segunda-feira, 30 de outubro de 2023

CAPIVARI - SÃO PAULO

Capivari é um município brasileiro do interior do estado de São Paulo, pertencente à Região Imediata de Piracicaba, que por sua vez pertence à Região Intermediária de Campinas. A população da cidade de Capivari (SP) chegou a 50.068 pessoas no Censo de 2022.
História
Surgimento do povoado

No início do século XVIII, Capivari recebeu os primeiros visitantes. Alguns deles encontraram um lugar com bom terreno, clima, água e peixes. Montaram acampamentos e decidiram começar uma nova vida. Em 1718, com a descoberta de ricas jazidas de ouro, nas cercanias de Cuiabá – período este em que um grande número de aventureiros passou por ela para abreviar o caminho até Mato Grosso –, em busca do metal precioso. Essas viagens aconteceram por via fluvial, pois a mata não oferecia condições favoráveis. Os aventureiros enfrentavam grandes perigos, fome e lutas ao longo do caminho. Uma dessas monções saiu de Porto Feliz, por ordem do marquês de Pombal e sob o comando do capitão general Morgado de Mateus, mas foi dizimada em grande parte por indígenas.
Por ser de difícil acesso, o lugar também foi escolhido pelos governadores das capitanias hereditárias para isolarem seus inimigos políticos. Longe dos centros urbanos, essas pessoas sentiram a necessidade de procurar uma maneira de se proteger das perseguições. E para isso, passaram a montar acampamentos às margens do rio, buscando assim, locais com bom clima, topografia e águas favoráveis à sobrevivência. No final do século XVIII, um grupo de ituanos encontrou um local com essas características e decidiu se estabelecer ali.
Assim, em 30 de abril de 1783, Antônio Pires de Almeida Moura e Joaquim da Costa Garcia, fundaram o “Arraial de São João de Capivary de Baixo”. Muitas famílias vieram de Itu e Porto Feliz e, dessa forma, o povoado começou a crescer, em 1785, Francisco Idorgo pede à Câmara de Itu e consegue fazer com que se instale a primeira venda: a “Venda do Chico”, este fato também atrai mais moradores ao longo dos tempos com a vontade de crescimento em novas terras.
No ano de 1790, o povoado aparece nos censos realizados por Itu com uma população flutuante. Na maioria, trabalhadores de empreiteiras que executavam serviços e se mudavam no final das obras. Já em 1800, às margens do lendário “Rio das Capivaras” floresce uma pequena população que mais tarde passa a se chamar Capivari, (da linguá Tupi, "Kapibara" = Capivara e "y"= rio).
A partir de 1800, a pequena povoação foi ganhando novos moradores atraídos pelos comentários e deslumbramentos com o local. Às margens de um rio cristalino em que predominavam, em abundância, Capivari, teve origem, por iniciativa do cônego João Ferreira de Oliveira Bueno, em 1813. Ele encaminhou um requerimento para criação de um povoado, nos sertões de Itu, distante das igrejas de Itu, Porto Feliz e Piracicaba. A Freguesia deveria ser criada sob a invocação de São João Batista.
Em junho de 1820, o pequeno povoado formado por um bom número de casinhas e uma pequena capela esperava ansiosa pelo seu primeiro sacerdote, o padre João Jacinto dos Serafins (nomeado capelão pelo bispo de São Paulo). Ele chegou no final de julho após longa viagem a cavalo, vindo pelo caminho de Itu. Jacinto encontrou algumas casas espalhadas onde hoje são as ruas Antônio Pires e XV de Novembro. A capela estava ainda por terminar e no início o padre utilizou provisoriamente a casa de Joaquim da Costa Garcia.
Na missa de inauguração do dia 11 de agosto de 1820, estavam presentes os primeiros povoadores de Capivari: Antônio Pires de Almeida Moura, Joaquim da Costa Garcia, Manoel José de Almeida Leme, José Machado, Antônio José Fiúza, Manoel José do Amaral, Manoela José Vaz Botelho, entre outros. No pátio da capela, algumas cruzes indicavam que ali havia sido sepultados escravos e moradores do povoado. Ainda durou por muito tempo o hábito de se enterrar os escravos no pátio da capela e os demais paroquianos no seu interior. Somente os grandes fazendeiros eram levados para Itu e Porto Feliz para serem enterrados como de costume. Nessa época, o prédio não possuía torre e o sino, para a convocação dos fiéis, ficava em uma grande figueira ao lado. O santo padroeiro escolhido para a bênção da Vila, foi São João Batista.
As festas – principalmente as religiosas – atraem inúmeras pessoas ao longo dos anos. Próximo à capela de São João Baptista de Capivary (construção de taipa socada, constituída por um cômodo retangular, com um altar de madeira ao fundo), ficava a "Venda do Chico", a única em Capivari. Ela se torna um centro irradiador de construções e edificações no povoado. Cada vez mais pessoas – atraídas pelas vantagens da terra – chegam ao lugar.
Em 11 de outubro de 1826, a Capela é elevada a freguesia de São João Baptista de Capivary, com um decreto promulgado pelo imperador D. Pedro I. Nesse período, o vigário era Inácio Francisco de Morais.
Elevação de freguesia a vila
Por alvará de 10 de julho de 1832, é oficialmente denominada Vila de “São João Baptista de Capivary de Baixo” (Capivari de Cima era a atual Monte Mor). Assim tem início o desenvolvimento econômico do povoado. Predominam o açúcar, os cereais, o chá, o algodão e o café que contribuem para a proliferação das fazendas. A elevação da freguesia a vila atraiu ainda mais moradores, exigindo assim melhorias na infraestrutura local.
Instalação da primeira Câmara
A primeira Câmara de Capivari foi eleita em 7 de setembro de 1832 e instalada em 25 de julho de 1833. Com a efetiva instalação do município, Capivari desliga-se de Porto Feliz. Os homens formados eram dois: o padre e o cirurgião. A vila possuía também oito negociantes e doze jornaleiros, quatro estrangeiros, sendo dois naturalizados. Era juiz de paz, o senhor Felisberto da Costa Guimarães.
Os vereadores foram nomeados por decreto, pelo regente Campos Vergueiro, com mandato previsto para três anos. O responsável pelo município, considerado o primeiro prefeito, foi o tenente Fernando Paes de Barros, nomeado pelo presidente da Província de São Paulo.
Café, açúcar e política
Em 1836, aparece o café na região, primeiramente em Itu e Jundiaí.
Escala de produção:
- Itu: 1.052 arrobas de café.
- Porto Feliz: 990 arrobas de café
- Capivari: 310 arrobas de café
Visita de D. Pedro II a Capivari
Um fato histórico e significativo para Capivari foi a visita do imperador D. Pedro II e da imperatriz Dona Teresa Cristina à cidade em 22 de setembro de 1878. Assim que o casal imperial chegou à estação de Capivari, já o aguardava uma comitiva para conduzi-los, em um trole (carruagem) a frente da igreja matriz onde esperavam diversos populares e autoridades para a realização da cerimônia oficial. Ainda na estação ferroviária, muitas pessoas animavam as festividades.
Geografia
Clima

O clima de Capivari é Subtropical, com diminuição de chuvas no inverno e temperatura média anual de 18,4 graus centígrados, tendo invernos secos e frios e verões chuvosos com temperaturas não muito altas. O mês mais quente, fevereiro, conta com temperatura média de 21,9 graus centígrados, sendo a média máxima de 32,1 graus centígrados e a mínima de 19,2 graus centígrados. E o mês mais frio, julho, de 12,0 graus centígrados, sendo 26,3 e 09,2 graus centígrados a média máxima e mínima, respectivamente. Outono e primavera são estações de transição.
A precipitação média anual é de 1 257,1 milímetros, sendo agosto o mês mais seco, quando ocorrem apenas 33,3 milímetros. Em janeiro, o mês mais chuvoso, a média fica em 230 milímetros.
Hidrografia
A maior parte do município de Capivari encontra-se inserido na Bacia do rio Capivari. Entretanto a parte norte da zona rural do município está na área de drenagem da bacia do ribeirão dos Toledos, tributário do rio Piracicaba.
Economia
A economia da cidade se baseia na agricultura (principalmente da Cana-de-Açúcar) e em empresas que se instalam no município. Atualmente, Capivari possui 326 empresas instaladas, um comércio amplo, com 1357 mil estabelecimentos em atividade, nos mais variados ramos de negócios e 1900 mil prestadores de serviços.
Educação
Capivari possui diversas escolas municipais e estaduais e uma unidade federal, o Instituto Federal de São Paulo - Campus Capivari.
Pontos turísticos e históricos
Casarão do Barão de Almeida Lima (Casarão Solar)

Sua construção foi iniciada por iniciativa de um dos principais fundadores da cidade, Antônio Pires de Almeida Moura, neto do Capitão-mor de Sorocaba, José de Almeida Leme.Os trabalhos começaram em 1842, mas devido as suas responsabilidades com as produções das fazendas, as melhorias estruturais do povoado e a responsabilidade pela edificação da igreja, Antônio Pires foi adiando a conclusão ao longo dos tempos.
Os trabalhos começaram em 1842, mas devido as suas responsabilidades com as produções das fazendas, as melhorias estruturais do povoado e a responsabilidade pela edificação da igreja, Antônio Pires foi adiando a conclusão ao longo dos tempos.
A obra seria o seu novo solar, mas devido a sua morte em 1852, a viúva vendeu a construção – na fase de colocação do telhado – ao Major Manoel Bernardino de Almeida Lima (nascido em Porto Feliz, em 5 de fevereiro de 1808. Foi um importante fazendeiro em Capivari. Mais tarde, em 1886 Barão de Almeida Lima, título a ele concedido pelo Imperador D. Pedro II por ter colaborado com a Vila, no ano de 1884 doando o edifício do “Coleginho” ).
O grande edifício de taipa pilada, de quatro águas, com 12 janelas para a Rua Fernando de Barros e seis para a praça padre Marques, possui também jardim, quintal, porão alto, entrada lateral e ostenta no portão de entrada, dois leões de terracota, de 1837.
Em 1878, foi o edifício mais importante da cidade: recebeu o Imperador D. Pedro II e a Imperatriz Dona Teresa Cristina, durante a terceira visita deles à Província de São Paulo.
Após o falecimento do Barão – possuidor de inúmeras propriedades e sem filhos –, o único herdeiro universal, um sobrinho dele, alugou o prédio de 1910 a 1932 a Luiz Corazza um imigrante italiano, que transformou o edifício em um hotel chamado “Hotel Corazza”.
Localizada na Rua Tiradentes, 366, Centro, a casa foi tombada em 1975 pela Condephaat e é, ainda, um dos mais belos prédios da cidade. Atualmente o casarão encontra-se fechado aguardando restauro.
Casa de Júlio Ribeiro
Júlio César Ribeiro Vaughan, mais conhecido como Júlio Ribeiro, nasceu em Sabará, Minas Gerais, no dia 16 de abril de 1845 e faleceu em 1º de novembro de 1890 na cidade de Santos, vítima de tuberculose. Foi filólogo, jornalista e romancista, e é patrono da cadeira de número 24 na Academia Brasileira de Letras, bem como o criador da bandeira do estado de São Paulo.
Júlio foi um dos primeiros professores da cidade de Capivari e mandou construir uma casa localizada na Rua Bento Dias, número 173 no Centro da cidade, onde viveu durante algum tempo de sua vida. Atualmente, a casa se encontra como sendo um restaurante comida oriental.
Durante sua vida, quando ainda era proprietário da casa situada em Capivari, escrevera a obra “A Carne”, publicado em 1888. Um romance naturalista, que trata de temas como o divórcio, o amor livre e o novo papel da mulher na sociedade. De fato, esta obra fora um tanto quanto escandalosa na época, pois abordava temas que até então, eram considerados imorais. Algumas obras que Júlio escrevera em Capivari são “Cartas Sertanejas” e “Gramática Portuguesa”.
Além de sua moradia, a casa tinha um salão destinado a servir de um colégio, que funcionou de 1882 a 1886 no período que residiu em Capivari. Dizem que na pedra fundamental da edificação, Júlio teria escrito “Sem Deus e sem rei”, retratando seu caráter ateu e antimonarquista, rendendo críticas à sua pessoa.
Durante sua permanência na casa, conta-se que em um determinado dia ouviram-se alguns tiros de pistola na casa. Os vizinhos, preocupados, acreditando que algum desastre teria acontecido, entram na casa e encontram o professor deitado na cama com a arma na mão. Perguntaram-lhe o que havia conhecido e com ar de gozação, Júlio disse que só estava testando a nova arma que havia acabado de comprar.
Júlio Ribeiro deu início a uma dinastia de escritores. É avô da escritora e cronista Elsie Lessa, bisavô dos escritores e cronistas Ivan Lessa e Sérgio Pinheiro Lopes, e trisavô da escritora Juliana Foster.
Estação Ferroviária Sorocabana
O processo de transições socioeconômicas se dá na região com a chegada da ferrovia. A CPEF (Companhia Paulista de Estradas de Ferro) inaugura o trecho férreo ligando Campinas e Jundiaí em 1872, três anos depois a ferrovia chega a Capivari.
A Cidade de São João Baptista de Capivari de Baixo avistou o primeiro trem em “tráfego provisório” no dia 21 de outubro de 1875, às 13h50min, que transportava produtos e altas autoridades da Província de São Paulo, garantindo o progresso à região e diminuindo as distâncias com o porto de Santos.
Esse episódio foi de muita importância para a cidade, pois recebera novos serviços e capitais, relatado por viajantes que estiveram na região, como por exemplo, Augusto Emilio Zaluar, um jornalista português.
O prédio da estação passou por alterações ao longo dos anos. Projeto de Cândido Motta Filho, o prédio atual foi construído em 1918 e segue estilo arquitetônico inglês.
Em 1980 os trens deixam de circular por Capivari e na da década de 1990 os trilhos foram removidos pela Ferrovia Paulista S/A (Fepasa).
Igreja Matriz São João Batista
Ela está no mesmo local onde ficava a capela do início do povoado. Sua construção (da capela) se deu entre os anos 1818 e 1820. Esse período é anterior ao “Plano de Arruamento”, por isso o prédio está na posição atual, ou seja, de lado no lote.
A “Igreja Matriz de São João Batista de Capivari” deveria ter sido construída em outro lugar, onde atualmente estão as praças Rodrigues de Abreu e dr. Cesário Motta, que seriam o “Jardim Público” dela (isso segundo o Plano de Arruamento). Contudo ela foi iniciada, mas o dinheiro não foi suficiente para continuar e a obra ficou abandonada até ser totalmente demolida, anos mais tarde.
Em 1839, quando esteve à frente da paróquia, o padre Fabiano, recebeu, em 19 de junho (dois meses após sua posse) a visita pastoral do monsenhor Antônio de Carvalho Pinto (vigário da vara), que ficou muito impressionado com a rústica capela de pau a pique. Ele recomendou ao recente pároco, que fizesse uma reconstrução digna do povoado em formação.
O pedido do monsenhor não pôde ser atendido de imediato devido a existência de túmulos recentes de escravos, em ambos os lados da edificação. Contudo, no ano de 1842, começaram as primeiras providências para que as obras começassem, de modo que o antigo prédio fosse conservado para as missas. Ele ficou funcionando como “Capela-Mor”, sendo erguidas monumentais paredes de taipas, formando dois corredores internos ladeando-a.
Após alguns anos da posse do padre Fabiano, Antônio Pires de Almeida Moura (um dos primeiros moradores do povoado e um dos responsáveis pelo “Plano de Arruamento”), assumiu a reedificação da antiga igreja, designado pelo presidente da Província. Grande parte das obras foi custeada pelo próprio Antônio Pires, encorajando a pequena comunidade, em 1851, para que unissem forças para a conclusão dos trabalhos.
Nesse período, não se construiu a torre e a cobertura foi feita em um domingo após o fim da missa, pedido feito por Antônio Pires no altar, aos fiéis. Ele foi prontamente atendido e o telhado estava totalmente posto antes do anoitecer.
Em 1851, já eram celebradas missas na Igreja Matriz, graças a muitas pessoas da comunidade e também através de loterias em postos para angariar fundos para a reedificação dela.
No ano de 1882, a igreja ainda estava em reformas, tendo como encarregado da pintura os senhores Benére e Leonci Murlani (artistas que faziam decorações para residências e responsáveis pela pintura do “Teatro São João”).
Já em 1898, ela foi citada na obra de dr. Moreira Pinto, no livro intitulado “Viagens pela Ituana”, descrevendo seus aspectos estruturais, como a torre no centro com relógio e 10 estátuas de anjos em tamanho natural.
Dois anos depois, quando o padre Manoel José Marques (10º vigário dessa paróquia) assumiu a igreja de São João Batista, empreendeu uma grande reforma que durou de 1890 a 1907.
Ela foi ampliada até a rua Regente Feijó, suas paredes externas (taipa de um metro) foram revestidas de tijolos em ambos os lados. As paredes internas foram removidas e substituídas por colunas. O forro e os medalhões receberam pintura com cenas da história da igreja e quadros de santos. Entre, 1911 e 1912, um tufão destelhou-a e em abril de 1929 termina sua reforma externa.
A igreja ostenta um altar de mármore de carrara de 1942 e guarda em seu solo sagrado o corpo do padre Fabiano, sepultado em 12 de fevereiro de 1875.
Passados mais de 150 anos desde o início de sua edificação, ela continua sendo uma das mais belas construções do Estado. Sua “majestosa” estrutura arquitetônica e pinturas internas foram restauradas pelo artista Nori Figueiredo, que encerrou seus trabalhos após muitos anos de atividade.
Praças Rodrigues de Abreu e Dr. Cesário Motta
Ricas em vegetação, as praças Rodrigues de Abreu e Dr. Cesário Motta reúnem algumas das mais belas paisagens de Capivari. O verde predominante das árvores e plantas divide o espaço com duas fontes, um coreto e um platô, no qual foi inaugurado, em 1932, um obelisco em comemoração ao centenário da fundação da cidade. As praças abrigam também as hermas de Amadeu Amaral (criação de Victor Brecheret), de Tarsila do Amaral (criação de Pandolfo) e Rodrigues de Abreu (criação de Tarsila do Amaral), três dos principais artistas capivarianos.
No passado já foi um ponto de separação entre negros frequentando a Praça Rodrigues de Abreu e os brancos frequentando a praça Dr. Cesário Motta, outra curiosidade que os rapazes e as moças circulavam em direções opostas, poderiam paquerar na troca de olhares
Quilombo de Capivari
Em abril de 2004, o Itesp (Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo) reconheceu como terra quilombola uma área denominada “Sítio Santa Rita”, cercada por cana-de-açúcar, localizada na rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença (SP-101), ocupada por descendentes de escravos. Como aponta relatório técnico-científico do Itesp, a terra se tornou propriedade de Eva Barreto, que recebeu a área de seu ex-dono com o compromisso de trabalhar para pagar pelo terreno. Desde então, até o reconhecimento do quilombo, a terra permaneceu sendo ocupada por descendentes da proprietária.
Arena Capivari
A Arena Capivari, antigo Estádio Municipal Carlos Colnaghi, inaugurado em 1992. Pertence à prefeitura municipal de Capivari, onde o Capivariano Futebol Clube joga suas partidas. O estádio tem atualmente a capacidade cerca de 19.000 pessoas devido a uma reforma que ocorreu no ano de 2014. Por lá já se passou vários times de grande importância, como Corinthians, Santos, Botafogo, Guarani, Ponte Preta, entre outros.
Museu João Batista Prata e Biblioteca João Batista Prata
Em 10 de julho de 1944, a partir da ideia de Abelardo Vergueiro César, uma galeria possuindo retratos e biografias de prefeitos de 1890 até aquele ano surge. E será a partir disto que o Museu passa a se organizar.
O Museu Histórico e Pedagógico Dr. Cesário Motta se instala na Câmara Municipal (na Praça) sobre o decreto nº 30.324 de 20 de dezembro de 1957. Após um tempo, segue para o salão paroquial localizado na Rua Martim Tarques. Dois anos depois, em 18 de maio, a Prefeitura enviou um Projeto de Lei à Câmara pedindo autorização para a doação do prédio da Cadeia para o Estado. Dessa forma, o Museu passará por uma nova instalação localizada na Praça José Zuza.
Eduardo Maluf foi o primeiro diretor do local e foi o responsável pela aquisição de peças doadas para o acervo, dentre eles objetos do final do século XVIII ao século XIX, obras de arte, fotografias, mobiliário, numismática, objetos domésticos e arqueológicos, antropológicos e etnográficos relativos a ciência e história natural, objetos referentes a revolução de 1932, escravidão e tecnológicos. A partir do ano de 1989, o Museu passa a compartilhar seu espaço com a Biblioteca Municipal João Batista Prata, dessa forma adquirindo ainda mais “peças” em sua constituição. Em 2013 a prefeitura de Capivari interditou o prédio por problemas estruturais e seu acervo foi transferido para outro local.
Referência para o texto: Wikipédia .

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

TRAIRI - CEARÁ

Trairi é um município do estado brasileiro do Ceará, localizado a 137 km de Fortaleza. A população no último censo (2022), era de 58.415 pessoas.
Etimologia
Trairi é uma palavra de origem Tupi que significa Rio das Traíras.
História
Segundo a historiadora Maria Pia de Sales, Trairi nasceu como aldeia em 1608, com a chegada dos Pitiguaras às margens do rio Trairi. Entre o século XVI e a metade do século XVII, ainda se encontrava nesta mesma situação. No final do século XVII, começaram a chegar portugueses que se estabeleceram, constituindo famílias. A ocupação se intensifica no município em meados do século XVIII, quando os colonos Nicolau Tolentino, Marinheiro Cunha, Manuel Barbosa, Xavier de Sousa, João Verônica e Antônio Barros de Sousa estabeleceram fazendas na região. O povoado é elevado a categoria de Vila e posteriormente a Município. A sua evolução política é marcada por uma trajetória repleta de instabilidades, sendo alvo de constantes alterações, onde, após ter chegado à condição de município, em novembro de 1863, tem essa condição suprimida e restaurada em várias ocasiões, vindo a ser restaurado definitivamente somente em 22 de novembro de 1951 e instalado em 25 de março de 1955 com o desmembramento do município de São Gonçalo do Amarante.
De acordo com a Plataforma de Sesmarias do Império Luso-Brasileiro, foi concedida data de sesmaria ao longo do Rio Trairi, em 1706 para Estevão Vicente Guerra. Diz-se que este Estevão era genro de Leandro Teixeira Escócia Drummond e que viria a ser ancestral de grande parcela dos cearenses, especialmente as famílias Álvares, Bezerra, Moura, Barros e outros.
Geografia
Clima

O clima em Trairi é do tipo Tropical Atlântico e Tropical típico com chuvas concentradas de janeiro a maio. A precipitação pluviométrica média na sede é de 1.289 mm. Por ser próximo da Linha do Equador oferece pouca amplitude térmica durante todo o ano, com a sua temperatura a variar dos 22 °C aos 32 °C. Isto faz dele um município bastante procurado tanto pelo turista europeu como pelo turista vindo do Sul do Brasil.
Vegetação
Complexo vegetacional da zona litorânea, ou tabuleiros costeiros, na maior parte do município, e floresta perenefólia paludosa marítima, ou mangue, nas proximidades da foz do rio Mundaú.
Economia
Trairi é uma pequena cidade que se destaca por apresentar novas oportunidades de negócios e pela alta regularidade das vendas no ano. Por outro lado, o baixo potencial de consumo é um fator de atenção.
Até setembro de 2023 houve registro de 100 novas empresas em Trairi, sendo que 9 atuam pela internet. Neste último mês, 6 novas empresas se instalaram. Este desempenho é menor que o do mês imediatamente anterior (13). No ano de 2022 inteiro, foram registradas 121 empresas.
Turismo
Praias
Praia de Flecheiras

O grande atrativo são as piscinas naturais formadas pelos recifes na maré baixa. O visitante desfruta de boas pousadas à beira-mar e pode fazer uma longa e revigorante caminhada. A praia não oferece apenas a calma e tranquilidade aos visitantes. Quem procura diversão e agito também pode desfrutar de algumas opções oferecidas por Flexeiras. Bares, restaurantes e casas de show animam a noite. Festivais e campeonatos esportivos são realizados constantemente. O turista pode subir as dunas para apreciar o visual e visitar pequenas e grandes lagoas no meio do areal. Há também diversão, alegria, boas comidas e festas. Flecheiras ainda conta com um Reveillon incrível. Cada vez mais a festa vem crescendo ao gosto dos turistas e atraindo um público crescente. Uma festa linda em um lugar lindo!
Praia de Mundaú
Está a apenas 17 km do centro da cidade de Trairi. Ali, combinaram-se vários elementos, num encontro de rara beleza: o rio, o mar, as dunas e os coqueirais. Um passeio de barco pelo rio é uma boa maneira de conhecer as belezas do local. Quem preferir, pode passear de carro e contemplar de perto as lagoas e a vegetação que acompanha o litoral. A praia de Mundaú é também conhecida pelo ecoturismo, com trilhas, mergulhos e esportes como sandboard e Kitesurf.
Praia de Guajiru
Praia a apenas 18 km do centro da cidade de Trairi, com acesso por estrada asfaltada de excelente qualidade. Tem dunas móveis de areias brancas e uma vasta faixa emoldurada pelo coqueiral.Na maré baixa os turistas e nativos aproveitam um delicioso banho nas piscinas naturais. É ideal para o lazer de famílias, pois tem-grandes hotéis e 7 pequenas pousadas com aproximadamente 230 leitos. O turista pode dirigir-se para comer no famoso Guajiru Kite Center ou mesmo aproveitar para conhecer o trabalho dos artesãos de Guajiru, que inclui belas peças de decoração e artesanato usando algas marinhas, escamas de peixe e etc. Artes plásticas como pinturas em telas e esculturas em raízes de coqueiros. Esportes: Surf, Kitesurf, Stand up, Mergulho, Pesca, Futebol, Vôlei e etc. Calendário de festas: Bloco de Carnaval - Fevereiro/Março, Coroação - Maio, Festa da padroeira Nossa Sra. dos Navegantes - Agosto, Festival do Camurupim - Outubro, Regata - Dezembro, Réveillon - Dezembro.
Praia de Emboaca
Excelente praia a apenas 10 km do centro da cidade, com acesso por estrada asfaltada. Habitada na sua maioria por pescadores, conta com diversas pousadas.
Praia de Cana Brava
Praia a apenas 10 km do centro da cidade, com acesso por estrada margeando o Lagamar do Rio Trairi. Habitada na sua maioria por pescadores, conta com diversas barracas de praia. Principal atrativo, a Barra do Rio Trairi, ponto excelente para banho e pesca.
Eventos
- Vaquejada de Trairi - Fazenda Água Doce, Timbaúba (setembro);
- Festa de N. Sra. Do Livramento (22/12 a 01/01);
- Dia do Município (22 de novembro);
- Festival do Camurupim (outubro);
- Festa de São José - Canaan (09 a 19 de março);
- Festa das Flores (maio);
- Trairi off-road (começo de julho);
- Santa Flecheiras (Semana Santa);
- Regata em Mundaú (setembro).
Referências para o texto: Wikipedia ; Site Caravelas .

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

CANGUÇU - RIO GRANDE DO SUL

Canguçu é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul, considerado o município com o maior número de minifúndios no Brasil, possuindo cerca de 14 mil propriedades rurais, sendo reconhecida assim, como a Capital Nacional da Agricultura Familiar. O município tem uma população de 49.680 habitantes, segundo o Censo de 2022.
Etimologia
A denominação de Canguçu deriva da palavra indígena Caa-guaçu, significando mata grande ou mato grosso.
Caa-guaçu era uma alusão à milenar mata grande que encobriu primitivamente a encosta da Serra dos Tapes voltada para a lagoa dos Patos, e que daria o nome a ilha de Canguçu, mais tarde chamada de ilha da Feitoria como parte da estância Feitoria depois de adquirida por esta. Apesar disso, muitas fontes regionais apontam para a origem do nome do município como a derivação da palavra indigena acaanguaçu, nome dado pelos indios a uma pequena onça que habitava aquela região.
História
Os primitivos habitantes de Canguçu foram os índios tapes, tapuias, guaranizados e subordinados aos guaranis, e que deram seu nome a região onde Canguçu se assenta. Vestígios deles ainda são encontrados nos traços de habitantes do Posto Branco, Canguçu Velho e Herval.
O povoamento da região onde hoje está a sede do município deu-se por volta de 1763. Os povoadores iniciais de Canguçu foram guerrilheiros das tropas de Rafael Pinto Bandeira, bem como deslocados portugueses de Colônia do Sacramento que passou definitivamente ao domínio de Espanha, após quase um século de acirrada disputa diplomática e militar com Portugal e açorianos e descendentes mandados vir em migração oficial para povoarem os Sete Povos das Missões e que, com a guerra, permaneceram nas regiões litorâneas de Mostardas, Estreito, São José do Norte e em Povo Novo e no vale do Jacuí. A área urbana de Canguçu, no período de 1780 a 1799, foi denominada Rincão do Tamanduá, fazendo parte de uma área maior, de mais de doze léguas de sesmarias, situado nas Serras do Sudeste, sendo proprietário o nobre português capitão-mor Dom Paulo Rodrigues Xavier Prates.
Canguçu foi caminho entre Rio Grande e Rio Pardo, as duas primeiras bases militares portuguesas existentes no Rio Grande do Sul. A localidade de Coxilha do Fogo, no terceiro distrito, e a sede do Município, foram bases de guerrilhas de Portugal, ao comando do mais tarde Brigadeiro Rafael Pinto Bandeira, no período de 1763 a 1766, durante a dominação espanhola da Vila de Rio Grande e do Forte Santa Tecla.
O restante da zona rural do município foi sendo povoado só a partir de meados de 1850, sendo algumas regiões permanecendo virgens ao contato humano até a década de 1920. A Comissão de Demarcação de Limites do Tratado de Santo Ildefonso de 1777,pelo qual Canguçu foi fronteira de fato entre Portugal e Espanha por cerca de 24 anos, de 1777-1801, percorreu até 1784 as vertentes do rio Piratini e as encontrou bastante povoadas e, no espaço em branco hoje ocupado por Canguçu registrou em mapa o Cerro Partido, acidente geográfico característico de Canguçu que mergulha nas nascentes do arroio Pantanoso, no local conhecido como Banho do João Paulo Duarte.
De 1762 a 1777 ocorreram violentos choques entre espanhóis e portugueses, visando ambos o domínio de que hoje constitui o Rio Grande do Sul e a República Oriental do Uruguai. Praticamente cessou a instituição de novos povoados, preferindo os que para o sul vinham, estabelecer-se nos núcleos anteriores, e destes, em especial nos mais resguardados de investidas castelhanas.
Após o término dessas lutas, foram concedidas sesmarias para a região onde hoje está constituído o município de Canguçu. Por volta de 1793, os sesmeiros Paulo Rodrigues Xavier de Prates e João Francisco Teixeira de Oliveira, que até então viviam disputando a posse do "Rincão do Tamanduá", e visando solucionar o litígio, doaram o sítio para a construção de uma capela. A 26 de dezembro de 1799, cento e quarenta moradores da região dirigiram ao governador Sebastião Xavier da Veiga Cabral da Câmara, uma petição requerendo a concessão do rincão para erigir a capela e fundar a povoação. A 30 do mesmo mês e ano era a permissão concedida, com a ressalva de que enquanto não se formasse uma irmandade legalmente constituída, coubesse ao cura e a dois homens bons do lugar a administração dos ditos terrenos.
Seguindo este critério, seis dias após a petição, ou seja, a 10 de janeiro de 1800, era lançada a pedra fundamental da capela de Nossa Senhora da Conceição, sendo seu primeiro cura o padre Pedro Rodrigues Tourem.
Ergueram-se as casas quase que imediatamente, e logo florescia uma povoação de tamanho considerável e bem organizada. Tais foram os méritos, que a capela curada era em doze anos levada à categoria de freguesia. Tal se deu por carta régia do príncipe regente D. João, assinada a 31 de janeiro de 1812, sendo a décima sétima freguesia da Capitania de São Pedro. Havia então, no Rio Grande do Sul, apenas quatro municípios, sendo que a freguesia de Canguçu fazia parte de Rio Grande, passando somente em 1830 ao de Piratini, do que se constituiu distrito. O desenvolvimento da povoação foi tão louvado, que mereceu a visita do bispo do Rio de Janeiro dom José Caetano da Silva Coutinho de 25 a 27 de novembro de 1815.
A proveniência das famílias que de 1800 a 1812 deram origem a povoação, conforme os registros de batismos e casamentos paroquiais do bispado, são: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná (à época pertencente à São Paulo), Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco, além do reino de Portugal, ilhas, dentre elas Açores, Uruguai, Argentina e Paraguai.
A atividade predominante por essa época era a pecuária, muito embora se notasse o crescente surto agrícola, então em fase inicial.
Chegariam depois os anos da Revolução Farroupilha, e o solo de Canguçu seria cruzado muitas vezes por tropas tanto imperiais como revolucionárias. Nesta revolução os canguçuenses tiveram grande participação e projeção, pois as tropas que integraram a Brigada Liberal de Antônio de Sousa Neto, que o apoiaram em 10 de setembro de 1836 no vitorioso combate do Seival e, no outro dia na proclamação da República Rio-Grandense, era constituída por canguçuenses na proporção de cerca de ¼.
Ao ser instalada a República Rio-Grandense em Piratini, em 6 de novembro de 1836, quem carregou o pavilhão tricolor pela primeira vez foi o canguçuense major de lanceiros Joaquim Teixeira Nunes – o Coronel Gavião, considerado pelo general Tasso Fragoso como "a maior lança farrapa", e que se tornou célebre no comando do Corpo de Lanceiros Negros Farroupilhas, personagem abordado com grandeza e simpatia na minissérie A Casa das Sete Mulheres pelo ator Douglas Simon.
Somente em 1843, ou seja, oito anos após iniciada as hostilidades, trava-se um combate em suas terras. A 2 de outubro, na localidade de Coxilha do Fogo, uma luta violenta é encetada, entre farrapos e imperiais. Da parte dos legalistas, comandando 250 caçadores, estava Francisco Félix da Fonseca Pereira Pinto junto com 60 homens do esquadrão de cavalaria da Guarda Nacional sob comando de Francisco Pedro Buarque de Abreu, o Chico Pedro. Não obstante os imperiais estarem em menor força, logram desfazer uma coluna farroupilha de 400 homens, comandada por Bento Gonçalves e Antônio de Sousa Neto, capturando muitas armas, cavalos e estandartes. e perseguem os revolucionários até a povoação da sede, em cujas proximidades surpreende, com seus 310 homens, os 300 de Antônio de Souza Neto, que não podendo oferecer resistência, retira-se em 26 de outubro de 1843.
No segundo combate, em 6 de novembro, os rebeldes voltam à Canguçu, e Chico Pedro com 300 soldados do 8º Batalhão, junto com a cavalaria da Guarda Nacional, com invulgar heroísmo, resistem ao ataque de Bento Gonçalves, Antônio Neto e Camilo dos Santos Campelo com 600 homens, até a aproximação de reforços, ante os quais retiram-se os farrapos.
Os combates de 25, 26 de outubro e 6 de novembro de 1843, deram-se nas localidades de Pedra das Mentiras e Cerro do Ataque, nos fundos do atual Colégio Franciscano Nossa Senhora Aparecida, em ambas as margens do arroio.
Foi em Canguçu que o maior cronista farrapo – Manuel Alves da Silva Caldeira, veterano farrapo, escreveu cartas-depoimentos aos historiadores Alfredo Varela, Alfredo Ferreira Rodrigues, Alcides Lima e a Piratinino de Almeida, que lhes permitiram resgatar expressivamente a memória do Decênio Heróico.
A vila de Canguçu, em momentos difíceis da revolução, abrigou por diversas vezes Bento Gonçalves até agosto de 1843, conforme se concluiu de ofício do Barão de Caxias ao ministro da Guerra.
Isto até que Canguçu fosse ocupado pela ala esquerda do Exército ao comando de Caxias, de setembro de 1843 em diante. Comandou a referida ala esquerda o célebre guerrilheiro Francisco Pedro Buarque de Abreu, o futuro Barão de Jacuí.
Finda a guerra civil, novos dias viriam para a freguesia, que em 1848 teria criada uma aula para meninas, sendo assim atendida uma reivindicação dos dias de luta .
A Lei Provincial nº 340, de 28 de janeiro de 1857, criou o município de Cangussu, (hoje grafado Canguçu) elevando o povoado à vila, e anexando os distritos que constituíam a freguesia de Nossa Senhora do Rosário do Cerrito, com o que decairia o povoado de mesmo nome. A 27 de junho do mesmo ano era instalado o município. A primeira Câmara foi constituída pelos vereadores José Joaquim Rodrigues Soares, Manoel Carvalho de Abreu, Domingos José Borges, Antônio Joaquim Caldeira, Ignácio Francisco Duarte, e Manoel de Jesus Vasques. Ainda no mesmo ano foi criada a primeira aula para meninos, assim como os ofícios de Escrivão Geral, Tabelião de Notas, Escrivão de Órfãos, Contador e Partidor do Juiz, Coletorias das Rendas Gerais e das Rendas da Província e Agência de Correio.
Canguçu, antes distrito da capital farroupilha Piratini, foi o 22º município gaúcho a ser criado, por desmembramento do município de Piratini, do qual foi o distrito de 1831 a 1857. Em ata da sessão de 1857, assinada pelo líder farrapo Vicente Ferrer de Almeida, deu-se a emancipação. Canguçu foi criado município junto com Passo Fundo por sugestão do simbolista farrapo major Bernardo Pires, autor do desenho da bandeira da República Rio-Grandense e, desde 1891, adotada como a bandeira do Rio Grande do Sul.
Desde cinco anos antes da criação de Canguçu, seus filhos já eram batizados na pia batismal construída em 1851 pelo francês Marcelino Tolosan (Marcellin Tholozan), seis anos depois da pacificação farroupilha.
Em 1858 era nomeado o primeiro delegado de Polícia; em 1866 foi nomeado o primeiro Juiz Municipal; em 1878, instalada Agência do Telégrafo Nacional. Passaram-se os anos, e com eles desenvolvia-se o município, inclinando-se fortemente para a agricultura. Seus cidadãos de maior porte mostraram-se favoráveis à emancipação dos escravos e à República. A 2 de abril de 1888 o município é declarado livre, isto é, são libertados todos os escravos. Vinda a República, o primeiro intendente sob o novo regime seria Bernardino da Silva Motta.
De 1893 a 1895 o Rio Grande do Sul seria teatro de lamentável luta fratricida, a Revolução Federalista que no entanto não se abateu sobre as terras de Canguçu, que teve a sorte de não ser teatro de operações, muito embora centenas de canguçuenses tombarem em batalha, por tomarem parte do conflito. Nesta época a Vila de Canguçu possuía 1.600 habitantes e 194 casas, e no interior.
Muitos filhos de Canguçu foram cruelmente degolados num dos episódios mais sombrios da história gaúcha. O clima de ódio fratricida permaneceria por muitos anos, vindo novamente a eclodir na Revolução de 1923. Além do mais, as consequências da Revolução foram devastadoras para a união das famílias, a propriedade, economia, a sociedade, a política e a religião católica no município. A Igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição, ricamente restaurada pelo monarquista Chico Pedro, em 1843, foi profanada, e os livros extraviados, conforme assinalou seu pároco em 1908. A historiadora canguçuense Marlene Barbosa Coelho, ao escrever sobre esta luta, desabafou: "Revolução que se caracterizou por atos repulsivos de sanguinarismo selvagem... Ela nasceu de ressentimentos entre homens que na disputa do poder no Estado, haviam recebido recíprocos agravos".
Pelo Decreto nº 1.521, em 1909, voltou Canguçu a ser sede de comarca - era com esse documento resolvido um velho problema, que tivera duas fases anteriores; pelo Ato nº 249, de 12 de junho de 1890, tinha já sido elevada à sede de comarca, mas, pelo Decreto nº 37, de 31 de dezembro de 1892, a mesma tinha sido transferida para Piratini. Em 1909 a situação resolvia-se de forma definitiva.
Em 1916 era instalado o serviço telefônico na vila. Ao iniciar-se o século XX, o município, que tinha parte considerável de terras ainda não aproveitadas, recebe contingentes de colonos - chegam imigrantes alemães da Pomerânia, que se instalam em duas colônias distintas, em 1906 e em 1912; surgem, também por essa época, elementos italianos, que se vieram reunir a outros estabelecidos anteriormente.
Em 1923, na Revolução de 1923 e em 1932, quando do levante, conhecido como Revolução Constitucionalista de 1932 em diversos pontos do Estado, contra o então presidente, Dr. Antônio Augusto Borges de Medeiros, foi Canguçu nova e profundamente atingido pelas lutas e paixões fratricidas dos combatentes. A figura de maior destaque, sem dúvida, foi José Antônio Matos Neto, conhecido por Zeca Neto, sobrinho de Antônio de Souza Neto, farrapo de 1835. Zeca Neto, também revolucionário, adotou a tática de movimentos rápidos e inesperados, ocupando uma localidade, abatendo ou abalando o moral do adversário, para logo retirar-se ordenadamente. A 15 de março de 1923, Neto ocupa a vila. A 19 de abril nela penetra novamente. A 23 de abril o tenente-coronel legalista Francelísio Meireles, após combates no passo do Pantanoso e na Coxilha do Fogo, entra na vila. A 7 de agosto Zeca ocupa a vila, retira-se, retornando a 17 do mesmo mês; no dia seguinte, no Cerro Partido, Neto combate com os governistas sob o mando de Francelísio, abatendo-os, após oito horas de luta. Reagrupam-se as forças estaduais e ocupam a vila no dia 19, estando esta já abandonada pelos rebeldes. A 14 de agosto, Neto, tentando socorrer o major Adolfo Brockmann, trava nas terras do município demorado combate com os legais, sob o mando dos coronéis Alfredo Nunes Garcia e Hipólito Ribeiro. A 15 de outubro a vila é novamente ocupada pelos rebeldes, desta vez a mando de Brockmann. No mesmo ano era pacificado o Estado, sem vinditas.
A partir de 1932 não mais conheceu Canguçu dias de luta armada. Em 1934 era inaugurado o serviço de luz elétrica na vila, mas a eletrificação rural só alcançou a população mais abastada na década de 80 e os pobres precisamente na década de 2000 com o programa Luz para Todos; e, pelo Decreto-Lei nº 311, de 2 de março de 1938, eram concedidos a Canguçu foros de cidade. Na década de 1950 Canguçu produzia mais de 20 mil toneladas de batata-inglesa, de milho e de trigo, e mais de mil de arroz.
Geografia
Canguçu está incrustado na Serra dos Tapes a qual forma junto com a Serra do Herval a região fisiográfica gaúcha Serras do Sudeste, serras divididas pelo rio Camaquã, que limita ao norte o município e que se constituem dos solos mais antigos do estado, como parte do Escudo Rio-Grandense, de formação no Período Arqueano. É em Canguçu que nascem os arroios do Quilombo e das Caneleiras, que no município vizinho, Pelotas, juntam-se e recebem o nome de arroio Pelotas.
Clima
Segundo dados da estação meteorológica automática do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) no município, em operação desde janeiro de 2007, a menor temperatura registrada em Canguçu foi de −2,5 °C em 11 de julho de 2007 e a maior atingiu 38,4 °C em 14 de março de 2020, superando os 38 °C de máxima em 27 de dezembro de 2013. Em 24 horas o maior acumulado de precipitação chegou a 100,8 milímetros (mm) em 25 de abril de 2016. A maior rajada de vento foi registrada em 17 de outubro de 2018, chegando a 37,1 m/s (133,6 km/h).
Língua regional
Além da língua portuguesa, há muitos habitantes que utilizam a língua pomerana no município. Esta língua minoritária se constitui em um legado cultural que faz parte intrínseca do histórico desta comunidade, e de outras comunidades da região de similar perfil, que resultaram de processos migratórios promovidos pelo Estado durante o período imperial.
Infraestrutura
Educação

A Escola Técnica Estadual Canguçu (ETEC), antigo CONTADOR, é uma instituição estadual que, além do curso médio regular, disponibiliza dos cursos técnicos em Agricultura e Contabilidade.
O município conta com extensões universitárias e polos universitários de diversas universidades, quais sejam, a Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, o Centro Universitário Leonardo Da Vinci - UNIASSELVI, a Universidade Anhanguera, e por último a Universidade Franciscana (a partir de novembro de 2018[25]), oferecendo inúmeros cursos de educação à distância tanto bacharelado, quanto tecnólogo e licenciatura.
Referência para o texto: Wikipédia ; IBGE .

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

PORTO FERREIRA - SÃO PAULO

Porto Ferreira é um município brasileiro do estado de São Paulo localizado na Região Geográfica Imediata de São Carlos, estando a uma altitude de 537 metros. Porto Ferreira tem uma população de 52.649 pessoas, conforme o Censo de 2022. É considerada "A Capital Nacional da Cerâmica Artística e da Decoração".
História
A origem de Porto Ferreira aponta para o início dos anos de 1860. Nas margens do rio Moji-Guaçu, inicialmente pelas proximidades do Ribeirão dos Patos e, em seguida, transferida para próximo da foz do Rio Corrente, exerceu atividade, a Balsa que efetuava a travessia de passageiros e mercadorias. O responsável por este porto fluvial, foi o Balseiro João Inácio Ferreira, o qual, emprestou seu nome à cidade que futuramente se formou Porto Ferreira.
Todo o Vale do Mogi foi habitado pelos índios "Painguás" ou "Paiaguás", da grande família Tupi-Guarani, que tinham algumas aldeias em terras onde veio a se constituir o município de Porto Ferreira. Em 1870, o mineiro Vicente José de Araújo, acompanhado da família, comprou terras nas margens do córrego do Amaros, instalando uma serraria movida pela força daquelas águas, razão pela qual, o córrego, mais tarde, passou a ser denominado Serra D'Àgua. A origem de Porto Ferreira, encontra assim, duas teorias básicas divididas entre seus historiadores: a que aponta um nascimento espontâneo pela ação de fatores que acabaram gerando a necessidade de criar um lugarejo neste local, dentre os quais, a atividade do próprio Balseiro João Ferreira; e a outra corrente, que outorga a Vicente José de Araújo, o mérito pelo surgimento do município.
Em qualquer uma delas, é certo que a Balsa foi a semente de Porto Ferreira, cidade que germinou, no entanto, com a chegada da estrada de ferro, oficialmente inaugurada em 15 de Janeiro de 1880, pela Companhia Paulista de Vias Férreas e Fluviais, com o firme propósito de atravessar o Mogi Guaçu e atingir a rica e florescente região de Ribeirão Preto, onde abocanharia rendoso frete pelo transporte de sua produção cafeeira. Este propósito, no entanto, por força de circunstâncias da época, a Companhia Paulista resolveu atingir através da atividade da navegação fluvial no Mogi Guaçu, até sua confluência com o Rio Pardo, o que fez de Porto Ferreira, um importante entreposto hidro-ferroviário, grande responsável pelo povoamento e consequente florescimento do município.
A cidade foi criada pela Lei Provincial nº 3, de 9 de fevereiro de 1888, subordinada a Descalvado. Com a denominação genérica de Distrito de Paz, Porto Ferreira foi desanexado de Descalvado e passou a pertencer ao município de Pirassununga, pela Lei Estadual nº 110, de 1 de outubro de 1892. As primeiras divisas de Porto Ferreira foram estabelecidas pelo Decreto n.º 183, de 29 de maio de 1891.
Porto Ferreira conseguiu sua emancipação político-administrativa pela Lei Estadual n.º 424, de 29 de julho de 1896, sendo o novo município, solenemente instalado no dia 25 de dezembro do mesmo ano. Criada pela Lei n.º 5285, de 29 de dezembro de 1958, foi instalada a Comarca no dia 19 de outubro de 1963.
Geografia
Clima

A temperatura média anual em Porto Ferreira é de 21 °C. A precipitação total anual fica entre 1300 a 1500 milímetros e o vento Predominante é Sudeste.
Topografia
O Município é plano, com pequenas ondulações, ligeiramente inclinado para as bacias do Moji Guaçu e seus afluentes. Ao norte, montanhoso.
Solo
São encontrados quatro tipos de solo, assim distribuídos pela área do município: Latossol Vermelho Amarelo (62 km²), Latossol Roxo (74 km²), Hidromórfico (27 km²) e Latossol Vermelho Escuro (77 km²).
Hidrografia
A bacia hidrográfica de Porto Ferreira está assim constituída: Rio Mojiguaçu, Rio Bonito, Rio Santa Rosa, Córrego Amaros, Córrego dos Patos, Córrego do Sapé e Rio Corrente
Eventos do calendário oficial do município
- 20 de janeiro - Dia de São Sebastião (Padroeiro);
- fevereiro/março - Carnaval;
- março - Semana cultural Orestes Rocha;
- maio - Festival Zé Carreiro de música Sertaneja;
- junho - Cavalaria Jorgiana;
- julho - Festa de São Cristovão;
- 24 a 31 de julho - Semana da Cidade;
- julho - FEIFE (Feira Indústrial Ferreirense);
- 29 de julho - Aniversário de Porto Ferreira;
- Dezembro - Natal de Luzes.
Feira Industrial Ferreirense
Feira Industrial Ferreirense (FEIFE), Cultura, Negócios e Diversão. Criada em 1975, na primeira gestão do prefeito Dorival Braga, a FEIFE é sinônimo de Porto Ferreira, é o ponto alto das comemorações do aniversário da cidade. Exposições, Rodeios, Parques de Diversões, Praça de alimentação e Shows diversificados, dentre tantos outros atrativos, elevam o nome de Porto Ferreira que é reconhecida Nacionalmente por seus Produtos e Serviços. A FEIFE já foi considerada a maior Feira Industrial do interior, ficando entre as 3 maiores Feiras do Estado de São Paulo nos anos 80, 90 e início dos anos 2000.
A Capital Nacional da Cerâmica Artística e da Decoração
No dia 21 de setembro de 2017, o Plenário do Senado aprovou o projeto que confere à cidade o título de Capital Nacional da Cerâmica Artística e da Decoração. O autor do projeto, deputado Newton Lima (PT-SP), destacou a tradição e a importância econômica da atividade na região como forte gerador de emprego e renda. A proposta foi incluída na pauta do Plenário após um pedido do senador José Serra (PSDB-SP), que ressaltou a importância da produção de cerâmica para o Brasil. O texto seguiu para sanção do presidente Michel Temer e no dia 16 de outubro de 2017, a Lei n° 13.492 conferiu em definitivo o título de "Capital Nacional da Cerâmica Artística e da Decoração ao município.
Educação
O município possui 12 creches publicas; 4 creches particulares; 11 EMEIs; 13 EMEFs; 1 EMEFM Mário Borelli Thomáz; 1 Sesi; 1 CAIC; 3 Escolas Estaduais; 2 Faculdades; 1 Escola Técnica (ETEC); 6 escolas particulares.
Economia
A Associação Comercial e Empresarial de Porto Ferreira foi fundada em 1972.
Agropecuária
A agricultura não apresenta uma grande participação na economia devido ao tamanho reduzido do município, a área Urbana possui uma extensão de 35 km² e a área Rural 209 km², onde apenas 185,6 km² são apropriados para o desenvolvimento de culturas agrícolas, com destaque para a cana de açúcar que tomou o espaço da Laranja e do Algodão. o município produz em pequena escala laticínios e gado para o consumo interno.
Comércio
A cidade possui um comércio amplo e diversificado.
Serviços
O município conta com 8 Agências Bancárias; 3 Casas Lotéricas; 2 Agências dos Correios.
Indústrias
Porto Ferreira possui um grande polo de indústrias de transformação de minerais não metálicos (vidros e embalagens, cerâmica de mesa e faiança, olarias de tijolos e telhas de barro, pisos e revestimentos cerâmicos), papel e papelão, alimentos (cereais, aves, lácteos e bebidas), metalúrgicas e tecnologia (fios e condutores elétricos, chaves disjuntores e comandos, circuitos integrados), possui: 2 multinacionais instaladas; 17 indústrias de porte grand; 58 indústrias de porte médio e 289 micro e pequenas indústrias.
Dentre essas indústrias, destacam-se a Cargill, a Verallia pertencente ao Grupo Saint-Gobain, a Vidroporto S.A., Mar-Girius I.C.E Eletrónicos, Paco Indústria e Comércio de Materiais Elétricos, Batrol Móveis, Cerâmica Porto Ferreira S.A., Broto Legal Alimentos, Imporpel, etc.
Clubes
Porto Ferreira possui os seguintes clubes: Porto Ferreira Futebol Clube; Sociedade Cultural Clube de Campo das Figueiras; Sociedade Esportiva Palmeirinha.
Referência para o texto: Wikipédia .

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

LIMOEIRO - PERNAMBUCO

Limoeiro é um município brasileiro situado no estado de Pernambuco. Localizado na Mesorregião do Agreste Pernambucano e na Microrregião do Médio Capibaribe, possui uma área de 277,54 km². Sua padroeira é Nossa Senhora da Apresentação. A população da cidade de Limoeiro chegou a 56.510 pessoas no Censo de 2022.
História
De acordo com uma velha lenda, Limoeiro foi uma aldeia de índios Tupis, numa região com muitos limoeiros (pés de limão), o que justifica o nome da cidade. Na história da fundação de Limoeiro, a origem do seu nome foi graças a um padre com o nome de Ponciano Coelho, que teria chegado à região para catequizar os índios. Conta-se que um dia chegou para morar perto de Limoeiro, em Poço do Pau, um português que tinha por nome Alexandre Moura, trazendo consigo a imagem de Nossa Senhora da Apresentação, imagem essa que atraía os índios. Alexandre Moura construiu perto de sua residência uma igrejinha, onde colocou a imagem da referida santa, que tinha missas celebradas pelo Pe. Ponciano Coelho, e organizando festas, sendo isso atração para as famílias que começaram a morar na localidade, ficando mais perto do movimento religioso.
Presume-se que o Pe. Ponciano Coelho fizera desaparecer a imagem de Nossa Senhora da Apresentação da Capela de Poço do Pau para Limoeiro, aldeia indígena onde hoje se ergue a torre da igreja matriz, marco da fundação do povoado chamado Limoeiro de Nossa Senhora da Apresentação. Pode-se acreditar que a antiga aldeia de índios, hoje, Limoeiro, foi fundada pelos padres Manuel dos Santos e João Duarte do Sacramento, em 1711.
Em 1752, o Pe. Ponciano Coelho recebeu a carta de Sesmaria, e Limoeiro cresceu deixando de ser aldeia de índios. A Sesmaria de Limoeiro se estendia desde o atual município de Feira Nova até o município Santa Cruz do Capibaribe e desde o município de Macaparana até o atual município de Passira. O extenso território foi perdido através de inúmeras emancipações políticas, que deram origem a 16 municípios.
No dia 6 de abril de 1893, Limoeiro passou a cidade, e como cidade a mesma teve seu primeiro prefeito Antônio José Pestana, seu primeiro Vigário Pe. Bartolomeu da Rocha. Neste dia se comemora a Emancipação Política de Limoeiro.
Economia
Uma das principais feiras de gado da região, ocorre semanalmente em Limoeiro. Organizada pela Sociedade dos Criadores de Limoeiro, a feira movimento aproximadamente R$ 1 milhão com a venda de 500 animais, em média.
Geografia
Clima
O clima do município é do tipo tropical sub-úmido, com período chuvoso nos meses de outono e inverno, entre março e agosto. O período seco ocorre nos meses de primavera e verão, entre setembro e fevereiro. A média anual de precipitações é de aproximadamente 1.000 mm.
Hidrografia
O município está inserido na bacia do Rio Capibaribe.
Vegetação
Na região onde Limoeiro está localizado a predominância e da Caatinga arbórea. Encontramos também árvores típicas da Mata Atlântica.
Relevo
O município está localizado na unidade geoambiental do Planalto da Borborema.
Educação
Ensino Superior

No âmbito do ensino superior conta com a Faculdade de Ciências da Administração de Limoeiro/Faculdade de Ciências Jurídicas de Limoeiro (FACAL/FACJUL), a Universidade Aberta do Brasil (UAB), que engloba quatro instituições de ensino: Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Cultura
Gastronomia

Sua alimentação típica é caracterizada pela pamonha, canjica, munguzá, milho assado e cozido durante o período de junho a agosto. Possui as típicas culinárias regionais nordestinas, assegurando sua estrutura de intensa brasilidade. Assim, encontra-se facilmente em Limoeiro vários preparos de origem afro-descendente como sarapatel, buchada de bode, rabada de porco, etc. A linhagem indígena é intensa com os alimentos oriundos da mandioca como o bolo de mandioca, tapioca e beiju. O consumo da população de tubérculos e raízes nativas, garantem boa nutrição há séculos: inhame, batata doce, cará, macaxeira, etc. Por estar avizinhado da histórica área de produção açucareira, em Limoeiro encontra-se grande variedades de doces artesanais e industriais: cocadas, doces em calda, de leite e das mais variadas frutas, bem como grande variedades de conhecidas iguarias populares de base no açúcar: quindim, lolita, pasteis, brigadeiros, sonhos, etc.
Música
No município há a Sociedade Musical 25 de setembro, que realiza aulas de músicas para jovens e adultos, educando musicalmente na cultura popular e inserindo no mercado de trabalho, da qual já saíram vários músicos. Também grandes maestros tiveram passagem, como Caramuru, Seminha Adolfo, Levino Ferreira e o grande Pepê que até hoje é maestro e mestre da entidade musical na qual mantém viva a cultura de Limoeiro de revelar grandes talentos na arte da música no agreste de Pernambuco
As tradições nordestinas de música e dança são fortíssimas na cidade, destacando o Coco de Roda, a Ciranda e o Forró. Diversos grupos de artistas dessa modalidade popular de festejo cultural fazem parte da história cultural de Limoeiro.
Eventos
- O segundo sábado do mês de fevereiro, desde 2006, tornou-se o dia do desfile do bloco lírico Flor do Limoeiro, bloco de pau e corda que se caracteriza pela beleza de suas fantasias e pela animação de seus integrantes.
- No dia 10 de fevereiro de 2007, foi às ruas de Limoeiro o bloco Mais Um, da rua Otacílio Fernandes de Lima, e desde então vem se apresentando.
- O Micaeiro (carnaval fora de época de Limoeiro), consolidado no calendário cultural de Pernambuco como o maior evento festivo do interior[carece de fontes], traz à cidade todos os anos milhares de turistas, movimentando a economia municipal, desde hotéis e restaurantes, a bares e vendedores autônomos. O já tradicional evento sempre movimenta um fim de semana do último trimestre do ano, com infraestrutura montada na Avenida Severino Pinheiro, no centro da cidade. A festa tem sido patrocinada por empresas públicas e privadas. O evento é organizado pela Prefeitura de Limoeiro.
- Festa de São Sebastião realizada no mês de janeiro, no terceiro domingo encerra-se a com a procissão ao mártir da igreja católica, atraindo milhares de turistas e romeiros da região.
Esportes
Na recreação e desporto o município tem a AABB (Associação Atlética Banco do Brasil), o Colombo Sport Club, o Centro Limoeirense e o Clube dos Motoristas.
O único time de futebol profissional da cidade é o Centro Limoeirense, o 3º clube mais antigo do estado de Pernambuco, fundado no dia 15 de Setembro de 1913. A equipe realiza os seus jogos no Estádio José Vareda, popularmente conhecido como Varedão, e atualmente disputa a Série A-2 do Campeonato Pernambucano. Outro clube da cidade foi o Clube Roma de Limoeiro.
Festas tradicionais
As festas tradicionais de Limoeiro são: Festa de São Sebastião; Festa Junina; Emancipação Política; Exposições de animais de Limoeiro; Vaquejada.
Referência para o texto: Wikipédia .

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

MAFRA - SANTA CATARINA

Mafra é um município brasileiro do planalto norte do estado de Santa Catarina. Localiza-se a uma latitude 26º06'41" sul e a uma longitude 49º48'19" oeste, estando a uma altitude de 793 metros a 310 km da capital Florianópolis, a 105 km de Curitiba, capital do estado do Paraná e a 134 km de Joinville[6], maior cidade de Santa Catarina. Sua população, conforme estimativas do IBGE de 2020, era de 56.561 habitantes.
Suas principais atividades econômicas são a agropecuária e indústria, além de ser um importante entroncamento rodoferroviário na região. Possui uma área de 1.404,084 km², que representa aproximadamente 1,47% da área total do estado; é o 4º maior município em extensão territorial de Santa Catarina (o 1º é Lages, com 2.645 km², o 2º é São Joaquim, com 1.888 km², e o 3º é Campos Novos, com 1.850 km²). O clima é temperado, com temperatura média entre 15 °C e 25 °C.
Mafra é considerada cidade polo do planalto norte de Santa Catarina. Classificada pelo Atlas de Regiões de Influência das Cidades 2007, publicado em 2009 pelo IBGE, como um centro sub-regional B.
História
Mafra tem sua história unida à de Rio Negro, no Paraná, pois antes da mudança dos limites entre os dois estados, as duas cidades faziam parte de um único município. Até o século XVIII existiam na região índios botocudos. Tornou-se após caminho e parada para tropeiros, principalmente depois da abertura da Estrada da Mata. Desbravamento, colonização e costumes, são originais dos europeus. A partir de 1894, a questão dos limites com o estado do Paraná esteve em litígio, tendo sido feito acordo entre os estados, em 28 de outubro de 1916. Em 25 de agosto de 1917, depois de sentença do Supremo Tribunal Federal, o estado de Santa Catarina tomou posse do território contestado, então, restaurando o município e demarcando seus limites. A instalação deu-se a 8 de setembro do mesmo ano, ficando Mafra à margem esquerda do rio Negro. O nome do município é em homenagem ao jurista catarinense, Conselheiro Mafra, que defendeu Santa Catarina contra o Paraná. O extrativismo da erva mate e da madeira trouxe desenvolvimento para a região, que foi conseguindo autonomia econômica, até se tornar cidade em 1917, depois da Guerra do Contestado.
Neste período estava em construção a estrada de ferro, ligando Porto União a São Francisco do Sul, cuja linha passa pela centro da cidade de Mafra, ramal da Estrada de Ferro São Paulo Rio Grande. Tal fato contribuiu para o desenvolvimento econômico da região. Já nos anos 60 do século XX, houve a construção de uma nova linha ferroviária, ligando Mafra à Lages, chamada de Tronco Principal Sul. Estas duas linhas atualmente são administradas pela empresa Rumo que mantém no município um grande complexo para manutenção de vagões e trens.
Até 8 de janeiro de 2000, Mafra possuía uma área territorial de 1.785 km², entretanto, com a Lei Estadual n.º 11.340, o distrito de Águas Claras, ao sul do território, foi desmembrado o qual passou a fazer parte do município de Rio Negrinho, com isso Mafra perdeu 379 km² de sua área, ficando com os atuais 1.404,084 km².
A cidade faz parte da Região Metropolitana do Norte/Nordeste Catarinense, anexada em 6 de Janeiro de 1998 pela Lei Complementar Estadual n.º 162, sendo a cidade sede Joinville. Em 2007, a região metropolitana foi extinta pela Lei Complementar Estadual n.º 381, porém, restituída pela Lei Complementar Estadual n.º 495 de 2010.
Geografia
Relevo

O município de Mafra apresenta um relevo de planalto, com colinas de pequena amplitude altimétrica, formando uma superfície regular, quase plana. Mafra possui uma altitude média de 800 metros do nível do mar.
Vegetação
A vegetação do município é classificada como "Floresta Ombrófila Mista", mais conhecida como "Mata de Araucárias", onde predomina o conhecido pinheiro-do-paraná, cuja espécie está desaparecendo diante da expansão de fronteiras agrícolas e a exploração de madeireira. Juntamente com o pinheiro-do-paraná, existem outras espécies vegetais, onde se destacam principalmente a canela, a imbuia, a sapopema, a bracatinga e a erva-mate.
Hidrografia
Mafra localiza-se na Bacia do Iguaçu, cujo principal rio do município é o rio Negro, na divisa de Santa Catarina e Paraná. Outros rios que deságuam no rio Negro são: rio Preto, na divisa com o município de Rio Negrinho, rio da Lança (o maior rio inteiramente mafrense), o rio Negrinho, o rio São Lourenço (onde está instalada a Usina Hidroelétrica São Lourenço, em operação desde 1914, com potência instalada de 0,48 MW), o rio Ribeirãozinho, o rio Butiá e o rio São João, este já na divisa com o município de Três Barras.
Clima
O clima de Mafra está classificado como "subtropical úmido mesotérmico". Subtropical porque possui temperaturas com médias entre 15 °C e 30 °C; Máxima temperatura em torno de 32 °C , e a mais baixa em torno de 1 °C, é mesotérmico porque as temperaturas registradas na cidade estão pouco distantes das registradas nas regiões mais quentes e também das registradas nas regiões mais frias do planeta. A umidade relativa normalmente fica acima de 85%, principalmente no vale do Rio Negro, onde a taxa de umidade é bem maior.
Economia
Agropecuária

Mafra destaca-se muito na agricultura, tanto em produção quanto em produtividade, tudo isso devido a grande área do município possui, e à fertilidade do solo. A maior produção ocorre com as culturas de soja, milho, feijão, trigo, cevada e fumo. Há que destacar também, a produção de mel, cuja qualidade é reconhecida internacionalmente. Na pecuária o destaque fica com a avicultura, suinocultura, e o rebanho de gado leiteiro.
A silvicultura também é expressiva no município, sobretudo nas últimas décadas, contribuído com matéria-prima para a indústria madeireira, diminuindo assim a pressão pela exploração de áreas de mata nativa.
Indústria
O município possui um parque industrial diversificado, sendo a de maior importância a indústria madeireira. Além deste, há indústrias no setor cerâmico (revestimentos), curtumes, têxtil, metalúrgica, minerais não metálicos e alimentícia.
Serviços e comércio
Mafra é muito forte neste quesito, como o comércio varejista e a prestação de serviços, sobretudo nos serviços públicos, o qual possui muitos representantes de órgãos do governo federal (Receita Federal, Ministério Público Federal, Justiça Federal, Polícia Rodoviária Federal, INSS, DNIT entre outros) e estadual (receita Estadual, Regionais de Secretaria de Estado, FATMA, CIDASC, Varas da Justiça (Civil, Criminal e do Trabalho), CELESC, CASAN entre outros).
Na cidade existem também 7 agências bancárias (CAIXA, Banco do Brasil, BESC, HSBC, Bradesco, Itaú, Credinorte) que prestam os mais diversos serviços na área financeira. Além destes bancos, Mafra foi uma das primeiras cidades do país a receber uma Agência do Banco Nacional da Agricultura Familiar - BNAF, que tem como objetivo facilitar o acesso ao pequeno produtor rural à tecnologia no uso de sementes e mudas, à qualificação do plantel pecuário, além de repasse de informações para o gerenciamento de pequenas propriedades.
Infra-estrutura
O município de Mafra é um importante entroncamento rodoferroviário na região, servida pela BR 116, BR 280 e pelas ferrovias Linha do São Francisco e Tronco Principal Sul da antiga RFFSA, hoje concedidas à Rumo. Existe também um aeroporto de administração municipal no Bairro do Faxinal, também conhecido como Aeroporto Hugo Werner.
Mafra conta ainda com uma universidade (UnC), um hospital com 69 leitos (Hospital São Vicente de Paula), e uma maternidade (Maternidade Dona Catarina Kuss) esta, devido ao bom serviço prestado, foi a primeira maternidade do sul do Brasil a ser reconhecida pela UNICEF com o título de "Amiga da Criança".
Turismo
Colonizada por diversos povos, mantém as tradições em centros culturais e em grupos folclóricos como o Bucovino Boarischer Wind (alemão) e o Vesná (ucraniano).
Visite a Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, templo de fé dos ucranianos que vivem na cidade, e a ponte metálica Dr. Dinis Assis Henning sobre o Rio Negro, inaugurada em 1896 e maior monumento histórico da região.
Vale conhecer algumas particularidades da cidade, como as canforeiras (planta de origem asiática da qual é extraída a cânfora) da praça Hercílio Luz, o calçamento de pedra basáltica e os fósseis, que provam que há milhões de anos a região esteve sob o mar.
Eventos
Diversos eventos são realizados durante o ano. A Festa de São José, em março; Festa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, tradicional na comunidade ucraniana em homenagem à padroeira, em junho; a Festa Bucovina, tradicional comemoração dos bucovinos, com atividades folclóricas e culturais, comidas típicas e muita animação, em julho. Em setembro ocorre a Festa do Produtor, a qual faz parte das comemorações do aniversário do município, e a Festa de Nossa Senhora Aparecida, em outubro.
Além da infraestrutura turística existente, Mafra também conta com turismo ecológico, que dispõe de passeios por florestas, cachoeiras, áreas rurais, usinas e sítios paleontológicos.
Cine-Teatro Emacite
O Cineteatro Emacite é uma sala de espetáculos, em especial de projeção cinematográfica e de apresentação teatral, que fica na cidade de Mafra.
Em 1940, José Rauen idealizou um projeto para a construção de um complexo constituído por Hotel, Cinema e Restaurante na cidade de Mafra, cujo objetivo principal era a exploração do comércio cinematográfico e teatral. Tal complexo, a Empresa Mafrense de Cinema e Teatro, vindo dessas iniciais o nome Emacite, foi fruto de uma parceria entre José Rauen e Alfredo Herbst, que disponibilizou parte de seu capital com um terreno situado em Mafra, na Rua Coronel Victorino Bacelar e Praça Hercílio Luz, com área de 1813,60m², onde foi edificado o prédio destinado ao cinema.
Sua construção teve início em 1950, sendo que o projeto inicial não passou de quatro paredes levantadas e teve a construção paralisada, sendo retomado apenas em 1958, pelo engenheiro Rubens Meister. O cinema foi concluído em 1961 e neste mesmo ano inaugurado em grande estilo, com acomodação para 901 pessoas. Sua arquitetura tem sido considerada uma das melhores do estado, com excelente acústica, tornando-se um dos mais modernos e perfeitos cinemas da época.
Com os avanços tecnológicos e o surgimento do vídeocassete em 1988, o cinema sofreu grande queda de público, não podendo mais repetir filmes, como era costume até então, e sim somente exibir lançamentos. Em meados do século XX, o Cine Emacite deixou de exibir filmes definitivamente, por não conseguir manter as despesas da sala e pela escassez de público.
No início do século XXI foi reformado pela Prefeitura Municipal de Mafra, sob a responsabilidade da arquiteta Dilene Dias, e reaberto em 2005, sob nova direção e dispondo de ambiente moderno e, com a reforma, o palco ganhou espaço avançando sobre a plateia, que ficou com 717 lugares. Atualmente, atuando como Cineteatro e Eventos Emacite, caracteriza-se por ser um dos poucos cinemas de rua ainda em atividade, e apresenta programação cultural diversificada abrangendo cinema e teatro.
O Cine Emacite, teve seu maior movimento nos anos 60 e 70. Os cinemas da época, mediante o fato de ainda não existir videocassete, apresentavam lançamentos, reprises, em especial de filmes famosos, pois era a única forma, muitas vezes, de se assistir a um filme cultuado pela tradição.
A cultura do cinema, nas décadas de 60 e 70, era característica, de forma a se tornar um marco social de relevância e acesso à cultura e informação. Os cinemas eram o ponto de encontro da cidade, o local onde os jovens se conheciam, encontravam e namoravam. Havia a importância da espera da sessão, quando a sala de cinema era mantida iluminada, e os jovens da cidade usavam-na para a antiga “paquera”; havia também a importância da comunicação, mediante o fato de o cinema ter sido, na época, um meio de difundir comportamentos, modas e tendências.
A programação do Cine Emacite, nas décadas de 60 e 70, tinha características próprias, apresentava a maior parte dos filmes aos sábados e domingos, através das sessões da tarde, as matinês, além de sessões noturnas. Havia também sessões especiais, tais como a sessão “Belo-sexo”, às quartas-feiras à noite, quando as mulheres não pagavam o ingresso. Geralmente, a sessão era dupla, apresentava dois filmes seguidos, e quase sempre um dos filmes era um western spaghetti. Os lançamentos passavam, na sua maioria, na sessão da noite. Houve alguns lançamentos históricos, que mereceram sessões extras, como quando foi lançado o filme Gandhi, de Richard Attenborough.
Educação
Universidade do Contestado

O Campus Universitário de Mafra, que integra a Universidade do Contestado (UnC), começou sua história com a criação da Fundação Educacional do Norte Catarinense (Funorte), na década de 1970; a primeira faculdade, nas áreas de Ciências e Letras, começou a funcionar em março de 1973, nas dependências da Escola Básica "Santo Antônio".
A Lei Municipal nº 1991, de 8 de agosto de 1994, uniu a Funorte a 5 (cinco) Instituições de Ensino Superior, todas com as mesmas características da Funorte (Mafra): Fundação Educacional do Alto Vale do Rio do Peixe (Fearpe), em Caçador; Fundação Educacional do Alto Uruguai Catarinense (Feauc), em Concórdia; Fundação das Escolas do Planalto Catarinense (Funploc), em Canoinhas; Fundação do Planalto Central Catarinense (Feplac), em Curitibanos, originando a Universidade do Contestado – UnC.
Esportes
Mafra conta com os clubes: Mafra Futsal; Operário; Pery Ferroviário.
Referência para o texto: Wikipédia .

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

REGISTRO - SÃO PAULO

Registro é um município brasileiro da Região Geográfica Imediata de Registro, na Região Geográfica Intermediária de Sorocaba, no Estado de São Paulo. O município é formado somente pelo distrito sede, que inclui o Bairro Serrote.
A diversidade cultural e econômica e a concentração populacional fazem com que Registro seja conhecida como "Capital do vale do Ribeira", ou também como "Capital do Chá", em alusão a um dos principais produtos exportados pelo município, principalmente até meados da década de 1990.
A população de Registro de acordo com o Censo de 2022 é de 59.946 habitantes.
Conforme Decreto nº 50.652 (de 30 de março de 2006), o município é oficialmente Marco da Colonização Japonesa no Estado de São Paulo porque teria sido a primeira localidade a receber imigrantes japoneses interessados em investir em produção própria no Estado de São Paulo. O Conjunto Iguape (colônias de Registro, Sete Barras e Katsura ou Jiporuva) foi cronologicamente a primeira grande colônia formada por japoneses no Brasil, e também a primeira entre as colônias fundadas por capital privado nipônico.
História
Até o momento, os mais antigos testemunhos da presença humana no Vale do Ribeira são provenientes do abrigo Maximiano, um sambaqui fluvial em abrigo de caverna datado de 9.810 +- 150 anos AP (datação calibrada), localizado no município de Iporanga. Além disso, diversos estudos arqueológicos demonstram que o rio Ribeira de Iguape era uma das poucas vias de comunicação entre o litoral e o planalto, já que as escarpas da Serra do Mar dificultavam consideravelmente o estabelecimento de caminhos. Embora a datação obtida no abrigo Maximiano ainda seja alvo de discussões entre os pesquisadores, sendo necessárias mais pesquisas para que se possa entender a ocupação do vale por diversas populações, é consenso que esta região vem sendo habitada a mais tempo do que se supunha. Por conseguinte, no chamado Médio Ribeira (sub-área geográfica em que o município de Registro se localiza) também foram encontrados instrumentos líticos – machados, raspadores e pontas de projétil – relacionados à tradição tecnológica Umbu, datados de 1.300 anos atrás.
De acordo com as fontes históricas e arqueológicas disponíveis até o momento, a região do Vale do Ribeira era habitada por grupos carijós e guaianás na época em que os primeiros europeus chegaram ao atual litoral brasileiro. Os primeiros, falantes de um idioma pertencente ao tronco Tupi, habitavam extensas áreas do litoral meridional brasileiro, havendo relatos de seus assentamentos próximos à Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul. Já os Guaianás (também chamados de Guaianazes ou Guaianãs) falavam um idioma pertencente ao tronco linguístico Macro-Jê sendo atualmente considerados ancestrais dos Kaingangs. Segundo consta, seus assentamentos eram mais frequentes no planalto paulista, próximos às calhas de rios como o Paranapanema e Tietê. Relatos etnográficos apresentam esses grupos indígenas como agricultores, consumidores de mandioca e de milho, cultivando também diversas espécies não alimentícias, como cabaças, tabaco, algodão e urucu. Suplementavam a dieta com coleta de frutos, raízes e nozes silvestres, além da caça.
A chegada dos europeus no Vale do Ribeira, assim como em outras partes do litoral e planalto paulista, implicou tanto no apresamento quanto na conversão de milhares de indígenas, bem como na paulatina migração destes para outras áreas mais afastadas da agora chamada América Portuguesa. Por outro lado, a presença indígena no Vale ainda pode ser observada na reserva indígena Takuarí (município de Eldorado) e nas terras tradicionalmente ocupadas de Pindoty/Araçá-Mirim (municípios de Pariquera-Açu, Cananeia e Iguape), Tapyi/Rio Branquinho (município de Cananeia), Guaviraty (município de Iguape) e Kaaguy Hovy (município de Iguape). A influência indígena se manteve presente também de outras formas, como na técnica da coivara e nos métodos de pesca, bem como nos termos linguísticos e toponímias utilizadas e adaptadas nas comunidades ribeirinhas e negras.
Ciclo do ouro
Assim como em outras localidades do Vale do Ribeira, a origem do povoado de Registro está diretamente relacionada à procura de ouro por meio de vias fluviais no rio Ribeira de Iguape. De acordo com Ernesto Young, autor de livros sobre a fundação do município de Iguape, já nas primeiras décadas do século XVI os primeiros colonizadores portugueses teriam conhecimento do potencial minerário regional. Com efeito, em meados do século XVII as primeiras jazidas de ouro na América Portuguesa foram descobertas na região do Médio Ribeira, contexto que favoreceu a criação de aproximadamente doze núcleos populacionais na região.
O ouro de aluvião era garimpado em Xiririca (atual Eldorado) nos rios Pedro Cubas, Taquari, Sapatu, Nhunguara e Pilões, bem como nos rios Etá, Quilombo e Ipiranga (em trechos atualmente localizados no município de Sete Barras), sendo posteriormente transportado em canoas. O interesse da metrópole portuguesa nesses primeiros momentos da exploração aurífera em sua colônia também provocou a transferência da Casa de Fundição de Ouro de Paranaguá para Iguape em 1653, a fim de fiscalizar a extração e o envio de 20% da carga aurífera para a Coroa de Portugal.
A necessidade de fiscalização do ouro garimpado, por parte da Coroa Portuguesa, resultou no estabelecimento de uma casa do Fisco à margem direita do rio Ribeira de Iguape, nas terras da vila de Nossa Senhora das Neves de Iguape. Segundo algumas fontes, a edificação estaria localizada onde hoje se cruzam as ruas Dom Pedro II e Miguel Aby-Azar, localidade popularmente denominada como "Morro da Espia". Com isso, a presença de agentes da Coroa portuguesa encarregados de revistar e registrar as mercadorias, bem como cobrar o Quinto e enviá-lo para fundição e cunhagem, resultou no surgimento de um povoado no entorno desse porto fluvial de registro do ouro, dando origem à sede atual do município de Registro.
O povoamento nos arredores da casa de Fisco deve ter sido significativo o suficiente para ser elevada à condição de freguesia na década de 1760. De acordo com uma carta data de 7 de agosto de 1768, assinada pelo coronel Afonso Botelho de Sampaio e Sousa e enderaçada ao governador da Capitania de São Paulo, Luís Antônio de Sousa Botelho Mourão, a chamada freguesia do Registro já contava com um padre para ministrar as missas. O primeiro pároco chamava-se João da Silva, e sua chegada foi acompanhada de reivindicações dos moradores junto à Coroa Portuguesa em prol da construção de uma igreja[28]. Um outro documento, datado de 12 de outubro de 1773, informa que a freguesia era chamada Santo Antônio do Registro.
Em fins do século XVII, entretanto, a mineração na região já demonstrava seus primeiros sinais de esgotamento. Com a descoberta das minas de ouro em Minas Gerais e Goiás, muitos dos garimpeiros do Vale do Ribeira emigraram, deixando a atividade mineradora em relativo abandono. Embora a mineração aurífera no Vale do Ribeira tenham se mantido como uma atividade econômica significativa durante todo o século XVIII, mantendo um núcleo colonizador relativamente bem sucedido, o ciclo do ouro regional já chegava ao seu fim. No século XIX, apenas algumas localidades ainda eram exploradas em busca de jazidas, dentre elas a área entre Pedro Cubas e o atual distrito do Batatal (localizado no município de Eldorado), nas margens do rio Ribeira. A fiscalização do ouro extraído seguia ocorrendo de forma rigorosa na freguesia de Registro, entretanto, a ponto de moradores de Xiririca se queixarem junto à Câmara da Vila de Iguape em 1807. Ainda assim, em termos gerais, a mineração aurífera foi inevitavelmente tornando-se secundária para o contexto econômico das freguesias do Médio Ribeira.
A perda de importância econômica da atividade mineradora criou um ambiente mais estável para a agricultura local, proporcionando o surgimento de pequenos produtores rurais livres. Até então, a produção agrícola durante o auge do ciclo do ouro era incipiente, limitando-se à subsistência da população local, sendo por vezes incapaz de prover suficientemente os povoados. A partir do início do século XIX, mais especificamente com a chegada da família real portuguesa, a rizicultura se tornou predominante nos povoados do Vale do Ribeira, alcançando seu apogeu entre 1840 e 1860. Ainda assim, as fazendas de arroz aparentemente demandavam menos mão-de-obra escrava do que as atividades de mineração, fazendo com que a proporção entre a população livre e escravizada começasse a se inverter em todo os povoados, com maior presença dos primeiros, como demonstram os censos demográficos desse período. Por outro lado, a precariedade dos caminhos terrestres da região, os quais ligavam os povoados do Vale do Ribeira à Capital e ao porto de Santos, prejudicavam consideravelmente o estabelecimento de uma atividade econômica estável voltada para a exportação de arroz. Richard Francis Burton, cônsul britânico que teria percorrido o Vale do Ribeira em 1866, teceu críticas fortes ao estado dessas rotas, declarando para a Revista Comercial de Santos que os caminhos da região seriam piores do que os encontrados na África Central.
Dessa forma, também o cultivo do arroz não se manteve como atividade lucrativa por muito tempo, especialmente para as grandes fazendas locais. As técnicas de plantio utilizadas, relativamente rudimentares para os padrões da segunda metade do século XIX, aliada à dificuldade de escoamento da produção, acabaram por levá-la à decadência. A crise na produção do arroz e o assoreamento do porto de Iguape em fins do século XIX, via principal de escoamento comercial regional, contribuíram ainda mais para a desestruturação dessa atividade econômica. A produção agrícola passou a ser predominantemente de subsistência, sendo o eventual excedente agrícola dos pequenos produtores do povoado de Registro comercializado junto aos moradores da sede do município de Iguape, bem como Pariquera-Açu e Cananeia. Assim, enquanto as fronteiras agrícolas de outras regiões paulistas foram expandidas pela cafeicultura, o Vale do Ribeira mantinha-se isolado desse ciclo econômico. Tornou-se, nas palavras de alguns autores do início do século XX, os quais entendiam esse processo como uma evidência do atraso da região, um “Sertão do Litoral”, à espera do “desbravamento” de suas terras.
De acordo com Pasquale Petrone, geógrafo que pesquisou a região nos anos 1960, no começo do século XX o povoado de Registro consistia em duas ou três casas de pau a pique, cujo acesso e via de transporte seguia sendo o rio Ribeira. Embora não existam registros materiais ou escritos que nos deem mais detalhes da Registro do século XIX e da primeira década do século XX, sabe-se que esta não seguiu nenhum plano urbanístico geralmente associado ao período colonial.
Imigração Japonesa
Como forma de remediar os vazios demográficos da região, tentou-se a mesma política já utilizada em outras regiões paulistas: o incentivo à criação de colônias de imigrantes. Consequentemente, em oito de março de 1912, o Governo do Estado de São Paulo selou contrato de doação de 50 mil hectares de terras não cultivadas na região de Iguape (atualmente pertencente ao município de Registro), sem ônus, ao Tōkyō Syndicate (Sindicato de Tóquio). Este, por sua vez, deveria repassá-lo, em um prazo de quatro anos, para cerca de duas mil famílias japonesas dispostas a emigrar para o Brasil. Em 1913, a empresa de colonização Brasil Takushoku Kabushiki Kaisha (Sociedade Colonizadora do Brasil/BTKK) sucedeu o Sindicato Tóquio neste contrato de assentamento. Após fundar a Colônia Iguape, em 1919 a BTKK foi incorporada na Kaigai Kogyo Kabushiki Kaisha (Companhia Ultramarina de Empreendimentos S.A./KKKK).
Filial da Companhia Imperial Japonesa de Imigração, a KKKK atuou de 1912 a 1937 na gestão e na infraestrutura das colônias de japoneses em diversos países. A companhia também foi responsável pelo estabelecimento de mais de 450 famílias na colônia de Registro, onde foi autorizada a funcionar a partir de 1918. Segundo algumas fontes, a empresa estabeleceu um modelo de financiamento para os colonos, os quais tinham direito a 300 ienes por pessoa. Contudo, assim como com outras empresas de imigração que atuavam em outras regiões do Brasil, endividamentos subsequentes dos colonos – os quais necessitavam de alimentos, roupas, ferramentas e toda estrutura básica para seu estabelecimento adequado nas terras – ocorriam com frequência.
A KKKK tinha como sede em Registro o conjunto atualmente conhecido como Casarão do Porto, sendo este composto por quatro galpões de armazenamento e um edifício com instalações de engenho de beneficiamento de arroz e equipamento de calderaria. Com a suspensão das atividades da KKKK na região em 1938, o conjunto passou por diversas adaptações, servindo para fins sociais e culturais do município até os dias de hoje.
Dos três núcleos coloniais iniciais (Katsura, Sete Barras e Registro), o maior e mais bem sucedido economicamente foi justamente o que daria origem ao município de Registro. O primeiro ingresso de colonos japoneses em Registro ocorreu em 1917, consistindo em quatro famílias pioneiras. As primeiras 30 famílias chegaram ao povoado da Colônia Iguape em novembro de 1913. Em 1917, o número de famílias japonesas já chegava a 1.060, totalizando 5.121 pessoas na Colônia, a maioria em Registro. Como forma de facilitar o estabelecimento adequado das famílias, tanto a KKKK quanto os novos proprietários das terras abriam e conservavam estradas de terra, até então precárias e em pouco número no povoado.
Em um primeiro momento, havia o interesse no estabelecimento de uma produção cafeeira, até então inexistente no Vale do Ribeira. Contudo, o clima extremamente úmido da região, bem como a inexperiência dos imigrantes japoneses com esse tipo de cultivar, fez com que essa primeira empreitada fosse mal-sucedida. Por outro lado, a opção pela rizicultura – outrora tão importante economicamente para a região – se mostrou acertada, fazendo do povoado de Registro o maior produtor de arroz do Estado de São Paulo. A localidade possuía instalações de armazenamento e beneficiamento do cereal, produzido por cultura irrigada. Além do arroz, os imigrantes japoneses também estão relacionados com o cultivo do chá e do junco.
Segundo consta, a cultura do chá preto (Thea sinensis L.) prosperou nos solos da baixada do rio Ribeira de Iguape devido à sua acidez. Em 1919, por sua vez, o imigrante Torazo Okamoto chegou a Registro, sendo atribuída a ele a introdução de sementes de chá chinês (Thea assamica Mast) na região, visando o consumidor japonês de chá verde. Em 1934, também com o objetivo de produzir chá preto para o consumidor brasileiro, Torazo trouxe do Ceilão (atual Sri Lanka) algumas sementes de chá-da-índia da variedade Assam. As mudas conseguidas por Torazo acabaram por se tornar as matrizes do chá ainda produzido em Registro, ainda que o declínio do preço desse produto tenha culminado na drástica diminuição do seu cultivo a partir da década de 1950.
Da mesma forma, é atribuído ao imigrante Shigeru Yoshimura a introdução de algumas mudas de Juncus deeipens Nakai de Okayama (região de Chugoku, na ilha de Honshu, no Japão) em 1931. Três anos depois trouxe o tear apropriado para a confecção de esteiras. A produção resultou na instalação da primeira e única fábrica da América Latina que confecciona o tatame artesanal (tipo de colchonete utilizado na prática de artes marciais), ocorrida em 1955.
Paralelamente, em 1915, de forma a facilitar o contato entre o Porto de Santos e os principais núcleos habitacionais do Litoral Sul Paulista e do Vale do Ribeira, foi inaugurada a Linha Santos-Juquiá. Com cerca de 243 quilômetros de extensão, essa linha ferroviária possibilitou a exportação da produção agrícola da região, agora consideravelmente maior graças aos esforços da colônia japonesa. Ainda assim, a extensão do citado ramal ferroviário até Registro só ocorreria na década de 1980, apesar das reivindicações de moradores e produtores rurais regionais.
Assim como em outros momentos da história de Registro e região, a década de 1950 viu o surgimento de um novo ciclo produtivo agrícola, logo se tornando o principal cultivar regional: a banana. Nas palavras de Vicente Unzer de Almeida, autor de um estudo sobre a produção agrícola de Registro em 1957: “Até mesmo nas encostas de morros e nos grotões o capuava derrubou as matas, queimou-as e fabricou carvão e, em seu lugar, erguem-se extensos bananais. Calcula-se aproximadamente em 160 milhões de cachos a produção em todo o Vale do Ribeira e Linha Santos-Juquiá”. De acordo com o mesmo, nessa época a banana era responsável pela maior parte da renda gerada em Registro, sendo também o principal cultivar em termos de área plantada.
Uma das consequências do sucesso econômico da colônia foi o crescimento populacional da vila de Registro, sendo transformado em distrito do município de Iguape em 17 de setembro de 1934, através do Decreto n.° 6.665. Finalmente, em 30 de novembro de 1944, é assinado o Decreto-Lei Estadual n.° 14.334, sendo criado o município de Registro. Formado até então pelos distritos de Registro e Sete Barras, o município contava com 19.664 habitantes em 1950, embora algumas fontes já apontassem para um ligeiro êxodo populacional (principalmente colonos japoneses e seus descendentes) em direção à Capital logo após o fim da Segunda Guerra. Ainda assim, o predomínio demográfico e econômico japonês em Registro se manteve durante essa década, chegando estes a deter cerca de 60% das propriedades rurais e a maioria dos estabelecimentos comerciais.
Catedral São Francisco Xavier
Em 31 de agosto de 1926 foi lançada a pedra fundamental da Igreja, com a bênção de Dom José Maria Pereira de Lara. Há no centro da fachada simétrica, duas pilastras retas que emolduram a imagem de São Francisco Xavier.
O santo, cofundador da Companhia de Jesus, foi um dos mais importantes missionários católicos, cujo epíteto é “Apóstolo do Oriente”, por ter pregado no oriente e morrido na China. A construção da Igreja foi uma obra dos colonizadores japoneses que teve início em 1928 e inaugurada em 11 de maio de 1933.
Apesar dos imigrantes japoneses, em sua maioria, não serem cristãos, contribuíram maciçamente com recursos materiais e trabalho na construção do espaço religioso, em respeito à devoção local; mais tarde, muitos se converteram ao catolicismo.
Geografia
A cidade localiza-se na região intermediária de Sorocaba e região imediata de Registro. Quanto ao relevo, é caracterizada pela província costeira e, quanto à vegetação, pelas florestas úmidas de encosta.
Situada no Médio Ribeira, na Bacia Hidrográfica do Rio Ribeira de Iguape, apresenta rios de menor extensão, como o Carapiranga, o Guaviruva, o Capinzal e o São Francisco. O Rio Ribeira de Iguape, último grande rio do Estado de São Paulo que ainda corre livremente da nascente até a foz, serviu para escoar o ouro explorado no Alto Ribeira, o arroz produzido em Registro, além de transportar produtos agrícolas e outras mercadorias em vapores de roda. O município não abriga nenhuma Unidade de Conservação mas constitui uma área da zona de transição da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.
Clima
O clima do município pode ser classificado como Subtropical Úmido, isto é, sem estação seca, com as quatro estações do ano caracterizadas, com invernos brandos e verões quentes e úmidos. Esse tipo de clima é comum na faixa litorânea e na região sudoeste do estado de São Paulo.
Devido à baixa altitude, relevo plano, muita densidade da Mata Atlântica e a maritimidade, pela proximidade do Oceano Atlântico, as temperaturas tendem a ser mais elevadas em relação a outras localidades na mesma latitude. Nos meses quentes, mesmo em dias nublados, o forte mormaço eleva a temperatura da região, ocasionando um certo desconforto, já no inverno é muito comum a formação de nevoeiros ao amanhecer, o que aumenta a sensação de frio. Na classificação climática de Köppen-Geiger, o município apresenta clima classificado como Cfa.
Segundo dados do Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas (CIIAGRO/SP), desde novembro de 1994 até fevereiro de 2021 a menor temperatura registrada em Registro foi de 1 °C em 14 de junho de 2016 e a maior atingiu 43 °C em 3 de outubro de 2020. O maior acumulado de chuva em 24 horas foi de 158,7 milímetros (mm) em 26 de janeiro de 2004.
Economia
Participação dos Empregos Ocupados de cada setor no Total de Empregos Ocupados (%): Serviços: 43,6; Comércio Atacadista e Varejista e Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas: 28,4; Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca e Aquicultura: 9,5; Indústria: 13,0; Construção: 5,5.
O Polo Regional de Registro é responsável por mais de 50% da produção de banana no Estado de São Paulo (sendo esta a unidade da federação que mais produz tal fruto).
Registro é pioneiro na plantação de chá em toda a América Latina. A cultura do chá-da-índia (Camellia sinensis) (L.) Kuntze - no Brasil concentra-se na região do vale do Ribeira, principalmente nos municípios de Registro e Pariquera-Açu. Os principais países importadores do chá preto de Registro são Reino Unido, Alemanha, Holanda, Estados Unidos e Chile. Como 90% da produção de chá preto é exportada, a remuneração do dólar também afeta diretamente o preço pago pelo produto e os consequentes rendimentos das fábricas. Os preços recebidos pelo produto brasileiro no mercado internacional, para onde se destina a maior parte da produção, mostraram-se crescentes, de 1996 a 1998 (período em que a moeda brasileira esteve valorizada) e decrescentes de 1999 a 2002 (período de desvalorização do real). A instabilidade das condições climáticas e as chuvas irregulares também estimularam muitos produtores a reduzir ou até mesmo a extinguir a produção.
A cidade é conhecida também pelo plantio de junco e pela confecção de artefatos produzidos com esse material (esteiras, sacolas, jogos americanos e chinelos de palha com solado de borracha, entre outros produtos). O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) possibilitou a união dos produtores para a confecção de novos produtos derivados de junco, como bolsas, mochilas, pastas, almofadas, tapetes, sandálias, chapéus, viseiras, jogos americanos, caixas, cestos, almofadas e pufes, esteiras de tatame caneladas, com travesseiros, bolsos, dobráveis e para a prática de ioga.
Levantamento da Coordenadoria de Assistência Técnica Integrada (CATI) realizado em 1998 mostrava que Registro era o município que mais produzia arroz no vale do Ribeira. Essa cultura ocupava 630 hectares no município naquele ano.
Além do plantio de plantas ornamentais e da pupunha, a criação de búfalos tem se mostrado um negócio de sucesso e o município já produz muçarela orgânica certificada.
Principal centro comercial da região do vale do Ribeira, Registro apresenta galerias comerciais, filiais de redes de comércio e revendedoras de veículos automotivos. Seu Distrito Industrial possui capacidade para até quinze indústrias em uma área de 240 mil metros quadrados. Oito indústrias estão em funcionamento e outras cinco estão em fase de instalação no parque industrial do município. As empresas em atividade produzem purê de banana, confecções, muçarela de búfala, esquadrias de madeira, artes em concreto, reciclagem e cromação.
Turismo
No município há alternativas de passeio rurais, onde se podem praticar cavalgadas e pesca amadora e esportiva. Pode-se visitar a Estação Experimental de Zootecnia de Registro, no Instituto de Zootecnia, onde é desenvolvida a criação de búfalos. Existe, ainda, o projeto para construção de um museu do chá no município. Na zona rural é possível observar a influência dos japoneses na concepção arquitetônica das residências. Entre as opções de passeio e recreação estão o bosque municipal e as praças públicas:
- o Bosque Municipal Torazo Okamoto é um local arborizado com trilhas e palco para apresentações artísticas. É cortado pelo Rio Carapiranga;
- a Praça dos Expedicionários possui chafariz, área coberta e lanchonete. Apresenta espaço para realização de eventos e feiras e para prestação de serviços à população. Sediava a Rodoviária Municipal e foi reformada no final da década de 1990. Em 2008 recebeu uma escultura do artista plástico Yutaka Toyota;
- a arquitetura japonesa da Praça Cidade de Nakatsugawa remete à cidade-irmã e foi construída no ano da celebração do convênio entre as duas cidades (1980) e passou por reformas por ocasião das comemorações do Centenário da Imigração Japonesa em 2008;
- o "Parque Prefeito José de Carvalho", a popular "Praça Beira Rio", situada às margens do Rio Ribeira, tem como opções de lazer: ciclovia, pista de skate, área de recreação infantil. Há ainda o Monumento às Vítimas do Rio Ribeira de Iguape, local de celebração do culto religioso que antecede o Tōrō nagashi.
Na Praça Beira Rio, no local onde se encontrava uma árvore guaracuí - Andira anthelmia (Vell.) J.F. Macbr., um dos símbolos do município - foi instalada uma obra também denominada Guaracuí (uma flor estilizada de 7m de altura, em aço) que a artista plástica Tomie Ohtake doou em 2002 ao município em homenagem aos imigrantes japoneses.
Ainda na Praça, há o já citado Centro de Educação e Cultura KKKK, conhecido também como antigo Casarão do Porto. Após o tombamento estadual enquanto patrimônio histórico, ocorrido em 1987, a Prefeitura de Registro desapropriou o conjunto arquitetônico e o declarou como de utilidade pública, pelo Decreto nº 174 de 1990, repassando-o em 1996 à Secretaria da Educação para um projeto em conjunto. Em 1999 iniciou-se a restauração do conjunto por uma empresa especializada, mantendo características originais. O Centro de Educação e Cultura abriga atualmente:
- o Anfiteatro, local de realização de eventos públicos e espetáculos teatrais;
- o Memorial da Imigração Japonesa Vale do Ribeira, cuja exposição de utensílios agrícolas, roupas, esculturas, documentos, livros, mapas e fotografias conta a história e os costumes dos primeiros imigrantes japoneses. Foi fundado em janeiro de 2002;
- o Polo de Capacitação de Educadores, planejado para abrigar cursos de capacitação profissional e Oficinas;
- o Projeto Guri, desenvolvido desde 1995 pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo para "desenvolver as habilidades e potencialidades de crianças e adolescentes de áreas culturalmente carentes através da música, reconhecendo esta arte como agente de fortalecimento na construção da cidadania" formando "corais infantis, conjuntos de violões e outros agrupamentos instrumentais";
Os admiradores da arquitetura oriental podem visitar o Templo Budista Honpa Hongwanji (Templo do Juramento Universal de Amida, o Buda da Terra Pura do Oeste), construído em 1967, e o Bunkyo, sede da Associação Cultural Nipo-Brasileira de Registro, situado na Praça da Integração Brasil-Japão. Nessa praça foi instalada uma das esculturas comemorativa do centenário da imigração japonesa no Brasil do artista plástico Yutaka Toyota. "Portal do Sol" é inspirada nas antigas máquinas de beneficiamento de arroz e de chá utilizando as peças originais, que modelam e simbolizam as benfeitorias que os japoneses e seus descendentes teriam proporcionado para a região.
Os praticantes de esportes costumam conhecer o Centro Esportivo Governador Mário Covas, um conjunto formado por pista de atletismo, campo de futebol e ginásio poliesportivo com capacidade para cinco mil pessoas. Sedia eventos esportivos regionais, estaduais e a Exposição de Orquídeas. Outro espaço conhecido é o Estádio Municipal Brigadeiro do Ar Alberto Bertelli, campo de futebol que sedia competições municipais e regionais. O nome é uma homenagem a um dos maiores aviadores acrobatas civis do Brasil. Alberto Bertelli recebeu vários prêmios como piloto do interior e em competições de acrobacia e de corridas aéreas, caça aos balonetes e lançamentos de mensagens. Residiu em Registro por quase três décadas.
Entre as principais igrejas católicas estão a Matriz de São Francisco Xavier, inaugurada em 11 de maio de 1933 (São Francisco Xavier foi um missionário espanhol que realizou missões na Ásia, é Patrono dos missionários e padroeiro da cidade de Registro e da Diocese de Registro) e a de Nossa Senhora de Fátima. O município pertence à Diocese de Registro, área que corresponde a uma subdivisão territorial de 13.400 km² de área no Estado de São Paulo.
Infraestrutura
Saúde

Os principais hospitais são o Hospital Pronto Socorro e Maternidade São José S A (particular) e o Hospital São João (mantida pela Apamir, com auxílio da Prefeitura), além de diversos Postos de Saúde localizados nos bairros.
Educação
Ensino técnico

Registro abriga uma unidade da Escola Técnica Estadual Centro Paula Souza (ETEC) e o Instituto Federal de São Paulo (IFSP, antigo CEFET-SP). Instituições particulares também oferecem ensino técnico, como o INSSEP e o ITEC.
Ensino superior
Em Registro estão instalados um câmpus da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), um pólo educacional de ensino superior à distância da Universidade de Santo Amaro (Unisa), Universidade Anhembi Morumbi, Universidade Paulista (UNIP), Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) e o Centro Universitário do Vale do Ribeira ( UNISEPE)
Cultura
Patrimônio Cultural

Embora poucos edifícios das primeiras décadas de colonização japonesa ainda existam, sua importância histórica faz com que sejam considerados um patrimônio inestimável de Registro e do próprio Brasil. Segundo a bibliografia sobre o tema, a arquitetura desenvolvida pelo imigrante japonês em Registro é caracterizada pela junção das técnicas construtivas caboclas regionais e da arquitetura rural japonesa. Os materiais utilizados, a escolha do local para a construção, a observação atenta ao clima do Vale do Ribeira proporcionou o surgimento de edificações únicas no Brasil e no mundo. Além disso, em vários pontos da cidade de Registro estão instaladas esculturas do artista plástico Yutaka Toyota, confeccionadas com material das antigas fábricas de chá e do engenho de arroz, testemunhos de um período histórico significativo de Registro e de todo o Vale do Ribeira. Atualmente, são consideradas patrimônio histórico brasileiro as seguintes edificações localizadas no município de Registro:
- Residência Fukasawa, construída em 1937 com técnica construtiva de pau-a-pique, sendo utilizados bambus e argamassa com palha de arroz. Tombada como patrimônio histórico nacional pelo IPHAN em março de 2013;
- Residência Sr. Gozo Okiyama, construída em data não definida e composta por duas edificações, seguindo as plantas tradicionais japonesas chamadas genkey. Tombada como patrimônio histórico nacional pelo IPHAN em março de 2013;
- Residência Hokugawa, construída em data não definida e implantada sobre um pequeno curso de água. Tombada como patrimônio histórico nacional pelo IPHAN em março de 2013;
- Residência Sra. Susu Okiyama, construída entre 1925 e 1930, também edificada conforme as plantas tradicionais genkey. Tombada como patrimônio histórico nacional pelo IPHAN em março de 2013;
- Residência Shimizu, construída na década de 1930, servia tanto de habitação quanto de fábrica de chá. Tombada como patrimônio histórico nacional pelo IPHAN em março de 2013;
- Primeiras mudas de chá variedade Assam – Fábrica Chá Ribeira, matrizes do chá preto cultivado na região, até hoje protegidas e preservadas em um canteiro cercado no interior da fazenda. Tombada como patrimônio histórico nacional pelo IPHAN em março de 2013;
- Fábrica de chá Amaya, complexo industrial ainda em atividade. Tombada como patrimônio histórico nacional pelo IPHAN em março de 2013;
- Residência Amaya, construída em 1930 em terreno contíguo à Fábrica da família. Suas paredes brancas e janelas azul-claro se destacam em meio às plantações de chá. Tombada como patrimônio histórico nacional pelo IPHAN em março de 2013;
- Fábrica de chá Kawagiri, também abrigava a residência familiar, já demolida. A Fábrica foi construída com estrutura modular de madeira e vedações em taipa. Tombada como patrimônio histórico nacional pelo IPHAN em março de 2013;
- Igreja de São Francisco Xavier, construída entre as décadas de 1920 e 1930, a igreja leva o nome de um dos mais famoso missionários católicos no Oriente. Tombada como patrimônio histórico nacional pelo IPHAN em março de 2013;
- Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, inaugurada em 1929, apresenta características arquitetônicas japonesas. Tombada como patrimônio histórico nacional pelo IPHAN em março de 2013;
- Sede da KKKK (também conhecido como Centro de Educação e Cultura KKKK), construída entre 1920 e 1922, os galpões foram edificados com tijolos aparentes e arcadas nas elevações principais. Abriga atualmente o Memorial da Imigração Japonesa no Vale do Ribeira e o SESC-Registro. A importância histórica e arquitetônica desse bem também fez com que o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) tombasse o conjunto em 1987. Tombada como patrimônio histórico nacional pelo IPHAN em março de 2013.
Calendário oficial
- 30 de novembro: emancipação político administrativa do Município de Registro.
- 3 de dezembro: dia do padroeiro da cidade, São Francisco Xavier.
Eventos
Artes cênicas

- Abril Pra Cena, festival de artes cênicas criado e produzido pelo Grupo Caixa Preta de Teatro, com a intenção de divulgar espetáculos para o grande público gratuitamente, desde 2010. Une montagens de diversos grupos teatrais do País, em diferentes gêneros (comédias, dramas, farsas e musicais) e apresentações de dança em um único final de semana de abril.
Cultura regional
- Roda de Violeiros Fermino Gonçalves de Freitas, um festival de violeiros no primeiro dia do mês de maio homenageia o dia dos trabalhadores desde 1971.
- Festa Nordestina, tem como atrativos a culinária típica nordestina e a diversidade musical do Nordeste brasileiro. Desde 2005 o Departamento de Cultura, Esportes e Lazer da Prefeitura Municipal de Registro promove esta festa no mês de setembro.
Cultura internacional
- Festa do Sushi, realizada pela Associação Cultural Nipo Brasileira de Registro, oferece atrações musicais variadas e comidas típicas japonesas, como os tradicionais sushis e sashimis de atum, salmão, robalo, tainha e manjuba, além da participação de grupos de dança alemã e italiana em dois dias de festa no mês de junho.
- Tōrō Nagashi da Paz, a Associação Cultural Nipo-Brasileira de Registro promove desde 2009, no início do mês de agosto o evento que visa lembrar as consequências da 2ª Guerra Mundial para a população japonesa e conscientizar os jovens sobre a cultura de paz. Inspirado nas celebrações em homenagem às vítimas das bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos sobre as cidades japonesas de Hiroshima (em 6 de agosto de 1945) e Nagasaki (em 9 de agosto de 1945). Tourou significa lanterna de papel; nagashi, levar-se pelo vento.
- Bon Odori, a Igreja Budista e a Associação Cultural Nipo-Brasileira de Registro (Bunkyo) realizam o "festival em homenagem aos falecidos" em agosto na Praça Beira Rio com muita música típica japonesa, danças e comidas orientais. O costume do período de finados no Japão (de julho a setembro) é se tocarem músicas alegres celebrando a vida em comunidade e a continuidade da vida, sem olhar para trás, para que os espíritos, que foram reencaminhados ao seu mundo através do bon-odori, não acompanhem os vivos para sempre.
- Tōrō Nagashi, realizado no dia 2 de novembro, em homenagem aos mortos vítimas do Rio Ribeira de Iguape. É um culto ecumênico com pequenos barquinhos iluminados por velas coloridas, feitos artesanalmente e soltos no rio. Ao soltarem os barquinhos, os participantes da cerimônia iluminam o caminho dos espíritos e fazem pedidos de paz. Além da celebração religiosa, há sumô, comidas e danças típicas japonesas, que promovem a alegria dos espíritos.
Esportivos
- Jogos Escolares da Semana da Pátria (Sempa), desde 1996 o Departamento de Cultura, Esporte e Lazer (Decel) da Prefeitura Municipal de Registro reúne estudantes de todas as escolas do Município para disputar competições de atletismo, basquete, futsal, handebol, voleibol, tênis de mesa, xadrez e damas nos meses de agosto e setembro no Centro Esportivo Governador Mário Covas, no ginásio da Escola Estadual Dr. Fábio Barreto e no Registro Baseball Club (RBBC).
- Torneio de Judô Toraichiro Suzuki, promovido em outubro pela Associação Registrense de Judô (Arju) e pela 14ª Delegacia da Federação Paulista de Judô, em homenagem a Toraichiro Suzuki, grande incentivador do esporte na cidade, a competição reúne atletas de importantes clubes e associações do esporte.
Beneficentes e afins
- Festa da Solidariedade, o Fundo Social de Solidariedade de Registro coordena o evento organizado por entidades sociais do município. Comidas típicas e bingo são atrações da Festa, que ocorre no mês de junho.
- Festa do Queijo e Vinho, com música ao vivo e dança estão na programação da Festa promovida pela Casa da Amizade (entidade responsável pela manutenção da Creche Nosso Ninho). Sua renda é revertida para entidades beneficentes.
- Baile da Cidade, organizado pelo Fundo Social de Solidariedade, comemora o aniversário da emancipação política do município de Registro.
- Exposição Nacional de Orquídeas do Vale do Ribeira, evento oficial da Coordenadoria das Associações Orquidófilas do Brasil (CAOB) promovido em outubro pela Sociedade Orquidófila do Vale do Ribeira (Orquivale) onde se expõe uma grande variedade de orquídeas de associações orquidófilas do Brasil inteiro.
- Exposição Agroindustrial e Comercial do Vale do Ribeira (Expovale), em 1973 foi inaugurada a Expovale substituindo a festa "Chá Expo". Em 1979, o evento passou a ocupar uma área construída especialmente para abrigá-lo, no km 449 da Rodovia Régis Bittencourt. A partir de 1998 a Expovale passou a ser anual e recebeu status de evento de grande representatividade para os negócios do vale do Ribeira. Apresenta shows ao vivo e comidas típicas da região, e exposição pecuária (búfalos, bois e cavalos) e gêneros agrícolas como banana, chá, palmito de pupunha, flores ornamentais e artesanato regional. Ocorre no início de dezembro.
- Cantata de Natal, é realizada anualmente desde 1997 e tem como principais atrações a representação do nascimento, da morte e da ressurreição de Cristo, com participação de crianças e adolescentes em orquestras e corais de igrejas.
Referência para o texto: Wikipédia .