sábado, 1 de novembro de 2025

CURAÇÁ - BAHIA

Curaçá é um município brasileiro no interior e norte do estado da Bahia. 
O município faz parte da Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento do Polo Petrolina e Juazeiro (RIDE Polo Petrolina-Juazeiro), que abrange alguns municípios do norte da Bahia e do oeste de Pernambuco no entorno do Vale do São Francisco. 
História
As terras situadas na bacia do rio São Francisco que viriam a formar no futuro o município de Curaçá eram tradicionalmente ocupadas por diversas etnias indígenas, genericamente denominadas de povos tapuias. 
A primeira incursão portuguesa neste território teria ocorrido em 1562, quando o padre Luís da Grã contactou as populações indígenas em missão de catequese. Com a bandeira de Belchior Dias Moréia, amplia-se a presença portuguesa na região, especialmente com fundação da povoação de Pambu, sítio que abrigou um aldeamento indígena e que afetaria as futuras povoações que surgiriam nas proximidades, como é o caso da contemporânea Curaçá. 
Em 1809, o capitão mor João Francisco dos Santos doou a sua propriedade rural Bom Jesus da Boa Morte para o seu filho Florêncio Francisco dos Santos. Nesta fazenda foi edificada a capela de Bom Jesus da Boa Morte, tendo se estabelecido na área o padre José Antônio de Carvalho. Em torno da capela se constituiu um povoado que viria a fazer parte do município de Pambu em 1832. 
Em 1853, por causa da decadência da cidade de Pambu, transferiu-se a sede municipal dessa cidade para a Vila de Bom Jesus da Boa Morte, que teve seu topônimo alterado para Capim Grosso. 
A Vila de Capim Grosso teve seu topônimo novamente modificado em 1890 para cidade de Curaçá, nome que seria uma corruptela da palavra portuguesa "cruz" produzida pela forma como os indígenas submetidos aos aldeamentos missionários pronunciavam aquele vocábulo português e que foi alterado por causa da elevação de sua condição de vila para cidade, por meio do Ato n.º 59, de 10 de agosto de 1890.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Pambu, em 1714. 
Elevado à categoria de vila com a denominação Pambu, pelo Decreto de 06-06-1832, desmembrado de Joazeiro atual Juazeiro. Sede na povoação de Pambu. Instalada em 17 de maio de 1834. 
Pela Lei Provincial n.º 488, de 06 de junho de 1853, vila de Pambu passou a denominar-se Capim Grosso. Reinstalada em 1854. 
Elevado à condição de cidade com a denominação Curaçá, pelo Ato n.º 59, de 10 de agosto de 1890, 
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município aparece constituído de 6 distritos: Curaçá, Ibó, Chorrochó, Patamuté, Várzea da Ema e Barro Vermelho. 
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 5 distritos: os mesmos supracitados, com exceção do distrito de Várzea da Ema. 
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1º de julho de 1950. 
Pela Lei Estadual n.º 510, de 12 de dezembro de 1952, é desmembrado do município de Curaçá o distrito de Chorrochó. Elevado à categoria de município. 
Pela Lei Estadual n.º 628, de 30 de dezembro de 1953, foram criados os distritos de Poço de Fora e Riacho Sêco e anexados ao município de Curuçá. Sob a mesma Lei, o distrito de Ibó foi transferido do município de Curaçá para o de Chorrochó. 
Em divisão territorial datada de 1º de julho de 1955, o município é constituído de 5 distritos: Curuçá, Barro Vermelho, Paço de Fora, Patamuté e Riacho Seco. 
Em divisão territorial datada de 1º de julho de 1960, o município é constituído de 5 distritos: Curaçá, Barro Vermelho, Patamuté, Poço de Fora e Riacho Sêco. 
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2023.
Geografia
Clima

Em Curaçá, o verão é curto, quente e de céu quase encoberto; o inverno é curto, morno e de céu quase sem nuvens. Durante o ano inteiro, o tempo é seco e de ventos fortes. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 20 °C a 35 °C e raramente é inferior a 19 °C ou superior a 38 °C. 
A melhor época do ano para visitar Curaçá e realizar atividades de clima quente é do fim de maio ao meio de outubro. 
A estação quente permanece por 2,8 meses, de 3 de outubro a 28 de dezembro, com temperatura máxima média diária acima de 34 °C. O mês mais quente do ano em Curaçá é novembro, com a máxima de 35 °C e mínima de 24 °C, em média. 
A estação fresca permanece por 2,5 meses, de 31 de maio a 14 de agosto, com temperatura máxima diária em média abaixo de 31 °C. O mês mais frio do ano em Curaçá é julho, com a mínima de 20 °C e máxima de 30 °C, em média. 
Economia
Curaçá é uma pequena cidade que se destaca por apresentar novas oportunidades de negócios e pela alta regularidade das vendas no ano. O baixo potencial de consumo e o desempenho econômico são os pontos de atenção.
De janeiro a junho de 2025, foram registradas 324 admissões formais e 235 desligamentos, resultando em um saldo positivo de 89 novos trabalhadores. Este desempenho é superior ao do ano passado, quando o saldo foi de 60.
Até junho de 2025 houve registro de 5 novas empresas em Curaçá, sendo que a maioria delas atua com estabelecimento fixo. Neste último mês, uma nova empresa se instalou na cidade. Este desempenho é igual ao do do mês imediatamente anterior (1). No ano de 2024 inteiro, foram registradas 16 empresas.
Cultura
Festa do Vaqueiro

A Festa do Vaqueiro é uma manifestação cultural, tradicional da cidade de Curaçá, e celebrado em todo interior do estado brasileiro da Bahia pelos vaqueiros. Ocorre anualmente no primeiro final de semana de julho, em homenagem ao vaqueiro, um dos principais símbolo da cidade. É um Patrimônio Cultural Imaterial do Estado da Bahia, tombado pelo Governo do Estado da Bahia, na data de 11 de janeiro de 2017, sob o projeto de Lei n.º 13.691. 
História
A Festa do Vaqueiro da cidade de Curaçá teve seu início no ano de 1953, em comemoração aos 100 anos da cidade. Com a boa repercussão do evento entre os curaçaenses, a festividade passou a fazer parte do calendário cultural da cidade, com alteração da data para o dia 2 de julho, dia da Independência da Bahia. A princípio, o evento era custeado com recursos dos próprios moradores de Curaçá, onde ocorria o desfile dos vaqueiros pelas ruas da cidade, o Forró da Espora e a Corrida de Prado. No início dos anos de 1960, foi introduzida a Missa Campal na Igreja Matriz de Curaçá. O almoço dos vaqueiros ocorria na fazenda de Sindolfo Rosa e era preparado pelas companheiras dos vaqueiros, com mantimentos doados pelos moradores da cidade. O Forró da Espora acontecia no Salão Estrela do Norte com apresentação de cantores e aboiadores regionais e os vaqueiros tinham a entrada gratuita se estivessem vestidos com o tradicional chapéu e peitoral de couro. 
Na década de 1970, o evento passou a sofrer interferências políticas, que alteraram a data da festividade para o primeiro final de semana de julho. A prefeitura e a Associação dos Vaqueiros passam a organizar e manter o evento. O almoço dos vaqueiros e o Forró da Espora passaram a ser realizados no prédio da Associação dos Vaqueiros e passaram a convidar cantores com fama nacional. E a festividade passou a ter discursos políticos, homenagens à autoridades e presença da mídia. 
Na década de 1980, os vaqueiros, independentes dos grupos políticos, passaram a se concentrar para o tradicional almoço dos vaqueiros na Fazenda Saudade, com disputas de aboios e apresentação de aboiadores regionais. 
No ano 2000, por divergências políticas, a cidade de Curaçá passou a ter duas Festas dos Vaqueiros. A prefeitura realizava uma festa no dia oficial, no primeiro final de semana de julho e a Associação dos Vaqueiros realizava outra festa no último final de semana de junho. Em 2013, a Festa do Vaqueiro volta a ocorrer somente na data oficial, com a prefeitura organizando o Forró no Pátio de Eventos com cobrança de ingresso e apresentação de grandes bandas nacionais e a Associação dos Vaqueiros sendo responsável pela organização do almoço na Fazenda Saudade, do desfile e da Missa dos Vaqueiros. 
Festividades
No primeiro dia, na parte da manhã, os vaqueiros, usando as vestimentas tradicionais de couro, que são o chapéu, gibão, guarda-peito, luva, perneira e bota, se concentram na Fazenda Saudade e são recebidos com um café da manhã. Há apresentações de aboiadores, o concurso de aboios, homenagens e um almoço. Às 15 horas, inicia o desfile de chegada dos vaqueiros, com partida na Fazenda Saudade e segue para o centro da cidade de Curaçá. Os vaqueiros seguem em fila dupla, carregando bandeiras e montados em cavalos. O percurso possui quatro quilômetros de distância e leva em torno de duas horas para ser percorrida. À noite, acontece o Forró da Espora. 
No segundo dia, o evento inicia com a Missa dos Vaqueiros pela manhã. Após a missa, ocorre o desfile de saída dos vaqueiros pelas ruas da cidade.
Marujada em Curaçá
A Marujada é uma manifestação cultural, tradicional da cidade de Curaçá, no estado brasileiro da Bahia. Ocorre anualmente, nos dias 25, 30 e 31 de dezembro, em homenagem a São Benedito. 
Inicialmente celebrada por escravos e atualmente celebrado por devotos católicos, povo de santo e marujos de todos os gêneros. 
História
A festividade teve sua origem no início do século XIX. Em um decreto dos senhores da região, foi definido que o dia 31 de dezembro seria o dia de descanso anual dos escravos. Neste dia, os escravos homenageavam São Benedito, o santo negro, padroeiro dos escravos. Vestiam roupas brancas, dançavam e cantavam até ao entardecer. 
Posteriormente, o cortejo à São Benedito passou a ser feito por marujos homens. Na escolha do rei e rainha do cortejo, só poderiam ser elegidos pessoas negras, e a única mulher que podia participar era a rainha do cortejo. Em 2002, mulheres passaram a participar e atualmente pessoas de qualquer idade, gênero e raça podem participar do cortejo. 
Festividades
Dia 25 de dezembro
As onze bandeiras de São Benedito percorrem as casas dos devotos, pedindo uma contribuição para os festejos. A visita é acompanhada com cantigas em deferência ao santo e passagem da bandeira sobre os moradores da casa. Ao final das visitas, as onze bandeiras se reúnem novamente e seguem para a casa da guardiã da bandeira. 
Dia 30 de dezembro
A procissão inicia-se na casa da guardiã da bandeira, percorre as ruas da cidade e finaliza na Igreja Matriz, onde as bandeiras são hasteadas nos mastros. Alguns devotos acompanham a procissão com os pés descalços e/ou segurando velas.[2] 
Dia 31 de dezembro
Às cinco horas da madrugada, começa o embarque dos marujos em barcos enfeitados na Roça Boca da Barra, localizado no rio São Francisco e saem em cortejo até o porto de Curaçá. Após o desembarque, seguem em procissão em direção a Igreja Matriz. No percurso, visitam primeiro o rei e a rainha do cortejo, que passam a fazer parte da procissão, Durante a procissão, vão parando nas casas de devotos que, por promessa à São Benedito, oferecem comidas e bebidas. Após as visitas, a procissão segue para a Igreja Matriz, onde é celebrado uma missa. 
As vestimentas tradicionais dos marujos são calças e camisa de mangas compridas brancas, meias e sapatos pretos, e chapéu ornamentado com espelho fixado na frente e fitas coloridas. Utilizam, para acompanhar a música, bumbo, viola e pandeiro.
Romaria da Gruta de Patamuté
A Romaria da Gruta de Patamuté é uma manifestação cultural e religiosa católica, tradicional na cidade de Curaçá, no estado brasileiro da Bahia. Ocorre anualmente nos dias 31 de outubro e 1 de novembro, em homenagem ao Sagrado Coração de Jesus. 
A organização da romaria é feita pela Paróquia de Curaçá, pela Prefeitura Municipal, com o apoio do IRPAA, Mata Branca e Curaçá FM.
História
Em 1902, um vaqueiro, perseguindo uma onça que estava atacando os animais, descobre a gruta e no momento em que encurrala a onça na gruta e se prepara para atirar, o vaqueiro avista uma luz com a imagem do Sagrado Coração de Jesus. No ano de 1903, o padre Pedro Cavalcante Rocha, que era missionário na região, instala um cruzeiro no seu interior. Em 1905, o padre de Curaçá da época, Manoel Félix de Moura constrói um altar e coloca a imagem do Sagrado Coração de Jesus e inicia a Romaria da Gruta de Patamuté. Em 2017, a gruta recebe o título de Santuário Popular. 
A romaria
Na base da gruta é montado um espaço chamado Campo da Acolhida, estruturado com banheiros, toldos e barracas de vendas de alimentos, velas, artesanatos e outros. Muitos romeiros acampam no local, em barracas ou de formas improvisadas para o descanso, como redes ou colchonetes. 
No início da noite do dia 31 de outubro, ocorre uma procissão luminosa, ao término da procissão é realizado a Missa de Acolhida e logo após a missa, há apresentações culturais. 
No dia 1º de novembro, ocorre a Festa de Todos os Santos. Os romeiros visitam a gruta, onde participam das missas, se confessam, acendem velas e deixam ex-votos e objetos que simbolizam a sua fé. 
A gruta de Patamuté
A gruta é de formação rochosa natural com cento e vinte metros de largura, quarenta e quatro metros de profundidade, vinte e dois metros de altura e há presença de estalactites. No centro da gruta há um altar com a imagem do Sagrado Coração de Jesus, onde os devotos podem colocar velas, ofertas e ex votos. O acesso à gruta se dá através de uma escadaria.
Referências para o texto: Wikipédia ; IBGE ; Weather Spark ; Caravela .