altitudes acima dos 900 m, como é o caso novamente da serra das Éguas e morro da Pedra Preta; é caracterizado pela predominância de plantas arbustivas e/ou herbáceas, sobretudo nos cumes litólicos das serras.
As espécies ocorrentes na Caatinga são muito diversificadas, algumas com importante valor comercial e ecológico, como aroeira (Astronium urundeuva) e braúna (Schinopsis brasiliensis), angico-preto (Anadenanthera macrocarpa) e o umbuzeiro (Spondias tuberosa), uma das árvores mais queridas e de muito valor ecológico que é protegida pela lei municipal nº 1.030 de 1992. Outras espécies, também notáveis, são o juazeiro e o jatobá e ainda outras espécies: cassutinga (Caesalpinia microphylla), maria-preta (Vitex sp.), umburana ou cumaru-nordestino (Amburana cearensis), jurema-branca (Mimosa ophthalmocentra) e jurema-preta (Mimosa hostilis), dentre muitas outras plantas rasteiras e arbustivas.
Embora o município possua pequenas ilhas de floresta de pequeno porte denominadas Matas Ciliares, localizadas frequentemente às margens dos rios e córregos da região, a fauna é composta de animais adaptados à Caatinga. A biodiversidade animal acaba muitas vezes tendo seu habitat natural ameaçado por caçadores, empresas de mineração e fazendeiros, que visam o comércio ilegal de animais, exploração das riquezas naturais e expansão territorial, respectivamente, consequentemente, acarretando uma atividade predatória desenfreada e sem controle algum com relação ao desequilíbrio ecológico que essa ação pode causar.
Brumado tem uma biodiversidade muito ampla, tanto vegetal como animal, que vai de pequenos exemplares até animais de médio porte ameaçados de extinção. Na fauna, prevalece uma razoável quantidade de mamíferos; foram catalogadas pelo menos 148 espécies no interior do município e nas regiões circunvizinhas, praticamente todas ameaçadas de extinção. Estão distribuídas entre Cerrado e Caatinga; como destaque tem-se o puma concolor conhecida como onça-parda ou suçuarana, por ser uma das espécies mais ameaçadas de extinção, e o mocó (Kerodon rupestris), por ser endêmico (exclusivo da região). Outros exemplos são: veado-da-caatinga, tatu-peba ou tatupeba (Euphractus), paca (Agouti paca), gambá (Conepatus semistriata), raposa ou guaxaim (Dusicyon thous), gato-mourisco ou Herpailurus yagouaroundi (raposa-de-gato), furão (Galictis vittatus), quati (Nasua nassua) dentre outros. A caça desordenada desses animais para consumo alimentar é o fator que mais contribui para colocá-los na lista de extinção
Há também uma infinidade de aves que faz parte da fauna; a maioria delas é visada por criadores e colecionadores, favorecendo o tráfico desses animais. Dentre as mais comuns e conhecidas estão: canário, codorna, perdiz, cardeal-do-nordeste (Paroaria dominicana), bacuruzinho-da-caatinga (Chordeiles pusillus), gralha-cancã (Cyanocorax cyanopogon), bigodinho (Sporophila lineola), garça-vaqueira (Bubulcus ibis), garça-branca-grande (Casmerdius albus), garrincha-de-bigode (Thryothorus genibarbis), seriema (Cariama cristata), sanhaço-de-fogo (Piranga flava), pássaro-preto ou coqui (Gnorimopsar chopi), anu-branco (Guira guira), anu-preto (Crotophaga ani), pica-pau (Dryocopus lineatus), trinca-ferro (Saltador simillis), vi-vi ou fim-fim (Euphonia clorotica), periquito-da-caatinga (Aratinga cactorum), corrupião ou sofrê (Icterus jamacaii), canário-do-reino, canário-da-terra, sabiá e muitos outros. Devido ao porte, as codornas e as perdizes são caçadas constantemente no interior do município. As espécies de anfíbios e répteis presentes na fauna local são animais pequenos, como calango (Tropidurus torquatus). Dessas espécies, o calango-verde (Ameiva ameiva), é o que mais se vê, por não ter valor comercial, não ser comestível, nem ser peçonhento. Já o teiú (Tupinambis merianae) e o tatu são animais bastante caçados. As espécies de cobra mais conhecidas são: cascavel (Crotalus durissus) e jararaca (Bothrops jararaca), ambas são peçonhentas.
Economia
O comércio é uma das principais fontes de renda. A cidade conta com oito instituições bancárias: Itaú, Bradesco, Banco do Nordeste, Banco do Brasil, Caixa, Sicoob, Santander e Banco do Povo. A partir da descoberta das minas de magnesita e talco, a cidade começou a se desenvolver, e com isso o comércio se fortaleceu.
Setor primário
O setor primário, que engloba as atividades extrativistas e agropecuária, é o setor de menor participação no Produto interno bruto (PIB) do município. Não é uma base tão forte economicamente. Em 2006, a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) divulgou dados, onde a agropecuária apareceu naquele ano com apenas 5,04% do PIB municipal. Embora esse setor tenha uma mínima contribuição, pode-se destacar algumas atividades importantes.
Na agricultura, têm destaque cultivos como o de algodão, com 800 hectares plantadas e colhidas; feijão com 2.000 hectares plantadas e colhidas; mamona, 200 hectares plantadas e colhidas; mandioca, 200 hectares plantadas e colhidas; melancia, 350 hectares, plantadas e colhidas; e umbu, que se cultiva naturalmente, sem intervenção humana, por ser nativo, portanto, presente em toda extensão do município. Outros cultivos de pequena produtividade são: manga, com 25 hectares plantadas e colhidas e o coco-da-baía com 20 hectares plantadas e colhidas. Esses dados são do IBGE, em 2014.
A mineração é a maior fonte de riqueza e gera emprego para a maioria da população.
Brumado conta com ricas jazidas de magnesita, talco e outros minerais, como vermiculita, dolomita, cristal de rocha e granitos dos mais variados tipos, porém, apenas magnesita e talco são explorados, tendo-se o primeiro como principal produto da indústria de mineração, colocando o município como maior produtor do País e o segundo produtor de talco. Segundo a SEI (Superintendência de estudos Econômicos e Sociais da Bahia), em 2006, o município foi responsável por 94% da produção total no Brasil, e a produção de talco alcançou os 38% de todo o talco bruto produzido.
Setor secundário
O setor secundário está intimamente ligado ao setor primário. Visto que há poucas indústrias de transformação no município, grande parte do percentual do setor primário é, consequentemente, integrado ao setor secundário, por conta do extrativismo mineral — visto que as próprias indústrias de mineração fazem parte dos dois setores — uma vez que elas extraem minério e fabricam vários produtos advindos de sua própria extração, juntamente com outras pequenas indústrias, inclusive metalúrgicas, contribuindo para que este setor tenha muita capacidade. Portanto, o potencial de extrativismo mineral não é acrescentado aos 5,04% do setor primário, mas a transformação dessa matéria-prima é integrada ao setor secundário; caso contrário, o setor primário teria um percentual maior. As mineradoras, além de extrair os recursos primários, fabricam alguns produtos para consumo direto, como talco medicinal, talco cosmético e talco para fabricação de celulose e uma infinidade de produtos para consumo em agronegócio. Visto que os 52,31% do PIB municipal está mesclado à extração e transformação, subentende-se que esse percentual se divide, tecnicamente falando, entre o setor secundário e primário.
Setor terciário
O comércio desempenha um papel importante para o desenvolvimento econômico da cidade. Muitos dos comércios são associados à Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da cidade. Existem em todo município mais de 1.800 empresas registradas, sendo que 1.775 são ativas; entre indústrias, lojas e prestadoras de serviços. As empresas de prestação de serviços que executavam obras federais e estaduais a partir de 2011 empregavam grande quantidade de pessoas, inclusive de outros municípios. As maiores empregadoras dessas empresas eram Grupo Andrade Gutierrez e Valec, responsáveis pela construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). Até 2013 foram essas empresas e suas terceirizadas que desempenharam um papel importante para a economia local, além das mineradoras que entre 2011 e 2015 investiram em suas instalações, gerando emprego para a população da cidade e também para outras cidades vizinhas.
A prestação de serviço tem uma maior parcela absorvida pela indústria de mineração, quer pelos serviços constantes, quer por serviços temporários resultantes de investimentos casuais. A construção civil também tem contribuído muito para o crescimento econômico, desde 2009.
Infraestrutura
Saúde
A principal instituição de saúde em Brumado é o Hospital Municipal Professor Magalhães Neto (HMPMN), o que possibilita a realização de procedimentos cirúrgicos de alta complexidade, beneficiando cerca de 160 mil pessoas da região imediata do município, além da Policlínica Regional de Brumado, instituição que atende cerca de 318 mil habitantes da região, realizando exames de alta complexidade e pequenas cirurgias. A cidade possui apenas um hospital público, entretanto, conta com vários postos de saúde, distribuídos entre os bairros. Possui 23 unidades com cobertura do Sistema Único de Saúde (SUS) que realizam atendimentos de pequena à média complexidade. Por outro lado, a cidade pode-se considerar bem servida por clínicas que realizam os mais diversos tipos de exames e tratamentos específicos.
Educação
O ensino superior é realizado em boa parte por universidades particulares, com a maioria dos cursos à distância. Conta com um campus da Universidade do Estado da Bahia, a única universidade pública na cidade; Instituto Federal da Bahia (Ifba), que atualmente oferece um curso superior, o de Engenharia de minas e outros cursos técnicos profissionalizantes. O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o antigo Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães (Ceep), também oferecem cursos técnicos e profissionalizantes, além de outras escolas técnicas particulares.
Cultura e lazer
A própria prefeitura, através da Secretaria de Educação e Cultura, é a entidade responsável por elaborar, organizar e, algumas vezes, custear (em parte ou integralmente) eventos tradicionais do município, como as festas juninas, carnaval e outros eventos em geral. A cultura brumadense é diversificada e está intimamente ligada às raízes sertanejas, como São João, São Pedro e Folia de Reis. Outras entidades privadas com fins lucrativos ou não, também contribuem para a cultura musical e/ou literária da cidade, como por exemplo, a Lira Ceciliana Brumadense e a Academia de Letras e Artes de Brumado.
Literatura
Brumado é a terra natal de Mário Rizério Leite, escritor folclorista, romancista e cronista, que foi membro da Academia Goiana de Letras e escreveu várias obras sobre temas relacionados às crenças e costumes dos habitantes do sertão da Bahia e de Goiás, onde viveu maior parte da sua vida. Foi um dos fundadores da Universidade Federal de Goiás (UFG). Mário escreveu livros como: Lendas de Minha Terra, Poeira no Ar, Mãe Mariinha, Xuruê, Muçurana e O Vaqueiro Ciriaco. 
Brumado também é berço do cordelista José Walter Pires, membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel e do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros. Zé Walter, como conhecido, é, também, educador, advogado e autor de diversos títulos de Literatura de cordel entre outras obras. Embora não seja natural de Brumado, Zé Walter optou por morar nesta cidade, onde realiza suas atividades profissionais. 
Como cenário literário, Brumado é descrito nas obras dos escritores Licurgo Santos Filho, no livro Uma Comunidade Rural do Brasil Antigo (Aspectos da Vida Patriarcal no Sertão da Bahia nos Séculos XVIII e XIX) e Sinhazinha, de Afrânio Peixoto, ambos relatando a história das famílias existentes no século XVIII, sendo que o livro de Afrânio se ocupa mais com a ficção do que com a realidade.
Cinema
Na cidade já foram inauguradas três salas de cinema. O Cine Cairu foi a primeira, inaugurada em meados de 1950; seu dono era o senhor Eufrásio Torres. O cinema contava com apenas 203 cadeiras. Em 1964, outra sala foi inaugurada com o nome de Cine Teatro Fátima, que mais tarde, na década de 1980, teve seu nome mudado para Cine Teatro Regina. A nova sala era mais moderna, mais espaçosa e comportava até 500 pessoas sentadas. Além de exibir filmes, no espaço ainda eram realizados outros tipos de eventos, como competições musicais, entre outros. O Cine Teatro Fátima foi um marco importante na cultura brumadense. Foi inaugurado em 23 de dezembro de 1964, com a exibição do filme Ursus nella terra di fuoco (Ursus na Terra do Fogo); por fim, foi fechado em 1988 com o nome de Cine Teatro Regina.[36] Futuramente, em meados dos anos 2000, seria inaugurado o Cine Sophiplex (com duas salas), porém, a concorrência com as novas tecnologias audiovisuais, como DVDs e telões de plasma daquela época, aliadas à grande quantidade de locadoras, obrigariam o fechamento do cinema anos depois. Porém, em 6 de abril de 2019, a sala foi reinaugurada com o nome de Cinemas Premier, exibindo o filme Captain Marvel (Capitã Marvel).
Lazer, turismo e eventos
A cidade tem certo potencial turístico desenvolvido pela realização de festas tradicionais, como São João e São Pedro. Além desses atrativos, quem visita a cidade pode fazer passeios pela serra das Éguas, com autorização das mineradoras que lá estão.
Dentro do território da empresa RHI Magnesita há as ruínas do Sobrado do Brejo e a fazenda Condado, este último ainda existente; ambos do início do século XIX, possuem um rico valor histórico, mas não foram tombados por terem sido adquiridos pela empresa Magnesita. As belezas naturais do município são pouco divulgadas, como as grutas na serra das Éguas e suas nascentes. O povoado de Cristalândia é um dos atrativos. Alguns pontos considerados turísticos são: Igreja Matriz, Mercado de Artes, Arquivo Histórico Municipal, fazenda Condado, ruínas do Sobrado do Brejo, minas de magnesita e talco, o rio de Contas, serra das Éguas, praça e anfiteatro Coronel Zeca Leite, barragem de Cristalândia e a Ponte Pênsil.
Esportes
As realizações esportivas na cidade são, em sua maioria de nível amador, como a Maratoninha, para crianças de até 12 anos, que é realizada anualmente no dia 12 de outubro e os torneios de futebol nos bairros e na zona rural. Os eventos esportivos mais importantes da cidade são os campeonatos de futsal e a Corrida Ecológica Brumado a Rio de Contas, uma das mais importantes competições ciclísticas da Bahia, que é disputada em várias categorias, contando com participação de atletas de toda parte do País. A competição é interestadual e é reconhecida pela Federação Baiana de Ciclismo e pela Confederação Brasileira de Ciclismo, e a pontuação serve para definição no ranking nacional.
O futsal brumadense é um dos principais esportes praticado na cidade, esporte em que o Brumado Futsal é tetracampeão baiano. Outro evento esportivo muito comum são as rodas de capoeira. São realizados batizados, momento em que os atletas são graduados com cordões coloridos, respectivos à sua graduação.
Feriados
Há na cidade 15 feriados, sendo dez nacionais, três municipais, um estadual, e um ponto facultativo. 
Os feriados nacionais são: 1 de janeiro (Confraternização internacional); Paixão de Cristo; 21 de abril (Tiradentes); 1 de maio (Dia Mundial do Trabalho); Corpus Christi; 7 de setembro (Independência do Brasil); 12 de outubro (Dia de Nossa Senhora de Aparecida); 2 de novembro (Dia de Finados); 15 de novembro (Proclamação da República) e 25 de dezembro (Natal). 
Os feriados municipais são: 11 de junho (emancipação do município); 20 de janeiro (Dia de São Sebastião, patrono da cidade) e 6 de agosto (Dia de Bom Jesus, padroeiro da cidade).
Feriado estadual, apenas um: 2 de julho (Independência da Bahia). 
Ponto facultativo: a Quarta-feira de cinzas (até as 14h).
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