Caicó é um município brasileiro pertencente ao estado do Rio Grande do Norte. Principal cidade da região do Seridó, localiza-se na zona central do estado, distante 282 km da capital estadual, Natal. Seu território ocupa uma área de 1.228,584 km², o equivalente a 2,33% da superfície estadual, posicionando-o como o quinto município com maior extensão do Rio Grande do Norte. Sua população em 2021, de acordo com estimativas do IBGE, era de 68.726 habitantes, o que a coloca como a sétima cidade mais populosa do estado, sendo a segunda mais populosa do interior do Rio Grande do Norte, com uma densidade populacional de 55,9 habitantes por quilômetro quadrado.
Situada na confluência dos rios Seridó e Barra Nova, na microrregião do Seridó Ocidental, exibe uma altitude média de 151 metros acima do nível do mar. No âmbito do turismo, sua atração principal é a Festa de Sant'Ana, realizada no mês de julho, que em 2010 foi tombada como patrimônio imaterial do Brasil. Caicó também é lembrada por seus bordados típicos, sua rica culinária típica, além de seu singular carnaval.
Conhecido centro pecuarista e algodoeiro, Caicó apresenta o quinto maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do interior e semiárido nordestino, alcançando um dos maiores índice de longevidade do Rio Grande do Norte.
Situada na confluência dos rios Seridó e Barra Nova, na microrregião do Seridó Ocidental, exibe uma altitude média de 151 metros acima do nível do mar. No âmbito do turismo, sua atração principal é a Festa de Sant'Ana, realizada no mês de julho, que em 2010 foi tombada como patrimônio imaterial do Brasil. Caicó também é lembrada por seus bordados típicos, sua rica culinária típica, além de seu singular carnaval.
Conhecido centro pecuarista e algodoeiro, Caicó apresenta o quinto maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do interior e semiárido nordestino, alcançando um dos maiores índice de longevidade do Rio Grande do Norte.
Etimologia
Existem várias versões sobre a origem e adoção do nome do município de "Caicó". Uma teoria é que o topônimo municipal deriva da tribo indígena que povoava a região na época da chegada dos desbravadores - Os Caicós da família indígena dos Cariris. Segundo alguns indianistas a palavra significaria "macaco esfolado" e seria alcunha dada à tribo local por outra, sua inimiga. No dicionário da língua tupi-guarani, Lemos Barbosa diz que a palavra Caicó deriva da língua cariri e que significa "mato ralo", em referência ao aspecto da natureza física regional.
Segundo o pesquisador Olavo de Medeiros Filho, o topônimo vinha de uma ave agourenta, comedora de cobras e que havia em abundância no curso d'água que passava próximo a casa-forte do cuó, chamado rio Acauã. Os topônimos "acauã" e "cuó" seriam sinônimos, sendo a primeira forma em tupi e a segunda em tarairiu e ambas as formas designavam o pássaro que dava nome ao rio e à região. Considerando a partícula "quei" como sendo "rio", rio Acauã seria o mesmo que "Queicuó", posteriormente Caicó.
Outra versão é defendida por Câmara Cascudo, que refere sua gênese a partir dos termos "Acauã" e "Cuó", que servem à designação de acidentes geográficos (rio e serra, respectivamente). "Acauã" pertence à língua Tupi e "Cuó", ao dialeto dos tapuias e tarairius. Tais tribos ainda identificavam o rio pelo termo "quei", o que sugere que Caicó seja uma corruptela de "Queicuó", o mesmo que rio do Cuó.
História
Pré-história
Entre o fim do Pleistoceno e início do Holoceno, começaram a ser ocupadas áreas por grupos de caçadores que se estabeleceram próximo aos rios e fontes d’água, adaptando-se, assim, às árduas condições dos sertões. As mais antigas datações radiocarbônicas de enterramentos humanos da região do Seridó são de aproximadamente 10 mil anos atrás, encontrada no município de Parelhas. Nessa época, os grupos humanos coabitavam com espécimes hoje extintas de megafauna, como tigres dentes-de-sabre, mastodontes, paleolamas, preguiças gigantes e tatus gigantes.
As pinturas rupestres encontradas na região são agrupadas em uma sub tradição, que é a representação visual de um universo simbólico primitivo, não necessariamente pertençam aos mesmos grupos étnicos podendo estar separados por cronologias distantes; sendo chamada de sub tradição Seridó, caracterizada por figuras de pirogas (embarcações rudimentares), objetos e ornamentos corporais e representação de plantas, dando ideia de paisagem. São constantes ainda temas como a caça, envolvendo animais como veados, emas, tucanos, onças, araras e capivaras; dança ritual em torno de árvore e o lúdico, na forma de “jogos”. A sociedade da Sub tradição Seridó era estritamente hierárquica, caracterizada pelas representações de antropomorfos com cocares sobre a cabeça, identificadores de sua alta posição social.
Hoje ainda são encontradas na região figuras da Tradição Itaquatiara ou Itaquatiaras, aparecendo em blocos ou rochas ao lado dos cursos d’água, nelas aparecem, comumente, grafismos puros e sinais como tridígitos, círculos, linhas e quadrados, como os encontrados no sítio arqueológico da Gruta da Caridade. Tais registros reforça a hipótese de que o seu território foi povoado por diversas levas de povos pré-históricos, em diferentes épocas. Esse povoamento, feito através de diferentes grupos humanos, deu origem às tribos indígenas.
Colonização e povoamento
A região da Ribeira do Seridó era habitada pelos índios cariris e tarairiús, divididos em cinco grandes grupos: canindés, cariris, jenipapos, sucurus e pegas. O primeiro contato e tentativa de colonização se deu pelos flamengos, no entanto, não obteve sucesso devido à Guerra dos Bárbaros ou Confederação Cariri.
Em 1687, chega às terras o coronel Antônio de Albuquerque da Câmara, para combater os gentios, usando a Casa Forte do Cuó como base militar. No entanto o ambiente continuava tenso, a ponto do então governador-geral do Brasil, Matias da Cunha em 1688, convocar os serviços do bandeirante Domingos Jorge Velho, que combateu vindo a prender o cacique Canindé, que em 1692 firmou um acordo de paz com os portugueses.
O povoamento se deu inicialmente por paraibanos e pernambucanos à procura de terras para criação de gado, uma vez que a Carta Régia de 1701 proibia o criatório de gado a menos de 10 léguas do litoral para não interferir na produção de cana-de-açúcar. Foram concedidas sesmarias como recompensa por feitios militares, como a expulsão dos holandeses e para padres, com a construção da capela em honra a Sant'Ana em 1695. Já em 1700 se deu a fundação do Arraial de Queiquó, por Manuel de Souza Forte. No entanto as primeiras famílias a se instalarem plenamente se deu a partir de 1720, por portugueses vindos principalmente do norte de Portugal e Açores.
Em 7 de julho de 1735, o arraial foi elevado a condição de "Povoado de Caicó". No intuito de interiorizar o povoamento do nordeste, o Marquês de Pombal elevou à condição de Vila, batizando-a de Vila Nova do Príncipe, em homenagem ao então príncipe e futuro rei Dom João VI. Tornando-se assim sede da Freguesia da Gloriosa Senhora Sant'Ana do Seridó, desmembrada em 1748 da Freguesia de Nossa Senhora do Bom Sucesso de Piancó, atual cidade de Pombal, no estado da Paraíba. E aos 15 de dezembro de 1868 o governador da Província, Manuel José Marinho, assinou a Lei Provincial nº 612, elevando a mesma à categoria de cidade com o nome de “Cidade do Príncipe”. Até que, em 1890, o Governo Provisório alterou o nome para "Cidade do Seridó". Tal decreto revogado em 7 de julho do mesmo ano, alteraria o nome da cidade para Caicó, nome indígena pelo qual era conhecida desde a fundação. A adoção do nome Caicó se deu com objetivo de expurgar as marcas do Império presentes na terminologia "Cidade do Príncipe", estando inserida no contexto da nova política nacional republicana.
Demarcação do território e integração ao Rio Grande do Norte
Em 1735, a elevação do arraial do Queiquó a povoação e, posteriormente, a sede de freguesia, provocariam uma crise com a província da Paraíba, devido aos limites do território seridoense reivindicado por ambas as províncias. Caicó, judicial e religiosamente, pertencia à comarca e à freguesia de Nossa Senhora do Bonsucesso do Piancó, atualmente cidade de Pombal, no sertão da Paraíba. A disputa pelos limites administrativos entre as duas províncias decorria, em parte, pela ausência de autonomia do Rio Grande. A capitania esteve subordinada juridicamente à Paraíba até 1818, quando foi criada a Comarca de Natal.
A interação do sertão com a sede política da Capitania e da Província do Rio Grande foi escassa na Colônia e no Império, no entanto, em 1812, com a formação das Juntas Constitucionais das capitanias por ordem das Cortes de Lisboa, ocorreu a nomeação de dois seridoenses para a Junta Constitucional Provisória da capitania do Rio Grande: o acariense Capitão-mor Manuel de Medeiros Rocha, sendo sucedido pelo Padre Francisco de Brito Guerra, vigário do Príncipe (Caicó), que assumiu sua primeira legislatura, como deputado geral, entre os anos de 1831 e 1833 e foi senador vitalício do Império em 1837.
O Padre Brito Guerra procurando objetivar os limites da Vila Nova do Príncipe propôs ao Senado a demarcação do território da vila, representando o interesse potiguar. Seu projeto foi ratificado pelo Decreto de 25 de outubro de 1831. Três anos após o decreto publicado, a insatisfação paraibana permanecia. Em 1834, a Assembleia Provincial paraibana, em conjunto com a Câmara da Vila de Patos, representavam à Câmara Nacional, solicitando a revogação do decreto de 1831. No mesmo ano em que a Paraíba formalizou seu protesto, a Assembleia do Rio Grande do Norte enviou sua representação "contra as pretensões da Província da Paraíba, que trabalha por destruir a lei de 25 de outubro de 1831.
Ocorreram abaixo-assinados remetidos pelos "juízes de paz, inspetores, guardas nacionais e proprietários", enviados pelas câmaras das Vilas de Acari e Príncipe - onde se mostravam "contentes em pertencer à Província do Rio Grande do Norte"-, percebemos que os móveis do descontentamento respondiam pela Freguesia de Patos e pelas pretensões da Vila de Pombal. Os limites de Caicó estavam estabelecidos, então delimitou-se a enquadrar-se seu espaço no território do Rio Grande do Norte.
Ciclo do algodão
No final do século XIX, popularizou-se o plantio de algodão nas terras do Seridó, que até então era dominado pela pecuária. Caicó, assim como toda a região do Seridó, se orgulhava em produzir uma das melhores variedades de algodão do mundo, o algodão Mocó ou algodão Seridó, variedade que resistia às secas e fornecia capuchos de fibras longas, resistentes, de brancura única e poucas sementes.
O algodão seridoense abastecia inicialmente as indústrias têxteis da Inglaterra, que, até esse momento, se abastecia do algodão estadunidense, mas que, por motivo da independência estadunidense, teve seu fornecimento bloqueado. Foi, então, preciso buscar matéria-prima em outros locais. Quando a Inglaterra retomou o comércio com os Estados Unidos, o algodão seridoense ficou em segundo plano, mas a produção já tinha destino substitutivo: as indústrias paulistas que começavam a surgir.
Em 1905, o algodão superou o status do açúcar no estado, que, com o crescimento econômico, fez surgir políticos seridoenses, assim como uma elite agrária local. Ao assegurarem o controle político do estado, buscou-se realizar as melhorias adequadas para o cultivo e escoamento do algodão. Em 1924, foi criado o Departamento de Agricultura, posteriormente o Serviço Estadual do Algodão (1924) e o Serviço de Classificação do Algodão (1927), além de outras melhorias como a construção de rodovias ligando o Seridó à capital.
Mas em meados de 1918, os paulistas começam a investir em sua produção própria, após uma geada que destruiu as plantações de café e gradativamente deixaram de comprar o algodão seridoense; aliados a falta de investimentos em tecnologia, secas prolongadas e a inserção de pragas, como o bicudo que dizimou vastos algodoais, iniciou-se então a decadência do ciclo algodoeiro.
Com interesses políticos, Assis Chateaubriand se uniu a grupos de indústrias têxteis nacionais, como a Fábrica de Tecidos Bangu e a Companhia de Tecidos Rio Tinto, no intuito de levar o algodão do Seridó para alta costura, entrou em contato e patrocinou visitas ao Brasil de estilistas europeus, como Jacques Fath, Marcel Rochas e Elsa Schiaparelli. Jacques Fath apresentou uma coleção com 25 peças confeccionadas com Algodão Seridó na França, em sua mansão em Coberville em 3 de agosto de 1952.
Mesmo com essa situação de decadência, foi em Caicó no ano de 1984, que se deu o primeiro registro da colheita de algodão de fibra colorida, dando a partir daí todo o processo de melhoramento genético dessa linhagem.
Período republicano
Caicó foi uma das cidades pioneiras a lutar pela instalação da República, sendo a primeira do Rio Grande do Norte a possuir um núcleo republicano organizado chamado "Centro Republicano Seridoense", fundado em 1886 por Janúncio da Nóbrega. Com o Período Republicano e a cotonicultura, a cidade viveu um momento de rápido desenvolvimento com o deslocamento do centro político e econômico do estado da região litorânea (açúcar-têxtil) para o Seridó (algodão-pecuária), e com isso derrubar a Oligarquia Maranhão, que dominava o estado desde 1892.
Quando em 1923, o então presidente Artur Bernardes conduziu o caicoense José Augusto Bezerra de Medeiros para o governo do estado, abrindo caminho para outros seridoenses, como Juvenal Lamartine e Dinarte Mariz. Nessa época, Caicó viveu uma fase de intenso desenvolvimento e modernização, com a melhoria de sua infraestrutura, através da construção da ponte sobre o rio Seridó, instalação de telégrafo e rede telefônica, asfaltamento de rodovias, construção de aeródromo, "Grande Hotel", cinemas, hospital e colégios. Através de políticas higienistas sanitárias, se deu a ampliação da rede de abastecimento e saneamento, além da criação de um código de uso e ocupação do solo urbano.
Geografia
Sua altitude varia de cem a duzentos metros. A sede do município se localiza na depressão Sertaneja, terrenos baixos situados entre as partes altas do planalto da Borborema e da chapada do Apodi. As serras e picos mais altos do município pertencem ao planalto da Borborema. Tais picos são conhecidos por campos de inselbergs, originários de processos tectônicos remotos e pela erosão diferencial em função das propriedades das rochas que a compõe. O ponto mais elevado do município é um inselberg conhecido como Serra de São Bernardo, exibindo 638 metros de altitude. Segundo o conceituado geógrafo Aziz Ab'Saber, tais formações formam a área que apresenta as mais bizarras e rústicas paisagens morfológicas e fitogeográficas do Brasil.
O solo predominante é o bruno não cálcico vértico, de fertilidade natural alta, textura arenosa/argilosa e média/argilosa, moderadamente drenado com relevo suave e ondulado. Como ocorrências minerais, encontram-se: barita, calcário, talco, ouro e tungstênio; também há existência de recursos minerais associados como rochas ornamentais,especialmente: migmatitos, brita, rocha dimensionada, mármore e gnaisse.
A vegetação característica da área é a de Caatinga, de transição entre a Caatinga Hiperxerófila e Caatinga Subdesértica. Suas folhas caem durante o período seco e renascem após as primeiras chuvas. Trata-se da vegetação mais seca do Rio Grande do Norte, cujos componentes predominantes são cactos, árvores e arbustos dotados de microfilia, com um estrato herbáceo efêmero de rápida floração no período chuvoso. Segundo o Plano Nacional de Combate a Desertificação, Caicó está inserido em área susceptível à desertificação em categoria "Muito Grave".
O município encontra-se totalmente inserido nos domínios da bacia hidrográfica do rio Piranhas-Açu e é banhado pelos rios Seridó, que nasce na Serra dos Cariris, na Paraíba; Rio Sabugi, que nasce na Serra dos Teixeiras, na Paraíba; e Barra Nova, que nasce na Serra do Equador, em Parelhas, no RN. Todos os cursos d'água encontrados no município são de natureza intermitente. Ainda existe uma concentração de pequenas lagoas e açudes de pequeno e grande porte, sendo os mais importantes o Açude Itans com capacidade para 81.750.000 m³ de água, a Barragem Passagem das Traíras com capacidade para 49.702.393,65 m³, a Barragem das Carnaúbas com capacidade para 30.000.000 m³ e o Açude Mundo Novo da EMPARN, com capacidade para 3.000.000 m³.
Clima
O clima de Caicó é semiárido (do tipo Bsh na classificação climática de Köppen-Geiger), com temperatura média compensada anual de 28 °C e índice pluviométrico de 630 milímetros (mm) anuais, concentrados de janeiro a maio. As precipitações ocorrem sob a forma de chuva e, mais raramente, de granizo. O tempo de insolação é de aproximadamente 2.800 horas/ano.
Economia
Setor Primário
Caicó teve no setor primário a base de sua economia até o início dos anos 70. Atualmente, apenas 8,5% da população vive no meio rural. O meio rural sobrevive da agricultura familiar e da produção de leite, carne-de-sol e do queijos de manteiga e de coalho. Caicó possui o maior rebanho de bovinos e a maior produção leiteira do Rio Grande do Norte, fornecendo matéria-prima para a produção mensal de mais de 72 toneladas de queijo de manteiga, 27 toneladas de queijo coalho e mais de 6 mil litros de manteiga-de-garrafa em suas 93 unidades fabris. Sua principal unidade produtora de leite pasteurizado fornece 265 mil litros por mês.
A produção de cachaças já se destaca em nível nacional, tendo sua qualidade atestada pela imprensa especializada, a cachaça (Samanaú envelhecida) produzida em Caicó, é considerada a melhor do mundo em avaliação de revista dos Estados Unidos. No ano de 2000 o rebanho bovino da cidade era de 30508 cabeças, seguido pelo número de 36442 aves, 2094 caprinos e 11898 ovinos. A agricultura comercial destaca-se com o plantio de feijão, milho, girassol e arroz, mas não exercendo grande representatividade na economia municipal.
Setor Secundário
Em 1980, Caicó contava com 100 unidades industriais; em 1991, passou a contabilizar 141 estabelecimentos, o que representou um crescimento relativo de 41%, e, no ano de 2009 foram notificados 381 estabelecimentos, obtendo uma variação percentual no crescimento, entre 1991 e 2009, da ordem de 170%. A cidade destaca-se ainda por ser o maior polo de produção de bonés do Nordeste do Brasil. Tradicionalmente a cidade se destaca pela produção de bordados artesanais típicos que são valorizados no mercado interno e externo. A indústria têxtil vem se consolidando como a vocação da cidade e vem crescendo paulatinamente, principalmente o ramo de confecção de camisetas e underwear. A cidade ainda possui várias indústrias de beneficiamento de alimentos, como de laticínios (leite pasteurizado, queijos e iogurte); café, arroz e milho (torrefação, moagem e embalamento), sorvetes e panificação. No setor secundário ainda se destaca a produção de produtos à base de argila, como tijolos, lajotas e telhas, Caicó produz em média 1200 milheiros mensais. Quanto à produção de cal, a cidade fornece mais de 245 toneladas por mês. A principal matriz energética do município é o uso da lenha extraída de espécies da caatinga, isso se deve a inexistência de um gasoduto que reduzisse o impacto ambiental.
Setor Terciário
A cidade polariza os serviços da região do Seridó Potiguar e Paraibano, com serviços médicos, jurídicos, escolares e bancários; funcionalismo público; a presença das Forças Armadas - (1º Batalhão de Engenharia de Construção - Batalhão Seridó); além de seu intenso e diversificado comércio realizado com as cidades da região. Outro segmento que cresce no município é o turismo, onde observa-se a cada dia aumentar o número de restaurantes, pousadas, hotéis e a consequente especulação imobiliária.
Infraestrutura
Educação
Caicó conta com importantes universidades públicas e privadas:
A Faculdade Católica Santa Teresinha oferece cursos de Administração, Ciências Contábeis, Serviço Social. A cidade conta com um Polo da Universidade Potiguar que oferece cursos de graduação ofertados na modalidade semipresencial em Administração, Ciências Contábeis, Enfermagem, Educação Física, Engenharia Civil, Marketing, Nutrição, Pedagogia e Serviço Social.
Além disso, Caicó conta também com o Centro Regional de Ensino Superior do Seridó - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, oferecendo cursos presenciais de Contabilidade, Direito, Geografia, História, Pedagogia, Matemática, Sistemas de Informação e Medicina em uma estrutura multicampi.
A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Campus Caicó) dispõe dos cursos de Enfermagem, Filosofia e Odontologia.
O Instituto Federal do Rio Grande do Norte oferece graduações em Física e Tecnologia em Design de Moda, e ainda oferta cursos técnicos na área de Eletrotécnica, Informática, Têxtil e Vestuário, ainda atendendo a três mil alunos com cursos de qualificação e requalificação.
O município dispõe com instituições de ensino técnico como SENAC, SENAI, SEBRAE, SESI, além de cursos privados oferecidos por franquias e escolas de idiomas. Caicó dispõe ainda da Biblioteca Municipal Olegário Vale sediada em um prédio histórico da cidade, que detém um acervo de aproximadamente 8 mil livros. A mesma teve sua estrutura renovada, com rampas de acessibilidade, laboratórios de informática, videoteca, salas de estudo e pesquisa, sala infanto-juvenil e hemeroteca.
Parques e espaços públicos
A Ilha de Sant'ana trata-se de um complexo turístico rodeado pelo Rio Seridó dispondo de ginásio, praça, anfiteatro, área de Caatinga conservada, ciclovias, pontos geológicos de importância como a Pedra da Baleia, espaço para eventos, dentre outros. Atualmente está em curso o projeto de transformação das margens do Açude do Recreio em unidade de conservação. Ainda no início de 2014 foram iniciados estudos para a criação de mais três unidades de conservação (UC) no município através da Secretaria do Meio Ambiente, UFRN e Idema. As áreas escolhidas foram a Serra de São Bernardo, o açude Itans e um sítio privado.
Cultura
Culinária
A culinária caicoense trata-se da gastronomia tipicamente praticada na região do Seridó. Conhecida principalmente pelo consumo de derivados bovinos, como a carne-de-sol e os queijos típicos (manteiga e coalho), é grande parte baseada na culinária oriunda dos colonizadores portugueses, sofrendo influência dos costumes indígenas locais, judaicos e dos escravos africanos. Conhecida por chefs de cozinha por sua qualidade, exclusividade e valor nutritivo.
Arquitetura
O patrimônio arquitetônico de Caicó vai do colonial ao moderno. A arquitetura colonial presente no município foi construído após tal período, no entanto, houve preservação dessa linha, como pode ser vista na Casa de Pedra do português Gama, considerada primeira residência caicoense, e na antiga cadeia, atual Museu do Seridó. Com o enriquecimento da cidade, mediante a expansão da cotonicultura, Caicó investiu em sua urbanização inspirada nas cidades maiores de Pernambuco e Paraíba, de onde foram trazidos mestres para a elaboração de fachadas e beirais; Assim como sofreu inspiração europeia, trazida pelos arquitetos italianos "Irmãos Giffoni", que se estabeleceram na cidade durante a segunda metade do século XIX. Nessa época vigorou a arquitetura eclética, vista em residências espalhadas pelo centro da cidade e no Mercado Público Municipal. A partir da década de 40 do século XX, iniciou-se a transição do ecletismo para o proto-modernismo e modernismo, visto em algumas residências e no Centro Educacional José Augusto. O casario rural do município também merece destaque, como nas casas-sede das fazendas com sua arquitetura austera e simplificada, exibindo amplos alpendres e sotãos, assim como um dos elementos típicos da região, as cercas de pedra que delimitam as propriedades. Grande parte da arquitetura antiga do município vem sendo destruída ou alterada devido a inexistência de legislação municipal de proteção a esses bens.
Artes
O artesanato é uma das formas mais espontâneas da expressão cultural caicoense. A cidade é nacionalmente conhecida pela qualidade da confecção de bordados, mas ainda possui destaque seus trabalhos em couro e cerâmica. Em várias partes do município é possível encontrar uma produção artesanal diferenciada, feita com matérias-primas regionais e criada de acordo com a cultura e o modo de vida local. Alguns grupos reúnem diversos artesãos da região, disponibilizando espaço para confecção, exposição e venda dos produtos artesanais. Normalmente essas peças são vendidas em feiras, exposições ou lojas de artesanato. Na cidade destaca-se a Feira de Artesanato dos Municípios do Seridó, que é realizada desde 1983 e ocorre durante os festejos da padroeira de Caicó.
Quanto à música, a cidade possui desde 1907 a Filarmônica Recreio Caicoense sob administração municipal, também apelidada de "A Furiosa"; e o Coral Sertão Encanto pertencente a UFRN.
Atrações turísticas e eventos
Caicó possui diversos pontos turísticos espalhados por seu território, como o Museu do Seridó, o Castelo de Engady, o Largo de Santana, os Balneários do Iate Clube, a Estação de Psicultura do Açude Itans, o Mosteiro das Clarissas, o Centro Cultural Deputado Adjuto Dias, o Poço de Sant'Ana, a Ilha de Sant'Ana, a Casa de Pedra, o Sobrado Padre Guerra - Casa da Cultura, a Catedral de Sant'Ana, o Colégio Diocesano Seridoense, o Mercado Público Municipal, o Santuário do Rosário, o Arco do Triunfo, a Praça da Liberdade (ou Praça Senador Dinarte Mariz), a Praça Dr. José Augusto - Praça da Alimentação, o Antigo Casario Caicoense.
Caicó também realiza uma diversa quantidade de eventos todos os anos. Entre eles, destacam-se: o Carnaval (em fevereiro), o Caicó Fest (no mês de maio), as Vaquejadas, o Curta Caicó (Festival de Cinema, realizado no mês de junho), a Festa de Sant'Ana (padroeira caicoense, realizada no mês de julho), os Jogos Escolares do Rio Grande do Norte - JERN's - (que acontecem em agosto), a Festa do Rosário (realizada no mês de outubro), e a festa de emancipação política de Caicó, celebrada no mês de dezembro.
Museus e espaços culturais
- Museu do Seridó: é uma instituição da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), sendo uma unidade de preservação, conservação e divulgação da memória e da história seridoense. Sediado no antigo prédio do Senado da Câmara e cadeia pública da Vila do Príncipe, concluída em 1812. O acervo existente foi contextualizado a partir de um tema central - Seridó, terra nossa de cada dia, dividido em cinco núcleos expositivos: Seridó, terra e homem pré-cabralino; Sociedade, produção e trabalho; Devoção e arte no Seridó; Ofício e arte do Seridó; e Indústria alimentícia de subsistência. O museu ainda conta com exposições provisórias de artistas locais.
- Centro Cultural Dep. Adjuto Dias: foi inaugurado em 2002,possui 447 poltronas, 2 camarotes, uma sala de projeção de cinema, 4 camarins, 5 salas para oficinas, estacionamento para 300 carros, além de ar condicionado central. Ele está localizado no bairro Paraíba e ocupa uma área de 1.770 m². Destina-se a apresentação de expressões artísticas, como teatro, música, dança e artes plásticas.
- Casa da Cultura: localizada no sobrado do Padre Brito Guerra, prédio histórico da cidade, o local é dos mais atuantes quanto a presença de manifestações culturais. Contando atualmente com duas exposições permanentes: Brinquedos Populares e Galeria dos Imortais Caicoenses.
Referências culturais e históricas
A cidade é citada na série de composições "Bachianas Brasileiras" de Heitor Villa-Lobos, mais precisamente no terceiro movimento da "Bachianas Brasileiras nº 04", na forma de Cantiga, recolhida do folclore brasileiro por Teca Calazans, a mesma já foi gravada por Milton Nascimento, Alceu Valença, Pena Branca e Xavantinho, Elba Ramalho e Ney Matogrosso, sendo ainda utilizada como tema de abertura da série 3% da Netflix, em uma versão estilizada.
Caicó ainda foi tema da canção intitulada "A Prosa Impúrpura do Caicó" também conhecida como "Caicó Arcaico", composta por Chico César, onde faz um trocadilho com o título do filme de Woody Allen: "A Rosa Púrpura do Cairo", na canção ele descreve as contradições, realidade e fantasia, existentes na cidade.
A cidade também é citada na canção "Forrobodó" de Luiz Fidélis, conhecida pela interpretação da banda de forró Mastruz com Leite.
A canção instrumental "Rock de Caicó" composta por Aroldo Macedo, em homenagem a cidade-natal de sua esposa, lançada no disco "A Banda da Carmen Miranda", considerada uma mistura de frevo com rock, se tornou um dos hinos de carnaval do trio elétrico de Armandinho, Dodô e Osmar. Aroldo criou, em parceria com o luthier Elifas Santana, um modelo de guitarra baiana denominada "Série Caicó".
Frei Caneca descreve Caicó em seu diário durante a Confederação do Equador em 26 de Novembro de 1824, como uma vila de povo liberal, com uma igreja não pequena, nova e bem paramentada; Elogia o Sobrado do vigário e as casas da vila, descreve o terreno como plano porém pedregoso, relata sobre suas fontes de água e ressalta a pouca ou inexistência de comércio na época.
O escritor Mário de Andrade cita Caicó em sua série de crônicas chamada "O Turista Aprendiz" publicadas em 1929 no Diário Nacional, relata a frustração de não ter encontrado os Negros do Rosário, se diz assombrado com as casas novas e bem arrumadas, sentindo progresso em contraste com outras cidades do semiárido. Ainda destaca o solo pedregoso e as cercas das fazendas com seus muros intermináveis de pedra. Destaca a região como a mais progressista do estado pela valorização do algodão mocó e açudagem particular abundante.
O poeta modernista Manuel Bandeira cita o algodão produzido na região na poesia "Não sei dançar" do seu livro intitulado Libertinagem, em meio a um elogio hiperbólico irônico de representações nacionais ufanistas.
O Barão de Serra Branca, Felipe Néri de Carvalho e Silva, faleceu nos arredores de Caicó, enquanto voltava de uma viagem a Juazeiro do Norte.
Esportes
O esporte mais popular no município é o futebol, onde os jogos profissionais são sediados no estádio Senador Dinarte Mariz, casa do Atlético Clube Corintians de Caicó, que junto com o Caicó Esporte Clube formam as únicas equipes profissionais de Caicó. A cidade realiza anualmente a Corrida de Santana, principal evento de atletismo, além de possuir tradição em sediar eventos de outros esportes, como MMA, motocross, e uma das etapas do Rally dos Sertões. Tradicionalmente há a realização de vaquejadas muito procuradas pela população local. Caicó ainda conta com um Clube de Tiro. A cidade sedia anualmente os JERN's - Jogos Escolares do Rio Grande do Norte, onde congrega os municípios da região polarizados por Caicó. Em 2013, houve a Virada Esportiva, realizada no aniversário da emancipação política do município.
Feriados municipais
Caicó apresenta em seu calendário dois feriados municipais, oito feriados nacionais e três pontos facultativos. Os feriados municipais são no dia 16 de dezembro, data de aniversário do município (apesar de que essa data de 16 de dezembro é referente a ereção da Vila Nova do Príncipe à Cidade do Príncipe, posteriormente nominada de Caicó, sendo 31 de julho de 1788 a real data de emancipação política da Cidade, que foi definida por meio da Lei nº 5.408, de 21 de Julho de 2022, mas o tradicional feriado do dia 16 de dezembro continuou normalmente para se manter as tradições) e um feriado móvel em honra à padroeira da cidade, Sant'Ana, geralmente a última quinta-feira do mês de julho, de acordo com a lei municipal nº 3.096 de 12 de junho de 1987.
Referência para o texto: Wikipédia .
Existem várias versões sobre a origem e adoção do nome do município de "Caicó". Uma teoria é que o topônimo municipal deriva da tribo indígena que povoava a região na época da chegada dos desbravadores - Os Caicós da família indígena dos Cariris. Segundo alguns indianistas a palavra significaria "macaco esfolado" e seria alcunha dada à tribo local por outra, sua inimiga. No dicionário da língua tupi-guarani, Lemos Barbosa diz que a palavra Caicó deriva da língua cariri e que significa "mato ralo", em referência ao aspecto da natureza física regional.
Segundo o pesquisador Olavo de Medeiros Filho, o topônimo vinha de uma ave agourenta, comedora de cobras e que havia em abundância no curso d'água que passava próximo a casa-forte do cuó, chamado rio Acauã. Os topônimos "acauã" e "cuó" seriam sinônimos, sendo a primeira forma em tupi e a segunda em tarairiu e ambas as formas designavam o pássaro que dava nome ao rio e à região. Considerando a partícula "quei" como sendo "rio", rio Acauã seria o mesmo que "Queicuó", posteriormente Caicó.
Outra versão é defendida por Câmara Cascudo, que refere sua gênese a partir dos termos "Acauã" e "Cuó", que servem à designação de acidentes geográficos (rio e serra, respectivamente). "Acauã" pertence à língua Tupi e "Cuó", ao dialeto dos tapuias e tarairius. Tais tribos ainda identificavam o rio pelo termo "quei", o que sugere que Caicó seja uma corruptela de "Queicuó", o mesmo que rio do Cuó.
História
Pré-história
Entre o fim do Pleistoceno e início do Holoceno, começaram a ser ocupadas áreas por grupos de caçadores que se estabeleceram próximo aos rios e fontes d’água, adaptando-se, assim, às árduas condições dos sertões. As mais antigas datações radiocarbônicas de enterramentos humanos da região do Seridó são de aproximadamente 10 mil anos atrás, encontrada no município de Parelhas. Nessa época, os grupos humanos coabitavam com espécimes hoje extintas de megafauna, como tigres dentes-de-sabre, mastodontes, paleolamas, preguiças gigantes e tatus gigantes.
As pinturas rupestres encontradas na região são agrupadas em uma sub tradição, que é a representação visual de um universo simbólico primitivo, não necessariamente pertençam aos mesmos grupos étnicos podendo estar separados por cronologias distantes; sendo chamada de sub tradição Seridó, caracterizada por figuras de pirogas (embarcações rudimentares), objetos e ornamentos corporais e representação de plantas, dando ideia de paisagem. São constantes ainda temas como a caça, envolvendo animais como veados, emas, tucanos, onças, araras e capivaras; dança ritual em torno de árvore e o lúdico, na forma de “jogos”. A sociedade da Sub tradição Seridó era estritamente hierárquica, caracterizada pelas representações de antropomorfos com cocares sobre a cabeça, identificadores de sua alta posição social.
Hoje ainda são encontradas na região figuras da Tradição Itaquatiara ou Itaquatiaras, aparecendo em blocos ou rochas ao lado dos cursos d’água, nelas aparecem, comumente, grafismos puros e sinais como tridígitos, círculos, linhas e quadrados, como os encontrados no sítio arqueológico da Gruta da Caridade. Tais registros reforça a hipótese de que o seu território foi povoado por diversas levas de povos pré-históricos, em diferentes épocas. Esse povoamento, feito através de diferentes grupos humanos, deu origem às tribos indígenas.
Colonização e povoamento
A região da Ribeira do Seridó era habitada pelos índios cariris e tarairiús, divididos em cinco grandes grupos: canindés, cariris, jenipapos, sucurus e pegas. O primeiro contato e tentativa de colonização se deu pelos flamengos, no entanto, não obteve sucesso devido à Guerra dos Bárbaros ou Confederação Cariri.
Em 1687, chega às terras o coronel Antônio de Albuquerque da Câmara, para combater os gentios, usando a Casa Forte do Cuó como base militar. No entanto o ambiente continuava tenso, a ponto do então governador-geral do Brasil, Matias da Cunha em 1688, convocar os serviços do bandeirante Domingos Jorge Velho, que combateu vindo a prender o cacique Canindé, que em 1692 firmou um acordo de paz com os portugueses.
O povoamento se deu inicialmente por paraibanos e pernambucanos à procura de terras para criação de gado, uma vez que a Carta Régia de 1701 proibia o criatório de gado a menos de 10 léguas do litoral para não interferir na produção de cana-de-açúcar. Foram concedidas sesmarias como recompensa por feitios militares, como a expulsão dos holandeses e para padres, com a construção da capela em honra a Sant'Ana em 1695. Já em 1700 se deu a fundação do Arraial de Queiquó, por Manuel de Souza Forte. No entanto as primeiras famílias a se instalarem plenamente se deu a partir de 1720, por portugueses vindos principalmente do norte de Portugal e Açores.
Em 7 de julho de 1735, o arraial foi elevado a condição de "Povoado de Caicó". No intuito de interiorizar o povoamento do nordeste, o Marquês de Pombal elevou à condição de Vila, batizando-a de Vila Nova do Príncipe, em homenagem ao então príncipe e futuro rei Dom João VI. Tornando-se assim sede da Freguesia da Gloriosa Senhora Sant'Ana do Seridó, desmembrada em 1748 da Freguesia de Nossa Senhora do Bom Sucesso de Piancó, atual cidade de Pombal, no estado da Paraíba. E aos 15 de dezembro de 1868 o governador da Província, Manuel José Marinho, assinou a Lei Provincial nº 612, elevando a mesma à categoria de cidade com o nome de “Cidade do Príncipe”. Até que, em 1890, o Governo Provisório alterou o nome para "Cidade do Seridó". Tal decreto revogado em 7 de julho do mesmo ano, alteraria o nome da cidade para Caicó, nome indígena pelo qual era conhecida desde a fundação. A adoção do nome Caicó se deu com objetivo de expurgar as marcas do Império presentes na terminologia "Cidade do Príncipe", estando inserida no contexto da nova política nacional republicana.
Demarcação do território e integração ao Rio Grande do Norte
Em 1735, a elevação do arraial do Queiquó a povoação e, posteriormente, a sede de freguesia, provocariam uma crise com a província da Paraíba, devido aos limites do território seridoense reivindicado por ambas as províncias. Caicó, judicial e religiosamente, pertencia à comarca e à freguesia de Nossa Senhora do Bonsucesso do Piancó, atualmente cidade de Pombal, no sertão da Paraíba. A disputa pelos limites administrativos entre as duas províncias decorria, em parte, pela ausência de autonomia do Rio Grande. A capitania esteve subordinada juridicamente à Paraíba até 1818, quando foi criada a Comarca de Natal.
A interação do sertão com a sede política da Capitania e da Província do Rio Grande foi escassa na Colônia e no Império, no entanto, em 1812, com a formação das Juntas Constitucionais das capitanias por ordem das Cortes de Lisboa, ocorreu a nomeação de dois seridoenses para a Junta Constitucional Provisória da capitania do Rio Grande: o acariense Capitão-mor Manuel de Medeiros Rocha, sendo sucedido pelo Padre Francisco de Brito Guerra, vigário do Príncipe (Caicó), que assumiu sua primeira legislatura, como deputado geral, entre os anos de 1831 e 1833 e foi senador vitalício do Império em 1837.
O Padre Brito Guerra procurando objetivar os limites da Vila Nova do Príncipe propôs ao Senado a demarcação do território da vila, representando o interesse potiguar. Seu projeto foi ratificado pelo Decreto de 25 de outubro de 1831. Três anos após o decreto publicado, a insatisfação paraibana permanecia. Em 1834, a Assembleia Provincial paraibana, em conjunto com a Câmara da Vila de Patos, representavam à Câmara Nacional, solicitando a revogação do decreto de 1831. No mesmo ano em que a Paraíba formalizou seu protesto, a Assembleia do Rio Grande do Norte enviou sua representação "contra as pretensões da Província da Paraíba, que trabalha por destruir a lei de 25 de outubro de 1831.
Ocorreram abaixo-assinados remetidos pelos "juízes de paz, inspetores, guardas nacionais e proprietários", enviados pelas câmaras das Vilas de Acari e Príncipe - onde se mostravam "contentes em pertencer à Província do Rio Grande do Norte"-, percebemos que os móveis do descontentamento respondiam pela Freguesia de Patos e pelas pretensões da Vila de Pombal. Os limites de Caicó estavam estabelecidos, então delimitou-se a enquadrar-se seu espaço no território do Rio Grande do Norte.
Ciclo do algodão
No final do século XIX, popularizou-se o plantio de algodão nas terras do Seridó, que até então era dominado pela pecuária. Caicó, assim como toda a região do Seridó, se orgulhava em produzir uma das melhores variedades de algodão do mundo, o algodão Mocó ou algodão Seridó, variedade que resistia às secas e fornecia capuchos de fibras longas, resistentes, de brancura única e poucas sementes.
O algodão seridoense abastecia inicialmente as indústrias têxteis da Inglaterra, que, até esse momento, se abastecia do algodão estadunidense, mas que, por motivo da independência estadunidense, teve seu fornecimento bloqueado. Foi, então, preciso buscar matéria-prima em outros locais. Quando a Inglaterra retomou o comércio com os Estados Unidos, o algodão seridoense ficou em segundo plano, mas a produção já tinha destino substitutivo: as indústrias paulistas que começavam a surgir.
Em 1905, o algodão superou o status do açúcar no estado, que, com o crescimento econômico, fez surgir políticos seridoenses, assim como uma elite agrária local. Ao assegurarem o controle político do estado, buscou-se realizar as melhorias adequadas para o cultivo e escoamento do algodão. Em 1924, foi criado o Departamento de Agricultura, posteriormente o Serviço Estadual do Algodão (1924) e o Serviço de Classificação do Algodão (1927), além de outras melhorias como a construção de rodovias ligando o Seridó à capital.
Mas em meados de 1918, os paulistas começam a investir em sua produção própria, após uma geada que destruiu as plantações de café e gradativamente deixaram de comprar o algodão seridoense; aliados a falta de investimentos em tecnologia, secas prolongadas e a inserção de pragas, como o bicudo que dizimou vastos algodoais, iniciou-se então a decadência do ciclo algodoeiro.
Com interesses políticos, Assis Chateaubriand se uniu a grupos de indústrias têxteis nacionais, como a Fábrica de Tecidos Bangu e a Companhia de Tecidos Rio Tinto, no intuito de levar o algodão do Seridó para alta costura, entrou em contato e patrocinou visitas ao Brasil de estilistas europeus, como Jacques Fath, Marcel Rochas e Elsa Schiaparelli. Jacques Fath apresentou uma coleção com 25 peças confeccionadas com Algodão Seridó na França, em sua mansão em Coberville em 3 de agosto de 1952.
Mesmo com essa situação de decadência, foi em Caicó no ano de 1984, que se deu o primeiro registro da colheita de algodão de fibra colorida, dando a partir daí todo o processo de melhoramento genético dessa linhagem.
Período republicano
Caicó foi uma das cidades pioneiras a lutar pela instalação da República, sendo a primeira do Rio Grande do Norte a possuir um núcleo republicano organizado chamado "Centro Republicano Seridoense", fundado em 1886 por Janúncio da Nóbrega. Com o Período Republicano e a cotonicultura, a cidade viveu um momento de rápido desenvolvimento com o deslocamento do centro político e econômico do estado da região litorânea (açúcar-têxtil) para o Seridó (algodão-pecuária), e com isso derrubar a Oligarquia Maranhão, que dominava o estado desde 1892.
Quando em 1923, o então presidente Artur Bernardes conduziu o caicoense José Augusto Bezerra de Medeiros para o governo do estado, abrindo caminho para outros seridoenses, como Juvenal Lamartine e Dinarte Mariz. Nessa época, Caicó viveu uma fase de intenso desenvolvimento e modernização, com a melhoria de sua infraestrutura, através da construção da ponte sobre o rio Seridó, instalação de telégrafo e rede telefônica, asfaltamento de rodovias, construção de aeródromo, "Grande Hotel", cinemas, hospital e colégios. Através de políticas higienistas sanitárias, se deu a ampliação da rede de abastecimento e saneamento, além da criação de um código de uso e ocupação do solo urbano.
Geografia
Sua altitude varia de cem a duzentos metros. A sede do município se localiza na depressão Sertaneja, terrenos baixos situados entre as partes altas do planalto da Borborema e da chapada do Apodi. As serras e picos mais altos do município pertencem ao planalto da Borborema. Tais picos são conhecidos por campos de inselbergs, originários de processos tectônicos remotos e pela erosão diferencial em função das propriedades das rochas que a compõe. O ponto mais elevado do município é um inselberg conhecido como Serra de São Bernardo, exibindo 638 metros de altitude. Segundo o conceituado geógrafo Aziz Ab'Saber, tais formações formam a área que apresenta as mais bizarras e rústicas paisagens morfológicas e fitogeográficas do Brasil.
O solo predominante é o bruno não cálcico vértico, de fertilidade natural alta, textura arenosa/argilosa e média/argilosa, moderadamente drenado com relevo suave e ondulado. Como ocorrências minerais, encontram-se: barita, calcário, talco, ouro e tungstênio; também há existência de recursos minerais associados como rochas ornamentais,especialmente: migmatitos, brita, rocha dimensionada, mármore e gnaisse.
A vegetação característica da área é a de Caatinga, de transição entre a Caatinga Hiperxerófila e Caatinga Subdesértica. Suas folhas caem durante o período seco e renascem após as primeiras chuvas. Trata-se da vegetação mais seca do Rio Grande do Norte, cujos componentes predominantes são cactos, árvores e arbustos dotados de microfilia, com um estrato herbáceo efêmero de rápida floração no período chuvoso. Segundo o Plano Nacional de Combate a Desertificação, Caicó está inserido em área susceptível à desertificação em categoria "Muito Grave".
O município encontra-se totalmente inserido nos domínios da bacia hidrográfica do rio Piranhas-Açu e é banhado pelos rios Seridó, que nasce na Serra dos Cariris, na Paraíba; Rio Sabugi, que nasce na Serra dos Teixeiras, na Paraíba; e Barra Nova, que nasce na Serra do Equador, em Parelhas, no RN. Todos os cursos d'água encontrados no município são de natureza intermitente. Ainda existe uma concentração de pequenas lagoas e açudes de pequeno e grande porte, sendo os mais importantes o Açude Itans com capacidade para 81.750.000 m³ de água, a Barragem Passagem das Traíras com capacidade para 49.702.393,65 m³, a Barragem das Carnaúbas com capacidade para 30.000.000 m³ e o Açude Mundo Novo da EMPARN, com capacidade para 3.000.000 m³.
Clima
O clima de Caicó é semiárido (do tipo Bsh na classificação climática de Köppen-Geiger), com temperatura média compensada anual de 28 °C e índice pluviométrico de 630 milímetros (mm) anuais, concentrados de janeiro a maio. As precipitações ocorrem sob a forma de chuva e, mais raramente, de granizo. O tempo de insolação é de aproximadamente 2.800 horas/ano.
Economia
Setor Primário
Caicó teve no setor primário a base de sua economia até o início dos anos 70. Atualmente, apenas 8,5% da população vive no meio rural. O meio rural sobrevive da agricultura familiar e da produção de leite, carne-de-sol e do queijos de manteiga e de coalho. Caicó possui o maior rebanho de bovinos e a maior produção leiteira do Rio Grande do Norte, fornecendo matéria-prima para a produção mensal de mais de 72 toneladas de queijo de manteiga, 27 toneladas de queijo coalho e mais de 6 mil litros de manteiga-de-garrafa em suas 93 unidades fabris. Sua principal unidade produtora de leite pasteurizado fornece 265 mil litros por mês.
A produção de cachaças já se destaca em nível nacional, tendo sua qualidade atestada pela imprensa especializada, a cachaça (Samanaú envelhecida) produzida em Caicó, é considerada a melhor do mundo em avaliação de revista dos Estados Unidos. No ano de 2000 o rebanho bovino da cidade era de 30508 cabeças, seguido pelo número de 36442 aves, 2094 caprinos e 11898 ovinos. A agricultura comercial destaca-se com o plantio de feijão, milho, girassol e arroz, mas não exercendo grande representatividade na economia municipal.
Setor Secundário
Em 1980, Caicó contava com 100 unidades industriais; em 1991, passou a contabilizar 141 estabelecimentos, o que representou um crescimento relativo de 41%, e, no ano de 2009 foram notificados 381 estabelecimentos, obtendo uma variação percentual no crescimento, entre 1991 e 2009, da ordem de 170%. A cidade destaca-se ainda por ser o maior polo de produção de bonés do Nordeste do Brasil. Tradicionalmente a cidade se destaca pela produção de bordados artesanais típicos que são valorizados no mercado interno e externo. A indústria têxtil vem se consolidando como a vocação da cidade e vem crescendo paulatinamente, principalmente o ramo de confecção de camisetas e underwear. A cidade ainda possui várias indústrias de beneficiamento de alimentos, como de laticínios (leite pasteurizado, queijos e iogurte); café, arroz e milho (torrefação, moagem e embalamento), sorvetes e panificação. No setor secundário ainda se destaca a produção de produtos à base de argila, como tijolos, lajotas e telhas, Caicó produz em média 1200 milheiros mensais. Quanto à produção de cal, a cidade fornece mais de 245 toneladas por mês. A principal matriz energética do município é o uso da lenha extraída de espécies da caatinga, isso se deve a inexistência de um gasoduto que reduzisse o impacto ambiental.
Setor Terciário
A cidade polariza os serviços da região do Seridó Potiguar e Paraibano, com serviços médicos, jurídicos, escolares e bancários; funcionalismo público; a presença das Forças Armadas - (1º Batalhão de Engenharia de Construção - Batalhão Seridó); além de seu intenso e diversificado comércio realizado com as cidades da região. Outro segmento que cresce no município é o turismo, onde observa-se a cada dia aumentar o número de restaurantes, pousadas, hotéis e a consequente especulação imobiliária.
Infraestrutura
Educação
Caicó conta com importantes universidades públicas e privadas:
A Faculdade Católica Santa Teresinha oferece cursos de Administração, Ciências Contábeis, Serviço Social. A cidade conta com um Polo da Universidade Potiguar que oferece cursos de graduação ofertados na modalidade semipresencial em Administração, Ciências Contábeis, Enfermagem, Educação Física, Engenharia Civil, Marketing, Nutrição, Pedagogia e Serviço Social.
Além disso, Caicó conta também com o Centro Regional de Ensino Superior do Seridó - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, oferecendo cursos presenciais de Contabilidade, Direito, Geografia, História, Pedagogia, Matemática, Sistemas de Informação e Medicina em uma estrutura multicampi.
A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Campus Caicó) dispõe dos cursos de Enfermagem, Filosofia e Odontologia.
O Instituto Federal do Rio Grande do Norte oferece graduações em Física e Tecnologia em Design de Moda, e ainda oferta cursos técnicos na área de Eletrotécnica, Informática, Têxtil e Vestuário, ainda atendendo a três mil alunos com cursos de qualificação e requalificação.
O município dispõe com instituições de ensino técnico como SENAC, SENAI, SEBRAE, SESI, além de cursos privados oferecidos por franquias e escolas de idiomas. Caicó dispõe ainda da Biblioteca Municipal Olegário Vale sediada em um prédio histórico da cidade, que detém um acervo de aproximadamente 8 mil livros. A mesma teve sua estrutura renovada, com rampas de acessibilidade, laboratórios de informática, videoteca, salas de estudo e pesquisa, sala infanto-juvenil e hemeroteca.
Parques e espaços públicos
A Ilha de Sant'ana trata-se de um complexo turístico rodeado pelo Rio Seridó dispondo de ginásio, praça, anfiteatro, área de Caatinga conservada, ciclovias, pontos geológicos de importância como a Pedra da Baleia, espaço para eventos, dentre outros. Atualmente está em curso o projeto de transformação das margens do Açude do Recreio em unidade de conservação. Ainda no início de 2014 foram iniciados estudos para a criação de mais três unidades de conservação (UC) no município através da Secretaria do Meio Ambiente, UFRN e Idema. As áreas escolhidas foram a Serra de São Bernardo, o açude Itans e um sítio privado.
Cultura
Culinária
A culinária caicoense trata-se da gastronomia tipicamente praticada na região do Seridó. Conhecida principalmente pelo consumo de derivados bovinos, como a carne-de-sol e os queijos típicos (manteiga e coalho), é grande parte baseada na culinária oriunda dos colonizadores portugueses, sofrendo influência dos costumes indígenas locais, judaicos e dos escravos africanos. Conhecida por chefs de cozinha por sua qualidade, exclusividade e valor nutritivo.
Arquitetura
O patrimônio arquitetônico de Caicó vai do colonial ao moderno. A arquitetura colonial presente no município foi construído após tal período, no entanto, houve preservação dessa linha, como pode ser vista na Casa de Pedra do português Gama, considerada primeira residência caicoense, e na antiga cadeia, atual Museu do Seridó. Com o enriquecimento da cidade, mediante a expansão da cotonicultura, Caicó investiu em sua urbanização inspirada nas cidades maiores de Pernambuco e Paraíba, de onde foram trazidos mestres para a elaboração de fachadas e beirais; Assim como sofreu inspiração europeia, trazida pelos arquitetos italianos "Irmãos Giffoni", que se estabeleceram na cidade durante a segunda metade do século XIX. Nessa época vigorou a arquitetura eclética, vista em residências espalhadas pelo centro da cidade e no Mercado Público Municipal. A partir da década de 40 do século XX, iniciou-se a transição do ecletismo para o proto-modernismo e modernismo, visto em algumas residências e no Centro Educacional José Augusto. O casario rural do município também merece destaque, como nas casas-sede das fazendas com sua arquitetura austera e simplificada, exibindo amplos alpendres e sotãos, assim como um dos elementos típicos da região, as cercas de pedra que delimitam as propriedades. Grande parte da arquitetura antiga do município vem sendo destruída ou alterada devido a inexistência de legislação municipal de proteção a esses bens.
Artes
O artesanato é uma das formas mais espontâneas da expressão cultural caicoense. A cidade é nacionalmente conhecida pela qualidade da confecção de bordados, mas ainda possui destaque seus trabalhos em couro e cerâmica. Em várias partes do município é possível encontrar uma produção artesanal diferenciada, feita com matérias-primas regionais e criada de acordo com a cultura e o modo de vida local. Alguns grupos reúnem diversos artesãos da região, disponibilizando espaço para confecção, exposição e venda dos produtos artesanais. Normalmente essas peças são vendidas em feiras, exposições ou lojas de artesanato. Na cidade destaca-se a Feira de Artesanato dos Municípios do Seridó, que é realizada desde 1983 e ocorre durante os festejos da padroeira de Caicó.
Quanto à música, a cidade possui desde 1907 a Filarmônica Recreio Caicoense sob administração municipal, também apelidada de "A Furiosa"; e o Coral Sertão Encanto pertencente a UFRN.
Atrações turísticas e eventos
Caicó possui diversos pontos turísticos espalhados por seu território, como o Museu do Seridó, o Castelo de Engady, o Largo de Santana, os Balneários do Iate Clube, a Estação de Psicultura do Açude Itans, o Mosteiro das Clarissas, o Centro Cultural Deputado Adjuto Dias, o Poço de Sant'Ana, a Ilha de Sant'Ana, a Casa de Pedra, o Sobrado Padre Guerra - Casa da Cultura, a Catedral de Sant'Ana, o Colégio Diocesano Seridoense, o Mercado Público Municipal, o Santuário do Rosário, o Arco do Triunfo, a Praça da Liberdade (ou Praça Senador Dinarte Mariz), a Praça Dr. José Augusto - Praça da Alimentação, o Antigo Casario Caicoense.
Caicó também realiza uma diversa quantidade de eventos todos os anos. Entre eles, destacam-se: o Carnaval (em fevereiro), o Caicó Fest (no mês de maio), as Vaquejadas, o Curta Caicó (Festival de Cinema, realizado no mês de junho), a Festa de Sant'Ana (padroeira caicoense, realizada no mês de julho), os Jogos Escolares do Rio Grande do Norte - JERN's - (que acontecem em agosto), a Festa do Rosário (realizada no mês de outubro), e a festa de emancipação política de Caicó, celebrada no mês de dezembro.
Museus e espaços culturais
- Museu do Seridó: é uma instituição da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), sendo uma unidade de preservação, conservação e divulgação da memória e da história seridoense. Sediado no antigo prédio do Senado da Câmara e cadeia pública da Vila do Príncipe, concluída em 1812. O acervo existente foi contextualizado a partir de um tema central - Seridó, terra nossa de cada dia, dividido em cinco núcleos expositivos: Seridó, terra e homem pré-cabralino; Sociedade, produção e trabalho; Devoção e arte no Seridó; Ofício e arte do Seridó; e Indústria alimentícia de subsistência. O museu ainda conta com exposições provisórias de artistas locais.
- Centro Cultural Dep. Adjuto Dias: foi inaugurado em 2002,possui 447 poltronas, 2 camarotes, uma sala de projeção de cinema, 4 camarins, 5 salas para oficinas, estacionamento para 300 carros, além de ar condicionado central. Ele está localizado no bairro Paraíba e ocupa uma área de 1.770 m². Destina-se a apresentação de expressões artísticas, como teatro, música, dança e artes plásticas.
- Casa da Cultura: localizada no sobrado do Padre Brito Guerra, prédio histórico da cidade, o local é dos mais atuantes quanto a presença de manifestações culturais. Contando atualmente com duas exposições permanentes: Brinquedos Populares e Galeria dos Imortais Caicoenses.
Referências culturais e históricas
A cidade é citada na série de composições "Bachianas Brasileiras" de Heitor Villa-Lobos, mais precisamente no terceiro movimento da "Bachianas Brasileiras nº 04", na forma de Cantiga, recolhida do folclore brasileiro por Teca Calazans, a mesma já foi gravada por Milton Nascimento, Alceu Valença, Pena Branca e Xavantinho, Elba Ramalho e Ney Matogrosso, sendo ainda utilizada como tema de abertura da série 3% da Netflix, em uma versão estilizada.
Caicó ainda foi tema da canção intitulada "A Prosa Impúrpura do Caicó" também conhecida como "Caicó Arcaico", composta por Chico César, onde faz um trocadilho com o título do filme de Woody Allen: "A Rosa Púrpura do Cairo", na canção ele descreve as contradições, realidade e fantasia, existentes na cidade.
A cidade também é citada na canção "Forrobodó" de Luiz Fidélis, conhecida pela interpretação da banda de forró Mastruz com Leite.
A canção instrumental "Rock de Caicó" composta por Aroldo Macedo, em homenagem a cidade-natal de sua esposa, lançada no disco "A Banda da Carmen Miranda", considerada uma mistura de frevo com rock, se tornou um dos hinos de carnaval do trio elétrico de Armandinho, Dodô e Osmar. Aroldo criou, em parceria com o luthier Elifas Santana, um modelo de guitarra baiana denominada "Série Caicó".
Frei Caneca descreve Caicó em seu diário durante a Confederação do Equador em 26 de Novembro de 1824, como uma vila de povo liberal, com uma igreja não pequena, nova e bem paramentada; Elogia o Sobrado do vigário e as casas da vila, descreve o terreno como plano porém pedregoso, relata sobre suas fontes de água e ressalta a pouca ou inexistência de comércio na época.
O escritor Mário de Andrade cita Caicó em sua série de crônicas chamada "O Turista Aprendiz" publicadas em 1929 no Diário Nacional, relata a frustração de não ter encontrado os Negros do Rosário, se diz assombrado com as casas novas e bem arrumadas, sentindo progresso em contraste com outras cidades do semiárido. Ainda destaca o solo pedregoso e as cercas das fazendas com seus muros intermináveis de pedra. Destaca a região como a mais progressista do estado pela valorização do algodão mocó e açudagem particular abundante.
O poeta modernista Manuel Bandeira cita o algodão produzido na região na poesia "Não sei dançar" do seu livro intitulado Libertinagem, em meio a um elogio hiperbólico irônico de representações nacionais ufanistas.
O Barão de Serra Branca, Felipe Néri de Carvalho e Silva, faleceu nos arredores de Caicó, enquanto voltava de uma viagem a Juazeiro do Norte.
Esportes
O esporte mais popular no município é o futebol, onde os jogos profissionais são sediados no estádio Senador Dinarte Mariz, casa do Atlético Clube Corintians de Caicó, que junto com o Caicó Esporte Clube formam as únicas equipes profissionais de Caicó. A cidade realiza anualmente a Corrida de Santana, principal evento de atletismo, além de possuir tradição em sediar eventos de outros esportes, como MMA, motocross, e uma das etapas do Rally dos Sertões. Tradicionalmente há a realização de vaquejadas muito procuradas pela população local. Caicó ainda conta com um Clube de Tiro. A cidade sedia anualmente os JERN's - Jogos Escolares do Rio Grande do Norte, onde congrega os municípios da região polarizados por Caicó. Em 2013, houve a Virada Esportiva, realizada no aniversário da emancipação política do município.
Feriados municipais
Caicó apresenta em seu calendário dois feriados municipais, oito feriados nacionais e três pontos facultativos. Os feriados municipais são no dia 16 de dezembro, data de aniversário do município (apesar de que essa data de 16 de dezembro é referente a ereção da Vila Nova do Príncipe à Cidade do Príncipe, posteriormente nominada de Caicó, sendo 31 de julho de 1788 a real data de emancipação política da Cidade, que foi definida por meio da Lei nº 5.408, de 21 de Julho de 2022, mas o tradicional feriado do dia 16 de dezembro continuou normalmente para se manter as tradições) e um feriado móvel em honra à padroeira da cidade, Sant'Ana, geralmente a última quinta-feira do mês de julho, de acordo com a lei municipal nº 3.096 de 12 de junho de 1987.
Referência para o texto: Wikipédia .