Canguaretama é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Norte, distante 77 km ao sul da capital, Natal, do qual se emancipou em 1858. O censo do IBGE, realizado em 2022, indicou uma população de 29.668 habitantes.
Etimologia
O nome do município tem origem no tupi, onde etama, em língua tupi, significa "terra, região", e "canguá" designa um tipo de peixe (Stellifer rastrifer Jord. & Eig) gerando a etimologia "terra de canguás".
História
A história de Canguaretama começa ainda durante a época do Brasil Colônia, muito antes de ser elevado à categoria de município. Em 1645, ocorreu um dos eventos considerados como um dos mais históricos do Rio Grande do Norte: o martírio de Cunhaú e Uruaçu, que ocorreu quando os índios Janduís e mais de duzentos holandeses (que chegaram e ocuparam o Capitania do Rio Grande do Norte entre 1633 e 1654), a comando de Jacob Rabi - delegado do Conde Maurício de Nassau - mataram cruelmente cerca de setenta fiéis e o Padre André de Soveral. No momento da morte, os fiéis estariam em uma missa que estava sendo celebrada na Capela de Nossa Senhora das Candeias, localizado no Engenho Cunhaú, a alguns quilômetros da Barra do Cunhaú. Na época, esse engenho era o centro da economia potiguar, ainda bastante primitiva. Foram também mortas as pessoas que se encontravam em um grande engenho. Apenas três pessoas conseguiram escapar.
No século XVIII, em 1743, o padre André do Sacramento funda o primeiro núcleo colonizador que futuramente iria dar origem a Canguaretama, a Aldeia Gramació, cuja localização se dava à margem esquerda da Barra de Cunhaú e a mais de uma légua de distância. Em 3 de maio de 1755 (ou 1769), por meio de uma Carta Régia, a aldeia é elevada à categoria de Vila com o nome de Vila Flor. Após a expulsão dos jesuítas, a sede municipal, que era localizada em Vila Flor, foi transferida para povoado de Uruá. Em 19 de julho de 1858, por meio da Lei n.° 567, esse povoado é elevado à categoria de Município com o nome de Canguaretama, desmembrando-se de Natal. O nome "Canguaretama" significa terra de canguás.
O povoado de Canguaretama possuía uma circunscrição religiosa, com o nome de "Penha", conservada em 1860 pela Lei Provincial n.° 468. O nome foi dado por um missionário, o Frei Serafim de Catania. Nos primeiros anos de emancipação, Canguaretama tinha uma economia cuja base era o cultivo da cana-de-açúcar, a pesca e a comercialização do pau-brasil. Em 1882, a sede municipal ganhou uma estação ferroviária. Três anos depois, em 16 de abril de 1885, a sede é elevada à categoria de cidade, que foi instalada quatro meses depois, em 18 de setembro daquele mesmo ano.
Em 1892, são criados e anexados a Canguaretama os distritos de Baía Formosa e Vila Flor, ambos extintos em 1933. Em 1938, é recriado o distrito de Vila Flor, cujo nome foi alterado para "Flor" dois anos depois (1940), mas apenas oito anos o distrito voltou a ter seu nome original. Cinco anos depois (1953), o extinto distrito de Baía Formosa é recriado e, em 1958, é emancipado, tornando-se novo município do Rio Grande do Norte. Desde 31 de dezembro de 196, quando Vila Flor foi emancipado, Canguaretama é formado apenas pelo distrito sede.
Formação Administrativa
Elevado à categoria de Vila com a denominação de Vila Flor, por Carta Régia de 1769 e Resolução do Conselho do Governo de 11 de abril de 1833. Sede na povoação de Vila Flor.
Pela Lei Provincial n.º 367, de 19 de julho de 1858, foi transferida a sede da povoação de Vila Flor para a povoação de Uruá com a denominação de Canguaretama.
Elevado à condição de cidade com a denominação de Canguaretama, pela Lei Provincial n.º 955, de 16 de abril de 1885.
Pela Lei Estadual n.º 2, de 16 de novembro de 1892, são criados os distritos da Vila Flor e Baia Formosa e anexados ao município de Canguaretama.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de 3 distritos: Canguaretama, Baía Formosa e Vila Flor.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município aparece constituído do distrito sede, não figurando os distritos de Baía Formosa e Vila Flor.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31 de dezembro de 1936 e 31 de dezembro de 1937.
Pelo Decreto-Lei Estadual n.º 603, de 31 de outubro de 1938, é recriado o distrito com a denominação de Vila Flor e anexado ao município de Canguaretama.
Pelo Decreto-Lei Estadual n.º 44, de 22 de abril de 1940, baixado em comprimento ao Decreto-Lei Federal n.º 2.104, de 02 de abril de 1940, o distrito de Vila Flor passou a denominar-se simplesmente Flor.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 2 distritos: Canguaretama e Flor.
Pela Lei Estadual n.º 146, de 23 de dezembro de 1948, o distrito de Flor passou a denominar-se Vila Flor.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 2 distritos: Canguaretama e Vila Flor.
Pela Lei Estadual n.º 958, de 30 de novembro de 1953, é criado o distrito de Baía Formosa (ex povoado) e anexado ao município de Canguaretama.
Em divisão territorial datada de 1º de julho de 1955, o município é constituído de 3 distritos: Canguaretama, Baía Formosa e Vila Flor.
Pela Lei Estadual n.º 2.338, de 31 de dezembro de 1958, é desmembrado do município de Canguaretama o distrito de Baía Formosa. Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 1º de julho de 1960, o município é constituído de 2 distritos: Canguaretama e Vila Flor.
Pela Lei Estadual n.º 3.052, de 31 de dezembro de 1963, é desmembrado do município de Canguaretama o distrito de Vila Flor. Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 31 de dezembro de 1963, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2018.
Geografia
Na divisão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vigente desde 2017, Canguaretama pertence à região geográfica imediata de Canguaretama, dentro da região geográfica intermediária de Natal. Antes, com a divisão em microrregiões e mesorregiões que vigorava desde 1989, fazia parte da microrregião do Litoral Sul, que por sua vez estava incluída na mesorregião do Leste Potiguar.
Limita-se com Goianinha e Tibau do Sul a norte; a sul com Pedro Velho, Baía Formosa e Mataraca, na Paraíba; a leste com Vila Flor e mais uma vez Baía Formosa, além do Oceano Atlântico, e a oeste com Espírito Santo e novamente Pedro Velho. Canguaretama possui a menor costa litorânea dentre os municípios potiguares, com apenas 3,7 km de extensão, formada pela praia de Barra de Cunhaú, a mais de dez quilômetros da cidade. Está distante 77 km de Natal, capital estadual, e 2.334 km de Brasília, capital federal. Ocupa 245,485 km² de área (0,4648% da superfície estadual), dos quais 5,144 km² constituem a área urbana.
Relevo
O relevo de Canguaretama é baixo e constituído, em sua maior parte, pelos tabuleiros costeiros ou planaltos rebaixados, com uma área de planície litorânea entre a costa, caracterizada pela presença de dunas tanto fixas quanto móveis originárias do período Quaternário e modeladas pela ação constante dos ventos, e o estuário do rio Curimataú, onde forma uma planície fluviomarinha, resultante de processos de origem fluvial e marinha e mais susceptível a inundações em períodos de cheia do rio.
Geologicamente, o município está assentado sobre o Grupo Barreiras, constituído por rochas do período Terciário recobertas pelas paleocascalheiras, que são grandes coberturas arenosas intercaladas por sedimentos de arenito, argila e siltito.
Solos
Os solos do município, em sua maioria, são arenosos e altamente drenados, porém pouco férteis, caracterizando as areias quartzosas. No leito do rio Curimataú estão os solos aluviais que, comparado às areias quartzosas, são mais férteis, com textura mista de areia e argila e menos drenados, além dos solos indiscriminados de mangue, na divisa com Baía Formosa, cobertos, como o próprio nome diz, pelos manguezais, um ecossistema de transição entre os biomas terrestre e marinho.[] Tanto as areias quartzosas quanto os solos aluviais, na nova classificação brasileira de solos, constituem a classe dos neossolos. No restante do território está a Mata Atlântica sob a forma de floresta subperenifólia, cujas espécies permanecem verdes durante todo o ano, com folhas largas e troncos delgados. Canguaretama abriga parte da Área de Proteção Ambiental do Piquiri-Una, criada em 6 de junho de 1990 pelo decreto estadual 10 683 com cerca de 12 mil hectares de área, ampliados para mais de 40 700 ha por meio do decreto estadual 22 182 de 22 de março de 2011, abrangendo territórios de outros quatro municípios.
Hidrografia
Na hidrografia, o município possui 66% de sua área na bacia hidrográfica do rio Curimataú, que nasce em Barra de Santa Rosa, na Paraíba, entra no Rio Grande do Norte por Nova Cruz e, na divisa entre Canguaretama e Baía Formosa, está a sua foz no Oceano Atlântico, em forma de estuário, na praia de Barra de Cunhaú. Outros 18,02% na estão na bacia do rio Catu e os 15,98% restantes na bacia do rio Guaju, que em seu curso serve de divisor natural entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba. Já o rio Catu nasce na zona rural do município, nos tabuleiros da Mata do Marfim e tem sua foz na praia de Simbaúba, em Tibau do Sul. Outros rios que atravessam Canguaretama são Espinho, Levada, Oiteiro e da Volta, além dos riachos Calândia, Pequeri, Pituaçu, Quabradinha e Uriuninha. Há também as lagoas Aniquim e do Poço.
Clima
Canguaretama possui um clima tropical chuvoso As, com chuvas concentradas nos meses de outono-inverno. Segundo dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), desde 1911 o maior acumulado de chuva registrado na cidade chegou a 190 mm em 25 de junho de 1936. Outros acumulados iguais ou superiores foram: 180 mm em 13 de abril de 2011, 168 mm em 13 de junho de 2007, 163,2 mm em 8 de maio de 1971, 162,9 mm em 27 de junho de 1951, 152,2 mm em 14 de junho de 2019, 150,2 mm em 4 de setembro de 2013 e 150 mm em 20 de maio de 2011. Desde outubro de 2018, quando a EMPARN instalou uma estação meteorológica automática no IFRN de Canguaretama, a menor temperatura ocorreu em 25 de agosto de 2020, com mínima de 19 °C, e a maior em 11 de novembro de 2018, apresentando máxima de 35,2 °C.
Economia
Canguaretama é um município de grande relevância na região que se destaca pela alta regularidade das vendas no ano e por apresentar novas oportunidades de negócios. O desempenho econômico e o baixo potencial de consumo são os pontos de atenção.
De janeiro a julho de 2025, foram registradas 620 admissões formais e 585 desligamentos, resultando em um saldo positivo de 35 novos trabalhadores. Este desempenho é inferior ao do ano passado, quando o saldo foi de 132.
Até agosto de 2025 houve registro de 47 novas empresas em Canguaretama, sendo que 4 atuam pela internet. Neste último mês, 11 novas empresas se instalaram, sendo 1 com atuação pela internet. Este desempenho é maior que o do mês imediatamente anterior (7). No ano de 2024 inteiro, foram registradas 57 empresas.
Saúde
A cidade dispõe do Hospital Regional Prof. Dr. Getúlio de Oliveira Sales ou Hospital Regional de Canguaretama, em operação desde 1974 e vinculado do Sistema Único de Saúde (SUS). O hospital oferece diversos serviços e possuía, em 2013, sessenta leitos para internação em quatro especialidades. O município pertence à 1ª Unidade Regional de Saúde Pública (1ª URSAP) do Rio Grande do Norte, com sede instalada em São José de Mipibu.
Cultura
No calendário cultural do município estão a festa da emancipação política, celebrada em 16 de abril, a Festa dos Mártires de Cunhaú, que acontece em 16 de julho e a festa da padroeira Nossa Senhora da Conceição, em 8 de dezembro, sendo as três datas feriados municipais, além do dia 6 de janeiro (Reis Magos).
Turismo
Canguaretama possui alguns pontos turísticos, como a Praia Barra de Cunhaú, a única do município, com manguezais e um polo para a criação de camarões em cativeiro (carcinicultura); o Mortuário do Cunhaú; o Santuário Chama do Amor; o Engenho Cunhaú, que já foi o centro mais importante da Capitania do Rio Grande, durante o Brasil Colônia, e já foi alvo de lutas sangrentas e roubos e a Capela Nossa Senhora das Candeias.
Na tradição esportiva do município, destacam-se a prática do windsurfe e do kitesurf, além do atletismo, basquete e futebol.
Referências para o texto: Wikipédia ; IBGE ; Caravela .
Etimologia
O nome do município tem origem no tupi, onde etama, em língua tupi, significa "terra, região", e "canguá" designa um tipo de peixe (Stellifer rastrifer Jord. & Eig) gerando a etimologia "terra de canguás".
História
A história de Canguaretama começa ainda durante a época do Brasil Colônia, muito antes de ser elevado à categoria de município. Em 1645, ocorreu um dos eventos considerados como um dos mais históricos do Rio Grande do Norte: o martírio de Cunhaú e Uruaçu, que ocorreu quando os índios Janduís e mais de duzentos holandeses (que chegaram e ocuparam o Capitania do Rio Grande do Norte entre 1633 e 1654), a comando de Jacob Rabi - delegado do Conde Maurício de Nassau - mataram cruelmente cerca de setenta fiéis e o Padre André de Soveral. No momento da morte, os fiéis estariam em uma missa que estava sendo celebrada na Capela de Nossa Senhora das Candeias, localizado no Engenho Cunhaú, a alguns quilômetros da Barra do Cunhaú. Na época, esse engenho era o centro da economia potiguar, ainda bastante primitiva. Foram também mortas as pessoas que se encontravam em um grande engenho. Apenas três pessoas conseguiram escapar.
No século XVIII, em 1743, o padre André do Sacramento funda o primeiro núcleo colonizador que futuramente iria dar origem a Canguaretama, a Aldeia Gramació, cuja localização se dava à margem esquerda da Barra de Cunhaú e a mais de uma légua de distância. Em 3 de maio de 1755 (ou 1769), por meio de uma Carta Régia, a aldeia é elevada à categoria de Vila com o nome de Vila Flor. Após a expulsão dos jesuítas, a sede municipal, que era localizada em Vila Flor, foi transferida para povoado de Uruá. Em 19 de julho de 1858, por meio da Lei n.° 567, esse povoado é elevado à categoria de Município com o nome de Canguaretama, desmembrando-se de Natal. O nome "Canguaretama" significa terra de canguás.
O povoado de Canguaretama possuía uma circunscrição religiosa, com o nome de "Penha", conservada em 1860 pela Lei Provincial n.° 468. O nome foi dado por um missionário, o Frei Serafim de Catania. Nos primeiros anos de emancipação, Canguaretama tinha uma economia cuja base era o cultivo da cana-de-açúcar, a pesca e a comercialização do pau-brasil. Em 1882, a sede municipal ganhou uma estação ferroviária. Três anos depois, em 16 de abril de 1885, a sede é elevada à categoria de cidade, que foi instalada quatro meses depois, em 18 de setembro daquele mesmo ano.
Em 1892, são criados e anexados a Canguaretama os distritos de Baía Formosa e Vila Flor, ambos extintos em 1933. Em 1938, é recriado o distrito de Vila Flor, cujo nome foi alterado para "Flor" dois anos depois (1940), mas apenas oito anos o distrito voltou a ter seu nome original. Cinco anos depois (1953), o extinto distrito de Baía Formosa é recriado e, em 1958, é emancipado, tornando-se novo município do Rio Grande do Norte. Desde 31 de dezembro de 196, quando Vila Flor foi emancipado, Canguaretama é formado apenas pelo distrito sede.
Formação Administrativa
Elevado à categoria de Vila com a denominação de Vila Flor, por Carta Régia de 1769 e Resolução do Conselho do Governo de 11 de abril de 1833. Sede na povoação de Vila Flor.
Pela Lei Provincial n.º 367, de 19 de julho de 1858, foi transferida a sede da povoação de Vila Flor para a povoação de Uruá com a denominação de Canguaretama.
Elevado à condição de cidade com a denominação de Canguaretama, pela Lei Provincial n.º 955, de 16 de abril de 1885.
Pela Lei Estadual n.º 2, de 16 de novembro de 1892, são criados os distritos da Vila Flor e Baia Formosa e anexados ao município de Canguaretama.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de 3 distritos: Canguaretama, Baía Formosa e Vila Flor.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município aparece constituído do distrito sede, não figurando os distritos de Baía Formosa e Vila Flor.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31 de dezembro de 1936 e 31 de dezembro de 1937.
Pelo Decreto-Lei Estadual n.º 603, de 31 de outubro de 1938, é recriado o distrito com a denominação de Vila Flor e anexado ao município de Canguaretama.
Pelo Decreto-Lei Estadual n.º 44, de 22 de abril de 1940, baixado em comprimento ao Decreto-Lei Federal n.º 2.104, de 02 de abril de 1940, o distrito de Vila Flor passou a denominar-se simplesmente Flor.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 2 distritos: Canguaretama e Flor.
Pela Lei Estadual n.º 146, de 23 de dezembro de 1948, o distrito de Flor passou a denominar-se Vila Flor.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 2 distritos: Canguaretama e Vila Flor.
Pela Lei Estadual n.º 958, de 30 de novembro de 1953, é criado o distrito de Baía Formosa (ex povoado) e anexado ao município de Canguaretama.
Em divisão territorial datada de 1º de julho de 1955, o município é constituído de 3 distritos: Canguaretama, Baía Formosa e Vila Flor.
Pela Lei Estadual n.º 2.338, de 31 de dezembro de 1958, é desmembrado do município de Canguaretama o distrito de Baía Formosa. Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 1º de julho de 1960, o município é constituído de 2 distritos: Canguaretama e Vila Flor.
Pela Lei Estadual n.º 3.052, de 31 de dezembro de 1963, é desmembrado do município de Canguaretama o distrito de Vila Flor. Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 31 de dezembro de 1963, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2018.
Geografia
Na divisão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vigente desde 2017, Canguaretama pertence à região geográfica imediata de Canguaretama, dentro da região geográfica intermediária de Natal. Antes, com a divisão em microrregiões e mesorregiões que vigorava desde 1989, fazia parte da microrregião do Litoral Sul, que por sua vez estava incluída na mesorregião do Leste Potiguar.
Limita-se com Goianinha e Tibau do Sul a norte; a sul com Pedro Velho, Baía Formosa e Mataraca, na Paraíba; a leste com Vila Flor e mais uma vez Baía Formosa, além do Oceano Atlântico, e a oeste com Espírito Santo e novamente Pedro Velho. Canguaretama possui a menor costa litorânea dentre os municípios potiguares, com apenas 3,7 km de extensão, formada pela praia de Barra de Cunhaú, a mais de dez quilômetros da cidade. Está distante 77 km de Natal, capital estadual, e 2.334 km de Brasília, capital federal. Ocupa 245,485 km² de área (0,4648% da superfície estadual), dos quais 5,144 km² constituem a área urbana.
Relevo
O relevo de Canguaretama é baixo e constituído, em sua maior parte, pelos tabuleiros costeiros ou planaltos rebaixados, com uma área de planície litorânea entre a costa, caracterizada pela presença de dunas tanto fixas quanto móveis originárias do período Quaternário e modeladas pela ação constante dos ventos, e o estuário do rio Curimataú, onde forma uma planície fluviomarinha, resultante de processos de origem fluvial e marinha e mais susceptível a inundações em períodos de cheia do rio.
Geologicamente, o município está assentado sobre o Grupo Barreiras, constituído por rochas do período Terciário recobertas pelas paleocascalheiras, que são grandes coberturas arenosas intercaladas por sedimentos de arenito, argila e siltito.
Solos
Os solos do município, em sua maioria, são arenosos e altamente drenados, porém pouco férteis, caracterizando as areias quartzosas. No leito do rio Curimataú estão os solos aluviais que, comparado às areias quartzosas, são mais férteis, com textura mista de areia e argila e menos drenados, além dos solos indiscriminados de mangue, na divisa com Baía Formosa, cobertos, como o próprio nome diz, pelos manguezais, um ecossistema de transição entre os biomas terrestre e marinho.[] Tanto as areias quartzosas quanto os solos aluviais, na nova classificação brasileira de solos, constituem a classe dos neossolos. No restante do território está a Mata Atlântica sob a forma de floresta subperenifólia, cujas espécies permanecem verdes durante todo o ano, com folhas largas e troncos delgados. Canguaretama abriga parte da Área de Proteção Ambiental do Piquiri-Una, criada em 6 de junho de 1990 pelo decreto estadual 10 683 com cerca de 12 mil hectares de área, ampliados para mais de 40 700 ha por meio do decreto estadual 22 182 de 22 de março de 2011, abrangendo territórios de outros quatro municípios.
Hidrografia
Na hidrografia, o município possui 66% de sua área na bacia hidrográfica do rio Curimataú, que nasce em Barra de Santa Rosa, na Paraíba, entra no Rio Grande do Norte por Nova Cruz e, na divisa entre Canguaretama e Baía Formosa, está a sua foz no Oceano Atlântico, em forma de estuário, na praia de Barra de Cunhaú. Outros 18,02% na estão na bacia do rio Catu e os 15,98% restantes na bacia do rio Guaju, que em seu curso serve de divisor natural entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba. Já o rio Catu nasce na zona rural do município, nos tabuleiros da Mata do Marfim e tem sua foz na praia de Simbaúba, em Tibau do Sul. Outros rios que atravessam Canguaretama são Espinho, Levada, Oiteiro e da Volta, além dos riachos Calândia, Pequeri, Pituaçu, Quabradinha e Uriuninha. Há também as lagoas Aniquim e do Poço.
Clima
Canguaretama possui um clima tropical chuvoso As, com chuvas concentradas nos meses de outono-inverno. Segundo dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), desde 1911 o maior acumulado de chuva registrado na cidade chegou a 190 mm em 25 de junho de 1936. Outros acumulados iguais ou superiores foram: 180 mm em 13 de abril de 2011, 168 mm em 13 de junho de 2007, 163,2 mm em 8 de maio de 1971, 162,9 mm em 27 de junho de 1951, 152,2 mm em 14 de junho de 2019, 150,2 mm em 4 de setembro de 2013 e 150 mm em 20 de maio de 2011. Desde outubro de 2018, quando a EMPARN instalou uma estação meteorológica automática no IFRN de Canguaretama, a menor temperatura ocorreu em 25 de agosto de 2020, com mínima de 19 °C, e a maior em 11 de novembro de 2018, apresentando máxima de 35,2 °C.
Economia
Canguaretama é um município de grande relevância na região que se destaca pela alta regularidade das vendas no ano e por apresentar novas oportunidades de negócios. O desempenho econômico e o baixo potencial de consumo são os pontos de atenção.
De janeiro a julho de 2025, foram registradas 620 admissões formais e 585 desligamentos, resultando em um saldo positivo de 35 novos trabalhadores. Este desempenho é inferior ao do ano passado, quando o saldo foi de 132.
Até agosto de 2025 houve registro de 47 novas empresas em Canguaretama, sendo que 4 atuam pela internet. Neste último mês, 11 novas empresas se instalaram, sendo 1 com atuação pela internet. Este desempenho é maior que o do mês imediatamente anterior (7). No ano de 2024 inteiro, foram registradas 57 empresas.
Saúde
A cidade dispõe do Hospital Regional Prof. Dr. Getúlio de Oliveira Sales ou Hospital Regional de Canguaretama, em operação desde 1974 e vinculado do Sistema Único de Saúde (SUS). O hospital oferece diversos serviços e possuía, em 2013, sessenta leitos para internação em quatro especialidades. O município pertence à 1ª Unidade Regional de Saúde Pública (1ª URSAP) do Rio Grande do Norte, com sede instalada em São José de Mipibu.
Cultura
No calendário cultural do município estão a festa da emancipação política, celebrada em 16 de abril, a Festa dos Mártires de Cunhaú, que acontece em 16 de julho e a festa da padroeira Nossa Senhora da Conceição, em 8 de dezembro, sendo as três datas feriados municipais, além do dia 6 de janeiro (Reis Magos).
Turismo
Canguaretama possui alguns pontos turísticos, como a Praia Barra de Cunhaú, a única do município, com manguezais e um polo para a criação de camarões em cativeiro (carcinicultura); o Mortuário do Cunhaú; o Santuário Chama do Amor; o Engenho Cunhaú, que já foi o centro mais importante da Capitania do Rio Grande, durante o Brasil Colônia, e já foi alvo de lutas sangrentas e roubos e a Capela Nossa Senhora das Candeias.
Na tradição esportiva do município, destacam-se a prática do windsurfe e do kitesurf, além do atletismo, basquete e futebol.
Referências para o texto: Wikipédia ; IBGE ; Caravela .